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AV2 Processo Penal- resumo expandido

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Curso de Direito
MARIA CLARA PINTO XAVIER
PODE O MINISTÉRIO PÚBLICO INVESTIGAR DE FORMA AUTÔNOMA?
Rio de Janeiro
2021
1
1. INTRODUÇÃO:
O presente resumo tem por finalidade dissertar sobre as ideias favoráveis e
contrárias às investigações criminais a serem realizadas e conduzidas unicamente
pelo Ministério Público.
Os delegados de polícia de um lado, sendo contrários a ideia do Ministério
Público investigar de forma autônoma, e de outro lado os promotores, sendo
favoráveis a essa ideia, com as duas vertentes baseando-se na Constituição
Federal.
Dessa forma, pela natureza da lei, este assunto não foi resolvido, nem
desencorajou discussões e pautas. O STF ainda não tem uma resposta em definitivo
para a investigação do Ministério Público de maneira autônoma. Além disso, os
fundamentos e argumentos usados por aqueles que apóiam o Ministério Público têm
sido muito questionados.
2. DELEGADOS:
O cargo de investigar os crimes é realizado pela polícia, através do inquérito,
que serve de base para o oferecimento da denúncia, ou seja, formar/colaborar na
formação da opinio delicti do MP. A Opinio Delicti, é o MP que irá deliberar se ele
promove a ação penal (dá o seu ponta pé) através da denúncia ou se promove o
arquivamento do inquérito policial, uma vez que a antiga redação do Art.28 CPP,
voltou a vigorar,então quem pede o arquivamento do inquérito é o MP, e quem
determina o efetivo arquivamento é o juiz.
Em relação ao Inquérito Policial, suas características são, que o mesmo
precisa ser escrito( Art. 9º CPP), todas as peças do inquérito policial serão num só
processado,reduzidas a escrito, neste caso, rubricadas pela autoridade.
Necessariamente precisa ser escrito; ser sigiloso (Art. 20º CPP), em regra sigiloso,
mas existe uma série de disposições mais específicas para as questões que
envolvem o advogado; oficialidade, o inquérito policial precisa ser conduzido por um
agente público. Art. 144 CF, o inquérito policial não pode ser conduzido por empresa
2
particular; autoridade, deve ser precedido por um delegado de carreira. Art 144, § 4o
CF.Estadual- Polícia Civil/ Federal: Polícia Federal; e por fim indisponível ( Art. 17
CPP) significa que o inquérito policial não pode ser arquivado pelo próprio delegado.
A partir disso, o ato sustenta a exclusividade da investigação pela Polícia
Judiciária, sendo assim, exercida pelas autoridades policiais no território de suas
respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e de sua
autoria. Investigar, apurar as responsabilidades da ação penal.
O Art. 144 da Constituição Federal, no qual se encontra no capítulo III que
versa sobre a segurança pública, em específico o parágrafo 4º:
“A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é
exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: Polícia Civil - § 4º -
Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem,
ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a
apuração de infrações penais, exceto as militares.”
O referido artigo, diz que quem deve investigar no âmbito estadual são as
polícias civis e no âmbito federal são as polícias federais.
Como já dito anteriormente, o Supremo Tribunal Federal tem decisões e
opiniões divergentes acerca do assunto, dessa forma,segue jurisprudência a favor
da exclusividade da titularidade do inquérito policial ao delegado de polícia:
Ementa: "A requisição de diligências investigatórias de que cuida o art. 129,
VIII, CF, deve dirigir-se à autoridade policial, não se compreendendo o poder
de investigação do Ministério Público fora da excepcional previsão da ação
civil pública (art. 129, III, CF). de outro modo, haveria uma Polícia Judiciária
paralela, o que não combina com a regra do art. 129, VII, CF, segundo o qual
o MP deve exercer, conforme lei complementar, o controle externo da
atividade policial" (STF – RE 205473/AL – Ministro Relator Carlos Veloso –
15.12.1998 - 2.ª Turma, v.u)
EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. MINISTÉRIO
PÚBLICO. INQUÉRITO ADMINISTRATIVO. NÚCLEO DE INVESTIGAÇÃO
3
CRIMINAL E CONTROLE EXTERNO DA ATIVIDADE POLICIAL/DF.
PORTARIA. PUBLICIDADE. ATOS DE INVESTIGAÇÃO. INQUIRIÇÃO.
ILEGITIMIDADE. 1. PORTARIA. A Portaria que criou o Núcleo de
Investigação Criminal e Controle Externo da Atividade Policial no âmbito do
Ministério Público do Distrito Federal, no que tange a publicidade, não foi
examinada no STJ. Enfrentar a matéria neste Tribunal ensejaria supressão
de instância. Precedentes. 2. INQUIRIÇÃO DE AUTORIDADE
ADMINISTRATIVA. ILEGITIMIDADE. A Constituição Federal dotou o
Ministério Público do poder de requisitar diligências investigatórias e a
instauração de inquérito policial (CF, art. 129, VIII). A norma constitucional
não contemplou a possibilidade de o parquet realizar e presidir inquérito
policial. Não cabe, portanto, aos seus membros inquirir diretamente pessoas
suspeitas de autoria de crime. Mas requisitar diligência nesse sentido à
autoridade policial. Precedentes. O recorrente é delegado de polícia e,
portanto, autoridade administrativa. Seus atos estão sujeitos aos órgãos
hierárquicos próprios da Corporação, Chefia de Polícia, Corregedoria.
Recurso conhecido e provido. " (STF – RHC 81326-7/DF – Ministro Relator
Nelson Jobim – 06.05.2003 – 2.ª Turma).
Levando em conta a opinião dos delegados sobre o assunto,vale ressaltar
que o Ministério Público é o titular da ação penal pública, sendo então o responsável
por dar iniciá - las , ou seja, não é correto que os mesmos efetuem as investigações,
tendo em vista que o objetivo de todo o andamento é coletar provas contra o réu,
que no caso acabaria favorecendo o processo para o Ministério Público.
Conclui-se, que os membros do Ministério Público devem ser imparciais na
investigação, para que os promotores não contaminem as provas em decorrência de
investigações tendenciosas, mas apenas se preocupem com o processo penal e
analisem as provas coletadas durante as investigações policiais.
3. MINISTÉRIO PÚBLICO:
O Ministério Público pode acompanhar a investigação e acompanhar a
autoridade policial nas dirigentes. Pode investigar,pode contribuir na investigação,
tudo isso em conjunto com a polícia. O papel do promotor(Ministério Público) é ser o
titular da ação penal.
4
Os promotores de justiça e os procuradores da república, entendem que já
que os mesmos têm aval para poderem requisitar diligências à autoridade policial,
nesse caso as investigações, eles também podem.
Entendem que, se a ação penal é de responsabilidade do setor público e o
inquérito policial é dispensável, então, mesmo que o MP possa exigir a polícia
judiciária de estabeleça os procedimentos de acordo com a lei, não há razão para
negar a eles o direito de investigar crimes que chegam ao Ministério Público.
Além disso, do ponto de vista dos apoiadores dessa vertente, é também
baseado na Constituição Federal, nesse caso o Art 129, no qual discorre sobre a
competência dada ao MP, em ênfase no inciso VII: “Art. 129. São funções
institucionais do Ministério Público:VII - exercer o controle externo da atividade
policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior”
Em julgamento no STF, do recurso extraordinário nº 593727, por maioria
entendeu que o Ministério Público poderá sim promover investigações autônomas e
complementar ao trabalho da Polícia Judiciária:
"Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao recurso
extraordinário e reconheceu o poder de investigação do Ministério Público,
nos termos dos votos dos Ministros Gilmar Mendes, Celso de Mello, Ayres
Britto, Joaquim Barbosa, Luiz Fux, Rosa Weber e Cármen Lúcia, vencidos os
Ministros Cezar Peluso, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli, que davam
provimento ao recurso extraordinário e reconheciam, em menor extensão, o
poder de investigação do Ministério Público, e o Ministro MarcoAurélio, que
dava provimento ao recurso extraordinário e negava ao Ministério Público o
poder de investigação. Em seguida, o Tribunal afirmou a tese de que o
Ministério Público dispõe de competência para promover, por autoridade
própria, e por prazo razoável, investigações de natureza penal, desde que
respeitados os direitos e garantias que assistem a qualquer indiciado ou a
qualquer pessoa sob investigação do Estado, observadas, sempre, por seus
agentes, as hipóteses de reserva constitucional de jurisdição e, também, as
prerrogativas profissionais de que se acham investidos, em nosso País, os
Advogados (Lei nº 8.906/94, art. 7º, notadamente os incisos I, II, III, XI, XIII,
XIV e XIX), sem prejuízo da possibilidade – sempre presente no Estado
5
democrático de Direito – do permanente controle jurisdicional dos atos,
necessariamente documentados (Súmula Vinculante nº 14), praticados pelos
membros dessa Instituição. Redator para o acórdão o Ministro Gilmar
Mendes. Ausente, justificadamente, o Ministro Gilmar Mendes. Presidiu o
julgamento o Ministro Ricardo Lewandowski. Plenário, 14.05.2015.
Nesse caso em específico,a Ministra Rosa Weber e Cármen Lúcia apoiaram a
ideia de que o poder de investigação do Ministério Público e o poder da polícia se
complementam, ademais explicitaram que quanto mais gente investigando os
crimes, melhor.
4. CONCLUSÃO:
Dessa forma, fica claro as divergências que ocorrem no mundo jurídico,
incluindo o STF. Em relação ao Ministério Público promover investigações
autônomas, do lado favorável a essa ideia, a tese levada em conta foi a dos poderes
implícitos, já que se o Ministério Público pode propor a ação penal, sendo o titular, o
mesmo poderá investigar crimes para o bem da ação.
Por outro lado, os delegados, desfavoráveis,concluem que o MP como sendo
titular da ação penal, comece a investigar os crimes autonomamente, levará as
provas para o um lado tendencioso, para que lhes sejam favoráveis, afetaria o
contraditório.
REFERÊNCIAS:
STF.HABEAS CORPUS: HC 91613 MG. Relator: Ministro Gilmar Mendes.Dia : 15 de
Maio de 2012.JusBrasil,2012. Disponível em:
<https://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/22869935/habeas-corpus-hc-91613-mg-s>
Acesso em: 23 nov.2021
STF.RECURSO EXTRAORDINÁRIO: RE 593727 MG. Relator: Ministro Cezar
Peluso.Dia: 14 de Maio de 2015.JusBrasil,2015. Disponivel em:
<https://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/311630593/recurso-extraordinario-re-5937
27-minas-gerais> Acesso em: 23 nov.2021
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https://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/22869935/habeas-corpus-hc-91613-mg-s
https://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/311630593/recurso-extraordinario-re-593727-minas-gerais
https://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/311630593/recurso-extraordinario-re-593727-minas-gerais
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