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CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PERCEPÇÃO DO FORMANDO EM RELAÇÃO AO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR SILVANA HERCULANO ALVES SÃO PAULO - SP 2005 SILVANA HERCULANO ALVES PERCEPÇÃO DO FORMANDO EM RELAÇÃO AO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR Trabalho de Conclusão de Curso elaborado para obtenção de crédito parcial na disciplina de TCCII, sob orientação do Professor Haller Elinar Stach Schunemann. SÃO PAULO 2005 ii Dedico este trabalho ao meu esposo Cláudio de Jesus Alves e ao meu filho Matheus Herculano Alves por terem compreendido minha ausência. iii AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar a Deus por que foi Ele quem me forneceu condições financeiras, psicológicas e toda a estrutura necessária para a realização desta graduação. Sem sua bondade, graça e misericórdia eu jamais poderia realizar qualquer projeto em minha existência. A minha irmã Cristiane que sempre esteve presente em minha vida aliviando os meus fardos, ao meu irmão Francisco que indiretamente me incentivou a voltar aos estudos. A minha mãe Cristina, as cunhadas Gislene e Gisa que se mostraram prontas a cuidar do meu filho nos momentos da minha ausência. Ao meu amigo professor Joeliton que me incentivou a fazer uma faculdade ao invés de um curso técnico. A minha amiga Patrícia que está possibilitando o término deste curso com seu apoio financeiro. A minha amiga Edileuza que desde o primeiro dia de aula me incentivou animando-me e ajudando em tudo que precisei, especialmente neste último ano tem me feito transpor todas as dificuldades que surgiram no meu caminho. Aos amigos que conquistei neste trajeto, em especial à Alaíde que nos momentos em que eu jamais teria conseguido atravessar o rio ela me ajudou, a Sidineide minha fiel e inseparável companheira, a Niraildes que sem dúvida alguma sempre lutou pelo fortalecimento das relações do grupo, à Cecília que embora pareça ser séria e distante nos trouxe grande auxílio em várias situações e para completar temos Priscila, que contribuiu grandemente com sua habilidade de fazer pesquisas nos encantando com sua alegria. Ao professor Jairo que me auxiliou num momento onde já não me era possível dar nem mais um passo. Ao Professor Haller meu, agradeço pela paciência e dedicação na orientação e elaboração desse trabalho. Por mais que eu tente expressar meu agradecimento a essas pessoas faltariam palavras na língua portuguesa para expressar a importância da colaboração que me deram. iv SUMÁRIO AGRADECIMENTOS ................................................................................................. iii LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS ........................................................................... v RESUMO................................................................................................................... vii 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 1 1.1. JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 1 1.2 PROBLEMA DE PESQUISA ......................................................................... 2 1.3 OBJETIVOS ................................................................................................... 3 1.3.1 Geral ...................................................................................................................... 3 1.3.2 Específicos ............................................................................................................ 3 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................... 4 2.1 A ORIGEM DOS CURSOS DE ADMINISTRAÇÃO NO BRASIL ................... 4 2.2 NASCE A UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ................................................ 6 2.3 TEM INÍCIO O SURTO DO ENSINO DE ADMINISTRAÇÃO NO BRASIL .... 6 2.4 PROBLEMAS APONTADOS NO ENSINO .................................................... 9 2.4.1 Fragmentação do Ensino de Administração ......................................................... 9 2.4.2 Superficialidade ........................................................................................ 10 2.4.3 Ênfase tecnicista dos cursos de Administração no Brasil.................................... 11 2.4.4 A complexidade organizacional como objeto da Administração ....................... 11 2.4.5 Paradigma da (Re) Produção do conhecimento .................................................. 12 2.4.6 Distância entre a formação e as exigências do mercado .................................... 12 2.4.7 A Influência norte-americana ............................................................................. 13 2.5 ADMINISTRAÇÃO X NOVAS DIRETRIZES CURRICULARES ................ 13 2.6 PERFIL DO ADMINISTRADOR DO SÉCULO XXI ...................................... 14 2.7 PERSPECTIVAS NO ENSINO DE ADMINISTRAÇÃO ................................ 15 3 METODOS ..................................................................................................... 18 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 19 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 32 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 37 ANEXO I.................................................................................................................... 39 v LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS TABELA 01 - NÚMERO DE CURSOS POR DÉCADAS............................................. 8 TABELA 02 – A ESCOLHA DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO NA FACULDADE SEGUNDO OS ALUNOS ENTREVISTADOS ........................................................... 21 TABELA 03 – OPINIÃO SOBRE O MÉTODO DE AVALIAÇÃO UTILIZADO SEGUNDO OS ALUNOS ENTREVISTADOS ........................................................... 24 TABELA 04 – PERSPECTIVA COMO FORMANDO DO QUE O CURSO PROPORCIONARÁ .................................................................................................. 25 GRÁFICO 01 – CAPACITAÇÃO DO FORMANDO PARA ASSUMIR CARGOS GERENCIAIS APÓS A CONCLLUSÃO DO CURSO SEGUNDO OS ALUNOS ENTREVISTADOS .................................................................................................... 26 TABELA 05 – CAPACITAÇÃO DO FORMANDO PARA EXERCER FUNÇÕES DE LIDERANÇA APÓS A CONCLUSÃO DO CURSO SEGUNDO OS ALUNOS ENTREVISTADOS .................................................................................................... 27 TABELA 06 – OPINIÃO SOBRE A METODOLOGIA UTILIZADA DE MODO GERAL SEGUNDO OS ALUNOS ENTREVISTADOS ........................................................... 28 TABELA 07 – OPINIÃO SOBRE O CURRICULUM DA ESCOLA SEGUNDO OS ALUNOS ENTREVISTADOS .................................................................................... 28 TABELA 08 – HABILIDADES DESENVOLVIDAS NOS FORMANDOS POR AÇÃO DO CURSO ............................................................................................................... 29 GRÁFICO 02 – HABILIDADES DESENVOLVIDAS NOS FORMANDOS POR AÇÃO DO CURSO ...................................................................... Erro! Indicador não definido. TABELA 09 – ESTRUTURA DO CURSO SEGUNDO OS ALUNOS ENTREVISTADOS.................................................................................................... 30 TABELA 10 – GRAU DE SATISFAÇÃO COM O CURSO SEGUNDO OS ALUNOS ENTREVISTADOS ........................................................... Erro! Indicador não definido. GRÁFICO 03 – GRAU DE SATISFAÇÃO COM O CURSO SEGUNDO OS ALUNOS ENTREVISTADOS .................................................................................................... 31 TABELA 11 – IDENTIFICAÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DA UNASP SEGUNDO A FAIXA ETÁRIA ....................... Erro! Indicador não definido. GRÁFICO 04 – IDENTIFICAÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DA UNASP SEGUNDO A FAIXA ETÁRIA ....................... Erro! Indicador não definido. vi TABELA 11 – IDENTIFICAÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DA UNASP SEGUNDO O ESTADO CIVIL....................... Erro! Indicador não definido. GRÁFICO 05 – IDENTIFICAÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DA UNASP SEGUNDO O ESTADO CIVIL....................... Erro! Indicador não definido. TABELA 12 – IDENTIFICAÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DA UNASP SEGUNDO O SEXO ..................................... Erro! Indicador não definido. GRÁFICO 06 – IDENTIFICAÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DA UNASP SEGUNDO O SEXO ..................................... Erro! Indicador não definido. vii RESUMO O crescimento exponencial dos cursos de Administração no Brasil (antes de 1960 eram oferecidos dois cursos, em 2000 a oferta cresceu para 1462 cursos) tem sido motivo de preocupação para o Conselho Federal de Administração com a qualidade do ensino na formação dos administradores, trata-se de um curso que tem vinculação com o mercado aumentando assim a responsabilidade das entidades responsáveis pelos cursos. O objetivo desse trabalho é identificar qual é a percepção dos alunos do 8º semestre de um curso de Administração oferecido por uma Instituição de Ensino Superior na cidade de São Paulo para extrair informações relevantes que contribuirão para a melhoria do ensino de Administração. A metodologia consistiu em aplicar questionários nas várias habilitações oferecidas na Faculdade X, os resultados nos revelam a percepção dos alunos em relação ao curso. O grupo de alunos respondentes, em sua maioria, está parcialmente satisfeito com o curso. Os motivos desta parcial satisfação e outros aspectos relevantes do curso foram analisados e estão sendo tratados com maiores detalhes neste trabalho. INTRODUÇÃO Temos aqui o indício de que os desafios do ensino de administração no nosso país são muito grandes, que é necessário um trabalho conjunto de Instituições de Ensino Superior, professores, MEC, Conselho Federal Administração e alunos para que juntos possamos contribuir para a melhoria da qualidade dos cursos oferecidos em nosso país para prover as competências de gestão necessárias ao exercício profissional do administrador. Neste ano a profissão completa 40 (quarenta anos) e o Conselho Federal de Administração através de seu presidente Rui Otávio Bernardes de Andrade afirmou que o número de instituições de ensino superior espalhadas por todo o país e de recém - formados no mercado de trabalho os tem assustado. Segundo ANDRADE (2003) são mais de 1710 faculdades oferecendo graduação em administração no Brasil. Em 1991 o número de cursos oferecidos era de 333, em 2002 foi dado um salto de 426%, ou seja, para 1413 cursos, de acordo com o C.F.A., estas instituições formam cerca de 70 mil pessoas por ano, estão matriculados cerca de 550 mil estudantes. SKORA & MENDES (2001, p.1) levantaram algumas questões importantes como: será que estas instituições estão formando pessoas com competência e ética para atuar no mercado de trabalho? Será possível que o modelo importado dos Estados Unidos ainda contribui para a boa formação de profissionais que já não estão atuando como antigamente em cenários fortemente industriais? Será possível que as Instituições de Ensino Superior estão suprindo as necessidades de seus clientes - aluno no tocante ao desenvolvimento de habilidades do administrador profissional? 1.1. JUSTIFICATIVA O objetivo deste trabalho é identificar qual a percepção do formando em relação ao curso de administração de uma Instituição de Ensino Superior recentemente implantado na cidade de São Paulo. 2 Os cursos de um modo geral despertam o aluno para a importância do conhecimento, em especial o curso de Administração coloca o discente em contato com teorias relacionadas à sua área de atuação, mas, de um modo geral o curso é muito teórico, o aluno conhece a teoria, tem consciência da sua importância, mas será possível que ao chegar ao final do curso saberá aplicar a teoria fazendo a inter- relação do todo organizacional? O mercado de trabalho busca pessoas que executem as tarefas concernentes a sua função, pouca valorização será dada às pessoas que estão familiarizadas com teorias, mas que não tem condições de elaborar um planejamento estratégico e outras funções que são dever do administrador desempenhar. Será que estamos vivendo o momento em que as faculdades devessem rever suas metodologia e disciplinas? 1.2 PROBLEMA DE PESQUISA Para a maioria da população brasileira o ingresso na faculdade é um meio pelo qual será possível conseguir um emprego melhor, ter salários que possam trazer mais dignidade e conforto, certamente em algumas profissões isso ainda é possível. Mas essa realidade não pode ser aplicada a todos os cursos de graduação, porque a empregabilidade nos dias de hoje vai muito além de ter um simples diploma, existe uma oferta muito grande de mão-de-obra, existe um mundo globalizado, fatores que foram determinantes para criar nas empresas a necessidade de um profissional mais qualificado. Após observações empíricas em um curso de Administração recém implantado, é possível perceber lacunas na formação dos discentes do 8º semestre. A partir destas percepções, surge à necessidade de fazer um estudo que possa vir a contribuir para a melhoria do Ensino de Administração, o projeto de pesquisa aqui mencionado fará sua contribuição para que metodologias e disciplinas possam vir a ser revisadas e direcionadas para a capacitação de administradores que estão em sintonia com a teoria e a pratica através de um estudo em uma Instituição de Ensino Superior em São Paulo. 3 Essa situação em que se encontram muitos cursos de Administração no país faz surgir à necessidade da reformulação em toda a estrutura dos cursos para que possamos ter profissionais aptos a assumir cargos gerenciais em pouco tempo após se formarem. 1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Geral Verificar a percepção do formando em relação ao curso de administração de uma Instituição de Ensino Superior quanto o desenvolvimento de habilidades concernentes ao administrador profissional. 1.3.2 Específicos Verificar porque os formandos optaram pelo curso de Administração. Verificar se eles se sentem preparados para assumir cargos gerenciais. Verificar se foram desenvolvidas nos formandos as habilidades: controlar, coordenar, planejar, organizar e habilidade de liderar pessoas. 4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 A ORIGEM DOS CURSOS DE ADMINISTRAÇÃO NO BRASIL Foi fundado em São Paulo o Instituto Racional do Trabalho, mais conhecido como “IDORT”, com seu presidente Dr. Arnaldo Sales de Oliveira, assistido pelo Professor Roberto Wange, nascido em Genebra, na Suíça e naturalizado brasileiro, foi contratado como professor da Escolade Engenharia da Universidade de São Paulo, e introduziu no Brasil os fundamentos da Reorganização e da Organização. Segundo registros disponíveis a Administração no Brasil surgiu em 23 de Junho de 1931. Segundo COUVRE (apud CFA 1982) o desenvolvimento Institucional brasileiro revelou a necessidade de profissionais capacitados para gerir as grandes organizações, desse contexto “a evolução de tais cursos se apresenta como uma faceta do desenvolvimento do espírito modernizante”. No Brasil na década de 40 começou a ficar evidente a necessidade de mão- de-obra qualificada, a partir deste fato, por conseguinte precisou ser implantada a profissionalização do Ensino de Administração. Segundo MARTINS (apud 1989) “o desenvolvimento de uma sociedade até então basicamente agrária, que passava gradativamente a ter seu pólo dinâmico na industrialização, colocou como problema a formação de pessoal especializado para analisar e planificar as mudanças econômicas que estavam ocorrendo, assim como incentivar a criação de centros de investigação vinculados à análise de temas econômicos e administrativos”. De acordo com a citação acima era imprescindível formar um administrador que viesse da escola para suprir a demanda gerada pelo processo de industrialização brasileira. Desde a década de 30 vem se desenvolvendo de forma gradativa através da Lei nº 4769 de 09 de setembro de 1965 que regulamentou a profissão. 5 Para MARTINS (apud CFA 1989) em 1945 o Ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema encaminhou a Presidência da República a solicitação da abertura dos cursos universitários de Ciências Contábeis e Ciências Econômicas, argumentando que as atividades de direção e orientação na empresa públicas e privadas haviam se tornado muito complexas exigindo dos administradores e técnicos conhecimentos especializados. COUVRE (apud CFA 1982) confirma que o ensino de administração é conseqüência do processo de desenvolvimento do Brasil. Em 20/12/44 surgiu a Fundação Getúlio Vargas representando a primeira e mais importante instituição que desenvolveu o ensino de Administração no Brasil. Segundo MARTINS (apud CFA 1989) o modelo universitário norte-americano atuou na Fundação Getúlio Vargas (FGV) até 1965 no fornecimento da nossa estrutura acadêmica, conseqüentemente nossos cursos de administração ficaram com o perfil das universidades americanas de administração. Para MARTINS (apud CFA 1989) “afirma que, com a criação da Escola Brasileira de Administração Pública (EBAP) no Rio de Janeiro, a FGV preocupou-se com a criação de uma escola destinada especificamente à preparação de administradores de empresas, vinculada ao mundo empresarial, com o objetivo de formar especialistas em técnicas modernas de administração empresarial”. Embora seu planejamento de imediato fosse a implantação da Escola Brasileira de Administração Pública (EBAP) no Rio de Janeiro isso não aconteceu. Por causa desta situação em 1954 foi criada em São Paulo a Escola de Administração de São Paulo (EAESP). A FGV escolheu esta cidade por ser o pólo industrial mais desenvolvido do país “coração e cérebro da iniciativa privada” com a intenção de atender as expectativas do empresariado. 6 2.2 NASCE A UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Segundo MARTINS (apud CFA 1989) em 1934 surgi a Universidade de São Paulo através da junção de faculdades já existentes da criação de novos centros de ensino. Em 1946 foi criada a Faculdade de Economia e Administração – FEA para formar funcionários para a rede pública e privada, por causa da industrialização que requeria para sua direção técnicas especializadas. O Instituto de Administração nos primeiros 20 anos oferecia apenas os cursos de Ciências Econômicas e Ciências Contábeis que continham disciplinas que tratavam de questões administrativas, mas ainda não tinha sido implantado o curso de administração, isso só ocorreria em 1963. A Escola Brasileira de Administração Pública – EBAP e a Escola de Administração de Empresas de São Paulo – EAESP corresponderam a um momento histórico no Brasil, no governo de Getúlio Vargas se conduziu uma política econômica que se baseava na criação de empresas estatais e empresas privada nacionais. O curso de administração da FEA coincide com o momento em que a grande empresa estrangeira tinha se consolidado no nosso mercado interno. MARTINS (apud CFA 1989). 2.3 TEM INÍCIO O SURTO DO ENSINO DE ADMINISTRAÇÃO NO BRASIL MARTINS (apud CFA 1989) “diz que a abertura dos cursos apresentava-se vantajosa, uma vez que poderiam ser estruturadas sem muitos dispêndios financeiros. Tais cursos buscavam uma certa rentabilidade acadêmica, procurando adaptar suas práticas acadêmicas aos grandes centros que desfrutavam de maior legitimidade. Observa-se uma relação assimétrica, em que as primeiras escolas de administração tem, enquanto tendência, que produzir para o setor público e privado uma elite administrativa vinculada aos pólos dominantes dos campos do poder político e econômico. Enquanto que, por outro lado, as novas instituições tem produzido os quadros médios para as burocracias públicas e privadas que, em função de sua complexidade, necessitam de pessoal para suas rotinas, isto é, um pessoal treinado para questões econômico-adminsitrativas”. 7 Para SOUZA (apud CFA 1980) “o que ocorre no Brasil, como reflexo da fragilidade dos cursos de administração, é que quando a demanda se concretiza, o sistema educacional passa a providenciar a formação de mão-de-obra”. Esse fator acaba gerando uma formação no mínimo para o presente, sendo que diante da globalização nossas escolas precisariam estar formando administradores com uma visão futurista. Ainda segundo SILVA (apud CFA 1971) “as Universidades mais respeitadas nesse campo de conhecimento procuram formar administradores para empresas do futuro e não para as empresas de hoje ou ontem”. Devido à expansão dos cursos de administração se fez necessário implantar algum mecanismo que pudesse aferir um padrão mínimo de qualidade para os universitários. No ano seguinte após a regulamentação da lei através do Parecer n. º 307/66, aprovado em 08/07/66, o Conselho Federal de Educação fixa o primeiro currículo mínimo do curso de Administração que é constituído pelas seguintes disciplinas Matemática; Estatística; Contabilidade; Teoria Econômica; Economia Brasileira; Psicologia Aplicada à Administração; Sociologia Aplicada à Administração; Instituições de Direito Público e Privado (Incluindo noções de Ética Administrativa); Legislação Social; Legislação Tributária; Teoria Geral da Administração; Administração Financeira e Orçamento; Administração de Pessoal e Administração de Material. Além dessas matérias era obrigatório o Direito Administrativo, ou Administração de Produção e Administração de Vendas que ficava a cargo da opção do aluno, era obrigatório também estágio supervisionado de seis meses. A partir da regulamentação do Parecer n. º 307/66 aprovado em 8 de Julho de 1966 foi necessário criar organismos que fiscalizassem o exercício da profissão e emitissem carteiras profissionais, então foram criados os Conselhos Regionais de Administração, mais conhecidos como C.R.As. A regulamentação da profissão ao institucionalizar que o seu exercício seria exclusivamente para aqueles que possuíam título de bacharel em Administração foi sem dúvida alguma um fator que contribuiu fortemente para a expansão dos cursos. 8 Esses fatores contribuíram com grande significância para o ensino da Administração, pois, num intervalo de 30 anos se atingiuum patamar muito significativo na sociedade brasileira, levando-se em conta que em 1954 o país contava apenas com dois cursos, o da E.B.A.P e o da E.A.E.S.P ambos oferecidos pela FGV. Podemos verificar a evolução dos cursos na tabela 1.1 nas décadas de 60, 70, 80 e 90. TABELA 01 - NÚMERO DE CURSOS POR DÉCADAS ANO NÚMERO DE CURSOS Antes de 1960: 02 1960 31 1970 247 1980 305 1990 823 2000 1.462 Fonte: MEC – Dados compilados pelo Conselho Federal de Administração De acordo com o Censo do Ensino Superior, realizado pelo MEC em 2003, existiam 3.887.771 alunos matriculados em cursos de graduação, sendo que, desse total, 576.305 estavam matriculados nos cursos de Administração, representando 14,8% do universo de alunos matriculados nesse nível de ensino no Brasil. Constata-se que 27,9% de alunos de graduação estão matriculados em dois cursos: em primeiro lugar Administração e em segundo lugar Direito. Essas informações mostram que as Instituições de Ensino Superior juntamente com o C.F.A e o MEC não devem somente se preocupar em preparar profissionais para empresas privadas, num país empreendedor como o Brasil se faz necessário formar profissionais que sejam capazes de “atuar em outras formas organizacionais como: Associações de bairro, Cooperativas, pequenas empresas e outros novos campos a espera de formas organizacionais inovadoras, além do seu tradicional campo nas empresas”. (CFA, 2003). 9 Por estas e outras razões surge a preocupação do C.F.A com a desmedida expansão dos cursos oferecidos no país, a preocupação de controlar a qualidade dos profissionais que estão sendo inseridos no mercado de trabalho, no ano em que a profissão de Administrador faz 40 anos temos em vigor ”a Resolução CNE/CES n.º 4, de 13/07/2005, publicada no Diário Oficial da União de 19/07/2005, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Administração, bacharelado, e dá outras providências, revoga a Resolução CFE n.º 2 de 04/10/1993 e a Resolução n.º 1, de 2 de fevereiro de 2004. O Parecer CNE/CES n. º 23/2005, que retifica o texto da Resolução CNE/CES n. º 1/2004, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) do curso de Graduação em Administração, Bacharelado, foi homologado no dia 06/06/2005, pelo Ministro da Educação”. 2.4 PROBLEMAS APONTADOS NO ENSINO Não é o objetivo deste trabalho elencar todos os problemas que envolvem o ensino de Administração, mas sim considerar alguns fatores que na visão da autora são os mais relevantes. 2.4.1 Fragmentação do Ensino de Administração Segundo NICOLINI (2003, p. 43) um dos problemas mais graves e a fragmentação do ensino é: “A divisão do estudo e a fragmentação do saber ganham contornos preocupantes quando os mecanismos de interação entre as matérias são constantemente esquecidos, ignorados ou mesmo desconhecidos”. Todas as disciplinas, principalmente as que não são diretamente relacionadas à área de Administração, deveriam ser estudadas cuidadosamente, buscando sua interação com o fenômeno administrativo, preparando o pensamento e o raciocínio do aluno para a compreensão das organizações de forma generalista. Esse é um aspecto destacado e não observado há mais de três décadas ““. 10 Segundo o mesmo autor a fragmentação dos conteúdos é uma maneira didática de facilitar o aprendizado dos alunos, é usado como exemplo a disciplina de Administração Financeira, os conteúdos são desenvolvidos com base na discussão teórica. A aplicação prática é feita através de exercícios ou estudo de caso com ênfase num aspecto específico, que quase sempre não existindo relação com a realidade empresarial. Quando o professor solicita aos alunos que se faça uma análise de investimento, se faz a partir dos dados do problema que irão compor o fluxo de caixa projetado para o investimento, aplicando as ferramentas de análise, como a TIR - Taxa Interna de Retorno, ou do Payback - o período do retorno do investimento. Normalmente a decisão do investimento é considerada como se fosse de natureza independente e não estivesse relacionada com as outras áreas da empresa. Mesmo quando a questão é estudada com outras áreas e processos da empresa, ”o tempo disponível para isso e a definição didático-pedagógica da disciplina forçam uma reflexão rápida e essencialmente teórica dessas relações”. São muitos os casos em que nas disciplinas profissionalizantes tradicionais, a repercussão de tais decisões de forma sistêmica não pode ser percebida e entendida pelo aluno, ”por causa da fragmentação dos problemas e oportunidades reais que serão o objeto sobre o qual irá atuar e decidir o futuro administrador”.(LOPES, 2002, p. 10-11). 2.4.2 Superficialidade Segundo TATTO (2001, p. 4): “Infelizmente, não se sabe ainda, se é por desinformação, falta de articulação de conteúdos, baixa aderência de alunos e professores ou despreparo geral. Tais conteúdos em muitas de nossas escolas de Administração são apresentados e desenvolvidos de forma superficial e inconsistente”. “Um dos maiores desafios atuais para o ensino e domínio da ciência administrativa para uma posterior prática correta é superar a postura de superficialidade com que são tratadas e desenvolvidas as matérias de formação básica e instrumental de nossos cursos de graduação” (TATTO, 2001, p. 4). 11 É possível notar que o conteúdo das disciplinas são dados de forma muito rápida, essa rapidez acaba por comprometer o estudo, que por falta de tempo acaba acontecendo de maneira superficial, Esse fator gera preocupação com a formação do administrador que embora seja um generalista, tem a necessidade de conhecer profundamente assuntos pertinentes à sua área de atuação. 2.4.3 Ênfase tecnicista dos cursos de Administração no Brasil O desenvolvimento econômico brasileiro ocorreu num ambiente empresarial que tinha a necessidade de técnicos que pudessem operar gerir a crescente utilização de novas tecnologias, portanto o propósito da Fundação Getúlio Vargas em 1954 era formar administradores com o domínio de técnicas complexas importadas dos Estados Unidos (COVRE apud LOPES, 2002, p. 4). Com a regulamentação do curso em 09 de Setembro de 1965 pela lei n. º 4769 eram chamados de Técnicos os concluintes dos cursos de Administração, reforçando assim o propósito pioneiro que era a formação de profissionais com ênfase na técnica, “geralmente orientada para ser aplicada em grandes organizações”. 2.4.4 A complexidade organizacional como objeto da Administração “É possível ensinar a administrar?” Partindo do princípio que a faculdade não é uma empresa, que vivemos em um mundo globalizado, onde as mudanças se processam com rapidez incontrolável, que as leis ambientais fazem exigências cada vez maiores, se pressupõe que o administrador precisaria desenvolver algumas habilidades indispensáveis a sua função como: 1) conhecimento da complexidade interna das empresas “e de suas relações externas”, para que tenha condições de ser um profissional articulado; 2) ser líder e técnico; 3) “flexibilidade para decidir e promover ajustes rápidos quanto à alocação de recursos, em face de ambientes em mudança” (LOPES, 2002, p. 5). 12 “Seriam essas competências ensináveis? Uma vez aprendida seriam elas aplicáveis em qualquer empresa e/ou circunstância?”. A formação e o conhecimento de conceitos teóricos que são ensinados nas escolas aos alunos “não os credencia a priori como profissionais”, pois uma coisa é conhecer Administração e outra bem diferente é administrar.LEVITT (1987) diz que não existe o administrador profissional, distinguindo o “conhecer” do “ser”. 2.4.5 Paradigma da (Re) Produção do conhecimento Preocupação ainda presente nos cursos de Administração no Brasil está centrada na reprodução do conhecimento com nível muito baixo de atividades voltadas para que os alunos desenvolvam habilidades e atitudes que contribuirão para seu sucesso profissional. (LOPES, 2002, p. 2). Mais importante do que transmitir conhecimentos é ensinar e situar os discentes para que possam aplicar os conhecimentos adquiridos em situações que venham contribuir para seu desenvolvimento, não somente como mero usuário dos conhecimentos atuais, mas como pessoa que tenha condições de ler e interpretar cenários chegando a ponto de contribuir com a descoberta de novos conhecimentos. 2.4.6 Distância entre a formação e as exigências do mercado O curso é muito teórico, esse fator acaba contribuindo para a má preparação do aluno para o mercado de trabalho, é um curso muito generalista, não desenvolve a criatividade, é muito repetitivo, algumas matérias que compõe o currículo são inúteis, não desenvolve no aluno a visão geral de uma organização, falta de conhecimento prático, as I.E.Ss não acompanham as mudanças do mercado (LISBOA, ESPIGÃO, SILVA, 2003, p. 3). 13 Os cursos de Administração estão descolados com o mercado de trabalho, estão sendo deficientes para preparar o aluno para os desafios de um mercado que sofre modificações muito rapidamente, é preciso preparar pessoas que possam estar habilitadas para enfrentar os desafios. Pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Administração intitulada PESQUISA NACIONAL SOBRE O PERFIL, FORMAÇÃO E OPORTUNIDADES DE TRABALHO DO ADMINISTRADOR (2003) apontou que 62% dos Administradores entrevistados avaliaram que os cursos atenderam parcialmente as suas expectativas quanto às exigências do mercado. 2.4.7 A Influência norte-americana Todo o sistema de ensino brasileiro na área de Administração na década de sessenta adotou o estilo americano conforme relatado anteriormente neste trabalho na página 5, onde a Fundação Getúlio Vargas, em 1948 enviou representantes que visitaram vinte e cinco Universidades americanas com o objetivo de conhecer seu modelo para implantar no Brasil uma escola voltada para o treinamento de especialistas em Administração Pública. 2.5 ADMINISTRAÇÃO X NOVAS DIRETRIZES CURRICULARES A Resolução CNE/CES nº 4, de 13/07/2005, publicada no Diário Oficial da União de 19/07/2005, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Administração, bacharelado, e dá outras providências, revoga a Resolução CFE nº 2, de 04/10/1993 e a Resolução nº 1, de 2 de fevereiro de 2004. O Parecer CNE/CES nº 23/2005, que retifica o texto da Resolução CNE/CES nº 1/2004, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) do curso de Graduação em Administração, Bacharelado, foi homologado no dia 06/06/2005, pelo Ministro da Educação. De acordo com o Parecer CNE/CES 329/2004, aprovado pelo Conselho Nacional de Educação no dia 11/11/2004, os Cursos de Bacharelado em Administração serão ministrados com a carga horária mínima de 3.000 horas. 14 Os estágios e atividades complementares, já incluídos no cálculo da carga horária total do curso, não deverão exceder a 20% do total. A duração dos cursos deve ser estabelecida por carga horária total curricular, a ser cumprida nos tempos letivos fixados na Lei nº 9.394/1996 (LDB), no mínimo de duzentos dias letivos para o ano letivo/série e com cem dias letivos por regime semestral, sendo que cada IES dimensionará o volume de carga horária a ser cumprida nas ofertas sob regime seriado, semestral, por sistema de crédito ou por módulos acadêmicos. As IEs deverão fixar os tempos mínimos e máximos de integralização curricular por curso. O Parecer 329/2004 aguarda homologação do Ministério da Educação. Com a aprovação das novas Diretrizes Curriculares dando liberdade as IES para estarem elaborando seus currículos, surge à oportunidade de se criar cursos voltados para a prática com enfoque no mercado de trabalho, contribuindo efetivamente para a formação do administrador com mais qualidade. O C.F. A está preocupado com o aumento de profissionais que estão sendo inseridos no mercado, já se cogitou o exame de proeficiência para os novos formandos com a possibilidade de ser aprovado para a regulamentação em 2006, outra medida, que na realidade já existia na Lei nº 4.769 de 09/09/65, Decreto nº 61.934 de22/12/67 estabelece em seu artigo 3º alínea “e” que o magistério das matérias técnicas do campo da Administração e Organização constitui atividade profissional do Administrador”, objetivando que o profissional seja um gestor de oportunidades envolvido com as questões administrativas, didáticas e pedagógicas do curso. 2.6 PERFIL DO ADMINISTRADOR DO SÉCULO XXI Segundo WEIBLEN (2005) teorias modernas dizem que o profissional do século XXI deve ter visão global, ou seja, precisa saber de tudo um pouco, possuir visão generalista, saber trabalhar em equipe e convergir as idéias para chegar num consenso, somente assim os resultados serão aperfeiçoados constantemente. O planejamento estratégico foi pouco utilizado na primeira metade do século passado, mas a partir da segunda metade do século XX e os primeiros anos do século XXI tornou-se de uso comum. Como a economia constantemente sofre 15 abalos pelos mais variados motivos, os executivos se viram obrigados a traçar planos com antecedência para que possam sobreviver quando chegarem os maus dias. Os administradores deste século precisam ter rígidos limites éticos, capacidade de trabalhar em equipe, estar constantemente se atualizando e se aperfeiçoando, ter capacidade de elaborar planejamento estratégico, ser responsável socialmente e pelo ambiente para que lhe seja possível sobreviver a um mundo globalizado.(WEIBLEN, 2005). É possível notar que a tarefa de administrar requer um conhecimento profundo de todas as variáveis do ambiente externo e interno das organizações, o administrador precisa ser um profissional que tem interesse em aprender constantemente e muitas vezes será necessário também desaprender, esse cenário extremamente imprevisível faz somente aumentar a responsabilidade das escolas que estão formando esses profissionais. TATTO (2001) nos traz uma contribuição interessante sobre o perfil profissional do administrador que terá sua atenção disputada pelos stakholders gerando exigência de se colocar em prática uma boa combinação das habilidades técnicas, humanas e conceituais, “ora de cunho especializado, ora de cunho generalista”. Será necessário a compreensão de normas, valores e visões do mundo, dos colaboradores diretos, grupos, unidades e de toda a organização, esse conhecimento vai muito além de conhecer apenas a missão, visão e hierarquia da organização. Ressalta ainda TATTO (2001) a importância da criatividade e inovação organizacional que será tão importante para o administrador quanto o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar. 2.7 PERSPECTIVAS NO ENSINO DE ADMINISTRAÇÃO Segundo SILVA (apud CFA 1971), “as Universidades mais respeitadas nesse campo de conhecimento procuram formar Administradores para empresas do futuro e não para as empresas de hoje ou ontem”. 16 O ensino de Administração deve estar preocupado em preparar profissionais que se ajustem com rapidez aos avanços das ciências e da tecnologia, sua metodologia deve integrar conhecimentos num todoorgânico e lógico, podendo gerar um novo conhecimento ou novas de ação. É imprescindível que as escolas de Administração tenham a convicção de que precisam educar seus alunos para o desconhecido, vivemos num mundo onde as mudanças se processam velozmente, a escola tem que construir seu currículo com a preocupação de preparar profissionais que atuarão nesta arena que é o mercado globalizado. Deve-se utilizar uma metodologia “que confira organicidade ao estudo de todas as variáveis que interferem no fato administrativo, sejam elas políticas, sociais ou econômicas, em função de seus objetivos e das necessidades de sua clientela”. Uma metodologia preocupada e direcionada com a formação intelectual, que estimule o senso crítico e analítico. Para se elaborar um currículo assim, é necessário o envolvimento de um trabalho metodológico das matérias de cultura geral, instrumentais e as de formação profissional. Algumas características intelectuais são indispensáveis a um curso moderno como: comunicação interpessoal, ética profissional e capacidade de adaptação. Segundo o CFA (2003) os cursos de Administração terão que se preocupar com a formação de um administrador polivalente que depende de uma competência construída em longo prazo e somente uma ampla base educacional pode proporcionar. A qualificação real dos administradores deve ser construída muito mais no “saber-ser” do que no “saber-fazer”. Segundo TATTO (2001) as escolas de administração deverão preocupar-se em desenvolver de forma crescente e consistente habilidades de longo prazo para a preparar o administrador polivalente, generalista e especialista, o responsável socialmente, o político, comprometido com o bem estar coletivo. Sem dúvida as escolas de administração tem diante de si um grande desafio, o desafio de ensinar uma ciência que não é exata, num ambiente imprevisível que sofre mudanças constantes como o mercado, a complexidade organizacional, a escola não é uma empresa para que possa colocar seus alunos em contato com 17 situações próximas da realidade, também a falta de uma boa base educacional de muitas pessoas que ingressam nos cursos acabam contribuindo para a formação de problemas complexos que requerem uma firme decisão e um excelente planejamento para se fazer às mudanças necessárias nos cursos. 18 3 MÉTODOS Para a realização desta pesquisa foram utilizadas abordagens metodológicas qualitativas, para uma análise exploratória dos sujeitos de pesquisa em relação à percepção dos alunos do 8º semestre de Administração da Faculdade X e quantitativas, pois, tal estudo foi realizado através de questionários distribuídos para os alunos. Foram consultados fontes secundárias e materiais teóricos para a fundamentação teórica. Foram distribuídos 55 questionários para os alunos do curso de Administração do 8º semestre para as diversas habilitações oferecidas pela Faculdade X, retornando apenas 29 questionários, o período utilizado para a devolução foram de 4 dias. Os questionários foram compostos por perguntas que indagavam saber qual a percepção do aluno ante ao curso. Os dados foram coletados, analisados e discutidos demonstrado através de gráficos e tabelas que foram elaborados através de planilhas do Excel, para explicar os dados obtidos. 19 4 RESULTADOS E DISCUSSÂO A pesquisa foi realizada por meio de questionário, distribuído entre as diversas habilitações oferecidas pela faculdade X do curso de Administração, foram distribuídos para 55 alunos. A taxa de retorno dos questionários foi de 53%, perfazendo um total de 29 questionários respondidos. A proposta da pesquisa via questionário foi formulada com o objetivo de facilitar o respondente na tarefa de preenchimento. O tempo dado de retorno foi de quatro dias tempo esse necessário para avaliar as questões e suas respostas. O gráfico a seguir apresenta o resultado acumulado das opiniões dos alunos das várias habilitações oferecidas pela faculdade X com a mensuração da faixa etária dos respondentes do curso de Administração. As respostas apuradas foram integralmente aproveitadas e os resultados encontram-se descritos abaixo: GRÁFICO 01 – IDENTIFICAÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO SEGUNDO A FAIXA ETÁRIA 79% 21% Entre 18 e 30 anos Entre 31 a 45 anos Fonte: Pesquisa 20 Percebe-se que a faixa etária predominante entre 18 e 30 anos ficou em 79% o que demonstra que as pessoas que se encontram nessa faixa deram seqüência em sua vida estudantil sem longos períodos de interrupção, ao contrário da faixa etária dos 31 aos 45 anos que por diversas circunstâncias interromperam sua vida estudantil sendo necessário retornarem a sala de aula para se adequar ao mercado cada vez mais exigente por qualificação. GRÁFICO 02 – IDENTIFICAÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DA FACULDADE X SEGUNDO O ESTADO CIVIL 59% 41% Casado(a) Solteiro(a) Fonte: Pesquisa O resultado de 59% de casados no curso concorda com a pesquisa realizada pelo C.F. A.em 2003 que: “Quanto ao estado civil, o C.F.A. (2003) registra 56% dos administradores são casados e 35% declaram-se solteiros. A exemplo do que ocorre na sociedade, nos últimos anos, a porcentagem de casados está diminuindo”. O resultado de 41% de solteiros é um indicador que as pessoas estão priorizando a carreira, deixando para mais tarde a construção da família. 21 GRÁFICO 03 – IDENTIFICAÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO SEGUNDO O SEXO 34% 66% Masculino Feminino Fonte: Pesquisa Segundo o C.F. A (2003), “o perfil do administrador em pesquisa revelou que a maioria dos administradores brasileiros é do sexo masculino (70%). O percentual de mulheres na profissão, entretanto, vem apresentando crescimento (30%). Em 1994 não passava de 21% e, em 1998, era de 25% aproximadamente”. Como demonstrado no gráfico acima 66% dos respondentes são do sexo feminino, informação essa que tem referencial na sociedade onde é possível observar maior número de mulheres do que de homens. 22 TABELA 01 – A ESCOLHA DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO NA FACULDADE SEGUNDO OS ALUNOS ENTREVISTADOS Discordo totalmente Discordo Nem concordo nem discordo Concordo Concordo totalmente Por estar trabalhando na área 3% 31% 14% 21% 31% Por me identificar com o curso 3% 21% 7% 41% 28% Por imposição da empresa em que trabalho. 31% 34% 21% 14% Por ser o curso mais procurado 31% 45% 17% 7% Porque é um dos cursos mais baratos 52% 34% 7% 7% Por imposição dos meus pais 63% 34% 3% Para receber uma promoção 28% 41% 14% 14% 3% Por querer abrir meu próprio negócio 10% 34% 21% 21% 14% Por ser perto da minha casa 21% 24% 10% 28% 17% Fonte: Pesquisa Essa questão norteia mensurar motivos pelos quais os alunos fazem sua opção pelo curso de Administração. Dentre as opções colocadas a mais votada alcançou o patamar dos 41% de alunos que concordam que optaram por esse curso por se identificarem, isso demonstra que são pessoas que possuem vocação para esta função e segundo a idéia de HERMAN (1993, p. 152) quanto mais as pessoas se sentirem felizes no desempenho de suas funções, serão profissionais motivados ao bom desempenho das tarefas gerando um aumento de produtividade em todos os aspectos. Pode-se observar que no item Por serperto da minha casa tivemos um índice de 45% que concordam que demonstra que a oferta dos cursos de Administração é tão grande que o aluno pode se dar ao luxo de optar por estudar próximo de sua casa. 23 Observe que 69% dos alunos discordam que tenham optado pelo curso para receber promoções, esse resultado nos dá a idéia de que a graduação em Administração é tão irrelevante para as empresas onde os alunos respondentes deste item que não existe chance de sequer ser promovido. Essa idéia pode encontrar apoio no item Por imposição da empresa em que trabalho onde 65% discordam que a empresa tenha feito essa exigência, confirmando assim resultados na pesquisa feita pelo Conselho Federal de Administração para conhecer o perfil do Administrador em 2003 onde empregadores demonstraram não ter preferência pela graduação em nenhum curso para designar ocupantes para a função gerencial, o mais importante são as competências e habilidades, confiança e experiência na função. No item Por imposição dos pais obtivemos 63% de alunos discordando que a família tenha feito qualquer tipo de pressão para que esses alunos pudessem optar pelo curso, demonstrando que é bem provável que as famílias não consideram o curso um dos mais relevantes, caso contrário, teriam feito com que essas pessoas levassem em conta suas opiniões. 24 TABELA 02 – OPINIÃO SOBRE O MÉTODO DE AVALIAÇÃO UTILIZADO SEGUNDO OS ALUNOS ENTREVISTADOS D.T D. NC/ND C. C.T As avaliações de um modo geral eram bem elaboradas permitindo a aplicação do conhecimento e de fazer pontes entre as disciplinas do curso. 10% 49% 24% 14% 3% Muitas das avaliações eram perceptíveis que eram feitas para fechar as notas, sem ligação com aspecto teórico- prático na formação profissional. 34% 21% 24% 21% Houve equilíbrio, 50% das avaliações contribuíram para a formação profissional. 10% 35% 17% 21% 17% Apenas 25% das avaliações tinham ligação com o aspecto teórico-prático 7% 45% 21% 24% 3% Em todas as avaliações foi possível identificar o desenvolvimento de habilidades pertinentes ao administrador. 21% 45% 21% 10% 3% Fonte: Pesquisa D.T= Discordo Totalmente D= Discordo NC/ND= Nem concordo nem discordo C= Concordo C.T= Concordo Totalmente Segundo a opinião dos entrevistados 49% discordam que as avaliações sejam bem elaboradas permitindo a aplicação do conhecimento e de fazer pontes entre as disciplinas do curso, 34% discordam que as avaliações eram aplicadas pelo professor somente com o objetivo de cumprir um requisito da faculdade, 35% também discordam que o curso tinha 50% de matérias que contribuíram para a formação profissional, 45% discordam que 25% das avaliações tinham ligação com o aspecto teórico prático do aluno e 45% discordam que em todas as avaliações foi possível identificar o desenvolvimento de habilidades pertinentes ao administrador. Na maioria das respostas é possível identificar nas entrelinhas que o aluno optou por respostas que apontam para a ausência do contato com a prática para completar a teoria aprendida em sala de aula. Um aspecto que deve ser pensado pelos responsáveis pelo curso de Administração, desenvolver um planejamento que possa colocar o aluno em contato com a teoria e a prática. 25 Podemos observar que as colunas onde se apontam as questões de concordância nos fornecem um índice de 45% onde os alunos respondentes desta questão concordam que era possível perceber que as avaliações eram utilizadas com maior freqüência para cumprir uma norma que é a aplicação de avaliações, mas essas avaliações estavam descoladas do aspecto teórico-prático, fator tão importante para a formação profissional. Diante deste resultado pode-se perceber que se as avaliações estavam descoladas do aspecto teórico-prático, esses alunos ficaram com excesso de teoria, a teoria sem a prática compromete o desenvolvimento de habilidades e competências, que como já foi citados anteriormente, os empregadores respondentes da pesquisa de 2003 do Conselho Federal de Administração buscam em candidatos a gerência de suas empresas pessoas que tenham desenvolvido habilidades e competências pertinentes ao cargo. Temos na coluna de discordância um índice de 59% de respondentes que Discordam que as avaliações eram bem elaboradas e que permitiam a aplicação do conhecimento e de ser possível fazer pontes entre as disciplinas do curso. Esse índice pode encontrar eco na fragmentação do curso que acaba comprometendo o desenvolvimento da visão sistêmica nos alunos, requisito esse, importante no processo de tomada de decisão. TABELA 03 – PERSPECTIVA COMO FORMANDO DO QUE O CURSO PROPORCIONARÁ: Discordo totalmente Discordo Nem concordo nem discordo Concordo Concordo totalmente Maior empregabilidade de imediato 7% 58% 21% 14% Maior empregabilidade a longo prazo 7% 42% 3% 31% 17% Maior possibilidade de permanecer na empresa 7% 17% 31% 21% 24% Maior possibilidade de ser promovido 28% 45% 17% 3% 7% Maior empregabilidade a médio prazo 3% 28% 10% 42% 17% Não vai alterar minha situação na empresa 3% 45% 14% 28% 10% Fonte: Pesquisa 26 Nota-se que 58% dos respondentes discordam que a conclusão do curso proporcionará maior empregabilidade de imediato; assim como, 45% discordam que terão oportunidade de serem promovidos e que não terão alteração de sua situação na empresa. Esta afirmação pode significar que para o aluno a conclusão do curso não agrega nenhum valor, atualmente a simples graduação não é mais o requisito principal, para as empresas contratarem é necessário que o profissional tenha outros cursos em seu currículo. Em contra-partida temos 59% dos respondentes concordando que a empregabilidade é possível de ser alcançada à médio prazo. Podemos notar que 58% dos respondentes não sofrem da Síndrome do Choque da realidade que segundo STONER e FREEMAN (1999, p.412) como à pessoa reage em confrontar a expectativa que o curso traz com a realidade do mercado atual. GRÁFICO 04 – CAPACITAÇÃO DO FORMANDO PARA ASSUMIR CARGOS GERENCIAIS APÓS A CONCLUSÃO DO CURSO SEGUNDO OS ALUNOS ENTREVISTADOS Sim 62% Não 38% Sim Não Fonte: Pesquisa 27 Nesta questão 62% dos respondentes que ainda não lideram, afirmam estarem capacitados a assumirem cargos gerenciais, pois, liderar “é habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir aos objetivos identificados como sendo o bem comum” (HUNTER, 2004, p.25). Liderar, portanto é, uma das definições do conceito de Administração e está em conformidade com uma das propostas do curso. TABELA 04 – CAPACITAÇÃO DO FORMANDO PARA EXERCER FUNÇÕES DE LIDERANÇA APÓS A CONCLUSÃO DO CURSO SEGUNDO OS ALUNOS ENTREVISTADOS Discordo totalmente Discordo Nem concordo nem discordo Concordo Concordo totalmente Sinto-me com bastante conhecimento, mas incerta de como aplicá-lo. 10% 33% 14% 43% Não me sinto dominando nem a teoria nem a prática 17% 61% 22% Sinto-me em condições de aplicar a teoria e a prática 10% 47% 5% 38% Fonte: Pesquisa Essa questão vem demonstrar que 61% dos respondentes após o curso se consideram capazes de dominar a teoria e a prática; porém, 57% Discordam que sejam capazes de aplicar a teoria e a prática simultaneamente logo após a conclusão do curso resultado já anteriormente apontado pelos alunos demonstrando a ausência de um curso mais voltado para a prática; 43% concordam se sentir com bastante conhecimento, mas incertos decomo aplicar, pois, nem sempre é possível aplicar o conhecimento acadêmico na prática nas organizações. Esses resultados confirmam o que foi apresentado por LOPES (2002, p. 5) levantando questões que demonstram a imensa dificuldade de se ensinar a administrar por causa da complexidade organizacional, a transmissão do conhecimento não credencia os alunos a serem profissionais. Gostaria de destacar a resposta da opção que diz: sinto-me em condições de aplicar a teoria e a prática. Onde 57% dos respondentes discordam desta afirmação, os alunos têm demonstrado através de suas respostas no decorrer do questionário que falta a inter-relação da teoria com a prática. 28 TABELA 05 – OPINIÃO SOBRE A METODOLOGIA UTILIZADA DE MODO GERAL SEGUNDO OS ALUNOS ENTREVISTADOS Discordo totalmente Discordo Nem concordo nem discordo Concordo Concordo totalmente Eficaz; desenvolvendo nos alunos habilidades que são requeridas administrador profissional. 7% 44% 14% 14% 21% Ineficaz, não desenvolvendo habilidades de um administrador profissional. 7% 66% 14% 3% 10% Objetivava a transmissão de conhecimento teórico que estava descolado da prática. 34% 21% 21% 24% Fonte: Pesquisa Os respondentes discordam em 66% que a metodologia utilizada é ineficaz e que não desenvolveu habilidades de um administrador profissional, significando que as metodologias utilizadas pelo curso na percepção desses alunos contribuíram eficazmente para o desenvolvimento das habilidades concernentes ao administrador profissional. Por outro lado, 51% dos respondentes discordam que ela seja eficaz no desenvolvimento de habilidades do Administrador, podendo achar explicação para esse fato, que o curso é muito teórico e que o projeto pedagógico precisa ser revisto. Quero chamar a atenção do leitor para a opção: Objetivava a transmissão de conhecimento teórico que estava descolado da prática onde é possível notar que 45% dos alunos Concordam mais uma vez que a teoria está descolada da prática. TABELA 06 – OPINIÃO SOBRE O CURRICULUM DA ESCOLA SEGUNDO OS ALUNOS ENTREVISTADOS DT D NC/ND C CT Distribuição das matérias é coerente e está preocupada com a formação de um bom profissional 3% 48% 21% 14% 14% Em torno de 50 % matérias contribuíram para a formação profissional 34% 7% 28% 31% Em torno de 25% das matérias estavam voltadas para o exercício profissional 48% 17% 14% 21% Fonte: Pesquisa 29 Dos respondentes 48% discordam que as matérias estavam preocupadas com a formação de um bom profissional; 34% discordam que 50% das matérias contribuíram para a formação profissional e 48% discordam que 25% das matérias contribuíram para a formação profissional. Gostaria de destacar os 59% da 2º linha onde os respondentes Concordam que apenas 50% das disciplinas contribuíram para a formação profissional. Diante deste resultado seria aconselhável que a coordenação do curso avaliasse quais são os outros 50% que na visão dos alunos não estão contribuindo para a formação profissional para que a grade curricular fosse adequada para que todas as disciplinas contribuam efetivamente para boa a formação profissional dos alunos Fonte: Pesquisa 24% dos respondentes consideram terem desenvolvido habilidades éticas entre as opções de respostas, Esses dados são interessantes visto que, o administrador do século XXI precisa possuir fortes padrões éticos de acordo com WEIBLEN. HABILIDADES DESENVOLVIDAS 24% 23% 19% 18% 16% SER ÉTICO SABER COORDENAR LIDERAR PESSOAS SABER PLANEJAR SABER CONTROLAR 30 23% responderam que saber coordenar foi a segunda habilidade desenvolvida nestas pessoas. A terceira habilidade desenvolvida, segundo 19% dos que responderam foi a de liderar pessoas. A habilidade de saber planejar foi apontada por 18% dos alunos como a quarta habilidade desenvolvida. Saber controlar foi a quinta habilidade desenvolvida em 16% dos respondentes. Pode-se observar que segundo os alunos respondentes foram desenvolvidas as habilidades essenciais do administrador que segundo CHIAVENATO (1999, p. 6) administrar é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar, que Administração é o processo de fazer as coisas através das pessoas. A Faculdade X alcançou o objetivo de formar administradores aptos a desempenhar as funções acima descritas segundo a ótica dos alunos respondentes. QUADRO 08 – ESTRUTURA DO CURSO SEGUNDO OS ALUNOS ENTREVISTADOS Extremamente ineficiente lneficiente Eficiente Extremamente eficiente Biblioteca 3% 38% 52% 7% Equipamentos áudio visuais 45% 48% 7% Professores 14% 76% 10% Cantinas 24% 38% 38% Laboratórios 21% 45% 24% 10% Empresa Júnior 38% 41% 21% SAAD - Atendim.ao Discente 28% 31% 34% 7% Sala de aula 3% 24% 66% 7% Secretaria 14% 41% 38% 7% Finanças 24% 38% 31% 7% Estacionamentos 14% 48% 38% Serviços de fotocópias 28% 48% 21% 3% Centro Acadêmico 17% 45% 38% Semanas de Administração 7% 24% 52% 17% Fonte: Pesquisa 31 De um modo geral pode-se observar que a estrutura do curso na percepção do aluno foi bem conceituada, destacam-se os itens que estão diretamente relacionados com os alunos no seu dia-a-dia como: os professores que atingiram uma pontuação de 76% nas opções eficientes, as salas de aula atingiram 66% no item eficiente, semanas de Administração e Biblioteca alcançaram um percentual de 52% no item eficiente. GRÁFICO 06 – GRAU DE SATISFAÇÃO COM O CURSO SEGUNDO OS ALUNOS ENTREVISTADOS 55%31% 14% Satisfeito parcialmente Satisfeito Insatisfeito Fonte: Pesquisa Pode-se analisar que 55% dos respondentes demonstram estar satisfeitos parcialmente, isso demonstra que a Faculdade X embora esteja na segunda edição do curso de Administração tem atingido mesmo que parcialmente as expectativas dos alunos-clientes, por outro lado, esse resultado pode ser indicativo de que o curso precisa de melhorias e aprimoramento para que possa alcançar a satisfação d plena dos seus clientes, até mesmo porque quem está parcialmente satisfeito pode ter queixas a fazer dos serviços prestados pela Faculdade X. 32 GRÁFICO 7 – DISCIPLINAS QUE MAIS SE DESTACARAM: 7% 15% 3% 11% 22%3%3% 7% 10% 3% 7% 3% 3% 3% Sociologia Liderança e resoluções de conflitos Econimia Administração Financeira TGA Pesquisa de Mercado Gestão de Turismo Marketing Direito Pesquisa Operacional Administração de Recursos Gestão do terceiro setor Contabilidade Serviços Bancários Fonte: Pesquisa 10) O que foi trabalhado nessa disciplina que despertou teu interesse? Disciplina T.G.A. Para esta questão houve apenas seis respondentes. Dentre as respostas eis as mais relevantes: “ O conceito de Administração: fazer as coisas através das pessoas”. (Citação do respondente). “Todas as áreas da Administração nos mostra de forma abrangente cada tópico individual do administrador”. (Citação do respondente). “Disciplinas, conceitos e experiências, me fez enxergar a Administração através dos tempos”. (Citação do respondente). Disciplina Liderança e Resolução de Conflitos. Para esta questão houve apenas três respondentes, consideramos todas as respostas. 33 “Como liderar e resolver problemas”. (Citação do respondente). “A forma metodológica na prática, no momento ( mostrar como agir, falar, ser ágil). (Citação do respondente)”. “Falar em público: desinibido”.(Citação do respondente). Disciplina Administração Financeira. Para esta questão houve dois respondentes, consideramos todas as respostas. “Cálculos financeiros” (Citação do respondente). “Pode-se aplica-lo na prática”.(Citação do respondente). Disciplina: Direito “A realidade e a forma como o professor aplicou a teoria”. (Citação do respondente). “A matéria foi apresentada de maneira objetiva e clara, com exemplos relacionados à prática”.(Citação do respondente). “As leis trabalhistas”.(Citação do respondente). De um modo geral pode-se observar que o que mais despertou o interesse dos alunos foram aspectos relacionados direta ou indiretamente com a prática e informações que serão utilizadas no exercício profissional. 34 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A percepção dos alunos concluintes do curso de Administração da Faculdade X é um estudo revelador que poderá vir a contribuir para o aprimoramento do curso. Vale destacar que no gráfico nº 05 onde se mensura as habilidades desenvolvidas por uma ação direta do curso, foi possível identificar que estão de acordo com as literaturas quanto ao processo de planejar, controlar, coordenar e liderar pessoas, temos também no século XXI segundo WEIBLEN a necessidade de profissionais com fortes padrões éticos, segundo a ótica dos alunos respondentes o curso desenvolveu em 24% do grupo a habilidade ética. Foi um resultado surpreendente. A questão que se referia à estrutura do curso também surpreendeu, pois, muitos colegas em conversas informais reclamavam muito da ineficiência dos serviços prestados, como por exemplo, da Biblioteca, e na média a estrutura dos serviços foi bem votada por mais de 50% dos respondentes. 35 Nas respostas encontradas 51% dos respondentes consideram a metodologia Ineficaz para desenvolver habilidades concernentes ao Administrador, esta é uma questão bastante interessante, como foi mencionado neste trabalho, é necessário a implantação de cursos mais voltados para a prática, temos tradição nas escolas de um modo geral que se preocupam em repassar para o aluno conhecimento, mas conhecer nem sempre significa ser, é necessário a elaboração de projetos pedagógicos que venham contribuir efetivamente para o desenvolvimento de habilidades que o Administrador tem que sair do curso dominando, dar mais ênfase na tarefa, ou seja, desenvolver projetos, elaborar mais planejamentos estratégicos, solicitar trabalhos que possibilitem aos alunos visitar empresas para identificar procedimentos inadequados ou deficientes para que possam sugerir melhorias nos processos já existentes. Provas objetivas nem sempre fornecem essa possibilidade, mesmo por que para se obter teoria basta utilizar-se da leitura, habilidades para que sejam desenvolvidas precisam ter contato com situações o mais próximas possíveis da realidade de cada profissional para que possam fazer parte integrante da pessoa, conhecer Administração não significa saber Administrar. Se analisarmos as questões quanto ao que despertou interesse dos alunos nas disciplinas que mais se destacaram podemos observar que eram aspectos que direta ou indiretamente se relacionam com algum aspecto que os colocaram em contato com situações que os aproximaram da prática, possibilitando-os fazerem um link do ensino teórico para o prático. As faculdades poderiam estar desenvolvendo planejamentos que incluíssem parcerias com empresas que não comportam os custos de uma consultoria m seus custos, ambientes reais onde seria possível aos alunos para fazer a inter- relação da teoria com a prática ( não estou me referindo a estágios onde na maioria das vezes os estagiários de Administração desempenham funções que estão muito distantes do ofício do administrador) para que pudessem aplicar os conhecimentos adquiridos. As Empresas Júnior de cada faculdade poderia fazer o serviço de captação de empresas parceiras para ser um campo real de atuação do aluno de administração. 36 Gostaria de destacar que 62% dos entrevistados se julgam capacitados para assumir cargos gerenciais, 31% se demonstraram satisfeitos e 55% parcialmente insatisfeitos com o curso, nos fazendo pensar que a faculdade X está caminhando na direção certa, lembrando que não se deve negligenciar a melhoria contínua para que possa alcançar patamares cada vez mais satisfatórios e permanecer neles. Sugiro para novos estudos a elaboração de um trabalho que possa identificar na percepção do aluno como deveria ser o curso de Administração fazendo um estudo paralelo ao mercado para que com base em ambas as pesquisas possa ser planejado um curso de Administração que prepare o Administrador pelo menos para o presente. 37 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, Rui Otávio Bernardes de. Em busca da qualidade no ensino de administração. Disponível em: http://www.Administradores.com.br. Acesso em 18/08/2005. CHIAVENATO, I. Administração nos Novos Tempos. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000. CONSELHO FEDERAL DE ADMINISTRAÇÃO. Perfil do Administrador. 2003. Disponível em: http://www.cfa.org.br. Acesso em 18/08/2005. FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. Revista de Administração de empresas. Rio de Janeiro: Escola de Empresas de São Paulo, Julho 2003. HERMAN, R. E. Como manter os bons funcionários. São Paulo: Makron, 1993. LOPES, Paulo da Costa. Reflexões sobre as bases da formação do administrador profissional no ensino de graduação. ENCONTRO NACIONAL DE PÓS- GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO: 2002. STONER, J. A e FREEMAN, R. E. Administração. 5. ed. Rio de Janeiro: Ltc, 1999. TATTO, Luiz. Administração – evolução, situação atual e perspectivas. São Paulo, 2001. www.uem.br/~urutagua/02tatto.htm. Acesso em 28/06/05 às 1:08 WEIBLEN, Bruno. O perfil do administrador do século XXI: Disponível em: www.pensandomarketing.com/home/id65.html. Acesso em 28/06/05. 38 ANEXOS 39 ANEXO I Apresentação O objetivo deste questionário é uma pesquisa para fins acadêmicos com os formandos do 8º semestre de Administração para coletar dados sobre a visão dos alunos sobre o curso de Administração. Você deve responder as questões com base nos quatro anos do curso e não somente levando em consideração o último ano. Desde já agradeço sua colaboração. Silvana Herculano Alves – graduanda em Administração UNASP – Centro Universitário Adventista de São Paulo A seguir são apresentadas frases relativas a sua percepção quanto ao curso de Administração do UNASP. INDIQUE O QUANTO VOCÊ CONCORDA OU DISCORDA DE CADA UMA DELAS. Dê suas respostas anotando nos parênteses que antecedem cada frase, aquele número ( de 1 a 5 ) que melhor representar sua resposta. 1= Discordo totalmente 4= Concordo 2= Discordo 5= Concordo totalmente 3= Nem concordo nem discordo 1) Escolhi cursar Administração no UNASP: ( ) Por estar trabalhando na área ( ) Por me identificar com o curso ( ) Por imposição da empresa em que trabalho ( ) Por ser o curso mais procurado ( ) Porque é um dos cursos mais baratos ( ) Por imposição dos meus pais ( ) Para receber uma promoção ( ) Por querer abrir meu próprio negócio ( ) Por ser perto da minha casa 2) Qual sua opinião sobre o método de avaliação utilizado? ( ) As avaliações de um modo geral eram bem elaboradas porque lidavam com situações praticas permitindo o raciocínio, o crescimento,a aplicação do conhecimento e a oportunidade de fazer pontes entre as disciplinas do curso. ( ) A maior parte das avaliações eram bem pensadas, mas muitas delas era perceptível que eram feitas para fechar as notas, não tendo, nenhuma ligação com aspecto teórico-prático na formação profissional. ( ) Houve equilíbrio, 50% das avaliações contribuíram para a formação profissional. ( ) Apenas 25% das avaliações tinham ligação com o aspecto teórico-prático ( ) Em todas as avaliações foi possível identificar o desenvolvimento de habilidades pertinentes ao administrador. 3) Agora como formando, acha que o curso proporcionará: ( ) maior empregabilidade de imediato ( ) maior empregabilidade a médio prazo ( ) maior empregabilidade a longo prazo ( ) não vai alterar minha situação na empresa ( ) maior possibilidade de permanecer na empresa ( ) Maior possibilidade de ser promovido 4) Se você não lidera uma empresa ou departamento, após o curso você se sente capacitado para assumir cargos gerenciais? ( ) sim ( ) não 5) Caso você já lidere, sente-se mais capacitado para exercer essa função de liderança? ( ) Sinto-me com bastante conhecimento, mas incerto de como aplicá-lo ( ) Não me sinto dominando nem a teoria nem a prática ( ) Sinto-me em condições de aplicar a teoria e a prática 40 6) A metodologia utilizada de um modo geral foi: ( ) Eficaz, desenvolvendo nos alunos habilidades que são requeridas do administrador profissional ( ) Ineficaz, não desenvolvendo habilidades de um administrador profissional. ( ) Objetivava a transmissão de conhecimento teórico que estava descolado da prática. 7) Analisando o currículo da escola você diria que: ( ) A distribuição das matérias é coerente e está preocupada com a formação de um bom profissional ( ) Em torno de 50% das matérias contribuíram para a formação profissional ( ) Em torno de 25% das matérias estavam voltadas para o exercício profissional 8) Identifique apenas 5 habilidades que foram desenvolvidas em você por uma ação direta do curso: ( ) Habilidade de liderar pessoas ( ) Visão sistêmica ( ) Aplicar conceitos na prática profissional ( ) Saber organizar ( ) Formular e implementar projetos ( ) Ser ético ( ) Raciocínio lógico, crítico e analítico ( ) Saber planejar ( ) Ser capaz de elaborar estratégias ( ) Ser proativo ( ) Saber coordenar ( ) Saber controlar 9) Houve alguma disciplina que foi trabalhada de forma marcante? Qual? 10) O que foi trabalhado nessa disciplina que despertou teu interesse? 11) Dê sua opinião em relação a estrutura do curso usando a seguinte escala: 1= Extremamente ineficiente 3= Eficiente 2= Ineficiente 4= Extremamente eficiente ( ) Biblioteca ( ) Sala de aula ( ) Equipamentos áudio visuais ( ) Secretaria ( ) Professores ( ) Finanças ( ) Cantinas ( ) Estacionamentos ( ) Laboratórios ( ) Serviços de fotocópias ( ) Empresa Júnior ( ) Centro Acadêmico ( ) SAAD – Atendimento ao Discente ( ) Semanas de Administração 11) Assinale uma alternativa. Que mede o seu grau de satisfação com o curso. ( ) Totalmente satisfeito ( ) Satisfeito ( ) parcialmente satisfeito ( ) Insatisfeito ( ) totalmente insatisfeito DADOS COMPLEMENTARES Qual é sua idade? ( ) Entre 18 e 30 anos ( ) Entre 31 a 45 anos ( ) Entre 45 e 60 anos Qual seu estado civil? ( ) Casado(a) ( ) Solteiro(a) Qual seu sexo? ( ) Masculino ( ) Feminino