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O Aspecto Sócio Afetivo no Processo Ensino Aprendizagem na visão de Piaget, Vygotsky e Wallon.

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O Aspecto Sócio Afetivo no Processo Ensino Aprendizagem na visão de Piaget, Vygotsky e Wallon.
	O ser humano necessita de afetividade, é essencial para a construção de relações saudáveis entre os indivíduos, pois a afetividade interfere diretamente no desenvolvimento afetivo emocional, cognitivo, social e em todas as relações, sobretudo, na aprendizagem. Cada estágio da afetividade, quer dizer as emoções, o sentimento e a paixão, pressupõem o desenvolvimento de certas capacidades, em que se revelam um estado de maturação. Portanto, quanto mais habilidades se adquire no campo da racionalidade, maior é o desenvolvimento da afetividade. Sendo assim, as aprendizagens ocorrem, inicialmente, no âmbito familiar e depois, no social e na escola. Portanto, sabemos que o sentido da aprendizagem é único e particular na vida de cada um, e que inúmeros são os fatores afetivos.
	O pesquisador e filósofo suíço Jean Piaget, o russo Lev Vygotsky e o francês Henry Wallon, deram contribuições valiosas à educação através das teorias psicogenéticas. Para Piaget (apud OLIVEIRA,1992), a afetividade é considerada a energia que move as ações humanas, ou seja, sem afetividade não há interesse nem motivação. Já Vygotsky (1998), afirma que o ser humano se constrói nas suas relações e trocas com o outro e que é a qualidade dessas experiências interpessoais e de relacionamento que determinam o seu desenvolvimento, inclusive o afeto, enquanto Wallon (apud LA TAILLE, 1992, p.90) sustenta que, no início da vida, afetividade e inteligência estão sincreticamente misturadas, com o predomínio da primeira.
	Na perspectiva de Jean Piaget o desenvolvimento cognitivo e afetivo se dá em estágios sequenciais o primeiro deles é o estágio da inteligência sensório-motor (0 – 2 anos) que consiste em adaptação prática ao mundo. Formada, progressivamente, após o nascimento, a partir dos reflexos — esquemas mais primitivos de assimilação — e desenvolvida em seis estágios por meio dos quais a criança realiza adaptações inteligentes. O segundo é o estágio da inteligência operatório-concreto, dividido em dois sub estágios: Pré-operatório e Lógico-concreto.
	O pré-operatório é um período de preparação para as operações lógico-concretas vivenciado dos dois aos sete anos. Nesse sub estágio verifica-se o desenvolvimento da linguagem impactante na socialização da ação, marcada pela interação entre indivíduos, no desenvolvimento do pensamento por meio do pensamento verbal (finalismo —porquês, animismo e artificialismo) e no desenvolvimento da intuição. O sub estágio lógico-concreto, vivenciado dos 7 aos 12 anos, é marcado pelo surgimento do pensamento lógico sobre as coisas concretas compreendendo as relações entre coisas e capacidades para classificar objetos, superação do egocentrismo da linguagem, aparecimento das noções de conservação de substância, peso e volume. O terceiro é o estágio da inteligência formal em que se verifica o desenvolvimento de estruturas operatórias formais, marcada pelo pensamento capaz de construir sistemas e teorias abstratas, formando e entendendo conceitos abstratos.
	De acordo com a teoria de Jean Piaget, o desenvolvimento intelectual possui dois componentes que são o cognitivo e o afetivo. Ambos se dão paralelamente e é de fundamental importância o cuidado com o aspecto afetivo no processo de ensino-aprendizagem, pois ela é a dimensão que representa a dificuldade na tomada de consciência do eu e do outro. A afetividade passa a ser um estímulo que gerará a motivação para aprender. No entanto cabe ressaltar que a motivação para a aprendizagem depende das estratégias didáticas, da qualidade das interações do professor e também do modo como planeja e utiliza certos recursos em suas aulas, como: metodologia de projetos, aulas-passeio, dramatização, lúdico, entre outros.
	Na perspectiva de Lev Vygotsky o desenvolvimento da estrutura cognitiva humana é um processo que se dá na apropriação da experiência histórica e cultural. Pelos pressupostos da teoria histórico – cultural, o homem é produto do desenvolvimento de processos físicos e mentais, cognitivos e afetivos, internos e externos. No que se refere às emoções conforme o homem aprimora o controle sobre si mesmo, mudanças qualitativas ocorrem no campo emocional. Quer dizer que o ser humano, da mesmo forma que aprende a agir, a pensar e a falar, por meio do legado de sua cultura e da interação com os outros, aprende a sentir. “O longo aprendizado sobre emoções e afetos se inicia nas primeiras horas de vida de uma criança e se prolonga por toda sua existência” (ARANTES, 2003, p.23).
	A linguagem é um produto histórico e significante da atividade mental, que encerra em si o saber, os valores, as normas de conduta, as experiências organizadas pelos antepassados, por isso participa diretamente no processo de formação do psiquismo desde o nascimento. Inicialmente o bebê interage com o meio orientado por motivos biológicos. Suas atividades são impulsionadas por uma consciência reflexológica, pré-consciente. Nesse momento, a linguagem e consciência são duas linhas de ação inteiramente independentes, de um lado tem-se a linguagem pré-intelectual, movida por sensações, uma comunicação expressa, principalmente, pelo choro e através de movimentos, ainda desprovidos de sentido para quem escuta. De outro lado, observa-se uma consciência pré-linguística que não intui, não simboliza. Uma “inteligência prática” como denomina Vygotsky, logo, não há pensamento.
	Para Vygotsky o desenvolvimento e aprendizagem são processos concomitantes, interdependentes e recíprocos. Assim, se para Vygotsky a emoção e o sentimento são fatores determinantes no desenvolvimento cognitivo, podemos concluir que a escola é onde a intervenção pedagógica interacional desencadeia o processo ensino-aprendizagem. O professor é o mediador entre o sujeito e o objeto de estudo, interferindo no processo de aprendizagem, levando em conta aspectos da linguagem, cultura, processo de internalização, função mental e zona de desenvolvimento proximal. O aluno aprende junto ao outro o que produz o grupo social seja na linguagem, valores ou conhecimentos.
	Para isso, ele deve conhecer os saberes prévios daqueles a quem ensina, planejar o processo de aprendizagem com o objetivo de atingir o potencial do aluno, em um processo de construção do conhecimento. O professor nunca abrir mão da reflexão sobre sua prática pedagógica e deve encorajar o aluno assumir a responsabilidade por sua própria aprendizagem.
	Na perspectiva de Henry Wallon o desenvolvimento cognitivo e afetivo se dá em estágios de maneira descontínua, a partir do potencial genético, inerente a espécie, e a fatores ambientais e socioculturais. Os estágios são: Impulsivo – emocional, sensório – motor e projetivo, personalismo, categorial, puberdade e adolescência.
	O estágio impulsivo emocional (0 a 1 ano) se divide em duas fases. A primeira é chamada de impulsiva que começa no momento do nascimento e dura até o 3º mês de vida, onde a exploração do próprio corpo em relação as suas sensibilidades externas e internas são explorados por meio de movimentos bruscos e desordenados que expressam bem ou mal estar. Na segunda fase que vai do 3º mês ao 1º ano é chamado de emocional, onde já reconhece sensações como o medo e a alegria, ou seja, é capaz de se comunicar com o próprio corpo.
	O estágio sensório- motor e projetivo (1 a 3 anos), a criança já percebe o espaço físico ao sentar, pegar e apontar, acompanhados pela fala. Ela já descrimina objetos, separando-os entre si e isso a prepara para o afetivo e cognitivo no próximo estágio.
No estágio do personalismo (3 a 6 anos), é marcado exploração de si mesmo como alguém diferente do outro, construindo sua subjetividade por meio de atividades de oposição e ao mesmo tempo sedução a outras pessoas.
	O estágio categorial (6 a 11 anos), nesse momento a criança está em condições de exploração mental do mundo físico por meio de classificação, agrupamento, seriação, abstração e chega ao pensamento categorial que é a organizaçãodo mundo físico e compreensão mais nítida de si mesmo.
	O estágio da puberdade e adolescência (11 anos em diante), o sujeito se prepara para a vida adulta passando por crises de exploração de si mesmo como uma identidade autônoma, autoafirmação, questionamentos existenciais e ao mesmo tempo submete-se a valores impostos pela sociedade e pela família embora não compreenda ou aceite. As categorias cognitivas aqui possuem um alto nível de abstração que possibilita discriminação de limites, autonomia e dependência. Mudanças no corpo e na personalidade causam conflitos diante de si mesmo.
	Em todas as fases, os aspectos motor, afetivo e cognitivo reagem a estímulos internos e externos, traduzindo a passagem do sincretismo para a diferenciação que está presente no processo de desenvolvimento. O afetivo se origina na intercepção e apropriação que são responsáveis pela atividade generalizada do organismo.
	Para Wallon (1989), a cognitivação da emoção não elimina as manifestações corporais, haja vista que, no plano da inteligência, o pensamento se faz acompanhar por gestos em que se exerce muito mais a expressão do indivíduo. Um conceito de sua teoria que tem implicação na pratica pedagógica e que a emoção estabelece uma relação imediata dos indivíduos entre si, independente toda relação intelectual.
	Colocando em evidência esse caráter unificador das emoções, no âmbito da prática pedagógica, acredita-se que fortalecer a afetividade na relação professor e aluno favorece a auto - estima, o diálogo e a socialização. Há que se considerar, também que a afetividade é importante no processo de avaliação afastando o risco de eventuais antipatias entre professor e aluno. Se, para Wallon, a emoção e a inteligência são indissociáveis e potencializadas pela socialização, priorizar a afetividade nas interações ocorridas no ambiente escolar contribui para dinamizar o trabalho educativo.
	Para concluir a pesquisa acerca da relação entre afetividade e sua influência no processo de desenvolvimento da aprendizagem da criança com base nas teorias leva a algumas considerações. A primeira delas é o fato de que afetividade e inteligência constituem um conjunto inseparável na evolução do psiquismo da criança, pois ambas têm funções bastante definidas e quando se integram, permitem à criança alcançar níveis de pensamento cada vez mais elevados e a constituição da sua pessoa, que expressa a sua forma de ser única no mundo.
	Na escola, um bom ajustamento afetivo se torna condição necessária ao pleno desenvolvimento do aluno. Portanto, pode-se afirmar que as relações de mediação feitas pelo professor, durante as atividades pedagógicas, devem ser sempre permeadas por sentimentos de acolhimento, simpatia, respeito e apreciação, além de compreensão, aceitação e valorização do outro; tais sentimentos não só marcam a relação do aluno com o objeto do conhecimento, como também afetam sua auto – imagem, favorecendo a autonomia e fortalecendo a confiança em suas capacidades e decisões. O processo de aprendizagem pode ser beneficiado quando professor e aluno buscam conhecimento mútuo de suas necessidades, tendo consciência de sua forma de relacionar-se, respeitando as diferenças.
	Referências:
	https://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-da-afetividade-para-o-processo-ensino-aprendizagem/25675#ixzz58diOiK5K
	http://producao.virtual.ufpb.br/books/edusantana/fundamentos-psicologicos-da-educacao-livro/livro/livro.chunked/ch02.html
	http://www.educacaoonline.pro.br/index.php?option=com_content&id=299:o-aspecto-socio-afetivo-no-processo-ensino-aprendizagem-na-visao-de-piaget-vygotsky-e-wallon&Itemid=15
	https://pt.scribd.com/doc/13243945/aspectos-socio-afetivo-do-processo-ensino-aprendizagem

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