Buscar

TRABALHO EM GRUPO ilka

Prévia do material em texto

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
serviço social
CLÍCIA NASCIMENTO GUIMARÃES
ILKA D’AJUDA SANTOS NUNES
MARINÉLIA SOUZA DOS SANTOS
	PORTIFÓLIO EM GRUPO:	
AS RELAÇÕES DE PARCERIA ENTRE O TERCEIRO SETOR E O ESTADO EM BUSCA DE UMA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL
Itabuna
16
2018
CLÍCIA NASCIMENTO GUIMARÃES
ILKA D’AJUDA SANTOS NUNES
MARINÉLIA SOUZA DOS SANTOS
Portifólio em grupo:
AS RELAÇÕES DE PARCERIA ENTRE O TERCEIRO SETOR E O ESTADO EM BUSCA DE UMA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL
Trabalho elaborado para as disciplinas Educação Inclusiva, Serviço Social na Educação,
Terceiro Setor, Meio Ambiente e Sustentabilidade, Trabalho de Conclusão de Curso,SeminárioS, do 7º flex/ 8º Semestre de Serviço Social da Universidade Norte do Paraná – UNOPAR.
Professores: Amanda Boza, Juliana Chueire Lyra, Maria Angela Santini, Paulo Sérgio Aragão.
Itabuna
2018
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...............................................................................................4
DESENVOLVIMENTO....................................................................................5
CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................15
REFERÊNCIAS..............................................................................................17
INTRODUÇÃO
A emergência do Terceiro Setor no Brasil é um fenômeno irreversível e necessário, pois, as questões sociais deixaram, a muito tempo de serem vistas somente pelo ângulo do Estado, sendo assumido por boa parte da sociedade civil organizada. Por outro lado, as organizações sociais vêm desenvolvendo ações nesse campo para, muitas vezes, preencher o vazio do Estado, que não consegue atender toda demanda social excluída.
Ao se falar sobre o Terceiro Setor passa-se necessariamente, pelo percurso histórico do processo democrático, pela participação ativa e responsável da sociedade civil nas questões sociais, pelas manifestações livres e éticas da solidariedade humana e, essencialmente, pela gestão racional, agregada ao conhecimento sensível, dos recursos nem sempre mensuráveis, mas que possibilitam agregar valores positivos às ações voltadas à emancipação dos segmentos sociais populares. 
O Estado, enquanto promotor de políticas de desenvolvimento social, as políticas públicas, passa a estimular a participação da sociedade civil organizada nessa empreitada. Surgem assim a criação de várias organizações, atuando nas mais diferentes de áreas sociais, impulsionadas pela crença no poder da participação popular, pelo desejo de democratização das coisas e das causas públicas.
Abordaremos sobre a parceria entre Estado e Terceiro Setor, destacando sobre a educação inclusiva no Brasil.
DESENVOLVIMENTO 
Em todas as ações do Serviço Social, o objetivo do Assistente Social é a capacitação para a cidadania – emancipação política, social e econômica – e, para isso, ele trabalha com a formação e implementação de redes de atenção ao cidadão, em suas diversas dimensões. Nessas ações o Assistente Social contribui, ainda, para a democratização das informações fundamentais à consecução de direitos e serviços e para a identificação de competências e ações potenciais que respondam às manifestações da questão social.
São campos de atuação do serviço social: saúde; assistência social; previdência social; educação; habitação; assistência a crianças, adolescente e idosa; gestão social de políticas públicas, entre outras.
1.0 SERVIÇO SOCIAL E TERCEIRO SETOR
O Terceiro Setor é formado por instituições não governamentais que expressam a sociedade civil organizada, para atendimentos de interesse público em diferentes áreas e segmentos, dentre as quais destacamos a Educação, a Saúde e o Meio Ambiente.
Segundo Fernandes (1996, p. 27)
[...] o Terceiro Setor é composto por instituições sem fins lucrativos, criadas e mantidas pela ênfase na participação voluntária, num âmbito não governamental, dando continuidade à pratica tradicional de caridade, da filantropia e do mecenato e expandindo o seu sentido para outros domínios, graças, sobretudo, à incorporação do conceito de cidadania e de suas múltiplas manifestações na sociedade civil.
A prestação de serviço do assistente social no Terceiro Setor pode ocorrer pela sua contratação formal ou como assessor externo. Ao ser contratado, a sua contribuição profissional pode se dar através da prestação de serviços diretos ou mesmo exercendo a gestão técnica quando se tratar de uma instituição atuante na prestação de serviços, programas, projetos ou benefícios inerentes À gestão das políticas sociais. Pode atuar também prestando assessorias ou consultorias na área de gestão, planejamento, implantação de projetos sociais, monitoramento e avaliação, dentre outras. Nesse caso, geralmente são estabelecidos contratos de prestação de serviços por tempo determinado e com função específica.
O Terceiro Setor é o espaço onde o assistente social pode e precisa exercer a sua prática profissional com competência e compromisso técnico e político.
Rubem César Fernandes (1997, p. 29-31), disserta claramente sobre as características do Terceiro Setor:
Faz contraponto às ações de governo – destaca a idéia de que os bens e serviços públicos resultam não apenas da atuação do Estado, mas também de uma formidável multiplicação de iniciativas particulares [...] 
Faz contraponto às ações do mercado – [...] o Terceiro Setor é co-extensivo com o mercado, sinaliza que o mercado não satisfaz a totalidade das necessidades e dos interesses efetivamente manifestos, em meio aos quais se movimenta. Gera demandas que não consegue satisfazer, lança mão de recursos humanos, simbólicos e ambientais que não consegue repor. Uma parte substancial das condições que viabilizam o mercado precisa ser atendida por investimentos sem fins lucrativos [...] 
Empresta um sentido maior aos elementos que o compõe – [...] dignifica, nesse sentido, iniciativas que haviam caído em desuso, quando não em desprezo, como as que se reportam aos valores da caridade, expressões práticas de amor e de solidariedade social saltam aos olhos da opinião pública, repondo o gosto pela sociabilidade [...] 
Projeta uma visão integradora da vida pública – [...] interessa ao Terceiro Setor, que o Estado seja o mais eficaz possível na execução dos serviços públicos. A cobrança de ações do governo é uma das atividades características das ONG´s[...] 
[...] A dinâmica expansiva das organizações sem fins lucrativos é complementar à dinâmica do mercado. Marca suas insuficiências, pressiona suas limitações, denuncia seus abusos, assimila suas inovações direcionando-as para áreas excluídas ou ignoradas pelo mercado. A visão integradora entre os três setores não exclui conflitos, pressupõe uma integração possível e desejável.
Diante do exposto, subentende–se a existência de complementaridade, de integralidade entre os três setores. Essa visão integradora projeta-se para a busca de nova realidade, para novos rumos de interesses, guiados pela crença de que existem novos caminhos, novas maneiras de conduzir as questões sociais. Com a disseminação do conceito do Terceiro Setor e de suas expressões, torna-se possível executar ações profissionais a fim de promover mudanças significativas na área social, e, assim, aumentar oportunidades interagentes, complementares às ações do Estado. 
2.0 O ESTADO E O TERCEIRO SETOR
O governo faz da sociedade civil sua parceira na realização de serviços, benefícios, projetos e programas sociais, transferindo atribuições tanto para sociedade como para o terceiro setor, com o intuito de reduzir o déficit público.
O Terceiro Setor encontra-se cada vez mais fortalecido em função das atribuições que anteseram de competência do Estado, tendo vista ser este o ‘promotor de políticas de desenvolvimento social.
Ruth Cardoso conceitua o Terceiro Setor como sendo um espaço de participação e que surge como uma alternativa, para a sociedade, na busca de soluções para os problemas sociais. Segundo ela, as ações desenvolvidas pelo Terceiro Setor em parceria com o Estado, auxiliam o governo a agir de um modo mais eficaz dentro da área social. Para Cardoso, o Terceiro Setor: 
Inclui o amplo espectro das instituições filantrópicas dedicadas à prestação de serviços nas áreas de saúde, educação e bem-estar social. Compreende também as organizações voltadas para a defesa dos direitos de grupos específicos da população, como as mulheres, negros e povos indígenas. (CARDOSO, 1999, pág. 8)
Para Montaño, a relação não é tão simples assim. Inicialmente, chama a atenção para o estágio de expansão do Terceiro Setor por meio de movimentos. Estes movimentos agem em setores onde o Estado não consegue agir de uma forma eficaz. Dessa forma, surgem espaços alternativos na busca de tentar compensar a limitação do Estado na execução de programas sociais, principalmente nas área da saúde, segurança, educação e assistência. Para Montaño, essa parceria entre Estado e Terceiro Setor, possui algo de mais profundo, que numa primeira análise pode passar despercebida: a própria manutenção do próprio sistema neoliberal.
A parceria entre o Estado e o ‘Terceiro Setor’ tem a clara função ideológica de encobrir o fundo, a essência do fenômeno, ser parte da estratégia de reestruturação do capital, e feitichizá-lo em ‘transferência’, levando à população a um enfrentamento/aceitação deste processo dentro dos níveis de conflitividade institucional aceitáveis para a manutenção do sistema, e ainda mais, para a manutenção da atual estratégia do capital e seu projeto hegemônico: o neoliberalismo. (MONTAÑO, 1999, pág. 27)
Assim, o Estado, na sua relação com a sociedade civil, na modalidade de parceiro das organizações sociais e das ONG's, acaba por despolitizar todo e qualquer conflito social, com o único objetivo de transformar esses conflitos em parcerias. Dessa maneira, na perspectiva de Montaño, vemos o Terceiro Setor como uma ferramenta nas mãos do Estado, para a criação de uma cultura do “possibilismo”. (MONTAÑO, 2001)
3.0 SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO
A presença dos assistentes sociais, sobretudo, nas escolas, tem sido tomada como a presença de um profissional que possa contribuir com a ampliação do processo educacional em sentido amplo, ou seja, contribuindo para o acesso e a permanência das crianças e jovens na educação escolarizada, assim como para a extensão dessa convivência para outros membros da família, que por razões sociais diversas não concluíram ou experimentaram plenamente esta oportunidade.
O trabalho desenvolvido pelos assistentes sociais não se confunde ao dos educadores, pelo contrário, suas atividades vêm de encontro com a possibilidade de garantir não apenas a permanência do aluno na escola, mas também ao desejo de levar a família participar de maneira ativa na vida escolar de seu filho. Seu trabalho está diretamente ligado à dimensão sócio educativa de suas ações, sua inserção tem se dado no sentido de fortalecer as redes de sociabilidade e de acesso aos serviços sociais e dos processos sócio institucionais voltados para o reconhecimento e ampliação dos direitos dos sujeitos sociais. 
Sua inscrição na organização do trabalho coletivo nas instituições educacionais não tem se sobreposto a de nenhum outro profissional, visto que o estreitamento da interface entre a política educacional com outras políticas sociais setoriais tem, historicamente, levado ao reconhecimento da necessidade de uma atuação teórica e tecnicamente diferenciada daquelas desempenhadas pelos professores e profissionais da educação de um modo em geral, é um trabalho diferenciado até mesmo devido à sua formação acadêmica, que o levará a uma abordagem ideal e construtiva no confronto do problema.
A função educativa do assistente social integra o amplo processo de elaboração de uma ideologia própria desenvolvida por essas classes, como elemento construtivo de uma nova cultura. Supõe compromisso político consciente com o projeto societário das classes subalternas e competência teórica, metodológica e política para a identificação e apropriação das reais possibilidade postas pelo movimento social para o redimensionamento da prática profissional no horizonte da luta pela emancipação das referidas classes (CARDOSO; MACIEL, 2000. p. 144)
Os profissionais são desafiados cotidianamente a lidar com as mais variadas expressões da ―questão social‖, o que requer competência nas dimensões ético-política e teórico-metodológica e uma minuciosa leitura das condições de vida da população usuária dos serviços sociais. 
3.1 ESTADO,TERCEIRO SETOR E EDUCAÇÃO INCLUSIVA
As relações entre os setores público e privado na educação não são um fato novo. Klees e Edwards Jr. (2015) esclarecem que:
Ao longo das décadas de 1960 e 1970, o BM passou a recomendar o aumento da tributação para sustentar a expansão dos serviços sociais, mas posteriormente, nos anos 1980, tanto o BM quanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) concluíram que seria inviável aos países em desenvolvimento aumentar impostos.
É possível destacar que:
No Brasil, as relações entre os setores público e privado remontam à história do país e as suas marcas se fazem presentes na Constituição Federal de 1988, que se por um lado afirma que o acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo (art. 208, VII, § 1º), também garante seu oferecimento pela iniciativa privada (art. 209). Ainda, é permitida a destinação de recursos públicos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas (art. 213), sujeita ao cumprimento de certas regras pelas instituições (BRASIL, 1988).
 Afirma-se, assim, a ideia de que a educação é um direito da população e um dever do Estado e, ao mesmo tempo é reconhecida como atividade privada, submetida, portanto, à lógica do mercado.
 Na Educação Especial, a presença do setor privado é histórica, chegando o campo de atuação a ser exemplar na relação de parceria entre os setores público e privado (ARRUDA; KASSAR; SANTOS, 2006). 
Se a presença do setor privado é reconhecida pelo poder público como uma colaboração importante para a efetivação de formas diferenciadas de atendimento, para o setor privado, a busca por recursos públicos é fundamental para sua existência.
A participação do setor privado na oferta de atendimento público foi valorizada e justificada no Plano Diretor da Reforma do Aparelho de Estado (BRASIL, 1995). A partir dessa reforma, foi elaborado o chamado Marco Legal do Terceiro Setor e as instituições especializadas de caráter assistencial, históricas na Educação Especial, foram consideradas como Organizações não governamentais, parte do Terceiro Setor. 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 dispôs o estabelecimento de critérios, pelos órgãos normativos dos sistemas de ensino, para caracterizar as instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, com vistas à obtenção de apoio técnico e financeiro pelo Poder Público (art. 60). Os últimos Planos Nacionais de Educação (PNE) citam essas organizações de forma explícita como parceiras do estado na provisão de serviços de educação especial. No PNE (2001) afirma-se no item 8.2, Diretrizes, que:
Certas organizações da sociedade civil, de natureza filantrópica, que envolvem os pais de crianças especiais, têm, historicamente, sido um exemplo de compromisso e de eficiência no atendimento educacional dessa clientela, notadamente na etapa da educação infantil. Longe de diminuir a responsabilidade do Poder Público para com a educação especial, o apoio do governo a tais organizações visa tanto à continuidadede sua colaboração quanto à maior eficiência por contar com a participação dos pais nessa tarefa. Justifica-se, portanto, o apoio do governo a essas instituições como parceiras no processo educacional dos educandos com necessidades especiais. (BRASIL, 2001).
A educação inclusiva, enquanto paradigma educacional tem como finalidade a edificação de uma escola acolhedora, onde não há discriminações ou requisições de natureza alguma, nem meios de seleção ou discernimento para o acesso e a garantia de permanência de todos os alunos no ambiente escolar.
O sistema educacional brasileiro se pautou durante um longo tempo num modelo de atendimento segregado aos alunos com necessidades educativas especiais, cerceando o seu pleno desenvolvimento. Nas últimas décadas vem ocorrendo um esforço pela inclusão escolar, desses alunos que encontram barreiras para a aprendizagem na rede regular de ensino, tendo como objetivo o acolhimento de todos os alunos com recursos, apoio e meios adequados.
Essa segregação se dava na modalidade da Educação Especial, que se configurou como um sistema paralelo de ensino, organizado de acordo com um atendimento educacional especializado substituindo o ensino regular, levando a criações de instituições especializadas, classes e escolas especiais.
O desenvolvimento histórico da Educação Especial no Brasil foi marcado por iniciativas de caráter privado e iniciou-se no século XIX, com a organização de ações para atendimento a pessoas com alguma deficiência física, mental ou sensorial, inspiradas pelas experiências norte-americanas e europeias. Constituindo-se originalmente, como campo de saber e área de atuação, a partir de um modelo médico.
De acordo com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva de 2007, o atendimento às pessoas com deficiência, teve como pioneiro o Instituto dos Meninos Cegos, fundado na cidade do Rio de Janeiro, em 1854, o atual Instituto Benjamin Constant, instituição especializada no atendimento de pessoas com deficiência visual.
O modelo na qual estava estruturada a Educação Especial primava pelo assistencialismo, visando apenas ao bem-estar da pessoa com deficiência e priorizando os aspectos médicos e psicológicos. Vale ressaltar, que foram os médicos que despertaram para a necessidade de escolarização dessa clientela. Nas instituições especializadas que foram sendo criadas, o trabalho era organizado para atendimento às terapias individuais com pouca ênfase as atividades acadêmicas, que não eram consideradas como necessárias.
Esse modelo da Educação Especial acompanhando a tendência mundial da luta contra a marginalização da minoria, no início da década de 1980, passa a ser questionado, dando origem a busca de alternativas pedagógicas para a inserção de todos os alunos, até os portadores de deficiências severas, preferencialmente no sistema regular de ensino.
Resultando com isso uma transformação nas políticas públicas, direcionando os esforços na direção de uma Educação Inclusiva que transforma e escola em um espaço para todos, redimensionando o papel da Escola Especial, atuando, prioritariamente como suporte à escola regular no recebimento do alunado com necessidades especiais.
De acordo, com GIL (2005, p. 12): A Educação Inclusiva é um sistema de educação e ensino em que todos os alunos com necessidades educacionais especiais, incluindo os alunos com deficiência, frequentam as escolas comuns, da rede pública ou privada, com colegas sem deficiência.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Terceiro Setor tenta materializar a universalização dos direitos dos cidadãos por meio da elaboração de projetos sociais que visam à capacitação, inserção, igualdade de acesso com base na solidariedade e responsabilidade social, fazendo valer a democracia tanto representativa como participativa. É preciso despertar para outra consciência.
A busca por alternativas no tocante ao enfrentamento das questões sociais tem como uma das proposições a mobilização da sociedade civil pelo desejo de mudanças da realidade social vigente no país. Mesmo que pontuais essas mudanças se apresentam com a perspectiva de construir e fortalecer socialmente a nação, despertando a consciência para a participação democrática no exercício direto da cidadania. São áreas que antes eram típicas de atuação governamental, porém hoje, o Terceiro Setor as tem absorvido em parceria com o Estado. Este novo setor público, sem fins lucrativos, volta-se à ação social ao bem público, acreditando que a manutenção da ordem é direito e responsabilidade de todos, principalmente dos segmentos mais desenvolvidos da sociedade.
Quando se fala em terceiro Setor e Estado em busca de uma educação inclusiva no Brasil, vale ressaltar que a Educação Inclusiva pretende em um mesmo contexto escolar, educar todas as crianças. Não significando negar as dificuldades dos alunos e sim mudando a maneira de olhar, vendo as diferenças como diversidade, ampliando a visão do mundo e oportunizando a convivência de todas as crianças. Dando ênfase nas competências, capacidades e potencialidades dos alunos. Apesar das políticas brasileiras nessa área serem consideradas das mais avançadas do mundo, ainda há muitos desafios a serem superados.
A Educação Inclusiva em suas linhas gerais segue os mesmos objetivos da educação comum, visando proporcionar aos portadores de necessidades educativas especiais, condições que favoreçam a sua integração na sociedade, desenvolvendo alternativas de atendimento diferenciado, metodologias especiais, promovendo, utilizando recursos humanos e matérias especializados. Essa educação deverá está em sintonia com objetivos e metas da educação geral, deverá assumir, o seu compromisso com as pessoas portadoras de deficiência, de problemas de aprendizagem e com os de altas habilidades, proporcionando-lhes atendimento educacional adequado. A proposição da Educação Inclusiva é fazer com que todos os alunos trabalhados dentro das técnicas que norteiam tal educação, retornem, ou seja, encaminhados ao ensino comum, logo que hajam superado ou atenuado suas dificuldades particulares até o limite máximo de cada um, desde que os possibilite para tal.
REFERÊNCIAS
ARRUDA, E.E.; KASSAR, M.C.M.; SANTOS, M.M. Educação especial: o custo do atendimento de uma pessoa com necessidades especiais em instituições pública estatal e não estatal, em MS, 2004. In: NERES, C.C.; LANCILLOTTI, S. S.P. (Orgs.). Educação Especial em foco: questões contemporâneas. Campo Grande: Uniderp, 2006. v. 1, p. 89-116.
BRASIL. Censo escolar da educação básica. MEC/INEP. Brasília, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014. Acesso: 18 de outubro de 2018.
 ______. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Diário Oficial da União. Brasília: Congresso Nacional, 05 out. 1988. Anexo. 
______. Declaração de Salamanca. Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais. Acesso: 18 de outubro de 2018. 
______. Decreto 6.278/2007. Altera o Decreto 6.253, de 13 de novembro de 2007. Dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e regulamenta a Lei 11.494/2007. Acesso: 18 de outubro de 2018.
 ______. Decreto 7.611 2011. Dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências. Acesso: 18 de outubro de 2018.
 ______. INEP. Plano Nacional de Educação (PNE) 2014-2024: Linha de Base. Brasília, DF: Inep, 2015b. 
______. Lei 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação. Acesso: 18 de outubro de 2018. 
______. Lei 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE. Acesso: 18 de outubro de 2018. 
______. Lei 13.204, de 14 de dezembro de 2015. Altera a Lei 13.019, de 31 de julho de 2014, que estabelece o regime jurídico das parcerias voluntárias, envolvendo ou não transferências de recursos financeiros, entre a administraçãopública e as organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público. 2015a. Acesso: 18 de outubro de 2018.
CARDOSO, F. G.; MACIEL, M. Mobilização social e práticas educativas. In: Capacitação em Serviço Social e Política Social. Brasília, DF: UnB, Centro de Educação Aberta, Continuada a Distância, módulo 4, p. 139-150, 2000.
CARDOSO, Ruth. Fortalecimento da sociedade civil. In: Ioschpe, Evelyn et all (org.). 3º Setor: Desenvolvimento Social Sustentado. 2 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
CARDOSO, R. Fortalecimento da Sociedade Civil. In: IOSCHPE, E. B. (Org.). 3º Setor: Desenvolvimento Social Sustentado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997. p.7-12.
CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Parâmetros para atuação de assistentes sociais na política de saúde. Brasília, 2012.
FREIRE, Paulo. Conscientização: teoria e prática da libertação – uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. 3.ed. São Paulo: Cortez & Moraes, 1980.
FERNANDES, Rubem César. Privado, porém público.: o terceiro setor na América Latina. 2. Ed. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1996.
GÓMEZ, J. A. D.; AGUADO, O. V.; PÉREZ, A. G. (Orgs.). Serviço Social e Meio Ambiente. São Paulo: Cortez, 2005.
GENTILLI, R. Representações e práticas: identidade e processo de trabalho no serviço social. 2.ed. São Paulo. Veras, 2006.
IAMAMOTO, Marilda Vilela. Serviço Social em tempo de capital fetiche; capital financeiro, trabalho e questão social. São Paulo: Cortez, 2007.
KLEES, S.J.; EDWARDS JR., D. Brent. Privatization of education: experiences from the united states and elsewhere. Rev. Bras. Educ., Rio de Janeiro, v. 20, n. 60, p. 11-30, mar. 2015. Acesso: 18 de outubro de 2018.
MONTAÑO, Carlos Eduardo. Das lógicas do Estado às lógicas da sociedade civil: Estado e terceiro setor em questão. In: Revista Serviço Social e Sociedade no 59. São Paulo: Cortez, 1999.
 ______. A funcionalidade do “terceiro setor” no novo trato à “questão social”. 3o Congresso de Assistência e 1o Congresso de Seguridade Social da Amazônia. Belém: p. 1-38, 2001.

Continue navegando