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+ Síndrome Geriátrica: Osteoporose e Sarcopenia Disciplina de Nutrição em Geriatria Faculdade Ciência da Saúde – UNIVAP Profa. Dra. Patrícia de Souza Genaro Galvão + Osteoporose + + Definição da Osteoporose n A redução da massa óssea, associada a um desarranjo da microarquitetura do osso, que resulta em maior fragilidade óssea e risco aumentado de fraturas” OMS, 2001 + Epidemiologia Países desenvolvidos n 50% das mulheres n 20% dos homens n Nas mulheres, o risco de ter fratura de quadril é 1 em 6 n Afeta mais de 20 milhões de norte-americanos/ano. n Estima-se que gere um custo total anual – em decorrência das fraturas - de 20 bilhões de dólares nos EUA e 30 bilhões de dólares na União Européia. idade acima de 50 anos + Epidemiologia n No Brasil, há cerca de 10 milhões de pessoas com osteoporose, dos quais, apenas 20% recebe alguma forma de tratamento. n Cerca de 2,4 milhões de indivíduos apresentam algum tipo de fratura anualmente e quase 100.000 são fraturas de fêmur. n Destes pacientes, 200.000 morrerão por fatores que são resultados direto de fraturas. n Estima-se que nos próximos 50 anos, o número de fraturas de fêmur, para ambos os sexos, dobrará e uma de quatro fraturas de fêmur, no mundo, ocorrerá na América Latina. (Sociedade Brasileira de Osteoporose, 2004) + Fatores de risco n Sexo n Raça n Idade n Menopausa precose, n Hormônio do crescimento, n Momento em que ocorre a puberdade, n Baixa ingestão de cálcio n Hipovitaminose D n Sedentarismo + Fatores de risco n Hipertireoidismo n Hipogonadismo n Hiperparatireoidismo n Imobilização prolongada n Cigarro n Abuso de bebidas alcoólicas n Uso de Glicocorticóides n Quedas freqüentes + Os fatores genéticos n São responsáveis por até 80% da densidade de massa óssea. n Especialmente pelo alelo receptor da vitamina D n Genes para o colágeno 1A1 n Receptor de estrogênio e fator de crescimento tipo-insulina 1 e sua proteína ligadora. + Causas Osteoporose por deficiência de estrogênio no período pós- menopausa n A reabsorção acelerada do osso decorrente da escassez de estrogênio cause supressão do hormônio paratireoideano, reduzindo a formação de 1,25-diidroxivitamina D e diminuindo a absorção de cálcio pelo intestino. Osteoporose senil n Ocorre diminuição do potencial replicativo e biossintético dos osteoblastos juntamente à perda da potência biológica das proteínas ligadas à matriz extracelular (fatores de crescimento). Há ainda diminuição da atividade replicativa das células osteoprogenitoras. + Pico de Massa Óssea A densidade óssea em adultos e a presença de osteoporose, depende da obtenção de massa obtida ao longo da vida. + Fisiopatologia n Durante a vida adulta, ocorrem ciclos equilibrados de reabsorção óssea seguidos de formação óssea. n Quando ocorre um desequilíbrio entre a atividade dos osteoblastos e dos osteoclastos - isto é, do remodelamento ósseo -, favorecendo a reabsorção óssea, desenvolve-se a osteoporose. + Osso normal + Osso com osteoporse + Ativação celular + Acometimento Os locais mais frequentemente acometidos compreendem: n Vértebras n Porção distal do rádio n Osso do quadril (colo do fêmur) n Costelas n Úmero + Fratura de coluna n Os locais mais acometidos por fraturas de coluna, são as regiões torácicas médias e baixas e lombares superiores + Fratura de quadril n As fraturas mais perigosas são a de quadril. n Estão associadas ainda a maior incidência de tromboembolismo pulmonar e infecções hospitalares, diminuindo a taxa de sobrevida e aumento dos cuidados de enfermagem domiciliar. + Diagnóstico n O diagnóstico é baseado na quantificação de massa óssea n A absormetria de dupla emissão com raios X (DXA) n O método com melhor relação eficácia/efetividade, custo/ benefício , boa acurácia, reprodutível e não-invasivo. n Possui ainda baixa radiação, sendo, portanto o método de avaliação mais utilizado atualmente. + Exame de densitometria óssea + Classificação da osteoporse n Foi proposta pela OMS uma estratificação da osteoporose, baseada em: n T escore: número de desvios padrões pelo qual a densidade óssea do paciente difere do pico de densidade óssea de indivíduos do mesmo sexo e etnia. n Diminuição da densidade mineral óssea: -1 = Normal -1 a -2,5 = osteopenia (baixa massa óssea) < -2,5 = osteoporose Presença de fratura por queda da própria altura + Dietoterapia na osteoporose ü Cálcio ü Vitamina D ü Proteína ü Cloreto de Sódio ü Vitamina K ü Vitamina A ü Magnésio + Cálcio 1000 g de cálcio 99% esqueleto 1% fluídos extracelulares e tecidos + Excreção renal excesso de proteínas e sal Fatores dietéticos e absorção de cálcio Absorção Intestinal Fracionamento Forma do sal de cálcio ex: citrato > carbonato Absorção Intestinal Fibras, fitatos, oxalato ex: brocoli, espinafre + 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1 a 3 4 a 8 9 a 13 14 a 18 19 a 30 31 a 50 51 a 70 >70 idade (anos) DRI Masculino Feminino m g/ d Ingestão de cálcio ajustada da população americana CSFII – Nusser e cols, 1996 + Consumo de cálcio da população Brasileira segundo regiões Regiões Consumo de cálcio (mg/dia) Sul 399,4 (253,6) Sudeste 404,7 (239,0) Centro Oeste 434,6 (256,2) Nordeste 410,9 (246,8) Norte 417,7 (268,0) Pinheiro [resumo] + Perda Massa Óssea Risco de Fraturas Suplementação de Cálcio Cumming RG Dawson-Hughes B Nordin BEC Heaney R Chapuy MC Reid IR Recker R Weaver CM Cálcio + Biodisponibilidade de cálcio dos alimentos Alimento Porção Cálcio (mg) % cálcio absorvido Absorção estimada (mg) Porções necessarias = 1 copo leite Leite 1 copo gde 300 32 96 1 Queijo 1 fatia media 303 32 97 1 Tofu 1/2 copo 258 31 80 1.2 Couve 1/2 copo coz 61 49 30 3.2 Brocoli 1/2 copo coz 35 61 22 4.5 Espinafre 1/2 copo coz 115 5 6 16.3 + Induz aumento PTH acelera perda massa óssea Osteoporose Vitamina D Insuficiência de vitamina D + Níveis séricos de vitamina D suficientes para manter PTH adequado 25(OH) D sérica Autores nmol/l ng/ml Chapuy e cols, 97 75-80 30-32 Thomas e cols, 98 65-70 26-30 Malabanan e cols, 98 50 20 McKeena & Freaney, 98 70-75 28-30 Meunier PJ, Vitamin D Insufficiency. Nutritional Aspects of Osteoporsis, 2001 + Quanto ingerir de vitamina D? As recomendações mudaram: • 0 a 70 anos – 600UI – 56,2 nmol/L • > 71 anos – 800 UI – 74,9 noml L + Suplementação de Vitamina D e prevenção de fraturas - Estudo Meta-Análise Bischoff- Ferrari HA et al, JAMA 2005 Dose diária de 700 a 800 UI 26% risco de fratura quadril (RR 0,74; 95% IC 0,61-0,88) 23% risco de fraturas não vertebrais (RR 0,77; 95% IC 0,68-0,87) Dose diária 400 UI Não encontrou efeito positivo + Proteína Consumo de proteína Massa muscular e força Absorção intestinal de Ca Proteínas da matriz óssea (colágenos) IGF-1 GH Estimula a formação óssea Supressão do PTH Supressão da reabsorção óssea Densidade óssea + Quantidade de ingestão proteica e massa óssea Munger e col, 1999; Hannan e col, 2000; Kestettere col, 2000; Wengreen e col, 2004; Kestetter e col, 2005; Hunt e col, 2009; Darling e col, 2009. Feskanich e col, 1996; Meyer e col, 1997; Dargent-Molina e col, 2008. Aumento do consumo de proteína 0,5 até 2,1g/kg/dia 10 -30,8% consumo de energia ü Redução na excreção de cálcio urinário; ü Prevenção de perda de massa óssea; ü Redução no risco de fratura de quadril; ü Consumo de proteína explica 1-2% da DMO. Consumo > 95g/dia Aumento do risco de fraturas Associado com baixo consumo de cálcio <500mg/dia. + Qualidade de ingestão proteica e massa óssea Proteína animal Proteína vegetal Roughead e col, 2003; Larsson e col, 2005; Evans e col, 2007; Lau e col, 1998; Promislow e col, 2002; Spenc e col, 2005; Appleby e col, 2007 Koh e col, 2009; Kenny e col, 2009; ü Não afeta a excreção de cálcio urinário ü Aumenta a DMO de quadril, colo de fêmur, coluna e corpo total; ü Associação positiva com IGF-1 ü Sem efeito na densidade óssea ü Associado com baixo consumo de cálcio, aumento o risco de fratura. + The Framingham Osteoporsis Study -5 -4 -3 -2 -1 0 Fêmur L2-L4 Q1- baixo Q2 Q3 Q4 ü Follow-up 4 anos, 615 indivíduos (391M/224H), 75 ± 4 anos ü Ingestão protéica média = 68 ± 23 g/dia (17-152 g/dia) % p er da B M D * * Hannan e cols, 2000 JBMR + Elevada ingestão pode levar calciúria Cada 2,3 g Nau 24-40 mg Cau Mulheres - cada g extra de Na 1% ao ano da DMO Devine e cols, 1995 AJCN Estudo longitudinal 2 anos, 124 mulheres pós-menopausa Correlação positiva entre ingestão de NaCl e DMO Sódio + Lin PW, J Nutr 2003 186 adultos, 23-76 anos Estudo randomizado 90 dias 3 níveis de Na (50, 100 150 mEq/d) Dieta habitual Dieta saudável DASH DIET = CTx, OC DASH DIET + Na = OC, PTH e UCa DASH Diet melhora marcadores do metabolismo ósseo + Estudos em animais, humanos e in vitro: Excesso de retinol na dieta Retinol Atividade do osteoblasto Formação do osteoclasto Vitamina A Estimula reabsorção óssea Inibe formação óssea + Ingestão de vitamina A e fraturas de quadril em mulheres na pós-menopausa 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 Menor quintil Maior quintil mcg/dia ER Alimentos e Suplementos Alimentos ü Estudo prospectivo, 72 337 mulheres. 34 a 77 anos (Nurses Health Study) 603 fraturas de quadril em 18 anos R is co R el at iv o Feskanich e cols, 2002 JAMA * * p=0.003 + Níveis de Retinol Sérico e Risco de Fraturas 0 0,5 1 1,5 2 2,5 < 1,95 > 2,64 Geral Quadril ü Estudo coorte, 2322 homens 49-51 anos 266 fraturas em 30 anos follow-up R is co d e Fr at ur a Quintil de retinol sérico (µmol/l) Michaelsson e cols, NEJM 2003 + 2/3 magnésio total localiza-se nos ossos Parece ser mitogênico para crescimento dos osteoblastos Deficiência ã secreção de PTH, e ä calcitriol Depleção de Mg pode ã P e citocinas (TNF, IL 1,6,11) Ê ã osteoclastos Magnésio + Dimai e cols (1998) 12 homens 27-36 anos, suplementação (15 mmol/dia), 30 dias ¤ Marcadores de formação e reabsorção óssea, 5-10 dias de suplementação Doyle e cols (1999) 26 mulheres, idade - 23 anos, (10 mmol/dia), 28 dias Não encontrou alteração nos marcadores de reabsorção óssea Suplementação de magnésio + Distribuição porcentual de adequação de macronutrientes em mulheres com osteoporose na pós-menopausa 0% 20% 40% 60% 80% 100% Gordura Carboidrato Proteína Abaixo do recomendado Parâmetro recomendado Acima do recomendado Genaro e cols, 2006 + Ingestão média de micronutrientes de mulheres na pós-menopausa com osteoporose Genaro e cols, 2006 Micronutrientes Média (desvio padrão) EAR /AI * Cálcio (mg/dia) 723,80 (263,96) 1200 mg* Fósforo (mg/dia) 986,56 (289,4 ) 700 mg/dia Magnésio (mg/dia) 240,37 (87,45) 320 mg/dia NaCl (g/dia) 8,11 (2,9) 3,0g/dia* Vitamina D (mcg/dia) 4,2 (2,0) 10 e 15 mcg/dia* Vitamina A (ERA/dia) 437,67 † 700 ERA/dia ERA = equivalentes da atividade de retinol, EAR = ESTIMATED AVERAGE REQUIREMENT AI = ADEQUATE INTAKE † = mediana da ingestão + Exames bioquímicos séricos do metabolismo mineral e ósseo de mulheres na pós-menopausa com osteoporose. Genaro e cols, 2006 Exames bioquímicos séricos Média (desvio padrão) Mínimo - Máximo Valores de referência Cálcio (mg/dl) 9,09 ( 0,6) 7,0 - 10,6 8,4 - 10,2 mg/ dl Cálcio iônico (mg/dl) 1,21 (0,1) 0,9 - 1,4 0,9 - 1,3 mg/dl Fósforo (mg/dl) 3,68 (0,4) 2,7 - 5,0 2,4 - 4,6 mg/ dl Magnésio (mg/dl) 2,06 (0,2) 1,5 - 2,5 1,5 - 2,5 mg/dl Fosfatase alcalina (U/l) 166,75 (68,8) 115 - 370 50 - 250 U/L 25(OH)D (nmol/l) 63,15 (19,2) 30,7 - 106,2 > 75 nmol/l 1,25(OH)D (pg/ml) 39,44 (10,8) 17,9 - 68,4 15,9 - 55,9 pg/ml PTH intacto (pg/ml) 56,91(20,6) 24,0 - 132,9 13 - 54 pg/ml + Genaro e cols, 2006 Percentual de mulheres com osteoporose de acordo com os níveis séricos de 25(OH)D. 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 24,4% 75,6% Insufficiency < 50 nmol Adequate > 50 nmol + Qual a ingestão dos nutrientes relacionados a saúde óssea no Brasil ? + Metodologia ü Estudo transversal de base populacional ü Amostragem propabilística, CENSO 2000 e PNAD 2003 ü 2400 indivíduos ≥ 40 anos de ambos os sexos, e todas classes sociais ü Entrevista domiciliar – 120 cidades das 5 regiões + Metodologia para avaliação da ingestão alimentar ü Recordatório de 24h ü Cálculo de nutrientes – Nutrition Data System for Research - NDSR, 2005 (Universidade de Minnesota, MN) ü Padronização de medidas caseiras (Fisberg 02; Pinheiro 04) ü Padronização de receitas (Fisberg, Wehba, Cozzolino 02) ü Adequação – DRIs 1997 a 2001, EAR como ponto de corte ü Nutrientes ajustados pela energia (Willet & Stampfer, 1997) + A ingestão média de todos os nutrientes, exceto proteína esteve abaixo dos valores recomendados Resultados + Recomendações n Aumentar a ingestão de cálcio e vitamina D n Adequar dieta quanto a ingestão de proteínas e sódio n Aumentar a ingestão de vegetais e frutas n Atividade física + Sarcopenia + Sarcopenia A sarcopenia foi definida como a redução de massa muscular esquelética apendicular em dois desvios-padrão abaixo da média (<5.45kg/m2) de controles jovens e saudáveis pareados para a mesma etnia na população do Novo México. (Baumgartner, 1998) SARCOPENIA Diminuição da massa muscular Envelhecimento + Fisiopatologia da sarcopenia Processo neuropático crônico + Fisiopatologia da sarcopenia Capacidade de regeneração do músculo esquelético Estress oxidativo ERO + Fisiopatologia da sarcopenia Metabolismo proteico (Degradação e síntese) Deficiência de vitamina D Ingestão de proteína Citocinas inflamatórias TNF-α IL-6 Cortisol Testoterona, Estradiol, GH, IGF-1 + Consumo proteico Consumo de proteína Metabolismo proteico do músculoesquelético Otimização da absorção de aminoácidos (cadeia ramificada) Estimulação e regulação da síntese proteica muscular + Fisiopatologia da sarcopenia Fatores ü Hormonais ü Metabólicos ü Imunológicos ü Nutricionais Unidades motoras Fibras musculares Massa muscular Força muscular Sarcopenia Atividade física Adaptado de Doherty, 2003 + Epidemiologia da sarcopenia USA Prevalência 3 – 60% US$ 18,5 bilhões Europa Prevalência 8,9 – 22,5% China Prevalência 7,6 – 12,3% Brasil Não há dados sobre a prevalência de sarcopenia + Conseqüências da Sarcopenia Sarcopenia Diminuição da capacidade funcional Diminuição da mobilidade Perda da independência Risco de Quedas Fraturas + Função da proteína na massa muscular Consumo de proteína Ativação mTOR Massa Muscular Tradução de RNA-mensageiro IGF-1 Síntese proteica + Quantidade de ingestão proteica e massa muscular Aumento do consumo de proteína 0,5 até 2,0g/kg/dia ü 40% menos de perda de massa muscular ü Balanço nitrogenado positivo; ü Aumento do balanço endógeno proteico Bos e col, 1997; Chevalier e col, 2003; Thalacker-Mercer e col, 2007 Houston e col, 2008; + Qualidade de ingestão proteica e massa muscular Aminoácidos essenciais (Proteína animal) Boersheim e col, 2008; Volpi e col, 1999; Baier e col, 2009; Rieu e col, 2006; Kastsanos e col, 2006; Symons e col, 2007; Pannemans e col, 1998; Lord e col, 2007. ü Aumento da massa magra; ü Aumento do metabolismo proteico 12%; ü Melhora da síntese proteica muscular 50%; ü Preditor do índice de massa muscular (r2=0,19; p=0,008). + Artigo 2 “Relação entre consumo de proteína, composição corporal e massa óssea de mulheres com sarcopenia” Artigo original + Tabela 1: Características gerais de mulheres com e sem sarcopenia. Características gerais Total (n=198) Sarcopênica (n=35) Não Sarcopênica (n=163) p Dados antropométricos Idade (anos) 71,10 (5,03) 70,66 (5,76) 71,20 (4,87) 0,328 Peso (kg) 59,29 (10,14) 53,54 (8,46) 60,52 (10,06) <0,001 Altura (cm) 150,57 (6,22) 151,34 (6,43) 150,41 (6,18) 0,438 IMC (kg/m2) 26,06 (3,97) 23,49 (3,75) 26,61 (3,81) <0,001 IMC= índice de massa corporal + Continuação da tabela 1 Características gerais Total (n=198) Sarcopênica (n=35) Não Sarcopênica (n=163) p Composição corporal Massa Muscular Total (kg) 32,61 (3,86) 28,90 (2,77) 33,41 (3,59) 0,000 MMEa (kg) 13,87 (2,08) 11,67 (1,69) 14,34 (1,84) 0,000 IMME (kg/m2) 6,09 (0,72) 5,06 (0,38) 6,31 (0,57) 0,000 Força muscular (kg) 20,54 (4,25) 19,05 (2,84) 20,65 (4,46) 0,011 Gordura corporal (%) 40,51 (7,73) 40,62 (7,86) 40,48 (7,73) 0,924 Gordura corporal (kg) 23,55 (7,17) 22,24 (4,29) 23,83 (7,63) 0,094 CMO corpo total (g) 1,869 (0,293) 1,778 (0,302) 1,888 (0,288) 0,054 DMO corpo total (g/cm2) 1,015 (0,098) 0,993 (0,873) 1,019 (0,100) 0,116 Densidade Óssea DMO coluna L1-L4 (g/cm2) 0,946 (0,164) 0,907 (0,126) 0,954 (0,170) 0,064 DMO colo de fêmur (g/cm2) 0,785 (0,104) 0,755 (0,091) 0,792 (0,106) 0,040 DMO trocânter (g/cm2) 0,693 (0,133) 0,630 (0,102) 0,707 (0,111) 0,000 DMO fêmur total (g/cm2) 0,831 (0,119) 0,778 (0,114) 0,842 (0,117) 0,004 MMEa= massa muscular esquelética apendicular IMME= índice de massa muscular esquelética, CMO= conteúdo mineral ósseo, DMO= densidade mineral óssea. + Tabela 2: Consumo de proteína e aminoácidos essenciais de mulheres com e sem sarcopenia. Consumo alimentar Total (n=163) Sarcopenicas (n=35) Não Sarcopenicas (n=163) p Energia (Kcal) 1339,49 (397,47) 1268,87 (354,79) 1354,66 (404,96) 0,211 Proteína (g/dia) 65,87 (11,93) 63,66 (9,79) 66,34 (12,32) 0,167 Proteína (%) 20,12 (3,78) 19,62 (3,55) 20,22 (3,82) 0,375 Proteína animal (g/dia) 43,00 (13,58) 41,02 (10,73) 43,43 (14,11) 0,262 Proteína vegetal (g/dia) 22,80 (6,03) 22,57 (6,11) 22,85 (6,03) 0,809 Proteína (g/kg/dia) 0,98 (0,37) 0,96 (0,36) 0,98 (0,37) 0,732 + Continuação da tabela 2 Consumo alimentar Total (n=163) Sarcopenicas (n=35) Não Sarcopenicas (n=163) p Triptofano (g/dia) 0,76 (0,22) 0,72 (0,22) 0,77 (0,22) 0,212 Treonina (g/dia) 2,52 (0,80) 2,28 (0,68) 2,57 (0,82) 0,033 Isoleucina (g/dia) 2,96 (0,91) 2,71 (0,78) 3,01 (0,93) 0,052 Leucina (g/dia) 5,13 (1,57) 4,76 (1,37) 5,21 (1,60) 0,128 Valina (g/dia) 3,35 (1,02) 3,10 (0,89) 3,40 (1,04) 0,044 Lisina (g/dia) 4,43 (1,53) 4,02 (1,23) 4,52 (1,58) 0,036 Metionina (g/dia) 1,46 (0,47) 1,33 (0,38) 1,49 (0,49) 0,129 Fenilalanina (g/dia) 2,89 (0,86) 2,69 (0,75) 2,93 (0,88) 0,115 + Tabela 3: Composição corporal e densidade óssea segundo o consumo de proteína. Composição corporal e densidade óssea Proteína < 0,8 g/kg/dia Proteína 0,8 – 1,2 g/kg/ dia Proteína > 1,2 g/kg/dia p-trend Massa Magra Total (kg) 31,87 (3,52) 32,59 (3,49) 33,94 (4,72)* 0,020 MMEa (kg) 13,38 (1,95) 13,96 (1,94) 14,54 (2,38)* 0,013 IMME (kg/m2) 6,01 (0,65) 6,06 (0,71) 6,30 (0,84)* 0,109 Força muscular (kg) 19,90 (3,63) 20,33 (4,56) 21,14 (4,62) 0,363 Gordura corporal (%) 38,24 (7,13) 40,90 (8,07) 43,67 (6,96)*† 0,001 Gordura corporal (kg) 20,78 (5,90) 23,87 (6,51) 27,71 (8,27)*† 0,001 MMEa= massa muscular esquelética apendicular, IMME= índice de massa muscular esquelética. * p<0,05 versus (0,8g/kg/dia); † p<0,05 versus (0,8 – 1,2 g/kg/dia). + Continuação da tabela 3 Composição corporal e densidade óssea Proteína < 0,8 g/kg/dia Proteína 0,8 – 1,2 g/kg/ dia Proteína > 1,2 g/kg/dia p-trend CMO corpo total (g) 1,784 (0,265) 1,906 (0,282) 1,945 (0,325)*† 0,005 DMO corpo total (g/cm2) 0,988 (0,090) 1,025 (0,095) 1,039 (0,109)*† 0,011 DMO coluna L1-L4 (g/cm2) 0,903 (0,131) 0,965 (0,168) 0,983 (0,192)*† 0,014 DMO colo de fêmur (g/cm2) 0,760 (0,944) 0,795 (0,102) 0,813 (0,117)*† 0,017 DMO trocanter (g/cm2) 0,679 (0,118) 0,689 (0,103) 0,727(0,117)* 0,071 DMO fêmur total (g/cm2) 0,807 (0,116) 0,833 (0,107) 0,868 (0,135)* 0,026 CMO= conteúdo mineral ósseo, DMO= densidade mineral óssea. * p<0,05 versus (0,8g/kg/dia); † p<0,05 versus (0,8 – 1,2 g/kg/dia). + Figura 1: Correlação entre o consumo de proteína, índice de massa muscular esquelética e densidade mineral óssea em mulheres idosas. Proteína (g/dia) 11010090807060504030 Ín di ce d e M as sa M us cu la r E sq ue lé tic a ap en di cu la r ( kg /m 2) 9 8 7 6 5 4 3 Proteína (g/dia) 11010090807060504030 DM O T ro câ nt er (g /c m 2) 1,2 1,0 ,8 ,6 ,4 ,2 r=0,185 p=0,010 r=0,157 p=0,028 + Síndrome da Fragilidade + Definição Fragilidade:Facilmentequebráveloudestrutível;que provavelmente fracassa ou morre rapidamente; particularmente susceptível às doenças; com força ou capacidade diminuída; fraco, leve,fino, tênue. Dicionário Michaelis + Definição Síndrome biológica de diminuição da capacidade de reserva homeostática do organismo e da resistência aos estressores, que resulta em declínios em múltiplos sistemas fisiológicos, causando vulnerabilidade e desfecho clínico adverso. Fried et al, J. Geront, 2001 ` O que é? ` Qual sua importância? ` Como pode ser diagnosticada? ` Como pode ser tratada? HSPE 2 + Epidemiologia n Mulheres; n Afro-descendentes; n Menor nível educacional; n Menor renda; n Pior estado de saúde; n Taxas mais altas de comorbidades crônicase incapacitação. Fried L, et al J Gerontol Med Sci 2001 + Evidências n Síndrome da Fragilidade atinge mais idosos brasileiros, que em outros países; n 689 idosos, SP, Idade>75anos; n A síndrome atingia 14,1% em 2006. n Em 2008, apenas dois anos depois, a prevalência já era de mais de 45%; Laurenti, R et al. 2009 + Fenótipo Fried and Walston, Frailty and Failure to Thrive, in Principles of Geriatric Medicine and Gerontology, 2003 Fried and Walston, Frailty and Failure to Thrive, in Principles of Geriatric Medicine and Gerontology, 2003 + n Perda de peso não intencional ≥ 4,5kg ou 5% peso corporal no ano anterior; n Exaustão: auto relato de fadiga; n Diminuição da força de preensão (mão dominante ajustada segundo gênero e IMC); n Baixa atividade física; n Lentidão: velocidade da marcha em segundos e ajustada segundo gênero e altura; ` Perda de peso não intencional ≥ 4,5kg ou 5% peso corporal no ano anterior; ` Exaustão: auto relato de fadiga; ` Diminuição da força de preensão (mão dominante ajustada segundo gênero e IMC); ` Baixa atividade física; ` Lentidão: velocidade da marcha em segundos e ajustada segundo genero e altura (4,6m); J Ger Med Sci, 2001 + Funcionalidade + Principais desfechos n Perda de independência n Incapacidades n Piora do balanço e marcha n Co-morbidades n Imobilizações n Sobrecarga do cuidador Quedas e fraturas + Quedas + Definição Queda é o deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial com incapacidade de correção em tempo hábil, determinado por circunstâncias multifatoriais, comprometendo a estabilidade (diretriz de quedas). Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 2000 + Incidência Grandes síndromes geriátricas 215 Epidemiologia A queda é um evento súbito e por isso, como indicador epidemiológico, é estimada em taxa de incidência (número de casos novos por ano). Quadro 9 – Percentual de incidência de quedas dos idosos por faixa de idade Idade Incidência de quedas mais de 65 anos e menos de 70 anos 28% a 35% mais de 70 anos e menos de 75 anos 35% mais de 75 anos 32% a 42% Estudos prospectivos (estudos que analisam uma comunidade por um determinado período de tempo) indicam que de 30% a 60% da popu- lação com mais de 65 anos que vive em comunidade cai anualmente e metade apresenta quedas múltiplas. É animador saber que os idosos mais saudáveis caem menos, 15% em um ano. Mas este dado de que 60% a 70% dos idosos que já caíram cairão novamente no ano subseqüente é muito preocupante e nos alerta para a necessidade de desenvolver medidas preventivas para evitar esta ocorrência. A Caderneta da Pessoa Idosa é um instrumento que ajuda a identificar os idosos que caem com mais freqüência, principalmente, nos últimos 12 meses. Um estudo com idosos de uma comunidade no município de São Paulo revelou uma incidência de 31% de quedas e 11% de duas ou mais que- das (PERRACINI; RAMOS, 2002). Esses dados são interessantes, pois refletem um pouco da realidade brasileira. Em idosos asilados, 50% estão sujeitos a quedas e a prevalência média nas instituições é de cerca 43%. Essas estatísticas nos confirmam a impressão de que quanto pior a capacidade funcional, maior o risco de quedas. Os idosos asilados apresentam maior limitação de movimento e marcha e, por isso, maior chance de cair. Como conseqüência da queda pode haver a hospitalização que é mais freqüente na faixa etária mais elevada. Além disso, esses pacientes ten- dem mais a ser encaminhados para Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI). Outros dados nos informam que as lesões acontecem de 30% a 75% das quedas, porém metade dos feridos não procura aten- Fonte: Downton (1998). Você poderá se aprofundar no assunto, lendo o Caderno de Atenção Básica, volume 19, cap.12. n Os idosos mais saudáveis caem menos, 15% em um ano. n 60% a 70% dos idosos que já caíram cairão novamente no ano subseqüente + Fatores contribuintes para quedas n Intrínsecos – são aqueles relacionados ao indivíduo, levando à instabilidade postural. São responsáveis por cerca de 70% dos incidentes de queda. n Extrínsecos – são aqueles relacionados ao ambiente que cerca o indivíduo. São responsáveis por 30% dos incidentes de queda. + Alterações ligadas ao envelhecimento Diminuição dos estímulos motores Estas alterações conferem uma marcha senil, caracterizada por: n Base alargada n Diminuição do balanço dos braços n Postura encurvada n Flexão de quadril e joelhos n Dificuldade para retornar n Passos curtos n Lentidão + Intabilidade postural ENVELHECIMENTO E SAÚDE DA PESSOA IDOSA 220 A marcha senil caracteriza-se por uma forma mais cuidadosa de andar, resultante da tentativa de aumentar a estabilidade e a segurança. O padrão de marcha dos idosos assemelha-se ao de alguém que anda sobre uma superfície escorregadia ou no escuro. Foto 1 – Marcha senil Deve-se considerar como paciente com risco aumentado de queda: sexo feminino, 80 anos ou mais, equilíbrio diminuído, marcha lentificada com passos curtos, pouca aptidão física, fraqueza muscular dos membros inferiores, déficit cognitivo, doença de Parkinson, uso de sedativos e ou polifarmácia. Figura 6 – Instabilidade Para ter uma idéia da dificuldade do idoso em seus deslocamentos, tente mimetizar a postura e a marcha descritas anteriormente; assim, você fixará melhor na memória como pode ser a marcha senil. Fo to : M an u C as til ho (2 00 8) . Ilu st ra çã o: S al o Bu ks m an (2 00 2) . + Fatores extrínsecos n Riscos ambientais n Tipos de movimentação executada pelo indivíduo n Mais de 70% das quedas acontecem em casa, principalmente no quarto, na cozinha, no banheiro e na sala de jantar. n Alguns trabalhos demonstram que 10% das quedas ocorrem em escadas, especialmente ao des-cer, sendo o primeiro e o último degraus, os mais perigosos + Riscos nas áreas comuns da casa n Iluminação inadequada n Tapetes soltos ou com dobras n Degraus altos ou estreitos n Ausência de corrimão n Obstáculo no caminho n Piso irregular n Fios soltos no chão n Acúmulo de mobília + Riscos nas áreas comuns da casa n Camas e cadeiras com altura inadequada n Telefones pouco acessíveis n Prateleiras excessivamente altas ou baixas n Riscos no banheiro n Piso escorregadio n Falta de barras de apoio n Vaso sanitário baixo + Multifatorial Grandes síndromes geriátricas 225 Não podemos deixar de abordar o meio urbano, que é hostil para o idoso e qualquer cidadão que não esteja em sua plena capacidade física. Vocês devem se lembrar da Dona Conceição na Unidade de Aprendiza- gem I. Naquela situação, pudemos perceber como o transporte coletivo é inadequado (ônibus com degraus altos, motoristas despreparados para as necessidades do cidadão da terceira idade e impacientes). Podemos apontar ainda outros problemas, como: temporização dos sinais de trânsito insuficiente para uma tra- ✔ vessia segura; calçamento irregular e buracos; ✔ iluminação inadequada; ✔ falta de rampas. ✔ ATIVIDADE 9 Faça uma lista de todos os obstáculos que você percebe em sua casa, na USF ✔ e no seu território. Faça uma proposta de intervenção para tornar a realidade diagnosticada por ✔ você mais segura para um idoso. Encaminhe ao seu tutor. Figura 8 – Natureza multifatorial da queda Ilu st ra çã o: S al o Bu ks m an (200 2) . + Conclusão Ao avaliar o idoso é necessário ter um olhar multidisciplinar
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