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Trabalho Behaviorismo NP1 Definitivo

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UNIVERSIDADE PAULISTA
CAMPUS PARAÍSO – CURSO DE PSICOLOGIA
Ana Carolina Salgado Martins RA: T6188H-1
Elizangela Fernandes da Costa RA: T6106D-3
Fernanda Fernandes Dias Cardoso RA: D710DE-7
Gabriel Araújo Silva RA: N310GF-1
Luciana Clemente Barbosa D808CE-0
Teresa A. Weulen Kranenberg RA: D67363-7
Behaviorismo
Teorias e Sistemas em Psicologia
SÃO PAULO
2018
Ana Carolina Salgado Martins RA: T6188H-1
Elizangela Fernandes da Costa RA: T6106D-3
Fernanda Fernandes Dias Cardoso RA: D710DE-7
Gabriel Araújo Silva RA: N310GF-1
Luciana Clemente Barbosa D808CE-0
Teresa A. Weulen Kranenberg RA: D67363-7
Behaviorismo
Teorias e Sistemas em Psicologia
Trabalho apresentado como exigência para obtenção da nota na disciplina Teorias e Sistemas em Psicologia 
Prof. Ms. Paulo Eduardo da Silva
SÃO PAULO
2018
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	4
2 Origem do Behaviorismo	5
3 Principais Pensadores	8
3.1 Ivan Petrovich Pavlov	8
3.2 John Broadus Watson	9
3.3 Burrhus Frederic Skinner	11
4 Pressupostos Filosóficos 	15
5 Possíveis Contribuições da Teoria	18
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS	21
 REFERÊNCIAS	22
 
 				 																								
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho refere-se à matéria Teorias e Sistemas em Psicologia, o qual elucida o conteúdo estudado no presente momento, acerca do Behaviorismo. Apresenta os principais conceitos sobre sua origem, suas teorias através do tempo, suas possíveis contribuições, principais pensadores e pressupostos filosóficos. 
O nome Behaviorismo foi iniciado por John B. Watson. Sendo um termo inglês behavior é traduzido como “comportamento” e ele o definiu como: “Um ramo experimental e puramente objetivo da ciência natural. A sua meta é a previsão e controle do comportamento...” Watson postulava o comportamento como objeto da Psicologia. 
Os adeptos a essa abordagem, assim como seus posteriores, compreendem que estamos sempre ajustando nossas ações às demandas do mundo ao nosso redor, esse tipo de análise englobam estudar tais ajustamentos. Nesse contexto, é importante aceitar que pessoas, lugares e coisas sempre controlam as ações de quaisquer indivíduos e que as condutas humanas estão sempre em reconstrução. 
2 A Origem do Behaviorismo 
“A psicologia, tal como o behaviorismo a vê, é um ramo puramente objetivo e experimental da ciência natural. A sua finalidade teórica é a previsão e o controle do comportamento. A introspecção não constitui parte essencial dos seus métodos e valor científico e seus dados não dependem do fato de se prestarem a uma interpretação em termos de consciência. A psicologia terá de descartar qualquer referência à consciência... ela já não precisa iludir-se crendo que seu objeto de observação são os estados mentais”. ( Watson,1913 a, pg 158).
Antes do aparecimento do behaviorismo, o método fundamental para a psicologia era a introspecção. Por algum tempo os psicólogos pensavam que a principal tarefa da psicologia era investigar os conteúdos, a estrutura e o funcionamento da mente submetendo os sujeitos a um autoexame e posteriormente os mesmos relatavam suas experiências a respeito do experimento ao qual haviam sido submetidos. O comportamento animal era igualmente interpretado adotando-se o conceito de consciência humana. 
Outro ponto que merece destaque na teoria behaviorista é a questão de que antes de surgir o behaviorismo os objetos de estudo da psicologia eram o mentalismo, a consciência e a psyché. E o principal método de estudo utilizado para estudar o interior do ser humano era a introspecção. 
O behaviorismo nasceu nos Estados Unidos da América do Norte, no início do século XX. É considerado o marco de sua existência a publicação do periódico Psychologycal Record, em 1913, do artigo “Psychology as the behaviorist views it” de John Broadus Watson (1878-1958). 
A psicologia que até meados do século XIX constituía um braço da Filosofia encontrava-se marcada por duas vertentes teóricas antagônicas e inconciliáveis, sendo uma de tendência objetivista e a outra de tendência subjetivista. Ambas herdadas das proposições de grandes filósofos tais como: Francis Bacon (1214-1292), fundador do materialismo inglês, cujas ideias valorizavam o papel da experiência da ciência e René Descartes (1596-1659).
Descartes, foi um dos filósofos mais expressivos para o avanço da ciência, foi quem postulou a ideia de separação entre o corpo e a alma, ou seja, entre o físico e o psíquico, argumentando que o estudo científico do homem deveria restringir-se ao corpo físico, enquanto que à filosofia estaria designada ao estudo da alma (DESCARTES, 2000). O dualismo corpo - mente proposto por Descartes dá origem às duas grandes vertentes da Filosofia no século XIX, o idealismo, de tendência subjetiva e o materialismo mecanicista de tendência objetivista que permeiam a psicologia em geral. Descartes foi quem introduziu os conceitos de reflexos e de consciência, muito embora ele não tenha usado a palavra consciência, mas sim cogito que é “a descoberta do espírito por si mesmo, que se percebe, que existe como sujeito”. E é a partir de Descartes que surge, então, o princípio da introspecção, da autorreflexão da consciência e que teve grande influência sobre as tendências idealistas, enquanto as interpretações mecanicista ou naturalista sobre as condutas humanas representavam as influências a respeito das tendências materialistas. (FREITAS, 2000; Luria, 2001; COLE &SCRIBNER, 2000, et al).
As tendências materialistas e mecanicistas de Descartes tiveram grande influência sobre os materialistas franceses do século XVIII e no materialismo sensualista de John Locke (1632-1704), na Inglaterra. Os seguidores de John Locke desenvolveram sua visão empirista a respeito da mente dando-se conta de que as ideias eram constituídas a partir de sensações produzidas por estímulos advindo do ambiente. Portanto nesta época, havia uma forte influência a respeito do positivismo principalmente por parte de Auguste Comte (1798-1857), filósofo francês do século XIX, que recriminava severamente as correntes mentalistas, inclusive algumas da própria psicologia, além de ter priorizado a metodologia da experimentação, principalmente pela descrição e o controle dos fenômenos estudados. Introduz, então, a era da positividade, e a noção de introspecção, sendo as duas ideias seguidas por psicólogos empiristas que partiram para estudos a respeito do positivismo.
Com Wundt (1832-1882) foi dado o passo definitivo para a constituição da Psicologia Experimental e, portanto, da psicologia como ciência. Para Wundt o que importava era uma psicologia que só admitisse fatos e, dessa forma, o seu programa de estudos voltou-se à experimentação e à mensuração a fim de controlar os dados fornecidos pela introspecção. A trajetória de consolidação da psicologia como ciência inclui, ainda, a influência da Biologia Experimental de Darwin (1809-1882), da psicologia Experimental dos animais de Thorndike (1874-1949) e da Reflexologia Russa de Pavlov (1849-1936). 
Outro antecedente direto do behaviorismo foi o funcionalismo. Embora não fosse uma escola de pensamento totalmente objetivo, a psicologia funcional na época de Watson apresentava mais objetividade do que suas predecessoras. Cattell e outros funcionalistas enfatizam o comportamento e a objetividade e mostravam-se insatisfeitos em relação à introspecção. Os psicólogos aplicados não viam muita utilidade na introspecção e na consciência, e suas diversas áreas de especialização constituíam essencialmente uma psicologia funcionalista objetiva. Mesmo antes de Watson surgir no cenário, os psicólogos funcionalistas haviam se distanciado da pura psicologia da experiência consciente adotada por Wundt e Titchener. Nos trabalhos escritos e nas palestras, alguns psicólogos funcionalistas eram bastante específicos ao exigir uma psicologiaobjetiva, ou seja, queriam uma psicologia com enfoque no comportamento e não na consciência. 
3 Os Principais Pensadores
3.1 Ivan Petrovitch Pavlov (1849-1936)
O trabalho de Pavlov sobre a aprendizagem ajudou a transferir a ênfase da visão tradicional do associacionismo das ideias subjetivas para os eventos psicológicos quantificáveis e objetivos, tais como a secreção glandular e o movimento muscular. Como consequência, o trabalho de Pavlov proporcionou a Watson o método para estudar e tentar controlar e modificar o comportamento. 
Pavlov desistiu de ser pastor após ter lido A “Teoria da Evolução de Darwin” que o influenciou a ingressar na universidade para estudar fisiologia animal. Pavlov trabalhou com três questões principais. A primeira era referente à função dos nervos cardíacos, a segunda envolvia as glândulas digestivas primarias e a terceira área de pesquisa que proporcionou a ele um lugar de destaque na história da psicologia, foi o estudo dos reflexos condicionados.
Os Reflexos Condicionados: reflexo condicional ou dependente na formação de uma associação ou ligação entre o estímulo e a resposta.
 As primeiras experiências de Pavlov com os cachorros foram simples. Ele segurava um pedaço de pão e o mostrava ao cachorro antes de dá-lo para comer. Com o tempo, o cachorro começava a salivar assim que via o pão. A resposta de salivação do cachorro quando a comida era colocada na sua boca era uma reação natural de reflexo do sistema digestivo e não envolvia a aprendizagem. Pavlov denominou essa reação de reflexo inato ou não condicionado. 
Entretanto, a salivação provocada pela visão da comida não era reflexiva, mas devia ser aprendida. Desta vez, ele chamou a reação de reflexo condicionado (em lugar do termo mentalista anterior “reflexo psíquico”) pode ser condicional ou dependente da conexão feita pelo cachorro entre a visão da comida e o subsequente ato de comer. 
Torre do Silêncio: foi construída porque Pavlov temia que os estímulos ambientais externos pudessem contaminar os resultados. As janelas possuíam vidros extremamente espessos e as portas da sala eram de chapas de aço duplas que, fechadas, impediam totalmente a entrada do ar. Pavlov queria que o único elemento a exercer influência sobre o animal fosse o estímulo a ser condicionado.
O experimento de condicionamento: apresentava-se o estímulo condicionado (digamos, a luz); neste exemplo, acendia-se a luz. Imediatamente o pesquisador apresentava o estímulo incondicionado: a comida. Após certo número de pareamentos da luz acessa e da comida, o animal passava a salivar com a simples visão da luz. Nesse caso forma-se uma associação ou uma ligação entre a luz e a comida, e o animal era condicionado a responder mediante a apresentação do estímulo condicionado. Esse condicionamento ou aprendizagem não ocorre, a menos que a luz seja seguida da apresentação de comida um número de vezes suficiente. Desse modo, o reforço (nesse caso, receber a comida) é necessário para que a aprendizagem ocorra. 
É importante observar que o programa experimental de Pavlov estendeu-se por um período mais longo, envolveu muito mais pessoas que qualquer outro esforço científico desde Wundt. 
3.2 John Broadus Watson (1878-1958)
Um dos principais contribuintes para construção do comportamentalismo, John B. Watson, nascido em New York – USA, foi reconhecido como o pai do “Behaviorismo Metodológico”. Teve uma carreira produtiva curta e colaborou profundamente para o desenvolvimento da ciência psicológica.
 Psicólogo norte-americano, desenvolveu as suas teorias fortemente influenciadas por Wladimir Bekhterev e Ivan Pavlov, utilizou dos princípios da fisiologia experimental para examinar os aspectos direcionados ao seu objeto de estudo o comportamento, atribuindo o valor prático aos seus experimentos. 
Considera-se como ponto principal de Watson que a psicologia deveria ser a ciência do comportamento. Desenvolvida através de uma ciência objetiva, que emprega conceitos comportamentais como estímulo e resposta, com a finalidade de prever e controlar o comportamento. Afirmou que a psicologia devia restringir-se aos dados das ciências naturais, ao que poderia ser observado, o comportamento.
 Empregou como métodos a observação, testes, relato verbal e o método do reflexo condicionado, opondo-se contra a introspecção por não confiar em sua precisão.
O psicólogo defendia aceitação da psicologia animal e descrevia as vantagens do uso de animais nas pesquisas psicológicas. Em 1903 apresentou a sua tese sobre a relação entre o comportamento dos ratos de laboratório e o sistema nervoso central recebendo assim o Ph.D. em neuropsicologia. Foi professor na universidade de Chicago até 1908, posteriormente a esse período iniciou seu trabalho acadêmico na universidade Johns Hopkins, Baltimore. Passou 12 anos nesta instituição, sendo considerado estes os mais produtivos para psicologia. Em 1915 atuou como presidente da Associação Americana de Psicologia (APA). Após 1920 manteve contato indireto com a psicologia acadêmica.
 Watson exerceu a psicologia como profissão na área publicitária, a qual teve forte impacto sobre a publicidade americana. De acordo com Schultz (2006), “Watson acreditava que as pessoas eram como máquinas seu comportamento de consumo pode ser previsto e controlado tal como comportamento de outras máquinas propondo um estudo científico sobre o comportamento do consumidor”. 
”Para controlar o consumidor, basta apenas por diante dele um estímulo emocional fundamental ou condicional..., dizer-lhe algo que vincule com o medo, algo que lhe desperte uma raiva branda, evoque nele uma resposta afetiva ou amorosa ou atinja necessidade psicológica ou um hábito profundo”. (Buckley, 1982, p.212). 
É importante destacar um dos trabalhos publicados por Watson em 1928, que está relacionado a prática da educação infantil. O cuidado psicológico do infante e da criança, Psychological Care of Infant and Child, a qual faz critica a educação infantil da época. A obra apresenta um sistema regulador, e não permissivo, da criação de filhos. Baseado em práticas e conselhos rigorosos, do ponto de vista, comportamentalista de educar as crianças. Sendo este a publicação de maior impacto feita por Watson. 
A metodologia e a terminologia objetivas adotadas por Watson estimulou muita pesquisa. Sua formulação, através do estudo objetivo do comportamento, contribuiu para o desenvolvimento de uma escola de pensamento distinta o behaviorismo. 
3.3 Burrhus Frederic Skinner (1904-1990)
Skinner foi a grande personificação da psicologia behaviorista americana. Ele atraia enorme grupo de seguidores leais e entusiasmados. Desenvolveu um programa para o controle comportamental da sociedade, promoveu técnicas de modificação de comportamento e inventou um berço automático para embalar bebês. Com a publicação do livro “Além da Liberdade e da Dignidade”, Skinner tornou-se uma celebridade tendo seu nome reconhecido tanto pelo público em geral como por outros psicólogos.
Seu método consistia na investigação compreensiva de um único indivíduo. Não considerava necessário grande quantidade de indivíduos nas experiências ou realizar comparações estatísticas entre as respostas médias dos grupos de pesquisados. “Skinner se baseou em um trabalho realizado 300 anos antes por Descartes e pelas Figuras Mecânicas da Europa do século XVII que influenciaram a sua abordagem de psicologia, bem como as ideias de Watson e Pavlov” (Shultz & Shultz, 2017, pg 244).
Explica a origem dos comportamentos com base no modelo de seleção por consequências, influenciado pela teoria da Evolução de Charles Darwin e na Lei do Efeito de Thorndike. O modelo de seleção por consequência carrega consigo o conflito com o criacionismo e com a versão semissagrada da mente. Em que se baseou para criticar o modelo da mente criativa na explicação do comportamento? Darwin mostra em, A Origem, que o advento de novas espécies não obedece a nenhuma causa final, a nenhum plano, finalidade oupropósito de um criador. Já Skinner por sua vez apoia uma tese similar quando defende o processo de seleção contra a mente criativa, e não utiliza os tópicos anteriormente citados para explicação do comportamento. 
Seu sistema de psicologia reflete as próprias experiências de infância. De acordo com o seu ponto de vista, a vida é produto da história de reforços. Sua vida foi pré-determinada e organizada exatamente do modo que o seu sistema ditava como devia ser a vida de todo ser humano. Acreditava que suas experiências estavam relacionadas exclusiva e diretamente ao estímulo do próprio ambiente.
O behaviorismo de Skinner dedica-se ao estudo das respostas. Ele se preocupa em descrever e não em explicar o comportamento. Sua pesquisa tratava apenas do comportamento observável, acreditava que a tarefa da investigação científica era estabelecer as relações funcionais entre as condições de estímulos controladas pelo pesquisador e as respostas subsequentes do organismo. Não se preocupava em especular sobre o que ocorria dentro do organismo. Seu programa não apresentava suposições a respeito das entidades internas, fossem as variáveis intervenientes, os impulsos ou os processos fisiológicos. 
O behaviorismo descritivo desse autor foi denominado “organismo vazio”, nesta visão o organismo humano seria controlado e operado pelas forças do ambiente, pelo mundo exterior, e não pelas forças internas. Não duvidava da existência das condições mentais ou fisiológicas internas, apenas não aceitava sua validade no estudo científico do comportamento.
Condicionamento Operante: situação de aprendizagem que envolve o comportamento emitido por um organismo em vez de eliciado por um estímulo detectável.
O comportamento operante ocorre sem qualquer estímulo antecedente externo observável, o mesmo opera no ambiente do organismo.
Quando o rato na caixa de Skinner pressiona a barra, recebe comida, e somente recebe a comida se pressionar a barra, portanto ele opera sobre o ambiente. Assim acreditava no comportamento operante como o melhor representante da situação típica de aprendizagem. Na maioria das vezes, o comportamento é do tipo operante, por isso, a melhor abordagem científica para seu estudo são os processos de condicionamento e extinção.
Com base nessa experiência básica, derivou sua lei da aquisição, que afirma que a força de um comportamento operante aumenta quando ele é seguido pela apresentação de um estímulo reforçador.
Esquemas de reforço: condições que envolvem diferentes razões ou intervalos de tempo entre reforços.
A pesquisa inicial com o rato, pressionando a barra da caixa, demonstrou o papel de reforço no comportamento operante, esse tipo de comportamento era reforçado cada vez que pressionava a barra. Em outras palavras, o rato recebia alimento sempre que executava a resposta correta. Perguntou-se, o que aconteceria se reforçasse o animal apenas uma vez a cada minuto, independentemente do número de respostas que apresentassem? Elaborou assim uma série de experiências para testar diferentes taxas e intervalos de reforço. Em uma série de estudos, comparou as taxas de respostas dos animais que recebiam um reforço por estímulo sendo apresentado após um intervalo específico. 
A segunda condição era um programa de reforço com intervalo fixo. O aspecto importante era a apresentação do reforço ao animal depois de um período fixo. Essa pesquisa demonstrou que, quanto menor o intervalo entre os reforços, mais rápida a resposta do animal. Quando o intervalo aumenta, a taxa de resposta diminuía. A frequência dos reforços também contribuiu para a extinção de uma resposta. Elimina-se um comportamento com mais rapidez, quando o reforço é continuo e interrompido de repente, do que quando intermitente. Em um esquema de razão fixa ou reforço em que não é apresentado depois de certo intervalo, mas depois de um número predeterminado de respostas. O comportamento do animal é que determina a frequência que receberá o reforço. Os animais em um esquema de razão fixam e respondem com muito mais rapidez que os de intervalo fixo. A alta taxa de resposta em um esquema de razão fixa funciona com ratos, pombos e seres humanos.
Aproximação Sucessiva: uma explicação sobre a aquisição de comportamento complexo. Comportamentos, tais como aprender a falar, serão reforçados somente à medida que eles tendem a se aproximar do comportamento final desejado. 
Skinner responde a seguinte pergunta: como pode um treinador ou um experimentador ou um pai reforçar e condicionar um animal ou uma criança a desempenhar comportamentos que, provavelmente, não ocorram espontaneamente? Com o método de aproximação sucessiva, ou modelagem. O organismo é reforçado à medida que seu comportamento ocorra em fases sucessivas ou consecutivas para se aproximar do comportamento final desejado. 
4 Pressupostos Filosóficos
Entre o behaviorismo metodológico e o behaviorismo radical, alguns conceitos são compartilhados. Ambos se opõem ao mentalismo no sentido de discordarem que a mente ou processos mentais sejam agentes causadores ou mediadores do comportamento. Ambos aceitam a existência de crenças, sugestões e representações, no entanto, não como causas diretas do comportamento. O comportamento, anteriormente explicado como causalidade entre corpo e alma ou corpo e mente, torna-se objeto de estudo ao invés de figurar como indicador de alguma outra coisa ou como indício da existência de alguma outra coisa que se expressasse pelo ou através do comportamento.
A concepção dualista não é abandonada, no entanto ela aparece de forma diferente. Antes, acreditava-se que as faculdades ou capacidades da alma causavam e explicavam o comportamento do homem ou que os objetos e eventos criavam ideias em suas mentes e estas impressões mentais ou ideias geravam seu comportamento. Ou seja, em ambos os casos o homem é concebido como tendo duas naturezas, uma divina e uma material ou uma mental e uma física. A distinção de planos destas duas naturezas gera em si um conflito de prova existencial uma vez que a alma ou mente causa e explica o comportamento e este comportamento é a única evidência desta alma ou desta mente. De acordo com o mentalismo, o acesso às ideias ou imagens se faz somente através da introspecção, que seria então revelada através de uma ação, gesto ou palavra. Assim, segundo o mentalismo há um modelo causal de ciência, no qual o sujeito recebe impressões do mundo, que são impressas na sua mente constituindo sua consciência, que, por sua vez, é então a entidade agente responsável por, ou local onde ocorrem processos responsáveis por suas ações. No behaviorismo, o comportamento é produto da instigação do estímulo. Este, entendido como troca de energia entre o ambiente e o organismo, quanto à operação realizada pelo experimentador em seu laboratório, uma parte ou mudança em parte do mundo físico que causava uma mudança no organismo ou parte do organismo, a resposta. Essa mudança observável no organismo biológico seria o comportamento.
Na rejeição do mentalismo e com influência da Física newtoniana, segundo a qual todo fenômeno deve ter uma causa, a causa do comportamento deve ser algo externo ao organismo e observável: o ambiente, o estímulo. A ênfase científica na obtenção de dados objetivos, em medidas, em definições claras, em demonstração e experimentação se faz sentir na Psicologia através da proposta behaviorista de Watson, que propõe tornar o objeto de estudo da Psicologia coisas que podem ser observadas, em oposição ao introspeccionismo de Wundt e Titchener que busca o acesso à interioridade do indivíduo ou sua vivência interior em contraposição à sua vivência exterior, acreditando em formas existenciais distintas de mente e do corpo orgânico. Ao contrário do introspeccionismo, o behaviorismo metodológico se permite influenciar pela fisiologia defendendo que é possível, por exemplo, ter a medida da sede de um sujeito através da medição do equilíbrio hídrico do corpo.
Tanto o behaviorismo metodológico quanto obehaviorismo radical defendem estudo do comportamento por si mesmo, a oposição ao mentalismo, à adoção do determinismo materialístico e do evolucionismo biológico, o uso de procedimentos objetivos na coleta de dosem rejeição a introspecção e a realização de experimentação. No entanto, somente o behaviorismo metodológico defende a realização de testes de hipótese de preferência com grupo controle e a observação consensual.
Essa aprovação da observação consensual é reflexo da influência do Positivismo Social, o qual considera que se a ciência é uma atividade humana e o homem é um ser social, o conhecimento científico deve embasar-se no que é observável partilhado e sancionado pelo outro, ou seja, no observável consensual.
O foco no comportamento, que é observável, como objeto de estudo teve influência do Positivismo Lógico, o qual considera que só é possível ter acesso às informações que os sentidos apresentam e não as informações sobre a consciência, cuja natureza difere da natureza do corpo, sendo, portanto, impossível estudá-la sem, no entanto, ter a necessidade de negá-la.
Outra importante influência sobre o behaviorismo é do Operacionismo, derivação da influência do Positivismo Lógico sobre a Física. O aspecto primordial do Operacionismo é a importância na ciência da linguagem pela qual são expressas e estruturadas as informações que os sentidos apresentam, uma vez que somente se tem acesso a elas. A definição dos conceitos pela descrição, que deve ser objetiva e referir-se a termos observáveis, das operações envolvidas no processo de medir o conceito é fundamental, atrelando à observação a definição da categoria de "comportamento". Comportamento é o observável e, por definição, observável pelo outro, isto é, externamente observável. Comportamento, para ser objeto de estudo do behaviorista, deve ocorrer afetando os sentidos do outro, deve poder ser contado e medido pelo outro. Daí dizer-se que em observação o que importa é a concordância de observadores, e, portanto, a necessidade de um treino rigoroso nos procedimentos de registro e análise. Disto deriva o termo "behaviorismo metodológico". Neste, ao contrário do behaviorismo radical proposto por Skinner no qual o homem é a medida de todas as coisas, o comportamento só tem validação a partir do outro.
Para os behavioristas metodológicos, a evidência de que um sujeito vê o outro está no fato de que os outros se veem. A evidência da existência está no fato de outros compartilharem da experiência, de ser uma experiência partilhada. Já para o behaviorista radical, a evidência de que o sujeito vê os outros é o seu comportamento e a evidência de que eles existem também é o comportamento. O behaviorista metodológico não nega a existência da mente, mas nega-lhe status científico ao afirmar que não se pode estudá-la pela sua inacessibilidade. O behaviorista radical, nega a existência da mente e assemelhados, mas aceita estudar eventos internos. 
5 Possíveis Contribuições da Teoria
O behaviorismo teve diversas contribuições, principalmente na área da psicologia e na pedagogia. O behaviorismo é dividido em tipos diferentes, por exemplo, o radical que teve como pensador principal o Skinner.
	A atribuição do nascimento do behaviorismo é datada do ano de 1913 e atribuída ao John Watson o que já é uma contribuição importante para psicologia, criando um novo sistema e procurando um objeto de estudo diferente do que já tinha na época.
	“Por que não fazemos daquilo que podemos observar, o corpo de estudo da Psicologia? ” (Watson, 1913). 
	Watson criticava os métodos introspectivos, como citado acima, ele queria como objeto de estudo algo que pudesse ser observado fisicamente, com isso ele optou por definir como objeto de estudo do behaviorismo o comportamento humano.
Depois veio Skinner com o behaviorismo radical, que se diferencia do behaviorismo metodológico do Watson, no qual, por exemplo, ele retornava com uma proposta mais introspectiva.
“Restaura a introspecção não como método, procedimento ou estratégia de investigação, mas como forma de reconhecer o mundo privado das atividades humanas, colocando-as no mesmo patamar de funcionalidade em que situou o operante e as demais modalidades de comportamento aberto. ” ( Zilio Carrara, pg. 26).
 
	O behaviorismo radical chegou com alguns conceitos que se chocavam contra conceitos da filosofia ocidental, como por exemplo de que o homem não existe por conta própria, pelo fato de fazer parte do mundo e sua existência estar relacionada ao mundo social e físico no qual ele vive, outro conceito é o de que o homem é influenciado pelo ambiente em que está, mostrando que o homem não era livre já que seu comportamento era influenciado por fenômenos externos a ele, ou de que os fenômenos humanos são iguais a qualquer outro da natureza, ou seja, podem ser explicados cientificamente e a mais importante, a característica monista, a qual o behaviorismo buscava não diferenciar corpo e mente como duas instâncias diferentes.
Com essas ideias temos uma perspectiva de que o homem e o mundo são interdependes, diferente do que as pessoas achavam naquela época, quando achavam que o homem era independente.
	Na área da pedagogia Skinner identificou alguns problemas como:
“(a) professores raramente utilizam reforço positivo em sala de aula ou utilizam-no de forma não planejada e/ou não consistente (o reforço vem atrasado ou é incerto); (b) não há ênfase na modelagem de respostas, de modo que os comportamentos-objetivo demoram a ocorrer.” (Henklain e Carmo, 2013).
As soluções encontradas por Skinner foi empregar o reforço positivo para gerar os comportamentos desejados substituindo o uso de controle aversivo na relação professor-aluno, esperar que o aluno tenha total conhecimento do conteúdo passado antes de ir para o próximo modulo, avaliação frequente do conhecimento do aluno, e a apresentação do material de ensino começando pelo simples e terminando no complexo gradativamente.
Skinner não influenciou apenas a área da pedagogia, ele também teve a sua contribuição na área da psicologia, sendo a principal delas o conceito de comportamento operante (também aplicada na pedagogia como mostrado acima), que remete ao fato de todo comportamento estar atrelado a uma consequência e com essa ideia ele traz para o behaviorismo a ideia de probabilidade.
A probabilidade dentro do comportamento operante é o conceito de que se um comportamento receber um reforçamento positivo ele terá mais chances de se repetir, e se caso receba um reforçamento negativo menor a chance de se repetir. Se você contar uma piada para um grupo de amigos, e eles rirem, a probabilidade de você contar outra aumenta.
O behaviorismo radical entende o comportamento como uma interação entre estímulos do ambiente e resposta do organismo. Existem três tipos de seleções diferentes, a filogenética (comportamentos compartilhados entre a mesma espécie, o que é determinado pela história evolutiva da mesma), ontogenética (são os comportamentos particulares do indivíduo, determinado pela história de vida do mesmo) e a seleção cultural (comportamentos compartilhados por indivíduos de uma mesma cultura). As seleções são os aspectos que influenciam nessas respostas do organismo aos estímulos do ambiente.
Olhando principalmente para o behaviorismo radical, há uma possibilidade de ele ser aplicado em qualquer instituição e em qualquer profissão visando até mesmo o aumento de produtividade. Uma demonstração disso são os quadros de funcionário do mês, o que faz com que o funcionário daquela empresa seja o mais produtivo possível para que tenha a sua foto na parede dizendo que ele foi o melhor do mês dentro da sua equipe, esse é um caso de reforçamento positivo.
 
	
	
	
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A abordagem Behaviorista anteriormente pesquisada, ilustra, que desde de seus primórdios, questões relativas ao comportamento humano, em seus conflitos e paradoxos, despertam a curiosidade humana para o entendimento dos seus processose os seus reflexos em nossas atitudes cotidianas.
Iniciando pelo contexto do Behaviorismo filosófico, observamos que o comportamento se baseava na premissa de que existem pré-disposições mentais para determinados comportamentos. Já o behaviorismo clássico se nutre da tese estímulo-resposta, utilizando-se da premissa que somente os comportamentos observáveis são admitidos como objetos de estudo, eximindo-se do universo privado do indivíduo, ressaltando que este tipo de comportamento não se caracteriza com um objeto de estudo observável. Em contrapartida, o behaviorismo radical não procura modificar o comportamento de um indivíduo através de estímulos, mas sim estudar e compreender o comportamento dos indivíduos.
Observamos que o behaviorismo ocupa uma das abordagens de destaque dentro do contexto da Psicologia, as quais hoje, mediante seu estudo, somos capazes de identificar quanto a sua aplicação e influência, na microesfera relativa a um indivíduo agregado à macro esfera da formação do contexto cultural e social. 
 Cada pensamento e crítica gerados a partir da doutrina behaviorista foram de grande valia para formação do que hoje conhecemos como Behaviorismo, tornando-se assim, parte constituinte e de grande destaque junto a outras diversas abordagens para formação do pensamento psicológico e seu sucessivo desenvolvimento. 
REFERÊNCIAS
HENKLAIN, Marcelo Henrique Oliveira; CARMO, João Dos Santos- Contribuições Da Análise do Comportamento À Educação: Um Convite Ao Diálogo. Cadernos de pesquisa Scielo. 2013. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15742013000200016&lng=en&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em: 16 de setembro de 2018
SCHULTZ, P. Duane; SCHULTZ, Sydney Ellen História da psicologia moderna. 3ª edição. Cengage Learning, 2014.
NOVAES, Tiago Angelo - Behaviorismo Radical e Inteligência Artificial: Contribuições além das Ciências Cognitivas. Unicamp. 2012. Disponível em: < http://www.dca.fee.unicamp.br/~gudwin/courses/IA889/2011/IA889-19.pdf> Acesso em: 17 de setembro de 2018
BAUM, W. M. Compreender o behaviorismo: ciência, comportamento e cultura. Porto Alegre: Artmed, 1999.
CARRARA, K. A questão do controle na abordagem comportamental. Psicologia: Argumentos, v. 10, p. 109-115, 1992.
DESCARTES, R. Discurso do Método: regras para a direção do espírito. São Paulo: Martins Claret, 2000.
SCHULTZ, P. Duane. História da Psicologia Moderna. 10ª ed. Norte-americana: CENGAGE, 2015

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