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OS PREJUIZOS CAUSADOS PELA ROTATIVIDADE
E O ABSENTEÍSMO NAS ORGANIZAÇÕES.
Alcino Trossini Junior
Professor: Fabio Iba.
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Gestão em Recursos Humanos (CMA0102)
Maringá – PR
10/02/2018
RESUMO
Este trabalho visa demonstrar o que é rotatividade e como ela pode ser prejudicial para a
organização, quais suas possíveis causas e o que o gestor pode fazer para reduzir este problema
dentro da organização, como também demostrar a diferença entre rotatividade e absenteísmo,
possíveis causas do absenteísmo e como o gestor pode tentar reduzir esta questão dentro da
organização. Para tanto, utilizou-se, como metodologia, a pesquisa bibliográfica para fazer o
levantamento de revisão e a prática de pesquisa documental, para analisar os procedimentos de
adotados em uma empresa de segurança privada na cidade de Maringá, Paraná.
Palavras-chave: Rotatividade. Absenteísmo. Qualidade. Ambiente de trabalho.
1 INTRODUÇÃO
No atual ambiente globalizado e dinâmico, para a empresa ser bem sucedida e principalmente para
tornar-se competitiva não basta possuir a melhor tecnologia, as melhores estruturas, o importante é
ter uma organização com pessoas motivadas que tendem á dar o melhor de si para o
desenvolvimento tanto do seu trabalho como para o crescimento da organização como um todo.
Desta forma, empresas que possuam funcionários motivados tendem a manter baixo o índice de
rotatividade e absenteísmo e, com isso, os problemas e custos decorrentes de faltas, atrasos,
indenizações e direitos trabalhistas.
Vergara (2000) afirma que Freud nos diria que são nossos conteúdos psicológicos - diferentes de
pessoa para pessoa – que nos encaminham em determinada direção, neste sentido o caráter de
interioridade da motivação nos diz que ela é experimentada por cada pessoa, não sendo, portanto,
generalizável.
Com isso, administrar pessoas é uma tarefa difícil, pois cada indivíduo é um ser em particular, com
sonhos distintos e expectativas diversas, portanto, neste sentido motivá-los é tarefa primordial em
qualquer tipo de organização.
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2 ROTATIVIDADE
A rotatividade de recursos humanos de acordo com Morales (2002) é um dos aspectos mais
importantes da dinâmica organizacional. Este termo é utilizado para definir a flutuação de pessoal
entre uma organização e seu ambiente, sendo que o intercâmbio de pessoas entre a organização e o
ambiente é definido pelo volume de pessoas que ingressam e que saem da organização.
Percebe-se que a rotatividade de pessoal ocorre por fatores internos e externos à organização, sendo
que o desligamento do funcionário da empresa pode ser por parte do empregador ou do empregado,
ou seja, os fatores podem estar nas deficiências da organização ou na falta de interesse do
funcionário pela empresa.
Chiavenato (1999) define e borda a rotatividade de pessoal como uma despesa que pode ser evitada,
se houver mais critério e atenção na seleção de mão-de-obra. A rotatividade alta reflete na
produção, no clima organizacional, relacionamento interpessoal. O autor
alerta que para combater a rotatividade é preciso detectar as causas e determinantes. A rotatividade
de recursos humanos ou turnover é um dos aspectos mais importantes da dinâmica organizacional.
Segundo Chiavenato (1999) o índice de rotatividade pode ser calculado da seguinte forma:
1. O índice de rotatividade de pessoal percentual é calculado a partir do volume de (A) entradas +
(D) saídas de pessoal, dividido pelo efetivo médio.
(EM). [(A+D): dois×100]: EM
2. Para efeito de planejamento de RH, é possível também verificar as perdas de pessoal e suas
causas, calculando-se os desligamentos.
((D) x 100): (EM).
3. Para se verificar as perdas de pessoal por desligamentos por iniciativas dos empregados
(Dx100): (∑empregados: ∑ meses do período)
4. Avaliação da rotatividade de pessoal por departamento ou seção:
{[(A+D): 2 + (R+T)]x100}: EM
R: recebimento de pessoal por transferência de outros subsistemas (departamentos ou seções); T:
transferências de pessoal para outros subsistemas (departamentos ou seções).
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A causa da rotatividade de pessoal pode ser diagnosticada pelos fenômenos internos e externos à
organização cujos dados são obtidos em entrevistas no ato dos desligamentos, espontâneas ou
programadas registradas de modo confidencial, ou por dados coletados pela própria empresa –
avaliados pela política de recursos humanos.
O custo da rotatividade de pessoal agrupa custos primários (todas as despesas com desligamentos e
substituições), secundários.
2.1 – Possíveis causas da rotatividade e como tentar resolver a questão
Para Chiavenato (1995), as causas da rotatividade nas empresas estão diretamente ligadas à política salarial
adotada; política de benefícios; oportunidade de progresso profissional oferecida pela empresa; tipo de
supervisão; política disciplinar; condições físicas e ambientais de trabalho; motivação do pessoal.
A rotatividade pode estar relacionada diretamente às funções, às atribuições da área de recursos humanos e à
faltade critérios de avaliação da qualidade, de processos e serviços deste setor: deficiências na contratação;
falta de acompanhamento durante o processo de aculturação; falta de conhecimento e encaminhamento
quanto às insatisfações com as lideranças; falta de investimentos em Treinamento e Desenvolvimento (TED);
falta de um plano estratégico de identificação e retenção de talentos, entre outros (POMI, 2005 apud
DALL’INHA, 2006).
Uma das maneiras de tentar reduzir a rotatividade é a entrevista de desligamento, ela constitui um dos meios
de controlar e medir os resultados da política de recursos humanos desenvolvida pela organização
(CHIAVENATO, 1998), sendo assim, a aplicação da entrevista de desligamento tem como objetivo levantar
as causas do desligamento de pessoas da organização (FIDELIS; BANOV, 2006) e procurar dar apoio ao
funcionário que está se desligando da empresa, nos casos de demissão. As informações como: a impressão
que o profissional leva da empresa, problemas percebidos e sentimentos, são analisadas com o intuito de
melhorar continuamente as práticas administrativas da organização.
O fluxograma a seguir demonstra de forma esquematizada as etapas do processo de análise da rotatividade,
como, também, permite visualizar e compreender melhor os procedimentos a serem adotados em cada etapa
do processo.
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Quadro 2 - Sistema de informação e ajustamento da política de recursos humanos
Fonte: Morales, 2002 apud Chiavenato, 1994, p. 39.
3 – ABSENTEISMO:
O absenteísmo, também denominado ausentismo, é o montante de faltas no trabalho, bem como
atrasos e saídas antecipadas acontecidas durante um determinado período (MARRAS, 2000), desta
forma o levantamento do absenteísmo tem como objetivo avaliar as horas perdidas de trabalho e os
prejuízos em decorrência delas, como também, auxiliar num possível diagnóstico de problemas
dentro da organização e busca de soluções (FIDELIS; BANOV, 2006).
Para Chiavenato (1999) o absenteísmo, também é um fator que faz parte do planejamento do RH.
Suas causas nem sempre são atribuídas ao empregado, (doenças, faltas, problemas com locomoção,
razões familiares, desmotivação, políticas inadequadas na empresa, supervisão precária da chefia ou
gerência, acidente de trabalho). O absenteísmo repercute na produtividade. As causas do
absenteísmo precisam ser diagnosticadas para controle político da organização. O índice de
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absentismo puro deve abordar todo o tipo de ausência, inclusive as justificadas. Enquanto o índice
de absenteísmo de afastados envolve férias, licenças e afastamentos por doenças, maternidade ou
acidente de trabalho.
O conhecimento e a análise dos indicadores são importantes para identificar as possíveis causas da
rotatividade e do absenteísmo, além de ser uma importante ferramenta para uma gestão estratégica,
sendo que os resultados gerados por uma seria pesquisa possibilitam uma visão mais clara dos
aspectos fortes e fracos da empresa no que tange aos funcionários e, com isso, possibilita uma ação
mais efetiva por parte da do gestor de RH.
3.1 – Possíveis causas do absenteísmo e como tentar resolver a questão
Segundo Chiavenato (2002), as causas do absenteísmo nem sempre estão no próprio empregado,
mas na organização, na supervisão deficiente, no empobrecimento das tarefas, na falta de motivação
e estímulo, nas condições desagradáveis de trabalho, na precária integração do empregado à
organização e nos impactos psicológicos de uma direção deficiente.
Os motivos para uma falta ou atraso, podem ser: salário baixo; benefícios que não atendem às
necessidades; relacionamento ruim com o superior ou com a equipe; falta de perspectiva
profissional; procura de nova oferta de trabalho (FIDELIS; BANOV, 2006).
“Outros tipos de ausência são: “falta ou atraso por problemas de saúde; afastamentos justificados
(acidente do trabalho, auxílio-doença, enfermidade, fisioterapias, maternidade paternidade,
falecimento, etc.).” (FIDELIS; BANOV, 2006, p.152)”. Um dos meios para tentar resolver o
absenteísmo seria o de uma seria pesquisa realizada dentro da organização, visando identificar as
possíveis causas do absenteísmo e, consequentemente, rever o referencial teórico sobre rotatividade
e o absenteísmo para fundamentar o desenvolvimento da pesquisa na empresa, conhecer qual é a
política da empresa em relação à rotatividade e o absenteísmo e propor sugestões que auxiliem a
empresa no processo de tomada de decisão referente às possíveis causas da rotatividade e do
absenteísmo na empresa.
Esta pesquisa tem o intuito de contribuir para a melhoria do ambiente organizacional, com a
detecção das possíveis causas e proposição de solução das mesmas, como também incentivo as
variáveis organizacionais que se apresentam positivas.
4 MATERIAIS E MÉTODOS
O processo de recrutamento e seleção de pessoas deve ser bem executado, para que sejam melhores
os resultados das contratações, verificando-se seu funcionamento, métodos utilizados e formulários
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de recrutamento. Para que com esta atitude se tente minimizar a rotatividade. Para tanto, foi
realizada uma prática de pesquisa documental junto a uma empresa de segurança privada na cidade
de Maringá, Estado do Paraná.
Pesquisou-se documentalmente os métodos utilizados por esta empresa no processo de
recrutamento e seleção, bem como realizada a análise dos formulários com amostragem de janeiro
de 2018 até abril do mesmo ano, sendo esta análise repetida duas vezes para trazer mais segurança e
fidedignidade ao estudo, onde todos os dados foram apurados e repassados pelo setor de recursos
humanos da empresa e pela gerencia.
4.1 ANÁLISES DOS DADOS
A análise dos dados foi baseada nos métodos utilizados pela empresa, na consecução de seus
objetivos para o processo de recrutamento e seleção de pessoal. Da análise dos formulários
(questionários), foi possível perceber que a empresa demonstra grande preocupação quanto à
rotatividade em seu quadro de colaboradores, como também com o numero de faltas dos mesmos,
devido à empresa trabalhar com postos de serviços onde seus colaboradores trabalham em escalas,
geralmente de 12 horas trabalhadas por 36 horas de folga, e em sua grande maioria no período
noturno das 19h00min as 07h00min.
Onde que quando da falta de um colaborador por qualquer motivo, obriga a empresa a contatar um
funcionário que estava em seu horário de folga para poder ir cobrir a escala do colaborador faltante.
Onde mesmo sendo pago as horas extras, isto acaba gerando um desgaste maior para o colaborador
que estava em seu horário de folga tendo em vista que o mesmo não teve suas 36 horas de descanso,
afetando com isto a qualidade de vida do mesmo.
Para tentar sanar as faltas à empresa paga para os colaboradores um premio em dinheiro, um
adicional de assiduidade, onde se o colaborador não tiver falta alguma durante o mês, sendo
justificada ou não o mesmo recebe o valor X junto ao seu pagamento.
Esta atitude já reduziu em 60% o numero de faltas ao trabalho
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através do presente paper, é possível observar que existem inúmeras abordagens criativas para
reduzir as demissões voluntárias, especialmente nas áreas em que as organizações precisam investir
pesado em treinamento e perdem todo esse investimento quando o empregado vão embora
prematuramente.
As organizações interessadas em diminuir o número de pedidos de demissão podem considerar a
ideia de aumentar os salários, esclarecer bem os papéis e exigências do trabalho, tornar o trabalho
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mais gratificante e conseguir fazer com que seus empregados percebam vantagens em trabalhar em
determinada empresa e nãoem outra qualquer.
Segundo Oliveira (2006), cabe à gestão de pessoas encontrarem quais as melhores ferramentas
eficazes para auxiliar na manutenção de pequeno índice de turn over. Improdutividade, salário,
motivação, tédio na execução das tarefas e melhor reconhecimento profissional são as principais
causas que atingem o indicador de rotatividade de pessoal. Os profissionais da área de gestão de
pessoas, que tenham por objetivo reduzir o seu tal índice, devem analisar todo o processo de
recrutamento, seleção, treinamento, motivação e também como está sendo o desenvolvimento do
colaborador dentro da organização.
REFERÊNCIAS
Portal RH http://www.rhportal.com.br
CHIAVENATO, Idalberto. Planejamento, recrutamento e seleção de pessoal. Como agregar
talentos à Empresa. São Paulo: Atlas, 1999.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas
organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
FIDELIS, Gilson José; BANOV, Márcia Regina. Gestão de recursos humanos: Tradicional e
Estratégica. 1 ed. São Paulo: Érica, 2006.
MARRAS, Jean Pierre. Administração de recursos humanos: do operacional ao estratégico. 3 ed.
São Paulo: Futura, 2000.
Arthur Fabiano, E-book Rotatividade: o ladrão do trabalho do RH.
MILKOVICH, George T.; BOUDREAU, John W. Administração de recursos humanos. São Paulo:
Atlas, 2008.
OLIVEIRA, Thais Fátima L. Rotatividade de Pessoal – Turn over. 12 nov. 2006. Disponível em:
<http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/rotatividade-de-pessoal-turnover/12932/>.
Acesso em: 25/03/2018
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Estudo pratico de caso em empresa do ramo de prestação de serviços Rossil Segurança e Vigilância
Ltda - ME.