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Exclusão da ilicitude: Legítima defesa X Estado de necessidade

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Legitima defesa X Estado de necessidade
	Repulsa ao ataque 
	Conflito de bens
	Há o ataque
	Há o perigo
	A agressão resulta de uma conduta humana
	O perigo pode não resultar de uma conduta humana
	A agressão tem que ser injusta
	A agressão não precisa ser injusta
	Só uma pessoa tem razão
	Todos tem razão
	P. da justiça
	P. da ponderação dos bens
Artigo 23- Exclusão da ilicitude 
Requisitos: Subjetivos (sentimento, vontade, intenção do sujeito) e objetivos (quem pratica o ato para salvar de perigo)
Artigo 24- Estado de necessidade 
É o confronto entre dois bem jurídicos, pelo princípio da razoabilidade um vai preponderar sobre o outro. Dois bens em conflito. A intenção é salvar-se de uma situação de perigo.
Vida X Patrimônio -> Vida vale mais.
Teoria Unitária: bem sacrificado de igual ou menor valor do que o salvo.
Teoria Diferenciadora: justificante (bem sacrificado de menor valor) X excluperante ( bem sacrificado ou igual ou menor valor do que o salvo)
A sua casa esta pegando fogo. A sua sogra dorme em um quarto e o seu cachorro no outro. Você tem que salvar sua sogra, mesmo que você prefira o seu cachorro e odeie ela. CASO você salve o cachorro, responderá pela morte da sogra. Deve- se sempre escolher a vida, independente de quem seja. Se tiverem duas vidas humanas, você pode escolher uma das duas, pois a vida é igual para todos e tem o mesmo valor. A vida tem mais valor que qualquer patrimônio, sendo um cachorro considerado patrimônio. TEORIA UNITÁRIA.
- É possível estado de necessidade para salvar tudo meu, mas de terceiro também (em uma situação de perigo). Ex: A barca afunda e você vê duas pessoas brigando por bote, e você (que está de fora) empurra uma para salvar a outra. As duas estão em estado de perigo e a vida é um bem indisponível. 
-Bens disponíveis: podemos dispor. Pode jogar o telefone na parede, bater o carro, ou qualquer outro patrimônio. Até mesmo a honra, como exemplo os famosos que dispõe na sua honra quando fazem fofoca sobre eles mesmos para aparecerem nas mídias. 
Bens indisponíveis: não podemos dispor. Ex: vida (por isso a eutanásia é proibida, se fizer, responde por homicídio), lesão corporal grave e gravíssima (tatuagem, piercing não contam, pois são simples)
-Só se pode intervir em direito alheio caso se trate de um bem indisponível. Ex: Você mora em um condomínio de casas geminadas e a casa 1 começa a pegar fogo, porem você mora na 3. O fogo esta chegando à casa 2 que esta vazia, sem ninguém. Então você não pode entrar nela e quebrá-la para evitar que o fogo chegue à sua casa, pois você não tem autorização, tem que chamar o bombeiro. Agora, vamos supor que tenha uma idosa na casa, você poderia entrar SIM na casa 2 para salva-la pois a vida é mais importante que o patrimônio (a casa). Se fossem dois cachorros, ainda sim teria que ter autorização do dono, pois não se trata de um bem indisponível. 
-> Hipóteses do estado de necessidade:
1) Quando a titularidade pode ser própria (minha vida esta em perigo) ou de terceiro (pensar em quem vai salvar, ex: os médicos de plantão escolhem um deles para cuidar de determinada situação)
2)Quanto os aspectos subjetivos: real (quando realmente existe a situação de perigo) ou putativa (não existe, esta apenas na cabeça da pessoa)
3) Quando ao 3º que sofre a ofensa: defensivo ou agressivo. 
Ex: Se você deu causa a situação de perigo e você quer fugir pela mesma porta que todos, as pessoas não vão querer te deixar passar, então é estado defensivo; mas as pessoas (vítimas) estão em estado de necessidade agressivo, pois todas são inocentes e querem se salvar. 
Obs: Não pode haver o excesso. Você não pode afogar outra pessoa caso veja o salva vidas chegando!!!! Se isso acontecer e você não tiver visto o socorro, aconteceu culposamente. O único excesso permitido é no erro de proibição. 
Art 24 parágrafo 1 e 2: razoabilidade / ponderação de bens (ver sempre o que é mais importante) e garantidor esta dentro do estado da situação de perigo.
Artigo 25- Legítima defesa
É o ato de se defender quando agredido. É instintivo. O estado não tem como dar conta da segurança de todos o tempo todo então a lei permite que a pessoa se defenda. Trabalha com a agressão ou quando esta prestes a ser agredida, porém só vale a agressão humana (só ele agride). 
Ex: Se um animal do nada te agredir, a pessoa vai revidar em estado de necessidade. Se o humano provocar o animal a atacar é uma agressão humana, pois nesse caso o animal está funcionando como uma arma e você vai se defender, então nesse caso é legítima defesa. 
*Princípio da justiça: estupro, se analisado pelo estado de necessidade, não poderia matar o estuprador pois a honra da vítima não é mais importante que a vida dele. Porém é analisado pela Legitima defesa pois é uma agressão injusta. 
-Deve-se usar moderadamente dos meios necessários (o que esta ao seu alcance, faca, tesoura, abajour...). A lei so autoriza agir enquanto persistir a agressão injusta. 
- A agressão esta prestes a acontecer. 
- LD própria ou de terceiro (pode intervir se agredir outra pessoa- bem disponível com autorização do titular) 
- LD real ou putativa. A putativa é aquela que não existe de verdade, está apenas na imaginação Pode ser por erro de tipo (exclui a tipicidade) ou erro de proibição (exclui a culpabilidade). A real (art 23) exclui a ilicitude. 
-> Espécies da legítima defesa:
1) Própria ou de terceiros
2) Real (existe de verdade) ou putativa (se imagina na LD) 
Exclui a ilicitude 
 Por erro de tipo: exclui a tipicidade. 
 Por erro de proibição: exclui a culpabilidade. Quando agente pensa que existe uma causa justificante e na verdade não existe. Quando o agente pensa que o excesso esta autorizado por lei. Interpreta a lei de maneira incorreta.
Erro de tipo (putativa- não deu pra colocar bonitinho): desconhecimento de fato.
3) Sucessiva: Trata-se de uma reação contra o excesso. A vítima inicialmente ao revidar a injusta agressão, se excede, autorizando agora o agressor inicial a revidar em LD.
Ex: A quer matar B (homicídio doloso). A dispara contra B e B arranca a arma. B dispara contra A (LD). A caiu (acabou a LD). B continua atirando (agressão injusta). A ta sendo agredido injustamente. A pega a faca e arremessa contra B e a mata. Isso foi morte em LD. Ld real. B morreu. A responde pela tentativa de homicídio doloso e não responde pela LD.
4) Recíproca: Real X real -> ambos estão prestes a sofrer uma agressão injusta, ocasionando no duelo. Putativa X real -> você esta parado no ponto e vem uma pessoa e coloca a mão em você (você pensa que vai ser assaltada mas ela só vai pegar a carteira dele no bolso dele. 
5)Antecipada: Exclui a inexigibilidade de conduta diversa, um dos elementos da culpabilidade.
Ex: Um traficante era chefe da boca há anos e fazia as regras deles e todos tinham que respeitar. Uma dessas regras era que quando a menina completava 14 anos (ele achava que depois dessa idade não era estupro) ele tirava a virgindade dela. A filha de um dos moradores tava com quase 14 e o traficante provocava o pai dela. Dias antes de a menina completar 14 anos, o pai mata o traficante e é preso por homicídio doloso. Mas depois foi solto por legitima defesa antecipada, pois era certo de acontecer o fato temido, pois já havia acontecido anteriormente. 
6) Subjetiva: esculpante -> afasta a culpabilidade pelo erro de proibição. Achava que era permitido por lei (pensava que o excesso era permitido por lei); interpreta a lei de maneira errada. 
Erro de proibição 
O agente interpreta a lei de maneira incorreta. Falta de consciência da ilicitude (questão cultural) mais/e a incapacidade de ter adquirido tal compreensão do fato (falta de conhecimento).Um lavradornão tem o mesmo conhecimento que um ministro do STF. Tudo deve ser levado em conta (cultura, condições...) na hora da decisão do juiz. 
Direto: se não conhece não tem como saber; ninguém conhece tudo. 
a)Invisível, escusável, inevitável ( art 21 1ª parte) É ISENTA DE PENA.
Quando o agente, tendo em vista suas condições penais, circunstancias do fato, não tinha com ter consciência da licitude.
b) Vencível, inescusável, evitável ( art 21 2ª parte)ATENUA A PENA.
Quando o agente tinha condições de ter consciência da licitude. Poderia ter evitado, dava pra buscar informação. 
Indireto (também chamado de erro de permissão): acha que pode matar a pessoa só porque ela te assaltou. Recai sobre as causas justificantes (justificam a conduta) ; o agente descobre os limites jurídicos de uma causa justificante. 
 
Erro de tipo
Quanto a realidade; percepção fática. Você conhece a lei, mas não consegue aplicar na realidade. Visão errada da realidade fática. 
-Permissivo: Art 20 parágrafo 1ª discriminantes putativas, art 20
- Incriminador 
1) Essencial: exclui o dolo; o agente não quer praticar o crime mas ele erra; pega algo de alguém sem ver, entra em algum lugar que não é seu. 
-Inevitável, escusável, invencível -> exclui o dolo e a culpa 
Ex: Homem maior de 30 anos estava em boate para adultos e conheceu uma menina que aparentava ser adulta, tinha papo de adulta e eles tiveram relações sexuais. E depois disso ele descobriu que ela era menor, ou seja, estupro de vulnerável, pois ela tinha 13 anos. Nesse caso não tinha como ele evitar, não tinha como imaginar que ela era menor. Erro de tipo incriminador essencial inevitável.
-Evitável, inescusável, vencível -> exclui o dolo, mas pune por culpa se houver previsão legal -> poderia ser evitado
2) Acidental: quer praticar o crime, com dolo, só que o cara é sem mira e erra na hora de praticar o crime. Erro que se da na conduta, erra no momento da execução. Responde pelo crime praticado. Tem o dolo. 
-Sobre o objeto (error in objeto): quer roubar todos os quadros verdadeiros de uma casa e sem querer rouba os falsos.
-Sobre a pessoa (error in persona – art 20 paraf.3º): confusão mental e você acabam confundindo uma pessoa com a outra. Responde pela vitima que você pretendia atingir.
-Erro na execução (abenatio ictus- art 73): Não confunde a pessoa. Na hora de dar o tiro erra, e da na pessoa errada, na pessoa que você não queria. Responde pela vitima que você pretendia atingir.
- Resultado diverso do pretendido (aberratio criminis- art 74): objeto X pessoa. Quer assaltar uma joalheria, e você taca uma pedra nela. Só que embaixo da janela que você jogou tinha uma pessoa e você a atinge. Você tinha o dolo de assaltar a joalheria, mas não queria machucar ninguém (culposa).

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