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OSTEOPOROSE É uma doença/distúrbio esquelética crônica e progressiva, de origem multifatorial. Caracterizada pela baixa massa óssea e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, causando alto risco de fraturas e perda da qualidade de vida. A desordem pode estar localizada num certo osso ou região, como na osteoporose por desuso de um membro, ou pode envolver todo o esqueleto, como uma manifestação da doença óssea metabólica. A osteoporose generalizada pode ser primária ou secundária a uma grande variedade de condições. Ciclo vitamina D (calciferol) Pelas suas características considerada pró-hormônio. 2 formas: D2 ou ergocalciferol e D3 ou colecalciferol. Pode ser obtida: pela alimentação (óleos de fígados de peixe, salmão, sardinha, gema de ovo) vitamina D ingerida é incorporada aos quilomícrons, absorvidos pelo sistema linfático e, alcança o sangue venoso produzida pelo organismo (responsável por 85- 90%): com exposição à radiação solar ultravioleta B, 7-dihidrocolesterol (7-DHC) presente na pele é convertido em pré-vitamina D3, convertida imediatamente Vitamina D3. Processo: No sangue, a vitamina D liga-se à proteína transportadora de vitamina D No fígado, é convertida à 25-hidroxivitamina D (25-OH-D), pela enzima D25- hidroxilase (25-OHase). Nos rins, a 25-hidroxivitamina D é novamente hidroxilada pela 25-hidroxivitamina D-1α-hidroxilase, gerando sua forma biologicamente ativa 1,25- dihidroxivitamina D (calcitriol) interage com seus receptores presentes em diversos tecidos. Ação 1,25-dihidroxivitamina D: Efeito principal: promoção da mineralização óssea e regulação da homeostasia do metabolismo cálcio-fósforo, mas atua na maioria dos tecidos do organismo. No intestino delgado aumenta a absorção de cálcio e fósforo oriundos da dieta. A interação com o receptor das células ósseas induz a maturação de pré- osteoclastos a osteoclastos (Oc). o Oc maduros mobilizam cálcio e fósforo dos ossos, mantendo os níveis desses minerais no sangue. o Níveis adequados de cálcio e fósforo promovem a mineralização dos ossos. No rim estimula a reabsorção de cálcio do filtrado glomerular. Outras ações: o Inibição da proliferação celular e indução da diferenciação celular terminal o inibição da angiogênese o estimulação da produção de insulina o inibição da produção de renina o Papel no sistema imune: inibe proliferação e apoptose das células B ativadas e inibe diferenciação dos linfócitos B em células plasmáticas e de memória; modula proliferação e função dos linfócitos T. A produção de 1,25-dihidroxivitamina D é finamente regulada pelo paratormônio (PTH) e pelos níveis séricos de cálcio e fósforo: Níveis elevados de PTH (secretado pela paratireoide em resposta à diminuição dos níveis séricos de cálcio e fosfato) estimulam a atividade enzimática da 1- α - hidroxilase, enquanto níveis elevados de cálcio, fósforo e FGF-23 a inibem. Quando há deficiência de vitamina D, o consequente aumento de PTH restabelece a homeostase do cálcio. Por outro lado, a 1,25-dihidroxivitamina D diminui a síntese e secreção de PTH diretamente por diminuição da atividade das paratireóides e indiretamente pelo aumento do cálcio sérico. A 1,25-dihidroxivitamina D estimula sua própria destruição aumentando a produção de hidroxilase que metaboliza a 25-hidroxivitamina D e a 1,25-dihidroxivitamina D em sua forma inativa, o ácido calcitroico, que é hidrossolúvel e eliminado pela bile. Seu déficit é associado a risco aumentado para diversas patologias (ex. autoimunes, neoplásicas, cardiovasculares e neurológicas). Vitamina D – Inferior a 20 ng/mL: Deficiência – 20-29 ng/mL: Insuficiência – Maior ou igual a 30 ng/mL: Suficiência o Fisiopatologia: RANKL: Membro da superfamília TNF, expressa pelos osteoblastos (Ob) e seus precursores imaturos. Essa citocina ativa seus receptores RANK, promovendo a formação e ativação dos osteoclastos (Oc), prolongando sua sobrevivência por meio da supressão da apoptose. Os efeitos do RANKL são bloqueados pela osteoprotegerina (OPG, também produzida pelos Ob), a qual atua como receptor solúvel, agindo como antagonista do RANKL. Quando RANKL é neutralizado pela OPG os Oc não se formam ou perdem a função ou não sobrevivem. PTH, interleucina-1 (IL-1), fator de necrose tumoral (TNF) alfa e outros hormônios, citocinas e fatores de crescimento estimulam a maturação de OC pelo estímulo à expressão de RANKL por OB. Os OB também produzem osteoprotegerina (OPG), um receptor que se liga ao RANKL e o impede de se ligar ao RANK, limitando assim a formação de OC. As concentrações relativas de RANKL e OPG, portanto, determinam a extensão da proliferação e da diferenciação de OC e, assim, a massa óssea. o Fatores de Risco: o Idade avançada. A má absorção do cálcio instala-se gradualmente com o avançar da idade. A redução na absorção do cálcio parece ser devida à queda de 25hidroxivitamina D com a idade, secundária à redução da exposição ao sol e à piora do metabolismo de 25(OH)D para 1,25(OH)D, pelo declínio da função renal. Além disso, os receptores da vitamina D estão em menor número na mulher idosa e na pósmenopausa. o Nos idosos, a síntese cutânea da vitamina D (fundamental para absorção de cálcio pelo tubo digestivo) é bem menor quando comparada com os jovens devido ao envelhecimento da pele. Soma-se o fato de permanecerem mais em casa e, quando saem, cobrirem mais seus corpos com roupas, constituindo-se em um grupo de risco para deficiência de vitamina D o Vários medicamentos afetam a massa esquelética, podendo acelerar a perda óssea, assim como alterar o cálcio sérico. Os principais são os corticosteroides, mas também os anticonvulsivantes, os imunossupressores e os antirretrovirais têm sido responsabilizados pela perda óssea. o Fatores genéticos são responsáveis por 85% da variância interpessoal da densidade mineral óssea (DMO). Por isso, a presença de OP e a história de fratura de fêmur proximal (FFP) materna estão classificadas como fatores maiores de risco. o os genes mais associados à osteoporose incluem RANKL, OPG e RANK, chamados de reguladores de osteoclastos. Outros genes também associados são o loco MHC (talvez refletindo os efeitos da inflamação no metabolismo de cálcio) e o gene receptor de estrogênio. Alguns estudos também têm envolvido variações genéticas de receptor de vitamina D e LRP5 como fatores de risco. o Pessoa com baixo IMC (<19kg/m2, por dois mecanismos possíveis: o aumento dos níveis de estrogênio, pela conversão no tecido adiposo da testosterona em estradiol e da androstenediona em estrona; e o estímulo da formação de osso novo para atender ao maior esforço em responder às cargas aumentadas de peso. o Atividade física reduzida. Durante a atividade física, com a contração da musculatura, ocorre deformação do osso, chamada de piezeletricidade, estimulando sua formação. Também há aumento do fluxo sanguíneo para os ossos, trazendo os nutrientes necessários, favorecendo assim sua formação.. Certamente, a diminuição da atividade física, que está associada ao envelhecimento, contribui para a osteoporose senil. o Os pacientes confinados ao leito podem perder até 1% de osso trabecular por semana, o osso cortical é perdido mais lentamente. A mobilização recupera parcialmente a massa óssea a 0,25% no mesmo espaço de tempo. o A nutrição pode ter um papel na perda óssea relacionada com a idade. o Tabagismo: fumantes têm de 10 a 30% menos conteúdo mineral ósseo do que os não fumantes. Mulheres fumantes entram na menopausa precocemente. o Influências hormonais: Após a menopausa, as reduções iniciais de massa óssea podem atingir até 2% de osso cortical e 9% de osso esponjoso. As mulheres podem perder cerca de 35% do osso cortical e 50% do seu osso trabecular entre os 30 e40 anos após a menopausa mulheres na pós- menopausa sofrem fraturas osteoporóticas mais comumente que os homens na mesma idade osteoporose pós- menopáusica o A deficiência de estrogênio desempenha papel principal neste fenômeno, e a reposição de estrogênio na menopausa é protetora contra a perda de massa óssea. o Os efeitos do estrogênio na massa óssea são mediados por citocinas. Os níveis reduzidos de estrogênio parecem resultar na secreção aumentada de citocinas inflamatórias por monócitos do sangue e células da medula óssea (IL-1, IL-6 e TNF). Essas citocinas estimulam o recrutamento e atividade de osteoclastos por meio do aumento de RANKL enquanto diminuem a expressão de (osteoprotegerina)OPG. Ocorre atividade osteoblástica compensatória, mas ela não mantém um ritmo, ocasionando o que se classifica como uma forma de osteoporose de alta renovação. Diagnóstico Densitometria Indicações: Todas as mulheres de 65 anos ou mais Mulheres na peri e pósmenopausa com fatores de risco Mulheres com amenorreia secundária prolongada (por mais de 1 ano) Todos os indivíduos que tenham sofrido fratura por trauma mínimo ou atraumática Indivíduos com evidências radiográficas de osteopenia ou fraturas vertebrais Homens com idade superior a 70 anos Homens com idade inferior a 70 anos com fatores de risco Indivíduos que apresentem perda de estatura (2,5 cm) ao longo da vida ou hipercifose torácica Indivíduos em uso de corticoides por 3 meses ou mais, independentemente da dose Indivíduos com índice de massa corporal baixo (IMC de 19 kg/m2 para jovens e, para indivíduos idosos, IMC de 22kg/m2) Portadores de doenças crônicas ou em uso de outras medicações associadas à OP Para monitoramento de mudanças de massa óssea decorrentes da evolução da doença e dos diferentes tratamentos disponíveis; Quando usar? • T-score: Homens >= 50 anos e mulheres pós-menopausa ou na transição manipausal. • Z-score: Homens =< 50 anos, mulheres no menacme e crianças e adolescentes. ATENÇÃO: Observar se tem alteração no osso -> bico de papagaio. Diferença > -1 na Densitometria é sinal que tem fratura, achatamento, nesses casos, deve DESCARTAR a vértebra que tem essa discrepância no valor. Olhar SEMPRE L1-L4 Radiografia Simples: são importantes para documentar as fraturas decorrentes da perda óssea. Perda da altura corporal vertebral e maior biconcavidade caracterizam as fraturas por compressão vertebral. Fraturas das vértebras torácicas podem causar encunhamento ventral no osso. Exames Laboratoriais – geralmente são normais na OP primária tipo 1 e tipo 2, porém esses exames são importantes para estabelecer a presença de fat ores secundários determinantes de perda de massa óssea Hemograma VHS Calcio sérico Fosforo sérico Proteina total Albumina Enzimas hepáticas Creatinina, eletrólitos Glicemia de jejum Dosagem de cálcio na urina de 24h Dosagem de vitamina D sérica (25-OH) Se houver história clínica ou achados de exame físico condizentes com causas secundárias, outros exames podem ser realizados: hormônio tireoestimulante (TSH) e paratormônio (PTH) intacto sérico, cortisol urinário livre, marcadores bioquímicos do metabolismo ósseo,etc. Tratamento Medidas preventivas não farmacológicas OSTEOPENIA: Aumento da ingesta de Ca -> 500-1000mg/dia, via oral (1 comp carbonato ou citrato de cálcio após o almoço) Alimentos: brócolis, espinafre, couve, sardinha, feijão, leite e seus derivados Exposição solar: 15-20 min -> antes das 10 e após as 16hrs Atividade Física: 3x por semana Evitar alcoolismo e tabagismo Repetir a densitometria óssea (1-2 anos), exceto na osteoporose induzida por glicocorticoides (que deve ser a cada seis meses). Quando a densitometria anual mostrar um ganho de massa óssea maior do que 2%, esta avaliação pode ser bianual. OSTEOPOROSE Aumento da ingesta de Ca -> 500-1000mg/dia, via oral (1 comp carbonato ou citrato de cálcio após o almoço) Alimentos: brócolis, espinafre, couve, sardinha, feijão, leite e seus derivados Exposição solar: 15-20 min -> antes das 10 e após as 16hrs Atividade Física: 3x por semana Evitar alcoolismo e tabagismo Repor vitamina D: 50mil unidades 1x por 8 semanas Higiene domiciliar -> risco de quedas Medidas Farmacológicas Bisfosfonatos: Os de uso oral têm baixa solubilidade e, por isso, devem ser administrados em jejum, com um copo de água pura. O paciente deve ser mantido em jejum por mais meia hora. Como são agressivos para a mucosa esofágica o paciente não deve deitar-se na primeira meia hora, para aguardar o esvaziamento gástrico e evitar o refluxo esofágico. 1. Alendronato de sódio : 70mg, 1 comp, 1x por semana, em jejum, com água, aguardar 30 min, e não pode deitar 2. Risedronato: 35mg ou 150 mg( mensal) 3. Ibandronato: não tem proteção para fêmur. Via oral ou endovenosa 4. Ácido zoledrônico: uso endovenoso, em dose anual. Indicado par uso em pacientes acamados, recém-operados de fraturas do fêmur proximal. Usado apenas para tratamento. Efeitos colaterais: efeitos gastrintestinais (náuseas, vômitos, desconforto abdominal), renais (insuficiência renal), imunológicos (febre, mialgia, dor óssea ou articular), toxidermia e toxicidade ao sistema nervoso central. Causa osteonecrose de mandíbula, fraturas atípicas. CI: mulheres grávidas ou que estejam amamentando. OSTEOPOROSE SEVERA Raio x toracolombar, tomografia Analgésico: opióide (tramadol ->100mg (12/12 VO) Repouso Encaminhar ao ortopedista Orientações dietéticas/ exposição solar Vitamina D3: 50mil unidades Ca oral: 500mg/dia 1º Opção: Bisfosfonatos 2º Opção 1. Denosumabe: doentes renais crônicos 2. Raloxifeno: é um medicamento semelhante ao estrogênio; é utilizado em pessoas que não podem ou preferem não tomar bifosfonatos; pode reduzir o risco de fraturas vertebrais e pode reduzir o risco de câncer de mama invasivo. 3. Agentes anabólicos: Teriparatida: 20mg, subcutâneo Abaloparatida OBS: Osteoprotegerina: Atua inibindo o RANK, impedindo que ele se ligue ao osteoclasto para estimulá-lo a se reproduzir e para ativar a borda em escova do mesmo.
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