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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE (1)

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ALFREDO SANTIAGO DE JESUS JUNIOR, ADRIANA CARNEIRO NOCA DA SILVA, FELIPE FRANÇA DE SOUSA, FRANCISCO CARLOS NASCIMENTO SANTOS, JERÔNIMO MATOS PRAZERES, JACSON COSTA DOS SANTOS, LEANDRO DOS SANTOS GOMES, MÁRCIO, SIDNEY BOMFIM DAS MERCÊS SANTOS, TIAGO DA SILVA PEREIR, WILMA RODRIGUES DOS SANTOS.
CONTROLES DE CONSTITUCIONALIDADE: 
ADCON (Ação Direta de Constitucionalidade); ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade); ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceitos Fundamental).
Trabalho de pesquisa apresentado para obtenção de nota para o VT, ao Curso de Graduação em Direito da Universidade Universo, na disciplina Direito Constitucional III, ministrada pelo docente Maurício Sampaio. 
Salvador/Ba
2018
UNIVERSIDADE SALGADO OLIVEIRA - UNIVERSO
ALFREDO SANTIAGO DE JESUS JUNIOR
ADRIANA CARNEIRO NOCA DA SILVA
FELIPE FRANÇA DE SOUSA
FRANCISCO CARLOS NASCIMENTO SANTOS
JERÔNIMO MATOS PRAZERES
JACSON COSTA DOS SANTOS
LEANDRO DOS SANTOS GOMES
MÁRCIO
SIDNEY BOMFIM DAS MERCÊS SANTOS
TIAGO DA SILVA PEREIRA
WILMA RODRIGUES DOS SANTOS
CONTROLES DE CONSTITUCIONALIDADE:
ADCON (Ação Direta de Constitucionalidade); ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade); ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceitos Fundamental).
SALVADOR/ BA
2018
ADIN lei 9.868/99
Ação Direta de Inconstitucionalidade
Advém do controle concentrado de constitucionalidade, ou seja, exercido por um tribunal superior (STF) é promovido mediante ação judicial.
OBJETO
O que se busca neste tipo de ação é a lei ou ato normativo que se mostrarem incompatíveis com a constituição Lei (art.59 cf/88)
Atos Normativos: resoluções administrativas dos Tribunais, atos estatais de conteúdo derrogatório, as resoluções administrativas, desde que incidam sobre atos de caráter normativo.
Ex: Os Regimentos Internos dos Tribunais podem ser objeto de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN), pois são normas estaduais, genéricas e autônomas.
RESTRIÇÕES
Não podem ser objeto de Ação Direta de Inconstitucionalidade: 
a) as súmulas de jurisprudência, pois não possuem obrigatoriedade;
b) regulamentos de execução ou decreto (ato normativo do Executivo), pois não têm autonomia - trata-se de questão de legalidade e não de constitucionalidade;
c) Norma decorrente de poder constituinte originário; 
d) lei municipal, pois a Constituição Federal só previu para federal e estadual;
e) lei distrital: O Distrito Federal acumula a competência dos Estados e Municípios, assim se tratar de matéria municipal não será objeto de ADIN, mas se, tratar de matéria estadual será objeto de ADIN.
 Ex: lei distrital tributária tratava na primeira parte de ICMS e na segunda de ISS, só a primeira parte é objeto de ADIN.
COMPETÊNCIA
A competência originária para processar e julgar a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) é do Supremo Tribunal Federal, o qual é o guardião da 
Constituição Federal. (Artigo 102, I, a CF/88).
TIPOS DE ADIN
Genérica: instrumento usado no controle direto da constitucionalidade das leis e atos normativos federais ou estaduais que contrariem a constituição.
ADO: ação direta de inconstitucionalidade por omissão.
 Ocorre diante de uma norma constitucional de eficácia limitada, que necessita de lei complementar para regulamenta-la e que por algum motivo não foi contemplada pelo legislador.
Esta pode ser arguida por duas formas:
ADO que é feita pelo controle concentrado (em abstrato)
Mandado de injunção quando feita pelo controle difuso (em concreto)
LEGITIMIDADE PARA PROPOSITURA DA ADIN GENERICA (ART. 103, I A XI).
Os legitimados universais tem legitimação ativa universal, ou seja, não precisam demonstrar pertinência temática ao que será a questão da Ação Direta de Inconstitucionalidade.
a) Presidente da República;
b) a Mesa do Senado Federal;
c) a Mesa da Câmara dos Deputados,
d) o Procurador-Geral da República;
 e) o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
 f) partido político com representação no Congresso Nacional.
Os legitimados interessados ou especiais de acordo com o Supremo Tribunal Federal, devem, devem demonstrar interesse na propositura da ação relacionado à sua finalidade institucional.
a) Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal, 
b) o Governador de Estado ou do Distrito Federal,
 c) confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
PROCEDIMENTO- LEI 9.868/99 (ART.III AO IX)
Deverão apresentar PI contendo:
Leis ou ato normativos impugnado 
Fundamento jurídico do pedido em relação a cada uma das impugnações
Pedido com suas especificações
A ação deverá ser ajuizada por advogado quando:
Partidos políticos 
Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito Nacional
Nesses casos, deverá conter instrumento de procuração, pois os demais legitimados possuem capacidade postulatória decorrente da CF, segundo entendimento do STF. 
 
 Relator poderá indeferir liminarmente (logo após a propositura sem ouvir a outra parte)
PI inepta
Não fundamentada
Manifestamente improcedente
Cabe agravo de decisão que indeferir
Uma vez proposta não se admite desistência porque não se trata de um processo subjetivo e neste vigora o principio da indisponibilidade de instância.
 O relator pedirá:
Em 30 dias informações aos órgãos ou autoridades das quais emanou a lei ou ato normativo impugnado.
 Não se admite intervenção de terceiros no processo de Adin, maso relator poderá por despachos irrecorríveis poderá admitir a manifestação de outros órgãos ou entidades considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes.
Em 15 dias cada um serão ouvidos (obrigatório)
Advogado Geral da União (curador da lei)
Procurador Geral da República (fiscal da lei - custos legis)
OBS: AGU não atua na sua função precípua de representante geral da união.
Realiza a defesa da constitucionalidade da norma. Sendo considerado como curador da lei. Seria uma espécie de defensor da presunção de constitucionalidade da norma. Só não está obrigado em caso de ADO e persistência de decisão do STF sobre inconstitucionalidade da norma.
 O relator lançará o relatório com cópia a todos os ministros e pedirá dia para o julgamento.
A declaração de inconstitucionalidade somente poderá ser tomada com o quórum de pelo menos oito ministros, voto da maioria absoluta dos membros (06).
Proclamada a inconstitucionalidade: julgar-se-á procedente a Adin e far-se-á a comunicação ao órgão ou entidade.
A decisão que declara a inconstitucionalidade é irrecorrível, ressalvados a interposição de embargos declaratórios, nem ser objeto de ação rescisória. 
EFEITOS DA DECISÃO
A decisão no controle concentrado produzirá efeito contra todos (erga omnes), e também efeito retroativo (ex tunc) retirando do ordenamento jurídico o ato normativo ou lei incompatível com a constituição. (Ato nulo) Art 102, §2ª da CF.
PEDIDO DE CAUTELAR
A medida cautelar é um instrumento que visa assegurar um fim útil do processo e possui natureza assecuratória. 
Para que seja concedida é necessária à presença do: fumuis boni iuris- indícios da existência do direito e periculum in mora- perigo na demora da sentença provoca um dano irreparável ou de difícil reparação.
Sempre será incidental, ou seja, na petição inicial, nunca antes da instauração da ação.
PROCEDIMENTO DE CAUTELAR
Na petição inicial devera destinar-se um capitulo para a medida cautelar com seus fundamentos.
Fumus (Demonstração da viabilidade jurídica da tese)
Periculum (Demonstração de que a inconstitucionalidade pode gerar graves consequências)
Medida cautelar será concedida:
Após audiência do requerido, através da maioria absoluta do plenário (seis ministros), quórum mínimo (oito ministros), suspensão da eficácia da lei ou ato normativoimpugnado (art.10, lei. 9868/99).
No período de recesso o presidente do supremo pode conceder liminar monocraticamente depois submetê-la ao plenário.
O relator julgando indispensável poderá em três dias ouvir: O Advogado Geral da União, o Procurador Geral da República.
No julgamento será facultado as partes a sustentação oral.
OBS: Em caso de excepcional urgência o tribunal poderá deferir a medida cautelar sem audiências dos órgãos ou autoridades os quais emanaram a lei ou ato normativo impugnado- gera suspensão da eficácia da lei.
EFEITOS DA MEDIDA CAUTELAR
A medida cautelar terá eficácia contra leges (erga omnes), com efeito, que não retroage (ex nunc), salvo se o tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa.
A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior caso exista, salvo manifesta em sentido contrario. (art.12 lei, 9868/99)
Em caso havendo pedido de medida cautelar, o relator, em face da relevância da matéria, especial significado para a ordem social e a segurança jurídica. Poderá após prestação das informações (10 dias) e a manifestação da AGU e do PGR (cinco dias) submeter o processo diretamente do tribunal que terá a faculdade de julgar definitivamente a ação.
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIOUNANIDADE POR OMISSÃO - ADO
	
NOÇÕES GERAIS
No direito constitucional brasileiro anterior à Constituição Federal de 1988 não havia previsão constitucional expressa acerca de algum instrumento para controle da inconstitucionalidade por omissão pela jurisdição constitucional. Nesse sentido, apenas com a promulgação da Constituição Federal de 1988 passou a existir previsão específica a respeito do controle da omissão inconstitucional. Assim, embora não haja menção expressa a seu respeito no texto constitucional, a doutrina constitucionalista brasileira entende que a ação de inconstitucionalidade por omissão está prevista no art. 103, § 2° da Constituição Federal, o qual dispõe que:
§ 2º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.
CONCEITO
A Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADIN por Omissão ou ADIN Supridora de Omissão) é um mecanismo de controle de constitucionalidade concentrado que visa combater a inércia do legislador que se tornou omisso por deixar de criar lei necessária à eficácia e à aplicabilidade das normas constitucionais, em especial quando a Constituição estabelece a criação de uma lei regulamentadora.
Canhotilho:
"(...) a omissão legislativa (e ampliamos o conceito também para a administrativa) só é autônoma e juridicamente relevante quando se conexiona como uma exigência constitucional de ação, não bastando o simples dever geral de legislador para dar fundamento a uma omissão constitucional. Um dever jurídico- constitucional de ação existirá quando as normas constitucionais tiverem a natureza de imposições concretamente impositivas."
 NATUREZA
A natureza jurídica do processo em que tramita esta ação é a de processo objetivo, uma vez que visa referido instituto promover a proteção de direito objetivo, já que haveria violação ao ordenamento constitucional pela omissão do legislador.
Urge dizer, também, que existe uma preocupação quanto à inação do poder público; nesta conduta negativa que consiste a inconstitucionalidade. O ordenamento constitucional adverte sobre a realização de uma conduta positiva, visando a tutelar a aplicabilidade e a eficácia da norma. A ação direta de inconstitucionalidade por omissão é cabível para a suplementação de medida necessária para tornar efetiva norma constitucional. O parâmetro do controle de constitucionalidade abstrato consiste em norma constitucional de eficácia limitada, declaratória de princípio institutivo ou princípio programático, que tenha o dever constitucional de legislar violado.
FINALIDADE
A Constituição Federal prevê que, declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgãos administrativo, para fazê-lo em 30 dias.
O objetivo pretendido pelo legislador constituinte de 1988, com a previsão da ação direta de inconstitucionalidade por omissão, foi conceder plena eficácia às normas constitucionais, que dependessem de complementação infraconstitucional. Assim, tem cabimento a presente ação, quando o poder público se abstém de um dever que a Constituição lhe atribuiu.
 ESPÉCIES
 A ADI por omissão tem duas espécies, que, antes da Lei nº 12.063/09, estavam previstas apenas na jurisprudência e na doutrina. São as mesmas: (a) ADI por omissão total e a (b) ADI por omissão parcial. Essa ainda se divide ainda em (b.1) ADI por omissão parcial propriamente dita e (b.2) ADI por omissão parcial relativa.
(a) ADI por omissão total: ocorre quando há falta lei ou ato normativo para viabilizar direitos previstos na Constituição. É a clássica ADI por omissão.
 (b) ADI por omissão parcial: ocorre quando existe lei, mas a lei é insuficiente, insatisfatória, para viabilizar direitos previstos na Constituição. Ela divide-se em:
 (b.1) ADI por omissão parcial propriamente dita: é aquela na qual existe lei, porém a lei não consegue viabilizar de forma adequada ou satisfatória os direitos previstos na Constituição; 
(b.2) ADI por omissão parcial relativa: é aquela que ocorre quando existe lei, a lei é suficiente e adequada para viabilizar o direito, porém ela não atinge todos que ela deveria atingir, que se encontram na mesma situação. Portanto, não existe insuficiência na lei em si, mas insuficiência no que tange aos atingidos. Sem dúvida, é uma insuficiência muito mais quantitativa do que qualitativa. Exemplo: o antigo art. 37, inc. X, da CR/88 (antes da EC nº 19/98) é uma lei que aumentava a remuneração de parcelas dos servidores públicos. Esse inciso do art. 37 trazia a normativa da isonomia entre os funcionários públicos e, portanto, se ocorresse um aumento somente para uma parcela dos funcionários públicos, ainda que o mesmo fosse adequado, ele não iria atingir todos os que deveriam ser atingidos (que se encontravam na mesma situação).
 PROCEDIMENTO
 Procedimento da ADI por omissão total; Requisitos: indicar a falta da lei; fundamento jurídico; pedido (declaração de inconstitucionalidade por omissão total dos Poderes Públicos). Nesses termos:Legitimado ativo propõe → juízo de admissibilidade pelo relator → admitida, prestação de informações pela autoridade em 30 dias → Possibilidade de participação do AGU3 PGR, nas ações em que não for o autor terá vista pelo prazo de 15 dias, → informações adicionais (possibilidade)→ relator: lança relatório solicita dia julgamento → decisão.
 Procedimento da ADI por omissão parcial; Requisitos: indicar a insuficiência da lei; fundamento jurídico do pedido; pedido (declaração de inconstitucionalidade por omissão parcial). Nesses termos: Legitimado ativo propõe → juízo de admissibilidade pelo relator → admitida, prestação de informações pela autoridade em 30 dias → possibilidade de manifestação do AGU em 15 dias→PGR nas ações em que não for o autor terá vista pelo prazo 15 dias → informações adicionais (possibilidade) →lança relatório solicita dia julgamento → decisão.
 OBJETO
Conforme a doutrina mais atual, o objeto da ação direta de inconstitucionalidade por omissão é a inércia na edição de qualquer ato normativo primário igualmente sujeito à ação direta de inconstitucionalidade genérica, bem como de atos normativos secundários editados pelo executivo e judiciário.
O art. 103, § 2º, faz menção a “omissão de medida” e a “órgão administrativo”. Logo, o objeto da ADO não se limita à omissão legislativa, mas se estende à omissão normativa ampla, que engloba a ausência de atos gerais, abstratos e obrigatóriosde todos os poderes, como, por exemplo, regulamentos, instruções e resoluções do executivo e a regulamentação de aspectos processuais estabelecidos nos regimentos internos dos tribunais.
8. COMPETÊNCIA
A competência para processar e julgar a ADO é do STF, originariamente. São legitimados a propô-la os mesmo legitimados da ADI genérica, devendo ser observada a pertinência temática para os não universais.
Por se tratar de processo objetivo, a ADO não se destina à proteção de situação individuais, mas à defesa da ordem jurídica fundamental. Dessa forma, seus legitimados agem como verdadeiros advogados do interesse público e da Constituição.
Não se admite também a fungibilidade entre o mandado de injunção e a ADO. Porém, o STF reconhece o caráter fungível da ADI genérica e da ADO, ambas objetivas, quando entre elas houver confusão do pedido e da causa de pedir.
 PRAZO
Não há prescrição ou decadência na referida ação, não comportando prazo prescricional, pois o vício de que sofre é congênito, isto é, desde sua origem, não podendo portanto, ser convalidado. De sorte que a subsistência de ato contrário à Constituição por decurso de tempo, produziria como efeito a ineficácia da Lex Mater, violando também, por conseguinte à sua supremacia.
ADIN INTERVENTIVA
A intervenção é fenômeno excepcional que ocorre apenas em situações de anormalidade institucional, e conforme hipóteses expressamente elencadas na Constituição Federal. As hipóteses de intervenção da União nos Estados-membros ou Distrito Federal estão dispostas no art. 34. As hipóteses de intervenção dos Estados nos seus Municípios e da União nos municípios localizados em territórios federais estão no art. 35. Sabendo-se que não existem mais territórios federais.
A ADI interventiva, também chamada de representação interventiva, surgiu na Constituição de 1934 como pressuposto para a decretação da intervenção federal ou estadual. A doutrina refere-se a ela como uma fiscalização concreta por meio de uma ação direta, ou em tese. Em outras palavras, o judiciário exerce um controle direto de constitucionalidade tendo como parâmetro um caso concreto submetido à sua análise.
A Ação Direta de Inconstitucionalidade interventiva tem por finalidade a afirmação de inconstitucionalidade visando à decretação de intervenção consecutivamente de um ato do Poder Público desobedecer algum dos princípios constitucionais sensíveis. 
SAMPAIO (2018) Destaca quando a hipótese ensejadora for a do inciso VII, do art. 34 da CF/88. Que se refere aos chamados Princípios Sensíveis da Constituição, caberá a impetração pelo Procurador – Geral da República de Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva (ADIN Interventiva), endereçada ao STF, que a julgará e, entendendo que houve desrespeito a qualquer dos princípios sensíveis estabelecidos nas alíneas do inciso VII, oficiará quem o desrespeitou para tornar o ato nulo, senão requisitará a intervenção ao presidente da República.
A Ação Direta de Inconstitucionalidade interventiva possui dupla finalidade, pois pretende, juridicamente, a declaração de inconstitucionalidade formal e material de lei ou ato normativo estadual, e politicamente, a decretação de intervenção federal no Estado-membro ou Distrito Federal exercendo um controle direto, para fins concretos. 
O artigo 18 da Constituição Federal de 1988 estabelece que a organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos. Em regra geral nenhum ente federativo deverá intervir em qualquer outro. No entanto, a Constituição Federal traz exceções à regra, o que estabelece situações em que haverá a intervenção.
A União intervirá nos Estados, Distrito Federal, nas hipóteses previstas no artigo 34 da Constituição Federal, e nos Municípios localizados em Território Federal (hipótese do artigo 35 da Constituição Federal) e ainda os Estados poderão intervir nos Municípios (hipótese do artigo 35 da CF/88).
Note-se que o Procurador-Geral da República, devido à independência constitucionalmente reconhecida ao Ministério Público, atua discricionariamente na possibilidade de propor, ou não, a representação.
A ação em comento pode ser definida como uma demanda judicial decorrente da infração aos princípios sensíveis, que, mediante representação do Procurador-Geral da República, o STF, via provimento, requisitará ao Presidente da República a intervenção federal no Estado-membro descumpridor dos referidos princípios, que, de forma temporária, sanará a irregularidade, colimando, ao final, para a manutenção do regime federativo.
Compreenda que a ação direta de inconstitucionalidade interventiva direciona seu fundamento para o art. 36, III da CRFB/88, que por sua vez leva ao art. 34, VII da CRFB/88, que prescreve lista taxativa de princípios constitucionais denominados pela doutrina como sensíveis.
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996).
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000).
O pedido é formulado de forma abstrata quanto à constitucionalidade do ato impugnado. Não entanto, não se trata de um processo propriamente objetivo, já que possui partes e envolve um caso concreto. Há uma relação processual contraditória contrapondo a União e os Estados-Membros, ou estes e seus Municípios, cujo resultado pode ser a intervenção.
Importante destacar que o judiciário não nulifica o ato que deu ensejo à representação, muito menos é o responsável pelo ato de intervenção. Ele limita-se a verificar se foram atendidos os pressupostos para a futura intervenção, que é decretada pelo chefe do executivo.
FASES DA INTERVENÇÃO FEDERAL E ESTADUAL
A doutrina divide o processo de intervenção federal e estadual em 3 fases. A primeira delas é a fase jurisdicional, em que o poder judiciário analisa os pressupostos por meio da ADI interventiva. No caso da intervenção federal, a competência é exclusiva do Supremo Tribunal Federal. Na intervenção estadual, a competência é do Tribunal de Justiça local. 
A fase seguinte é denominada de intervenção branda. Julgada procedente a representação, o chefe do executivo, por meio de decreto, suspende a execução do ato impugnado se esta medida bastar para que a normalidade seja estabelecida. Esta fase dispensa a apreciação do decreto pelo Congresso Nacional ou Assembleia Legislativa.
A terceira e última fase é a intervenção efetiva, e só ocorre quando a suspensão do ato promovida na fase anterior não for suficiente. Na intervenção efetiva, o chefe do executivo deve especificar no decreto a amplitude da intervenção, o seu prazo, as condições de execução e, se couber nomear o interventor. Nesta fase há o controle político do decreto, que deverá ser submetido ao Congresso ou Assembleia Legislativa no prazo de 24 horas. Se ocorrer em período de recesso, é feita convocação extraordinária no mesmo prazo.
Desde a promulgação da atual Constituição, a despeito do ajuizamento de algumas ADI’s interventivas perante o STF, ainda não houve casos que passaram da fase judicial para a intervenção branda.
Como exemplo:
Foi o pedido de intervenção no Estado de Mato Grosso por omissão do poder público no controle de linchamento de presos pela população.Esse pedido foi negado pelo STF.
OBJETO DA ADI INTERVENTIVA
O art. 36, III, da Constituição Federal, estabelece que a intervenção federal dependerá de provimento, pelo STF, de representação do Procurador-Geral da República quando o objetivo for assegurar a observância dos princípios constitucionais sensíveis listados no art. 34, VII, em suas alíneas de “a” a “e”.
Conforme a doutrina e o entendimento mais recente do STF, o objeto da ADI interventiva não se limita a lei ou ato normativo que viole esses princípios constitucionais. Dessa forma, conforme entendimento mais amplo podem também ser objetos da ação a omissão ou incapacidade de autoridades locais para assegurar o cumprimento e preservação desses princípios, bem como atos governamentais estaduais, atos administrativos e atos concretos que os violem.
Novamente, ressalta-se que a decisão em ADI interventiva não possui os mesmos efeitos das demais ações constitucionais, já que o STF não nulifica o ato impugnado.
COMPETÊNCIA E LEGITIMIDADE NA ADI INTERVENTIVA
A competência para julgar a ADI interventiva federal é exclusiva do STF, originariamente. Quanto a legitimidade para propô-la, ela pertence única e exclusivamente ao Procurador-Geral da República, tendo este total autonomia e discricionariedade para formação do seu convencimento e ajuizamento da ação. Isso quer dizer que ele não atua como representante da União, mas em defesa da ordem jurídica, do regime democrático, dos interesses sociais e individuais indisponíveis e do equilíbrio federal.
O legitimado passivo na ADI interventiva é o ente federativo onde se verificou a violação do princípio constitucional sensível.
PROCEDIMENTO DE JULGAMENTO
É a Lei n.º 12.562/2011 que regulamenta o art. 36, III, da Constituição Federal, estabelecendo o procedimento de julgamento da ADI interventiva perante o STF.
Conforme a Lei, proposta a ação pelo PGR, a petição inicial deverá conter a indicação do princípio constitucional sensível violado, do ato normativo, administrativo, concreto ou omissão questionados, a prova da violação do princípio e o pedido com suas especificações. Em caso de intervenção por recusa a aplicar lei federal, deve ser indicada a disposição questionada.
A petição deve ser apresentada em 2 vias, com cópia do ato questionado e dos documentos que provam a impugnação. O relator indefere liminarmente a petição quando não for o caso de ADI interventiva, quando faltar requisito legal ou quando for inepta. Da decisão, cabe agravo interno no prazo de 15 dias úteis, conforme o novo Código de Processo Civil.
Recebida a inicial, o relator deve tentar dirimir administrativamente o conflito que dá causa ao pedido de intervenção federal, usando dos meios que julgar necessários, na forma do Regimento Interno do STF. Se não solucionado o problema, e não sendo o caso de arquivamento, o relator solicita informações às autoridades responsáveis pela prática do ato questionado, que deverão ser prestados em 10 dias. Após esse prazo, serão ouvidos, sucessivamente, o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, que deverão se manifestar no prazo de 10 dias.
Se entender necessário, o relator pode requisitar informações adicionais, designar peritos para a elaboração de laudo e fixar data para audiência pública com pessoa com experiência ou autoridade na matéria. Cabe também ao relator autorizar a manifestação ou juntada de documentos por interessados no processo (amicus curiae), em conformidade com o art. 7º, § único da Lei n.º 12.562/2011.
Cumpridos os prazos e realizadas as diligências, o relator lança o relatório com cópia para todos os Ministros e pede data para julgamento. A decisão sobre a procedência ou improcedência do pedido é tomada pela manifestação da maioria absoluta (6 Ministros), em sessão onde devem estar presentes no mínimo 8 Ministros, o quórum de instalação da sessão. Caso estejam ausentes Ministros em número que possa influir na decisão, o julgamento é suspenso para se aguardar a presença deles.
Julgada procedente a ADI interventiva é feita a comunicação ao órgão ou autoridades responsáveis pela prática do ato questionado. O presidente do STF publica o acórdão e comunica ao Presidente da República para, no prazo improrrogável de 15 dias, dar cumprimento aos §§ 1º e 3º do art. 36 da Constituição. Até 10 dias do trânsito em julgado, a parte dispositiva do acórdão é publicada em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da União.
Por ser tratar o processo de uma requisição, e não de uma solicitação, o Presidente da República não poderá deixar de cumprir a ordem mandamental aposta no acórdão, sob pena de incorrer em crime comum e de responsabilidade. Dessa forma, julgado procedente o pedido, deve decretar a intervenção federal, correspondente à segunda fase do processo, a intervenção branda. Nesta fase, conforme o art. 36, § 3º, o Presidente, por decreto, limita-se a suspender a execução do ato impugnado. Se a medida não for suficiente para restabelecer a normalidade, ele decreta a intervenção federal efetiva.
O decreto de intervenção federal efetiva deve especificar a sua amplitude, prazo e condições de execução. Se couber, deve nomear também o interventor, afastando as autoridades responsáveis de seus respectivos cargos. O Congresso Nacional exerce o controle político do decreto, apreciando-o em até 24 horas. Cessados os motivos da intervenção federal, as autoridades afastadas são reconduzidas a seus cargos, salvo impedimentos legais. 
Por fim, a decisão que julga procedente ou não o pedido de ADI Interventiva é irrecorrível e insuscetível de impugnação por ação rescisória.
MEDIDA LIMINAR EM ADI INTERVENTIVA
Parte da doutrina considera a concessão de medida liminar em ADI interventiva incompatível com a natureza e finalidade da ação. Além da gravidade dos efeitos da decisão para a Federação, não teria como antecipar qualquer efeito, já que a consequência da decisão de mérito é determinar que o chefe do executivo proceda com a intervenção.
Apesar disso, o art. 5º da Lei n.º 12.562/2011 admite expressamente a concessão de liminar por decisão da maioria absoluta dos Ministros, embora não preveja a sua concessão somente pelo relator ou Ministro Presidente do STF, como nas demais ações do controle concentrado.
Para a concessão da medida liminar, o relator poderá ouvir o órgão ou autoridade responsável pelo ato impugnado, e ainda o AGU e o PGR no prazo comum de 10 dias.
A liminar pode consistir na suspensão do andamento de processo ou dos efeitos de decisão judicial ou administrativa, bem como qualquer outra medida relacionada à matéria objeto da representação.
ADI INTERVENTIVA ESTADUAL
A intervenção em nível estadual é regulamentada pela Lei n.º 5.778/1972, com aplicação subsidiária da Lei n.º 4.337/1963, que por sua vez foi revogada pela Lei n.º 12.562/2011.
Conforme a Constituição Federal, a intervenção estadual é decretada pelo governador, depois de provimento de representação pelo Tribunal de Justiça Local, e com o objetivo de assegurar a observância dos princípios indicados na Constituição Estadual, bem como a execução de lei, ordem ou decisão judicial.
O julgamento da ADI interventiva estadual obedecerá as regras da Constituição Estadual e do Regimento Interno do TJ local. No entanto, deve haver simetria com o modelo federal, com as devidas adaptações, como, por exemplo, quanto às fases da intervenção, e os legitimados ativo (Procurador-Geral de Justiça do Estado, chefe do Ministério Público estadual) e passivo (Municípios).
ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (ADPF)
Introdução
ADPF- Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental
Um dos controles de constitucionalidade, a ADPF é uma ferramenta nova de controle concentrado de constitucionalidade utilizada para evitar ou reparar lesão a preceito fundamental resultante de ato do Poder Público (União, estados, Distrito Federal e municípios), incluídos atosanteriores à promulgação da Constituição.
No Brasil, a ADPF foi instituída em 1988 pelo parágrafo 1º do artigo 102 da Constituição Federal, posteriormente regulamentado pela lei nº 9.882/99. Sua criação teve por objetivo suprir a lacuna deixada pela ação direta de inconstitucionalidade (ADIN), que não pode ser proposta contra lei ou atos normativos que entraram em vigor em data anterior à promulgação da Constituição de 1988. 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Legitimação ativa: É a mesma prevista para a ação direta de inconstitucionalidade (art. 103, I a IX, da Constituição federal, art. 2° da Lei 9.868/1999 e art. 2°, I da Lei 9.882/1999).
Capacidade postulatória: A exemplo: da ADI, alguns legitimados para ADPF não precisam ser representados por advogados, já que detêm capacidade postulatória.
Competência para julgamento: Sempre será do Supremo Tribunal Federal (STF).
Liminar: A ADPF admite liminar, concedida pela maioria absoluta dos membros do STF (art. 5° da Lei 9.882/1999). A liminar pode consistir na determinação para que juízes e tribunais suspendam o andamento de processo ou de efeitos de decisões judiciais, ou de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da ação.
Informações: O relator da ADPF poderá solicitar informações às autoridades responsáveis pelo ato questionado. Na ADPF admite-se a figura do 'amicus curiae' (amigo da corte).
Efeitos da decisão: A decisão da ADPF produz efeito erga omnes (contra todos) e vinculantes em relação aos demais órgãos do poder público. Os efeitos no tempo serão ex tunc (retroativos), mas o STF poderá, em razão da segurança jurídica ou de excepcional interesse social, restringir os efeitos da decisão, decidir que essa somente produzirá efeitos a partir do trânsito em julgado ou de outro momento futuro que venha a ser fixado. Decisões nessa linha excepcional exigem voto de dois terços dos membros do STF.
Não há dúvida que a arguição de descumprimento de preceito fundamental é uma inovação das mais salutares em nosso sistema de controle de constitucionalidade, e se devidamente potencializada e aplicada, tende a configurar instrumento de capital importância para o aperfeiçoamento do modelo atualmente existente.7
MODALIDADE DE ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO
A arguição de descumprimento de preceito fundamental pode apresentar-se sob duas modalidades: a autônoma ou direta e a incidental ou indireta.
A arguição sob a forma autônoma está contida no art. 1º, caput, da Lei nº 9.882/99:
"Art. 1º. A arguição prevista no § 1º do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público".
A arguição autônoma tem natureza objetiva, que pode ser proposta para defesa exclusivamente objetiva contra violação de preceitos fundamentais decorrente de um ato do poder público, seja este ato federal, estadual ou municipal. A arguição sob a modalidade incidental ou indireta está contida no parágrafo único do art. 1º:
"Caberá também arguição de descumprimento de preceito fundamental:
I – quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição."
Este segundo caso revela a natureza subjetiva-objetiva, incidental ou indireta da arguição de descumprimento de preceito fundamental, pressupondo a existência de controvérsia sobre lei ou ato normativo, de todos os órgãos políticos autônomos, bem como dos anteriores à Constituição.
 ARGUIÇÃO DIRETA OU AUTÔNOMA
A ADPF direta ou autônoma é uma típica ação de controle concentrado e principal de constitucionalidade com o objetivo de defesa de preceitos fundamentais ameaçados ou lesados por qualquer ato do poder público.
LEGITIMIDADE
O Artigo 2º da Lei nº 9.882/99 aponta como legitimados para propor a ação de descumprimento de preceito fundamental os mesmos sujeitos aptos a propor a ação direta de inconstitucionalidade. Assim, podem propor a Ação Direta de Inconstitucionalidade:
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou a Mesa da Câmara Legislativa do DF;
V - o Governador de Estado ou o Governador do Distrito Federal
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional
IX - Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
São legitimados universais: o Presidente da República, as Mesas do Senado e da Câmara de Deputados, o Procurador-Geral da República, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e partido político com representação no Congresso Nacional. Os legitimados especiais compreendem o Governador de Estado, a Mesa de Assembleia Legislativa de Estado, confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
Já os legitimados passivos da ADPF são as autoridades, órgãos ou entidades responsáveis pela prática do ato questionado ou pela omissão impugnada. O Advogado-Geral da União deve desempenhar o mesmo papel exercido no caso de ADIN genérica, ou seja, deve atuar como curador da presunção de constitucionalidade do ato questionado, seja ele normativo ou não. Certo que, em se tratando de omissão do poder público, à semelhança da ADIN por omissão, não cabe a atuação do AGU, salvo em se tratando de omissão parcial.
 COMPETÊNCIA
A competência para julgamento da ADPF pertence ao Supremo Tribunal Federal (STF), tendo como paradigma a Constituição Federal. No plano estadual e tendo como paradigma a Constituição do Estado, o controle pode ser realizado pelo Tribunal de Justiça do Estado, caso haja previsão deste instituto na respectiva Constituição do Estado. O processo tem natureza objetiva e somente sob o aspecto formal é possível falar-se em partes.
 PROCEDIMENTO
O procedimento da arguição, tanto autônoma quanto incidental, inicia-se por petição que satisfaça os requisitos do art. 3º da Lei 9.882/99. Não sendo o caso de arguição ou faltando à inicial alguns de seus requisitos, o relator poderá indeferi-la de plano, por decisão sujeita a agravo regimental (art. 4º, §2º).
É cabível a concessão de liminar, caso formulado pedido, mediante o voto da maioria absoluta dos membros do Tribunal (art. 5º, caput), caso estejam presentes no mínimo 2/3 dos Ministros (8). Esse quórum especial pode ser dispensado em caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou, ainda, quando em recesso o STF, hipóteses em que decisão monocrática encontra-se sujeita ao referendo do Tribunal Pleno (§1º do art. 5º).
A Lei 9.882/99, antes da decisão liminar, faculta a prévia oitiva dos órgãos ou autoridades responsáveis pelo ato questionado, bem como do Advogado-Geral da União ou do Procurador-Geral da República, no prazo comum de cinco dias (art. 5º, §2º).
 MEDIDA LIMINAR
A liminar "poderá consistir na determinação de que juízes e tribunais suspendam o andamento de processos ou os efeitos de decisões judiciais, ou de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da arguição de descumprimento de preceito fundamental, salvo se decorrentes da coisa julgada" (§3º do art. 5º).
Apreciado o pedido de liminar, se formulado, o prazo de informações destinado às autoridades responsáveis pela prática do ato impugnado é de dez dias (art. 6º).
Mesmo nas arguições incidentais, não é imprescindível a oitiva das partes que compõem a relação processual originária, mas, se entender necessário, poderá relator ouvi-las ou, ainda, requisitar informações adicionais, designar perito ou comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão, ou ainda, fixar data para declarações, em audiência pública, de pessoas com experiência e autoridade na matéria (art. 6º, §1º).
A interveniência da Procuradoria-Geral da República é obrigatória(CF/88, art. 103, §1º, e Lei 9.882/99).
OBJETOS
Os Atos ou Omissões que Descumprem Preceitos Constitucionais Fundamentais
Pela arguição de descumprimento de preceito fundamental são controláveis todos os atos do poder público ofensivo a preceitos constitucionais fundamentais, sejam atos normativos ou não. Assim, o objeto da ADPF abrange:
(a) Atos normativos;
(b) Atos não normativos (atos concretos ou individuais do Estado e da Administração Pública, atos e fatos materiais, atos do poder público regidos pelo direito privado, contratos administrativos, e até mesmo atos judiciais);
(c) Atos anteriores à Constituição.
 
DECISÃO E SEUA EFEITOS
Com o veto ao §1º do art. 8º, segundo o qual era exigida a votação por maioria de 2/3, questiona-se qual o quórum necessário ao julgamento da arguição, principalmente em se tratando de controvérsia envolvendo conflito de direito intertemporal, em que não se exige a obediência ao disposto no art. 97 da CF/88. A resposta a essa questão pode ser obtida pela interpretação compreensiva da norma prevista no art. 5º, caput, que condiciona a concessão da medida liminar à observância do quórum mínimo da maioria absoluta dos membros do Tribunal.
Assim, mesmo em se tratando de tema ligado à revogação de normas pré-constitucionais ou por força de reforma constitucional, no julgamento da arguição de descumprimento de preceito fundamental, será necessário o quórum qualificado, a despeito da não aplicação do art. 97 da CF/88.
Além disso, a exemplo do art. 27 da Lei 9.868/99, também na Lei 9.882/99 foi consagrada hipótese de exceção à regra da nulidade do ato impugnado, mediante a seguinte previsão: "Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, no processo de arguição de descumprimento de preceito fundamental, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado" (art. 11).
Julgada a arguição, as autoridades responsáveis pela prática do ato impugnado serão comunicadas da decisão, que poderá ainda fixar as condições e o modo de aplicação e interpretação do preceito fundamental (art. 10, caput).
A decisão é imediatamente autoaplicável, antes mesmo da lavratura do acórdão (art. 10, §1º). A decisão tem efeito vinculante e eficácia contra todos. Então, transitada em julgado, a parte dispositiva da decisão, em razão de seus efeitos “erga omnes” e vinculantes, deverá ser publicada no Diário Oficial (§2º do art. 10). Pode o Supremo, porém, excepcionar a própria regra do efeito “erga omnes” e do efeito declaratório ou “ex tunc” de suas decisões, atribuindo efeitos mais limitados ou constitutivos, ou mesmo “ex nunc”, ou prospectivo sob o fundamento da segurança jurídica e estabilidade das relações. De qualquer forma, a decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido da ADPF é irrecorrível.
 ARGUIÇÃO INCIDENTAL
A arguição incidental é uma espécie de ADPF que não sofre perda de característica de ainda estar no sistema de controle concentrado de constitucionalidade. 
Urge esclarecer, que diferentemente da arguição autônoma, a arguição incidental tem como requisito de admissibilidade a existência de controvérsia constitucional relevante sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à constituição federal de 88, conforme lei 9.882/99, art. 1°, parágrafo único. 
Sendo, portanto, como dito acima é exigido apenas nesta modalidade a demonstração deste requisito (controvérsia constitucional relevante).
Trata-se de arguição incidental, porque esta controvérsia é aquela que exclusivamente se demonstra em Juízo. A arguição incidental inicia-se em um processo subjetivo, assim, a questão constitucional abordada em relação ao preceito fundamental é remetida ao Supremo Tribunal Federal para apreciação. Constitui-se, assim, em incidente processual que permite ao Supremo Tribunal Federal fixar, por antecipação, a interpretação autêntica a ser dada ao desfecho da questão, sendo desnecessário percorrer todo o trâmite processual até a interposição de Recurso Extraordinário, havendo desacordo de competência vertical do órgão judicial originário para o Supremo Tribunal Federal. Ou seja, para se evitar decisões contraditórias nas cortes inferiores, bem como abundância de Recursos Extraordinários na corte de constitucionalidade, tal questão prejudicial, será antecipadamente fixada pelo Supremo Tribunal Federal.
ADPF’s Notáveis
ADPF 54: protocolada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde, questiona a ilegalidade da interrupção voluntária da gravidez em fetos anencéfalos. Declarada procedente em abril de 2012. Proposta em 2004, foi julgada apenas oito anos depois, entre os dias 11 e 12 de abril de 2012, aprovada por um placar de 8 votos a favor e 2 votos contra.
ADPF 132: protocolada pelo governador do estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, questiona o não reconhecimento de uniões civis entre casais homo afetivos por parte de órgãos do poder público. Declarada procedente em maio de 2011, foi julgada juntamente com a ADI 4277, os ministros 10 ministros votaram pela procedência das ações e com efeito vinculante, no sentido de dar interpretação conforme a constituição federal para excluir qualquer significado do artigo 1.723 do código civil que impeça o reconhecimento da união entre pessoas do mesmo sexo como entidade familiar.
ADPF 153: protocolada pela Ordem dos Advogados do Brasil, questiona a constitucionalidade da lei nº 6.683 de 28 de agosto de 1979, a chamada "lei da Anistia". Julgada improcedente há recurso de embargos de declaração pendente.
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE (ADC)
A Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) foi introduzida no ordenamento jurídico pela Emenda Constitucional n.º 3/93 com a alteração da redação do artigo 102, inciso I alínea a, e acréscimo do § 2º ao referido artigo, bem como o § 4º ao artigo 103, todos da Constituição Federal, tendo a sua disciplina processual sido regulamentada pela Lei 9.868/1999. Busca-se por meio desta ação declarar a constitucionalidade de lei ou ato normativo federal.
OBJETO
 O objeto da referida ação é lei ou ato normativo federal.
COMPETÊNCIA
 O órgão competente para apreciar a Ação Declaratória de Constitucionalidade é o STF de acordo com o artigo 102, I, a, da Constituição Federal de 1988.
LEGITIMADOS
 Serão os mesmos para a propositura da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI):
a) o Presidente da República; 
b) a Mesa do Senado Federal; 
c) a Mesa da Câmara dos Deputados; 
d) a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; 
e) o Governador de Estado ou do Distrito Federal; 
f) o Procurador-Geral da República; 
g) o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
h) partido político com representação no Congresso Nacional; 
i) confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. 
PROCEDIMENTO
 O procedimento na Ação Declaratória de Constitucionalidade é o mesmo a ser seguido que na Ação Direta de Inconstitucionalidade genérica, só que aqui o Advogado-Geral da União não será citado, visto que não há ato ou texto impugnado. É vedada a intervenção de terceiros e a desistência da ação após a sua propositura.
A decisão é irrecorrível, ressalvada a interposição de embargos declaratórios, não podendo ser objeto de ação rescisória. 
Na ADC, é requisito obrigatório a demonstração de controvérsia relevante sobre a norma objeto da demanda (art. 14, III da Lei 9.868/99).
A decisão da ADC, por maioria absoluta dos membros do STF, também produz efeitos “erga omnes” (contra todos), “ex tunc” (retroage) e vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e Poder Executivo.Não produz efeito vinculante apenas em relação ao Poder legislativo. 
Tendo em vista que quando o Supremo Tribunal Federal decide a ADC decide também a prejudicial em todos os processos concretos, haverá diversidades processuais nos processos concretos:
a) Se o juiz não tinha decidido: não decidirá mais, irá se reportar ao que o STF já decidiu, julgando a ação improcedente. 
b) Se o juiz tinha decidido pela inconstitucionalidade e transitou: o efeito vinculante não tem força capaz de rescindir automaticamente a sentença transitada em julgado, mas pode servir de fundamento para ação rescisória e cabe liminar. 
c) Se o juiz já tinha decidido pela constitucionalidade, mas não transitou. Houve recurso e a decisão do STF sobre a prejudicial foi pela constitucionalidade: O Tribunal confirma a decisão do Juiz, aplicando a decisão do STF no recurso da parte. 
d) Se o juiz tinha decidido pela inconstitucionalidade, mas não transitou. Houve recurso e a decisão do STF sobre a prejudicial foi pela constitucionalidade: O Tribunal irá desfazer a decisão do juiz.
MEDIDA CAUTELAR
COMPETÊNCIA
A competência para decidir sobre a medida cautelar na ação declaratória de constitucionalidade cabe ao Supremo Tribunal Federal.
LEGITIMIDADE
 Os mesmos legitimados. A medida cautelar sempre será incidental, nunca preparatória.
CONCESSÃO DE MEDIDA
 O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida cautelar na ação declaratória de constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes e os Tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objetivo da ação até seu julgamento definitivo. (art. 21 da Lei 9868/99).
 EFEITOS DA DECISÃO
 A decisão de concessão da cautelar tem eficácia “erga omnes” (contra todos) e vinculante, em razão do poder geral de cautela do Supremo Tribunal Federal.
Bases: artigo 102, inciso I alínea a, e § 2º, § 4º do artigo 103, todos da Constituição Federal, e artigos 13 a 28 da Lei 9.868/1999 (Normas das Ações Direta de Inconstitucionalidade e Declaratória de Constitucionalidade).
REFERÊNCIAS
A NOVA EXEGESE DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO NOS TERMOS DA LEI 12.069/09: UMA ANÁLISE DOGMÁTICA E JUJRIPRUDENCIAL. Disponível em: <file:///C:/Users/hp/Downloads/267-875-1-PB.pdf>. Acessado: 01 de maio de2018.
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO – ADIN POR OMISSÃO E DEMAIS MECÂNISMO DE CONTROLE. Disponível <em:https://www.jurisway.org.br/v2/cursoonline.asp?id_curso=889&id_titulo=11127&pagina=2>. Acessado: 01 de maio de 2018.
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO. Disponível em:< http://direitoconstitucional.blog.br/acao-direta-de-inconstitucionalidade-por-omissao/>. Acessado: 02 de maio de 2018.
ALMEIDA, Paulo, ADPF - Arguição de descumprimento de preceito fundamental. Conceito de preceito fundamental. Fundamento lógico-transcendental da validade da constituição jurídico-positiva Disponível em: <www.ambito-juridico.com.br> Acesso em: 27 de Abril de 2018.
BRASIL, Lei no 9.882, de 03 de Dezembro de1999, Dispõe sobre o processo e julgamento da argüição de descumprimento de preceito fundamental, nos termos do § 1o do art. 102 da Constituição Federal. Disponível em< www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9882.htm> Acesso em: 27 de Abr 2018.
DIREITO CONSTITUCIONAL / ALEXANDRE DE MORAES. – 8 ED. REVISTA, AMPLIADA E ATUALIZADA COM A EC Nº 28/00. – SÃO PAULO : ATLAS, 2000.
LIMITE À TROCA DE SUJEITO NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO UM CASO DE TENSÃO ENTRE A VONTADE FISCAL EO DIREITO DO CONTRIBUINTE. Disponível em: <http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=fa3a3c407f82377f>. Acessado: 01 de maio de 2018.
SAMPAIO, Mauricio, Manual de Direito Constitucional, adpf, ed. pag. 81, Salvador 2018

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