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PIRI rep dip barao classe2402 2016

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Representantes Diplomáticos 
1 
 
Universidade Paulista UNIP 
Curso de Relações Internacionais 
 
Pedro Penteado de Faria e Silva Junior. RA D123HJ4 
Orlando Eduardo Ferminio RA D086HC4 
Turma 2402 Período 1 Semestre Ano 2016 
 
Projeto Integrado de Relações Internacionais 
(PIRI) 2016 2semenstre 
 
 
 
Representantes Diplomáticos 
“Barão do Rio Branco” 
 
“Período Carismático, 1902 – 1912” 
 
São Paulo 2016 
 
 
 Representantes Diplomáticos 
2 
 
 
SUMARIO 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 3 
ENTENDENDO A POLITICA EXTERNA ................................................................. 4 
O BARÃO ........................................................................................................................ 5 
RIO BRANCO À SEGUNDA GUERRA MUNDIAL ................................................. 6 
DE OUTRA PERSPECTIVA COMPLEMENTAR .................................................... 9 
A QUESTÃO DO ACRE .............................................................................................. 10 
ITAMARATY: INSTITUTO RIO BRANCO ............................................................ 12 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 13 
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................... 14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Representantes Diplomáticos 
3 
INTRODUÇÃO 
 
O barão do Rio Branco foi um dos mais importantes a frente do Ministério das Relações 
Exteriores período compreendido entre 1902 - 1912. 
Dentre suas grandes contribuições pode-se apontar o fortalecimento inédito da burocracia da 
diplomacia brasileira e que ficou marcado foi pelo momento de redefinição da política externa 
brasileira. 
A partir da percepção da crescente importância dos Estados Unidos, o que levou a uma 
aproximação, na tentativa de utilizar desta aproximação em favor dos interesses dos brasileiros. 
Para o Barão do Rio Branco, o Brasil necessitava do apoio dos Estados Unidos para resolver 
seus problemas com as fronteiras, dentre estes o mais complicado foi a do Acre, envolvia 
interesses privados norte-americanos. Com isso, defrontou-se com a questão Acre, território 
fronteiriço que a Bolívia pretendia ocupar, solucionando-a pelo Tratado de Petrópolis. 
Rio Branco lançou as bases de uma nova política internacional, adaptada às necessidades do 
Brasil moderno. Foi, nesse sentido, um devotado pan-americanista, preparando o terreno para 
uma aproximação mais estreita com as repúblicas hispano-americanas e acentuando a tradição 
de amizade e cooperação com os Estados Unidos. 
Essa aliança estratégica, segundo o livro “Política Externa Brasileira” (Henrique Altemani de 
Oliveira), era fundamentada nos objetivos do momento, seja de consolidação das fronteiras 
nacionais, seja de diminuição da pressão hegemônica da potência líder do sistema internacional, 
a Inglaterra. 
A herança do barão do Rio Branco, preservada pelo Itamaraty, é a continuidade no tempo dos 
mesmos princípios realistas que informaram a política externa na época de Rio Branco, 
adaptados à realidade internacional contemporânea. 
Por fim, de um lado, os Estados Unidos tinham já superado a Inglaterra como a principal 
economia internacional, e de outro, o multipolarísmo estava em crescimento com as pretensões 
alemãs e com o surgimento de outras potências, como os Estados Unidos e Japão. 
Sua maior contribuição ao país foi a conquista de três importantes territórios através da 
diplomacia: Amapá, Palmas e Acre. 
 
 
 Representantes Diplomáticos 
4 
Este tentava “arrendar” parte do seu território a um consórcio empresarial anglo-americano. O 
território não era do Brasil, mas era ocupada quase que integralmente por “colonos” 
seringueiros brasileiros, que resistiam às tentativas bolivianas de expulsá-los. 
Em 1903, o Barão de Rio Branco, assinou com a Bolívia o tratado de Petrópolis, pondo fim ao 
conflito dos dois países em relação ao território do Acre, que passou a pertencer ao Brasil 
mediante compensação econômica (dinheiro e vantagens) e pequenas concessões de terras. Esta 
é a mais conhecida obra diplomática de Rio Branco, e seu nome foi dado à capital daquele 
território. 
 
ENTENDENDO A POLITICA EXTERNA 
 
A princípio a política externa pode ser definida por um Estado que vai a busca de se relacionar 
com outros Estados a fim de estabelecer uma relação conforme o seu interesse, normalmente, 
os Estado promovem alianças, acordos, entre outros tipos de negociações, com o objetivo de 
alguma espécie de escambo, ou seja, no século XX por exemplo, o Brasil começou a estabelecer 
suas relações com o EUA, com o objetivo de receber tecnologia, e ao mesmo tempo, os EUA 
estabeleceram essa relação com o Brasil, afim de receber matéria prima e aliado de guerra. 
Basicamente, a política externa nada mais é do que a ação da relação entre Estados, onde cada 
qual busca os seus ideais. 
A política externa – sendo ela hoje a base da evolução da globalização (que vem se mostrando 
essencial para a evolução dos Estados, e se expandindo, alcançando, se não o mundo todo, 
quase todos os Estados existentes) - nasceu junto com o Estado, e desde então ela vem se 
aprimorando e se tornando cada vez mais presente no estudo das ciências políticas. Afinal, é de 
extrema importância que um Estado se relacione com o outro da melhor forma possível. 
Com esse estudo, notasse que, sem alguns fatores não é possível se fazer política externa, como 
por exemplo, saber o que o Estado com o qual você quer se relacionar precisa. E existem outros 
fatores que aprimoram essa relação interestatal, além de conhecer os interesses dos outros 
estados, deve-se também, conhecer a cultura; o que eles podem oferecer; quais relações já estão 
estabelecidas; com quem possuem relações amigáveis; com quem não possuem relações 
amigáveis, ou seja, conhecer bem o outro lado é fundamental para poder estabelecer qualquer 
tipo de relação. 
 
 
 Representantes Diplomáticos 
5 
Todo Estado possui uma história que conta sobre suas origens, conquistas, derrotas, e inclusive 
sobre suas relações com o exterior. No caso do Brasil, um grande e importante ator dessa área 
ficou conhecido como Barão do Rio Branco. 
 
O BARÃO 
 
 
Barão do Rio Branco (1845-1912) foi diplomata, advogado, geógrafo e historiador brasileiro. 
Iniciou seus estudos na Faculdade de Direito de São Paulo e no último ano se transferiu para 
Recife. Formou-se em Direito pela Faculdade de Direito do Recife. Foi Ministro das Relações 
Exteriores durante os mandatos dos presidentes Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Peçanha 
e Hermes da Fonseca. Foi promotor público em Nova Friburgo e deputado por Mato Grosso, 
ainda no Brasil Império. 
Em 1876, foi Consul Geral do Brasil em Liverpool. Foi nomeado superintendente na Europa, 
dos serviços de imigração do país, logo após a proclamação da república. 
Em 1900 resolveu questões de fronteiras entre o Amapá e a Guiana Francesa. 
Em 1894, defendeu os interesses brasileiros entre Santa Catarina e Paraná contra a Argentina. 
Em 1902 entre o Acre e a Bolívia. 
 
 
 Representantes Diplomáticos 
6 
E em 1898 foi o segundo ocupante da Cadeira nº34 da Academia Brasileira de Letras. 
Nascido no Rio de Janeiro no dia 20 de abril de 1845, filho de José Maria da Silva Paranhos o 
Visconde do Rio Branco, acompanhou seu pai em trabalhos no Uruguai, servindo-o como 
secretário. 
Quando Barão foi Ministro do Brasil em Berlim ele foi convidado pelo então Presidente 
Rodrigues Alves para assumir a pasta das RelaçõesExteriores. 
José Maria da Silva Paranhos Júnior, com problemas renais, morreu no dia 10 de fevereiro de 
1912, na cidade do Rio de Janeiro. 
Com isso, podemos traçar o perfil do diplomata, que possuía uma visão de mundo arrojada, que 
tinha “ideias” revolucionários para a evolução do Brasil. 
 
RIO BRANCO À SEGUNDA GUERRA MUNDIAL 
 
Rio Branco tinha em sua percepção, que o Brasil precisava do apoio e da benevolência dos 
Estados Unidos para resolver problemas de fronteira, nas quais, a mais problemática era a do 
Acre, onde envolvia interesses privados americanos. 
 
Na verdade, o que se buscava com essa aliança (rotulado como UNWRITTEN ALLIANCE por 
Bradford Burns), era aumentar o poder de barganha do Brasil. 
De uma outra perspectiva, buscando o apoio dos Estados Unidos, o Brasil legitima o interesse 
norte-americano em aumentar o “subsistema” Americano, principalmente se considerarmos a 
aliança firmada entre a Argentina e a Inglaterra. 
Apesar dessa legitimação, o Barão tenta diminuir o caráter unilateral das intervenções 
americanas fundamentadas na Doutrina Monroe, ao propor a multi-lateralização desta doutrina, 
que deveria ser incorporada ao Direito Internacional Público para ser aplicada em ação conjunta 
das principais repúblicas do continente. (Conforme Lafer) 
De qualquer forma, esse processo, interpretado como uma “americanização” da política externa 
brasileira teve, como efeito imediato, o deslocamento do eixo Londres para Washington, 
diminuindo as influências inglesas e possibilitando maior autonomia ao Brasil dentro do 
sistema internacional. 
 
 
 
 Representantes Diplomáticos 
7 
A importância da gestão do Barão foi a de ter definido os elementos básicos do que regerirá por 
mais 50 anos a política externa brasileira. Desta maneira, o pensamento político de Rio Branco 
é composto de três eixos: 
1) Convergência ideológica; 
2) Aspecto pragmático; 
3) Esforço constante de harmonização entre os interesses dos Estados Unidos e os da América 
Latina. 
A "convergência ideológica" fundamental, isto é, a convicção dos dirigentes brasileiros de que 
partilhavam com os interesses Americanos. 
Essa expressão é utilizada de forma recorrente quando se pretende apontar as relações Brasil-
Estados Unidos. 
Ricupero, "antes de tornar-se ministro, o Barão deu, com a vitória nas arbitragens, contribuição decisiva 
para resolver as questões pendentes com a Argentina (1895) e com a França-Guiana Francesa (1900). 
Viriam, em seguida, as soluções de fronteira com a Bolívia (Tratado de Petrópolis, de 1903), o Equador, 
com a ressalva dos eventuais direitos peruanos (1904), com o Peru, de forma provisória (1904) e mais 
tarde definitiva (1909), com a Inglaterra-Guiana Inglesa (laudo de 1904), com a Venezuela (1905), com 
a Holanda-Guiana Holandesa ou Suriname (1906), com a Colômbia (1907) e o tratado retificatório com 
o Uruguai (1909)". 
Concisamente, aos vínculos comerciais já dos mesmos valores e aspirações, de percepções 
semelhantes sobre os critérios de legitimidade internacional, como se viu nas opiniões do Barão 
sobre o pagamento de dívidas ou o Corolário Roosevelt. 
Essa convergência, admitia eventuais discrepâncias, como na questão da igualdade jurídica dos 
Estados durante a Segunda Conferência de Haia. A aliança Brasil - Estados Unidos. 
A partir do reconhecimento da existência de um diferencial de poder significativo entre os 
parceiros, a vontade de colocar o poder dos Estados Unidos, a serviço dos objetivos brasileiros 
ou, ao menos, de neutralizá-lo. 
Para isso, aceitava-se um vínculo pragmático entre o apoio a posições Americanas no cenário 
global, em troca da ajuda dos Estados Unidos em relação a objetivos brasileiros. 
Conseqüentemente os dois outros pontos, eram a prioridade atribuída à relação com os Estados 
Unidos a inevitável subordinação da América do Sul. 
 
 
 Representantes Diplomáticos 
8 
Para a continuidade desse paradigma estava presente, a predisposição brasileira de 
reconhecimento e aceitação, correspondendo, a uma convergência ideológica. 
Nesse sentido, o apoio ao corolário Roosevelt expressa bem esse posicionamento. O corolário 
Roosevelt atribuía aos Estados Unidos o direito de intervenção do bloqueio naval sofrido pela 
Venezuela. Rio Branco recusa-se a apoiar o ministro argentino Drago com o objetivo de 
formação de uma liga de países sul-americanos contra demonstrações de força de países 
europeus. Da mesma forma, não ratifica a proposta de Drago contra a cobrança de dívidas, já 
que o bloqueio não implicava conquista territorial. 
De outra forma, expressa igualmente apoio ao processo de crescimento do sistema de “poder” 
Americano na América do Sul. 
Essa doutrina passou a ser invocada, para impedir que governos adquirissem portos ou outros 
lugares que pudessem ameaçar as comunicações ou a segurança dos Estados Unidos. Ao afirmar 
o afastamento da gestão Europeia na América Latina e ao invocar a Doutrina Monroe, o 
presidente Theodore Roosevelt (1901-1909) considerou, unilateralmente, a América Latina 
como parte do sistema internacional norte-americano. 
Sua visão realista Rio Branco, possibilitava perceber com claramente o poder Americano na 
configuração internacional, bem como constatar que a América do Sul estava em sua área de 
influência; assim como, também, a impossibilidade de qualquer bloco, no continente, se opor 
aos Estados Unidos. Conseqüentemente, possibilidade de se aproveitar do peso Americano em 
favor das pretensões brasileiras, dentro de um contexto hostil em relação ao posicionamento 
brasileiro. 
É evidente que a aliança especial com os Estados Unidos e, principalmente, o peso dos Estados 
para soluções de controvérsias fronteiriças, assim como o reequipamento naval financiada e 
implementado pelos Estados Unidos, estimulariam as desconfianças quanto às pretensões 
brasileiras e, sobre seu interesse em deter uma liderança regional. 
Nesse sentido, "parece ter havido um acordo tácito, pelo qual o Brasil reconhecia a hegemonia americana 
na América do Norte e os Estados Unidos respeitavam as pretensões brasileiras a uma posição 
hegemônica na América do Sul” (BURNS, 2003, p.259.). 
A frase "O Brasil só tem dois amigos no continente: o Chile no Sul e os Estados Unidos no 
Norte"(JAGUARIBE, H. Introdução geral. In: ALBUQUERQUE, J. A.G. Sessenta anos de política 
externa brasileira (1930-1990). Crescimento, modernização e política externa. São Paulo: Nupri-
USP/Cultura Editores Associados, 1996, p. 24), atribuída ao barão, retrata bem o peso da aliança com os 
 
 
 Representantes Diplomáticos 
9 
Estados Unidos para respaldo dos interesses brasileiros e o papel do Chile na neutralização de uma reação 
negativa por parte da Argentina. 
Ressaltando que a americanização da política externa implementada pelo Barão não era dizer 
que era uma “norte-americanização”. Na visão do barão, a aproximação com os Estados Unidos 
teria a função de eliminar possibilidades de intervenção externa no Brasil, e ao mesmo tempo 
aumentar a capacidade de barganha na solução das questões fronteiriças. Dessa maneira 
servindo aos interesses da nação, sem reduzir a soberania brasileira. 
Estrategicamente era uma aliança fundada nos objetivos do momento, seja pela consolidação 
das fronteiras, seja de diminuição do poder da Inglaterra. 
A "herança do Barão do Rio Branco", mantida pelo Itamaraty, é a continuidade no tempo dos 
mesmos princípios realistas que informaram a política externa na época do Barão, adaptando-
as à realidade internacional. O centro da contribuição do Barão está na idéia de que as alianças 
são sempre instrumentos para alcançar os objetivos fixados pelo estado. 
 A decorrência dessa premissa é que as alianças não são permanentes na medida em que mudam 
os objetivos do estado e a realidadeinternacional. 
De forma superficial e complementando, é necessário ressaltar alguns comentários sobre o mito 
Rio Branco no desenvolvimento da diplomacia brasileira. 
Não foi unanime a aceitação das posições definidas pelo Barão, não é essa a imagem que 
pretendesse passar. As críticas de Oliveira Lima em especial dão a opção preferencial pelos 
Estados Unidos, no seu entendimento, constituindo um “empecilho” a uma aproximação com 
a América Latina. Vale lembrar, a oposição de Rui Barbosa ao pagamento de compensações 
financeiras no caso da incorporação do Acre ao território brasileiro. 
 
DE OUTRA PERSPECTIVA COMPLEMENTAR 
 
Após um período de instabilidade, o barão do Rio Branco vai ocupar a pasta por quase dez anos. 
Essa longa permanência retrata a consolidação do processo de profissionalização e de 
ascendência da chancelaria na definição e implementação da política externa brasileira, 
especialmente quando a agenda da política externa se apresenta mais complexa e técnica. 
 
 
 Representantes Diplomáticos 
10 
É dada essa permanência prolongada do Barão na pasta de relações exteriores, porque sua 
política ia ao encontro dos interesses das elites. Além disso, tentou colocar em prática uma 
política, alimentado na vastidão do território nacional, no potencial “instalado “de suas 
riquezas, no crescimento demográfico, na estabilidade das instituições políticas, consolidada 
sob Campos Sales (Anos de 1898-1902). 
Ao acelerar o processo de mudança do eixo das relações exteriores, saindo de Londres indo 
para Washington, a definição de um novo modelo para a política externa, tornou-se mito na 
história brasileira e das perspectivas de que as políticas eram do barão e de que constituíam a 
diplomacia do barão. 
Por fim, vale enfatizar que todo esse processo tem uma relação próxima com as questões que 
estavam induzindo a uma revisão do sistema político internacional. De um lado, os Estados 
Unidos já superavam a Inglaterra como a principal economia, de outro, o multi-polarismo 
estava em xeque com as pretensões alemãs e com o surgimento de outras potências mundiais, 
como os Estados Unidos e o Japão. 
A essa iniciativa Americana em direção à América do Sul não houve reação da Inglaterra como 
seria de esperar. A diplomacia Inglesa abandonou as tentativas de impedir a expansão dos 
Estados Unidos na América Latina, pois além de estar ocupada com o agravamento da 
rivalidade entre as nações européias, que se traduzia na de profissionalização e ascendência da 
chancelaria na sua concepção e execução, bem como sobre o fortalecimento da burocracia 
diplomática com Rio Branco em contraponto à evolução da diplomacia presidencial. 
O período pós-Rio Branco até a adesão brasileira ao esforço de guerra pró-aliados é verificado 
em duas fases distintas: 
A primeira até 1930, caracterizando-se por uma acentuação da “americanização”. 
A segunda, o processo pragmático de barganha, entre as perspectivas de alinhamento com a 
Alemanha ou com os Estados Unidos. 
 
A QUESTÃO DO ACRE 
 
A atual região do Acre, é uma grande produtora da matéria-prima para a fabricação da borracha, 
ocupada principalmente por brasileiros que se dedicavam à extração desse produto. 
 
 
 Representantes Diplomáticos 
11 
Em junho de 1902, Rio Branco defrontou-se com um tema que teria grande incidência sobre 
atuação como ministro das Relações Exteriores do Brasil: a questão do Acre. 
Um telegrama recebido, dava-lhe a informação de notícias de uma companhia que havia 
arrendado o Acre do Governo boliviano e cogitava transformar-se em companhia internacional. 
Circulavam rumores de que o Chanceler da Alemanha, parecera disposto a considerar o assunto 
favoravelmente. 
A instrução era clara: Rio Branco deveria informar-se e conversar com o Chanceler pois 
“Convém que as Potências, sobretudo a Alemanha, não se envolvam neste negócio que lhes não 
interessa e que nos pode criar dificuldades e perigos pois a fronteira não está demarcada”. 
(Em ofício do dia 12 de junho, Rio Branco admite ter conhecimento do assunto apenas pela 
imprensa européia e brasileira.) 
Esclarece, não ser prática em Berlim que o Chanceler receba os Ministros Plenipotenciários: 
mesmo em recepções ao Corpo Diplomático apenas os cumprimenta rapidamente, detendo-se 
a conversar apenas com os Embaixadores e representantes dos estados da Alemanha. 
“Se lhe pedisse audiência, seria O BARÃO DO RIO BRANCO MISSÃO EM BERLIM - 1901/1902 92 
preciso esperar muitos dias e desgostaria o Barão de Richthofen, que na sua qualidade de Secretário de 
Estado e membro do Gabinete, é quem recebe os Embaixadores e Ministros”. 
Rio Branco solicitou, audiência a Richthofen, que o recebeu no dia seguinte em sua casa: outra 
demonstração do acesso de que desfrutava o Ministro do Brasil em Berlim. 
Rio Branco comentou que o Governo brasileiro não acreditava que “tais boatos” tivessem 
fundamento, mas que ainda assim o encarregara de informar o Governo imperial, primeiro, de 
que a fronteira entre o Brasil e a Bolívia ainda não estava demarcada “nessas partes”; e segundo, 
de que “de sua boa amizade esperamos que se não envolva em questões como essa, o que seria 
sumamente desagradável para nós ...que estamos em negociações com a Bolívia”. Palavras 
certeiras e duras. Somente um representante diplomático de muito peso e prestígio como Rio 
Branco poderia sentir-se em condições de usá-las! 
Em resumo com dificuldades para impor sua autoridade sobre a região, o governo boliviano 
arrendou essas terras para um consórcio norte-americano denominado Bolivian Syndicate. Com 
receios das conseqüências que poderiam advir com as fronteiras brasileiras, o Barão do Rio 
Branco propõe uma indenização para que esse “syndicate” desistisse de operar na região e na 
 
 
 Representantes Diplomáticos 
12 
sequencia negocia com a Bolívia uma permuta de territórios com uma indenização para que a 
região do Acre passasse a ser brasileira. 
 
ITAMARATY: INSTITUTO RIO BRANCO 
 
O MRE (Ministério de Relações Exteriores) do Brasil passou por três fazes. 
1) Período Patrimonial 
2) Período Carismático 
3) Período Burocrático 
O período carismático é o período mais importante para esse artigo. Pois tratasse justamente 
do tempo em que o Barão esteve à frente do MRE e realizou todo o trabalho já citado 
anteriormente. 
A princípio pode se dizer que a administração do Rio Branco foi distinta ao período imperial, 
porém há autores que digam que não, como Santiago Henchen que dividiu a diplomacia 
brasileira em apenas dois períodos: “diplomacia imperial” (1822 – 1918) e “diplomacia 
republicana” (1918 até os dias de hoje). Henchen considera a gestão do Rio Branco uma 
continuação do período imperial, e marca o republicano de 1918 em diante, por conta dos 
concursos que se iniciam para ingressar na Secretaria do Estado. No entanto segundo o autor 
Zairo Borges Cheibub, “duas razoes principais justificam a consideração desse período como 
um momento distinto.”. Razoes essas que são de estrema importância, como o fato da “gestão 
do Barão do Rio Branco representa um marco simbólico fundamental na vida institucional do 
Itamaraty.”. E também o “processo de formação do estado brasileiro no que diz respeito às 
elites administrativas entrou em um novo estágio, alterando a posição relativa do MRE em 
termos das elites nacionais. ” Ou seja, houve uma reforma no MRE, e a gestão do barão 
representa a fundação do Itamaraty. 
Esse período ficou conhecido como ‘carismático’, justamente por causa da figura carismática 
do Barão, que foi definitivamente importante nas negociações das questões fronteiriças. O 
Barão tinha de um carisma que encantava a todos, e com isso houve grande prestígio político 
 
 
 Representantes Diplomáticos 
13 
para o Itamaraty, durante sua gestãoe ao decorrer da história do ministério das relações 
exteriores. 
Atualmente existe dentro do Itamaraty, o instituto Rio Branco, feito em homenagem ao Barão 
– assim como a capital do Acre – e que é responsável por administrar inicialmente a formação 
e aperfeiçoamento dos funcionários do MRE e constituir um núcleo de estudos sobre 
diplomacia e relações internacionais. O Instituto se tornou, com o passar dos anos, referência 
internacional como academia diplomática. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O presente trabalho representa um primeiro esforço de aproximação com fontes primarias e que 
são importantes para o desenvolvimento de pesquisas sobre o pensamento político do Barão do 
Rio Branco. 
Além disso, os artigos publicados sob pseudônimos (KENT/NEMO/FERDINAND 
HEX/J.PENN) são uma amostra de sua produção intelectual que ainda não foram totalmente 
mapeados. Após a leitura de uma parte desta documentação que vem chegando ao alcance da 
publicação pelo Centro de História e Documentação Diplomática(www.funag.gov.br) foi 
possível encontrar diversos elementos do pensamento político de Rio Branco. 
A grande contribuição destes escritos, no entanto, é que neles estes elementos são encontrados 
saídos da pena do próprio autor e não a partir de interpretações. 
Protegido por pseudônimos, Rio Branco assume posturas, argumenta e justifica suas ações e de 
seu gabinete a partir de suas concepções de Brasil, do projeto político que estava pondo em 
prática. 
As idéias de uma inserção internacional em pé de igualdade com as outras nações, o respeito 
ao Direito Internacional Público, e a manutenção do prestígio internacional. 
A capacidade de defesa dos interesses nacionais mediante a existência de Forças Armadas, e o 
desejo, de que o Brasil ocupasse seu lugar no mundo através dos procedimentos seguidos pelos 
“países civilizados”, são idéias expressadas por “Kent” nos artigos. Mais do que conclusões 
destes textos, buscou-se apresentá-los como fontes para a reconstituição das idéias políticas do 
Barão. 
 
 
 Representantes Diplomáticos 
14 
Os artigos mostraram que têm que preencher a lacuna de fontes que ajudem a desvendar o 
pensador político atrás do diplomata, jurista, historiador, do estadista que foi Rio Branco. 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
ALMEIDA, Paulo Roberto de. O legado do Barão: Rio Branco e a moderna diplomacia 
brasileira. RBPI, no. 2, mês 7-12, 1996. 
ALONSO, Angela. O memorialista interessado - a construção da imagem do Império na 
República. Trabalho apresentado no XXXII Encontro anual da ANPOCS, 2008, Caxambu. 
APRESENTAÇÃO. 
Artigos Anônimos e Pseudônimos do Barão do Rio Branco. Cadernos do CHDD, ano I. nº 1. 
Brasília: Centro de História e Documentação Diplomática. Fundação Alexandre de Gusmão. 
2002. 
BARRETO, Lima. Os bruzundangas. 3a Ed. São Paulo: Ática, 2002. 
HENRICH, Nathália. A construção da imagem do barão do Rio Branco por meio de suas 
biografias. Trabalho apresentado no XII Encontro Estadual de História, Ensino e Pesquisa, 
2008, Criciúma. 
LAFER, Celso. A identidade internacional do Brasil e a política externa brasileira: passado, 
presente e futuro. São Paulo: Perspectiva, 2001. LINS, Álvaro. Rio Branco (O Barão do Rio 
Branco): Biografia pessoal e História política. São Paulo: Alfa-Ômega, 1996. PEREIRA, Paulo 
José dos Reis. A política externa da Primeira República e os Estados Unidos: a atuação de 
Joaquim Nabuco em Washington (1905-1910). São Paulo: Hucitec/FAPESP, 2006. 
RICUPERO, Rubens. Rio Branco: o Brasil no mundo. Rio de Janeiro: Contraponto/Petrobrás, 
2000. 
RIO BRANCO, Barão do. Artigos Anônimos e Pseudônimos do Barão do Rio Branco (II). 
Cadernos do CHDD, ano II. nº3. Brasília: Centro de História e Documentação Diplomática. 
Fundação Alexandre de Gusmão. 2003. Cadernos do CHDD, ano I. nº1. Brasília: Centro de 
História e Documentação Diplomática. Fundação Alexandre de Gusmão. 2002. Cadernos do 
CHDD, Ano III no 4. Brasília: Centro de História e Documentação Diplomática. Fundação 
 
 
 Representantes Diplomáticos 
15 
Alexandre de Gusmão. 2004. Cadernos do CHDD, Ano IV no 6. Brasília: Centro de História e 
Documentação Diplomática. Fundação Alexandre de Gusmão. 2005. 
VIANA FILHO, Luiz. A Vida do Barão do Rio Branco. 6ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio; 
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