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Nutrição básica para animais de estimação Nutrição básica para animais de estimação ÍNDICE 04 23Mitos e realidades dos alimentos para animais de estimação 27Perguntas mais frequentes sobre a nutrição e a alimentação dos animais de estimação. 06Proteínas 05Água 12Carboidratos e Fibras 14Gorduras 17Minerais essenciais 19Conservação dos alimentos 18Vitaminas 21Energia Nutrição básica para animais de estimação O que é um nutriente? Nutrientes x Ingredientes Nutrição básica 04 O cuidado adequado de cães e gatos ao longo de suas vidas deve incluir a constante atenção à sua saúde, com a administração de vacinas preventivas e suporte nutricional ideal para cada etapa e estilo de vida. O conhecimento dos nutrientes básicos e suas funções é necessário no momento da escolha de um alimento adequado para cães ou gatos, bem como para determinar o melhor método de alimentação. Embora cães e gatos sejam igualmente populares como animais de estimação, eles diferem entre si em algumas necessidades nutricionais e também em seus comportamentos alimentares. Ter o conhecimento dessas necessidades únicas pode ajudar a oferecer a melhor nutrição para o cão ou gato ao longo de toda a sua vida. Um nutriente é qualquer componente na dieta que seja necessário para dar suporte à vida ou que possua funções especificas que contribuam para o crescimento normal, manutenção de tecidos e órgãos, bem como para a saúde. Os nutrientes básicos para todos os animais são: energia, proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas e minerais, além da água. Dentro destes grupos, os nutrientes podem ser classificados como "essenciais" ou "não essenciais" (Quadro 1). Da mesma forma que os alimentos para seres humanos, os alimentos para animais também são compostos de ingredientes. O produto final (alimento completo) é formado por um conjunto de ingredientes que foram combinados para uma determinada finalidade (assim como um bolo, que tem uma receita com a combinação de ingredientes como ovos, farinha, açúcar, entre outros). Cada um dos ingredientes adicionados a um alimento, contém um conjunto de nutrientes que contribui para o produto final. Por exemplo, alguns ingredientes, como a carne de frango, fornecem principalmente proteínas (e algumas gorduras, minerais e vitaminas), enquanto outros, como a farinha de milho, são principalmente valorizados por sua contribuição de carboidratos para a dieta. Portanto, animais de estimação necessitam de nutrientes (não de ingredientes), mas os alimentos para animais são compostos de ingredientes que fornecem esses nutrientes essenciais. MAS TODOS OS NUTRIENTES NÃO SÃO "ESSENCIAIS"? É verdade; os termos "essencial" e "não essencial" podem ser confusos quando são vistos pela primeira vez. Enquanto todos os nutrientes são essenciais para a vida, o termo nutricional “essencial” e “não essencial”, refere-se à necessidade daquele nutriente ser essencial estar presente ou não na dieta. • Nutrientes essenciais são aqueles que devem estar presentes na dieta, a fim de satisfazer as necessidades de um animal de estimação. Isso ocorre quando o cão ou gato não pode produzir internamente o nutriente ou não pode produzir a quantidade suficiente do nutriente para satisfazer as suas necessidades. • Nutrientes não essenciais são nutrientes que o animal pode obter por meio da dieta ou produzir internamente. Portanto, estes nutrientes, ainda que encontrados na dieta, não são essenciais para uma nutrição completa e balanceada. • Por exemplo: Cães e gatos têm uma exigência nutricional de cerca de 23 aminoácidos diferentes (as unidades estruturais das proteínas). Destes 23 aminoácidos, apenas 10 são essenciais para cães e 11 são essenciais para gatos (porque necessitam também de taurina) e, por consequência, devem estar presentes nos seus alimentos em níveis adequados. (Os outros 12 podem ser fornecidos pela dieta ou por produção do organismo). quadro 1 05 ÁGUA 70% Embora não seja exatamente um nutriente, a água é essencial e importante para todos os animais. Cumpre múltiplas funções no corpo que são fundamentais para a vida. Cães e gatos satisfazem sua necessidade diária via água potável que bebem, pela água presente em sua alimentação (alimentos úmidos possuem mais água que os alimentos secos) e uma pequena quantidade que é produzida pelo próprio corpo. Independentemente do tipo de alimento que consomem, para todos os cães e gatos deve-se fornecer um suprimento ilimitado de água limpa e fresca todos os dias. As necessidades de água aumentam durante os períodos de clima quente e úmido, quando se exercitam de forma mais vigorosa e durante alguma doença. Além disso, as fêmeas lactantes têm maiores necessidades de água para a produção de leite. VOCÊ SABIA QUE… Aproximadamente 70% do peso corporal adulto é água, e alguns tecidos do corpo são compostos por 90% de água. O corpo pode perder a maior parte de sua gordura corporal, aproximadamente metade das suas proteínas, mas a desidratação de apenas 7% do organismo já é considerada severa. Embora os animais possam sobreviver por longos períodos de tempo sem outros nutrientes, irão morrer em poucos dias, se forem privados de água. ÁGUA - É BOA PARA QUE? Aqui está um breve resumo dos muitos papéis que a água desempenha na saúde dos cães e gatos: • Regula e mantém a temperatura normal do corpo. • É necessária para a digestão de alimentos e para a absorção de nutrientes pelo organismo. • É necessária para o transporte de nutrientes entre as células. • Está envolvida em muitas reações químicas essenciais. • Elimina os dejetos (urina e fezes). DICA PRÁTICA SOBRE ALIMENTAÇÃO - ÁGUA Uma estimativa das necessidades diárias de água de um animal de estimação pode ser determinada da seguinte forma: 1 ml de água para cada quilocaloria de energia (EM) que o animal consome por dia. Por exemplo, se um cão adulto de tamanho médio (de cerca de 15kg) consome 850 kcal de alimento por dia, ele necessitaria aproximadamente 850 ml de água (equivalente a aproximadamente 3 ½ xícaras). Independentemente dos cálculos, o melhor método para garantir a adequada ingestão de água é fornecer para cães e gatos água limpa e fresca em todos os períodos do dia. do peso corporal adulto é composto por água. PROTEÍNAS Cães e gatos precisam de proteína para o crescimento e manutenção de quase todos os tecidos do corpo. Constituem um importante componente estrutural do pelo, da pele, dos tendões, dos ligamentos, dos glóbulos sanguíneos e da cartilagem. As proteínas formam enzimas necessárias para as reações químicas, os hormônios que atuam como mensageiros químicos e os anticorpos que compõem o sistema imunológico. Na dieta, as proteínas são, junto com os carboidratos e gorduras, um dos três nutrientes que podem fornecer energia. Composição das proteínas: As proteínas são uma grande quantidade de compostos que são formados por unidades individuais chamadas aminoácidos. Existem 23 aminoácidos que podem ser combinados de qualquer maneira, criando uma enorme variedade de diferentes moléculas de proteína que formam parte do corpo (Tabela 1). Como comentado acima, os aminoácidos podem ser classificados em essenciais (não podem ser produzidos pelo animal e devem estar na dieta) ou não essenciais (podem ser produzidos pelo animal ou obtidos na dieta). Qualidade de proteínas: A qualidade das proteínas de um alimento para animais de estimação é influenciada pela sua composição de aminoácidos, a sua digestibilidade e sua biodisponibilidade. A digestibilidade refere-se ao quanto uma proteína pode ser quebrada e disponibilizar seus aminoácidos para absorção do organismo, ou seja , a quantidade disponível para ser utilizada. O equilíbrio de aminoácidos é a quantidade relativa de aminoácidos essenciais X não essenciais que uma fonte de proteína contém. A biodisponibilidade refere-se à proporção de aminoácidos absorvidos que estão disponíveis para ser utilizados por tecidos do corpo, ou seja,o percentual de aproveitamento, pelo organismo. De quantas proteínas os cães e gatos precisam? As reservas de proteínas do corpo de todos os cães e gatos estão em um estado constante de mudança, já que as células e tecidos se desgastam e precisam ser substituídos. Estas mudanças são conhecidas como “turnover proteico”. Dessa maneira, as proteínas da dieta aportam um fornecimento regular de novas proteínas para repor as perdas normais do corpo. Toda proteína na dieta que não é utilizada para estas necessidades também pode ser utilizada como fonte de energia. A deficiência de proteína não é comum em cães e gatos, mas pode ocorrer ao se consumir um alimento inadequado durante longos períodos (Tabela 2). • Cães: Para os cães, de 20 a 25% das calorias do alimento devem ser provenientes das proteínas para os cães adultos e pelo menos 25% das calorias devem ser provenientes de proteínas para os filhotes em crescimento. • Gatos: Uma das muitas formas que cães se diferem de gatos é na exigência de proteínas. As proteínas para uma dieta para gatos devem representar no mínimo 34% das calorias dos alimentos para gatos adultos e cerca de 40% das calorias para filhotes de gatos em crescimento. Nutrição básica 06 TABELA 1: AMINOÁCIDOS ESSENCIAIS E NÃO ESSENCIAIS Arginina Histidina Isoleucina Leucina Lisina Metionina Fenilalanina Treonina Triptofano Valina Taurina (gatos) Alanina Asparagina Aspartato Cisteína Glutamato Glutamina Glicina Hidroxilisina Hidroxiprolina Prolina Serina Tirosina 07 Durante a digestão, as proteínas são degradadas em aminoácidos individuais. AMINOÁCIDOS ESSENCIAIS AMINOÁCIDOS PROTEÍNAS AMINOÁCIDOS NÃO ESSENCIAIS Não podem ser produzidos pelo corpo a uma taxa suficiente para suportar as necessidades do organismo e, portanto, devem ser fornecidos na dieta. Podem ser produzidos pelo corpo utilizando aminoácidos essenciais e outros compostos disponíveis no corpo. Os gatos têm uma exigência de proteínas na dieta naturalmente maior que a dos cães. Isto é verdade tanto para os animais jovens quanto para os adultos. Essa diferença é importante! Embora possa ser tentador para alguns proprietários simplesmente dar o alimento de seu cão para o seu gato, muitos alimentos comerciais para cães não contém as proteínas apropriadas para os gatos e, portanto, não podem fornecer uma nutrição adequada. Os gatos requerem taurina nas suas dietas A taurina é um tipo especial de aminoácido (um ácido beta amino sulfúrico), ao contrário de outros aminoácidos, não é incorporado em enzimas e proteínas, mas possui um papel importante no metabolismo dos ácidos na bilís. Ela também desempenha um papel essencial na função cardíaca, visão e reprodução. Embora gatos e cães possam produzir sua própria taurina, os gatos tem uma necessidade maior do que seus corpos podem produzir e, portanto, necessitam dessa fonte na dieta. A deficiência de taurina na dieta pode ser muito grave, e pode conduzir à perda de visão, doenças cardíacas e problemas reprodutivos. No entanto, devido aos alimentos comerciais para gatos serem formulados incluindo ótimos níveis de taurina, atualmente a deficiência de taurina é pouco comum nos gatos. Já quando comparamos os alimentos para cães, além deles apresentarem níveis mais baixos de proteínas do que a necessidade dos gatos, também não serão ricos em taurina, um dos motivos que não é adequado oferecer alimentos de cães para gatos. INDICADORES DE DEFICIÊNCIA DE PROTEÍNAS Ingredientes que contêm proteínas nos alimentos para cães Nutrição básica 08 Diversos ingredientes que contêm proteínas são incluídos no alimento para cães. Muitos dos termos referentes aos ingredientes listados no rótulo do alimento são definidos pela legislação do local (do país que fabrica ou importa) como a Associação Americana de controle de Alimentos nos EUA (AAFCO, sua sigla em Inglês). As fontes de proteínas listadas são ingredientes comuns nos alimentos secos para cães: • Carne: é a carne limpa proveniente de mamíferos e aves abatidos (por exemplo: bovinos, ovinos, suínos e aves em geral) e se limita ao músculo estriado associado ao esqueleto, língua, diafragma, coração ou esôfago. • Vísceras: seja de mamíferos, aves ou peixe, são definidas como todos os órgãos das cavidades torácica e abdominal do corpo (por exemplo: esôfago, coração, fígado, baço, estômago, intestinos, brânquias, bucho, bochechas, ovos não desenvolvidos), mas exclui o conteúdo do trato intestinal. • Farinha de carne e osso: é o produto processado a partir dos tecidos de mamíferos (por exemplo: carne bovina, carne de porco, cordeiro), incluindo o osso. Não contém nenhum agregado de sangue, pelo, casco, tiras de couro, estrume, ou conteúdo do estômago. Deve atender a certos critérios e às proporções de cálcio e de fósforo. A farinha de carne e osso fornece proteínas, aminoácidos essenciais, gordura, cálcio, fósforo e outros minerais para o alimento. (Nota: Embora a definição da AAFCO estabeleça que pudessem incluir cérebro, sangue, gordura corporal, tecido lipídico parcialmente desengordurado a baixa temperatura ou ósseo, estômagos ou intestinos, a Nestlé® Purina® exclui esses itens da sua composição). • Hidrolisado animal (fígado de frango e suíno): É o resultado da hidrólise enzimática ou química de tecidos de animais limpos e não decompostos e deve excluir pelos, chifres, dentes, cascos e penas. VOCÊ SABIA QUE…quadro 2 Embora a deficiência significativa de proteína não seja comum em cães e gatos, pode ocorrer nos casos de consumo de alimento inadequado. Os indicadores de deficiência de proteína em cães são: • Redução do apetite. • Crescimento lento ou perda de peso • Desenvolvimento de uma pelagem áspera e sem brilho. • Funções do sistema imunológico comprometidas (maior susceptibilidade a infecções e doenças). 09 • Subprodutos e vísceras de carne: são as partes limpas não processadas pelo rendering, exceto a carne de mamíferos abatidos. (Rendering é um processo pelo qual, simultaneamente, o material é desidratado e separado da gordura do osso e das proteínas, portanto, exclui a farinha de carne). Pode incluir recortes de carne, pulmões, baço, rins, cérebro, fígado, sangue, ossos, estômago e intestinos (esvaziados do seu conteúdo). Os subprodutos da carne devem excluir especificamente pelos, couro, chifres, dentes, cascos, estrume e conteúdos estomacais. (Nota: Embora a definição da AAFCO estabeleça que pudessem incluir cérebro, sangue, tecido lipídico parcialmente desengordurado a baixa temperatura ou ósseo, estômagos ou intestinos, a Nestlé® Purina® exclui esses itens da sua composição). • Subprodutos e vísceras avícolas: são as partes das aves abatidas, limpas e processadas pelo rendering, tais como cabeças, patas e vísceras; não devem conter matéria fecal ou matéria estranha. Derivados avícolas não incluem penas. • Farinha de subprodutos avícolas: é feita com as partes de aves abatidas, limpas, processadas e moídas, tais como pescoço, pés, ovos não desenvolvidos e intestinos (sem seu conteúdo) e não inclui penas. Os subprodutos avícolas e a farinha de subprodutos avícolas fornecem proteínas e aminoácidos essenciais, gordura, cálcio, fósforo e outros minerais. • Farelo de glúten de milho: É uma fonte de proteínas de origem vegetal, proveniente do resíduo seco do milho pós-remoção das maiores partes de amido e gérmen, e a separação do farelo por processo de moagem utilizados para preparar o amido ou xarope de milho ou por tratamento enzimático do endosperma. O farelo de glúten de milho é utilizado em alimentos para animais como uma fonte de proteína vegetal. • Farelo de soja: É obtido a partir do grão de soja inteiro dos quais é extraída a gordura e os flocos são moídos para formar uma farinha, utilizada principalmente como uma fonte de proteína com excelente equilíbrio de aminoácidos. As fontes de proteínas não são criadas damesma forma A qualidade da proteína de um alimento para cães é influenciada pela sua digestibilidade, seu equilíbrio entre aminoácidos e biodisponibilidade. A digestibilidade refere-se à parte de uma proteína que pode ser degradada em aminoácidos que serão absorvidos no intestino delgado, ou seja, a quantidade disponível para ser utilizada. O equilíbrio de aminoácidos é a quantidade relativa de aminoácidos essenciais que uma fonte de proteínas contém. A biodisponibilidade refere-se à porção de aminoácidos absorvidos que estão disponíveis para serem utilizados por tecidos corporais, ou seja, o percentual de aproveitamento, pelo organismo. Estes indicadores de qualidade da proteína são medidos pelos fabricantes de alimentos para animais, das seguintes formas: • Digestibilidade da proteína: As empresas de alimentos para animais mensuram a digestibilidade da proteína utilizando vários tipos de testes de alimentação. O formato básico consiste no fornecimento de um alimento contendo a proteína em teste a um grupo de cães ao longo de um determinado período de tempo. A quantidade de proteína não digerida excretada nas fezes é mensurada para calcular a digestibilidade da proteína. Em geral, as fontes de proteínas de alta qualidade são mais digestíveis do que as fontes de baixa qualidade (Quadro 3). • Equilíbrio de aminoácidos: A composição de aminoácidos de uma proteína é determinada mediante uma análise laboratorial da proteína. O equilíbrio dos aminoácidos essenciais da proteína em teste é avaliado comparando o perfil do aminoácido com o de uma proteína de referência de alta qualidade, por exemplo a proteína do ovo. Este procedimento serve para identificar o aminoácido essencial mais deficitário na proteína em teste (chamado de "aminoácido limitante"). Uma segunda mensuração avalia a contribuição da proteína de todos os aminoácidos essenciais necessários para os cães, e uma terceira calcula a proporção da proteína que é composta por aminoácidos essenciais. Todos os três ensaios dão informações sobre a qualidade da proteína em termos de seu perfil biológico DIGESTIBILIDADE DA PROTEÍNA O rótulo de um alimento para animais de estimação informa um valor mínimo do teor de proteína bruta de um alimento em seu quadro de níveis de garantia. Este valor só reflete a quantidade mínima de proteína total e não indica diferenças na digestibilidade da proteína entre as fontes de alta qualidade e baixa qualidade. Por exemplo: O Alimento para cães A contém 21% de proteína bruta e 86,0% de digestíbilidade. O Alimento para cães B contém 23% de proteína bruta e 76,0% de digestibilidade. Alimento A: 21 g de proteína/100 g de dieta x 0,86 = 18,1 gr de proteína disponível Alimento B: 23 gr de proteína/100 gr de dieta x 0,76 = 17,5 gr de proteína disponível Embora o valor da proteína bruta relatado para o alimento para cães A seja inferior ao do Alimento para cães B, a maior digestibilidade do Alimento A dá como resultado mais proteínas disponíveis para o cão, em um determinado volume de alimento. Nutrição básica 10 e capacidade de fornecer aos cães os aminoácidos essenciais necessários. • Biodisponibilidade de aminoácidos: A avaliação da biodisponibilidade de aminoácidos a partir de uma fonte de proteína, através da realização de estudos de alimentação. O crescimento e o desenvolvimento de tecidos são mensurados de modo a refletir a capacidade da proteína para proporcionar aminoácidos essenciais aos tecidos desejados. Uma medida que fornece informações completas é chamada utilização total da proteína (NPU, por sua sigla em Inglês). O valor NPU de uma proteína reflete tanto a digestibilidade da proteína como a biodisponibilidade dos seus aminoácidos para o corpo e os tecidos desejados. quadro 3 DICAS PRÁTICAS PARA A ESCOLHA DO ALIMENTO As proteínas que são altamente digestíveis e contém um equilíbrio dos 10 aminoácidos essenciais são consideradas proteínas de alta qualidade. Já aqueles que são menos digestíveis ou limitantes em um ou mais dos aminoácidos são de qualidade inferior. A biodisponibilidade dos aminoácidos e a digestibilidade de uma proteína é afetada tanto pela fonte da proteína como os métodos de processamento que são utilizados para a produção de alimentos. A seguir, apresentaremos algumas dicas para ajudar a distinguir entre as fontes de proteínas dos alimentos para cães: 11 • O processo de elaboração pode afetar a qualidade da proteína: As técnicas adequadas para a preparação e temperaturas de cozimento auxiliam na ótima digestibilidade e biodisponibilidade das proteínas. Por outro lado, a digestibilidade de uma proteína pode ser reduzida significativamente devido a um excesso de calor no processo de elaboração. O processo de rendering utilizado para produzir farinhas de carne e ossos pode modificar a estrutura de alguns aminoácidos. Embora esses aminoácidos modificados sejam absorvidos pelo corpo, não estão disponíveis para serem utilizados pelos tecidos, já que o processo de rendering pode afetar negativamente a qualidade das proteínas. A inclusão de carne ou carne de frango diretamente em um alimento para animais de estimação, geralmente tem uma maior qualidade das proteínas, em comparação com alimentos que contêm apenas farinhas animais ou farinhas de subprodutos. • Proteínas de origem animal vs. de origem vegetal: Há uma controvérsia sobre a utilização de proteínas vegetais em alimentos para animais. Alguns acreditam que o cão não consegue digerir ou utilizar produtos vegetais devido à evolução a partir de espécies predadoras. Na verdade, o cão é onívoro por natureza e pode se desenvolver muito bem com dietas que contêm uma variedade de produtos de origem animal e vegetal. No entanto, tal como com outros ingredientes, a qualidade dessas fontes pode variar. • Ordem dos ingredientes: Segundo a legislação americana, os fabricantes de alimentos para animais de estimação devem listar os ingredientes que aparecem no rótulo, em ordem de predominância por peso. Portanto, os três ou quatro primeiros ingredientes que contêm proteínas que aparecem no rótulo de um alimento para cães, indicarão as principais fontes de proteínas desse alimento. Esta ainda não é uma realidade no mercado brasileiro, embora a NESTLÉ® PURINA® siga essa orientação, não existe uma obrigatoriedade e por isso a maioria dos concorrentes não lista os ingredientes dessa forma. • A qualidade custa mais: Tal como na alimentação humana, produtos para cães e gatos que são de maior qualidade tem maior valor nutritivo e tendem a ser mais caros. Nos alimentos para animais de estimação, os ingredientes com proteína de mais alta qualidade e que são mais caras, como carne de frango, carne bovina, ovos e cordeiro que são utilizados em produtos premium e super premium. Em vez disso, as farinhas de vísceras e subprodutos tendem a ser um pouco menos onerosos para os fabricantes. Nutrição básica 12 Amido: O amido cozido (não cru) é uma fonte de carboidratos digestíveis que são muito bem utilizados pelos animais de estimação. Nos alimentos comerciais para cães e gatos, são incluídas várias formas de amido de alta qualidade. (Quadro 4) Fibra da dieta: A fibra da dieta é um termo coletivo utilizado para descrever as partes dos vegetais que são pouco digeridos pelo corpo. Da mesma forma que os seres humanos, cães e gatos não têm uma exigência dietética de fibras por si só. No entanto, a incorporação de quantidades ótimas de fibras nos alimentos para animais traz numerosos benefícios para saúde de cães e gatos (quadro 5 e 6). CARBOIDRATOS E FIBRAS Os carboidratos são uma classe de nutrientes que podem ser classificados de várias maneiras. As formas menores e simples de carboidratos são os monossacarídeos. Comumente são chamados de “açúcares simples” e incluem glicose e frutose. Os dissacarídeos são compostos por duas moléculas de monossacarídeos unidas. Exemplosdestas são a lactose, a forma de açúcar encontrados no leite e a sacarose, que é o açúcar comum. Os mais importantes para as dietas dos animais são os polissacarídeos. Estes são compostos de longas cadeias de monossacarídeos e incluem o amido e a fibra da dieta. FONTES DE CARBOIDRATOS NOS ALIMENTOS PARA ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO Arroz Integral Aveia, moída ou inteira Farinha (arroz, trigo, milho) Farinha de linhaça Melaço arroz cervejeiro (quirera de arroz) Arroz, moído ou inteiro Cevada Farinha de alfafa Milho, moído ou inteiro Trigo, moído ou inteiro quadro 4 FUNÇÕES DAS FIBRAS DA DIETA • Proporcionam maior volume na dieta • Contribuem para a saciedade • Ajudam a manter o trânsito gastrointestinal normal • Contribuem na função gastrointestinal • Promovem a saúde das células do trato intestinal quadro 5 FONTES DE FIBRAS NOS ALIMENTOS PARA ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO Chicória Casca de amendoim Cevada Celulose Polpa de cítricos Polpa de beterraba Farelo de arroz Farelo de milho Casca de soja Cevada Farelo de trigo Polpa de maçã Polpa de tomate Farelo de aveia quadro 6 Sabe-se que a fibra ajuda a manter uma digestão saudável. Os benefícios da fibra dependem principalmente do tipo de fibra consumida. A fibra insolúvel é pobremente fermentada pela população de bactérias (microbiota) que reside no trato intestinal. Esta fibra aumenta a quantidade de fezes e fornece volume no trato gastroentérico. Seus principais benefícios são manter a regularidade e promover a circulação de potenciais toxinas e substâncias cancerígenas para fora do trato intestinal. Em contraste, a fibra solúvel é fermentada por essas bactérias do intestino, que ajudam a otimizar o trato gastrointestinal através de inumeros benefícios. A fibra solúvel tem inúmeros benefícios para o intestino: Prebióticos 13 VOCÊ SABIA QUE… Os gatos não têm uma exigência absoluta de carboidratos na dieta, porque eles são capazes de manter os níveis normais de glicose no sangue, mesmo quando são alimentados com dietas baixas em carboidratos. (Relacionado a isso está o fato de que os gatos são incapazes de detectar sabores doces!) Ainda assim, os gatos se beneficiam das dietas com carboidratos porque os amidos cozidos proporcionam uma excelente fonte de energia para gatos. Efeitos benéficos da fibra alimentar Fibra prebiótica Algumas fibras solúveis e fermentáveis podem ser classificadas como prebióticos. Os prebióticos são "ingredientes alimentares não digeríveis que beneficiam o organismo estimulando seletivamente o crescimento e/ou a atividade de um número limitado de bactérias no cólon" (Gibson & Rober-froid, 1995). Os Fruto-oligossacarídeos foram os primeiros ingredientes a ser reconhecidos como prebióticos. Estes prebióticos incluem inulina, que é composta por cadeias longas e curtas de unidades de Fruto-oligossacarídeos e oligofrutose. As raízes de chicória contêm quantidades elevadas de inulina. Fruto-oligossacarídeos de cadeia curta podem ser produzidos por hidrólise de inulina ou por síntese. Tanto a inulina quanto as cadeias curtas de Fruto-oligossacarídeos são amplamente reconhecidas como prebióticos. (Flickinger & Fahey, 2002) Ajuda a normalizar o tempo do trânsito e esvaziamento gástrico, ajudando a normalizar a consistência das fezes, inclusive em momentos de estresse. Aumenta a atividade das enzimas para melhorar a digestão. Aumenta a espessura e comprimento da mucosa, gerando uma maior área de superfície para a absorção de nutrientes. Aumenta a retenção de água melhorando a consistência das fezes. Aumenta o volume fecal, que não só normaliza a consistência, mas também ajuda a diluir potenciais toxinas. Nutrição básica 14 Ácidos graxos essenciais Os ácidos graxos são componentes dos triglicerídeos, principal forma de gordura encontrada nos alimentos. Os ácidos graxos são uma fonte concentrada de energia e desempenham um papel importante na saúde da pele, do sistema imunológico e no desenvolvimento neurológico. Um grupo de ácidos graxos selecionados também proporciona substrato para a produção de compostos que servem para manter a saúde celular, coagulação sanguínea adequada e uma normal resposta inflamatória do corpo. Ainda que existam mais de 70 tipos de ácidos graxos diferentes que funcionam no corpo, cães e gatos (assim como os seres humanos) são capazes de produzir a maioria destes ácidos e não necessitam de uma fonte na sua dieta. GORDURAS As gorduras fornecem uma fonte altamente concentrada de energia e são importantes na textura e palatabilidade de um alimento. As gorduras alimentares são compostas de diferentes combinações de ácidos graxos. Estes ácidos graxos contêm uma cadeia de átomos de carbono, que podem ser unidos por ligações simples ou duplas. A quantidade de ligações duplas na molécula de ácido graxo determina o nível de saturação da gordura. As gorduras saturadas não contêm nenhuma ligação dupla, enquanto gorduras poli-insaturadas contêm mais de uma ligação dupla. VOCÊ SABIA QUE… Os ácidos graxos têm funções importantes. • Mantêm a pele e pelagem saudáveis. • Colaboram na resposta do sistema imunológico na resolução de feridas e infecções. • Promovem uma coagulação normal do sangue. • Ajudam na regulação do fluxo sanguíneo para os tecidos do corpo. • Apoiam na reprodução normal. FONTES DE GORDURAS NOS ALIMENTOS PARA ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO Óleo de cártamo Óleo de linhaça Óleo de peixe Óleo vegetal Gordura de aves Sebo bovino Óleo de girassol Óleo de milho Óleo de soja Gordura animal Gordura de frango quadro 7 Porém, existem alguns ácidos graxos essenciais que são aqueles que um animal não pode produzir em quantidades suficientes e devem ser fornecidos na dieta. Os cães têm uma necessidade na dieta de apenas um único ácido graxo essencial, o ácido linoleico, enquanto os gatos precisam de dois, ácido linoleico e ácido araquidônico. Quando eles são oferecidos em quantidades adequadas na dieta, os cães e gatos utilizam estes ácidos graxos essenciais para produzir todos os outros ácidos graxos necessários ao corpo. Ácidos graxos Ômega 3 e Ômega 6 O termo "ômega" refere-se ao modo em que os ácidos graxos são classificados. Todos os ácidos graxos são constituídos por uma cadeia de átomos de carbono unida a ligações simples e duplas. Cada ácido graxo tem uma quantidade única de carbono e ligações duplas. Os ácidos graxos ômega 3 são ácidos graxos que tem sua primeira ligação dupla localizada na terceira cadeia de carbono, ao passo que os ácidos graxos ômega-6 tem sua primeira ligação dupla no sexto carbono. Embora isto pareça bastante arbitrário, é muito importante fisiologicamente. Devido às suas diferentes estruturas básicas, a utilização pelo organismo de ácidos Ômega 6 e Ômega 3 na dieta, resulta em dois tipos diferentes de compostos celulares derivados. Em outras palavras, quando um cão ou um gato consome uma dieta com ácidos graxos Ômega 3, todos os ácidos graxos subsequentes produzidos no corpo a partir destes ácidos graxos Ômega 3 diferem (as vezes de maneiras importantes) dos ácidos graxos e compostos produzidos a partir dos ácidos graxos Ômega 6 encontrados nos alimentos. Basicamente, isto significa que a alimentação com dietas com diferentes níveis de Ômega 3 e Ômega 6 afeta os tipos de ácidos graxos e compostos relacionados que irão trabalhar dentro do organismo dos cães e gatos. 15 Os dois ácidos graxos essenciais (acido linoleico e ácido araquidônico) são ambos ácidos graxos ômega 6. Se a dieta é deficiente nestes nutrientes essenciais, será desenvolvida deficiência de ácidos graxos. Estes indicadores incluem o atraso do crescimento, lesões de pele, dermatites e perda de pelo. As fontes de ácidos graxos Ômega 6 na dieta são provenientes de gorduras animais e de alguns grãos. Embora nenhuma evidência de que qualquer ácido graxo Ômega 3 seja essencial na dieta, existem cada vez mais estudos que comprovam a necessidade de alguns aminoácidos Ômega-3 paraapoiar o desenvolvimento fetal e a saúde ao longo da vida. Os óleos de peixe e alguns grãos de plantas terrestres fornecem uma rica fonte de ácidos graxos Ômega 3. Gorduras animais (bovina, suína, ovina, aves e peixe) Óleos vegetais (girassol, milho, canola, soja e cártamo) VOCÊ SABIA QUE… Nutrição básica 16 Como ácidos graxos essenciais, o ácido linoleico (cães e gatos) e o ácido araquidônico (apenas gatos) devem ser fornecidos na dieta em níveis ótimos. Uma deficiência resultará em doenças da pele e crescimento deficiente. Pelo menos um ácido graxo Ômega 3, DHA também parece ser essencial para uma saúde ótima, contribuindo para o crescimento e desenvolvimento neuronal e visual. Em animais saudáveis, o ácido araquidônico produz um equilíbrio de compostos que promovem respostas imunológicas e inflamatórias normais e eficazes. Em alguns estados de doença, o equilíbrio de agentes inflamatórios se deteriora e o excesso de ácidos graxos Ômega-6 pode agravar os sintomas. Aumentar os ácidos graxos ômega-3 de cadeia longa na dieta de animais de estimação com estes distúrbios pode reduzir a inflamação e promover a saúde. FONTES DE ÁCIDOS GRAXOS ÁCIDOS GRAXOS ÔMEGA 6 Ácido linoleico (LA): Óleo de girassol, cártamo e soja. Ácido araquidônico (AA): Gordura de aves, porco, carne bovina e alguns óleos de peixe. ÁCIDOS GRAXOS ÔMEGA 3 Ácido alfa-linolênico (ALA): Óleos de linhaça, sementes de abóbora e soja. Ácido eicosapentaenoico (EPA): Óleos de peixes marinhos. Ácido docosahexaenoico (DHA): peixes e algas marinhas. FUNÇÕES DOS ÁCIDOS GRAXOS ÁCIDOS GRAXOS ÔMEGA 6 Ácido linoleico (LA): Fonte de energia, saúde e integridade da pele, precursor de AA Ácido araquidônico (AA): Saúde da pele, função imune, desenvolvimento neuronal, precursor de eicosanoides. ÁCIDOS GRAXOS ÔMEGA 3 Ácido alfa-linolênico (ALA): Fonte de energia, precursor de EPA e DHA. Ácido eicosapentaenoico (EPA): Auxilia no tratamento de doenças inflamatórias. Ácido docosahexaenoico (DHA): Além de auxiliar na resolução de processos inflamatórios, potencializam o desenvolvimento da visão e do cérebro. 17 MINERAIS ESSENCIAIS Os minerais são elementos inorgânicos necessários para o crescimento, o desenvolvimento e a manutenção de todos os sistemas do corpo. Macrominerais são os minerais essenciais encontrados em quantidades maiores no corpo e incluem cálcio, fósforo, magnésio, enxofre e os eletrólitos como sódio, potássio e cloreto. Os microminerais (também chamados de oligoelementos) também são essenciais para a saúde, mas necessários em pequenas quantidades. (O quadro 8 apresenta um resumo das principais funções dos minerais essenciais mais importantes na dieta de um animal de estimação). Atualmente, deficiências minerais são raras em cães e gatos. Quando ocorrem deficiências de minerais, geralmente estão associadas ao desequilibrio na dieta, onde um ou mais minerais são fornecidos em excesso nos alimentos, ou ainda, por alguma doença subjacente. FUNÇÕES DOS MINERAIS ESSENCIAIS quadro 8 Cálcio e fósforo: Necessários para o crescimento e manutenção óssea, coagulação do sangue, transmissão de impulsos nervosos e contração muscular. Uma proporção ideal de cálcio:fósforo na dieta é de cerca de 1,0 a 1,4 partes de cálcio para 1,0 parte de fósforo. Magnésio: Componente esquelético; necessário para as contrações musculares e transmissão de impulso nervoso. Enxofre: Ele é necessário para manter cartilagens saudáveis; necessário para a síntese do hormônio insulina e o agente de coagulação do sangue, a heparina. Eletrólitos - Sódio, Potássio, Cloreto: Regulam os fluidos corporais e equilíbrio ácido-base; necessários para manter a hidratação, a transmissão nervosa, função muscular e metabolismo energético. Ferro: Componente das proteínas transportadoras do oxigênio, hemoglobina e da mioglobina; componente das enzimas envolvidas na respiração celular. Cobre: É necessário para a formação e atividade dos glóbulos vermelhos; necessário para a pigmentação normal do pelo e da pele. Zinco: Atua como um cofator em numerosas enzimas e é necessário para o metabolismo normal dos nutrientes; necessário para o crescimento saudável da pele e do pelo. Microminerais: Cobalto é um componente da vitamina B12. Iodo é um componente essencial dos hormônios da tireóide. Manganês é necessário para o metabolismo dos nutrientes e a formação das cartilagens. Selênio é necessário para proteger as células dos danos produzidos pela oxidação. Nutrição básica 18 VITAMINAS As vitaminas são moléculas orgânicas necessárias ao organismo que, mesmo em pequenas quantidades, são essenciais para a saúde. Desempenham uma variedade de funções no corpo e são classificadas em dois grupos: as vitaminas solúveis em gorduras e vitaminas solúveis em água. As vitaminas solúveis em gordura A, D, E e K, podem ser armazenadas no corpo. As vitaminas solúveis em água incluem as vitaminas B e vitamina C. Estas vitaminas não podem ser armazenadas em quantidades consideráveis no organismo e por isso, devem ser fornecidas diariamente pela dieta (quadro 9). FUNÇÕES DAS PRINCIPAIS VITAMINAS quadro 9 Vitaminas solúveis em gordura (lipossolúveis) Vitamina A (retinol): Necessária para a visão, crescimento ósseo e manutenção de uma pele e pelagem saudáveis. Vitamina D: Regula a absorção e o metabolismo do cálcio; auxilia na calcificação normal dos ossos. Vitamina E (alfa-tocoferol): Age como um antioxidante biológico que protege as células e tecidos do dano oxidativo. Vitamina K: Ele está envolvido na coagulação normal do sangue; também é fornecido pelas bactérias no intestino grosso. Vitaminas solúveis em água (hidrossolúveis) Tiamina (B1): Necessária para a função do sistema nervoso e o uso de energia. Riboflavina (B2): Necessária para reações oxidativas e utilização celular do nutriente. Niacina: Necessária para o metabolismo normal de nutrientes e uso de energia. Piridoxina (B6): Está envolvida no metabolismo de proteínas e aminoácidos. Ácido pantotênico: É necessário para o metabolismo de carboidratos, gorduras e aminoácidos. Biotina: Metabolismo das gorduras e aminoácidos; necessária para uma pele e pelagem saudáveis. Vitamina B12 e Ácido fólico: Juntas, elas são essenciais para a formação de glóbulos vermelhos do sangue. Colina: Precursor do neurotransmissor acetilcolina; Está localizada nas membranas celulares. Vitamina C (ácido ascórbico): É necessária para a formação de colágeno; não é essencial uma fonte direta já que gatos e cães sintetizam quantidades adequadas para satisfazer suas necessidades, mas pode ser interessante como antioxidante. CONSERVAÇÃO DOS ALIMENTOS PARA ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO A conservação dos alimentos para animais pode ser feita incluindo componentes ou nutrientes que protegem o produto do dano oxidativo ou microbiano, para garantir que o alimento forneça uma nutrição saudável e segura ao longo da sua vida útil. Os fabricantes de alimentos para animais devem oferecer produtos que sejam tanto nutritivos como seguros para o consumo por cães e gatos durante toda a vida útil do produto. Os conservantes podem ser incluídos nos alimentos para evitar a contaminação microbiana, a produção de toxinas e para proteger a degradação do alimento e perda de nutrientes durante o armazenamento. • O baixo teor de umidade nos alimentos secos para animais inibe o crescimento da maioria dos microrganismos. O calor elevado durante o cozimento e o uso de latas seladas hermeticamente preserva os alimentos enlatados. • Os alimentos semi-úmidos para animais contêm frequentemente um pH baixo e hidratantes que fixam a água no produto, impossibilitando a invasão de bactérias e fungos. • O sorbato de potássio é incluído em alimentos semi úmidos como um aditivo em alguns alimentos para evitar o crescimento de bolores e leveduras. • O dano oxidativo refere-se à destruição de nutrientes como resultado da exposição ao oxigênio e ao calor. Resulta na perda de nutrientes essenciaisdos alimentos e na produção de compostos tóxicos denominados peróxidos, o que pode ser prejudicial para a saúde dos animais de estimação. 19 Tipos de antioxidantes nos alimentos para animais de estimação Os antioxidantes funcionam para retardar o processo oxidativo e prevenir a destruição das gorduras e nutrientes solúveis em gordura dos alimentos. Ao proteger as gorduras da oxidação, o odor e a textura do alimento são mantidos, evitando o ranço e o acúmulo de produtos finais tóxicos pela degradação lipídica. Como acontece na alimentação humana, tanto antioxidantes sintéticos (fabricados) como os naturais são utilizados nas rações comerciais. Os antioxidantes sintéticos mais comuns são hidroxitolueno butilado (BHT, por sua sigla em Inglês) e o hidroxianisol butilado (BHA, por sua sigla em Inglês). Antioxidantes naturais comumente usados são tocoferois misturados (vitamina E), ácido ascórbico (vitamina C), ácido cítrico e alecrim. BHT e BHA: São produtos sintéticos semelhantes em estrutura à vitamina E e são antioxidantes comumente utilizados em muitos alimentos para seres humanos e animais de estimação. Estes compostos são altamente eficazes em proteger as gorduras animais, mas são ligeiramente menos eficazes quando são usados para proteger óleos vegetais. Os métodos de processamento de alimentos e conservantes trabalham em conjunto para prevenir a contaminação microbiana em alimentos comerciais: Os conservantes protegem os alimentos contra a perda de nutrientes: Os alimentos formulados para cães e gatos contêm gorduras animais, óleos vegetais e vitaminas solúveis em gordura A, D, E e K. Devido à sua estrutura química, estes nutrientes são mais susceptíveis ao dano oxidativo, o que pode conduzir à deterioração do produto. • Os alimentos que receberam baixos níveis de dano oxidativo podem mudar a textura e desenvolver um odor e sabor desagradáveis. • Os antioxidantes são incluídos nos alimentos para animais, a fim de proteger as gorduras e nutrientes solúveis em gordura do dano oxidativo. Nutrição básica 20 Vida útil dos alimentos para animais de estimação O termo "prazo de validade" refere-se à quantidade de tempo, normalmente medido em meses, a qual um alimento mantém a sua qualidade e pode ser fornecido sem uma perda de nutrientes ou de sabor. Alimentos secos para animais têm uma vida útil entre 6 e 18 meses, enquanto produtos enlatados normalmente têm uma vida útil de 24 meses. A seguir, alguns conselhos práticos para o proprietário garantir que está oferecendo alimentos frescos e que aproveite ao máximo os alimentos para cães e gatos: • Sempre verifique a data de validade que aparece na embalagem dos alimentos no momento da compra para garantir que o produto esta dentro de sua vida útil. Os fabricantes de alimentos de alta qualidade incluem esta informação em um formato que seja fácil de ler e entender. Verifique se o alimento está no período recomendado de uso e evite a compra de mais alimentos do que o animal de estimação irá consumir durante o período de vida útil do produto. • O armazenamento adequado dos alimentos para animais de estimação ajuda a manter a integridade nutricional dos alimentos e evita a contaminação e as perdas de nutrientes devido à umidade ou exposição ao calor excessivo. Mantenha os alimentos fechados, em local fresco e seco, longe do piso. Sacos abertos de alimentos secos devem ser armazenados em recipientes limpos, secos com tampas que possam ser fechados hermeticamente. Alimentos úmidos (latas ou sachês) abertos devem ser fechados com uma tampa e armazenados na geladeira; podem ser consumidos até 24 horas depois de terem sido abertos. • Donos de animais que desejam escolher alimentos que incluem um tipo ou grupo particular de conservantes pode encontrar essa informação no rótulo dos alimentos para animais ou contatando diretamente o fabricante do alimento. Tocoferóis mistos (Vitamina E): A vitamina E, ou alfa-tocoferol, é o antioxidante natural mais amplamente utilizado. Fisiologicamente, a vitamina E funciona como um antioxidante em tecidos do corpo e também protege as gorduras na dieta da destruição oxidativa. No entanto, a vitamina E é apenas um dos vários tipos de tocoferóis. Embora outras formas não sejam vitaminas essenciais, elas são altamente eficazes como antioxidantes de alimentos. Por esta razão, os tocoferóis mistos são muitas vezes utilizados como antioxidantes porque proporcionam o nível mais elevado de proteção para alimentos. Uma desvantagem deste grupo de compostos é que os tocoferóis se decompõem rapidamente ao proteger as gorduras contra a oxidação, o que leva a uma vida útil mais curta dos alimentos estabilizados unicamente com tocoferóis. No entanto, na formulação de alimentos, os fabricantes levam isso em conta e, por esse motivo, utilizam uma combinação de compostos antioxidantes e declaram uma vida útil apropriada e segura em seus produtos. Ácido ascórbico (vitamina C): O ácido ascórbico funciona como um antioxidante natural, mas é de valor limitado como um antioxidante de alimentos, porque é um composto solúvel em água e não é facilmente solúvel com a porção lipídica dos alimentos. No entanto, a vitamina C demostra sim ter um benefício a mais de proteção quando é incluída com outros antioxidantes tais como o BHT e tocoferóis mistos. Por esta razão, é usado para complementar os efeitos protetores de tocoferóis mistos em alimentos que contêm apenas antioxidantes naturais. 21 Fatores que afetam o nível de energia de um alimento: O desempenho energético de um alimento depende da composição de nutrientes (em outras palavras, a quantidade de gordura, carboidratos e proteínas que contêm) e a qualidade dos alimentos (quão digestíveis e disponíveis estão seus nutrientes para o animal que o consome). Por exemplo: um alimento contendo uma proporção relativamente elevada de gordura altamente digestível é mais “denso em energia” ou "concentrado" do que um alimento com menor teor de gordura e menor digestibilidade. Isto significa que o alimento vai trazer ao animal mais calorias por porção do que alimentos com menos gordura. ENERGIA Enquanto a energia não é um nutriente, por si só, é o segundo maior (depois da água) em consideração nutricional. Ingestão energética inadequada leva ao fraco crescimento e uma perda de gordura corporal e tecido magro. Hoje é cada vez mais comum o consumo em excesso de energia, levando à obesidade e a seus problemas de saúde associados. A forma mais comum de expressar a energia é em em calorias (kcal) ou energia metabolizável (EM). Os três nutrientes na dieta que fornecem energia são gorduras, proteínas e carboidratos. Transmissão do impulso nervoso Renovação e formação de novos tecidos Transporte de moléculas através das células Digestão e absorção dos nutrientes nos alimentos Manutenção da temperatura corporal Movimento e atividade Processo de sínteses (crescimento, gestação, lactação) Função da energia quadro 10 Nutrição básica 22 Fatores que afetam as necessidades energéticas de um animal de estimação: FATORES QUE INFLUENCIAM NAS NECESSIDADES ENERGÉTICAS DE UM ANIMAL DE ESTIMAÇÃO • Idade: Os animais jovens necessitam de mais energia do que os animais mais velhos. • Etapa da vida: Os animais gestantes, lactantes e em crescimento apresentam maiores necessidades energéticas. • Porte: As diversas raças podem apresentar diferenças gerais em seus índices metabólicos (ou seja, quão eficientemente utilizam calorias). Em geral, raças de pequeno porte demandam maiores necessidades energéticas se comparadas a raças de grande porte. • Estado físico: Os cães mais magros e que estão em forma requerem mais energia para manter seu estado físico que os cães que tem sobrepeso ou mais gordura corporal. • Pelagem: Cães de pelagem exóticas requerem mais energia para regular a temperatura corporal (ex. Cristado chinês, Chow Chow). • Temperatura ambiental: As temperaturas extremascausam um aumento nas necessidades energéticas para manter a temperatura corporal normal (ofegar ou tremer). • Nivel de atividade: Os cães altamente ativos requerem mais energia do que os cães sedentários. VOCÊ SABIA QUE… As gorduras da dieta são a fonte de energia mais concentrada nos alimentos, proporcionando mais que o dobro da energia dos carboidratos ou das proteínas: • As gorduras contêm 8,5 kcal/g • As proteínas contêm 3,5 kcal/g • Os carboidratos contêm 3,5 kcal/g As necessidades energéticas diárias de um cão ou de um gato são modificadas ao longo da sua vida e são influenciadas por vários fatores. Em geral, animais de estimação jovens e ativos têm requisitos energéticos mais elevados do que os dos adultos mais calmos. No entanto, várias características e atributos relacionados com o estilo de vida afetam a quantidade de alimento (e energia) que um animal de estimação precisa para manter uma condição saudável e em forma (Quadro 10). 23 Mitos e realidades dos alimentos para animais de estimação Dada a grande variedade de alimentos para animais de estimação que está disponível para a escolha dos proprietários, não é de se admirar que exista confusão e equívocos sobre nutrição de cães e gatos. Saber o valor nutricional dos principais ingredientes que compõem os alimentos para animais de estimação ajuda o proprietário a distinguir entre mitos e realidades sobre os alimentos mencionados. Além disso, aprender quais alimentos são seguros e quais acarretam riscos permite que os proprietários escolham melhor os alimentos, garantindo assim a saúde e a segurança do seu animal de estimação. A seguir apresentaremos algumas crenças e mitos mais comuns sobre nutrição animal, juntamente com as preocupações e as questões mais frequentes. REALIDADE: • Quando cozido corretamente, o milho é uma fonte altamente digestível de carboidratos (amido), que são importantes no conteúdo energético de um alimento. Além disso, a fibra do milho ajuda a função do trato gastrointestinal e na saúde. • O farelo de glúten de milho é uma fonte concentrada de proteína na dieta (geralmente mais de 65% de proteína) e contém um perfil de aminoácidos que complementa as proteínas animais. O farelo de glúten de milho tem uma digestibilidade superior a algumas farinhas de carne / aves e de fontes de carne, bovina ou frango, embora seja necessária uma combinação entre diferentes fontes para um melhor perfil de aminoácidos. • Enquanto alguns cães podem desenvolver alergias a proteína contida nos alimentos, algumas pesquisas tem mostrado que o milho é uma causa menos comum de alergia alimentar. • Outros benefícios do milho: - Milho e farelo de glúten de milho contêm altos níveis de antioxidantes naturais, tais como betacaroteno. - Ao contrário de muitas fontes de proteína de carne, o farelo de glúten de milho tem baixo teor de gordura e pode ser usado para criar dietas ricas em proteínas e baixo teor de gordura para uso no controle do peso. - O farelo de glúten de milho, se for processado de uma maneira particular, ajuda naturalmente a acidificar a urina dos gatos, o que pode ajudar a manter um trato urinário saudável. MITO: “Milho e glúten de milho têm baixa qualidade, valor nutritivo mínimo e produzem alergias”. Nutrição básica 24 REALIDADE: • A alergia alimentar é a terceira causa mais comum de dermatite alérgica em animais de estimação. Alergias inalantes (poeira, mofo, pólen) são extremamente comuns. As alergias podem se desenvolver ante qualquer proteína da dieta, que já esteja presente em um alimento comercial ou em um alimento caseiro. • Quando ocorre uma alergia aos alimentos, o alergênico causador é quase exclusivamente uma proteína; gorduras não podem produzir uma resposta alérgica. Animais de estimação têm a mesma probabilidade de serem alérgicos a ingredientes de origem vegetal e animal; as proteínas de origem vegetal não são mais alergênicas do que os ingredientes de base animal. A maior parte da população de animais de estimação não apresenta alergias a alimentos. REALIDADE: • As dietas compostas principalmente por carne ou por carne e osso de aves muitas vezes não fornecem uma nutrição completa e equilibrada. A deficiência de cálcio e um desequilíbrio na proporção cálcio:fósforo são problemas comuns associados a alimentos caseiros e crus. • As dietas caseiras com alimentos crus representam vários riscos para a saúde dos animais de estimação (e, possivelmente, também para os proprietários). A carne crua é uma fonte de diversos agentes patogênicos que podem causar doenças transmissíveis pelo alimento e também para os seres humanos. A ingestão de algum pedaço de osso afiado coloca os cães e gatos em risco de trauma oral ou perfuração do trato gastrointestinal. REALIDADE: • Os regulamentos que regem os ingredientes de alimentos para animais proíbem especificamente a inclusão de penas, cascos, pelo, couro, estrume e conteúdo estomacal provenientes de farinha de subprodutos. MITO: “As farinhas de subprodutos e as farinhas de carne contêm partes de animais, tais como penas, cascos e fezes”. MITO: “Os ingredientes comuns usados em alimentos para animais, tais como o milho, carne de frango, são altamente alergênicos. O cordeiro / salmão são hipoalergênicos e, portanto, uma opção melhor”. MITO: “As dietas de alimentos crus imitam a dieta natural de lobos e gatos e constituem uma escolha melhor para cães e gatos domésticos do que as rações comerciais”. 25 REALIDADE: • Animais de estimação saudáveis idosos se beneficiam da proteína de alta qualidade em suas dietas. Pesquisas feitas pela Nestlé® Purina® indicaram que animais mais velhos podem ter maior necessidade de proteína em comparação com adultos jovens. Estas proteínas adicionais ajudam cães idosos a manter um sistema imunológico saudável e retardar os sinais de envelhecimento que estão associados com a perda de tecido magro (músculo). • As proteínas da dieta de um animal de estimação de idade avançada não devem diminuir a menos que o animal possua alguma necessidade especifica e seja recomendado por um médico veterinário. REALIDADE: • Se os grãos são processados corretamente, os gatos podem digerir os carboidratos de grãos com eficiência acima de 90%. • Os gatos, como outros carnívoros, têm uma elevada necessidade de proteína e devem ter uma certa quantidade de carnes na sua dieta para satisfazer as necessidades de determinados nutrientes, tais como ácido araquidônico, taurina e vitamina A pré-formada. • Quando as fontes de carboidratos a partir de grãos estão presentes na dieta de um gato, a níveis adequados, proporcionam uma fonte de energia altamente disponível para gatos. REALIDADE: • É necessária uma nutrição equilibrada e completa para ter uma pele e pelagem saudáveis. Os ácidos graxos essenciais são apenas uma classe de nutrientes que contribuem para a condição da pele. O alimento do animal de estimação também deve fornecer suficiente proteína, zinco, cobre e vitaminas. • A suplementação de ácidos graxos não se torna necessária se o animal consome um alimento completo e equilibrado de alta qualidade, a não ser que seja recomendado por um médico veterinário para uma condição individual de algum animal. MITO: “Suplementar a dieta de um cão ou gato com ácido linoleico contribui para uma pele e pelagem saudáveis”. MITO: “Os animais mais velhos devem comer uma dieta de baixa proteína. O excesso de proteína na dieta provoca danos nos rins em cães e gatos”. MITO: “Gatos são carnívoros verdadeiros, não toleram uma dieta de grãos e não podem digerir a proteína vegetal”. Nutrição básica 26 REALIDADE: • A Vitamina K é essencial para o corpo para uma coagulação sanguínea adequada. • Em circunstancias ideais, os animais de estimação obtém a vitamina K necessária a partir de ingredientes naturais em seu alimento e também atravésda produção de vitamina K no seu organismo. • A vitamina K é adicionada no alimento para garantir que os animais consumam um nível adequado de vitamina K. Sem esse adicional existe o risco de deficiência em alguns animais de estimação. • O complexo bissulfito de menadiona de sódio, uma fonte de vitamina K adicionado a alimentos para animais, tem sido usado com segurança em alimentos para animais por anos. MITO: “Animais de estimação podem produzir sua própria vitamina K , não precisam de uma fonte na dieta. Além disso, o ingrediente chamado complexo de bissulfito de menadiona de sódio é tóxico e não deve ser incluído no alimento para animais de estimação". 27 Perguntas mais frequentes sobre a nutrição e alimentação dos animais de estimação É prejudicial ao meu animal de estimação alimentá-lo com os restos de comida ocasionalmente? • Alguns donos adicionam pequenas quantidades de sobras de comida no recipiente de comida de seu cão ou gato, enquanto outros simplesmente oferecem as sobras com a mão como forma de agrado. Esta ação não se torna prejudicial apenas se for realizada ocasionalmente. • No entanto, é importante lembrar que, embora o proprietário possa estar comendo uma dieta equilibrada, sobras de comida oferecidos para o animais de estimação muitas vezes não são nutricionalmente equilibradas. Por exemplo, embora os cães e gatos gostem de cortes de gordura e restos de carne, o tecido muscular da carne e de aves por si só não pode fornecer uma nutrição completa. • No geral, devemos limitar a quantidade e a frequência de sobras de comida, guloseimas e qualquer outro petisco oferecidos para menos de 10% das calorias diárias para um animal de estimação. Essas calorias devem ser refletidas na diminuição de calorias na ração diária ofertada. Meu gato ama o sabor do peixe. É seguro alimentá-lo com pequenas quantidades, enquanto eu estou cozinhando? • Alguns gatos gostam do sabor do peixe, principalmente porque é um alimento com alto teor de proteína. Como outras variedades de carne, peixe sozinho não pode fornecer uma nutrição completa. Além disso, alguns tipos de peixes contêm pequenos espinhos que são difíceis de remover; eles podem se alojar na garganta ou no trato gastrointestinal do gato e causar ferimentos. • Peixe cru nunca deve ser oferecido aos animais de estimação por causa do risco de transmissão de parasitas como Diphyllobothrium latum, responsável pela Difilobotríase em humanos. • Alguns peixes crus podem causar deficiência de tiamina. Certos indicadores de deficiência de tiamina incluem perda de apetite, postura anormal, fraqueza, convulsões e morte. Existe alguma quantidade de chocolate que seja segura para cães? • A razão pela qual o chocolate não é considerado seguro para cães está relacionada com o seu teor de teobromina. Mesmo uma pequena quantidade (menos de 28 g de chocolate ao leite por quilograma de peso do corpo) pode ser fatal. • Um cão que tenha consumido chocolate em excesso apresentará sinais de vômitos, diarreia, respiração ofegante, aumento da frequência urinária e tremores musculares. Os sintomas geralmente se desenvolvem cerca de 4-5 horas depois que o cão comeu chocolate e podem ser fatais caso não sejam tratados por um médico veterinário rapidamente. (Em geral, isso não é um problema em gatos, já que eles não identificam o sabor de alimentos doces como os cães, embora também seja tóxico). É seguro adicionar óleo ou gordura no alimento de meu animal de estimação? • Alguns donos de animais adicionam gordura ou óleo de cozinha no alimento habitual de seu animal de estimação para melhorar sabor, fornecer vitaminas adicionais e melhorar a saúde da pele e a pelagem. Embora cada uma dessas razões tenha alguma verdade, a suplementação não é necessária e apresenta vários riscos: - Suplementos, como óleos e gorduras adicionadas no alimento, raramente são necessários quando o animal possui uma alimentação completa e balanceada. - Agregar gordura no alimento de um animal de estimação, também aumenta substancialmente as calorias. Os óleos são calóricos e contêm mais calorias do que os proprietários podem perceber. Ao longo do tempo, até mesmo uma pequena quantidade de óleo ou gordura adicionada diariamente ao alimento pode adicionar um peso corporal extra. Minha avó sempre alimenta seus gatos com leite de vaca fresco. Ela insiste que eles precisam para se manterem saudáveis. Devo alimentar meu gato com leite? • O leite, quando oferecido, deve ser dado em pequenas quantidades e nunca utilizado como um substituto para a água. Alguns cães e gatos adultos são incapazes de digerir grandes quantidades de leite e sofrem desconfortos digestivos quando o fazem, podendo apresentar vômito e diarréia. • A Nestlé® Purina® comercializa leite específico para gatos em alguns países. É especialmente formulado e serve como uma alternativa mais saudável para o leite de vaca, o qual nem todos os gatos são capazes de digerir. Nutrição básica 28 É seguro adicionar ovo cru no alimento seco para meu cão ou gato todos os dias? • Não. Existem vários riscos associados com ovo cru adicionado ao alimento do animal de estimação. A clara do ovo contém substâncias inibitórias que reduzem a digestão da proteína da dieta e inibem a absorção de biotina. • Alguns indicadores de deficiência de biotina incluem dermatite, perda de pelo e crescimento deficiente. Eu li que o alho pode ser tóxico para cães e gatos. Isso é verdade? • Sim, mas não somente o alho, a cebola tambem é tóxica para animais de estimação. No entanto, o alho em pó não é. Na verdade, alho em pó e saborizantes de alho são utilizados para melhorar a palatabilidade em alguns alimentos para animais. • O alho processado (por exemplo: óleo, pó, saborizante) torna-se menos tóxico. Os compostos voláteis do enxofre (que podemos sentir o odor quando descascamos, esmagamos ou cozimos) são liberados durante o processamento, reduzindo sua toxicidade para os animais de estimação. • Alguns outros alimentos como abacate, macadâmia, uva e chocolate também são tóxicos, por isso evite alimentos que você não tem certeza sobre a toxidade. 29 Há mais de 85 anos cuidando da nutrição e saúde de cães e gatos no Brasil e no mundo. NUTRIÇÃO AVANÇADA ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO: NOSSO OBJETIVO, NOSSA PAIXÃO Na NESTLÉ® PURINA® Pet Care, nossos técnicos trabalham com paixão com o objetivo de enriquecer a vida de cães e gatos, pois acreditamos que eles tornam a nossa vida melhor. Inovamos para criar produtos, porque nós queremos ajudar a proteger a saúde e a melhorar a qualidade de vida dos animais de estimação. Todos os alimentos da NESTLÉ® PURINA® são desenvolvidos na Purina Pet Care Center localizada em St. Louis (Missouri, Estados Unidos) e em Aubigry (França). Nossa equipe de pesquisadores, integrada por nutricionistas e médicos veterinários, lidera programas de pesquisa com tecnologias avançadas, a fim de desenvolver alimentos que levem nutrição da mais alta qualidade aos animais de estimação. NOSSO COMPROMISSO COM OS PROFISSIONAIS Na NESTLÉ® PURINA® Pet Care oferecemos aos profissionais as ferramentas necessárias para que possam desenvolver sua tarefa apoiados em produtos de excelente qualidade e cientificamente testados.
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