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Resenha do artigo: Para uma crítica da medicalização na educação

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Artigo: Para uma crítica da medicalização na educação. 
Autor(a): Marisa Eugênia Melillo Meira. 
 
A partir da leitura realizada sobre a obra: Para uma crítica da medicalização na 
educação, da autora: Marisa Eugênia Melillo Meira, ​conceituamos medicalização como um 
processo de transformar questões não-médicas, eminentemente de origem social e política, 
em questões médicas. À vista disso, ​nota-se o quão grave é o diagnóstico efêmero e 
superficial relacionado a problemas normais do cotidiano de crianças – estas como insônia e 
tristeza, em sintomas de doenças – como distúrbios do sono e depressão, por consequência 
ocasionando uma epidemia de diagnósticos, produzindo também uma epidemia de 
tratamentos, assim, transformando muitas das pessoas essencialmente com problemas sociais 
em pacientes potencialmente medicalizados. 
Vivemos em uma sociedade em que tudo está disposto a regras, padrões de conduta, maneiras 
de como o ser humano deve agir, ou de como uma criança deve se desenvolver, tornando 
assim tudo que está fora desta norma diagnosticável, rotulável. ​Sabemos que as crianças estão 
cada vez mais ativas e agitadas na escola, principalmente em aulas desmotivadoras e 
monótonas, que se constituem somente do copia e cola. Sendo assim, sem atrativo nenhum 
para qualquer aluno, que quando está em casa, está sentado num sofá assistindo vídeo game, 
ou vendo televisão, por que muitas vezes mora em um apartamento, ou nem tem pátio. No 
momento que estiver “livre” tentará de toda forma livrar-se de algo que o aprisiona, que o 
mantém enclausurado dentro do seu próprio corpo, e irá sim correr, conversar alto, extravasar 
e será difícil controlar seus impulsos. Devido à intensidade que a criança vive, profissionais 
da saúde e da educação estão fazendo uma identificação relacionada ao não aprender e o não 
se comportar na escola, relacionando-as diretamente como sendo sintomas de doenças e 
transtornos. ​Alunos que apresentam problemas na escrita, na leitura, na concentração das 
aulas e atividades, acabam rapidamente sendo diagnosticados pela ótica medicalizante do 
professor, como sendo alunos portadores de algum transtorno de aprendizagem (doenças do 
não-aprender), logo, esses alunos precisam de tratamento para evitar o fracasso escolar, 
imediatamente são encaminhados a profissionais que são habilitados a constatarem tais 
transtornos. ​Apesar da ausência de comprovação, um número crescente de crianças vem 
sendo diagnosticadas como portadoras de transtorno por déficit de atenção e hiperatividade 
(TDAH) e de dislexia. Em consequência disso, muitos alunos são tratados com drogas 
psicotrópicas, como a Ritalina®, ​medicamento mais utilizado nos casos destes transtornos, 
que causam dependência química ou psíquica e perda severa do apetite implicando em 
retardo do crescimento, entre outros efeitos de extrema gravidade, alguns fatais. 
Tudo indica que as relações humanas entre professores e alunos na escola são pensadas 
apenas a partir de vínculos de dependência. Percebe-se a falta de análise crítica sobre as 
relações entre os fenômenos que ocorrem na educação e o contexto histórico-social que a 
determina. Não dando ênfase assim a vida particular de cada indivíduo e como se desenvolve. 
Desse modo, a educação torna-se cada vez mais frequente e preocupante, pois vive-se em 
uma sociedade disposta de regras e padrões de condutas, onde há uma normatização da vida. 
Cada vez mais pessoas preferem buscar soluções rápidas, como um medicamento, 
objetivando resultados rápidos, em detrimento de métodos educativos para tratar o problema 
do não aprender, já que é muito mais cômodo para pais, professores e profissionais 
medicalizar o indivíduo. Medicalizar e culpar o indivíduo que não aprende torna-se muito 
mais prático do que interpretar o real problema que este aluno vem enfrentando, esquecendo 
que tal prática medicalizante acarreta um grande prejuízo na socialização e na relação de 
ensino e aprendizagem do aluno.

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