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Avaliação Funcional www.posugf.com.br 1 P ó s- G ra d u aç ão a D is tâ n ci a Avaliação Funcional José Lima Avaliação Funcional www.posugf.com.br 2 Avaliação Funcional www.posugf.com.br 3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 5 AVALIAÇÃO 5 AVALIAÇÃO FUNCIONAL – EFICÁCIA DO PADRÃO GESTUAL, EQUILIBRIO E NÍVEL DE DESEMPENHO 5 A POSTURA 6 POSTURA CORRETA E SUAS IMPLICAÇÕES 6 SISTEMA EXTRAPIRAMIDAL E SUA RELAÇÃO COM SISTEMA TÔNICO POSTURAL. 7 AVALIAÇÃO ESTÁTICA 10 AVALIAÇÃO POSTURAL 10 Postura em pé 10 Vista Lateral. 10 Vista Posterior 11 Vista Anterior: 11 ALTERAÇÕES DOS PONTOS ANATÔMICOS DA ANALISE POSTURAL 12 O alinhamento da cabeça 12 Linha dos ombros 12 Linha do quadril 12 Alinhamento do tronco BUSCAR OBJETO SOBRE ISSO 12 Desequilíbrios contra laterais 13 Desequilíbrios homolaterais 13 Linha dos joelhos 14 Vista anterior dos joelhos 14 Vista lateral ou plano sagital 15 O alinhamento da cabeça 15 Projeções do ombro 15 Alterações na região dorsal 16 Alterações na região lombar 16 Alterações na região do quadril 16 Proeminências abdominais 16 Alterações ao nível de joelhos 16 Genu recurvato 17 Genu flexo 17 Vista posterior 17 Escolioses 17 Quanto à magnitude 17 Quanto às curvas: primária e compensatória 17 Pontos acromiais 17 Linha Espondilea 18 Quadril 18 Linha Poplítea 18 Tendão calcâneo 18 Avaliação Funcional www.posugf.com.br 4 Teste de flexão de tronco 18 AVALIAÇÃO DINÂMICA 19 TESTES FUNCIONAIS 19 3.1- TESTE DE FLEXIBILIDADE 19 TESTE NEUROMUSCULAR DE FORÇA E RESISTENCIA A FADIGA 20 TESTE DE ABDOMINAL DE 1 MINUTO 20 DINAMOMETRIA 20 Procedimentos: 21 Valores de referência: 21 TESTES DE CAPACIDADE E FUNÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA 21 ERGOMETRIA 22 ERGOESPIROMETRIA 22 AVALIAÇÃO DOS MOVIMENTOS FUNCIONAIS. 22 CONTROLE MOTOR NA POSIÇÃO HORIZONTAL 23 EM DECÚBITO DORSAL. 23 EM DECÚBITO VENTRAL 24 ESTABILIZADORES ESCAPULARES E PÉLVICOS. 24 CONTROLE MOTOR ANTIGRAVITACIONAL 24 SENTADO 24 TESTES EM ORTOSTATISMO. 25 Agachamento 25 Teste do passo sobre obstáculo. 26 CONCLUSÃO 26 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 27 Aeberg E. Resistance Training Instructor. 2a. Ed. Champaign: Human Kinetics;2007 27 Avaliação Funcional www.posugf.com.br 5 INTRODUÇÃO Um programa de aptidão física, individualizado ou para grupos, com objetivos relacionados com bem estar, qualidade de vida, manutenção da saúde, estética ou mesmo melhora do desempenho, é elaborado de acordo com princípios fisiológicos, biomecânicos e pedagógicos, com meios e métodos de treinamento criteriosamente selecionados para que os objetivos específicos dos praticantes, pessoas comuns ou atletas, sejam alcançados com sucesso. Especificamente, a elaboração de programas de aptidão física relacionados à promoção da saúde vem sendo estudada por vários autores, como Franks (2007), Guiselini (2007), Griffin (2006), Heyward (2002), Guedes e Guedes (1995), entre outros. Existe umconsenso comum, entre os especialistas no que diz respeito a elaboração do programa, ou seja, deve ser de acordo com uma ordem lógica que inclui três procedimentos distintos, porém relacionados: avaliação, prescrição e aplicação prática. AVALIAÇÃO Quando o profissional sabe quais são os objetivos do aluno que procura uma atividade física, quais as suas reais necessidades e acima de tudo o seu nível de condicionamento físico, fica fácil responder a perguntas como: Que exercício utilizar? Qual método de treinamento? Quantas séries e repetições? Quanto tempo de duração e quantas vezes por semana? Através da utilização de instrumentos de avaliação e mensuração de resultados, que permitam orientar adequadamente o treinamento, o professor poderá determinar as cargas, a periodização e a modalidade que irá utilizar. Este exemplo pode ser ampliado tanto para uma equipe em treinamento, no caso do esporte, ou para indivíduos que participam de um programa de treinamento personalizado ou em grupo. Com essa sistemática teremos a formulação dos objetivos, seleção dos métodos e intensidade e volume da prática que será realizada, e finalmente, a reformulação do programa conforme a evolução e a melhora do cliente. Avaliar capacidades ou habilidades é uma questão bastante atual e necessária, é também tema de discussões entre os especialistas sobre o que avaliar e a escolha dos respectivos testes que mais atendam aos propósitos do programa. De acordo com Dal’Molin, Kiss e Böhme (2003), os aspectos de cineantropometria morfológica como: massa, estatura, perímetros, diâmetros e comprimentos, somatotipo, composição corporal e maturação sexual devem ser avaliados. Também tem importância as avaliações das variáveis condicionais que determinam a capacidade funcional individual como: coordenação e equilíbrio, resistência aeróbia e anaeróbia, velocidade e força muscular. Existem no mercado vários programas de avaliação física computadorizada para academias, nutricionistas, clinicas de fisioterapia e demais interessados. AVALIAÇÃO FUNCIONAL – EFICÁCIA DO PADRÃO GESTUAL, EQUILIBRIO E NÍVEL DE DESEMPENHO Existe na população em geral uma necessidade cada vez maior para adquirir melhor aptidão física, qualidade de vida e saúde. Indivíduos se esforçam para melhorar a postura, aumentar a capacidade cardiorrespiratória, força e massa muscular, flexibilidade e potencia. Para muitos sem nenhuma preocupação com a saúde, o fator estético é o principal objetivo buscando modalidades que visam diminuir gordura e aumentar a massa muscular. É fato que muitos praticantes de atividades físicas não se submetem a avaliações com profissionais capacitados, e assim, elegem modalidades inadequadas para o seu objetivo e são ineficientes em termos de executar os movimentos fundamentais. Avaliação Funcional www.posugf.com.br 6 A realização de movimentos de forma inadequada, a carga, o número de repetições e o tempo de permanência em determinadas posturas, colocam em sobrecarga as regiões de instabilidades e pontos de tensões, favorecendo o aparecimento de lesões decorrentes do treino errado. Deve ser um fator essencial testar os movimentos fundamentais antes de iniciar qualquer programa de exercícios, realizar uma avaliação postural detalhada e global, testar a coordenação, o equilíbrio e a eficácia do gesto. Ao analisar os padrões de movimento e não apenas uma área específica, pode-se identificar os pontos gatilhos de instabilidades e sobrecargas e, à partir daí organizar um programa de exercícios com foco individual na área necessitada. Entender a individualidade e a globalidade do aluno, analisar os padrões de movimentos funcionais das cadeias musculocinéticas e encontrar os pontos de instabilidades, permite a elaboração de exercícios específicos para manter, melhorar ou corrigir esses padrões deficientes. A correção, uma vez conseguida, permite maior eficiência de movimento para o individuo ou atleta, resultando em melhor performance e diminuição do risco de lesões e alterações posturais que excedam ao índice de variação da normalidade. O foco principal do treinamento funcional é o movimento, não o músculo de forma isolada, e isso, é o foco principal dos adeptos dessa modalidade, portanto recomenda-se a utilização criteriosa de metodologias e ferramentas que possibilitam identificar: - As alterações posturais e assimetrias. - As alterações de mobilidade e estabilidades. - A eficácia na realização e manutenção do gesto. - O equilíbrio e a coordenação motora. - O nível de performance e desempenho dos movimentos. - O progresso nas mudanças no nível de aptidão física do aluno. A avaliação física funcional possibilita ao profissional adequar corretamente a seleção e aplicação da modalidade de exercício mais indicada para cada cliente, norteia na prescrição de intensidade, volume e duração de uma modalidade de exercício, seja ele aeróbio, flexibilidade, alongamento ou de correção e conscientização postural. A POSTURA A atitude postural correta é um dos componentes da avaliação da saúde e qualidade de vida, pois a postura tem importantes implicações na saúde e no bem-estar geral de grande parte do corpo. A analise postural possibilita mensurar os desequilíbrios e adequarmos a melhor postura a cada indivíduo, possibilitando a reestruturação completa de cadeias musculares e seus posicionamentos no movimento e/ou na estática. Podemos definir como defeito de postura toda condição que implique quebra do alinhamento corporal considerado estaticamente como normal. Para a avaliação postural são comumente utilizadas duas metodologias: a. Metodologia objetiva: uso de radiografia ortostática em duas incidências ou fotografias em quatro posições: anterior, posterior e perfil. b. Metodologia subjetiva: uso do tato e da visão, observando o cliente de costas, perfil direito, perfil esquerdo, frente e flexão anterior do tronco. POSTURA CORRETA E SUAS IMPLICAÇÕES O profissional que trabalha com cinesioterapia corretiva funcional deve voltar sua atenção para as repercussões da má postura nos gestos cotidianos e na capacidade de realizar movimentos harmoniosos usando parâmetros de biomecânica e anatomia funcional. Em primeiro lugar, para se caracterizar um desvio postural, deve-se ter conhecimento do que é postura correta. Avaliação Funcional www.posugf.com.br 7 Coury (1994), define postura como a posição que o indivíduo assume no espaço em função de um equilíbrio estático ou dinâmico usando para isso seu arcabouço osteomusculoesquelético no desempenho de funções. Segundo Magee (2002), “postura é um composto das posições das diferentes articulações do corpo num dado momento”. Para que possamos estar em boa postura, é necessária uma harmonia/equilíbrio do sistema neuromusculoesquelético. Já Palmer & Apler (2000) definem a postura correta como o “alinhamento do corpo com eficiências fisiológicas e biomecânicas máximas, o que minimiza os estresses e as sobrecargas sofridas ao sistema de apoio pelos efeitos da gravidade”. Já Kendall (1995), conceitua o termo postura como o arranjo característico que cada indivíduo encontra para sustentar o seu corpo e utilizá-lo na vida diária. Todos os autores evidenciam a interação entre postura estática e dinâmica. Cada indivíduo apresenta características individuais de postura que podem vir a ser influenciada por vários fatores: • Anomalias congênitas e/ou adquiridas, • Obesidade, • Atividades físicas sem orientação ou ina- dequadas,• Distúrbios respiratórios, • Desequilíbrios musculares, • Frouxidão ligamentar e • Doenças psicossomáticas. Assim, a postura esta definida como a posição que um corpo adota no espaço, não apenas na posição ereta, como também quando caminha, corre, senta, agacha e levanta ou deita e se mantém na linha do centro de gravidade. Todos os tipos de boa postura caracterizam-se principalmente por um aspecto essencial: o alinhamento correto da coluna vertebral. A postura dinâmica esta associada à execução de tarefas configurando uma combinação de gestos em cadeia que na verdade são a soma de vários movimentos articulares que permitem no seu conjunto realizar atividades no trabalho. Em qualquer atividade realizada haverá sempre a combinação de dois grupos musculares: estático e dinâmico, sendo o primeiro solicitado na manutenção do tônus de base necessário à estabilização das estruturas centrais do corpo (escapula, coluna e pelve), e o segundo utilizado em gestos funcionais de repetição e velocidade. SISTEMA EXTRAPIRAMIDAL E SUA RELAÇÃO COM SISTEMA TÔNICO POSTURAL. Uma das funções do sistema extrapiramidal é realizar movimentos reflexos e esta intimamente sincronizada com o sistema motor periférico, devemos considerar que a sua função motora principal é a estabilização articular. Os movimentos reflexos automáticos estabelecem uma conexão para os movimentos voluntários e desempenham função importante na estabilização articular, principalmente nas contrações tônicas relacionadas a postura, equilíbrio e equilíbrio da cabeça e dos olhos associados. imagem sendo produzida Avaliação Funcional www.posugf.com.br 8 Fonte: Posturologia. Bernard Bricot (2001) Sistema tônico postural O sistema extrapiramidal intervém incessantemente nos gestos e atitudes posturais, pois preparara, direciona e equilibra a articulação, não existe movimento fásico (dinâmico) sem que ele não tenha sido acionado antes e continue agindo simultaneamente. Neurofisiologia da atitude tônica postural O Ouvido interno com suas células ciliadas é o elemento básico para analisar o posicionamento da cabeça e o movimento conjugado da cabeça e dos enquanto nos deslocamos no espaço. Para isso são necessários estímulos vindo de todo corpo, exterocepção e propriocepção, que são interpretados pelos captores responsáveis pelo ajustamento postural estático e dinâmico. Avaliação Funcional www.posugf.com.br 9 Os estímulos dos captores chegam ao sistema extrapiramidal que ajusta e equilibra dos músculos posturais e coordena a posição e o gesto do indivíduo. Quando as informações vindas dos captores são assimétricas, acontece uma reação de adaptação que induz a um novo ajustamento postural patológico (desvios posturais), que o organismo considera como certo. Um sistema adaptado pode funcionar sem dor ou ser considerado uma variação postural dentro do leque de normalidade, isso quando o indivíduo tem pouca solicitação (vida sedentária, atividades profissionais leves), por outro lado, quando o indivíduo apresenta solicitação intensa com pratica de esporte, trabalho com exigência física e posturas prolongadas, as adaptações se manifestarão em forma de patologias, que podem aparecer nos seguintes níveis: Articulares; Capsulares; Osteoligamentares; Musculares; Tendíneos e Aponeuróticos Fonte: Posturologia. Bernard Bricot (2001) Avaliação Funcional www.posugf.com.br 10 AVALIAÇÃO ESTÁTICA AVALIAÇÃO POSTURAL A avaliação postural consiste em determinar e registrar os desvios ou atitudes posturais dos indivíduos, onde o mesmo é inspecionado globalmente, numa visão anterior, posterior e lateral, a fim de observar se existe alguma alteração anatômica, que resultará em má postura. Utilizaremos aqui a metodologia subjetiva para avaliação da postura, através da definição e analise dos tipos e causas dos desequilíbrios posturais. A técnica consiste em: 1. Informar e posicionar o cliente que deverá vestir traje de banho ou top e short, de maneira a favorecer a visão do observador para uma me- lhor visualização das alterações posturais. 2. Realizar marcação de pontos anatômicos, utilizando-se lápis dermográfico ou caneta de quadro branco. 3. Realizar uma lista de checagem em quatro posições dos pontos anatômicos já demarcados ou estabelecidos mentalmente. 5. Realizar testes de avaliação de flexibilidade articular (da cintura escapular e do quadril). 6. Os dados do exame clínico ou avaliação física devem ser anotados em um relatório de inspe- ção e anamnese. Postura em pé Primeiramente é feito a marcação/verificação dos pontos anatômicos. Vista Lateral. 1. Tornozelo – Articulação calcâneo cuboidéa. (ant. ao maléolo lateral) 2. Joelho – Epicôndilo lateral do fêmur. 3. Coxo femoral – Trocânter maior. 4. Ombro – Acrômio. 5. Cabeça – Meato auditivo externo. Após observar o indivíduo corretamente, ve- rificar: 1. Geral – À frente, atrás ou sobre o fio de prumo (imaginário). 2. Tornozelo – Dorso flexão, flexão plantar ou neutro. 3. Joelho – Hiperestendido, flexionado ou neutro. 4. Coxo femoral – Anteversão, retroversão, neutra. 5. Coluna lombar – Hiperlordose, retificação ou neutra. 6. Coluna dorsal – Hipercifose, retificação ou neutra. 7. Coluna cervical – Hiperlordose, retificação e neutra. 8. Ombro – Protração, retração e neutro. 9. Cabeça – Projeção anterior, posterior e neutra. Avaliação Funcional www.posugf.com.br 11 Vista Posterior 1. Calcanhares – Tendão calcâneo. 2. Joelhos – linha da fossa poplítea. 3. EIPS – Espinhas Ilíacas Póstero Superiores. 4. L5 ou L4 – Processo espinhoso. 5. T12 – Processo espinhoso. 6. T8 ou T7 – Processo espinhoso. 7. Ângulo inferior e superior medial e lateral da escápula. 8. C7 – Processo espinhoso. 9. Cabeça Após observar o indivíduo corretamente, ve- rificar: 1. Geral – À direita, à esquerda e sobre o fio de prumo. 2. Calcanhares – Pronado, supinado ou neutro. 3. Joelhos – Varo, valgo, ou neutro. 4. Quadril – Alinhamento horizontal das EIPS. 5. Coluna – Desvios laterais e gibosidades/saliências paravertebrais. 6. Ombros – Alinhamento horizontal. 7. Triângulo de Tales – Assimetrias. Vista Anterior: 1. Pés – Direcionamento 2. Joelhos – pólo inf. Da patela. 3. EIAS – Espinhas Ilíacas Antero Superiores. 4. Cicatriz umbilical. 5. Externo. 6. Cabeça. Após observar o indivíduo corretamente, ve- rificar: 1. Geral – À direita, à esquerda e sobre o fio de prumo. 2. Antepés – Hálux valgo, dedos em garra ou neutro. 3. Pés – Plano, cavo ou neutro 4. Pés aduto ou abdutos. 5. Joelhos – Varo, valgo, ou neutro. 6. Quadril – Alinhamento horizontal das EIAS. Quadril – Rotação medial, lateral ou neutro. 7. Ombros – Alinhamento horizontal. 8. Triângulo de Tales – Assimetrias. Avaliação Funcional www.posugf.com.br 12 A análise da postura envolve a identificação e a localização dos segmentos corpóreos relativos à linha de gravidade. É importante lembrar que a avaliação postural deve determinar se um segmento corporal ou articulação desvia-se de um alinhamento postural ideal. O objetivo principal da avaliação postural é identificar os desequilíbrios mais evidentes e prescrever um programa de cinesioterapia que compense ou corrija esses desequilíbrios e evitar exercícios que possam vir a acentuar essas alterações. ALTERAÇÕES DOS PONTOS ANATÔMICOS DA ANALISE POSTURAL Com base em autores como Carnaval (1995, 1997), Bricot (2001), Moffat & Vickery (2002), pode se afirmar que a analise de alguns pontosanatômicos fornecem informações importantes com relação a desequilíbrios posturais. Pontos anatômicos da vista anterior (plano frontal) O alinhamento da cabeça As alterações no alinhamento da cabeça podem ser inclinações à direita ou à esquerda e rotações à direita ou à esquerda. Alterações relacionadas ao alinhamento da cabeça Linha dos ombros Vista anterior da linha dos ombros A linha dos ombros pode apresentar as seguintes alterações no seu alinhamento, elevação direita ou esquerda e predominância muscular à direita ou à esquerda. Linha do quadril Vista anterior do quadril Na linha do quadril deve ser observado se existe alteração relacionada com elevação da asa ilíaca direita ou esquerda ou rotação à direita ou à esquerda. Alinhamento do tronco BUSCAR OBJETO SOBRE ISSO Tem relação direta com as linhas dos ombros e crista ilíaca. Essas duas linhas deverão estar paralelas entre si, e o solo. Caso isso não ocorra com alguma delas, poderá indicar uma possível escoliose na região da linha que não estiver paralela, que são os desequilíbrios unilaterais. 1 – linha dos ombros-região dorsal; 2 – linha do quadril-região lombar. Avaliação Funcional www.posugf.com.br 13 Ocorre quando uma das duas linhas (ombro ou quadril) está paralela e a outra esta inclinada. Para essas duas situações, temos quatro definições: 1°) Situação: linha do quadril paralela, com elevação do ombro direito ou esquerdo, indicação de escoliose torácica direita ou esquerda simples. 2°) Situação: linha dos ombros paralelos e linha do quadril com elevação direita ou esquerda, com indicação de escoliose lombar esquerda ou esquerda simples. Desequilíbrios contra laterais Ocorre quando há uma convergência entre as linhas do ombro e do quadril, é indicação de escoliose total. 1°) Situação: elevação da linha do ombro esquerdo e quadril direito – indicação de escoliose total esquerda. Indicação de escoliose total direita 2°) Situação: elevação da linha do ombro direita e do quadril esquerdo com indicação de escoliose total direita. Desequilíbrios homolaterais Ocorre uma espécie de paralelismo entre as linhas do ombro e do quadril. 1°) Situação: elevação da linha do ombro direita e do quadril direita – indicação de escoliose dupla ou em “S” dorsal direita e lombar esquerda. Avaliação Funcional www.posugf.com.br 14 Indicação escoliose em “S” dorsal direita lombar esquerda 2°) Definição: elevação da linha do ombro esquerda e do quadril esquerda – indicação de escoliose dupla ou em “S” dorsal esquerda e lombar direita. Indicação de escoliose dorsal esquerda lombar direita. Os dois últimos casos merecem um cuidado especial, apesar da indicação da escoliose em “S”, na verdade o aluno pode ter apenas um encurtamento de uma das pernas. Logo, cuidado quanto ao diagnóstico em relação ao tipo de escoliose. Linha dos joelhos As alterações na linha dos joelhos são a nível rotacional lateral ou medial. Vista anterior dos joelhos A rotação lateral do joelho causa: Geno varo. - No joelho uma hiperpressão patelar; - No quadril uma insuficiência de cobertura das cabeças femorais; - Aumento da pressão anterior sobre o acetábulo, que levará à extensão do osso ilíaco; - Verticalização do osso sacro; - Dorso e nádegas planas. A rotação medial do joelho causa: Geno valgo. - Rotação medial do quadril; - Uma flexão anterior da assa ilíaca, - Extensão do osso sacro, - Aumento do ângulo sacral e hiperlordose. Pé abduto É a projeção dos pés para fora da linha média do corpo, causado pela hipertrofia da musculatura abdutora do tornozelo. Pé aduto É a projeção dos pés para dentro da linha média do corpo, causado pela hipertrofia da musculatura adutora do tornozelo. Avaliação Funcional www.posugf.com.br 15 Pé plano É a perda parcial ou total da curvatura plantar do pé. Pode causar desequilíbrio e dor nos pés e joelhos. Vista lateral ou plano sagital Neste plano, se observa a acentuação ou diminuição das curvaturas fisiológicas, joelhos em hiperextensão ou em semiflexão, projeção dos ombros à frente, projeção da cabeça à frente, proeminência abdominal, se ocorre anteversão ou retroversão da pelve. Na vista lateral são observados: - Meato auditivo; - Projeção do queixo (projeção da cabeça); - Ponto acromial (projeções do ombro); - As curvaturas da coluna vertebral; - Assa ilíaca (quadril) - A proeminência abdominal - Face lateral da linha poplítea (joelhos); - Ponto maleolar. Observado a figura a seguir apenas à ocorrência A é normal, as outras são os principais problemas observados na posição estática. Fonte: Posturologia. Bernard Bricot (2001) Desequilíbrios tônicos encontrados na postura de perfil: Na ocorrência B o plano escapular e das nádegas estão alinhados, porém com aumento dos posicionamentos cervical e lombar. Na C o plano escapular está posteriorizado. Na D o plano escapular anteriorizado e na E o plano escapular e das nádegas alinhados com diminuição da curvatura lordótica. O alinhamento da cabeça Quanto ao alinhamento da cabeça na vista lateral, há dois desequilíbrios específicos e freqüentes a antepulsão ou retropulsão. Vista lateral da cabeça Projeções do ombro Quanto às projeções dos ombros podemos observar se o avaliado possui projeção para frente ou para trás Vista lateral dos ombros Avaliação Funcional www.posugf.com.br 16 Alterações na região dorsal Dentre as alterações da região dorsal da coluna podemos citar a retificação torácica, que é a redução da curvatura fisiológica ou hipercifose torácica que apresenta- se como uma acentuação da curvatura da coluna dorsal. A hipercifose pode ser flexível ou rígida, é flexível quando pode ser corrigida com uma simples contração muscular voluntária, que colocará a coluna torácica na sua posição normal, caso contrário será classificada como rígida, geralmente a hipercifose vem acompanhada de protusão da cintura escapular e projeção do queixo. Vista Lateral da região torácica Alterações na região lombar As alterações da coluna na região lombar são: retificação da lordose lombar ou a hiperlordose lombar. A hiperlordose lombar é caracterizada pela acentuação da curvatura da coluna lombar, e a retificação caracterizada pela diminuição ou a inversão d curvaturas do seguimento da coluna lombar. Vista lateral da coluna lombar Alterações na região do quadril As alterações na região do quadril são a anterversão e retroversão. Vista lateral do quadril Proeminências abdominais Corresponde ao grau da proeminência abdominal que geralmente é acompanhado de uma hiperlordose lombar. Vista lateral da região abdominal Alterações ao nível de joelhos Na vista lateral observamos se o avaliado possui genu recurvato ou geno flexo, de acordo com o nível de arqueação do joelho. Vista lateral dos joelhos Avaliação Funcional www.posugf.com.br 17 Genu recurvato É a projeção do(s) joelho(s) para trás da linha de gravidade. Genu flexo È a projeção do(s) joelho(s) à frente da linha de gravidade. Vista posterior Em posição ortostática, de costas para o avaliador, analisar e confirmar o que foi observado na vista anterior com relação a escoliose e encurtamento de membros. São observados os seguintes pontos anatômicos: - Parte média mais protuberante do osso occipital equilibrada; - Pontos acromiais projetados no mesmo nível; - Ângulo inferior das escápulas, alinhados; - Linha espondiléia (onde todos os processos espinhososdas vértebras formam uma linha reta); - Linha poplítea; - Tendão calcâneo. Escolioses As escolioses são desvios latero-laterais da coluna vertebral, mínimos graus de escoliose (deformidade bidimensional da coluna com desvio menor que 10 graus) são considerados variação de normal. A magnitude, curva compensatória, a localização e a direção da curvatura, a faixa etária, etiologia e morfologia são aspectos a serem considerados ao classificarmos as deformidades vertebrais. Quanto à magnitude Podem ser chamadas de: - Leves; - Moderadas; - Severas, dependendo do grau de acometimento. Quanto às curvas: primária e compensatória Curva compensatória é aquela que ocorre acima ou abaixo da curva maior, tentando manter o equilíbrio do tronco; pode-se tornar estruturada com o tempo, pois os tecidos moles apresentarão um certo grau de adaptação à curva. A curva primária é a primeira a ocorrer, em geral são as de maior amplitude, as que apresentam alterações estruturais como rotação dos corpos vertebrais ao raio X e maior rigidez à tentativa de retificação. Pontos acromiais Confirma-se a elevação do ombro direito ou esquerdo e a predominância muscular direita ou esquerda. Vista posterior dos ombros Avaliação Funcional www.posugf.com.br 18 Ângulo Inferior da escapula Pode apresentar-se elevada direita ou a esquerda, aduzidas, abduzidas, elevadas e deprimidas. Vista posterior da cintura escapular Linha Espondilea Nessa linha procuraremos algum desvio de lateralidade das vértebras o que, confirmara uma escoliose com curvatura aparente em “C” ou “S”; Vista posterior da coluna Quadril Observar se há inclinação ou rotação. Vista posterior do quadril Linha Poplítea Quando comparada com a linha glútea pode indicar encurtamento de membro inferior. Tendão calcâneo Verificar se o indivíduo tem o tendão calcâneo varo ou valgo. Teste de flexão de tronco O aluno em posição ortostática fará uma flexão de tronco e, nesta posição, caso possua uma escoliose e suas vértebras já tiverem feito uma rotação, aparecerá uma gibosidade no local da curvatura escoliótica. Avaliação Funcional www.posugf.com.br 19 Ântero-flexão de tronco. AVALIAÇÃO DINÂMICA TESTES FUNCIONAIS Após a avaliação postural e, conhecendo a densidade corporal e percentual de gordura do aluno, inicia-se os testes funcionais. Os testes devem ser posteriores a uma anmenese, que é um questionário para rastrear seus hábitos alimentares, doenças hereditárias, patologias conhecidas, cirurgias e a intensidade e modalidade de atividades físicas que o aluno eventualmente já pratica. As avaliações físicas funcionais são testes que identificara o estado atual do condicionamento físico tanto muscular (força, flexibilidade e resistência), como a capacidade cardiorrespiratória.the sites: there are many common sites at which the skinfold pinch can 3.1- TESTE DE FLEXIBILIDADE Existem várias formas e testes de verificar a capacidade do músculo de se estender ao maximo o que caracteriza a sua flexibilidade. Um dos testes mais aceitos por ser de fácil visualização do valor obtido e mensurado é através do equipamento chamado de Banco Wells, onde se realiza o teste de sentar e alcançar. O banco de Wells é um instrumento composto por uma caixa de madeira com as seguintes dimensões: 30,5cm x 30,5cm x 30,5cm, sendo que na parte superior, há um prolongamento de 26cm com uma escala numérica, cujo valor máximo é 50cm, separados a cada 0,5cm Fonte: www.topendsports.com Algumas orientações e procedimentos devem ser adotados para a realização deste teste: 1º passo: oriente o cliente a realizar aquecimento breve antes do teste e a evitar movimentos rápidos e bruscos. 2º passo: após o aquecimento, inicie o teste orientando o cliente a sentar-se no chão com as pernas juntas, os joelhos estendidos e as plantas dos pés colocadas contra a borda do banco. 3º passo: instrua o cliente a alcançar lentamente a frente o mais distante possível ao longo do banco enquanto conserva as duas mãos paralelas (pontas dos dedos podem prolongar-se), mantendo esta posição por aproximadamente 2 segundos. O cliente não deve flexionar os joelhos nem inclinar-se somente com uma das mãos. 4º passo: a pontuação (em centímetros) é o ponto mais distante no banco tocado pelas pontas dos dedos. Avaliação Funcional www.posugf.com.br 20 5º passo: realize pelo menos 3 tentativas e considere a melhor pontuação do cliente. 6º passo: de acordo com as tabelas abaixo, avalie o nível de flexibilidade musculoesquelética do cliente. Tabela de flexibilidade com a utilização do banco de Wells com o nível dos pés em 23 cm (veja modelo do banco). TESTE NEUROMUSCULAR DE FORÇA E RESISTENCIA A FADIGA Antes de iniciar um programa de exercícios funcionais que objetiva melhora da qualidade gestual e eficácia de uma função, deve-se realizar teste para determinar qual o nível de força, resistência, coordenação motora e eficácia que essa função é realizada. Alguns testes são empregados para conhecer essas características de grandes grupos musculares, mas o mais comuns de fácil realização e que reflete o estado geral do aluno, é solicitar a realização de 1 minuto de exercícios repetidos em máxima velocidade, normalmente realiza flexão de tronco com contração dos músculos abdominais. TESTE DE ABDOMINAL DE 1 MINUTO Com este teste mediremos indiretamente a força da musculatura abdominal, através da realização do maior número possível de flexões abdominais em um minuto. O avaliado deve posicionar-se em decúbito dorsal sobre um colchonete, com o quadril e os joelhos flexionados e com as plantas dos pés apoiadas no solo. Os antebraços deverão estar cruzados sobre o tórax, com a palma das mãos voltadas para o mesmo, manter os pés presos, levar o tronco até a posição sentada a 45º e retornar à posição inicial o maior número de vezes em 1 minuto cronometrado. Avaliação: Fonte: www.portalmaisquesaude.com.br DINAMOMETRIA Esse teste permite a mensuração da força através de um equipamento. A dinamometria manual é um teste simples e objetivo que tem como princípio a aferição da força máxima voluntária de preensão manual. Consiste num teste realizado com um aparelho portátil chamado dinamômetro sendo um proce- dimento rápido, de baixo custo e não invasivo. Procedimentos: Avaliação Funcional www.posugf.com.br 21 Estudos indicam que as variações da posição do corpo influenciam significativamente nos resultados da avaliação da força de preensão de mão. Desta forma recomenda-se que o avaliado esteja sentado em uma posição confortável com o ombro aduzido, o cotovelo fletido a 90º, o antebraço em posição neutra e, por fim, a posição do punho pode variar de 0 a 30º de extensão. Quando estiver pronto o sujeito aperta o dinamômetro com esforço isométrico máximo, que é mantido por cerca de 5 segundos. Nenhum outro movimento do corpo é permitido. O avaliado deve ser orientado a dar o esforço máximo. Recomenda-se que a média de três medidas seja usada, não havendo necessidade de estender períodos de descanso entre as medidas porque as diferenças de medidas são muito pequenas. Um aquecimento antes do teste pode aumentar a força de preensão. Valores de referência: Os valores de referência de força de preensão manual têm sido buscados em vários estudos em diferentes populações, divididos por grupos de idade, gênero e lateralidade Tabela com a média total de força de preensão manual (FPM) para homens e mulheresFonte: Talsania& Kozin, 1998. O dinamômetro utilizado foi o NK digits grip, a população de norte americanos e a posição foi a recomendada pela SHT. A precisão e a manutenção da calibração do dinamômetro manual, é fator importantes que está diretamente relacionado à confiabilidade da avaliação. Recomenda-se que a calibração do dinamômetro seja checada no mínimo uma vez por ano ou a cada 6 meses caso o aparelho seja usado diariamente. A dinamometria manual é um método de baixo custo, de fácil aplicabilidade e reprodutividade, além de ser um teste que requer pouco tempo de execução. TESTES DE CAPACIDADE E FUNÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA Os testes de capacidade de desempenho e da função do sistema cardiorrespiratório são realizados através de dois procedimentos, teste ergométrico e ergoespirométrico, realizados normalmente em um ambiente de exames, um laboratório preparado, pois necessitam de equipamentos especiais como a esteira ou bicicleta ergométrica, o eletrocardiógrafo, o espirômetro e ainda o esfigmomanômetro e um estetoscópio. Normalmente é acompanhado por um profissional que tem capacitação específica para realizar o exame, que fornecera confiança e segurança ao aluno que tem intenção e a necessidade de melhorar algum rendimento. Cada procedimento tem uma utilidade diferente e se complementam, fornecendo informações que, somadas à avaliação funcional realizada pelo professor na academia, assegura ao profissional e ao aluno a possibilidade de elaborar o melhor programa de exercício. ERGOMETRIA O teste ergométrico é um procedimento clínico, onde o cliente executa caminhada ou corrida em esteira ergométrica, ou ainda, pedala uma bicicleta ergométrica. O teste tem como objetivo avaliar as funções cardíacas através do eletrocardiógrafo, que registra as ondas elétricas emitidas durante o funcionamento do coração. É uma avaliação extremamente importante e normalmente é acompanhada por um médico cardiologista. Através do teste é possível investigar se existe alguma anomalia cardíaca que poderá colocar o aluno em risco durante a atividade física. Faz parte do exame, monitorar a pressão arterial em repouso e durante todo o teste, o que Avaliação Funcional www.posugf.com.br 22 permite avaliar o funcionamento do sistema cardiovascular como um todo. Assim, é possível detectar respostas hipertensivas e outros tipos de problemas, portanto, o teste ergométrico serve para avaliar a saúde e a normalidade funcional e não o desempenho. ERGOESPIROMETRIA Este teste nos dá parâmetros para analisar o vo2 Max, que é a capacidade máxima de absorção de oxigênio e também definir o limiar anaeróbio, determinado pelo ponto onde a capacidade de remover o acido lático é menor que a produção do mesmo. Fonte: arturmonteiro.com.br Na elaboração do programa de exercício ideal é fundamental conhecer o potencial aeróbio e identificar as zonas ideais para o treinamento aeróbio: leve, moderado e máximo. Geralmente, o teste é executado simultaneamente com o teste ergométrico, através da utilização de um analisador de gases, o qual é acoplado através de uma máscara no rosto do aluno e possui um sensor extremamente sensível, que detecta inúmeras variáveis ventilatórias, como o consumo máximo de oxigênio, que é VO2max. Apesar de o VO2 max ser um dado importante obtido através da ergoespirometria, as informações mais relevantes para o aluno são o limiar ventilatório ou limiar anaeróbio, que indicam as zonas ideais para treinamento aeróbio. Entretanto, o VO2 max serve para que o profissional obtenha uma informação importante do potencial do aluno, e possa elaborar com segurança o perfil de atividades condizente com a sua necessidade. O VO2 max é influenciado por fatores genéticos, a sua medida pode nortear o atleta e seu treinador qual nível máximo de desempenho que poderá ser obtido em corridas e provas de triátlon por exemplo. Na ergoespirometria, podemos definir qual predominância da utilização de gordura e/ou carboidratos como fonte de energia. Com esses dados podemos definir e quantificar um treinamento específico para cada indivíduo. AVALIAÇÃO DOS MOVIMENTOS FUNCIONAIS. Na avaliação funcional característica, são realizados testes de forma dinâmica, utilizando movimentos de rotina e funcionais, movimentos de instabilidade que estimulam a ação de grupos musculares estabilizadores (tônicos) e movimentos dinâmicos, que utilizam os músculos efetores dos movimentos (fásicos). O aluno deve, como na avaliação postural, usar trajes como short e short e top para que o examinador observe cada articulação e detalhes dos movimentos. CONTROLE MOTOR NA POSIÇÃO HORIZONTAL Contração dos estabilizadores. Contração dos funcionais. Exercícios que exigem mais dinâmica, perturbação e equilíbrio. Propriocepção para cor- reção das disfunções Avaliação Funcional www.posugf.com.br 23 EM DECÚBITO DORSAL. Teste do levantamento do membro inferior, membro superior ou os dois. Avalia a habilidade dos músculos suportar e manter a coluna parada durante um gesto funcional de flexão de quadril e elevação de um membro superior. Se existir movimentos rotacionais de tronco ou desvios laterais como abduções ou aduções dos membros, significa um padrão disfuncional. Teste da elevação do quadril associado com membro inferior e membro superior. Avalia a capacidade funcional dos músculos estabilizadores de tronco e extensores do quadril durante a realização de movimentos de grande amplitude e força. A rotação e queda do quadril e membro inferior que estão elevados caracterizam fraqueza muscular e disfunção da cintura pélvica. Exercício teste da cadeia anterior, flexora e adutora com membro ou membros inferiores e cabeça mantida com flexão da cervical. Exercício para testar a eficácia da contração da cadeia muscular anterior estabilizadora e fásica, com flexão dos quadris e coluna cervical, repetir 3 vezes mantendo tempo da expiração. A disfunção desse grupo muscular é caracterizada pela dificuldade de elevação dos membros inferiores e gera instabilidade lombar com hiperlordose compensatória e dor na região anterior do pescoço. Teste da cadeia flexora, rotadora externa e abdutora. Exercício para contração da cadeia flexora pélvico- abdominal, grupo muscular rotadores externo dos quadris e adutores (o aluno é orientado a manter uma pressão nos calcâneos) e da cadeia extensora cervico-torácica. A instabilidade desse gesto é caracterizada pela compensação na coluna lombar com aumento da lordose, alteração da postura dos membros inferiores, causada pela perda da contração do grupo adutor dos quadris e dos rotadores externos. EM DECÚBITO VENTRAL ESTABILIZADORES ESCAPULARES E PÉLVICOS. Teste de contração multífidus, eretor da coluna, trapézio médio, inferior e romboide. O aluno, em decúbito ventral, é orientado a elevar um membro superior na posição acima da cabeça. Em seguida retirar o apoio desse membro superior e do membro inferior Avaliação Funcional www.posugf.com.br 24 oposto. Uma contração da cadeia extensora diagonal é realizada e mantida durante três expirações prolongadas. Nas disfunções desse gesto haverá uma compensação com abdução escapular, elevação da cabeça com aumento da lordose cervical e dificuldade de manter o membro inferior elevado. Posição de gato associada com elevação de membro inferior e superior Realizar três movimentos em diagonal de cada lado, em cada movimento manter por três expirações prolongadas. Avalia a capacidade funcional dos músculosestabilizadores em sintonia com os dinâmicos posturais. Movimentos de grande amplitude, equilíbrio e força de sustentação. O aluno é estimulado a manter a contração por três expirações prolongadas, sem perder o equilíbrio e a posição dos membros. Na disfunção desse gesto a instabilidade é a característica mais evidente, a dificuldade de manter os membros na posição solicitada faz com que o aluno se apóie varias vezes durante as três expirações prolongadas. CONTROLE MOTOR ANTIGRAVITACIONAL PROPRIOCEPÇÃO POSTURAL EQUILIBRIO E ISOTONIA DAS CA- DEIAS ESTIMULAÇÃO DA CONSCIÊNCIA POSTURAL SENTADO Teste de controle lombo-pélvico sentado Esta posição avalia a qualidade muscular no controle lombo-pévico, e se estão funcionais e ativados os músculos: multífidus, eretor da coluna, rombóide, trapézio médio e inferior, transverso de abdômen e iliopsoas. Na instabilidade dessa postura funcional, o aluno permanece enrolado e sentado sobre o sacro, caracterizado por fraqueza dos eretores da coluna lombar e torácica, insuficiência dos músculos escapulares e iliopsoas. Teste para estabilização antigravitacional e crescimento axial. Exercício de postura mantida com crescimento axial e elevação do membro inferior. O aluno realiza três repetições e depois associa a elevação do membro superior oposto para avaliar os desvios e instabilidades laterais. Mesmo com a contração e elevação dos membros o alinhamento corporal deve ser mantido. A fraqueza dos músculos quadrado lombar, transverso do abdomem e psoas, permitira um desvio lateral compensatório, na tentativa de realizar o movimento com a inclinação do tronco. Avaliação Funcional www.posugf.com.br 25 Teste para estabilização antigravitacional e rotação de tronco. Exercício de postura mantida com crescimento axial, abdução dos membros superiores e rotação de tronco, associar com contração de psoas em uma determinada diagonal, realizar 3 repetições para cada lado. Exercício avalia a amplitude rotacional do tronco, a força e o controle motos das cinturas pélvica e escapular. O Rolamento posterior com flexão lombar e sentar no sacro, caracteriza a disfunção desse gesto de equilíbrio, força e consciência postural. TESTES EM ORTOSTATISMO. Os testes funcionais na posição ortostática avaliam as funções de marcha, equilíbrio e coordenação, força muscular durante a realização de gestos levantamento de objetos. Agachamento O aluno deve estar de pé, com os pés separados na largura dos ombros e apontados para frente. Deve manter os braços para cima e realizar o agachamento três vezes dobrando o quadril e os joelhos para que o corpo desça em linha reta. No terceiro movimento, manterá a posição no ponto mais baixo e sustentara o alinhamento do corpo. Nas disfunções desse gesto: Test administrator should note any issues with functional mobility, general form, balance, speed of decent and ascent, and pain or discomfort. O instrutor deve observar e anotar qualquer problema relacionado com a mobilidade, equilíbrio, velocidade de decida e subida e dor Avaliação Funcional www.posugf.com.br 26 ou desconforto. The depth of squat should be noted when hips begin to posteriorly rotate and calf presses forcibly against hamstring. Na profundidade do agachamento deve ser observado os seguintes fatores: - Se existe alguma compensação como uma hiperlordose lombar, causada por uma rigidez de quadris e fraqueza abdominal. Esse quadro faz com que a passada fique curta, tornando um corredor mais lento e menos eficiente. - Se o tronco se inclina para frente e o tornozelo gira para dentro, significa que as panturrilhas estão rígidas impedindo a flexão dorsal dos tornozelos e o tronco se inclina para frente para manter a base de apoio durante o agachamento. Isso altera o centro de gravidade, dificultando o ganho de potência durante qualquer atividade. - Se os joelhos se abrem os músculos abdutores estão fracos. Se os joelhos fecham os músculos adutores estão fracos. Assim os quadris e lombar têm que compensar o desequilíbrio, podendo sofrer lesões nos ligamentos do joelho. Teste do passo sobre obstáculo. O aluno deve estar em pé na frente do obstáculo segurando um bastão com as duas mãos e apoiado sobre os ombros. Os pés apoiados simetricamente com os dedos exatamente sob a linha do obstáculo. O aluno levanta a perna, passa por cima do obstáculo e toca o calcâneo do outro lado mantendo a perna de apoio estendida e volta à posição inicial. A dificuldade ou a incapacidade de realizar esse teste caracteriza fraqueza dos flexores de quadril, joelho e tornozelo. Déficit de equilíbrio e coordenação pode ser também o responsável pela disfuncionalidade. CONCLUSÃO Na prática rotineira de avaliação e prescrição de exercícios funcionais, inclui-se uma série de conhecimentos de biomecânica, anatomia, fisiologia, cinesiologia, psicologia e pedagógica. Isso se faz necessário porque é de fundamental importância que o profissional que se propõe a prescrever um programa de exercícios esteja realmente preparado e seja conhecedor da sua área de atuação. Esse programa tem como objetivo, mudar consideravelmente para melhor a vida do cliente em relação a saúde, bem estar, qualidade de vida e diversão. A atividade física de caráter individual, embasada em estudos criteriosos, melhora o desempenho de um atleta e da satisfação para o aluno comum. Da mesma forma, a prescrição de exercícios de forma aleatória, sem o conhecimento da qualidade das estruturas e funções individualmente de cada aluno, pode causar lesões e alterações posturais e funcionais, comprometendo a qualidade de vida, o gesto esportivo ou profissional e a longevidade do aluno. Os métodos de avaliações e as formas de prescrições de programas de exercícios mudam constantemente, evoluem com as pesquisas, criatividade e bom senso profissional. Nesse texto, é descrito uma abordagem de avaliação funcional, que mescla vários conceitos de profissionais e autores consagrados, conceitos que se transformam na rotina da academia ou do clube, se transformam em cima de evidencias, efeitos e resultados, sugerindo novas pesquisas e novos conceitos. Avaliação Funcional www.posugf.com.br 27 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS Aeberg E. Resistance Training Instructor. 2a. Ed. Champaign: Human Kinetics;2007 Bienfait, Marcel; [trad Angela Santos]: Os Desequilíbrios Estáticos, São Paulo: Summus, 1995 Boyle M. Functional Training for Sports. Champaing, IL: Human Kinetics, 2004. Bricot, Bernard. Posturologia. 2 ed. São Paulo: Ícone, 2001 Brooks, D. O Livro Completo para o Treinamento Personalizado. São Paulo: Phorte Editora, 2008. Carnaval, Paulo E. & Rodrigues, Paulo Eduardo. Musculação teoria e prática. Rio de Janeiro: Sprint, 1992. Carnaval, Paulo Eduardo. Medidas e avaliações: em ciências do esporte. 2 ed. Rio de Janeiro: Sprint, 1997. Cook G. 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