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Prof. Vinícius Silva 1 Hidrologia Aplicada Preciptação Prof. Vinícius Silva 2 Precipitação A precipitação é entendida como qualquer forma de água proveniente da atmosfera que atinge a superfície terrestre, como, por exemplo, neve, granizo, chuva, orvalho, geada, etc; O que diferencia as várias formas de precipitação é o estado em que a água se encontra; Representa o elo de ligação entre os demais fenômenos hidrológicos e fenômeno do escoamento superficial, sendo este último o que mais interessa ao engenheiro. Prof. Vinícius Silva 3 Precipitação Mecanismo de formação da precipitação: A precipitação ocorre a partir da presença de vapor d’água na atmosfera, que sob determinadas condições precipita na forma de neve, gelo, chuva, etc.; Para a ocorrência de chuva, deve-se haver condições propícias para o crescimento das gotas de água, condensação, até que elas possuam peso superior às forças que as mantêm em suspensão na atmosfera A ocorrência de precipitação está geralmente relacionada à ascensão de ar úmido, após o qual se dá o processo de condensação sobre os núcleos e de crescimento das gotas, descritos no item anterior.; Prof. Vinícius Silva 4 Precipitação Elementos necessários a formação: umidade atmosférica : (devido à evapotranspiração); mecanismo de resfriamento do ar : (ascensão do ar úmido): quanto mais frio o ar, menor sua capacidade de suportar água em forma de vapor, o que culmina com a sua condensação. Pode-se dizer que o ar se resfria na razão de 1oC por 100 m, até atingir a condição de saturação; mecanismo de crescimento das gotas: coalescência: processo de crescimento devido ao choque de gotas pequenas originando outra maior; difusão de vapor: condensação do vapor d’água sobre a superfície de uma gota pequena. Prof. Vinícius Silva 5 Precipitação Classificação da precipitação Há diferentes mecanismos agindo no sentido de causar a referida ascensão do ar úmido e, conforme o tipo de mecanismo, as precipitações são classificadas em: Convectivas: a ascensão do ar úmido e quente decorre de uma elevação excessiva de temperatura; como o ar quente é menos denso, ocorre uma brusca ascensão desse ar que, ao subir, sofre um resfriamento rápido, gerando precipitações intensas com pequena duração, cobrindo pequenas áreas; ocorrem com frequência em regiões equatoriais; Prof. Vinícius Silva 6 Precipitação Prof. Vinícius Silva Chuva de convecção 7 Precipitação Classificação da precipitação Orográficas: a ascensão do ar quente e úmido, proveniente do oceano, ocorre devido a obstáculos orográficos, como montanhas e serras; ao subir, ocorre o resfriamento e em seguida a precipitação; são caracterizadas por serem de pequena intensidade, mas longa duração, cobrindo pequenas áreas; como as montanhas constituem um obstáculo à passagem do ar úmido (com “potencial” para formar precipitação), normalmente existem áreas no lado oposto caracterizadas por baixos índices de precipitação, sendo chamadas de “sombras pluviométricas”; Prof. Vinícius Silva 8 Precipitação Prof. Vinícius Silva Chuva orográfica 9 Precipitação Classificação da precipitação Frontais: neste tipo de precipitação, a ascensão do ar decorre do “encontro” entre massas de ar frias e quentes; como resultado, o ar mais quente e úmido sofre ascensão, resfria-se e ocorre a precipitação; É caracterizada por longa duração e intensidade média, cobrindo grandes áreas. Prof. Vinícius Silva 10 Precipitação Prof. Vinícius Silva Formação de uma superfície frontal 11 Precipitação Caracterização da precipitação Uma precipitação, no caso chuva, é caracterizada pelas seguintes grandezas: altura pluviométrica (P): representa a espessura média da lâmina de água precipitada, sendo geralmente adotada como unidade o milímetro (mm); significa a espessura da lâmina de água que recobriria toda a região, supondo-se que não houvesse infiltração, evaporação nem escoamento para fora da região; duração (t): representa o período de tempo durante o qual ocorreu a precipitação; geralmente se utilizam horas (h) ou minutos (min) como unidade; Prof. Vinícius Silva 12 Precipitação Caracterização da precipitação intensidade (i): fazendo-se a relação da lâmina de água precipitada com o intervalo de tempo transcorrido, obtém-se a intensidade dessa precipitação, geralmente em mm/h ou mm/min; assim i = P/t; mm/h tempo de recorrência (Tr): representa o número médio de anos durante o qual se espera que uma determinada precipitação seja igualada ou superada; por exemplo, ao se dizer que o tempo de recorrência de uma precipitação é de 10 anos, tem-se que, em média, deve-se esperar 10 anos para que tal precipitação seja igualada ou superada. Prof. Vinícius Silva 13 Precipitação Caracterização da precipitação intensidade (i): fazendo-se a relação da lâmina de água precipitada com o intervalo de tempo transcorrido, obtém-se a intensidade dessa precipitação, geralmente em mm/h ou mm/min; assim i = P/t; mm/h tempo de recorrência (Tr): representa o número médio de anos durante o qual se espera que uma determinada precipitação seja igualada ou superada; por exemplo, ao se dizer que o tempo de recorrência de uma precipitação é de 10 anos, tem-se que, em média, deve-se esperar 10 anos para que tal precipitação seja igualada ou superada. Prof. Vinícius Silva 14 Precipitação Medição da precipitação Pluviômetros: Instrumento que armazena a água da chuva em uma lamina d’água precipitada (P); As medidas realizadas nos pluviômetros são periódicas , geralmente em intervalos de 24 horas (sempre às 7 da manhã). Prof. Vinícius Silva 15 Precipitação Medição da precipitação Pluviógrafo: instrumento utilizado para registrar a precipitação de forma automática, gerando informações mais discretas no tempo, isto é, informações em intervalos de tempo menores; permitem o estudo da relação intensidade-duração- frequência; não necessita da visita diária do operador, cuja visita fica restrita à troca de papel ou para descarregar os dados em um computador portátil, em períodos como 15 dias ou um mês; Dão origem aos pluviogramas (precipitação acumulada x tempo) e ietogramas (diagrama de barras (gráfico) de precipitações x períodos de tempo). Prof. Vinícius Silva 16 Precipitação Prof. Vinícius Silva 17 Exercícios Prof. Vinícius Silva 18 Precipitação Análise de dados de precipitação Um posto de medição de chuva (posto pluviométrico) é instalado e mantido com o objetivo de obter uma série ininterrupta de dados de precipitação ao longo dos anos. Entretanto, é comum a ocorrência de problemas mecânicos ou com o operador, de modo que normalmente existem períodos sem registros das precipitações ou com falhas nas observações. Prof. Vinícius Silva 19 Precipitação Análise de dados de precipitação São comuns as falhas cuja origem é: preenchimento errado da caderneta pelo operador, constando valores absurdos de tão elevados ou com casas decimais acima da precisão do instrumento; “estimativa” de um valor para leitura, que, às vezes, é perceptível no caso do operador não poder comparecer ao local de medição – o operador repete o último valor anotado ou coloca zero, por exemplo; problemas mecânicos no sensor ou no registrador do instrumento, causado por intempéries ou até por animais ou vandalismo. Prof. Vinícius Silva 20 Precipitação Análise de dados de precipitação Enfim, é normal que as séries históricas de precipitação contenham falhas, as quais devem ser identificadas e excluídas, tornando as séries com “espaços” sem informação; Isso por que os estudos hidrológicos requerem séries contínuas de precipitação; Vale lembrar que, por exemplo, um dia com falha já incapacita o uso do valor da precipitação mensal naquele mês, dada pela soma das precipitações diárias. Prof. Vinícius Silva 21 Precipitação Análise de dados de precipitação Preenchimento de falhas Média Aritmética dos postos vizinhos (Métodos das Médias Aritméticas). o Esses dois métodos só devem ser utilizados em regiões hidrologicamente homogêneas, isto é, quando as precipitações normais anuais dos postos não diferirem entre si em mais de 10%; o Para isso devem ser consideradas séries históricas de no mínimo 30 anos. Prof. Vinícius Silva 22 Precipitação Análise de dados de precipitação Preenchimento de falhas Método da ponderação regional: o consiste em estimar a precipitação ocorrida no posto com falha considerando-a proporcional às precipitações em postos vizinhos, considerando ainda a precipitação média no próprio posto com falha; o Tal método é utilizado selecionando ao menos três postos vizinhos àquele com falha, os quais devem estar localizados em região climatologicamente semelhante ao posto com falha. Prof. Vinícius Silva 23 Precipitação Análise de dados de precipitação Preenchimento de falhas Método da ponderação regional: Onde: o Px é o valor de chuva que se deseja determinar; o Nx é a precipitação média anual do posto x ; o NA , NB e NC são, respectivamente, as precipitações médias anuais do postos vizinhos A, B e C, no mesmo período de Nx; o PA , PB e PC são, respectivamente, as precipitações observadas no instante que o posto x falhou. Prof. Vinícius Silva 24 Precipitação Análise de dados de precipitação Exemplo: Preencher a falta de dados ocorrida no mês de janeiro no ano de 1963 no posto E5-46. Totais mensais dos meses de janeiro dos postos E5-51, E5-52 e E5-47, todos vizinhos ao ponto em questão, no período de 1958- 1968, são disponíveis. Considerar o método das médias aritméticas e da ponderação regional. Prof. Vinícius Silva 25 Precipitação Análise de dados de precipitação Preenchimento de falhas Método da regressão linear: o a precipitação no posto com falhas é correlacionada estatisticamente com a precipitação em um posto vizinho com dados disponíveis, no caso da regressão simples, ou vários postos vizinhos, no caso da regressão múltipla. Prof. Vinícius Silva 26 Precipitação Precipitação média em uma bacia A precipitação média em uma bacia é entendida como sendo a lâmina de água de altura uniforme sobre toda a sua área, associada a um período de tempo (um dia, um mês, etc.); Costuma-se estimar a precipitação média em uma bacia empregando o método: aritmético, método de Thiessen; método das isoietas. Prof. Vinícius Silva 27 Precipitação Precipitação média em uma bacia Método aritmético: consiste apenas em obter a precipitação média a partir da média aritmética das precipitações nos postos seleciona: Onde: o PX, PY, PZ, PW, são as precipitações nos postos X, Y, Z e W, respectivamente; o Pm é a precipitação média na bacia. Prof. Vinícius Silva Postos com dados disponíveis para estimativa da precipitação média da bacia do exemplo. 28 Precipitação Precipitação média em uma bacia Método aritmético: Prof. Vinícius Silva 29 Precipitação Precipitação média em uma bacia Método de Thiessen: determina a precipitação média em uma bacia a partir das precipitações observadas nos postos disponíveis, incorporando um peso a cada um deles, em função de suas “áreas de influência”: Onde: o PX, PY, PZ, PW são as precipitações nos postos X, Y, Z e W, respectivamente; o AX, AY, AZ, AW são as áreas de influência dos postos X, Y, Z e W; o Pmé a precipitação média na bacia; o A é a área da bacia que, no caso, corresponde à soma das áreas AX, AY, AZ, AW. Prof. Vinícius Silva 30 Precipitação Precipitação média em uma bacia Método de Thiessen: Prof. Vinícius Silva Exemplo do traçado dos polígonos de Thiessen, para estimativa da precipitação média na bacia, com base nos dados dos postos X, Y, Z e W. 31 Precipitação Precipitação média em uma bacia Método de Thiessen: Prof. Vinícius Silva Definição dos polígonos de Thiessen e das áreas de influência dos postos X, Y, Z e W para estimativa da precipitação média na bacia do exemplo 32 Precipitação Precipitação média em uma bacia Método de Thiessen: Obs.: o Esse método incorpora, portanto, a questão da disposição espacial dos postos, relativamente à bacia, diferindo a “importância” de cada posto através da hipótese que cada um teria sua área de influência na bacia; o uma crítica a esse método é que ele não leva em conta as características do relevo, apresentando bons resultados parar terrenos levemente ondulados e também quando há uma boa densidade de postos de medição da precipitação. Prof. Vinícius Silva 33 Precipitação Precipitação média em uma bacia Método de Thiessen: Prof. Vinícius Silva 34 Precipitação Precipitação média em uma bacia Método das isoietas: Isoietas são linhas de igual precipitação, traçadas para um evento específico ou para uma determinada duração; pode-se ter um mapa com as isoietas referentes ao evento chuvoso ocorrido em tal data, ou as isoietas de precipitação mensal na bacia, com base nas séries de dados mensais disponíveis. Prof. Vinícius Silva Exemplo de isoietas mensais, com valores em mm 35 Precipitação Precipitação média em uma bacia Método das isoietas: calculam-se as áreas parciais contidas entre duas isoietas sucessivas; Calcula-se a precipitação média em cada área parcial, ou seja, a precipitação média entre duas isoietas que definem tal área. Prof. Vinícius Silva 36 Precipitação Precipitação média em uma bacia Método das isoietas: calculam-se as áreas parciais contidas entre duas isoietas sucessivas; Calcula-se a precipitação média em cada área parcial, ou seja, a precipitação média entre duas isoietas que definem tal área. Prof. Vinícius Silva 37 Precipitação Precipitação média em uma bacia Método das isoietas: Exemplo: calcular a precipitação média da bacia da figura a seguir. Prof. Vinícius Silva 38 Precipitação Precipitação média em uma bacia Método das isoietas: Prof. Vinícius Silva 39 Precipitação Frequência de Totais Precipitados As dimensões de um projeto de obras hidráulica são determinadas em função de considerações de ordem econômica, ou seja, construir uma barragem esta ligado a necessidade da quantidade de energia a ser gerada que por sua vez determina a dimensão da mesma; Para que a estrutura não venha a falhar durante a sua vida útil é necessário, então, se conhecer os risco de engenharia que estão ali incutidos; Para isso analisam-se estatisticamente as observações realizadas nos postos hidrométricos, verificando-se com que frequência elas assumiram cada magnitude; Prof. Vinícius Silva 40 Precipitação Frequência de Totais Precipitados Em seguida, pode-se avaliar as probabilidades teóricas que pressupõe que a obra seja feita dentro de margens seguras; O objetivo deste estudo é, portanto, associar a magnitude do evento com a sua frequência de ocorrência; Isto é básicopara o dimensionamento de estruturas hidráulicas em função da segurança que as mesmas devam ter. Prof. Vinícius Silva 41 Precipitação Frequência de Totais Precipitados A frequência pode ser definida por: razão entre o número de ocorrências pelo número de observações; A análise de frequência consiste na avaliação, a partir de uma série de dados homogêneos, do número de vezes que o evento observado supera ou é menor que determinado valor de referência; A frequência é uma estimativa da probabilidade e, de um modo geral, será mais utilizada quanto maior for o número de ocorrência. Prof. Vinícius Silva 42 Precipitação Frequência de Totais Precipitados A frequência com que foi igualado ou superado um evento de ordem m em um conjunto de N amostras pode ser dada por: Onde: M ordem do evento; N Numero de eventos observados Prof. Vinícius Silva 43 Precipitação Frequência de Totais Precipitados Para se estimar a frequência para os valores máximos, os dados observados devem ser classificados em ordem decrescente e a cada um atribui-se o seu número de ordem; Para valores mínimos, fazer o inverso. Prof. Vinícius Silva 44 Precipitação Período de retorno e frequência e Risco: Período de retorno (T): Período de tempo médio que um determinado evento hidrológico é igualado ou superado pelo menos uma vez; Pode ser definido também como o inverso da frequência: “É um parâmetro fundamental para a avaliação e projeto de sistemas hídricos, como reservatórios, canais, vertedores, bueiros, galerias de águas pluviais, etc” (Righeto, 1998). Prof. Vinícius Silva 45 Precipitação Período de retorno e frequência e Risco: Período de retorno (T): Período de tempo médio que um determinado evento hidrológico é igualado ou superado pelo menos uma vez; Para estabelecer o período de retorno é recomendado: Bom senso; Custos das obras; Prejuízos finais Prof. Vinícius Silva 46 Precipitação Período de retorno e frequência e Risco: Período de retorno (T): Exemplo: o Se uma cheia é igualada ou excedida em média a cada 100 anos, ela terá um período de retorno T = 100 anos; o Isso não quer dizer que este evento ocorrerá regularmente a cada 100 anos, já que se trata de uma probabilidade, e sim que essa cheia tem 1% de probabilidade de ser igualada ou excedida em qualquer ano . Prof. Vinícius Silva 47 Precipitação Período de retorno e frequência e Risco: Período de retorno (T): Exemplo: o Inversamente, a probabilidade do evento NÃO ser igualado ou de não ocorrer é: o Ou seja, a probabilidade de não ocorrer é 1- 0,01, ou seja, 0,99 (99%); o Como cada evento hidrológico é considerado independente, a probabilidade de não ocorrer para “n” anos é: Prof. Vinícius Silva 48 Precipitação Período de retorno e frequência e Risco: Risco: Dentro deste estudo, uma outra possibilidade a considerar é a de que um certo fenômeno se repita ou não com certa intensidade pelo menos uma vez, porém dentro de N anos; Esse tipo de estudo é particularmente importante quando se analisam eventos (chuvas máximas, enchentes, etc.) para dimensionamento de estruturas hidráulicas de proteção; A escolha do Período de Retorno deverá ser precedida de um estudo do risco associado aos danos provocados por um evento hidrológico superior ao de projeto durante a vida útil da obra. Prof. Vinícius Silva 49 Precipitação Período de retorno e frequência e Risco: Risco: Como cada evento hidrológico é considerado independente, a probabilidade de não ocorrer para “n” anos é: A probabilidade complementar de exceder uma vez em “n” anos será: Prof. Vinícius Silva 50 Precipitação Período de retorno e frequência e Risco: Risco: Conforme Righetto, 1998, a probabilidade de ocorrência de um evento que ponha em risco a obra e todo o sistema fluvial a jusante de uma barragem ao longo de um período de “n” anos de utilização das instalações ou vida útil, é definida como risco “R” é expressa por: Onde: o R= risco (entre zero e 1) ; o T= período de retorno (anos); o n= número de anos de utilização das instalações ou vida útil; Prof. Vinícius Silva 51 Precipitação Período de retorno e frequência e Risco: Risco: Prof. Vinícius Silva Risco em função da vida útil e do período de retorno 52 Precipitação Período de retorno e frequência e Risco: Exemplo: Uma precipitação elevada tem um tempo de recorrência de 5 anos: o Qual a sua probabilidade de ocorrência no próximo ano? o Qual a probabilidade de não ocorrência no próximo ano? P=1-1/5 0,8 80=% Prof. Vinícius Silva 53 Precipitação Período de retorno e frequência e Risco: Exemplo: Uma precipitação elevada tem um tempo de recorrência de 5 anos: o Qual a sua probabilidade de não ocorrência nos próximos dois anos P=(1-1/5)² 0,64 64,0% Qual a sua probabilidade de ocorrência nos próximos dois anos, ou seja, qual o risco do evento? 1 - (1 - 0,20)³ 0,36 36% Prof. Vinícius Silva 54 Precipitação Período de retorno e frequência e Risco: Exemplo: Uma precipitação elevada tem um tempo de recorrência de 5 anos: o Qual a sua probabilidade de não ocorrência nos próximos três anos P=(1-1/5)³ 0,512 51,2% Qual a sua probabilidade de ocorrência nos próximos três anos, ou seja, qual o risco do evento? 1 - (1 - 0,20)³ 0,488 48,8% Prof. Vinícius Silva 55 Precipitação Período de retorno e frequência e Risco: Exemplo (para fazer em sala): Qual é o risco de ocorrer chuva superior à crítica, nos próximos 5 anos sendo que foi considerado o período de retorno de 2 anos? Prof. Vinícius Silva 56 Precipitação Desvio Padrão Desvio padrão: é uma medida que expressa o grau de dispersão de um conjunto de dados. Ou seja, o desvio padrão indica o quanto um conjunto de dados é uniforme. Quanto mais próximo de 0 for o desvio padrão, mais homogêneo são os dados. Onde: xi: valor na posição i no conjunto de dados MA: média aritmética dos dados n: quantidade de dados Prof. Vinícius Silva 57 Precipitação Desvio Padrão Exemplo: Em uma equipe de remo os atletas possuem as seguintes alturas: 1,55m ; 1,75m e 1,80m. Qual é o valor da média e do desvio padrão da altura desta equipe? Cálculo da média, sendo n = 3; Cálculo do desvio padrão Prof. Vinícius Silva 58 Precipitação Séries Históricas: As séries originais possuem todos os dados registrados; Série de máximos anuais: Série de eventos extremos de maior interesse, valor máximo do evento em cada ano, selecionado e ordenado em uma série de amostras; Ignora o 2o, 3o, etc., maiores eventos de um ano que por sua vez podem até superar o valor máximo de outros anos da série. série parcial: Estudos, em que apenas interessam valores superiores a um certo nível, o qual se toma um valor de precipitação intensa como valor base e assim ordena-se todos os valores superiores numa série. Prof. Vinícius Silva 59 Precipitação Séries Históricas: As séries originais possuem todos os dados registrados; séries de totais anuais: são somadas todas as precipitações ocorridas durante o ano em determinado posto pluviométrico. Prof. Vinícius Silva 60 Precipitação Séries Históricas: Ex.: precipitação diária: 30 anos de observação. série original: 30 * 365 = 10.950 valores; série anual: 30 valores (máximos ou mínimos); série parcial: deve-se estabelecer um valor de referência: precipitações acima de 50 mm/dia; série constituída dos n (número de anos) maiores valores (máx.) ou menores (min) valores. Prof. Vinícius Silva 61 Precipitação Frequência versus Valor A distribuição geral que associa a frequência a um valor (magnitude) é atribuída a Ven te Chow: Onde: o PT = valor da variável (precipitação) associado à frequência T; o P = média aritmética da amostra; o S = desvio padrão da amostra; e o KT = coeficiente de frequência. É função de dois fatores: T e da distribuição de probabilidade. Prof. Vinícius Silva 62 Precipitação Frequência versus Valor Em se tratando de séries de totais anuais, é comum se utilizar a distribuição de Gauss (normal); para séries de valores extremos anuais, a distribuição de Gumbel fornece melhores resultados e é de uso generalizado em hidrologia.. Prof. Vinícius Silva 63 Precipitação Frequência versus Valor Distribuição Normal ou de Gauss É uma distribuição simétrica, sendo empregada para condições aleatórias como as precipitações totais anuais; Ao contrário, as precipitações máximas e mínimas seguem distribuições assimétricas. Prof. Vinícius Silva 64 Precipitação Frequência versus Valor Distribuição Normal ou de Gauss Para uma variável aleatória contínua, a probabilidade é dada pela área abaixo da curva da função; Prof. Vinícius Silva 65 Precipitação Frequência versus Valor Distribuição Normal ou de Gauss Na função: temos que: Prof. Vinícius Silva 66 Precipitação Frequência versus Valor Distribuição Normal ou de Gauss Como a integração da função f(x) é trabalhosa, usa-se valores da integração que já se encontram tabelados: Para que seja possível o uso de apenas uma tabela, utiliza-se o artifício de se transformar a distribuição normal, obtendo-se a distribuição normal padrão ou reduzida: Prof. Vinícius Silva 67 Precipitação Frequência versus Valor Distribuição Normal ou de Gauss OBS: o Esta integral não tem solução analítica. Para seu cálculo pode-se utilizar tabelas estatísticas que fornece P(z). o A função probabilidade é tabelada para associar a variável reduzida e frequência; o Na distribuição normal se trabalha com valores ordenados na ordem crescente; Prof. Vinícius Silva 68 Precipitação Frequência versus Valor Distribuição Normal ou de Gauss Prof. Vinícius Silva 69 Precipitação Frequência versus Valor Distribuição Normal ou de Gauss Prof. Vinícius Silva 70 Precipitação Frequência versus Valor Distribuição Normal ou de Gauss Problemas: o a) conhecida a frequência, estimar o valor da variável a ela associada; e o b) conhecido o valor, estimar a frequência e/ tempo de retorno. Prof. Vinícius Silva 71 Precipitação Frequência versus Valor Distribuição Normal ou de Gauss Exemplo: O quadro ao lado apresenta os totais anuais precipitados em Curitiba no período de 1949- 1963. a) Qual a estimativa da probabilidade e do tempo de recorrência de se ter uma precipitação total inferior a 1000 mm em um ano qualquer? b) Determinar a precipitação que ocorrerá pelo menos uma vez a cada 100 anos. Prof. Vinícius Silva 72 Precipitação Frequência versus Valor Distribuição Normal ou de Gauss Prof. Vinícius Silva 73 Precipitação Frequência versus Valor Distribuição Normal ou de Gauss Prof. Vinícius Silva 74 Precipitação Frequência versus Valor Distribuição Normal ou de Gauss Exemplo: Calcular pelo método analítico (Distribuição Normal): a) A precipitação anual máxima e mínima para o período de retorno de 100 anos. b) O período de retorno para a precipitação anual de 500 milímetros. Prof. Vinícius Silva 75 Precipitação Frequência versus Valor Distribuição de Gumbel Também conhecida como distribuição de eventos extremos ou de Ficher- Tippett e é aplicada a eventos extremos, em séries anuais; Quando for de interesse estudar os valores máximos prováveis de um fenômeno, a série anual deve conter os valores máximos observados em cada ano, ordenados no sentido decrescente, que é o caso das precipitações e vazões máximas; Quando for de interesse estudar os valores mínimos prováveis de um fenômeno, a série deverá conter os valores mínimos de cada ano, ordenados de forma crescente; este é o caso das vazões mínimas. Prof. Vinícius Silva 76 Precipitação Frequência versus Valor Distribuição de Gumbel Esta distribuição assume que os valores de X são limitados apenas no sentido positivo; a parte superior da distribuição X, ou seja, a parte que trata dos valores máximos menos frequentes é do tipo exponencial, a função tem a seguinte forma: P’, a probabilidade de que o valor extremo seja igual ou superior a um certo valor XT. (1 – P’), será a probabilidade de que o valor extremo seja inferior a XT. Prof. Vinícius Silva 77 Precipitação Frequência versus Valor Distribuição de Gumbel γ é a variável reduzida da distribuição Gumbel. O período de retorno do valor XT, ou seja, o número de anos necessários para que o valor máximo iguale ou supere XT é obtido por: Prof. Vinícius Silva 78 Precipitação Frequência versus Valor Distribuição de Gumbel Como: Temos que: Prof. Vinícius Silva 79 Precipitação Frequência versus Valor Distribuição de Gumbel A probabilidade de não acontecer uma certa precipitação ou vazão é dada por Como: Temos que: Prof. Vinícius Silva (1 – P’) 1-( ) 80 Precipitação Frequência versus Valor Distribuição de Gumbel Empregando-se esta distribuição, as frequências teóricas podem ser calculadas a partir da média e o desvio padrão da série de valores máximos, temos que: em que: o X = é o valor extremo com período de retorno T; o X= é a média dos valores extremos; o Sx= desvio padrão dos valores extremos; o n = número de valores extremos da série; o γ = variável reduzida; o γ n= média da variável reduzida com n valores extremos; e o Sn= desvio padrão da variável γ. Prof. Vinícius Silva 81 Precipitação Frequência versus Valor Distribuição de Gumbel Quando n é muito grande tem- se: γn = 0,5772 e Sn= 1,2826. Estes valores são tabelados e apresentados a seguir. Prof. Vinícius Silva 82 Precipitação Frequência versus Valor Distribuição de Gumbel Exemplo: Para a série de precipitações máximas anuais indicadas na Tabela 03, estimar as precipitações máximas anuais associadas aos períodos de retorno 50 e 100 anos. Prof. Vinícius Silva 83 Precipitação Prof. Vinícius Silva 84 Precipitação Frequência versus Valor Distribuição de Gumbel Prof. Vinícius Silva 85 Precipitação Frequência versus Valor Distribuição de Gumbel Exemplo: Calcular a vazão de 10 anos de período de retorno do Rio do Peixe Prof. Vinícius Silva 86 Precipitação Limite de confiança O limite de confiança da amostra xT, de acordo com Subramanya, 2008, é dado por: O valor f(c) é obtido na Tabela conforme a escolha da probabilidade de confiança desejada. Prof. Vinícius Silva 87 Precipitação Limite de confiança O valor de Se é obtido da seguinte maneira: Sendo: Se= erro provável; σ= desvio padrão da amostra; N= número de amostras; b= fornecido pela equação: Prof. Vinícius Silva 88 Precipitação Limite de confiança Exemplo: Usando os dados de N=58 anos de precipitações máximas de Guarulhos,achar a precipitação máxima par Tr=100anos usando o Método de Gumbel e o intervalo de confiança para 95% de probabilidade a precipitação máxima diaria para Guarulhos. Dados: Período de retorno desejado: Tr=T= 100 anos; Média da amostra: Xm= 75,08mm; Desvio padrão da amostra: σ= 23,29mm Prof. Vinícius Silva 89 Precipitação Limite de confiança Calculo da precipitação: Conforme tabela, para n=58 anos yn= 0,5515; Sn= 1,1721; Prof. Vinícius Silva 90 Precipitação Limite de confiança Calculo da confiança: Prof. Vinícius Silva 91 Precipitação Limite de confiança Calculo da confiança: Prof. Vinícius Silva 92 Precipitação Frequências de precipitações intensas de curta duração (Análise das Chuvas Intensas) Para projetos de obras hidráulicas, tais como vertedores de barragens, sistemas de drenagem, galerias pluviais, dimensionamento de bueiros, conservação de solos, etc., é de fundamental importância se conhecer as grandezas que caracterizam as precipitações máximas: intensidade, duração e frequência; A precipitação máxima é entendida como a ocorrência extrema, com determinada duração, distribuição temporal e espacial crítica para uma área ou bacia hidrográfica. Prof. Vinícius Silva 93 Precipitação Frequências de precipitações intensas de curta duração (Análise das Chuvas Intensas) A precipitação tem efeito direto sobre a erosão do solo, em inundações em áreas urbanas e rurais, obras hidráulicas, entre outras. O estudo das precipitações máximas é um dos caminhos para conhecer-se a vazão de enchente de uma bacia. Prof. Vinícius Silva 94 Precipitação Frequências de precipitações intensas de curta duração (Análise das Chuvas Intensas) Em geral, As equações de chuva intensa podem ser expressas matematicamente por equações da seguinte forma: Em que: i é a intensidade máxima média para a duração t, b; e X e c são parâmetros a determinar. Prof. Vinícius Silva 95 Precipitação Frequências de precipitações intensas de curta duração (Análise das Chuvas Intensas) Em geral, as distribuições de valores extremos de grandezas hidrológicas, como a chuva e vazão, ajustam-se satisfatoriamente à distribuição de Gumbel: Onde: P = probabilidade de um valor extremo X ser maior ou igual a um dado valor x; T = período de retorno; y = variável reduzida de Gumbel. Prof. Vinícius Silva 96 Precipitação Frequências de precipitações intensas de curta duração (Análise das Chuvas Intensas) Logo: que substituída na equação anterior: Onde: Prof. Vinícius Silva 97 Precipitação Frequências de precipitações intensas de curta duração (Análise das Chuvas Intensas) Onde: c – coeficiente angular das retas; a – espaçamento das curvas para vários T. K – determina a posição vertical das linhas. b - valor constante que deve ser adicionado aos valores de t para que o conjunto de linhas levemente curvadas reto no papel bi logarítmico. Os ajustes dos parâmetros podem ser feitos por regressões não lineares. Alguns autores, como otto pafsteter possuem já parâmetros bem definidos para utilização na determinação de intensidade de chuvas Prof. Vinícius Silva 98 Precipitação Frequências de precipitações intensas de curta duração (Análise das Chuvas Intensas) Prof. Vinícius Silva 99 Precipitação Frequências de precipitações intensas de curta duração (Análise das Chuvas Intensas) Prof. Vinícius Silva 100 Parâmetros (K , a, b e c) da equação de intensidade-duração-frequência ajustados por regressão linear e por regressão não linear para algumas estações localizadas no estado do Piauí Precipitação Frequências de precipitações intensas de curta duração (Análise das Chuvas Intensas) Gráfico Intensidade-duração-frequência. Prof. Vinícius Silva 101 Precipitação Frequências de precipitações intensas de curta duração (Análise das Chuvas Intensas) Gráfico Intensidade-duração-frequência. Prof. Vinícius Silva 102 Intensidades máximas estimadas com parâmetros ajustados por regressão linear e por regressão não linear para duração de 10, 30, 60, 720 e 1440 minutos e período de retorno de 10 anos Precipitação Frequências de precipitações intensas de curta duração (Análise das Chuvas Intensas) Equações Intensidade-duração-freqüência Prof. Vinícius Silva 103 Precipitação Frequências de precipitações intensas de curta duração (Análise das Chuvas Intensas) Obras hidráulicas e Tr Prof. Vinícius Silva 104 Precipitação Frequências de precipitações intensas de curta duração (Análise das Chuvas Intensas) Obras hidráulicas e Tr Prof. Vinícius Silva 105 Fim Obrigado!! Prof. Vinícius Silva 106
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