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1º Sistema Reprodutor femenino

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ANATOMIA E FISIOLOGIA DO 
APARELHO REPRODUTOR FEMININO
e
PROBLEMAS GINECOLÓGICOS
Profª Karla Félix
Anatomia
 O sistema genital feminino é o conjunto de órgãos responsáveis pela reprodução na mulher, além de um órgão que proporciona o desenvolvimento de um novo ser vivo (o útero).
 Se divide em:
 Órgãos genitais internos: trompa, útero, ovário (gônadas), vagina
 
 Órgãos genitais externos: grandes e pequenos lábios, vestíbulo, clitóris, glândulas anexas e hímen
Os órgãos são classificados e distribuídos de acordo com suas respectivas funções:
Órgãos externos:
Grandes lábios: são duas pregas cutâneas, a face externa é coberta por pêlos e a interna é de característica rosada. Mede aproximadamente de 6 a 10 cm de cumprimento.
 
Pequenos lábios: são duas pregas cutâneas menores que os grandes lábios, medindo de 4 a 6 cm de cumprimento, de aparência mucosa, rosada e lisa.
Vestíbulo: é a área limitada pela face interna dos pequenos lábios. As glândulas produzem secreção para que as estruturas tornem-se úmidas e propícias à relação sexual.
 
Clitóris ou estrutura eréteis: é o órgão erétil feminino, vascularizado e inervado. É um órgão muito importante para a sexualidade feminina (excitabilidade).
 
Hímen: localizado na entrada da vagina, tem forma e espessura variado, perfurado e geralmente se fragmenta após as primeiras relações sexuais.
 
Glândulas anexas: São as glândulas de Bartolin, situada a cada lado da vulva secretando substância fluida importante para relação sexual.
Órgãos internos:
Vagina: é um canal muscular que mede de 8 a 10 cm de comprimento, que liga a vulva ao útero. É o órgão da cópula e serve de passagem para menstruação e o feto. A abertura da vagina é parcialmente coberta por uma membrana – o hímen.
Ovários: são duas glândulas situadas na cavidade pélvica. Produzem hormônios (estrógeno e progesterona) e guardam os óvulos até seu amadurecimento quando são liberados para trompa, fenômeno chamado de ovulação. Tendem a diminuir de tamanho na fase senil.
Trompas de falópio ou ovidutos ou tubas uterinas: responsável pelo transporte do óvulo do ovário para o útero através de movimentos ciliares e peristálticos . É um canal tubular (10 a 12 cm) que sai do corpo do colo do útero até os ovários.
 O canal do parto é formado pela bacia óssea e por parte moles. A bacia óssea é formada pelo osso sacro, cóccix e dois ossos ilíacos. E a parte mole é constituída pelo assoalho fibroso e muscular que fecha embaixo a escavação óssea e mantém os órgãos pélvicos.
Útero: órgão muscular oco, e se divide em colo e corpo do útero. É revestido internamente pelo endométrio onde se fixa o ovo. É responsável pela contração uterina no momento de expulsão do feto. Mede 7 cm. É o órgão em que o embrião aloja-se e desenvolve-se até seu nascimento. Apresenta forma de pêra invertida.
 
As paredes uterinas contraem e relaxam durante a estimulação sexual e no trabalho de parto.
Canal Cervical: estreita passagem na extremidade inferior do útero.
Colo do útero ou Cérvix uterina: terminações do útero que se contacta com a vagina.
Camadas uterinas:
Endométrio ou interna: região que é preparada para implantação do óvulo fecundado, sendo assim sofre modificações com a fase do ciclo menstrual, uterino ou na gravidez.
Miométrio ou média: camada constituídas por fibras musculares lisas; é também a camada mais espessa, sendo responsável pelas contrações.
Perimétrio ou externa: constituída pelo peritônio, envolvendo externamente o útero.
FISIOLOGIA
 A fisiologia do sistema reprodutor feminino é quem promove o ciclo menstrual mensalmente, que se caracteriza por eventos hemorrágicos do útero devido a manifestações hormonais.
Hipófise: libera quatro hormônios, dois em situações não gravídicas (FSH e LH) e dois em situações gravídicas (Prolactina e Ocitocina).
FSH - hormônio folículo estimulante: estimula o crescimento do folículo ovariano e a secreção de estrogênio.
 
LH - hormônio luteinizante: estimula a ovulação e contribui para a formação do corpo lúteo 
Prolactina: prepara a mama para a lactação e inibe FSH e LH
 
Ocitocina: atua na contração uterina
b) Ovário: Responsável pela liberação de dois hormônios:
Estrogênio: estimula o desenvolvimento do endométrio mensalmente e a mobilidade da trompa. É responsável pelos caracteres femininos.
Progesterona: prepara a mama para lactação (ação secretora) e inibe a contração uterina (relaxamento muscular).
c) Ovo: libera o HCG (hormônio gonadotrofino coriônico) para a permanência do corpo-lúteo até o aparecimento da placenta. 
 Os hormônios interagem de forma que promove o crescimento e o amadurecimento dos óvulos, quando estes são liberados pelo ovário e encontra o espermatozóide tem-se a fecundação e como resultado uma gravidez, caso não haja a fecundação, teremos a menstruação que consiste na descamação do endométrio.
Alterações do ciclo menstrual
Alteração de duração
Hipermenorréia: + ou = a 5 dias
Hipomenorréia: - ou = a 2 dias
Alterações da quantidade: 
Menorragia: grande quantidade de sangue com coágulos sem alteração de duração.
Oligomenorréia: pouca quantidade de sangue menstrual. 
Alterações de intervalo
Proiomenorréia: menstruação a cada 20 ou 25 dias;
Polimenorréia: menstruação a cada 15 dias;
Opsomenorréia: intervalo de 35 a 40 dias;
Espaniomenorréia: quando o intervalo se prolonga por 2 ou 3 meses.
Terminologia: 
Menarca: primeira menstruação.
Menacme: período da vida reprodutiva da mulher, compreendido entre a menarca e a menopausa. 
Menopausa: fim da vida reprodutiva da mulher.
Menóstase: suspensão brusca da menstruação, antes do tempo normal do seu término.
Dismenorréia: dor menstrual sob a forma de cólicas no 1º ou nos dois primeiros dias.
Amenorréia: ausência da menstruação entre a menarca e menopausa.
Hipermenorréia: aumento do fluxo menstrual.
Oligomenorréia: diminuição do fluxo menstrual.
Metrorragia: perda sanguínea atípica em qualquer época do período.
Climatério: período de transição entre a fase reprodutiva e a não reprodutiva.
Dispaurenia: dor às relações sexuais.
Leucorreia: corrimento vaginal esbranquiçado.
Menorragia: menstruação excessiva.
Menstruação: perda sanguínea, via vaginal, que ocorre na vida da mulher entre a menarca e a menopausa.
Metrorragia: sangramento entre os períodos menstruais.
Oligomenorreia: menstruação escassa.
Puberdade: período em que ocorrem as modificações nos organismos masculino e feminino, devido à influência dos hormônios sexuais.
Entendendo o Ciclo Menstrual
Todos os óvulos que a mulher possui foram fabricados quando ela ainda estava na barriga da sua mãe. Toda menina nasce com até 450 mil óvulos armazenados nos ovários. Na época da primeira menstruação, entre os 10 e os 14 anos, esses óvulos começam a amadurecer e a ser liberados, um a um, mensalmente. É por isso que a fertilidade decai quando a mulher fica mais velha.
O óvulo é liberado do ovário e cai em estruturas parecidas com franjas na extremidade da tuba uterina, que o vão transportando, devagar, com um movimento em ondas, até o útero.
Se no meio do caminho o óvulo for fertilizado por um espermatozoide, ele vai se alojar quando chegar ao útero e se multiplicar até se transformar no bebê e na placenta. Se a fertilização não acontecer, o óvulo será eliminado, junto com o revestimento interno do útero, o tudo isso formará a sua menstruação. 
Como é um ciclo menstrual normal?
Um ciclo menstrual normal costuma durar 28 dias, contando desde o primeiro dia da menstruação até o início da menstruação seguinte. Há mulheres que têm ciclos bem mais curtos, com até 23 dias, e outras possuem ciclos mais compridos, de até 35 dias. 
Fases do ciclo menstrual
As fases do ciclo menstrual são:
Fase folicular: começa no primeiro dia da menstruação e dura em média 12 dias;
Fase ovulatória: dura em média 8 dias mas tem seu pico no 14º dia
a partir do início da menstruação (num ciclo de 28 dias) 
Fase lútea: dura em média 10 dias e prepara o útero para o início da próxima menstruação.
Problemas Ginecológicos
Tensão pré-menstrual (TPM)
Muito difundida em nosso meio, normalmente acomete as mulheres perto do período da menstruação. Acredita-se que seja desencadeada pela retenção de líquidos e pelas alterações hormonais que ocorrem nessa fase. Os sintomas são irritabilidade, instabilidade de humor e instabilidade afetiva.
Doenças da Vulva e Vagina
Vulvovaginites
Normalmente, a vulvite vem associada à vaginite, e esse processo inflamatório é chamado vulvovaginite. A vulva e a vagina ficam doloridas, com presença de prurido, hiperemia, edema, leucorreia e aumento das glândulas de Bartholin.
Cistos benignos
São provenientes da obstrução nos canais das glândulas de Bartholin, chamada bartolinite, em que há um processo infeccioso agudo, com formação de abscesso. Normalmente é necessária a drenagem.
Leucorreia
Infecção do canal vaginal, conhecida como corrimento. É acompanhada de prurido, eritema, queimação e edema, que causam desconforto ao urinar.
Câncer de vulva
Inicia-se com uma pequena lesão que provoca prurido e, às vezes, dor. O diagnóstico para confirmação é a biópsia, e o tratamento é a vulvectomia total ou parcial Sua evolução é lenta, e as mulheres acometidas geralmente têm idade superior a 65 anos.
Doenças do Útero
Cervicite
Inflamação aguda ou crônica, situada no colo uterino, que normalmente está edemaciado e hiperemiado. A paciente queixa-se de corrimento espesso, com presença ou não de sangue. Pode ser causada por distúrbios hormonais ou infecciosos. Deve-se realizar o exame papanicolaou para descartar a hipótese de carcinoma.
Mioma
Tumor benigno que se origina no tecido muscular, de tamanho variável, podendo chegar a pesar vários quilos. De acordo com sua localização, é classificado em: intramural, dentro da musculatura do miométrio; subseroso, sob o perimétrio; ou submucoso, embaixo do endométrio, projetando-se para a cavidade uterina.
Carcinoma de útero e colo uterino
Tumor maligno, progressivo, podendo evoluir para um processo invasor. Atinge o corpo uterino e, com maior frequência, o colo. Os fatores predisponentes são: 
- início precoce da atividade sexual; 
- grande número de filhos; 
- múltiplos parceiros sexuais; 
- imunodepressão; 
- tabagismo. 
O diagnóstico é feito por meio do exame citológico (papanicolaou).
Coleta Papanicolau
Material utiizado:
Espéculo
Espátula de Ayre
Escova cervical
Lâmina
Fixador
Resultado:
Classe I: ausência de células anormais
Classe II: citologia inflamatória.
NIC I: citologia com displasia leve.
NIC II: citologia com displasia moderada.
NIC III: citologia com displasia acentuada.
NIC IV: carcinoma in situ.
Insatisfatório: repetir exame.
NIC – neoplasia intraepitelial cervical
Doenças do Ovário e da Cavidade Pélvica
Cistos ovarianos
Tumores benignos, preenchidos por conteúdo líquido, semilíquido ou pastoso. Podem ser causados por distúrbios hormonais. O tratamento pode ser cirúrgico, com a retirada apenas do cisto ou, em casos mais graves, a ooforectomia (retirado dos ovários. Os casos mais simples podem ser tratados com hormônios.
Anexite
Inflamação que ocorre nas tubas uterinas e nos ovários. Pode ser uni ou bilateral.
A inflamação no ovário é chamada de ooforite, e a das tubas, de salpingite.
Os sintomas compreendem dor no baixo ventre, hipertermia, sudorese e vômitos.
Câncer de ovário
Tumor maligno no ovário, que atinge mulheres idosas. O tratamento é cirúrgico e consiste na ooforectomia.
Doença inflamatória pélvica (DIP)
Inflamação dos genitais internos. Nos casos agudos, a dor pélvica é intensa, o útero é doloroso à palpação e ao toque. Pode haver presença de secreção purulenta, com odor fétido. Pode apresentar como sintomas náuseas, vômitos, febre alta.
Endometriose
Doença na qual o tecido que reveste internamente o útero (endométrio) cresce em outras partes do corpo da mulher. Pode ser encontrado nas tubas, nos ovários, no intestino, na superfície externa do útero, na bexiga e em outros locais próximos ao abdome.
Doenças Sexualmente Transmissíveis
Sífilis
Doença infecciosa, causada pelo Treponema pallidum, geralmente transmitida por via sexual; pode também ser transmitida por sangue contaminado por via placentária (da mãe para o filho).
Sífilis Congênita
Na gestante, o Treponema pallidum atravessa a barreira placentária após o 4º mês de gestação; portanto, o diagnóstico precoce é muito importante para evitar a contaminação do feto. A sífilis congênita pode ser curada com diagnóstico e tratamento precoces. A penicilina é o medicamento usado para tratamento em qualquer fase da doença.
Infecção por papilomavírus humano (HPV)
O HPV é transmitido por via sexual, porém, em 40% dos casos o parceiro não apresenta lesões. Nos homens, as verrugas são encontradas no freio do prepúcio, na glande e no meato urinário. Nas mulheres, são mais comuns na vagina, nos lábios menores e maiores e no colo uterino. Em ambos os sexos, as lesões podem ser encontradas no ânus e no reto. 
Gardnerella vaginalis
A transmissão pode ocorrer por meio do ato sexual. Os sinais e sintomas são: corrimento fétido, que piora depois do coito e da menstruação; queimação ou ardor no coito; conteúdo vaginal de aspecto cremoso e às vezes bolhoso; e mucosa vaginal levemente hiperemiada.
Candidíase
É a infecção fúngica mais comum. Pode ser transmitida por contato sexual. O tratamento do parceiro, mesmo assintomático, é essencial para evitar reinfecção. Ocorre com mais frequência em mulheres, e os sintomas são irritação e prurido nos lábios e na vulva.
Tricomoníase
Pode ser assintomática ou causar lesões inflamatórias. Sua transmissão pode ocorrer por contato sexual. Na mulher, os sintomas são leucorreia, dor no canal vaginal, odor fétido, prurido vulvar e edema de lábios. Podem ser encontradas erosões vulvares. Os homens geralmente são assintomáticos, porém podem apresentar prurido uretral e corrimento acinzentado.

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