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DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO II. CASO CONCRETO SEMANA 6 Em dificuldade para saldar seus débitos, inclusive tributários, a sociedade comercial Irmãos Tavares & Cia. Ltda., decidiu cerrar suas portas sumariamente, deixando de dar baixa regular em seus registros e obrigações comerciais e fiscais. Tomando conhecimento do fato, fiscais da Receita Federal verificaram não ter sido recolhido o Imposto de Renda dos dois últimos exercícios, tendo em consequência procedido ao lançamento. Notificada regularmente a empresa, na pessoa de seu sócio-gerente, deixou de defender- se administrativamente, correndo o processo administrativo-fiscal à revelia e culminando com a inscrição do crédito tributário em dívida ativa e imediato ajuizamento da execução fiscal. Alertado por seu antigo contador, o sócio- gerente aliena vários bens sociais. Pergunta-se: a) São válidos esses atos de alienação? Em que circunstâncias? Trata-se da ocorrência de fraude à execução caso se constate a insolvência do agente passivo devedor, por conta que já há ação executiva em curso no momento da alienação dos bens, podendo, portanto, ser declarado judicialmente a anulabilidade das transações. Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) Parágrafo único. O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de direito público, na seguinte ordem: I - União; II - Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata; III - Municípios, conjuntamente e pró rata. (CTN) b) Pode a Fazenda Pública requerer a falência da sociedade? Sob o entendimento do artigo 187 do CTN, pode-se extrair a inviabilidade do requerimento pela fazenda pública para declarar a 1 falência do agente passivo devedor, uma vez que os créditos tributários não se submetem à ordem do pagamento no concurso de credores ou mesmo sob prévia habilitação, sendo considerados extraconcursais. Valendo-se, pois, o fisco, da possibilidade de manejamento de ação executiva fiscal. c) É possível ao fisco determinar à instituição bancária que lhe forneça os dados das movimentações da sociedade e do sócio gerente para buscar identificar as irregularidades, independente de autorização judicial? Sim, atualmente é entendimento pacificado pela jurisprudência do STF sobre a possibilidade da utilização pelo fisco dos dados bancários dos contribuintes para fins de investigação tributária. Veja-se o artigo 6º, da Lei complementar nº 105/2001: Art. 6º As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente. Parágrafo único. O resultado dos exames, as informações e os documentos a que se refere este artigo serão conservados em sigilo, observada a legislação tributária. Questão objetiva Em processo de falência, a ordem de preferência do crédito tributário constituído antes da decretação da falência de determinado contribuinte que deve também créditos trabalhistas anteriores à quebra, equivalentes a vinte mil reais; créditos trabalhistas anteriores à quebra, cedidos a terceiros, equivalentes a quinze mil reais; crédito garantido com hipoteca até o limite do valor do bem gravado; remuneração devida ao administrador judicial equivalente a cinco mil reais, corresponderá ao 2 A ( ) primeiro pagamento. B ( ) segundo pagamento. C ( ) terceiro pagamento. D ( X ) quarto pagamento. Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem: I – os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cinqüenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho; II - créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; III – créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, excetuadas as multas tributárias; IV – créditos com privilégio especial, a saber: (Lei nº 11.101/05) E ( ) quinto pagamento. 3
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