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DOENÇAS INFECCIOSAS DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS ADRIANO RUPPENTHAL MÉDICO VETERINÁRIO ADENITE EQUINA / GARROTILHO Doença bacteriana de caráter agudo, altamente contagiosa, caracterizada por uma abundante secreção nasal seropurulenta, que acomete equinos, asininos e muares. 1 – ETIOLOGIA Streptococcus equi v. equi Gram positivo Enzima β hemolisina (ágar sangue) 2 – EPIDEMIOLOGIA a) Ocorrência equídeos no mundo todo fazendas de criação, estábulos esportivos, etc acomete qualquer idade, + jovens (até 3 anos) morbidade variável (10 a 48%) clima/instalações/qtde animais/idade letalidade baixa 1-2% c/ Tto até 9% s/ Tto b) Fontes de Infecção corrimento nasal e secreções dos abscessos contato direto com o material infectante freios, bridões, cabeçadas, bebedouros, etc portadores inaparentes (bolsas guturais) c) Fatores de risco (animal) é mais comum em jovens e animais que não tenham sido expostos à doença a relativa imunidade adquirida após a doença é pouco persistente 25% dos que se recuperam não desenvolvem imunidade 3 – PATOGENIA contato com a mucosa migração para tecidos linfóides e tonsilas faringe multiplicação migração linfonodos (edemas e abscessos) o inchaço dos linfonodos dif respirat e deglut descarga nasal 4 a 7 dias após a infecção rompimento abscesso pode levar à resolução da infecção se uma resposta imune eficiente se instalar pode ocorrer a morte por pneumonia(aspiração) pode ocorrer “metástases” (coração, cérebro, linfonodos abdominais, articulações) por bacteremia com curso crônico e morte eventual. 4 – ACHADOS CLÍNICOS após 4 – 7 dias anorexia total, febre 39,5 a 40,5ºC que pode ceder após 2-3 dias mas logo retorna; corrimento nasal seroso que logo se torna abundan - te e francamente purulento; grave faringite e laringite, raramente conjuntivite; ocasionalmente dificuldade respiratória/deglutição; linfonodos submandibulares / retrofaríngeos quentes infartados/doloridos à palpação em 4 dias, que podem começar a exsudar e romper, drenando pus abundante cremoso e amarelado (50% dos casos); curso normal 3 semanas graves até 3 meses; forma subclínica é atípica BURROS : debilitante e lenta, necrópsia evidencia caseificação e calcificação dos linfonodos abdominais COMPLICAÇÕES: o envolvimento cerebral leva à meningite purulenta com sinais neurológicos como excitação, hiperestesia, rigidez do pescoço e finalmente paralisia e morte; se a bactéria atingir o coração e articulações, temos uma síndrome com claudicação grave, dispneia e aumento do choque cardíaco; 5 - PATOLOGIA CLÍNICA a) hematologia: celular leucocitose com neutrofilia (f aguda) bioquímica hiperfibrinogenemia (aguda e crôn) leucocitose + hipoprot (f metastática e crônica) pode ocorrer hipoalbuminemia rara anemia (hemólise ou cronicidade) 6 - ACHADOS DE NECRÓPSIA a morte é pouco frequente, porém existem achados macroscópicos como supurações em órgãos internos como fígado, baço, pulmão, pleura, coração, peritônio 7 – DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Mormo: nódulos subcutâneos, ductos linfáticos engrossados, lesões na mucosa nasal, eventualmente epistaxe Arterite Viral Equina(AVE): anasarca, conjuntivite purulenta com edema, mto grave, leucopenia, sorologia Rinopneumonite Viral Equina(RVE-1 e RVE-4): leucopenia, sorologia, cultura de tecidos Influenza Equina 1 e 2: surto explosivo com morbidade de 80-100%, tosse seca grave, sem conjuntivite, seroso discreto, ELISA (Ag/Ac) da secreção nasal Adenovírus Equino: amolecimento passageiro das fezes, isolamento, sorologia 8 – TRATAMENTO A droga de eleição é a Penicilina, na dose de 22.000 UI/Kg IM de 12/12 h; Caso não esteja disponível, a segunda opção é a Tetraciclina na dose de 6,6 mg/Kg IV de 12/12 ou 24/24 h ou a associação de Sulfonamida-trimetoprim na dose de 15-30 mg/Kg 12/12h; Drenagem dos abscessos assim que possível, observando que o conteúdo deverá ser despejado em sacos plásticos e incinerados, com posterior desinfecção dos mesmos com produtos iodados diariamente; Isolamento dos animais acometidos; Apoio com AINEs para reduzir inflamação e a dor, compressas quentes, soroterapia para aqueles que não comem e/ou não bebem, desinfecção dos abscessos, pomadas protetoras. 9 – CONTROLE isolamento imediato dos animais infectados desinfecção dos materiais de uso, bebedouro, comedouro com compostos fenólicos, pois alvejantes e amônia quaternária são inativados pela matéria orgânica; se possível, quem cuida dos doentes não deve cuidar dos sadios; quarentena de 3 semanas para animais adquiridos de outra propriedade; vacinação com 3 doses IM com intervalos de 10 a 14 dias reforços a cada 6 ou 12 meses para os animais (eficiência questionável) vacina intranasal ? (recente).
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