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Livro de Nutrição Clínica Canina e Felina - Nestlé Purina

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Prévia do material em texto

Nutrição
Clínica
Canina e
Felina
Guia prático de
referência para uso
diário no exercício da
medicina veterinária
Nestlé® Purina®
PetCare®
// VERSO DA CAPA DURA //
Publicado por The Gloyd Group, Inc. 
Wilmington, Delaware
©2010 Nestlé® Purina® PetCare Company
Todos os direitos resevados.
Impresso no Brasil, 2016
Nestlé Brasil Ltda
Avenida Dr. Chucri Zaidan 246
Vila Cordeiro, São Paulo, SP 
Primeira Impressão, 2010.
Este livro está protegido por direitos autorais. 
É proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer
meio ou processo.
ISBN 978-0-9764766-0-3
As doses e informações apresentadas neste manual foram
pesquisadas e descritas, baseadas nas referências bibliográficas
citadas; entretanto, devido às constantes pesquisas e
atualizações na área podem ocorrer alterações após a sua
publicação. Recomendamos que o médico veterinário se
informe no tocante às recomendações e contraindicações
descritas para as medicações apresentadas e as utilize de
acordo com a avaliação individual de cada paciente, sendo de
sua total responsabilidade sua utilização.
11
Manual Nestlé® Purina®
PetCare sobre Nutrição
Clínica Canina e Felina
Índice
4 n Colaboradores
Doenças Alérgicas
6 n Dermatites alérgicas - Cães
Stephen D. White, DVM, DACVD
8 n Dermatites alérgicas - Gatos 
Stephen D. White, DVM, DACVD
Doenças Artríticas
10 n Osteoartrite - Cães
Denis Marcellin-Little, DEDV, DACVS, DECVS, 
DACVSMR
12 n Osteoartrite/Doença degenerativa 
articular - Gatos
B. Duncan X. Lascelles, BSc, BVSC, PhD, MRCVS, 
CertVA, DSAS(ST), DECVS, DACVS
Doenças Cardiopulmonares
14 n Doença cardíaca - Cães
Lisa M. Freeman, DVM, PhD, DACVN
18 n Doença cardíaca - Gatos
Lisa M. Freeman, DVM, PhD, DACVN
22 n Quilotórax - Gatos
Kathryn E. Michel, DVM, MS, DACVN
Cuidados intensivos
24 n Nutrição em cuidados intensivos - 
Cães
Daniel L. Chan, DVM, MRCVS, DACVECC, 
DACVN
26 n Nutrição em cuidados intensivos - 
lipidose hepática felina
Daniel L. Chan, DVM, MRCVS, DACVECC, 
DACVN
Doenças endócrinas e metabólicas
28 n Diabetes mellitus - Cães
Linda Fleeman, BVSc, MACVSc, PhD
Jacquie Rand, BVSc, DVSc, DACVIM
30 n Diabetes mellitus - Gatos
Jacquie Rand, BVSc, DVSc, DACVIM 
Linda Fleeman, BVSc, MACVSc, PhD
Rebecca Remillard, PhD, DVM, DACVN
33 n Sobrepeso/Obesidade - Cães
Sean J. Delaney, DVM, MS, DACVN
36 n Sobrepeso/Obesidade - Gatos
Rebecca Remillard, PhD, DVM, DACVN
Transtornos Gastrointestinais
38 n Constipação - Cães
Sally Perea, DVM, MS, DACVN
40 n Constipação - Gatos
Sally Perea, DVM, MS, DACVN
42 n Diarreia do intestino delgado - 
Cães
Debra L. Zoran, DVM, PhD, DACVIM
44 n Diarreia do intestino delgado - 
Gatos
Debra L. Zoran, DVM, PhD, DACVIM
46 n Diarreia do Intestino Grosso - 
Cães
Debra L. Zoran, DVM, PhD, DACVIM
48 n Diarreia do Intestino Grosso - 
Gatos
Debra L. Zoran, DVM, PhD, DACVIM
52 n Colite - Cães
Scott Campbell, BVSc, MACVSc, DACVN
54 n Colite - Gatos
Scott Campbell, BVSc, MACVSc, DACVN
56 n Insuficiência pancreática exócrina 
- Cães
Scott Campbell, BVSc, MACVSc, DACVN
58 n Gastroenterite/Vômitos - Cães
Korinn E. Saker, DVM, PhD, DACVN
60 n Gastroenterite/Vômitos - Gatos
Korinn E. Saker, DVM, PhD, DACVN
62 n Enteropatias crônicas - Cães
Frédéric P. Gaschen, Dr.med.vet., Dr.habil., 
DACVIM, DECVIM-CA
Dottie Laflamme, DVM, PhD, DACVN
64 n Enteropatias Crônicas - Gatos
Frédéric P. Gaschen, Dr.med.vet., Dr.habil., 
DACVIM, DECVIM-CA
Dottie Laflamme, DVM, PhD, DACVN
66 n Linfangiectasia - Cães
Debra L. Zoran, DVM, PhD, DACVIM
68 n Pancreatite - Cães
Kathryn E. Michel, DVM, MS, DACVN
70 n Pancreatite - Gatos
Kathryn E. Michel, DVM, MS, DACVN
Doenças Hepáticas
72 n Doença hepática - Cães
David C. Twedt, DVM, DACVIM
74 n Doença hepática - Gatos
David C. Twedt, DVM, DACVIM
76 n Encefalopatia hepática - Cães
David C. Twedt, DVM, DACVIM
78 n Encefalopatia hepática - Gatos
David C. Twedt, DVM, DACVIM
80 n Hiperlipidemia - Cães
John E. Bauer, DVM, PhD, DACVN
82 n Hiperlipidemia - Gatos
John E. Bauer, DVM, PhD, DACVN
2
Doenças do trato urinário
84 n Doença renal - Cães
David J. Polzin, DVM, PhD, DACVIM
86 n Doença renal - Gatos
David J. Polzin, DVM, PhD, DACVIM
88 n Urolitíase por Oxalato de Cálcio -
Cães
Joseph W. Bartges, DVM, PhD, DACVIM, 
 DACVN
90 n Doença do trato urinário inferior -
Cistite idiopática e urolitíase por
estruvita/Oxalato de Cálcio - 
Gatos 
Joseph W. Bartges, DVM, PhD, DACVIM, 
DACVN
92 n Urolitíase por uratos - Cães
Joseph W. Bartges, DVM, PhD, DACVIM, 
DACVN
Manejo Nutricional de
Doenças Concomitantes
96 n Diabetes mellitus e doenças
renais - Gatos
Rebecca Remillard, PhD, DVM, DACVN
98 n Diabetes mellitus e obesidade -
Gatos
Rebecca Remillard, PhD, DVM, DACVN
100 n Diabetes mellitus e cistite
relacionada com cristais - Gatos
Rebecca Remillard, PhD, DVM, DACVN
102 n Pancreatite e doença renal
crônica - Cães
Jennifer Larsen, DVM, PhD, DACVN
104 n Gastroenterite alérgica/Doença
inflamatória intestinal e doença 
renal crônica – Cães
Jennifer Larsen, DVM, PhD, DACVN
106 n Gastroenterite Alérgica/Doença
Inflamatória Intestinal e Doença 
Renal Crônica – Gatos
Jennifer Larsen, DVM, PhD, DACVN
108 n Urolitíase por oxalato de cálcio e
hiperlipidemia - Cães
Joseph W. Bartges, DVM, PhD, DACVIM, 
DACVN
110 n Doença renal crônica e 
obesidade - Cães
Donna M. Raditic, DVM, CVA
Joseph W. Bartges, DVM, PhD, DACVIM, 
DACVN
112 n Doença renal crônica e obesidade
- Gatos
Donna M. Raditic, DVM, CVA
Joseph W. Bartges, DVM, PhD, DACVIM, 
DACVN
116 n Urolitíase por estruvita e
obesidade - Gatos
Donna M. Raditic, DVM, CVA
Joseph W. Bartges, DVM, PhD, DACVIM, 
DACVN
118 n Referências
123 n Apêndice I - Sistema de escore de
condição corporal (ECC) Nestlé® Purina®
125 n Apêndice II - Formulário de histórico 
alimentar
127 n Apêndice III - Cálculos úteis na nutrição 
clínica 
3
Lisa M. Freeman, DVM, PhD, DACVN
Professora do Departamento de Ciências Clínicas
Faculdade de Medicina Veterinária Cummings
Universidade de Tufts, North Grafton, Massachusetts
Diabetes Mellitus – Cães
Diabetes Mellitus – Gatos
Frédéric P. Gaschen, Dr.med.vet., Dr.habil., DACVIM,
DECVIM-CA
Professor e Chefe, Medicina de Animais de Companhia
Departamento de Ciências Clínicas Veterinárias
Faculdade de Medicina Veterinária
Universidade do Estado de Luisiana, Baton Rouge, Luisiana
Enteropatias crônicas – Cães
Enteropatias crônicas – Gatos
Dottie Laflamme, DVM, PhD, DACVN
Especialista em Comunicação – Nutrição Veterinária
Nestlé PURINA PetCare Research
Enteropatias Crônicas – Cães
Enteropatias Crônicas – Gatos
Jennifer Larsen, DVM, PhD, DACVN
Professora Assistente de Nutrição Clínica
Nutricionista Clínica, Serviço de Apoio Nutricional
Hospital Escola de Medicina Veterinária
Universidade da Califórnia, Davis, Califórnia
Pancreatite e doença renal crônica – Cães
Gastroenterite alérgica/Doença inflamatória intestinal e
doença renal crônica - Cães
Gastroenterite alérgica/Doença inflamatória intestinal e
doença renal crónica – Gatos
B. Duncan X. Lascelles, BSc, BVSC, PhD, MRCVS, CertVA,
DSAS(ST), DECVS, DACVS
Professor Associado, Cirurgia de Pequenos Animais
Departamento de Ciências Clínicas
Faculdade de Medicina Veterinária
Universidade do Estado da Carolina do Norte, Raleigh, Carolina
do Norte
Osteoartrite/Doença degenerativa das articulações – Gatos
Denis Marcellin-Little, DEDV, DACVS, DECVS, DACVSMR
Professor, Ortopedia
Departamento de Ciências Clínicas
Faculdade de Medicina Veterinária
Universidade do Estado da Carolina do Norte, Raleigh, Carolina
do Norte
Osteoartrite – Cães 
Colaboradores
Joseph W. Bartges, DVM, PhD, DACVIM, DACVN
Professor de Medicina Veterinária e Nutrição
Responsável pela área de Pesquisas em Pequenos Animais
Departamento de Ciências Clínicas de Pequenos Animais
Faculdade de Medicina Veterinária da
Universidade do Tennessee, Knoxville, Tennessee
Urolitíase por oxalato de cálcio – Cães
Doença do trato urinário inferior em gatos – Cistite idiopática
e urolitíase por estruvita/oxalato de cálcio
Urolitíase por uratos – Cães
Urolitíase por oxalato de cálcio e hiperlipidemia– Gatos
Doença renal crônica e obesidade – Cães
Doença renal crônica e obesidade – Gatos
Urolitíase por estruvita e obesidade – Gatos
John E. Bauer, DVM, PhD, DACVN
Professor de Nutrição Clínica em Mark L. Morris
Departamento de Ciências Clínicas de Pequenos Animais
Faculdade de Medicina Veterinária e Ciências Biomédicas
Universidade do Texas A&M, College Station, Texas
Hiperlipidemia – Cães
Hiperlipidemia – Gatos
Scott Campbell, BVSc (Hons), MACVSc, DACVN
Professor Titular, Serviço de Apoio em Nutrição Clínica
Faculdade de Ciências Veterinárias da
Universidade de Queensland, Brisbane, Austrália
Proprietário do Booval Veterinary Hospital, Booval, Australia
Colite – Cães
Colite – Gatos
Insuficiência pancreática exócrina – Cães
Daniel L. Chan, DVM, MRCVS, DACVECC, DACVN
Professor de Cuidados Intensivos e Emergências, e Nutricionista
Clínico
Seção de Cuidados Intensivos e Emergências
Departamento de Ciências Clínicas Veterinárias
Royal Veterinary College
Hertfordshire, Reino Unido
Nutrição em Cuidados Intensivos – Cães
Nutrição em Cuidados Intensivos – Lipidose Hepática em gatos
Sean J. Delaney, DVM, MS, DACVN
Fundador, Davis Veterinary Medical Consulting, Inc.
Davis, California
Sobrepeso/Obesidade – Cães
Linda Fleeman, BVSc, PhD, MACVSc
Diabetes Animal Australia
Boronia Veterinary Clinic
Melbourne, Victoria, Australia
Diabetes Mellitus – Cães
Diabetes Mellitus – Gatos
4
5
Kathryn E. Michel, DVM, MS, DACVN
Professora Associada de Nutrição
Departamento de Estudos Clínicos - Filadélfia
Faculdade de Medicina Veterinária
Universidade da Pensilvânia, Filadélfia, Pensilvânia
Quilotórax – Gatos
Pancreatite – Cães
Pancreatite – Gatos
Sally Perea, DVM, MS, DACVN
Davis Veterinary Medical Consulting, Inc.
Davis, Califórnia
Constipação – Cães
Constipação – Gatos
David J. Polzin, DVM, PhD, DACVIM
Professor de Medicina Interna e Nefrologia
Departamento de Ciências Clínicas Veterinárias
Faculdade de Medicina Veterinária
Universidade de Minnesota, St. Paul, Minnesota
Doença renal crônica – Cães
Doença renal crônica – Gatos
Donna M. Raditic, DVM, CVA
Professora Clínica Assistente Adjunta
Serviço de Medicina Integradora
Faculdade de Medicina Veterinária
Universidade do Tennessee, Knoxville, Tennessee
Residente de Nutrição
Angell Animal Medical Center, Boston, Massachusetts
Doença renal crónica e obesidade – Cães
Doença renal crônica e obesidade – Gatos
Urolitíase por estruvita e obesidade – Gatos
Jacquie Rand, BVSc, DVSc, DACVIM
Diretora, Centro para a Saúde de Animais de Companhia
Faculdade de Ciências Veterinárias
Universidade de Queensland, St. Lucie, QLD, Australia
Diabetes ellitus – Cães
Diabetes Mellitus – Gatos
Rebecca L. Remillard, PhD, DVM, DACVN
Membro do Grupo de Veterinários, Nutrição e Diretora de
Pesquisas Clínicas Angell Animal Medical Center, Boston,
Massachusetts
Diabetes mellitus – Gatos
Sobrepeso/Obesidade – Gatos
Diabetes mellitus e doença renal – Gatos
Diabetes mellitus e obesidade – Gatos
Diabetes mellitus e cistite relacionada com cristais – Gatos
Korinn E. Saker, DVM, PhD, DACVN
Professora Associada, Nutrição Clínica
Ciências Biomédicas Moleculares
Faculdade de Medicina Veterinária
Universidade do Estado da Carolina do Norte, Raleigh, Carolina
do Norte
Gastroenterite/Vômitos – Cães
Gastroenterite/Vômitos – Gatos
David C. Twedt, DVM, DACVIM
Professor, Medicina de Pequenos Animais
Departamento de Ciências Clínicas
Faculdade de Medicina Veterinária e Ciências Biomédicas
Universidade do Estado do Colorado, Fort Collins, Colorado
Doença hepática – Cães
Doença hepática – Gatos
Encefalopatia hepática – Cães
Encefalopatia hepática – Gatos
Stephen D. White, DVM, DACVD
Professor
Departamento de Medicina e Epidemiologia
Faculdade de Medicina Veterinária
Universidade da Califórnia, Davis, Califórnia
Dermatite alérgica – Cães
Dermatite alérgica – Gatos
Debra L. Zoran, DVM, PhD, DACVIM
Professora Associada e Chefe da Medicina Interna de Pequenos
Animais
Departamento de Ciências Clínicas de Pequenos Animais
Faculdade de Medicina Veterinária e Ciências Biomédicas
Universidade do Texas A&M, College Station, Texas
Diarreia do intestino delgado – Cães
Diarreia do intestino delgado – Gatos
Diarreia do intestino grosso – Cães
Diarreia do intestino grosso – Gatos
Linfangiectasia – Cães
6
Valores recomendados de nutrientes essenciais
Princípios da Alimentação Coadjuvante
Alergia a alimentos:O diagnóstico e o tratamento consistem em administrar uma
dieta de eliminação "hipoalergênica"3. Esta dieta é baseada em exposição prévia a
diversos alimentos, podendo ser dietas de eliminação (antígenos limitados) tanto
caseiras como comerciais.
Os animais não devem ter contato com qualquer outra substância no período de
teste de eliminação de alimentos, incluindo suplementos de vitaminas, brinquedos
mastigáveis, medicações ou cremes dentais específicos. Devido à dieta de eliminação
caseira não ser uma dieta balanceada, os proprietários devem ser advertidos sobre a
possibilidade de seu cão perder peso, de desenvolver uma pelagem sem brilho,
escamosa, ou apresentar um apetite maior do que o habitual.
Geralmente, a duração da dieta de eliminação é de 8 a 12 semanas.
A persistência de algum prurido na semana 12 pode indicar a presença de outras
hipersensibilidades concomitantes. Nos casos que foram administrados antibióticos
para tratar infecções secundárias, ou corticosteroides orais para prurido intenso, a
dieta deve continuar por mais 2 semanas após estes tratamentos serem interrompidos,
com o intuito de avaliar corretamente a sua eficácia.
Ao não apresentar os sinais clínicos, o cão é alimentado com a sua dieta padrão para
confirmar o diagnóstico. A recorrência de sinais clínicos geralmente é apresentada
dentro das duas semanas seguintes. O cão é então alimentado novamente com sua
dieta de eliminação e o proprietário pode testar com os alérgenos suspeitos,
administrando cada um deles por uma ou duas semanas de cada vez. Os alérgenos
comprovadamente mais comuns nos cães são proteínas contidas em: carne, frango,
leite, ovos, milho, trigo e soja. Uma vez que os alérgenos ofensivos são identificados,
pode ser fornecida uma alimentação comercial sem esses alérgenos ou uma dieta de
proteínas hidrolisadas. Quando os proprietários se recusam a realizar testes de
provocação, pode ser usado um alimento para cães com antígenos limitados.
nPetiscos – Durante o teste de eliminação não pode ser fornecido nenhum
petisco, exceto aqueles que contenham os mesmos ingredientes que a dieta de
eliminação. As dietas comerciais de eliminação úmidas ou secas podem ser
assadas (esta última misturada com água), em forma de biscoitos para cães. Após
ter o diagnóstico de alergia alimentar e encontrar uma dieta de manutenção
apropriada, pode-se incorporar petiscos semanalmente para avaliar qualquer
recorrência dos sinais clínicos. 
nDicas para aumentar a palatabilidade – Às vezes, aquecer o alimento antes da
alimentação pode melhorar a palatabilidade. Se o cão recusa a alimentação de
eliminação após 2 ou 3 dias, é melhor testar uma outra dieta com outra proteína.
nRecomendações para a dieta – As dietas de eliminação devem evitar alimentos
fornecidos anteriormente. Para as dietas caseiras, as escolhas podem ser proteínas
"novas", como a carne de porco, feijão, coelho, pato e atum, e carboidratos como
batatas, batatas doces e arroz. As dietas comerciais devem ser especificamente
comercializadas com alérgenos limitados. Estas podem estar compostas por proteínas
"novas" ou proteínas hidrolisadas cujo peso molecular seja muito pequeno para
desencadear reações do sistema imunológico do cão. 
Dermatite Alérgica - Cães
Stephen D. White, DVM, DACVD
Definição
A Dermatite alérgica refere-se a qualquer distúrbio de hipersensibilidade que
produza uma condição inflamatória na pele. Os distúrbios mais comuns que afetam
os cães incluem: alergia a picada de pulgas (DAPP), dermatite atópica e alergia a
alimentos (também conhecida como hipersensibilidade alimentar).
Ferramentas de diagnóstico e exames
complementares
O histórico clínico, incluindoa sazonalidade e a dieta ou as mudanças na dieta, são
os primeiros passos para diagnosticar a causa da dermatite alérgica. Durante o exame
físico, a localização das lesões pode fornecer informações importantes para o
diagnóstico: se a causa é a alergia a picada de pulgas, as lesões são provavelmente no
dorso; no caso da dermatite atópica, as lesões são encontradas em membros pélvicos,
axilas, rosto e orelhas; e se é uma alergia alimentar, as lesões podem ser semelhantes às
observadas na dermatite atópica. É preciso uma análise citológica da pele para verificar
se há infecções bacterianas secundárias ou Malassezias fúngicas como a Malassézia.
Fisiopatologia 
A dermatite atópica é mediada pela imunoglobulina E (IgE) específica para alérgenos.
Os alérgenos, por via percutânea, são fixados aos anticorpos IgE ligados aos
mastócitos, os quais liberam substâncias inflamatórias. Trabalhos recentes sugerem
que: 1) alguns cães atópicos podem apresentar deficiência de filagrina (um
componente do estrato córneo), e 2) em cães normais, a função de barreira do estrato
córneo (contra as infecções) pode ser suplementada por niacinamida. 
A etiologia da alergia alimentar não é bem conhecida, mas provavelmente esteja
envolvida tanto em processos mediados por células como em processos mediados
por anticorpos. Na dermatite por picadas de pulgas, os alérgenos são proteínas
encontradas na saliva dos parasitas. 
Predisposição
As raças com predisposição são: Lhasa Apso, Schnauzer Miniature, Dachshund
West Highland White Terrier, Pug, Poodle, Cocker Spaniel, Springer Spaniel,
Collie, Dálmata, Boxer, Rhodesian Ridgeback, Pastor Alemão e Golden Retriever.
No Reino Unido, ocorreu um relato sobre cães atópicos da raça Retriever com
probabilidade de ter filhotes atópicos, especialmente os machos atópicos.
Geralmente nos cães atópicos os indicadores se observam entre a idade de 1 e 7
anos. Predileções por gênero são desconhecidas. Trinta por cento dos cães com
alergia a alimentos apresentam indicadores no decorrer do primeiro ano de idade.
No que diz respeito a alergia a picada de pulgas, não existem predileções por idade,
raça ou gênero.
Alterações nos nutrientes essenciais
Nos cães com dermatite atópica, os ácidos graxos essenciais (AGE) podem ser usados
como antipruríticos1. É controversa a diferença da eficiência entre os suplementos de
AGE com ácidos graxos Ômega 3 e aqueles que contêm uma mistura de Ômega 3
e Ômega 6. Nos cães, os AGE podem ter 25% de probabilidade de reduzir o prurido,
especialmente quando combinados com um tratamento anti-histamínico. Quando
os suplementos de AGE foram incluídos na alimentação dos cães, a taxa de sucesso
em um estudo foi de 42% (controle do prurido bom ou excelente); em outro estudo
foi de 44%. Um artigo recente demonstrou que as melhorias observadas em cães
atópicos com suplementação de AGE nem sempre se correlacionam com a ingestão
total de ácidos graxos ou com a relação de ácidos graxos ômega 6:3. Outro relatório
documentou o efeito moderador dos esteroides dos AGE em alguns cães atópicos.² 
Se forem utilizados suplementos, uma recomendação informal é a utilização de pelo
menos 36 - 44 mg/kg de peso corporal/dia de ácido eicosapentaenoico (EPA, em
inglês) proveniente de óleo de peixe, ou aproximadamente 1 g de óleo de peixe/5 kg
de peso corporal.
Nutriente % MS mg/100 kcal % MS mg/100 kcal
Valores recomendados na dieta Necessidade mínima na dieta*
n3 Total 0.4–0.8 81–156 n/d n/d
(de óleo de peixe)
EPA 0.24–50 50–94 n/d n/d
A ingestão modificada destes nutrientes pode ajudar a combater alterações
metabólicas induzidas pelos estados de enfermidade. A composição recomendada
da dieta é mostrada como percentual de matéria seca na dieta (MS) e como g ou
mg por 100 kcal de energia metabolizável. Todos os outros nutrientes essenciais
devem atender aos requisitos normais, de acordo com a fase de vida, estilo de
vida e consumo de energia.
*Necessidades de nutrientes para os animais adultos segundo determinação da
Associação Americana de controle de Alimentos (AAFCO).
7
Pontos para a educação do proprietário
nDermatite Atópica –Os proprietários devem reconhecer que esta doença precisa
ser controlada e tratada durante toda a vida do cão; se os AGE são úteis no controle
de prurido, então será necessário fornecê-los ao longo de toda a vida.
nAlergia a Alimentos –Os proprietários precisam ser muito rigorosos ao longo do
teste de eliminação do alimento. Devem manter um registro diário, constatando o
prurido, tudo o que for ingerido que não esteja na dieta, sendo ideal também registrar
qualquer mudança nas fezes (ex.: consistência, cheiro).
nAlergia a Picada de Pulgas– Explicar o papel das pulgas e os diversos inseticidas
disponíveis para proteger o cão das picadas de pulgas. Embora a eficácia dos AGE
como auxiliares no tratamento do prurido causado por alergia a pulgas não tenha
sido totalmente investigada, podem ser utilizados os AGE como complemento ao
tratamento de parasitas.
Comorbidades comuns
A dermatite atópica, a alergia a picadas de pulgas e a alergia alimentar muitas vezes
existem no mesmo cão. Podem ter infecções bacterianas secundárias (normalmente,
Staphylococcusspp) e/ou por Malasseziaspp (fungo). As mesmas precisam ser tratadas,
uma vez que as infeções podem produzir prurido. A alergia a alimentos também
pode causar transtornos gastrointestinais. Enquanto diarreia e/ou vômitos
provavelmente só ocorram em 10% dos cães com dermatite causada por alergia
alimentar, fezes moles ou malformadas, são observadas com maior frequência; deve-
se perguntar especificamente sobre o aparecimento no momento de registrar o
histórico clínico do paciente⁴. Raramente foi observado que a alergia alimentar tenha
causado epilepsia idiopática⁵. 
Tratar ou descartar infecções secundárias bacterianas ou por fungos
Alergia alimentar Dermatite atópica Alergia a picada de pulgas
Diagnosticar mediante um teste com dieta hipoalergênica 
ou de alérgenos limitados
Diagnosticar com base no histórico 
e quadro clínico
Tentar um tratamento com AGE,
sozinhos ou em uma combinação com
outras formas (anti-histamínicos,
corticosteroides, injeções de
hipossensibilização)
Diagnosticar com base no histórico 
e quadro clínico
Se o prurido não for resolvido, devem
ser consideradas outras etiologias
Se o prurido for resolvido, deve ser
administrada a dieta anterior para
confirmar o diagnóstico 
Se for confirmado, deve-se
administrar alérgenos individuais
para identificá-los, ou manter 
uma dieta balanceada com 
alérgenos limitados
Começar o controle das pulgas; somar
AGE como tratamento complementar
Manejo Nutricional da Dermatite Alérgica em Cães 
Estratégias para o manejo das interações
medicamentosas
Como foi observado anteriormente, são necessários antibióticos e antimicóticos
(geralmente azóis) para tratar infecções secundárias. Tais medicamentos são
administrados normalmente durante 4 a 8 semanas. Os medicamentos tópicos,
tais como xampu ou artigos para banho (enxágues) podem também ser utilizados
para controlar as infecções secundárias, bem como ajudar no tratamento do
prurido. Os corticosteroides podem ser necessários para controlar o prurido,
embora a sua utilização deva ser limitada a produtos por via oral com efeito de ação
curta, tais como a prednisona ou a prednisolona. Quando os corticosteroides são
considerados necessários, o objetivo deve ser a menor dose diária possível. A
ciclosporina é frequentemente útil para controlar os sinais clínicos de dermatite
atópica; a sua eficácia em outras dermatoses alérgicas ainda não foi avaliada. É
também importante para a dermatite atópica a hipossensibilidade com base em
testes sorológicos (imunoterapia, ou “vacinas para alergia"). Hipossensibilidade
não é recomendada para o tratamento da alergia alimentar; o seu papel na gestão
da alergia a pulgas precisa ser pesquisado mais profundamente.
Controle
Os cães com dermatite alérgica deverão ser avaliados pelo menos duas vezes por
ano depois do desaparecimento dos sinais clínicos; controles mais frequentes,dependendo dos potenciais efeitos adversos do tratamento (tal como os
observados com ciclosporina ou corticosteroides) são sugeridos. Os cães também
devem ser examinados se o prurido é repetitivo, porque isso pode significar tanto
uma recaída no tratamento da dermatite alérgica (por exemplo, uma ingestão de
alérgeno "proibido", ou um erro de controle das pulgas) a recorrência de uma
infecção secundária ou o aparecimento de uma outra hipersensibilidade (ex.: o
cão com alergia alimentar que desenvolve uma dermatite atópica).
Princípios da alimentação coadjuvante
Alergia Alimentar:O diagnóstico e o tratamento consistem em administrar uma
dieta de eliminação “hipoalergênica". Esta dieta é baseada em exposição prévia a
vários alimentos, podendo ser dietas de eliminação (antígenos limitados), tanto
caseira como comercial. 
Os animais não devem ter contato com qualquer outra substância no período de
teste de eliminação de alimentos, incluindo suplementos de vitaminas, brinquedos
mastigáveis, medicações ou cremes dentais específicos. Dado que a dieta de eliminação
caseira não é uma dieta equilibrada, os proprietários devem ser alertados sobre a
possibilidade de perda de peso do gato, de desenvolver pelagem sem brilho, escamosa,
ou um apetite maior do que o habitual. A nova dieta deve ser incorporada
gradualmente ao longo de alguns dias, inicialmente misturada com a dieta anterior.
Também é necessário alertar os proprietários caso o gato recuse a nova dieta por mais
de dois dias, isso poderia causar doenças (lipidose hepática) e, portanto, deverão
procurar rapidamente uma dieta mais palatável.
Geralmente, a duração da dieta de eliminação é de 8 a 12 semanas. A persistência de
algum prurido na semana 12 pode indicar a presença de outras hipersensibilidades
simultâneas. Nos casos que os antibióticos são indicados para o tratamento de
infecções secundárias, ou corticosteroides orais para prurido intenso, a dieta deve ser
mantida por 2 semanas após a interrupção destes tratamentos, a fim de julgar
corretamente sua eficácia.
Após o tratamento dos sinais clínicos, o gato é alimentado com a sua dieta habitual
para confirmar o diagnóstico. A recorrência de sinais clínicos geralmente aparece
dentro das duas semanas seguintes. O gato é alimentado de novo com a dieta de
eliminação e o proprietário pode administrar os alérgenos suspeitos, proporcionando
cada um 1 a 2 semanas de cada vez. Os alérgenos mais comuns testados em gatos são
proteínas encontradas em: leite e produtos lácteos, peixe e carne. Uma vez que os
alérgenos ofensivos são identificados, pode ser fornecida comida comercial para gatos
sem esses alérgenos. Quando os proprietários se recusam a realizar testes de provocação,
você pode utilizar um alimento para gatos com antígeno limitado.
nPetiscos – Durante o teste de eliminação de alimentos não pode ser utilizado
nenhum petisco, exceto aqueles que contêm os mesmos ingredientes que a dieta de
eliminação. Após o diagnóstico de alergia alimentar e após encontrar uma dieta de
manutenção adequada, os petiscos podem ser incorporados semanalmente para
avaliar qualquer recorrência de sinais clínicos.
nDicas para aumentar a palatabilidade –Algumas vezes, aquecer a dieta antes da
alimentação pode melhorar a palatabilidade. Se o gato se recusa a comer a dieta de
eliminação depois de 2 dias, será necessário testar uma dieta com outra proteína. 
n Recomendações para a dieta – As dietas de eliminação deverão evitar os
alimentos dados anteriormente. No caso das dietas caseiras, as opções podem ser
proteínas "novas" como porco, coelho e pato, e carboidrato como as batatas e a tapioca.
As dietas comerciais deverão ser especificamente comercializadas com alérgenos
limitados. Estes podem estar compostos por proteínas "novas" ou proteínas
hidrolisadas cujo peso molecular seja suficientemente pequeno para não acionar o
sistema imunológico do gato.
Pontos para a educação do proprietário
• Dermatite atópica:Os proprietários devem reconhecer que esta doença precisa 
ser controlada e tratada durante toda a vida do gato; se os AGE são úteis para 
controlar o prurido, então será necessário fornecê-los por toda a vida
• Alergia a alimentos: Os proprietários precisam ser muito rígidos ao longo do 
teste de eliminação de alimentos. Eles devem manter um registro diário, no qual 
conste o prurido, tudo aquilo que for ingerido que não esteja na dieta. Também 
seria interessante anotar qualquer mudança nas fezes (por ex.: consistência, cheiro).
• Alergia a picada de pulgas: Deve ser explicado o papel da pulga e os diversos 
inseticidas disponíveis para proteger o gato das picadas de pulgas. Embora a 
efetividade de AGE como uma ajuda no tratamento do prurido causado pela alergia 
a picada de pulgas não tenha sido investigada completamente, o proprietário pode 
tentar usar AGE como complemento para tratar as lesões causadas pelos parasitas.
Dermatite alérgica - Gatos
Stephen D. White, DVM, DACVD
Definição
Adermatite alérgicase refere a qualquer distúrbio de hipersensibilidade que produza
uma condição inflamatória da pele. Os distúrbios mais comuns que afetam os gatos
são alergia a picada de pulgas, alergia alimentar (também conhecida como
hipersensibilidade alimentar) e dermatite atópica.
Ferramentas de diagnóstico e medidas básicas
O histórico clínico, incluindo a sazonalidade e a dieta ou as mudanças na dieta, é o
primeiro passo para diagnosticar a causa da dermatite alérgica. Durante o exame físico,
a localização das lesões pode fornecer informações importantes para o diagnóstico:
se a causa é a alergia a picada de pulgas, as lesões são provavelmente na metade caudal
do corpo e na área dorsal do pescoço, e é frequente a presença de dermatite miliar
(pápulas incrustadas). No caso da dermatite atópica e de alergia alimentar, as lesões
incluem prurido na face, cabeça e pescoço, dermatite miliar, complexo granuloma
eosinofílico e alopécia auto-induzida. É necessária uma análise citológica da pele para
comprovar a existência de infecções secundárias bacterianas ou Malassezia.
Fisiopatologia
A dermatite atópica é mediada pela imunoglobulina E (IgE) específica para alérgenos.
Os alérgenos, por via percutânea, se ligam a anticorpos IgE ligados aos mastócitos, os
quais, em seguida, liberam substâncias inflamatórias.¹
A etiologia da alergia alimentar não é bem conhecida, mas provavelmente estejam envolvidos
tantos processos mediados por células quantos processos mediados por anticorpos.
Na dermatite por alergia a picada de pulgas, os alérgenos são proteínas na saliva das pulgas.
Predisposição
Nos casos de gatos com dermatite atópica, a alergia alimentar ou a alergia a picada de
pulgas, não foi comprovado de forma constante a predileção por idade, raça ou sexo.
Modificações nos nutrientes essenciais
Em gatos com dermatite atópica, podem ser usados ácidos graxos essenciais (AGE)
como antipruríticos.
Valores recomendados dos nutrientes essenciais
Caso sejam utilizados suplementos, uma recomendação informal no caso de cães é a
utilização de, pelo menos, 36 a 44 mg/kg de peso corporal/dia de ácido
eicosapentaenoico (EPA, em inglês) proveniente do óleo de peixe, ou cerca de 1 g de
óleo de peixe/5 kg de peso corporal. Não há nenhuma evidência para determinar se
isto é ou não é adequado no caso de gatos.
Nutriente % MS mg/100 kcal % MS mg/100 kcal
Valores recomendados na dieta Necessidade mínima na dieta*
n3 Total 0.4–0.8 81–156 n/d n/d
(de óleo de peixe)
EPA 0.24–50 50–94 n/d n/d
A ingestão modificada destes nutrientes pode ajudar a combater alterações
metabólicas induzidas pelos estados de doença. A composição recomendada
da dieta é mostrada como percentual de matéria seca na dieta (MS) e como g
ou mg por 100 kcal de energia metabolizável. Todos os outros nutrientes
essenciais devem atender aos requisitos normais, de acordo com a fase de vida,
estilo de vida e consumo de energia.
*Necessidades de nutrientes para os animais adultos como determinada pela
Associação Americana de controle de Alimentos (AAFCO).
8
9
Comorbidades comunsTrês dermatoses alérgicas podem ter infecções bacterianas (em geral, Staphylococcus
spp) e/ou por Malassezia spp (fungo).² Estas precisarão ser tratadas, assim como a
dermatite alérgica, já que as infecções podem produzir prurido.³ A alergia a alimentos
também pode causar deficiências orgânicas gastrointestinais, especialmente colite.
Raramente foi observado que a alergia a alimentos tenha causado angioedema ou
sintomas semelhantes à asma.4
Estratégias para o manejo das interações
medicamentosas
Como foi observado previamente, serão necessários antibióticos e medicamentos
antimicóticos (evitando o cetoconazol devido a seu conhecido efeito hepatotóxico
em gatos) para tratar as infecções secundárias. Tais medicamentos são habitualmente
administrados durante 4 a 8 semanas. Os corticosteroides podem ser necessários para
controlar o prurido, embora o uso deles deva ser limitado a produtos por via oral com
efeito de ação curta, da mesma maneira que a prednisolona (mais efetivo que a
predinisona para muitos gatos). Quando forem considerados necessários os
corticosteroides, deverá ser usada a menor dose diária possível a cada dois dias. A
Tratar ou descartar infeções secundárias bacterianas ou por fungos
Alergia alimentar Dermatite atópica Alergia a picada de pulgas
Diagnosticar mediante um teste com dieta hipoalergênica ou de 
alérgenos limitados
Diagnosticar com base no histórico
clínico e quadro clínico
Tentar um tratamento com AGE,
sozinhos ou em uma combi-
nação com outras formas (anti-
histamínicos, corticosteroides,
injeções de hipossensibilização) 
Diagnosticar com base no histórico
clínico e quadro clínico
Se o prurido não for resolvido, devem
ser consideradas outras etiologias
Se o prurido for resolvido, deve ser
administrada a dieta anterior para
confirmar o diagnóstico 
Se for confirmado, deve-se
administrar alérgenos individuais
para identificá-los, ou manter
uma dieta balanceada com
alérgenos limitados 
Começar o controle das pulgas; somar
AGE como tratamento complementar
Manejo nutricional da dermatite alérgica em gatos
9
ciclosporina frequentemente é útil para controlar os sinais clínicos da dermatite
atópica; sua efetividade em outras dermatoses alérgicas ainda não foi avaliada.
Também é importante para a dermatite atópica a hipossensibilização
(imunoterapia ou "vacinas para alergia") baseada em testes intracutâneos ou
serológicos. A hipossensibilização não é recomendada para o tratamento da alergia
a alimentos; seu papel no manejo da alergia a picada de pulgas precisa ser
investigado mais profundamente.
Controle
Os gatos com dermatite alérgica deverão ser controlados novamente pelo menos duas
vezes por ano depois do desaparecimento dos sinais clínicos; são sugeridos controles
mais frequentes dependendo dos possíveis efeitos adversos do tratamento (como
aqueles observados com ciclosporina ou corticosteroides). Os gatos também serão
examinados se houver repetição do prurido, porque isto pode significar uma recaída
no tratamento da dermatite alérgica (por ex.: ingestão de um alérgeno "proibido" ou
um erro no controle das pulgas), ou recorrência de uma infecção secundária ou o
aparecimento de outra hipersensibilidade (por ex.: o gato alérgico a alimentos que
desenvolve uma dermatite atópica). 
A ingestão de calorias deve ser controlada para manter os cães artríticos numa condi-
ção corporal magra. A ingestão dietética de proteínas não influencia a osteoartrite.
Princípios da Alimentação Coadjuvante
A primeira prioridade para o tratamento dos cães com osteoartrite é atingir e manter
uma condição física magra. Entre outras prioridades encontra-se a administração dos
compostos que possam reduzir a dor articular por meio das suas propriedades anti-
inflamatórias. Entre eles estão o hidrocloreto ou sulfato de glicosamina, o sulfato de
condroitina, e os ácidos graxos Ômega 3, especialmente o ácido eicosapentaenoico.
nPetiscos – Os petiscos para os cães com osteoartrite devem ser altamente palatáveis
e ter baixo teor de calorias e gordura para evitar ganho de peso.
nDicas para aumentar a palatabilidade–O teor de gordura do alimento para cães
com osteoartrite não é muito restrito, sendo assim, a palatabilidade parece ser
geralmente elevada.
n Recomendações para a dieta– Uma dieta formulada para as necessidades
nutricionais de cães com osteoartrite contém ácidos graxos ômega 3 e glicosamina, e
tem um teor moderado de gordura (12,0% min.), um elevado teor de proteínas (30%
min.) e teor de fibra moderada (4,0% min.). Cães obesos com osteoartrite podem
ingerir uma dieta que tenha um baixo teor de gordura (4,0% para 8,5%), um teor de
proteínas moderado (26% min.) e rico em fibra (16,0% min.).
Pontos para a educação do proprietário
• A osteoartrite afeta negativamente a mobilidade dos cães e reduz sua expectativa 
de vida.7
• A doença progride mais rapidamente em cães com excesso de peso do que aqueles
que estão em bom estado físico.1
• Os sinais clínicos da osteoartrite diminuem em cães com excesso de peso, 
quando estes perdem peso.8
• Os sinais clínicos podem diminuir após a administração de suplementos 
nutricionais.4
• As atividades de baixo impacto podem ser benéficas para pacientes com 
osteoartrite.4, 9
• As variações bruscas de temperatura podem aumentar a dor sentida nas articulações4.
Comorbidades comuns
A osteoartrite pode levar a uma dor crônica nas articulações. A dor sentida é variável
entre as estruturas (articulação do cotovelo é menos favorável do que a articulação do
quadril), os tamanhos dos cães (os sinais clínicos são mais graves em cães pequenos e
gigantes em comparação com cães de tamanho médio), e os indivíduos. Como
resultado da dor crônica nas articulações, a região afetada pode perder a mobilidade em
direções específicas, membros afetados se tornam mais fracos, e os pacientes afetados
perdem aptidão muscular e cardiovascular. A combinação de articulações com dor e
com menor mobilidade, membros mais fracos e cães não aptos conduzem a uma
tendência ao sedentarismo e, possivelmente, a um aumento de peso.
Estratégias para o manejo das interações
medicamentosas
A osteoartrite não está automaticamente associada a doenças sistêmicas, mas como os
sinais clínicos são mais intensos nos pacientes idosos, a osteoartrite e outras doenças
crônicas (por exemplo, insuficiência renal crônica, insuficiência cardíaca,
hiperadrenocorticismo) muitas vezes são tratadas simultaneamente. O tratamento
nutricional e com medicamentos para as doenças crônicas cardíacas, renais,
gastrointestinais e outras doenças sistêmicas são prioritarias sobre o manejo nutricional
e medicamentoso da osteoartrite. Também podem ser implementadas outras
Osteoartrite - Cães
Denis J. Marcellin-Little, DEDV, DACVS, DECVS, DACVSMR
Definição 
A osteoartrite é uma doença progressiva das articulações com perda da integridade da
cartilagem, causando a formação de tecido ósseo na margem da superfície articular,
um aumento na espessura da cápsula articular e dor.
Ferramentas de diagnóstico e medidas
fundamentais
• Mudanças na vontade ou capacidade para o exercício ou brincadeira
• Resposta de dor ante a manipulação da articulação, diminuição da mobilidade
articular ou crepitação.
• Claudicação ou deslocamento do peso diagnosticado quando utilizada uma
plataforma dinamométrica.
Fisiopatologia
A subluxação da articulação, o impacto de carga excessiva, as fraturas articulares
e outras causas geram a osteoartrite. Estes agentes desencadeantes ativam a divisão
e a multiplicação dos condrócitos. Inicialmente, aumenta a produção de
proteoglicano e de colágeno anormais, quantitativa e qualitativamente. Com o
tempo, o conteúdo de proteoglicano diminui, a estrutura da matriz do colágeno
é alterada, e o funcionamento e a estrutura da cartilagem normal são perdidos.
Osteófitos são formados em torno da articulação.
Predisposição 
A osteoartrite é comum em cães. Principalmente decorrente da consequência da
displasia de quadril, displasia do cotovelo e ruptura do ligamento cruzado craniano. Os
cães maiores temmais predisposição do que aqueles com menor relação entre massa
muscular e massa de tecido subcutâneo (por exemplo: Raça São Bernardo). Também
os cães com sobrepeso, os de idade avançada e os condodistróficos.
Mudanças nos nutrientes essenciais
O estado físico é o fator limitante que tem o maior impacto na progressão da
osteoartrite1. Portanto, é muito importante manter os cães com a osteoartrite,
confirmada ou potencial, numa pontuação ótima de 4 ou 5 no sistema de pontuação
da condição física (vide Apêndice I) de 9 pontos, limitando a ingestão calórica6.
O aumento na concentração das unidades estruturais dos proteoglicanos (glucosamina
e sulfato de condroitina) conduz a uma diminuição dos sinais clínicos em diversos
estudos realizados em humanos com osteoartrite moderada a severa2, 3 .A evidência
que apoia o seu uso em cães é mais escassa. Em um estudo clínico, o aumento da
concentração de ácidos graxos poliinsaturados N 3, especialmente ácido
eicosapentaenoico, levou a uma diminuição na claudicação nos cães com osteoartrite.4
Demonstrou-se que várias ervas reduzem os sinais clínicos de artrite em seres humanos,
mas a sua eficácia e segurança não estão documentadas no caso dos cães.5
Valores recomendados dos nutrientes essenciais
Nutriente % MS mg/100 kcal % MS mg/100 kcal
Valores recomendados na dieta Necessidade mínima na dieta
n3 Total (de 1.0–2.0 240–300 n/d n/d
óleo de peixe)
EPA 0.5–1.0 100–200 n/d n/d
A ingestão modificada destes nutrientes pode ajudar a combater alterações metabólicas
induzidas pelos estados de doença. A composição recomendada da dieta é mostrada
como percentual de matéria seca na dieta (MS) e como gr. ou mg. por 100 kcal de
energia metabolizável. Todos os outros nutrientes essenciais devem atender aos
requisitos normais, de acordo com a fase de vida, estilo de vida e consumo de energia.
* Necessidades de nutrientes para os animais adultos como determinada pela
Associação Americana de controle de Alimentos (AAFCO).
10
estratégias, incluindo exercícios terapêuticos, alongamento ou terapia com frio,
dependendo das necessidades específicas do paciente. Os exercícios terapêuticos podem
ser usados para fortalecer, aumentar a resistência e alongar. A taxa de emagrecimento
recomendada para pacientes com artrite e com excesso de peso que sofrem de doenças
sistêmicas é de aproximadamente 1% do peso corporal por semana. Este valor é inferior
à taxa de 1% a 2% do peso corporal por semana recomendada para pacientes com
artrite e excesso de peso que não sofrem com doenças sistêmicas.
Controle
O controle de sinais clínicos e as respostas à terapia nutricional ou medicamentos
para os pacientes com artrite podem ser feitos com novos exames, incluindo a
avaliação de habilidades motoras (postura, marcha ao caminhar e correr) e a
resposta à dor ao apalpar a articulação. A frequência de monitoramento está
Manejo Nutricional da Osteoartrite Sintomática em Cães
• Manejo nutricional
• Dor (medicamentos anti-inflamatórios)
• Exercícios terapêuticos
Novas avaliações
Peso Normal Com sobrepeso ou Obeso
Programa de perda de peso
(1%–2% do peso corporal por semana)
11
relacionada com a gravidade dos sinais clínicos. Os pacientes mais jovens e
menos afetados podem ser avaliados de forma intermitente (por exemplo, a
cada 6 meses). Os pacientes de maior idade e gravemente afetados podem ser
avaliados uma vez por mês. A perda de peso deve ser avaliada com frequência
(a cada 2 ou 4 semanas). O manejo do paciente também inclui a comunicação
com o proprietário, todas as semanas. Nesse momento, podem ser feitas as
modificações necessárias para os programas de nutrição, exercício e medicação,
conforme necessidade. 
Osteoartrite/Doença degenerativa das articulações - Gatos
B. Duncan X. Lascelles, BSc, BVSC, PhD, MRCVS, CertVA, DSAS(ST),
DECVS, DACVS
Definição
Normalmente, a artrite é definida como uma inflamação da articulação que se
caracteriza por inchaço, dor e mobilidade restrita. A doença degenerativa das
articulações (DAD) é a destruição progressiva de componentes comuns, ou seja,
cartilagem, osso subcondral, cápsula articular e ligamentos. A DAD pode afetar
articulações sinoviais, tais como anfiartrodias. Muito pouco se sabe sobre a doença das
articulações nos gatos; portanto, o termo DAD será usado já que a artrite provoca
graus variáveis de DAD.
Ferramentas de diagnóstico e exames
complementares
Histórico da deterioração da mobilidade e da atividade. Têm-se realizado
poucos estudos em gatos sobre a avaliação da dor osteoartrítica. 1,2. Entretanto, os
trabalhos indicam que, assim como no caso dos cães, os proprietários devem estar
particularmente envolvidos no processo. As atividades afetadas pela osteoartrite
nestes animais ainda não são totalmente identificadas, dificultando a avaliação da
dor. Um estudo recente em 28 gatos com osteoartrite mostrou que a claudicação
óbvia não era uma característica clínica comum. 1 No entanto, características como
saltos ascendentes e descendentes, a altura do salto, o movimento geral, o "mau
humor" ao ser manipulado e o desejo de isolamento são possíveis atividades e
comportamentos que devem ser estudados. Estes resultados foram confirmados
em um teste cego aleatório publicado recentemente que utilizou monitores de
atividade como uma medida objetiva da mobilidade.2 Neste estudo, as atividades
que os proprietários escolheram para a avaliação foram saltos
ascendentes/descendentes, brincadeiras (brinquedos, outros gatos), correr (até a
comida, fugindo de outros animais), deitar-se, subir escadas, caminhar, arranhar,
limpar-se, utilizar pedras sanitárias e caçar. Um trabalho mais recente dos mesmos
autores tem dado mais enfoque sobre as atividades que poderiam ser apropriadas,
eles pedem que os proprietários sejam consultados no momento de avaliar a dor
causada pela DAD nos gatos.3
Testes de desempenho na clínica. Estes testes podem ser difíceis de realizar com
os gatos, mas entre os testes simples são: 1) Colocar o gato no chão e observar
como ele se move ao redor da sala, 2) encorajar o gato a saltar de uma mesa ou
cadeira, e 3) encorajar o gato a saltar e alcançar o colo da pessoa que pratica o teste.
Avaliar como o gato desempenha essas tarefas pode, em alguns casos, fornecer
informações valiosas, ajudando o medico veterinário a identificar o problema e
avaliar o grau do dano. 
Exame ortopédico. Os exames fisicos nem sempre apontam com clareza a
patologia, onde a colaboração do animal é fundamental. A seguir algumas dicas
para a manipulação dos animais:
• Esteja preparado para dedicar o tempo necessário.
• Tenha uma atitude calma.
• Use uma sala calma, longe de cães latindo sem "esconderijos" onde o gato possa entrar.
• Utilize uma superfície onde o animal possa ficar que seja macia e não escorregue.
• Minimize as restrições.
• Realize o teste na posição em que o gato esteja confortável (por exemplo, em pé ou
deitado nos braços do proprietário).
• Muitas vezes, o teste é facilitado quando o proprietário está presente, mas alguns 
gatos podem se sentir mais relaxados se o proprietário não está presente.
• O teste deve incluir todas as articulações e o esqueleto axial.
• Esteja preparado para realizar o teste por partes e repita se necessário.
Os gatos parecem incomodados muito mais que os cães, quando suas articulações
são estendidas, e frequentement e reagirão negativamente à extensão do cotovelo e da
virilha. Esta reação não deve ser mal interpretada.
Goniometria. A goniometria pode ser uma ferramenta válida no gato4, mas apenas
um estudo utilizou a goniometria nesta espécie, provavelmente devido à dificuldade
em definir reações de dor em gatos5. Nenhum estudo ainda utilizou a goniometria
como uma ferramenta para avaliar a amplitude de movimento articular sem dor. Para
os gatos têm se definido intervalos normais de movimento articular4. Dados não
publicados do autor (B. Duncan X. Lascelles) indicam que a redução na amplitude
de movimento está significativamente associada com evidência radiográfica de DAD. 
Avaliação radiográfica.Devem obter vistas ortogonais das articulações com dor.
Ainda que não sejam observados indicadores radiográficos que correspondem à
doença articular degenerativa, não se deve descartá-la. O autor descobriu que há
apenas uma sobreposição moderada entre as articulações que se apresentam
clinicamente com dor e aqueles que têm indicadores radiográficos de doença
articular degenerativa.
Fisiopatologia
Enquanto Allan descreve causas comuns de osteoartrite em gatos6, há pouca evidência
documentada sobre a causa do DAD em gatos. Duas formas principais de osteoartrite
são bem conhecidas: a mucopolissacaridose e osteocondrodisplasia7-9 em gatos de
raça pura Fold Escocês. Atualmente, as causas secundárias documentadas da DAD
em gatos são nutricionais (secundárias por excesso de vitamina A), displasia de quadril,
as poliartropatias não infecciosa e as artropatias infecciosas.
Predisposição
Parece que a incidência da DAD no gato aumenta com a idade, de 10 a 12 anos e isso
foi confirmado em um estudo prospectivo transversal recente.13 Não é conhecida
qualquer outra associação de identificação, mas surgiram sugestões de que a displasia 
do quadril que conduz à DAD é mais comum em gatos de raça pura.14
Modificações nos nutrientes essenciais
É provável que as dietas com altos níveis de óleo de peixe Ômega 3, especialmente os
ácidos docosahexaenoico (DHA) e eicosapentaenoico (EPA), sejam benéficos. Um
estudo realizado em gatos sugeriu um efeito benéfico da dieta rica em EPA e DHA
em alguns marcadores séricos da doença em gatos com artrite15. Há um teste cego,
prospectivo e controlado por placebo que pesquisa os efeitos da dor uma “dieta para
DAD” nos gatos16. O estudo avaliou uma dieta para a DAD com altos níveis de
DHA e EPA e também de sulfato de condroitina, hidrocloreto de glicosamina e
extrato de mexilhão verde. A atividade diminuiu significativamente no grupo
alimentado com a dieta controle e houve um aumento significativo no grupo
alimentado com a dieta para a DAD. Existem muitos trabalhos sendo desenvolvidos,
mas a modulação da dieta pode ser um meio eficaz de tratar a dor associada à DAD
em gatos. 
Valores recomendados dos nutrientes essenciais 
12
Nutriente % MS mg/100 kcal % MS mg/100 kcal
Valores recomendados na dieta Necessidade mínima na dieta*
n3 Total (de 1.0–2.0 240–300 n/d n/d
óleo de peixe)
EPA 0.5–1.0 100–200 n/d n/d
Se for utilizado ácidos graxos Ômega 3, deve-se proporcionar EPA preformado
proveniente de óleo de pescado. Todos os outros nutrientes essenciais devem aten-
der aos requisitos normais, de acordo com a fase de vida, estilo de vida e ingestão
de energia.
* Necessidades de nutrientes para os animais adultos como determinada pela
Associação Americana de controle de Alimentos (AAFCO).
Princípios da alimentação coadjuvante
Como se observa, a ciência da proteção ou preservação das articulações em gatos não
é totalmente precisa para recomendar um princípio de alimentação coadjuvante.
Recomendações informais incluem o fornecimento de suplementos como o sulfato
de glicosamina - condroitina e insaponificáveis de abacate/soja (ASU, em inglês)
Pontos para a educação do proprietário
• A claudicação clinicamente visível nos gatos tem sido associada ao peso; 17gatos que
apresentaram excesso de peso são 4,9 vezes mais propensos a desenvolver uma
claudicação que requer cuidados veterinários. No entanto, como no caso de outras
espécies, devemos manter os gatos no escore de condição corporal (ECC) ideal.
• Tradicionalmente, tem se aconselhado aos proprietários que evitem dar restos de 
alimento e petiscos para seus gatos obesos. No entanto, um estudo indicou poucos
benefícios com a restrição de petiscos em programas de emagrecimento e 
perda de peso18. Na verdade, os autores deste estudo sugerem que seja permitido 
que os proprietários forneçam petiscos para auxiliar o cumprimento das metas e 
melhorar a relação dono-animal de estimação8.
• É importante trabalhar para aliviar a dor associada à DAD em gatos para melhorar
seu bem-estar e qualidade de vida
Comorbidades comuns
Nenhuma associação foi demonstrada para as comorbidades comuns com a DAD
em gatos. No entanto, uma vez que a incidência da DAD em gatos parece aumentar
com a idade, como foi comentado recentemente13 , todas as doenças mais
frequentemente observadas em gatos idosos (como insuficiência renal, doença
cardíaca, diabetes, doença inflamatória do intestino) devem ser consideradas como
potenciais comorbidades e as dietas devem ser formuladas tendo em conta as doenças
coexistentes em cada gato.
Controle
O controle da DAD em gatos e a dor associada a esta doença deverão estar alinhados
conforme o capítuloFerramentas de Diagnóstico e Exames Básicos .
13
Manejo nutricional da suspeita de artrite/doença degenerativa das articulações nos gatos
Avaliação
Exame • Histórico clínico • Testes de desempenho • Radiografia
Diagnóstico do DAD com dor
Detecção de doenças coexistentes
Formulação da dieta baseada principalmente em doenças coexistentes
Considerações secundárias para a formulação da dieta
Peso Normal Sobrepeso
Consideração de suplementos nutricionais e ou dietas formuladas para DAD em gatos (se disponível) Dieta para reduzir o peso + suplementos para a dor do DAD 
Controle da dor (veja avaliação)
Se a dor continua e a atividade declina, considere o tratamento com medicamentos, cirurgia ou outro tratamento adequado
Doença cardíaca - Cães
Lisa M. Freeman, DVM, PhD, DACVN
Definição
As doenças cardíacas são comuns em cães, afetando cerca de 11% dos animais;
podendo ser congênitas ou adquiridas e afetar as válvulas coronárias, miocárdio ou
sistema venoso/arterial.. A insuficiência cardíaca ocorre quando a doença se torna
grave o bastante para que o coração não consiga bombear sangue suficiente para suprir
todos os tecidos. É comum que os sinais clínicos, que variam entre leve a grave,
acompanhem a insuficiência cardíaca. Na insuficiência cardíaca congestiva (ICC), a
diminuição da função cardíaca provoca pressão venosa alta e consequente acúmulo
de líquidos (por exemplo: edema pulmonar, derrame pleural, ascite). A ICC é a via final
comum da maioria das doenças, sendo a doença valvular crônica(DVC) mais comum
nos cães (> 75% de todas as doenças cardíacas). Em segundo lugar, destacamos a
miocardiopatia dilatada (CMD). Também se produzem doenças cardíacas congênitas,
especialmente em certas raças. Todas estas doenças podem levar à insuficiência cardíaca.
Existem diversos sistemas para classificar a gravidade das enfermidades. Um deles é a
classificação de insuficiência cardíaca do Conselho Internacional de Saúde Cardíaca em
Pequenos Animais (ISACHC, em inglês) (Tabela 1).
Ferramentas de diagnóstico e exames
complementares
Devem ser considerados para o diagnóstico de doenças cardíacas em cães o peso
corporal (PC), a pontuação do Escore de Condição Corporal (ECC; ver Apêndice
I), o desgaste muscular, o apetite/ingestão de alimentos (histórico alimentar; ver
Apêndice II), os sinais clínicos (por exemplo: tosse, falta de ar, ascite, fraqueza, desmaios,
vômitos, diarreia) e valores laboratoriais, incluindo níveis séricos de nitrogênio ureico
(BUN, em inglês), creatinina, eletrólitos, hematócrito e taurina (em plasma e sangue
total se houver suspeita de deficiência de taurina). Outros testes, se indicados, podem
incluir raio-X de tórax, pressão arterial, eletrocardiograma, ecocardiograma e Holter.
Fisiopatologia
Entre as alterações produzidas em animais com insuficiência cardíaca que influenciam
no manejo nutricional encontramos as seguintes:
Calorias.Muitos animais com doenças cardíacas, especialmente quando surge o ICC,
apresentam uma diminuição da ingestão de alimentos. Isto pode ser o resultado de um
aumento da produção de mediadores inflamatórios (por exemplo: Citocinas, estresse
oxidativo), os efeitos colaterais dos medicamentos para o coração, ou fraco controle
dos indicadores de insuficiência cardíaca.
Proteínas/Aminoácidos. A perda de massa muscular (caquexia) ocorre em animais
com insuficiência cardíaca comoresultado da redução do apetite, da maior necessidade
de energia, citocinas pró inflamatórias e da intolerância ao exercício. A deficiência de
taurina pode estar presente em certas raças de cães com CMD (ex.: Cocker Spaniel,
Golden Retriever, Terra Nova, São Bernardo, Cão de Água Português), e também tem
sido associada a dietas com farinha de cordeiro e arroz, rica em fibras e baixo teor de
proteínas. A arginina pode ser um fator, já que a função endotelial pode ser reduzida
em animais com ICC, o que contribui para reduzir a tolerância ao exercício.
Gordura. Os cães com ICC demonstraram ter uma deficiência relativa de ácidos
graxos n-3, ácido eicosapentaenoico (EPA) e ácido docosahexanoico (DHA), em
comparação com os cães saudáveis do grupo de controle. Os ácidos graxos n-3 reduzem
os mediadores inflamatórios e têm efeitos antiarrítmicos.
Minerais.A retenção de água e sódio ocorre na insuficiência cardíaca devido à ativação
do sistema renina angiotensina aldosterona. A hipocalemia pode ocorrer em cães que
receberam diuréticos da alça (por exemplo: Furosemida) ou tiazidas (por exemplo:
Hidroclorotiazida). A hipocalemia pode aumentar o risco de arritmia cardíaca. A
hipercalemia pode ocorrer em cães tratados com inibidores da ECA (enzima
conversora de angiotensina) ou diuréticos retentores de potássio (por exemplo:
Espironolactona). Os cães que recebem doses elevadas de diuréticos estão sob o risco
de apresentar hipomagnesemia, o que pode aumentar o risco de arritmia cardíaca.
Vitaminas.Nos cães que recebem diuréticos, é possível causar uma perda maior de
vitamina B pela urina. 
Outros nutrientes. Foi relatado sobre a deficiência de carnitina em uma família de
cães da raça Boxer com CMD. Suplementos com carnitina podem melhorar o
metabolismo energético em animais com ICC. Além disso, cães com ICC apresentam
maior estresse oxidativo (isto é, um desequilíbrio entre a produção de oxidantes e a
proteção antioxidante).
Predisposição
Doença valvular crônica (DVC) é a doença cardíaca mais comum em cães e geralmente
afeta as raças de tamanho pequeno e médio. Algumas das raças com maior risco de
acidente vascular cerebral são Cavalier King Charles Spaniel, Chihuahua, Dachshund,
Schnauzer miniatura e Poodle toy e miniatura. A cardiomiopatia dilatada (CMD) é
geralmente encontrada em cães grandes e gigantes, raças como Doberman Pinscher,
Boxer, Galgo Irlandês e Dogue Alemão. Alguns cães com CMD podem ter deficiência
de taurina; as raças que são predispostas são: Cocker Spaniel, São Bernardo, Golden
Retriever, Terra Nova, e Cão de Água Português. As raças com CMD, que geralmente
não a desenvolvem CMD (por exemplo: Dachshund [salsicha], Corgi) também
podem ser deficientes em taurina. 
Mudanças nos nutrientes essenciais
Calorias.É crucial assegurar a ingestão adequada de calorias para manter um PC ideal.
A obesidade pode estar presente, especialmente em cães com doença cardíaca precoce
(assintomática). A medida que o ICC se desenvolve, a perda de peso (e massa magra)
se torna comum. Portanto, assegurar a ingestão adequada de calorias é muitas vezes
crucial nesta fase.
14
Tabela 1. Classificação da insuficiência cardíaca* do Conselho Internacional de Saúde
Cardíaca em Pequenos Animais (ISACHC, em inglês).
1. Assintomática
A doença cardíaca é detectável, mas o paciente não é abertamente afetado e não mostra sinais clínicos de insuficiência cardíaca. Achados diagnósticos podem incluir um sopro 
cardíaco, arritmia ou alargamento dos átrios que é detectado por radiografia ou ecocardiograma.
1a Há a presença de indicadores de doenças do coração, mas não é conhecido qualquer indicador de compensação, tais como hipertrofia ventricular com sobrecarga da pressão ou de 
volume.
1b Há presença de indicadores de doença cardíaca com evidência radiográfica ou ecocardiográfica de compensação, tal como a hipertrofia ventricular com sobrecarga de pressão ou 
volume
2. Insuficiência cardíaca leve a moderada
Os sinais clínicos de insuficiência cardíaca são evidentes em repouso ou com esforço leve e afetam negativamente a qualidade de vida. Os indicadores típicos de insuficiência cardíaca
incluem intolerância ao exercício, tosse, taquipnéia, desconforto respiratório leve (dispnéia) e ascite leve a moderada. Geralmente não há nenhuma presença de hipoperfusão em repouso.
3. Insuficiência cardíaca avançada
Os sinais clínicos de insuficiência cardíaca congestiva avançada são óbvios de imediato. Estes sinais incluem dificuldade para respirar (dispnéia), ascite evidente, profunda intolerância 
ao exercício, ou hipoperfusão em repouso. Em casos mais graves, o paciente está morrendo e sofrendo choque cardiogênico. Sem tratamento, o prognóstico é reservado.
3a É possível o cuidado em casa.
3b A hospitalização é obrigatória quando houver a presença de choque cardiogênico, edema pulmonar, ascites refratária ou grande derrame pleural.
* De acordo com o Conselho Internacional de Saúde em Pequenos Animais. Recomendações para o diagnóstico de doenças cardíacas e tratamento da insuficiência cardíaca em pequenos animais, de 1994.
Princípios da alimentação coadjuvante
Evite fazer grandes mudanças na dieta quando o cão está hospitalizado por um episódio
agudo de insuficiência cardíaca. Continue alimentando o cão com sua dieta habitual (a
menos que seja muito rica em sódio), mas peça ao proprietário para descontinuar
qualquer petisco ou alimento da mesa com alto teor de sódio. Quando o cão retornar
aos 7-10 dias para uma reavaliação, pode-se estabelecer uma mudança gradual para uma
dieta mais adequada. Isso ajuda a evitar a aversão a alimentos que pode ocorrer quando
uma nova dieta é imposta a um cão extremamente doente. 
Caloriasdevem ser alteradas para manter a condição física ideal (por ex.: reduzir a
ingestão de calorias nos animais obesos; aumentar a ingestão calórica em animais que
estão abaixo de seu peso corporal/Escore de Condição Corporal (ECC) ideal).
Proteínas/Aminoácidos.A dieta deve conter > 5,1 g de proteína/100 Kcal. Note que
muitas dietas para cães cardíacos têm baixo teor de proteínas. Devem ser evitadas dietas
com <5,1 g de proteína/100 kcal, a menos que haja uma presença concomitante de
doença renal. Em cães com CMD pertencentes a raças predispostas deficiência de
taurina ou raças que geralmente não desenvolvem CMD, determinar a concentração
de taurina e começar a suplementação deste elemento enquanto aguarda os resultados
(250-1000 mg a cada 8 a 12 horas).
Gorduras.A dose ideal de ácidos graxos n-3 ainda não foi determinada, no entanto,
o autor recomenda, atualmente, uma dose de óleo de peixe de 40 mg/kg de EPA e 25
mg/kg de DHA no caso de animais com anorexia ou caquexia. A menos que a dieta
seja uma das poucas dietas coadjuvantes especialmente formuladas, serão necessários
suplementos para atingir esta dose de ácidos graxos n-3. Os suplementos de óleo de
peixe podem variar na sua concentração de EPA e DHA por isto o autor recomenda
uma cápsula de 1 grama com conteúdo de 180 mg de EPA e 120 mg de DHA. A esta
concentração, o óleo de peixe pode ser administrado numa dose de 1 cápsula a cada
4,5 kg de peso corporal. Alternativamente, pode-se utilizar uma forma líquida de
ácidos graxos n-3 (por exemplo: Cardiguard de Boehringer Ingelheim contendo 420
mg de EPA e 280 mg de DHA por grama). Tenha em mente que se o proprietário
não puder administrar a cápsula, o cão vai ser exposto a um sabor muito forte de óleo
de peixe, e nem todos os animais apreciam este sabor. No caso de cães que não gostam
do sabor, pode não ser possível administrar ácidos graxos n-3 por causa dos efeitos
adversos sobre a ingestão de alimentos. Os suplementos de óleo de peixe devem conter
vitamina E como um antioxidante, mas não incluem outros nutrientes para prevenir
toxicidade. O óleo de fígado de bacalhau e o óleo de linhaça não devem ser utilizados
para fornecer os ácidos graxos n-3.
Minerais. Com respeito ao sódio:
• Etapa 1 segundo ISACHC: Sugerir ao proprietário que evite as dietas ricas em sódio
(> 100 mg/100 kcal) e também petiscos e alimentosda mesa com esse conteúdo.
• Etapa 2 segundo ISACHC: O objetivo deve ser <80 mg/100 kcal no alimento 
para cães. Também é importante a ingestão de sódio proveniente de outros alimentos
(ex.: petiscos, alimentos da mesa, alimentos usados para administrar medicação).
• Etapa 3 segundo ISACHC: O alimento para cães deve conter <50 mg/100 kcal,
embora a anorexia possa requerer menos severidade quanto ao teor de sódio na
Proteínas/Aminoácidos. O objetivo para ajudar a combater a perda de massa deve ser
uma ingestão normal ou maior de proteína. Deve-se evitar a restrição de proteína a
menos que haja presença concomitante de doença renal grave. Em cães com CMD
pertencentes a raças predispostas a deficiência de taurina ou raças que geralmente não
desenvolvem CMD, deve-se determinar a concentração de taurina e suplementação
de taurina enquanto aguardam resultados. A taurina também pode fornecer alguns
benefícios devido aos seus efeitos antioxidantes e inotrópicos positivos. Demonstrou-
se que a suplementação de arginina em outras espécies melhora a disfunção endotelial
associada à ICC. Isto ainda não foi comprovado no caso de cães.
Gordura. Efeitos anti-inflamatórios e antiarrítmicos dos ácidos graxos n-3 podem
proporcionar benefícios potenciais para animais com doenças cardíacas. A
suplementação com ácidos graxos n-3 reduz a perda de massa em cães com ICC e
melhora o apetite em alguns animais. Além disso, verificou-se que os ácidos graxos 
n-3 reduzem as arritmias ventriculares em cães da raça Boxer com cardiomiopatia
arritmogênica do ventrículo direito. Os ácidos graxos n-3 podem ser fornecidos em
dietas altamente enriquecidas com esta forma de gordura ou suplementos dietéticos.
Minerais. Não é recomendada a restrição severa de sódio ante a doença cardíaca
precoce (assintomática), já que a restrição de sódio ativa o sistema renina angiotensina
aldosterona. Na doença cardíaca precoce, o objetivo deve ser o de evitar o consumo
excessivo de sódio e educar o proprietário sobre os petiscos e alimentos da mesa com
alto teor de sódio. À medida que a doença cardíaca progride e a ICC desenvolve, o
aumento da restrição de sódio é indicado; isto pode ajudar a reduzir as doses de
diuréticos necessários para controlar os sinais clínicos. É importante controlar a
ingestão de sódio proveniente de alimentos para cães, mas também é fundamental
garantir que sejam consideradas outras fontes de ingestão de sódio, como petiscos,
alimentos da mesa e os alimentos utilizados para administração de remédios.
A recomendação para alterar o potássio dietético depende dos medicamentos
que estejam sendo administrados e da concentração de potássio no soro. As dietas
para cães possuem uma vasta gama de potássio, por isso, é importante o uso de uma
alimentação apropriada para cada paciente individualmente (ou seja: evitar dietas
ricas em potássio em cães com hipercalemia). Consequentemente, é preciso
monitorar o potássio sérico, especialmente quando são administrados outros
medicamentos ao paciente. 
Os níveis de magnésiosérico também devem ser controlados, especialmente em cães
que receberam doses elevadas de diuréticos. Deve ser suplementado com magnésio, no
caso de cães com hipomagnesemia.
Vitaminas. A maioria das dietas para cardíacos contêm níveis mais altos de
vitamina B. Se estiver administrando doses elevadas de diuréticos, pode indicar a
suplementação de vitamina B.
Outros nutrientes.Pode-se fornecer suplementos de L-carnitina aos proprietários que
desejam fornecer suplementos dietéticos para seus cães com CMD além dos
medicamentos cardíacos do cão (deve-se ter cuidado para evitar uma situação em que
o proprietário forneça suplementos em vez de medicamentos para o coração). A
deficiência primária de carnitina como uma causa do CMD é provavelmente baixa,
ainda que a raça Boxer possa ser uma raça predisposta. A carnitina pode também
melhorar a despolarização do miocárdio em cães com ICC.
Às vezes, é recomendada a coenzima Q10 para cães com CMD como um antioxidante
e para ajudar no metabolismo da energia do miocárdio. Não há estudos controlados
em cães com doenças cardíacas espontâneas e os resultados de outras espécies são
contraditórios sobre os possíveis benefícios da suplementação com a enzima Q10.
A suplementação com antioxidantes demostrou reduzir o estresse oxidativo em um
estudo em cães com DVC. No entanto, os efeitos sobre a progressão da doença e as
consequências clínicas são desconhecidos.
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Nutriente mg/100 kcal mg/100 kcal
Níveis recomendados na dieta Necessidade mínima na dieta*
Proteína (g) 5.5–8 5.1
Sódio (mg) 35–100 17
(depende da etapa da doença)
A ingestão modificada destes nutrientes pode ajudar a combater alterações metabólicas
induzidas pela doença cardíaca ou pelos medicamentos utilizados para tratar a doença. A
composição recomendada da dieta é mostrada por g ou mg por 100 kcal de energia
metabolizável. Todos os outros nutrientes essenciais devem atender aos requisitos normais, de
acordo com a fase de vida, estilo de vida e consumo de energia, exceto por aqueles descritos
de maneira diversa no texto.
* Necessidades de nutrientes para os animais adultos como determinada pela
Associação Americana de controle de Alimentos (AAFCO).
Valores recomendados dos nutrientes essenciais
dieta (<80 mg/100 kcal) de modo a proporcionar mais opções. É importante
controlar a ingestão de sódio de outros alimentos (ex.: petiscos, alimentos da mesa,
alimentos utilizados para administrar medicamentos), pois estes podem ser
importantes fontes de sódio.
A recomendação para alterar o potássio na dieta depende dos medicamentos que estejam
sendo administrados e da concentração de potássio sérico. Devem ser usadas dietas ricas
em suplementos de potássio ou magnésio por via oral em cães com hipomagnesemia.
Vitaminas. Se doses elevadas de diuréticos são administradas, pode-se indicar a
suplementação de vitamina B.
Outros nutrientes. A dose ideal ou a mínima de L-carnitina necessária para um cão
com baixos níveis de carnitina do miocárdio é desconhecida, mas a dose recomendada
é de 50-100 mg/kg por via oral a cada 8 horas. Para a coenzima Q10, a dose atual
recomendada (mas empírica) em cães é de 30-90 mg por via oral duas vezes por dia,
dependendo do tamanho do cão.
nPetiscos–A maioria dos cães com doença cardíaca (> 90% em um estudo) recebem
petiscos ou alimentos da mesa. Portanto, é importante discutir isso com os proprietários.
Fazer recomendações específicas para os proprietários sobre os petiscos que são
apropriados (e aqueles que devem ser evitados) é importante, uma vez que grande parte
dos petiscos comerciais são ricos em sódio e a maioria das pessoas ignora o teor de sódio
nos alimentos humanos. Os alimentos a serem evitados são: a maioria dos petiscos
comerciais para cães (a menos que indique especificamente ter baixo teor de sódio),
alimentos para bebês, alimentos em conserva, pão, pizza, presuntos e embutidos,
condimentos (por exemplo: ketchup, molho), a maioria dos queijos, alimentos
processados (por exemplo: misturas com arroz, macarrões e queijo, comidas congeladas),
vegetais enlatados (a menos que na lata se leia “sem sódio” ou “baixo teor de sódio”),
biscoitos ou ossos de couro cru, sopas úmidas e petiscos (por exemplo:. batatas fritas,
bolachas salgadas). Entre os petiscos aceitos incluem frutas frescas (ex.: maçãs, laranjas,
bananas, evitar as uvas), legumes frescos (ex.: cenouras, ervilhas; evitar a cebola e o alho),
petiscos para cães que indicam baixo teor de sódio (<20 mg de sódio/petiscos para cães
de tamanho médio-grande; <10 mg/petiscos para cães de pequeno porte). Levar em
consideração que mesmo os petiscos e os alimentos de baixo teor em sódio podem
fornecer grandes doses de sódio, se eles são fornecidos em grandes quantidades,
especialmente no caso de cães pequenos. 
Também é importante fornecer os métodos adequados para o proprietário
administrar medicamentos, pois muitos proprietários de cães usam a comida para
administrar medicamentos e muitos alimentos comuns utilizados são ricos em sódio.Pode-se ensinar ao proprietário a administrar um comprimido sem o uso de alimentos
(à mão ou usando um dispositivo projetado para esta finalidade). Alternativamente,
pode-se usar alimentos como frutas frescas (ex.: bananas, melões), alimentos enlatados
de baixo teor de sódio, manteiga de amendoim (rotuladas como “sem adição de sal”),
ou carne cozida em casa (sem sal, sem embutidos). Finalmente, pode-se considerar um
medicamento líquido composto, embora a farmacocinética dos medicamentos possa
ser modificada de forma significativa.
nDicas para aumentar a palatabilidade –Com frequência, cães com ICC têm um
apetite cíclico (ou seja, comem bem certo alimento por 7 a 14 dias, mas, em seguida,
param de comer). Embora a diminuição do apetite em um cão que comeu bem
anteriormente possa indicar a necessidade de uma nova avaliação e de um ajuste na
medicação, às vezes, oferecer um alimento diferente aumenta o apetite novamente. A
comunicação com o proprietário sobre estas questões pode ajudar a reduzir a ansiedade.
Os potenciadores de palatabilidade, tais como caldo caseiro com baixo teor de sódio
(por exemplo: frango, carne), podem melhorar a palatabilidade. A maioria dos caldos
industrializados são ricos em sódio, mesmo aqueles rotulados com “baixo teor de sódio”.
Pode-se adicionar ao alimento: frango, carne ou peixe cozido. Cães com ICC muitas
vezes preferem sabores doces, portanto a adição de baunilha ou iogurte de frutas, xarope
natural ou purê de maçã geralmente melhora a palatabilidade e consumo do alimento.
Muitas vezes, os ácidos graxos n-3 melhoram o apetite dos cães com ICC; no entanto,
vai demorar 2 a 4 semanas para que possamos identificar os efeitos. Também podem ser
considerados estimulantes de apetite (por exemplo: Cipro-heptadina, mirtazapina).
Muitas vezes, os cães com ICC têm preferências quanto à temperatura do alimento
(isto é, alguns só comem alimentos à temperatura ambiente, outros preferem alimentos
frios, outros preferem comida quente). Deve-se motivar o proprietário a experimentar,
a fim de determinar qual temperatura funciona melhor para seu cão. Às vezes, alimentar
o cão em um prato (no lugar do tradicional pote de comida para cães) e em um local
diferente do habitual pode melhorar o apetite.
Pontos para a educação do proprietário
• Fazer recomendações específicas para a dieta e petiscos (tipos e quantidades).
• Avisar o proprietário sobre mudanças comuns no apetite dos cães com insuficiência
cardíaca.
• Fornecer ao proprietário os métodos adequados para a administração de
medicamentos.
• Perguntar a cada visita se o proprietário está administrando suplementos dietéticos.
Se assim for, verifique se os suplementos são seguros, se eles não estão interagindo
com dieta ou medicamentos e se são administrados em doses adequadas.
• Além da questão da segurança e eficácia, surgem questões importantes sobre o
controle de qualidade de suplementos alimentares (por exemplo: controle de
qualidade, biodisponibilidade). 
Portanto, os médicos veterinários devem considerar recomendar suplementos
alimentares específicos que contenham uma composição segura para cães com
problemas cardíacos. Cada animal deve ser analisado inividualmente de forma que
receba o tratamento de acordo com o estado de debilidade diagnosticado. 
Uma alterantiva para o médico veterinário no momento da prescrição é pesquisar marcas
de suplementos alimentares que contenham o logotipo do Programa de Verificação de
Suplementos Dietéticos (DSVP, em inglês) da Farmacopéia dos Estados Unidos, que
testa suplementos dietéticos para os seres humanos em busca de ingredientes,
concentrações, solubilidades e contaminantes. Alguns destes medicamentos podem ser
encontrados no Brasil. Outro bom recurso é o Consumerlab.com, que realiza testes
independentes sobre suplementos alimentares (principalmente suplementos para os seres
humanos, mas também alguns produtos para animais).
Comorbidades comuns
Em um estudo, 61% dos cães com doença cardíaca tinham pelo menos uma
doença concomitante. Portanto, você pode precisar modificar os objetivos
nutricionais no caso de um cão com insuficiência cardíaca que apresente uma
doença concomitante sensível aos nutrientes (por exemplo: Um cão com ICC e
doença renal crônica ou doença gastrointestinal).
Estratégias para o manejo das interações
medicamentosas
As interações medicamentosas - são comuns na ICC. Os diuréticos da alça (por
exemplo: furosemida) ou tiazidas (ex.: hidroclorotiazida) podem aumentar o risco de
hipocalemia e hipomagnesemia, enquanto os inibidores da ECA e os diuréticos
poupadores de potássio (por exemplo: espironolactona) podem aumentar o risco de
hipercalemia. A azotemia pode ser o resultado do excesso de uso de diuréticos. A anorexia
pode ser um efeito secundário de muitos fármacos cardíacos (por exemplo, diuréticos,
digoxina, inibidores de ECA).
Controle
A diminuição do apetite/ingestão de alimentos pode indicar a necessidade de
modificações da dieta, mas pode também ser uma descompensação cardíaca precoce da
doença ou da necessidade de modificar o indicador de medicação. O peso corporal deve
ser controlado em cães obesos para atingir o peso ideal. Em animais com caquexia são
necessárias alterações na dieta para minimizar a perda de peso/massa muscular. Tenha em
mente que em animais com ICC no lado direito, o acúmulo de líquido (derrame pleural
ou peritoneal) podem esconder o emagrecimento, mas a perda de peso e massa muscular
é muito comum nestes cães, onde a massa magra deve ser cuidadosamente controlada.
A pontuação do Escore de Condição Corporal (ECC) é útil para controlar os animais
com doença assintomática e os obesos ou com sobrepeso. Tenha em mente que os
sistemas de pontuação do escore de condição corporal (ECC) avaliam os depósitos de
gordura, mas não a musculatura, por isso, um animal pode ter sobrepeso ou obesidade
e ainda apresentar uma perda de massa muscular. Portanto, é importante para controlar
o PC, a pontuação do escore de condição corporal e o grau de perda de massa muscular.
A perda de massa muscular geralmente é observada primeiramente nos músculos
temporais, epaxial e nádegas. A pontuação do estado muscular classifica, de maneira
16
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Avaliação dos temas nutricionais na doença cardíaca dos cães
Obter antecedentes completos da dieta dada (ver anexo II) - perguntar especificamente sobre o alimento para cães, petiscos, alimentos da mesa,
alimentos utilizados para administrar medicamentos e suplementos alimentares (quantidades e tipos específicos)
A doença cardíaca está sendo tratada com medicação de forma ideal? Com os sinais clínicos bem controlados, a qualidade de vida do cão está boa?
Avaliação sobre o apetite / ingestão de alimentos do cão por parte do proprietário
Se é menor, cíclico ou esporádico:
• Avaliar se é necessária qualquer alteração nos medicamentos cardíacos
• Considere mudanças na dieta (por exemplo: alterar o tipo ou marca dos alimentos, 
fornecer refeições menores com mais frequência, adicionar palatabilizantes, iniciar a 
suplementação com ácidos graxos n-3, adicionar um estimulante do apetite)
Pontuação da condição muscular (caquexia) - avaliar o grau de perda de massa muscular nos principais grupos musculares,
incluindo os músculos temporais, glúteos e epaxial (sem perda de massa muscular, perda leve, perda moderada e acentuada)
O peso corporal é ideal para o cão? Está mudando? (aumentando ou diminuindo?)
Determinar a Pontuação do escore de condição corporal (ECC; ver Anexo I)
Se o peso corporal /a pontuação do escore de
condição corporal (ECC) não são ideais,
modificar a dieta (por exemplo, reduzir calorias
se estiver com sobrepeso, aumentar a ingestão
de calorias se estiver abaixo do peso)
O alimento para cães contém ≥5,1 g de proteína / 100 kcal?
É recomendado ≥5,1 g de proteína / 100 kcal, a menos que o cão apresente doença renal grave
concomitante
Se o cão tiver cardiomiopatia dilatada:
• É uma raça predisposta a deficiência de taurina (por exemplo, Cocker Spaniel, São Bernardo, Golden Retriever, Terra Nova,

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