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Apostila OBESIDADE Karina Aptekmann[1]

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Karina Preising Aptekmann Apostila de Obesidade em Cães e Gatos 
 
1 
OBESIDADE EM CÃES E GATOS 
Por Karina Preising Aptekmann 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 Obesidade é a doença nutricional mais comum em cães e gatos, leva a uma série de 
alterações nas funções corporais e limita a longevidade dos animais. A prevenção da obesidade 
necessita de uma disciplina nutricional principalmente quando o risco de sobrepeso está aumentado 
em alguns animais/raças. O tratamento é complicado por vários motivos, incluindo falta de 
consciência entre os proprietários, que falham para reconhecer a obesidade. 
 Por definição, é o ganho de peso patológico com acúmulo excessivo de gordura corporal nas 
zonas de depósito do tecido adiposo que prejudica funções fisiológicas. O balanço positivo de 
energia ocorre quando há aumento da ingestão alimentar + diminuição do consumo de energia, 
gerando obesidade. Quantitativamente, a obesidade é descrita como sendo 15% de sobrepeso acima 
do peso ideal do animal. 
 Avaliar se o animal apresenta condição corporal ideal, se está acima do peso ou se é obeso 
tem validade clínica, uma vez que a obesidade pode afetar a saúde do animal. Estudos de condição 
corporal em cães indicam que animais considerados em condição ideal apresentam cerca de 15 a 20% 
de gordura corporal. 
 
TIPOS DE OBESIDADE 
 
� Obesidade hiperplásica: aumento na quantidade de adipócitos 
� Obesidade hipertrófica: aumento no tamanho dos adipócitos 
 
 Na obesidade há um aumento da quantidade corporal de gorduras, originado pela hiperplasia 
e hipertrofia das células adipócitas. O prognóstico é pior na hiperplasia, sendo que esta se 
desenvolve na fase de desenvolvimento do animal e quando chega na fase adulta o número de 
adipócitos não aumenta mais e a superalimentação no adulto produz hipertrofia. O organismo é capaz 
de aumentar o número de adipócitos, mas não é capaz de reduzir os que já existem, por isso é 
importante controlar o peso dos animais em crescimento. 
 
PATOFISIOLOGIA 
 
 Em termos simples, obesidade é consequência do desbalanço de energia onde a ingestão 
excede o gasto de energia por um variável período de tempo, levando a um balanço energético 
positivo. 
 
Balanço energético 
 
� Princípios do balanço energético 
 O princípio fundamental do balanço energético é: 
 Modificação na reserva energética = ingestão de energia – gasto de energia 
 
 Um balanço energético positivo é resultado da ingestão energética superior ao gasto e vice-
versa para balanço negativo. Em consições normais o balanço de energia oscila com a refeição, dia, 
semana, sem alteração no peso corporal e reserva energética. Muitos mecanismos fisiológicos fazem 
parte da adaptação do gasto e consumo de energia para manter um peso corporal estável. Se o 
balanço energético é positivo, o gasto aumenta e quando o balanço é negativo, o corpo tende a 
reduzir os gastos. 
Karina Preising Aptekmann Apostila de Obesidade em Cães e Gatos 
 
2 
� Ingestão de energia 
 O total da energia consumida fornece toda a comida ingerida, digerida e metabolizada pelo 
corpo. A gordura fornece mais energia por unidade de peso do que proteína e CHO. Em carnívoros, a 
dieta com fibras não é muito digestível e a contribuição energética é mínima. 
 
� Gasto de energia 
 A necessidade energética diária (NED) para manter o peso corporal de um animal pode ser 
subdividida em: 
 
� NER (necessidade energética de repouso) ou MB (metabolismo basal) – 60-80%: mantém as 
funções corporais fisiológicas normais e homeostase. É recomendado reduzir a ingestão 
energética em 10 a 15% em animais acima de 7 anos, pois a NER diminui coma idade, mas 
depende da condição física do animal. 
� IC (Incremento calórico) ou termogênese induzida pela alimentação – 10%: é o calor produzido 
após a ingestão do alimento, correspondendo ao custo metabólico da digestão. O CHO aumenta 
o IC e a gordura diminui o IC. 
� NEE (necessidade energética para exercício) 10-20%: energia dispendida na atividade muscular 
 
 Dessa forma, esses 3 componentes são manipulados para se obter a perda de peso. 
 Há uma grande dificuldade de se determinar o gasto de energia em animais. A primeira delas 
é a imensa variedade de raças com variação de peso muito grande. Isso também explica a dificuldade 
de ter uma só equação para todos os animais. 
 Cães com peso e idade semelhantes podem apresentar diferente requerimento energético. 
Essa diferenças são dadas pela espessura da pele, composição corporal (relação entre massa magra e 
massa gorda) e tipo de seleção (p.e. um animal de trabalho pode ter se tornado uma animal de 
companhia pela sua beleza). A composição corporal é extremamente importante, pois animais que 
apresentam uma massa muscular maior gastam mais energia e são menos susceptíveis à obesidade do 
que animais com sobrepeso. Além disso, raças, fatores individuais, genética também geram grande 
diversidade no requerimento energético. 
 Concluindo, é extremamente difícil determinar o gasto energético dos animais. Na prática, 
monitorizar o peso e saber quanto o animal precisa consumir para manter o peso constante é o mais 
importante. 
 
Regulação fisiológica do peso corporal 
 
� Leptina: é uma citocina produzida e secretada pelas células adiposas. Age como um sinal 
modulador do balanço energético, de forma central (no hipotálamo) e periférica (fígado, pâncreas, 
etc). A leptina, consequentemente, parece ter um papel chave na regulação do consumo de alimento. 
Quando foi descoberta, pensou-se ser a fórmula ideal para tratamento de humanos e cães obesos, 
que, aparentemente, perdiam peso sem apresentar efeitos colaterais. Contudo, tem-se evidenciado 
que cães e humanos obesos não sofrem de deficiência de leptina. Ao contrário, a leptina é produzida 
proporcionalemnte à quantidade de células adiposas no organismo, sendo que a quantidade de leptina 
é maior em indivíduos obesos do que em indivíduos saudáveis. A leptina aumenta o gasto de energia 
em indivíduos saudáveis, mas em obesos a situação não é bem clara devido ao fenômeno da 
resistência. 
 Por outro lado, a insulina e outros mediadores também têm um papel na regulação da leptina. 
Estudos clínicos em humanos mostram que a concentração de leptina é dependente da secreção de 
insulina, consumo de alimento e exercício. O principal ponto a ser lembrado com relação à obesidade 
é que a leptina reduz o apetite. Leptinemia aumenta em cães durante períodos de ganho de peso. 
 
Karina Preising Aptekmann Apostila de Obesidade em Cães e Gatos 
 
3 
� Hormônio liberador do GH: estimula a secreção do GH e aumenta a ingestão de alimento em 
humanos e roedores. Tem-se obervado que a sua concentração é menor em cães obesos do que em 
cães normais. 
 
� Adiponectina: é uma citocina secretada exclusivamente pelo tecido adiposo. Afeta a 
homeostase de CHO, sensibilidade à insulina e provavelmente a homeostase energética. Atua em 
sinergismo com a leptina. Sua expressão é diminuída em ratos obesos e diabéticos. É também 
reduzida pela metade em cães obesos comparado com cães normais. 
 
 Fatores regulatórios adicionais incluem ao TNF-alfa (fator de necrose tumoral), encontrado 
em altas quantidades no tecido adiposo de animais obesos. Sua expressão está positivamente 
relacionada com o grau de obesidade e resistência à insulina em cães. 
 Outro fator que influencia são as proteínas não-ligadas (UCP), na qual sua atividade varia com 
a termoregulação e termogênese. A expressão da UCP-1 é reduzida no tecido adiposo de obesos e 
cães resistentes à insulina. 
 
A dinâmica do ganho de peso 
 
 Apesar dos mecanismos regulatórios, o balanço energéticopositivo pode induzir ao ganho de 
peso se continuar por um período de tempo longo o suficiente. Há 3 fases distintas da obesidade: 
� Fase estática (pré-obesidade): a ingestão energética está aumentada, mas o peso ainda se 
mantém. Esta fase não está descrita em animais 
� Fase dinâmica: o indivíduo ganha peso, primariamente aumentando a massa gordurosa mas 
também aumenta a massa não-gordurosa 
� Fase estática: o balanço entre ingestão e gasto é reestabelecido devido a uma redução na 
ingestão de alimento. Nesta fase, o peso é extremamente alto, mas a taxa metabólica basal é 
relativamente baixa. Nesse novo estágio, a obesidade é considerada mórbida. É comum 
animais nessa fase não se alimnentarem muito. Isso se deve ao fato de que a ingestão 
energética já foi maior em outras fases da vida, mas uma vez esses animais estabilizados, o 
requerimento energético é baixo e a atividade física está limitada. 
 O ganho de peso em animais pode ocorrer rapidamente, em apenas algumas semanas ou 
meses. Pode ocorrer após semanas da castração das fêmeas. 
 
Qualidade da dieta ingerida 
 
� Ingestão de energia e macro-nutrientes 
 Em cães, o cálculo da energia proveniente da alimentação é baseada na sua composição 
química. A gordura é o nutriente que contém mais energia. O sobreconsumo de gordura é, 
consequentemente, um fator essencial na gênese da obesidade. A gordura é adicionada à alimentação 
pois aumenta a palatabilidade e a densidade energética. Em termos de energia metabolizável, os 
CHO e proteínas são iguais. CHO de alta digestibilidade proporcionam a mesma quantidade de 
energia, mas eles induzem diferentes efeitos metabólicos, particularmente a secreção de insulina. A 
simples modificação na composição do alimento, sem modificar a energia, pode levar a mudanças 
corporais e na taxa metabólica basal. 
 
 
EPIDEMIOLOGIA 
 
� Incidência 
 No Brasil-SP (Jericó & Scheffer, 2002) identificaram uma incidência de 16,5% de cães 
obesos (n=648). Nos USA e Europa a incidência é cerca de 20 a 44%, talvez porque castramos muito 
menos nossos animais. 
Karina Preising Aptekmann Apostila de Obesidade em Cães e Gatos 
 
4 
 
� Fatores de risco 
 
� Raças predispostas: (BR - Jericó & Scheffer, 2002) Cocker, Labrador, Beagle, Sheepdog, 
Collie. Gatos mestiços são mais predispostos do que os gatos de raças puras. Recomendar cuidados 
na alimentação para cães dessas raças. Predisposição racial está parcilamente ralacionada com 
fatores genéticos, mais especificamente na relação massa gorda/massa magra que determina o 
requerimento energético de manutenção. 
 
� Genética: os fatores genéticos que conduzem à obesidade ainda são pouco entendidos, mas 
com certeza é um fator relacionado devido à predisposição encontrada em algumas raças. A genética 
determina a concentração e atividade de vários reguladores metabólicos, seus receptores e, 
portanto, eficiência metabólica. Em humanos há cerca de 125 genes relacionados com a obesidade. O 
Gene FTO está presente em todos os vertebrados. Já tem descrição para cães, gatos e outros 
animais. A presença dele aumenta 1,6x a possibilidade do indivíduo ser obeso. Quando o indivíduo 
passa fome, aumenta a expressão desse gene para combater a privação alimentar e garantir a 
sobrevivência. 
 
� Idade: ocorre mais em adultos pois o envelhecimento leva a uma redução das necessidades 
energéticas devido à perda de massa muscular, e se não houver diminuição da ingestão calórica, 
ocorrerá a obesidade. A necessidade energética diária diminui 20% no animal adulto e se continuar 
comendo a mesma quantidade vai ficar obeso. Alguns autores relatam que a inciência da obesidade 
cai bastante em animais com mais de 12 anos. Fêmeas obesas entre 9 e 12 meses têm 1,5 vezes mais 
chance de se tornarem obesas quando adultas do que fêmeas com peso ideal com esta idade. 
 
� Sexo: A obesidade é mais comum em fêmeas. Em decorrência de menor concentração de 
hormônios androgênicos, as fêmeas tem menor taxa metabólica basal que os machos. 
 
� Castração: a castração aumenta o risco de obesidade em cães e gatos, especialmente em 
fêmeas (2x mais chance de se tornarem obesas). Hormônios sexuais não regulam primariamente o 
metabolismo, mas têm um impacto direto no ganho de peso no sistema nervoso central, ou 
indiretamente por modificar o metabolismo celular. Há também uma desaceleração metabólica 
resultante da redução dos níveis de hormônios estrogêncios e androgênciso. 
 Além disso, o estrógeno exerce um efeito inibitório no apetite. O consumo de alimento varia 
conforme o ciclo sexual das fêmeas, sendo mínimo durante o estro, aumenta durante o metaestro e 
máximo durante o anestro. Concluindo, fêmeas uma vez castradas, apresentam ausência de todos os 
hormônios sexuais que favorece o balanço energético positivo e, além disso, a ausência de 
estrógenos deixa de suprimir o apetite. 
 Outro fator é que a castração, especialmente em machos, leva à diminuição da atividade 
física por diminuição do estímulo sexual e procura pelo sexo oposto. Assim, a eliminação dos efeitos 
metabólicos dos hormônios sexuais através da gonadectomia pode levar a um aumento na ingestão de 
alimento que, aliado à menor atividade física devido à menor taxa metabólica e menor necessidade 
energética, pode resultrar em ganho de peso. 
 A influência da castração precoce no desenvolvimento da obesidade não está muito bem 
conhecida. Autores relatam que a incidência é menor em cães castrados antes de 5,5 meses 
comparado com animais castrados entre 5,5 e 12 meses. Animais castrados necessitam de uma 
quantidade menor de alimento para manutenção da condição corporal e do peso ideal. O ganho de 
peso após castração pode ser evitado com medida rígida da quantidade de alimento e manutenção de 
exercício físico regular. O aumento das castrações pode explicar o aumento da incidência da 
obesidade na população canina. 
 
Karina Preising Aptekmann Apostila de Obesidade em Cães e Gatos 
 
5 
� Atividade física reduzida: a atividade e exercícios físicos podem contribuir de forma 
importante para o dispêncio diário de energia. Assim, animais pouco ativos apresentam maior risco 
de acumular peso excessivo. A falta de exercício é o fator primário para o desenvolvimento da 
obesidade: a prevalência da obesidade diminui em proporção à duração de exercício diário. Não é 
possível estabelecer se a obesidade é responsável pela restrição de exercício ou se a falta de 
exercício constitui um dos fatores responsáveis pela obesidade. O tipo de exercício físico está 
associado com o ambiente em que o animal vive, sendo há mais obesos dentre animais que vivem em 
apartamento (31%) comparado com os que vivem em ambiente aberto. Contudo, não pode-se 
generalizar, pois algumas vezes um animal de apartamento sai para caminhadas diárias que gastam 
muita mais energia do que um animal sedentário que vive em local aberto. 
 
� Endocrinopatias: a obesidade é um sinal clínico que acompanha algumas endocrinopatias, 
como relacionadas abaixo: 
Hipotireoidismo 
Hiperadrenocorticismo: antagoniza insulina no centro da saciendade 
Hiperinsulinemia: associado com polifagia 
Diabetes Mellitus: associado com polifagia 
 Hipogonadismo: associado com redução dos hormônios sexuais e desaceleração metabólica. 
 40% das fêmeas com hipotireiodismo e DM são obesas. 
 A maioria dos obesos não apresentam endocrinopatias concomitantes. 
 
� Medicações: alguns medicamentos causam polifagia e ganho de peso, como anticonvulsivantes 
e glicocorticóides. Tratamentos à base de progesterona levam a um significante ganho de peso em 
17,4% das fêmeas tratadas. 
 
� Dieta e hábitos alimentares 
 Os seguintes hábitos alimentares contribuem para a obesidade: 
 - Ingestãodiária que não está padronizada de acordo com os requerimentos (o animal come 
tudo que é oferecido) 
 - Suplementos na forma de petiscos/snaks ultrapassando necessidades diárias. Vários 
petiscos, restos de comida e suplementos nutricionais são fatores de risco adicionais. 
 - Alimento altamente palatável com gordura e CHO facilmente utilizados. A palatabilidade da 
dieta aumenta devido a aromatizantes e presença grande quantidade de gordura (alta concentração 
energética). Apesar dos animais tolerarem e utilizarem a gordura como fonte de energia, eles 
também acumulam na forma de gordura abdominal. Alteração na composição de nutrientes da dieta 
para 8% em gordura, sem modificar a ingestão energética total resulta em significante aumento na 
deposição de gordura em depósitos corporais. Em cães, alimento altamente digestível (baixa em 
fibra e alta concentração energética) também pode ser responsável pelo ganho de peso. Dietas mais 
saborosas, como semi-úmidas (açúcares e umidificantes) e úmidas e algumas secas possuem muita 
gordura, aumentando a palatabilidade e a quantidade calórica. Apesar de que muitos animais 
diminuem o volume da ingestão quando se alimentam com dietas gordurosas, na tentativa de 
equilibrar as necessidades energéticas, o fato de que estas dietas contenham uma maior densidade 
calórica e maior palatabilidade faz com que a ingestão energética aumente. 
 - Alimentação ad libitum levando a um sobreconsumo de energia 
 - Alimentação fornecida uma vez ao dia aumenta o risco de obesidade. O aumento do número 
de refeições provoca uma perda energética maior, devido à termogênese induzida pela alimentação, 
mas deve-se controlar a quantidade. 
 - Presença de outros animais Há aumento da ingestão quando tem outros cães por perto, 
podendo ser suficiente para aumentar o peso. 
 - Existe uma controvérsia sobre a influência de comida caseira e desenvolvimento de 
obesidade. Há a tendência de que o animal que recebe comida caseira irá receber mais petiscos e 
guloseimas e será alimentado em maior quantidade do que o necessário. 
Karina Preising Aptekmann Apostila de Obesidade em Cães e Gatos 
 
6 
 - Um estudo epidemiológico não mostrou influência do tipo de alimento (úmido ou seco) na 
incidência da obesidade. 
 
� Aspecto social da alimentação 
 Estudo realizado na Alemanha mostra que o relacionamento entre o proprietário e o animal 
obeso é caracterizado por excessivo comportamento antropomórfico. Por exemplo, proprietário de 
animais obesos falam mais com eles, permitem que durmam em suas camas, não dão importância à 
zoonoses e não consideram importante o exercício físico. Portanto, não é surpreendente que animais 
obesos recebam mais petiscos e guloseimas que animais com status corporal normal. Este estudo 
também revelou que a maioria dos proprietários de animais obesos são obesos. 
 Proprietários de animais obesos podem considerar a bulimia/polifagia como sinal de saúde e 
excesso de peso como sinal de beleza em algumas raças. Alguns proprietários utilizam do alimento 
para diminuir o estresse do animal e para que ele pare de destruir algumas coisas em casa. 
 
O CLÍNCIO DEVE IDENTIFICAR, PORTANTO, SE A OBESIDADE É PRIMÁRIA OU 
SECUNDÁRIA, E ESTABELECER O TRATAMANETO ADEQUADO. 
 
CONSEQUÊNCIAS 
 
� Redução na longevidade: a obesidade leva a uma redução na longevidade 
 
�Lesões osteoarticulares: osteoartrites, hérnia de disco, ruptura do ligamento cruzado por 
excesso de peso e estresse nas articulações. Os sintomas osteoarticulares formam um ciclo vicioso 
com a obesidade pois o animal tende a diminuir a atividade que leva a uma ingestão energética maior 
do que necessária. Obesidade associada com alto consumo de alimento em filhotes de raças de 
grande porte leva ao desenvolvimento de várias alterações ortopédicas ou exacerbação de displasia 
coxo-femoral. Os sintomas costumam a aparecer com 6 meses de idade e podem ser irreversíveis. 
 
�Doenças respiratórias e cardiovasculares: a obesidade aumenta a necessidade de oxigenação, 
diminui a capacidade respiratória e aumenta o esforço cardíaco por infiltração gordurosa do 
miocárdio. Pode levar a insuficiência cardíaca congestiva e hipertensão. Os animais apresentam 
menos tolerância ao exercício e menor disposição. O principal sintoma associado com obesidade é 
intolerância ao exercício e problemas respiratórios. Existe também uma correlação com presença de 
colapso de traquéia. 
 
�Diabetes Mellitus: a obesidade causa resistência à insulina, podendo predispor o animal a 
desenvolver diabetes. O DM leva à polifagia e aumento de peso nos estágios iniciais. A obesidade 
leva a profundas mudanças no metabolismo da glicose e secreção de insulina. A secreção de insulina, 
insulinemia e intolerância à glicose aumentam proporcionalmente com o grau de obesidade. Essas 
mudanças ocorrem pelo estado de resitência à insulina. 
 
�Lipidose hepática: a obesidade é um fator predisponente para o desenvolvimento da lipidose em 
felinos. 
 
�Complicações anestésicas e cirúrgicas: acúmulo de anestésico no tecido adiposo, diminui o 
metabolismo e excreção renal/hepática dos anestésicos, comprometimento da função pulmonar, além 
do acesso cirúrgico mais complicado.. 
 
�Imunossupressão: obesidade está relacionada com diminuição da imunidade. 
 
� Distúrbios reprodutivos: distocia causado pelo exesso de gordura. 
 
Karina Preising Aptekmann Apostila de Obesidade em Cães e Gatos 
 
7 
�Hiperlipidemia e dislipidemia: a infiltração gordurosa do fígado pode ser observada em cães 
obesos. Alguns estudos mostram uma alteração no metabolismo lipídico. Cães obesos apresentam 
aumento nas concentrações plasmáticas de lipídeos (colesterol, TGL e fosfolipídeos), sem exceder 
os valores de referência. Um aumento dos AG não-esterificados e modificação nas lipoproteínas 
(aumento de TGL em VLDL e HDL, redução em HDL colesterol e VLDL colesterol), também têm sido 
observados. 
 
�Incontinência e cálculo urinário: algumas fêmeas se tornam incontinentes com o desenvolvimento 
da obesidade e a perda de peso resolve o problema. Uma hipótese está relacionada com a presença 
de gordura retroperitoneal que pode causar efeitos mecânicos no sistema urinário das fêmeas. 
Contudo a incontinência tb está associada com castração e fêmeas castradas são mais predispostas 
à obesidade. Cães obesos apresentam maior chance de desenvolver cálculos de oxalato de cálcio. 
 
�Técnicas exploratórias: a obesidade dificulta a auscultação, palpação e radiografias. 
 
 
DIAGNÓSTICO 
 
� Anamnese e histórico dietético: é difícil saber a quantidade energética consumida pelo 
animal, mas as seguintes informações auxiliam: 
 
Alimento regular: marca, tipo, valor energético 
Quantidade diária 
Método de alimentação: ad libitum x quantidade limitada 
Identificação da pessoa que alimenta o cão 
Petiscos, guloseimas 
Número de animais em casa 
Acesso ao alimento 
 
� Exame clínico e determinação do peso: é importante verificar se a obesidade não é 
secundária a problemas endócrinos. É importante também estimar o peso ideal e a duração da dieta. 
 
 Clinicamente, seria ideal avaliar a condição corporal de cães e gatos de maneira mais objetiva 
possível, para permitir uma constância no diagnóstico e verificar se um cão ou gato poderia ser 
beneficiado pela perda de peso, assim como convencer seus proprietários de que o animal precisa 
emagrecer. Infelizmente não há um método ideal para a determinação da obesidade. Uma variedade 
de métodos são utilizados em pesquisas, contudo não são aplicáveis na prática da clínica veterinária. 
Os metidos mais utilizados são os seguintes: 
 
1) Peso corporal relativo (PCR) 
 
PCR = peso corporal do animal 
 __________________peso ótimo estimado 
 
PCR = 1,0 – peso ideal 
PCR < 1,0 – abaixo do peso 
PCR > 1,0 – acima do peso 
 
 Os valores de 1,10 e 1,20 foram sugeridos como pontos de divisão para classificação do peso 
de cães e gatos acima do peso e obesos, respectivamente. Contudo, ainda não existe um consenso de 
Karina Preising Aptekmann Apostila de Obesidade em Cães e Gatos 
 
8 
qual valor deveria ser usado para distinguir animais obesos, existindo a necessidade de colher dados 
epidemiológicos abrangentes. 
 
Desvantagens: 
� Dificuldade em estabelecer peso ideal, que seria o peso em que o animal atinge a idade adulta, 
pois o animal pode atingir a idade adulta com desnutrição ou obesidade 
� Dificuldade em determinar os peso médios (Kennel Club Americano).Entretanto, os pesos ideais 
dentro de uma mesma raça podem variar em até 25% por diferenças individuais. 
 
2) Escore de condição corporal (ECC) 
 
 É uma avaliação subjetiva do teor de gordura do organismo do animal. Considera a 
conformação do animal independentemente do seu peso. Os sistemas de escores que utilizam 
critérios definidos tornam o processo mais objetivo, mas não eliminam totalmente a subjetividade 
envolvida em atribuir um determinado número de pontos (escore) a um detrerminado animal. É 
determinado pelo aspecto visual e palpação. Existe um sistema de 9 pontos ou de 5 pontos para 
definir o score corporal dos animais. O sistema de 5 pontos enquadra os animais nas seguintes 
categorias: 
 
1. Magro: costelas, vértebras lombares e ossos da pelve visíveis. Ausência de gordura palpável. 
Curvatura abdominal e cintura bem marcadas. 
2. Peso Baixo: costelas facilmente palpáveis e cobertas por uma quantidade mínima de gordura. 
Visto de cima, vê-se claramente a cintura. Curvatura abdominal evidente. 
3. Normal: costelas apalpáveis e sem excesso de gordura SC. Visto de cima, vê-se a cintura atrás 
das costelas. Curvatura abdominal visível pela inspeção lateral. 
4. Excesso de peso: costelas apalpáveis com pequeno excesso de gordura SC. Visto de cima, vê-se a 
cintura, ainda que esta não seja marcada. Curvatura abdominal muito pouco marcada. 
5. Obeso: costelas não palpáveis de gd quantidade de gordura SC. Depósitos de gordura visíveis na 
região lombar e na base do rabo. Cintura muito pouco aparente ou não visível. Curvatura abdominal 
aumentada (pode existir distensão abdominal importante). 
 
3) Medidas Morfométricas 
 
 É a combinação de estatura e peso corporal para avaliação da composição corporal. Avaliam 
certas regiões corporais e como essas dimensões podem mudar e se mostrar de acordo com 
alterações na composição corporal. 
 
� Utilizada para estimar a % de gordura corporal (%GC). Morfometria significa a mensuração das 
medidas de conformação. Desconsiderando as diferenças de deposição de gordura entre cães e 
gatos, a principal alteração que ocorre com o aumento de peso é na medida da circunferência 
pélvica (CP), sendo comprovada em estudos que esta medida é proporcional ao teor de gordura 
do animal. Para tanto, são necessários apenas uma fita métrica graduada em centímetros e a 
cooperação do paciente. Existem medidas adicionais que são utilizadas para uma estimativa da 
conformação corporal, relacionadas basicamente à estrutura corporal e correlacionadas com a 
deposição muscular. As medidas devem sempre ser feitas na localização exata com o animal em 
estação. As circunferências devem ser medidas sem pressão excessiva da fita métrica,apenas o 
suficiente para aproximar o pêlo da pele. 
 
%GC (cão) = -0,0034 (CL)2 + 0,0027 (CP) –1,9 
 _______________________ 
 PC (kg) 
 
Karina Preising Aptekmann Apostila de Obesidade em Cães e Gatos 
 
9 
%GC (gato) = 0,04 (CP) – 0,0004 (C2/PC) -0,08 (MAD) + 1,11 
 _______________________________________ 
 PC (kg) 
 
CL = comprimento do MPd a partir da tuberosidade do calcâneo ao ligamento patelar médio 
CP= circunferência pélvica 
PC = peso corporal 
C = comprimento do corpo da extremidade do focinho à articulação sacro-coccígea 
MAD = comprimento do membro anterior direito do ombro ao carpo 
 
4) Medidas ultra-sonográficas 
 O US tem sido utilizado para mensurar a espessura da camada de gordura do SC. 
Combinando esta técnica com outros métodos pode ser bom para localizar os principais locais de 
depósito de gordura. É uma técnica simples e não-invasiva e com fácil acesso ao equipamento. 
Contudo, tem uma aplicação estreita, pois só determina a gordura localizada no SC. O problema é 
falta de reprodutividade, devido a variações no local para o exame, na força aplicada no transdutor, 
na posição do animal na mesa, na tricotomia e nos valores de referência. 
 
5) DEXA (Dual Energy X-ray Absorptiometry) 
 O DEXA é uma forma de diferenciar a natureza e a quantidade de cada tecido corporal e 
monitorar animais submetidos à perda de peso. Requer anestesia geral para o procedimento que tem 
duração, em média, de 10 minutos. Os resultados definem a massa mineral óssea, tecido adiposo e 
massa magra do organismo. Utilizado mais para pesquisas. 
 
TRATAMENTO 
 
� Drogas 
 
� Slentrol (dirlotapide – PFIZER - USA) – uma nova droga aprovada pela FDA para o 
tratamento da obesidade em cães (não indicado para felinos). Inibe a proteína microssomal 
transportadora de TGL que bloqueia a secreção de VLDL do fígado para a corrente sanguínea e a 
secreção de quilomícrons para o intestino. Também tem um efeito supressor do apetite. Os efeitos 
colaterais são transitórios e incluem vômito, diarréia, letargia e perda de apetite. Foram feitos 
estudos em grandes centros comandados por pesquisadores da Pfizer, porém ainda não há 
publicações. Ainda não está disponível no Brasil. 
 
 
� Estímulo psicológico / abrdagem ao proprietário 
 Deve-se convencer o proprietário de que o animal está obeso, dos efeitos deletérios e das 
vantagens de se ter um animal saudável. Uma explicação clara, checkups regulares e o 
estabelecimento de uma curva de peso são fatores que contribuem para o sucesso no tratamento. 
Nenhuma dieta é possível sem a contribuição do proprietário. Estudos demonstram que 50% dos 
proprietários desistem da dieta após a primeira consulta. 
 Deve-se modificar o relacionamento proprietário X animal, pois o proprietário acha que 
oferecer alimento deixa o animal feliz, mas deixa mais a ele mesmo. É impossível conseguir que o 
animal emagreça se o proprietário não admitir o problema e não demonstrar disposição para 
colaborar e tomar as medidas corretivas. 
 Muitos proprietários não se queixam da obesidade em seus animais. Dessa forma, é objetivo 
do veterinário identificar o problema, convencer o proprietário que é um problema sério e motivá-lo 
a implementar uma dieta, que não será fácil e levará tempo para ter resultados. 
Karina Preising Aptekmann Apostila de Obesidade em Cães e Gatos 
 
10 
 Existem duas abordagens que devem ser feitas, explicando as vantagens de se ter um animal 
com peso ideal e as conseqüências da obesidade. Selecione os principais argumentos que aparecem 
mais atrativos para o proprietário, como redução na longevidade e qualidade de vida. 
 Passos para motivação do proprietário: 
1) Ausência de consciência: o veterinário deve afirmar que o animal está com sobrepeso 
2) Consideração: o veterinário deve convidá-lo a considerar mudanças e as razões para isso e 
tem que mostrar que não é uma situação e necessita de mudanças. 
3) Consciência do problema e necessidade de mudança: mostrar como a mudança pode ser 
alcançada. 
4) Mudança: deve ser dado todo suporteao proprietário e não reprovar os resultados se eles 
demorarem a acontecer. 
 
� Exercício Físico 
 
� Aumenta o Metabolismo Basal 
� Previne diminuição da massa magra 
� Diminui a resistência à insulina 
� Aumenta a capacidade cardio-vascular 
� Inibe novo acúmulo de gordura após tratamento 
 
 O objetivo do exercício físico é aumentar o gasto de energia e previnir a perda de massa 
muscular. O exercício físico deve ser implementado, exceto em situações em que outras alterações 
limitem a movimentação, como doenças osteoarticulares. 
 Se fizer exercício muito intenso, vai aumentar o consumo de alimento, então fazer exercício 
moderado. Os cães podem fazer 2 caminhadas de 15 minutos por dia. Uma técnica excelente é a 
natação para os cães. Como é muito difícil fazer com que gatos obesos se exercitem, a redução de 
peso depende quase que exclusivamente da redução da ingestão calórica ou então, tentar fazer ele 
brincar. 
 
� Manejo dietético 
 
 A restrição de energia é a única opção válida. O primeiro passo é a colaboração do 
proprietário e retirar todos os petiscos e não deixar acesso ao alimento de outros cães da casa. 
Estimar o tempo é bom para o comprometimento do proprietário e estabelecer metas. A restrição 
energética depende de quão obeso está o animal, do sexo e do período desejado para a perda de 
peso. 
 Diferenças entre machos e fêmeas: cães com pesos comparáveis, verifica-se que fêmeas 
obesas consomem em média 15% menos de energia do que machos por unidade de peso metabólico 
ideal e a massa magra geralmente é menor, o que gera uma maior dificuldade em reduzir o peso de 
fêmeas do que machos. 
 
1) Determinar o peso ideal e o excesso de peso (%) 
 
2) Estimar o tempo necessário 
 
 Quanto maior a restrição energética, menor o tempo necessário. 
 
� Cão: perda de 1-2% por semana do peso obeso inicial (6% ao mês) 
� Gato: perda de 0,5-1% por semana 
 
 Tempo = (peso inicial – peso ideal) / (peso inicial x 0,06) = ___ meses 
 
Karina Preising Aptekmann Apostila de Obesidade em Cães e Gatos 
 
11 
3) Definir a ingestão calórica do animal 
 
 A dieta é calculada para fornecer 40% (severa restrição) a 60 ou 75% da energia necessária 
para manter o peso ideal. Uma severa restrição não é recomendada, pois o animal vai ficar com fome 
e não-satisfação do proprietário e pode ocorrer perda de massa muscular. Só deve ser considerada 
em animais que necessitam de uma perda de peso rápida em decorrência de outras doenças. A 
quantidade de energia diária é calculada com base na obesidade inicial, que pode variar com o sexo e 
tempo para atingir a meta de perda de peso. 
 
CÃES 
 
E regime = 55 a 85 kcal x (PV ideal) 0,75 
 
Excesso de peso 20-30% 30-40% > 40% 
Massa gordurosa 25-35% 25-45% > 45% 
BCS 7 8 9 
Macho Fêmea Macho Fêmea Macho Fêmea Ingestão energética diária 
(kcal/kg) x (PV ideal)0,75 85 80 75 65 60 55 
Duração da perda de peso 15-18 sem 18-20 sem 20-22 sem 
 
GATOS 
 
E regime = 130 x (PV ideal)0,40 
 
 
4) Definir a quantidade de ração a ser oferecida 
 
EM (energia metabolizável da ração)= (3,5x%ptn) + (8,5x%gord) + (3,5x%CHO) = x kcal/100g 
 
CHO (ração) = CHO = 100 – (%H2O + %ptn + %gord + %fibra + %mat mineral) (rótulo da ração) 
 
QUANT. RAÇÃO = EM/dia x 100 = g / dia 
 _______________ 
 EM/100g do alimento 
 
 
A quantidade de alimento deve ser dividida em 3-4 vezes ao dia (pelo menos 2x) para aumentar a 
termogênese posprandial. 
 
 
5) Definir a ração que será utilizada 
� Menor quantidade da dieta atual ou de manutenção: é ruim pelo efeito psicológico, pois a ração 
contribuiu para a obesidade. Rações para perda de peso devem ser balanceadas para garantir a 
ingestão normal de nutrientes. Então, estas raçoes de manutenção podem levar a deficiências 
de nutrientes essenciais. 
Karina Preising Aptekmann Apostila de Obesidade em Cães e Gatos 
 
12 
� Ração dietética: A ração para perda de peso tem baixa densidade energética e tem balanço 
entre nutrientes e energia, mas mantém ou aumenta o volume de ração para dar sensação de 
saciedade e o proprietário se sente mais confortável. A ração deve ter palatabilidade adequada 
pois facilita a colaboração do proprietário e não diminui a ingestão nos gatos, o que poderia ser 
um fator de risco para o desenvolvimento de lipidose hepática. 
 
 A maneira mais simples de reduzir a energia da dieta é utilizar dietas com baixa quantidade 
de gordura e aumento na quantidade de fibra. A ração seca extrusada também contém uma grande 
quantidade de ar, que ajuda a aumentar o volume. Rações comerciais devem ter baixa densidade 
energética. Muitas dietas hipocalóricas se apresentam no mercado, contudo, a ração selecionada 
deve ser completa, balanceada e palatável. 
 
Conteúdo nutricional essencial: qualquer alimento utilizado para redução de peso não pode gerar 
nenhuma deficiência de proteína, aminoácidos essenciais, ácidos graxos essenciais, vitaminas e 
minerais. 
 
� Proteína: deve ser maior em dietas hipocalóricas do que em dietas de manutenção para 
prover aminoácidos essenciais. Além disso, dietas altamente protéicas miniminizam a perda muscular 
e facilitam a perda de gordura e aumentam o gasto de energia (termogênese) quando comparado com 
a utilização dos CHOs, além disso, a energia proveniente das proteínas não é acumulada na forma de 
gordura, o que é uma vantagem para indivíduos obesos. 
 Outro fator relacionado com as proteínas é o poder de induzir a saciedade. A absorção de 
dietas ricas em proteínas é mais lenta. Os aminoácidos são absorvidos lentamente e a principal via de 
metabolismo é a gliconeogênese. Portanto, as proteínas são fontes de glicose que induzem à pequena 
liberação de insulina, o que contribui para diminuir o sentimento de fome. Também beneficiam o 
efeito palatabilizante e ajudam a manutenção da perda de peso após a dieta. 
 A qualidade da proteína também é importante. É necessário aumentar o conteúdo protéico 
quando quantidades significantes de fibras são adicionadas (fibra solúvel e insolúvel), devido a uma 
diminuição na digestibilidade da matéria seca causada pela fibra. 
 
� Gordura: a quantidade de gordura em dietas hipocalóricas é geralmente reduzida para menos 
de 25% da energia ingerida. Contudo, uma quantidade mínima de gordura é necessária para garantir a 
ingestão de AG essenciais e transporte de vitaminas lipossolúveis. As recomendações mais recentes 
indicam 5,5% MS (para dieta contendo 4000kcal/kg de MS, ou 14g/1000kcal). Rações comerciais 
hipocalóricas nunca têm menos de 5% de gordura. Gordura proveniente de diversas origens são 
necessárias para garantir AG de cadeia longa. 
 
� Fibra: a adição de fibra pode ser vantajosa para dietas hipocalóricas. A fibra geralmente é 
um elemento de diluição que permite a redução da densidade energética da dieta. Um padrão para 
dieta de manutenção tem uma concentração energética de 3500-4000 kcal/kg MS. Fibras solúveis 
diminuem a velocidade do esvaziamento gástrico e induzem a menor absorção de nutrientes em cães. 
Fibras insolúveis aumentam o volume do alimento e aceleram o trânsito gastrointestinal. As fibras 
levam à sensação de saciedade, sendo que uma dieta de pelo menos 20% de fibras totais reduz a 
ingestão voluntária em cães. Contudo as fibras também apresentam algumas desvantagens, que 
variam de acordo com a natureza e taxa de incorporação. As fibras aumentam a quantidade de fezes 
e a freqüência de defecação. Causam redução na digestibilidade de certos nutrientes, como 
proteínas e minerais. Afetam também a palatabilidade, que pode ser facilmente corrigida pela adição 
de palatabilizantes.Podem levar à problemas GI, como flatulência e diarréia. 
 Fibra e análise química: os rótulos das rações não trazem informações bem definidas com 
relação ao conteúdo de fibra na dieta. Geralmente incluem somente celulose/hemicelulose que são 
fibras insolúveis mensuráveis na análise química. Outros tipos de fibras são também usados nas 
rações, incluindo fibras solúveis e mistas. 
Karina Preising Aptekmann Apostila de Obesidade em Cães e Gatos 
 
13 
 Fibra e saciedade: suplementos a base de fibras (solúvel, insolúvel ou mista) induzem à 
saciedade e reduz o sentimento de fome, contudo, são fatores difíceis de avaliar em animais. 
 Fibra e seu efeito no peso e composição corporal: restrição energética com dieta de alta 
fibra (23% da MS) e baixa gordura (9% da MS) leva a uma maior redução na massa gordurosa e 
colesterol do que dietas com baixa fibra e baixa gordura. A suplementação com fibras tem um papel 
benéfico na redução de peso de pacientes obesos. 
 
� Carboidratos (CHO): A quantidade e a qualidade dos CHO, especialmente o amido, em dietas 
hipocalóricas tem sido bastante estudada. O índice glicêmico (IG) significa a revisão da resposta 
glicêmica após a ingestão de alimento contendo determinadas quantidades de CHO. 
 O IG é um termo utilizado no tratamento dietético de pacientes com diabetes mellitus (DM). 
O IG pode variar por uma resposta individual e o desenvolvimento da glicemia após ingestão da dieta 
são diferentes das mudanças induzidas por um tipo único de CHO. O princípio é usar fontes de amido 
que estimulam a produção de insulina em um grau limitado. Isso limita o estoque de energia na forma 
de triglicérides no tecido adiposo. A dieta completa que limita a produção de glicose não estimula 
muito a produção de insulina. Na prática, o arroz branco não é recomendado como fonte de cereal 
principal em dietas hipocalóricas, enquanto que a cevada e o milho constituem as melhores fontes de 
energia. 
 
� Minerais e vitaminas: esses elementos devem estar em grande concentração em dietas 
hipocalóricas para não causar deficiências. 
 
� Ingredientes nutracêuticos e especiais: muitos ingredientes especiais (aditivos e 
suplementos) são adicionados a dietas hipocalóricas para induzir certos benefícios. Um dos exemplos 
é a L-carnitina, aminoácido sintetizado no fígado e rins e ingerido com a alimentação (carne 
vermelha, o peixe e laticínios). Facilita o transporte de AG de cadeia longa e adequadas quantidades 
são necessárias no músculo para produção de energia proveniente dos AGs. Estudos indicam que a L-
carnitina modifica a composição corporal em favor da massa muscular. Devido ao fato da massa 
muscular necessitar de mais energia de repouso o que a massa gordurosa, a massa muscular pode 
prevenir a obesidade. Portanto, a L-carnitina, adicionada a dietas hipocalóricas, aumenta a perda de 
peso e estimula a manutenção da massa muscular. 
 
Rações Hipocalóricas para cães 
 
� Terapêuticas 
� Royal Canin Obesity (300kcal/100g) 
� Hill’s Prescription Diet r/d (270kcal/100g) 
� Hill’s Prescription Diet w/d (293kcal/100g) 
 
� Super Premium 
� Royal Canin Weight Control (323kcal/100g) 
� Equilíbrio Light (Total) 
� Proplan Reduced Calorie (334kcal/100g) 
� Guabi Natural Light 
� Hill’s Science Diet Formula Light 
� Premier ambientes internos light (328kcal/100g) 
� Premier ambientes internos com calorias moderadas 
 
� Premium 
� Dog Chow Light (324kcal/100g) 
� Sabor e Vida Light 
� Golden formula light 
Karina Preising Aptekmann Apostila de Obesidade em Cães e Gatos 
 
14 
� Pedigree Weight Control (310kcal/100g) 
 
Rações Hipocalóricas para gatos 
 
� Terapêuticas 
� Royal Canin Obesity 
� Hill’s Prescription Diet Obesity 
 
� Super Premium 
� Equilíbrio Light (Total) 
� Proplan Reduced Calorie 
� Guabi Natural Light 
� Hill’s Science Diet Formula Light 
 
� Premium 
� Cat Chow Light 
 
Dietas caseiras para cães 
 
Deve-se conversar com o proprietário sobre a importância de manter as quantidades prescritas 
dos ingredientes. Alguns alimentos são necessários em muito pequena quantidade, de forma que sua 
quantificação depende de uma balança adequada, o que não existe na casa do proprietário. Assim, 
ajudá-lo a definir como irá medir as quantidades ou volumes, de modo a se manter o perfil 
nutricional da dieta, é importante. Alimentos como o fosfato bicálcico, por exemplo, são 
extremamente concentrados em nutrientes. Uma variação de apenas 1grama para menos significa o 
não fornecimento de cálcio e fósforo, enquanto uma variação de 1 grama para mais no fornecimento 
excessivo destes elementos, podendo causar problemas ao animal. Para gatos recomenda-se 
suplementar taurina (40 mg por quilograma de peso corporal por dia) e, além disso, durante o 
preparo dos alimentos a água do cozimento não deve ser desprezada, pois contém boa parte da 
taurina das carnes. 
Uma alternativa prática é mandar preparar em farmácias de manipulação os ingredientes 
necessários em muito pequena quantidade, como carbonato de cálcio, fosfato bicálcico ou taurina, e 
recomendar ao proprietário que este abra e misture o papelote ou cápsula ao alimento do animal. 
Abaixo estão indicadas as quantidades desses ingredientes em uma colher rasa de chá (passar as 
costas da faca na colher para nivelar tendo assim uma colher rasa) de aproximadamente 2,5 cm de 
largura e 4 cm de comprimento: 
- 1 colher de chá de carbonato de cálcio: 3,3 gramas 
- 1 colher de chá de fosfato bicálcico: 1,8 gramas 
- 1 colher de chá de levedura de cerveja: 1,5 gramas 
- 1 colher de chá de sal: 2,5 gramas 
- 1 colher de chá de sal light: 2,5 gramas 
Também estão indicadas as quantidades desses ingredientes em uma colher rasa de café (nivelar 
também com as costas da faca) de aproximadamente 2,0 cm de largura e 3,0 cm de comprimento. 
- 1 colher de café de carbonato de cálcio: 1,0 gramas 
- 1 colher de café de fosfato bicálcico: 0,6 gramas 
- 1 colher de café de levedura de cerveja: 0,5 gramas 
- 1 colher de café de sal: 0,7 gramas 
- 1 colher de café de sal light: 0,85 gramas 
 
Modo de Preparo: 
 
Karina Preising Aptekmann Apostila de Obesidade em Cães e Gatos 
 
15 
- Se possível, cozinhar o arroz, as carnes, o fígado e os legumes separadamente. A formulação foi 
feita considerando o ingrediente cozido. O cozimento altera a quantidade de água do alimento, 
podendo levar a alterações na composição nutricional final da dieta caso a mistura seja feita com os 
ingredientes crus. Como alternativa, pode-se refogar as carnes, o fígado e os legumes juntos e 
misturá-los posteriormente ao arroz, que foi preparado a parte. 
 
- Sal e óleo podem ser incorporados durante o preparo do alimento. Em dietas para cães e gatos 
saudáveis, as quantidades indicadas podem ser empregadas como um guia e alteradas de acordo com 
a necessidade de preparo dos alimentos. Nas dietas para animais doentes, no entanto, deve-se seguir 
rigorosamente as quantidades estabelecidas, não podendo estas ser alteradas. 
 
- O fígado e a levedura de cerveja entram como fontes naturais de vitaminas e minerais. O fígado 
pode ser oferecido, alternativamente, em dias intercalados. Por exemplo, ao invés de se incluir 15 
gramas de fígado e 62 gramas de carne moída, pode-se empregar 77 gramas de fígado 2 vezes por 
semana e nos demais dias 77 gramas de carne moída. 
 
- Pesar cada ingrediente na quantidade calculada para a fórmula após o cozimento; 
 
- Os minerais (fosfato bicálcico, carbonato de cálcio e suplemento vitamínico e mineral) e a levedura 
de cerveja não devem ser cozidos. Devem ser adicionados após o alimento esfriar. 
 
- Apósa adição do suplemento vitamínico e mineral e da levedura de cerveja o alimento poderá ser 
aquecido somente em banho-maria; portando é recomendado que estes ingredientes sejam 
adicionados à dieta no momento em que ela será oferecida. 
 
- Misturar todos os ingredientes após a pesagem e oferecer ao animal a quantidade total do alimento 
dividido em, no mínimo, duas refeições diárias. 
 
- Exemplo de suplemento vitamínico e mineral: Aminomix 
 
- Após calcular a quantidade a ser administrada em gramas por dia da dieta, deve-se calcular a 
quantidade de cada ingrediente da mistura. 
 
Dieta 1 (Royal) - 3,67 kcal/g de MS 
62% Carne de peru, peito sem pele 
15% Arroz cozido 
17,5% Lentilha cozida 
5% Farelo de trigo 
0,5% Óleo de canola 
Suplemento vitamínico e mineral 
 
Dieta 2 (Hill’s) – 0,5 kcal/g de MS 
15% Carne magra bovina 
10% Queijo fresco 
40% Cenoura cozida 
35% Feijão verde cozido 
0,1% Fosfato bicálcico 
Suplemento vitamínico e mineral 
 
Dieta 3 (Jaboticabal) – 1,45 Kcal/g 
40% Arroz cozido 
15% Músculo magro bovino ou peito de frango 
Karina Preising Aptekmann Apostila de Obesidade em Cães e Gatos 
 
16 
5% Fígado bovino 
15% Cenoura 
23% Vagem 
0,2% Carbonato cálcio 
0,6% Levedura cerveja 
0,1% Sal 
0,5% Óleo de soja 
1% Suplemento vitamínico e mineral 
 
Dietas caseiras para gatos 
 
Dieta 1 (Hill’s) – 1,3 kcal/g de MS 
75% Fígado cozido 
23% Arroz branco com sal 
0,6% Carbonato de cálcio 
0,6% de óleo vegetal 
Suplemento vitamínico e mineral 
Suplementar Taurina 40g/kg/dia 
 
Dieta 2 (Jaboticabal) – 1,51 kcal/g 
30% Arroz cozido 
30% Peito de frango 
10% Fígado bovino 
14% Cenoura 
14% Vagem 
0,2% Carbonato cálcio 
1% Levedura cerveja 
0,2% Sal 
1% Suplemento vitamínico e mineral 
Suplementar Taurina 40g/kg/dia 
 
MONITORIZAÇÃO 
 
 É importante reavaliar o animal mensalmente para verificar a velocidade da perda de peso e 
ajustar a quantidade de energia, se necessário. O cão deve ser pesado pelo menos 1 vez por semana, 
preferencilamente na mesma hora e mesma balança. 
 O desenvolvimento de uma curva de perda de peso é um fator motivante para o proprietário. 
Pode ser feita a curva de redução de peso esperado na primeira visita, podendo ser feita duas 
curvas, uma com perda de 1% e outra 2% por semana. A curva do animal deve se apresentar entre 
essas duas curvas. Em prática, a perda de peso inicial é raramente alcançada, mas todos os animais 
acabam alcançando o peso inicial desejado. 
 Uma vez que a perda de peso foi alacançada, é essencial a monitorização regular do peso do 
animal e seleção da dieta de manutenção e sua quantidade. Visitas mensais devem continuar até que o 
peso estabilize nas últimas 4 visitas. Uma variacão de peso de 5% é aceitável. 
 Pode-se continuar com a mesma ração hipocalórica e aumentar a quantidade gradualmente 
para manter o peso, ou pode-se trocar por uma ração com maior densidade energética, mantendo a 
mesma quantidade de ração, o que altera a ração, sem alterar a quantidade. 
 A obesidade pode voltar, visto que é considerada uma doença crônica que requer 
monitorização permanente. 
 O cálculo para o requerimento energético diário de manutenção é o seguinte: 
 
 
Karina Preising Aptekmann Apostila de Obesidade em Cães e Gatos 
 
17 
REM cão adulto = 95 x (PV kg)0,75 = kcal/dia 
REM cão filhote (2-4meses) = 2 x REM 
REM cão filhote (4-6meses) = 1,4 a 1,8 x REM 
REM cão filhote de raças grandes (até 1 ano) = 1,4 x REM 
 
REM gato adulto = 100 x (PV kg)0,67 = kcal/dia 
 
PONTOS IMPORTANTES 
 
� Alimentar 3 a 4 vezes ao dia, pois aumenta o IC e diminui a fome. 
� Retirar petiscos 
� Ambiente: deixar o animal fora da cozinha durante o preparo da alimentação e fora do local de 
refeições. 
� Reavaliar a cada 4 semanas 
� Após atingir peso ideal: aumentar gradativamente para o consumo de manutenção 
� Se o animal não aceitar a ração, é efetivo oferecer determinada quantidade por período de 30 
minutos e retirar a ração do pote, pois parece ser mais estimulante do que manter a ração à 
vontade. Acrescentar água quente aumenta a palatabilidade. 
� Sempre deixar o animal longe do local de alimentação do proprietário. Pode-se oferecer pelets 
da ração diária como petiscos. 
� Se o animal não perder peso em algumas semanas, verificar se não há doença hormonal e se o 
proprietário está fazendo tudo corretamente. Caso contrário, recalcule a dieta e, se 
necessário, reduza 10% da quantidade. 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
� Diez, M., Nguyen, P. Obesity: epidemiology, pathophysiology and management of the obese 
dog. In: Pibot, P. et al. Encyclopedia of Canine Clinical Nutrition. 2006, p.2-57. 
 
� Burckholder, W.J., Toll, P.W. Obesity. In: Hand, M.S. et al. Small Animal Clinical Nutrition. 
4.ed. Kansas: Mark Morris Institute, 2000, p.401-430. 
 
� Material didático do Serviço de Nutrição Clínica da FCAV – UNESP – Jaboticabal – Prof. 
Aulus Carcifioli 
 
� Jericó, M. M. Palestra no XXIX Congresso Brasileiro da ANCLIVEPA – 2008.

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