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Tributário - Questões de: IPTU, IPVA, ITCMD e ITBI

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO – PUC/SP
FACULDADE DE DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO TRIBUTÁRIO
Prof. Dr. Faissal Yunes Junior
Seminário: IPTU – IPVA – ITCMD - ITBI
2018
SEMINÁRIO II
Alunos:
Gabriel Zavitoski Ribeiro 
Questão 1 - É possível que as alíquotas do ITBI sejam progressivas, em respeito ao princípio da capacidade contributiva? Como isso ocorre?
Para discorrer sobre a questão, cumpre ressaltar, em primeiro momento, que o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis (ITBI) resta devido com a transmissão entre pessoas vivas, por ato oneroso e a qualquer título, da propriedade ou de domínio por natureza ou acessão física, de direitos reais sobre bens imóveis (salvo direitos reais de garantia) e cessão de direitos relativos a tais transmissões. Entende-se por bens imóveis, nos conformes do artigo 79 do Código Civil brasileiro:
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. 
Ainda, no que tange a conceituação de direitos reais, cumpre visualizar as disposições do artigo 1.225 do Código Civil, que elenca como tais, dentre outros direitos, a propriedade, a superfície, as servidões, o usufruto, o uso, a habitação e o direito do promitente comprador do imóvel. No Brasil, as hipóteses que constituem a obrigação tributária no que diz respeito ao imposto em apreço ocorrem mediante o registro do título no registro de imóveis, por força do artigo 1.245 do Código Civil vigente. É este o entendimento majoritário nos Tribunais pátrios, inexistindo divergência no Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal.
Em possuindo o ITBI natureza de imposto real, cumpre voltar o olhar a Constituição Federal no que tange a instituição de progressividade em suas alíquotas. Assim é o teor de seu artigo 145, § 1º:
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
(...)
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
Em olhar inicial, voltado apenas para o parágrafo transcrito, pode parecer que, em decorrência do princípio da capacidade contributiva, deverá o ITBI onerar mais aqueles que detêm maior aptidão econômica. Normalmente, a progressividade do imposto é associada a alíquotas crescentes, como é caso dos imposto de renda (IR), inclusive por determinação constitucional do artigo 152, § 2°, I, imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR) e imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU), nos conformes da Súmula 668 do Supremo Tribunal Federal. Cumpre ressaltar, para fins expositivos, que os municípios são livres para dosar a carga tributária do ITBI por meio de lei ordinária.
No que diz respeito propriamente à cobrança do ITBI de forma progressiva, julgou o Supremo Tribunal Federal três casos relevantes: o RE 153.771/MG, RE 227.033/SP e RE 234.105/SP, recursos interpostos contra decisões de segunda instância que admitiram a progressividade com fulcro na legislação do dos municípios. À época, previa a legislação municipal de São Paulo e Belo Horizonte alíquotas progressivas, respectivamente, nos seguintes termos:
Art. 10 - O imposto será calculado:
(...)
II – Nas demais transmissões, pelas seguintes alíquotas incidentes sobre as classes de valor definidas por número de Unidades de Valor Fiscal do Município de São Paulo - UFM:
Classe de Valor do Imóvel em UFM: Alíquotas
Até 3.000 		2%
Acima de 3.000 até 5.000 	3% 
Acima de 5.000 até 6.000 	4%
Acima de 6.000 	6% 
§ 1º O imposto é calculado em cada classe sobre a porção do valor do bem, em Unidades de Valor Fiscal do Município de São Paulo - UFM, Compreendidas nos respectivos limites.
§ 2º O valor do imposto é determinado pela soma das parcelas correspondentes a cada classe.
 
Art. 83 - As alíquotas do IPTU são as constantes da Tabela III anexa a esta Lei.
TABELA III - ALÍQUOTAS DO IPTU
I - IMÓVEIS EDIFICADOS:
1.1 - Ocupação exclusivamente residencial:
1.1.1 - Padrão Popular...............................................................................0,5%
1.1.2 - Padrão Baixo.................................................................................0,6%
1.1.3 - Padrão Normal................................................................................0,7%
1.1.4 - Padrão Alto..................................................................................0,8%
1.1.5 - Padrão Luxo..................................................................................1,0%
1.2 - Demais Ocupações:
1.2.1 - Padrão Popular...............................................................................1,0%
1.2.2 - Padrão Baixo.................................................................................1,3%
1.2.3 - Padrão Normal................................................................................1,6%
1.2.4 - Padrão Alto..................................................................................1,9%
1.2.5 - Padrão Luxo..................................................................................2,2%
O primeiro e terceiro caso tiveram relatoria do Ministro Carlos Velloso, que inicia um dos votos ressaltando a separação realizada pela Constituição de 88 entre os impostos de transmissão de propriedade inter vivos e causa mortis e doação, antes fundidos por força da Constituição de 1965. Com base nos fundamentos da função social da propriedade e seu conceito, bem como nos pilares de igualdade tributária e consideração da capacidade reprodutiva, entendeu o Ministro, em ambos os casos, que ao ITBI deve “se emprestar a esse imposto o caráter de pessoalidade” (VELLOSO, Carlos). 
Sua posição é adotada por parcela da doutrina. O próprio Ministro cita, ao longo do voto, posições de Roque Antônio Carazza, Elizabeth Nazar Carazza, Sacha Calmon, dentre demais outros. Neste sentido, leciona o último:
Pode-se dizer, sem medo, que o IPTU admite a progressividade estribado em duas matrizes: (a) A matriz da política urbana, cujo fundamento constitucional tem sede na disposição que avcabamos de transcrever, em prol da ordenação urbanística das municipalidades (progressividade extrafiscal no tempo) e (b) A matriz da capacidade do contribuinte que exsurge do art. 145, §1º, da CF. Esta última progressividade não cresce ano a ano no funil do tempo, como a anterior. Nesta, o imposto em si é estruturado com alíquotas progressivas e, pois, menores e maiores no espelho do tempo (alíquotas existentes num mesmo instante).[1: COELHO, Sacha Calmon Navarro. “Comentários à Constituição de 1988 – Sistema Tributário”. Ed. Forente, 1990, p. 256.]
Todavia, a opinião do Relator não prevalece. O Ministro Moreira Alves, relator do RE 227.033/SP, pediu vista nos autos do RE 153.771/MG e adotou postura distinta quanto à classificação do imposto, postura esta reiterada no caso de sua relatoria. Em seu voto, sustenta que o sistema tributário brasileiro disciplina que o ITBI possui caráter real, incompatível com a progressividade decorrente de capacidade contributiva, com fulcro em artigos constitucionais. Assim deduziu:
Esse imposto tem, como disciplinado no sistema tributário brasileiro, caráter real que é incompatível com a progressividade decorrente de capacidade econômica do contribuinte, quer com arrimo – como rpetende o eminente relator – na conjugação desse dispositivo constitucional (genérico) com o artigo 156, §1º (específico), pela singela razão de que este último dispositivo, por admitir a progressividade para fins extrafiscais (‘de forma a assegurar o cumprimento da função social da propriedade”), não pode, obviamente, servir de esteio para justificar progressividade fiscal.[2: RE 154.771/MG. Disponívelem: http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=211634. Acesso em 09/11/2018.]
Em síntese, o Supremo Tribunal Federal, com base em dois argumentos essenciais, quais sejam a não autorização da progressividade em texto constitucional e a natureza real do ITBI, não autorizou a cobrança do imposto progressivo. 
Todavia, cumpre ressaltar que a progressividade não é exclusiva aos impostos pessoais. Em questão a ser vista posteriormente, será discutida a possibilidade de alíquotas progressivas em imposto real, bem como aprofundado o próprio teor do questionamento em epígrafe. No que tange exclusivamente ao ITBI, a possibilidade de garantir o princípio da capacidade contributiva por estes meios resta vedada, inclusive por ser matéria sumulada (Súmula 656 do STF - É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis - ITBI com base no valor venal do imóvel).
Questão 2 – É possível a cobrança de ITBI com base em instrumento particular de compromisso de compra e venda?
O ITBI – Imposto de Transmissao de Bens Imóveis – tem como fato gerador a transmissão de bem imóvel inter vivos e a transmissão de direitos reais sobre o imóvel, por meio de ato oneroso, e, ainda, a cessão de direito a aquisição do bem imóvel. 
Encontra previsão legal no art. 156 da Constituição Federal, que dispõe o seguinte: 
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
(...)
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
Assim, mister analisar a promessa de compra e venda. A promessa de compra e venda constitui um contrato preliminar em que o comprador se obriga ao pagamento do valor acordado com o vendedor. E, por fim, o promitente vendedor se compromete a outorgar a escritura hábil à transferência da propriedade do bem imóvel. 
A promessa de compra e venda não representa a transmissão da propriedade do bem imóvel e, portanto, não houve a ocorrência do fato gerador do tributo, o que não permite a sua cobrança antecipada. 
 Contudo, se o contrato preliminar estabelecido entre as partes for registrado no Cartório de Registro de Imóveis, surgem direitos reais sobre o bem imóvel prometido, conforme previsto no art. 1.417 do Código Civil. 
Com isso, caso seja realizado o registro da promessa de compra e venda no respectivo Cartório, há a incidência do ITBI, em razão de ter-se a aquisição de direitos reais. Se não houver o registro do respectivo contrato, não há que se falar em cobrança do tributo.
Ademais, não se olvide que, caso o contrato for registrado e o imposto for quitado, não poderá ser cobrado novamente quando da efetiva transmissão do bem imóvel. 
Nesse sentido, o entendimento jurisprudencial atual: 
“Agravo regimental no agravo de instrumento. Imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis. ITBI. Momento da ocorrência do fato gerador.
Está assente na Corte o entendimento de que o fato gerador do ITBI somente ocorre com a transferência efetiva da propriedade imobiliária, ou seja, mediante o registro no cartório competente. Precedentes.
Agravo regimental não provido” (Ag.Reg. no Agravo de Instrumento nº 674.432-MG, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe de 8-10-2013).
“Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Imposto sobre a transmissão de bens imóveis – ITBI. Fato gerador: Registro da transferência efetiva da propriedade. Precedentes. Agravo regimental ao qual se nega provimento” (Ag.Re. no Recurso Extraordinário com Agravo nº 798.241-Rel. Min. Cármen Lúcia, Segunda Turma, DJe de 14-4-2014).
Ante o exposto, conclui-se pela possibilidade de cobrança de ITBI com base em instrumento particular de compromisso de compra e venda.
Questão 3 – As operações de venda de imóvel particular para uma fundação pública enseja a incidência de ITBI?
As fundações públicas possuem previsão legal no Decreto-lei nº 200/1967, em seu art. 5º, IV, sendo definidas como:
“entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes”.
Com o intuito de analisar a questão proposta, a medida que impõe é a leitura do artigo 150 da Carta Magna combinada ao artigo 14 do Código Tributário Nacional, que preveem o seguinte: 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
E, ainda: 
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; (Redação dada pela Lcp nº 104, de 2001)
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais;
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício.
Portanto, conforme disposto pelos artigos acima colacionados, as fundações públicas gozam de imunidade tributária, desde que preenchidos os requisitos contidos no artigo 14 do CTN. 
Em razão da imunidade tributária concedida às fundações públicas, as operações de venda de imóvel particular não ensejam a incidência de ITBI, estando isentas do seu pagamento. 
Nesse sentido, o entendimento jurisprudencial atual: 
APELAÇÃO CÍVEL – Ação ordinária c.c tutela provisória de urgência, reconhecimento de imunidade tributária e repetição de indébito – ITBI – Município de Guarulhos – Imunidade tributária - Fundação sem fins econômicos e lucrativos – Imóveis tributados que se relacionam com as atividades da Fundação – Preenchimento dos requisitos legais previstos no art. 14 do CTN para a concessão do benefício - Imunidade tributária reconhecida - Inteligência do art. 150, inciso VI, alínea c da Constituição Federal – Sentença mantida – Recurso não provido. (TJ-SP – APL:102381123220168260224 SP 1023811-23.2016.8.26.0224, Relator: Raul de Felice, Data de Julgamento: 27/08/2018, 15ª Câmara de Direito Público, Data de Públicação: 27/08/2018)
Questão 4 - É possível a instituição de alíquotas progressivas para o ITCMD?
	
Utilizando-se da mesma lógica empregada para resolução da Questão 1, cumpre ressaltar a hipótese de incidência do imposto sobre transmissão “causa mortis” e doação (ITCMD). 
Será devido o tributo quando ocorrida transmissão, a título gratuito, de bem imóvel/móvel no momento da abertura da sucessão, tratando-se de “causa mortis”, ou no momento do(a) registro/tradição do bem, tratando-se de doação. Assim como o ITBI, referido tributo possui competência municipal e é direito real, a ser entendido, por força do artigo 1.225 do Código Civil vigente. Recai, todavia, sob bens móveis e imóveis, variando seu critério espacial de acordo com o bem.
Quanto a admissibilidade de progressão nas alíquotas do ITCMD, cabe voltar o olhar, assim como no ITBI, para as diretrizes constitucionais. Em versando a Constituição Federal sobre a instituição de progressividade, em respeito ao princípio da capacidade contributiva e isonomia material, nos conformes já expostos anteriormente, é perfeitamente plausível sustentar a relevância das alíquotas progressivasem diversos impostos.
Não por motivo diverso foi submetida a questão ao exame do Supremo Tribunal Federal, com destaque ao julgamento do RE 562.045/RS, de relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski. Foi interposto pelo estado do Rio Grande do Sul em face de decisão que julgou inconstitucional o artigo 18 da Lei estadual n. 8.821/1989, “que instituiu um sistema progressivo de alíquotas para o Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doações - ITCD, determinando fosse aplicada a sua alíquota mínima, ao fundamento de que a progressividade prevista no art. 145, § 1º, da Constituição Federal somente se refere aos impostos de natureza pessoal.”. Assim dispõe referido artigo:[3: Trecho do RE 562.045/RS. Disponível em: http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=630039. Acesso em 11/11/2018.]
Art. 18. Na transmissão "causa mortis", a alíquota do imposto é definida com base no resultado da soma dos valores venais da totalidade dos bens imóveis situados neste Estado, bens móveis, títulos, créditos, ações, quotas e valores, de qualquer natureza, bem como dos direitos a eles relativos, compreendidos em cada quinhão, avaliados nos termos do art. 12, aplicando-se a seguinte tabela:
Faixa	Valor do quinhão (em UPF-RS)	Alíquota
Acima de		Até
l	0		2.000		0%
II	2.000		10.000		3%
III	10.000		30.000		4%
IV	30.000		50.000		5%
V	50.000	 			6%
§ 1º O imposto devido será calculado pela aplicação da alíquota correspondente sobre o valor do quinhão, conforme tabela deste artigo.
§ 2º Para efeitos do disposto neste artigo:
I - havendo sobrepartilha, o valor a sobrepartilhar relativo a cada quinhão será somado ao valor partilhado, tornando-se devida a complementação do imposto sobre o valor partilhado se houver mudança de faixa em função do referido acréscimo;
II - excetuam-se da soma dos valores venais a que se refere o "caput" deste artigo aqueles relativos aos bens relacionados no inciso VIII do art. 7º; e
III - o valor da UPF-RS é o vigente na data da avaliação.
O voto do Ministro Relator aludiu a discussão acerca do teor do artigo 145, § 1º da Constituição Federal, tratando da diferença doutrinária entre impostos reais e pessoais, decidindo nos termos que seguem:
Assim, embora represente um instrumento para a obtenção de efeitos extrafiscais, a progressividade, no caso de impostos reais, em nosso ordenamento legal, só pode ser adotada se houver expressa previsão constitucional. Mesmo assim, ressalte-se, ela não poderá basear-se, direta ou exclusivamente, na capacidade econômica do contribuinte. Em suma, a vedação da progressividade no caso dos impostos de natureza real, constante do art. 145, § 1º, da Carta Magna, ao lado dos principios da legalidade, da irretroatividade, da anterioridade, da isonomia e da proibição do confisco, configura garantia constitucional e direito individual do contribuinte, que não podem ser afastados por lei ordinária estadual.
Pediu vista, todavia, o Ministro Eros Grau. Defendeu o Ministro, como havia feito previamente, a constitucionalidade da progressividade da alíquota do ITCMD, abordando os conceitos de progressividade e regressividade, bem como as diversas interpretações dadas ao artigo 145, da Carta Magna brasileira, terminando seu voto com os dizeres que seguem:
Essa não tão breve exposição, de há mais de trinta anos, presta-se a deixar claro que todos os impostos podem e devem guardar relação com a capacidade contributiva do sujeito passivo e não ser impossível aferir-se a capacidade contributiva do sujeito passivo do ITCD. Ao contrário, tratando-se de imposto direto, a sua incidência poderá expressar, em diversas circunstâncias, progressividade ou regressividade direta. Todos os impostos repito estão sujeitos ao princípio da capacidade contributiva, especialmente os diretos, independentemente de sua classificação como de caráter real ou pessoal; isso é completamente irrelevante. 
O Ministro Relator, após voto do Ministro Eros Grau, salientou que votou de acordo com precedente da Corte. Referiu-se justamente ao julgamento exposto na Questão 1, acerca da possibilidade de alíquotas progressivas no ITBI, ressaltando seu afastamento em razão de ser um imposto real.
Contudo, não foi o teor do voto do Ministro Ricardo Lewandowski que prevaleceu. O recurso foi provido, restando vencido o argumento de incompatibilidade de impostos reais com aplicação de alíquota progressiva.
Como é de se imaginar, em luz desta decisão, ressurgiram discussões doutrinárias a respeito da adoção da progressividade em diversos outros casos, como do próprio ITBI, vez que não considerou a Corte necessário averiguar as situações específicas dos contribuintes (caráter pessoal) para aplicação de alíquotas progressivas, em respeito ao princípio da capacidade contributiva.
Mesmo com orientação neste sentido no caso do ITCMD, continua vigorando a Súmula 656 do STF, que impede o estabelecimento de alíquotas progressivas no ITBI com base no valor venal do imóvel. Grande parte da doutrina adota postura crítica em face de tal posicionamento da Suprema Corte, sugerindo ser caso de “dois pesos, duas medidas”. Contudo, até o presente momento, permanece admitida a instituição de alíquotas progressivas para o ITCMD.
Questão 5 - José faleceu no Rio de Janeiro. Seu inventário foi feito em Minas Gerais. Ele possui um apartamento em São Paulo e um automóvel no Rio Grande do Sul. Onde deverão ser recolhidos os “ITCMD’s” quanto ao carro e ao automóvel? Fundamente.
Questão 6 - Considerando-se um carro da marca X, ano de 2008, modelo Delta, adquirido por José do antigo proprietário Marco, em 10 de abril de 2009, já devidamente licenciado, pergunta-se:
Letra “a” - Quem é o responsável pelo pagamento do IPVA?
A resposta objetiva para a questão é a que segue: José é responsável pelo pagamento do IPVA. 
Em sendo referido imposto obrigação propter rem, acompanhando o bem e não sendo dotada de caráter pessoal, será o proprietário obrigado a arcar com o pagamento do imposto sobre a propriedade de veículos automotores. 
Referida conclusão se depreende das atribuições do Código Tributário Nacional que, em seu artigo 130, determina:
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. 
Cumpre ressaltar, contudo, que o veículo foi vendido em 10 de abril de 2009, devidamente licenciado. Considerando que não há licenciamento de veículo automotor sem o devido pagamento do IPVA, do texto também se conclui que José recebe o veículo sem arcar com o imposto até o ano de 2009.
Letra “b” - Se Marco é residente do Piauí e José residente de São Paulo, qual ente deverá tributar o IPVA?
		O Estado competente para cobrar o IPVA é aquele competente para registrar o veículo automotor, nos termos do art. 120 do Código de Trânsito Brasileiro. Assim, o produto da arrecadação ficará no Estado onde o veículo estiver licenciado, independente do domicilio do proprietário, ou do adquirente atual. Assim, visto que José adquiriu o carro X já devidamente licenciado, fica Piauí o ente responsável para tributar o IPVA. 
Letra “c” - Se o IPVA daquele ano já havia sido pago por Marco, poderá o ente responsável cobrar o IPVA novamente de José? Fundamente.
		O pagamento do IPVA deverá ser feito uma única vez, anualmente, por apenas o Estado no qual o carro está registrado. Conforme o art. 120 do Código de Trânsito Brasileiro, o Estado competente para cobrar o IPVA é aquele competente para registrar o veículo automotor. Sendo assim, é ilegal que outro Estado cobre também o IPVA, tendo em vista que o carro pode ser registrado em apenas um Estado.
Letra “d” - Se, ao invés de um carro, José adquirisse um iate, poderia o ente responsável cobrar IPVA do mesmo? Justifique.
 		
		Conforme entendimento do plenáriodo STF, no Recurso Extraordinário (RE) 379572, embarcações e aeronaves não devem pagar o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores. Assim, por analogia às embarcações, se José adquirisse um iate, o ente responsável não poderia cobrar IPVA do mesmo.
		
Questão 7 - Tendo em vista a extrafiscalidade, é possível ao sujeito ativo cobrar o IPVA com distinção de valores entre veículos nacionais e importados? Por quê? Fundamente.
Os tributos podem ter caráter fiscal, extrafiscal ou parafiscal. A extrafiscalidade se dá quando o Estado busca, por meio da tributação, intervir na economia, não tendo como objetivo principal do tributo a arrecadação. 
Isto posto, de rigor salientar que o IPVA, que tem por fato gerador a propriedade de veículos automotores é um tributo que possui como função principal a fiscalidade, podendo, ainda, possuir função extrafiscal, nos casos autorizados pela legislação. 
Quando adquire função extrafiscal, o IPVA poderá ter alíquota diferenciada em razão do tipo de veículo e do tipo de combustível. 
Entretanto, é vedada a alíquota diferenciada em razão da procedência do veíuculo, conforme o entendimento atual do STF. Além disso, a vedação do Supremo possui amparo na Constituição Federal, em seu artigo 152, in verbis: 
Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.
Nesse sentido, discorre sobre o assunto Ricardo Alexandre (2017, p. 738):
“Em primeiro lugar, não se pode tributar diferentemente veículos nacionais e importados, o que agrediria o princípio da não discriminação com base na procedência ou destino, previsto no art. 152 da CF/1988, bem como a cláusula do tratamento nacional, que prevê a equivalência de tratamento entre o produto importado, quando este ingressa regularmente no território nacional, e o produto similar nacional”.
Assim, não há que se falar em cobrança, pelo sujeito ativo, do IPVA com distinção de valores entre veículos nacionais e importados em razão da função extrafiscal do tributo em questão, posto que, esta diferenciação, não possui amparo no ordenamento jurídico atual. 
Além do mais, tendo em vista que se o fato gerador do tributo for internacional, será de interesse da União e não dos entes federados, que não podem criar mecanismos de discriminação no que se refere a procedência dos bens. 
Ainda, o entendimento atual dos tribunais segue esta mesma linha: 
“IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES – ALÍQUOTA DIFERENCIADA – VEÍCULO IMPORTADO – IMPOSSIBILIDADE – PRECEDENTE DO PLENÁRIO. O Supremo, no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 1.655/AP, concluiu pela impossibilidade de diferenciação na cobrança do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores, a teor do artigo 150, inciso II, do Diploma Maior” (AI n° 483.726/DF, Primeira Turma, Relator o Ministro Marco Aurélio, DJe de 22/8/11).
“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. IPVA. VEÍCULO IMPORTADO. ALÍQUOTA DIFERENCIADA. 1. Não se admite a alíquota diferenciada de IPVA para veículos importados e os de procedência nacional. 2. O tratamento desigual significaria uma nova tributação pelo fato gerador da importação. Precedentes. Agravo regimental a que se nega provimento” (RE n° 367.785/RJ-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Eros Grau, DJ de 2/6/06).
Questão 8 – Quais os critérios distintivos aplicados para aferição da incidência de IPTU ou ITR? Fundamente.
Inicialmente, vale registrar que o Imposto Predial Territorial Urbano, o IPTU, é uma tributação devida ao Município, por proprietários de imóveis situados em área urbana. Tal imposto está previsto no artigo 156, inciso I, da CRFB/88, onde fica claro a competência dos Municípios para instituir impostos sobre propriedades prediais e urbanas. [4: Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: I - propriedade predial e territorial urbana; [...]]
O Imposto Territorial Rural, o ITR, por sua vez, é um Imposto Federal e devido à União, via de regra, por proprietários de imóveis situados em áreas rurais. A previsão para este imposto se encontra no artigo 153, inciso VI, da Constituição.[5: Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:[...]VI - propriedade territorial rural;]
Os impostos em questão possuem em comum a propriedade como fato gerador e a alíquota progressiva. E ambos são impostos reais, pelo motivo do fato gerador ser a propriedade. 
Diante disso, um critério distintivo, considerado como um ponto conflitante entre os dois impostos, é a definição de zona urbana e zona rural. Em outras palavras, para que haja a identificação de qual imposto irá incidir, é necessário o entendimento da localização do imóvel. O Código Tributário Nacional, em seu artigo 32, dispõe que: 
Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município.
§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II - abastecimento de água;
III - sistema de esgotos sanitários;
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado.
§ 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior.
	Através da análise do parágrafo 1º, do dispositivo supra, é possível entender a definição de zona urbana, uma vez que, seguidos os requisitos expostos, a cobrança de IPTU é devida, pois o imóvel está localizado em área urbana. Ainda, o parágrafo 2º, demonstra a previsão de que tais áreas são aquelas constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes fora da zona urbana e desde que haja expressa definição em lei local.
	No caso de propriedade em território rural, sua conceituação emerge exclusão. Ë considerado imóvel rural aquele situado fora da zona urbana do município, conforme artigo 29, do CTN:
Art. 29. O imposto, de competência da União, sobre a propriedade territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localização fora da zona urbana do Município.
	Os artigos expostos acima, se observados unicamente, responderiam os critérios que distinguem a incidência do IPTU e do ITR. Todavia, é necessário a observância das regras prescritas dentro desses artigos. Mesmo que o imóvel esteja em zona urbana e contiver dois ou mais requisitos do artigo 32 será incidente o IPTU, senão, o imposto pode ser questionado. Em tese, é identificado o local do imóvel, dentro dos limites definidos pelo Plano Diretor Urbano e presentes pelo menos por dois pontos dos melhoramentos mencionados em tal artigo, o que se consubstancia em fato gerador do IPTU. O CTN entende, portanto, que a cobrança de um imposto ou de outro depende de sua localização. 
	Não obstante, tal premissa se aplica para os terrenos localizados também em zona rural, isto é, se localizados em zona rural, não há dúvidas quanto a incidência de ITR. Ocorre que o Superior Tribunal de Justiça, alterou esse entendimento ao julgar o REsp 1.112.646/SP para os terrenos localizados em zona urbana, ou seja, esta não é uma regra absoluta quando se trata de IPTU, uma vez que o imóvel pode estar em zona urbana; conter duas ou mais caraterísticas do artigo 32, do CTN; e, não incidir sobreele o IPTU, e sim ITR pela destinação rural do imóvel. O Ministro Herman Benjamin explicou: 
No mérito, a discussão a respeito da incidência do IPTU ou do ITR é caso clássico de conflito de competência a ser dirimido pela legislação complementar, nos termos do art. 146, I, da CF.
O art. 32, 1º, do CTN adota o critério da localização do imóvel e considera urbana a área definida na lei municipal, desde que observadas pelo menos duas das melhorias listadas em seus incisos. Ademais, considera-se também nessa situação o imóvel localizado em área de expansão urbana, constante de loteamento aprovado, nos termos do 2º, do mesmo dispositivo.
Ocorre que o critério espacial do art. 32 do CTN não é o único a ser considerado. O DL 57/1966, recepcionado pela atual Constituição como lei complementar (assim como o próprio CTN), acrescentou o critério da destinação do imóvel, para delimitação das competências municipal (IPTU) e federal (ITR):
Art 15. O disposto no art. 32 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, não abrange o imóvel de que, comprovadamente, seja utilizado em exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agro-industrial, incidindo assim, sôbre o mesmo, o ITR e demais tributos com o mesmo cobrados.
[...]
Assim, não incide IPTU, mas sim o ITR, sobre imóvel localizado na área urbana do Município, desde que, comprovadamente, seja utilizado em exploração extrativa, vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial.
Ao lado do critério espacial previsto no art. 32 do CTN, deve ser aferida a destinação do imóvel, nos termos do art. 15 do DL 57/1966.
Por isso, se uma região está fora da zona urbana, mas cumpre os requisitos, como possuir um loteamento destinado à indústria, comércio ou habitação, a incidência será do IPTU, no mais, o resto terá como incidência o ITR, pois, neste sentido, ainda é possível ter um imóvel em área urbana que possua duas ou mais das características (vide art. 32) e não incidir IPTU, e sim o ITR, quando presente a condição de “destinação rural do imóvel”. 
Questão 9 - O Município “X” notificou a instituição de educação “Y” para que realizasse o pagamento do valor correspondente ao Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) referente ao imóvel de sua propriedade, alugado a terceiros, por meio do envio de carnê para pagamento do tributo pelos correios. Apesar de constatar que o valor dos aluguéis é aplicado no desenvolvimento das atividades essenciais da instituição, o Município entendeu que a imunidade conferida pelo texto constitucional somente se aplica quando o imóvel é usado como sede da instituição. Com base no caso descrito, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. 
Letra “a” - A cobrança do IPTU, realizada pelo Município “X”, está correta? 
A Constituição Federal, em seu artigo 150, inciso VI, alínea “c”, enuncia que é vedado aos Municípios, sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços das instituições de educação.[6: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:VI - instituir impostos sobre:c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;]
Diante disso, pode-se afirmar que a cobrança feita pelo Município da questão não está correta, uma vez que a Súmula n. 724, do STF, junto com o artigo supra, entende que “ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo Art. 150, VI, c, da Constituição, desde que o valor dos alugueis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.” 
Letra “b” - De acordo com o entendimento firmado nos Tribunais Superiores, é válida a notificação da instituição por meio dos Correios? 
De acordo com o entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça, através do REsp 1.111.124/PR, e com fulcro na Súmula n. 397, do STJ, a notificação é válida, pois a remessa, ao endereço do contribuinte, do carnê de pagamento do IPTU é ato suficiente para a notificação do lançamento tributário. 
Questão 10 - O Presidente da República editou Medida Provisória estabelecendo normas gerais sobre o imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA), relativamente ao seu fato gerador, base de cálculo e contribuintes. Partindo da premissa de que estão preenchidos os requisitos de relevância e urgência, responda aos itens a seguir, de forma fundamentada, indicando os dispositivos legais pertinentes. 
Letra “a” - Pode uma Medida Provisória do Presidente da República estabelecer normas gerais sobre o imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA), tal como a acima referida? 
O art. 146, III, alínea “a”, reserva à Lei Complementar o dever de dispor sobre normas gerais em matéria de legislação tributária, inclusive em relação ao IPVA. Considerando que o art. 62, §1º, inc. III da CF/88 veda expressamente a edição de Medidas Provisórias em relação à matéria reservada à Lei Complementar, é incontroversa a inconstitucionalidade da Medida Provisória
Letra “b” - Inexistindo normas gerais relativas ao imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA), podem os legisladores estaduais definir, no âmbito de suas competências, e observados os limites impostos pela Constituição Federal, o fato gerador, a base de cálculo e os contribuintes desse imposto? 
Inexistindo normas gerais relativas ao imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA), podem os legisladores estaduais definir, no âmbito de suas competências, e observados os limites impostos pela Constituição Federal, o fato gerador, a base de cálculo e os contribuintes desse imposto? 
A Constituição Federal, em seu art. 24º, §3º determina:
 Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. 
Referido artigo faculta aos legisladores estaduais a possibilidade dos mesmos exercerem referida competência, tratando-se, portanato, de competência concorrente, onde é exercida competência plena sobre a matéria. Na mesma senda caminha o art. 34, § 3º, da Constituição Federal, que possibilita a edição de leis necessárias à aplicação do sistema tributário nacional pelos Estados.