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PLANTAS TÊXTEIS Prof. Dr. João C. Geraldo Tipos de Fibras: ► fibras de sementes ► fibras de caule ► fibras de folhas Fibra têxtil é a matéria-prima fibrosa a partir da qual os tecidos têxteis são fabricados As fibras são transformadas em fios pelo processo de fiação Fonte: http://igotbugsinmyhead.files.wordpress.com/2011/12/fibras-tc3aaxteis-completo.pdf Prof. Dr. João C. Geraldo Classificação Geral (ABNT-NBR-12744) Fibras Têxteis Fibras Naturais Vegetais Celulósicas De sementes Algodão Caules Cânhamo Juta Linho Kenaf Rami Malva Folhas Abacá Caroá Fórmio Sisal Frutos Coco Prof. Dr. João C. Geraldo KENAF Hibiscus cannabinus Malvaceae Com as suas fibras produzem-se mantas para isolamento a sons de percussão • Recurso Natural Renovável • Reciclável e biodegradável • Ecologicamente correto Prof. Dr. João C. Geraldo MALVA Hurena lobata L. Malvaceae Planta herbácea anual, dispersa no continente europeu, africano e americano A malva é considerada em cultura como uma planta estritamente anual; economicamente, a rebrotação das soqueiras não deve ser aproveitada. Após a colheita dos caules, o terreno deve ser limpo, preparado e novamente semeado com a malva no ano agrícola seguinte. Prof. Dr. João C. Geraldo FÓRMIO Phormium tenax Xanthorrhoeaceae Fibras finas e brilhantes Alta resistência Planta ornamental, cujas folhas fornecem fibras têxteis, que quando cortadas em tiras finas substituir o vulgar cordel, por para atar sacos e em outras tarefas agrícolas e de jardinagem Também é conhecida por Linho-da-Nova-Zelândia, ou Fibra-da-Nova- Zelândia, porque, aí, o povo Maori utiliza as suas folhas para cestaria, cordas, redes e vários utensílios de uso doméstico. Prof. Dr. João C. Geraldo Juta (Corchorus capsularis) Malvaceae (ex-Tiliaceae) Origem: Índia Esta erva lenhosa alcança uma altura de 3 a 4 m e o seu talo tem uma grossura de aproximadamente 20 mm, crescendo em climas úmidos e tropicais. Prof. Dr. João C. Geraldo As plantas florescem 4 a 5 meses depois de semeadas e inicia-se imediatamente a colheita. A fibra útil é contida entre a casca e o talo interno e a extração é feita pelo processo da maceração. As plantas, cortadas rente ao solo por meio de foices, são limpas das folhas, postas em feixes dentro da água corrente ou parada. Prof. Dr. João C. Geraldo No processo industrial, as partes cortadas são amolecidas em água estagnada e, ao fim de um período de 12 a 25 dias, a casca se solta das hastes sem que se rompam as fibras. Estas são submetidas à nova imersão para lavagem e, em seguida, são postas a secar. Para obter uma boa fibra, cujo comprimento médio é de 3,20m, haste e caules devem ser cortados logo que a flor murcha. Prof. Dr. João C. Geraldo No Brasil, o cultivo de juta concentra-se na Amazônia (Manaus e Manicoré). Em 1929 colonos japoneses fizeram as primeiras tentativas de introdução da juta na Amazônia. Cinco anos depois o colono Ryoto Oyama consegue produzir uma variedade de juta adaptada às condições da região amazônica. É uma cultura fácil, acompanhada de uma maceração trabalhosa e de pouco rendimento, sem a utilização de agrotóxicos ou fertilizantes. Prof. Dr. João C. Geraldo Nas terras baixas de várzea o plantio se dá em agosto ou setembro, com a várzea saindo d’água. Nas várzeas altas se dá em novembro quando as chuvas principiam e nas terras altas, semeia-se em janeiro. O corte é feito quando a juta floresce antes de frutificar, usando-se a foice ou facão. Terminado o corte, procede-se o desgalhamento e limpeza das hastes que são então reunidas em feixes de 100 unidades e amarrados com cordas improvisadas com casca da própria planta. Procede-se então a etapa de "afogamento" das hastes feito em água ligeiramente corrente ou, na impossibilidade desta, em água parada. Completada esta etapa, quando as fibras são facilmente desprendidas da casca, faz-se o desfibramento e lavagem que consiste na retirada da casca das fibras. Prof. Dr. João C. Geraldo Depois disso as fibras são batidas fortemente na água e lavadas completamente; para secar, estende-se a juta em varais ou estendais de secagem. Terminada esta operação as fibras são batidas nas próprias estacas dos varais e formados os manojos ou meadas ligeiramente torcidas, amarradas e assim enviadas para o local do enfardamento. Aí as fibras são classificadas e prensadas em fardos de até 180 quilos. As fibras de juta chamadas comercialmente de "fibras moles" são empregadas na confecção de telas e tecidos de aniagem, serrapilheiras, cordas, barbantes, tapetes, etc. As indústrias de guerra utilizam a nitro-juta, explosivo de grande poder destruidor. Prof. Dr. João C. Geraldo Fios (crus / tintos) Tecidos Prof. Dr. João C. Geraldo Sacaria (estopa) Tapeçaria Prof. Dr. João C. Geraldo As fibras da juta contêm: Cinza 0,70 % Água 9,72 % Gorduras cerosas 0,36 % Extrato aquoso 1,06 % Celulose 64,10 % Substâncias incrustantes 24,06 % Prof. Dr. João C. Geraldo Composição Química (%) da Juta e outras Fibras Fibra Celulose Hemi- Celulose Lignina Pectina Água/ Solúveis Gorduras e Graxas Juta 65,2 22,2 10,8 - 1,5 0,3 Cânhamo 77,5 10,1 6,8 2,9 1,8 0,9 Rami 76,6 8,0 5,6 3,8 5,6 0,4 Sisal 71,5 18,1 5,9 2,3 1,7 0,5 Linho 71,3 18,5 2,2 2,0 4,3 1,7 Algodão 91,5 5,8* - - 1,1 0,7 Fonte: http://www.jutaecia.com.br. 31ago 2010 Prof. Dr. João C. Geraldo Sisal (Agave sisalana Perrine) Asparagaceae Origem: México Planta subcaulescente, de folhas carnosas, alcança uma altura de cerca de 2 a 3 m. Floresce apenas uma vez na vida, entre os 8 e 10 anos. A inflorescência atinge até 5 m de altura. No Brasil, os principais produtores são os estados da Paraíba e da Bahia. Do sisal, utiliza-se principalmente a fibra das folhas que, após o beneficiamento, é destinada majoritariamente à indústria de cordoaria (cordas, cordéis, tapetes etc.). Prof. Dr. João C. Geraldo A. sisalana é cultivada em regiões semi-áridas Foi difundido inicialmente no estado da Paraíba e somente no final da década de 1930 na Bahia. Atualmente o Brasil é o maior produtor de sisal do mundo e a Bahia é responsável por 80% da produção da fibra nacional. Campos de cultivo / Colheita Os primeiros bulbilhos da Agave sisalana foram introduzidos na Bahia, em 1903, nos municípios de Madre de Deus e Maragogipe, trazidos provavelmente da Flórida, através de uma empresa americana. Prof. Dr. João C. Geraldo Plantações, colheita, trabalhadores do sisal Prof. Dr. João C. Geraldo O ciclo de transformação do sisal em fios naturais tem início aos 3 anos de vida da planta, ou quando suas folhas atingem até cerca de 140 cm de comprimento que podem resultar em fibras de 90 a 120 cm. As fibras representam apenas 4 a 5% da massa bruta da folha do sisal. As folhas são cortadas a cada 6 meses durante toda vida útil da planta que é de 6 a 7 anos. Prof. Dr. João C. Geraldo Ao final do período é gerada uma haste (inflorescência), a flecha, onde surgem as sementes de uma nova planta. O sisal pode ser colhido no decorrer do ano todo. É a fibra vegetal mais dura que existe. Os principais produtos são os fios biodegradáveis utilizados emartesanato; no enfardamento de forragens; cordas de várias utilidades, inclusive navais; torcidos, terminais e cordéis. O sisal também é utilizado na produção de estofos; pasta para indústria de celulose; produção de tequila; tapetes decorativos; remédios; biofertilizantes; ração animal; adubo orgânico e sacarias. As fibras podem ser utilizadas também na indústria automobilística, substituindo a fibra de vidro. Uma fibra sintética demora até 150 anos para se decompor no solo, enquanto a fibra do sisal, em meses, torna-se um fertilizante natural. Prof. Dr. João C. Geraldo Tapete de sisal Regiões de plantio e comércio Atualmente a Tanzânia, Quênia, Uganda e Brasil fazem parte do maiores cultivadores de sisal do mundo. Também é de destaque os países: Angola, México e Moçambique. Prof. Dr. João C. Geraldo Rami (Boehmeria nivea (L.) Gaudich.) Urticaceae Origem: Ásia Oriental Planta herbácea perene, de folhas cordiformes com 7 a 15 cm de comprimento e 6 a 12 cm de largura, e brancas na sua face inferior devido a numerosos "pelos", o que lhe dá uma aparência prateada; porém, ao contrário das urtigas, os pelos não são urticantes. Alcança uma altura de 1 até 3 m. Prof. Dr. João C. Geraldo Foi introduzida no Brasil em 1939, no sul do estado de São Paulo (Vale do Ribeira). Prof. Dr. João C. Geraldo O rami é uma cultura permanente com duração de cerca de 20 anos. No entanto, uma lavoura média produz cerca de 9 anos, contando a partir do segundo ano, com máximos rendimentos entre as idades de 3 a 5 anos, depois dos quais entra em processo de rendimentos decrescentes. Podem ser feitos até 4 cortes anuais. Prof. Dr. João C. Geraldo Produtos obtidos do rami O rami pode ser utilizado em diversos segmentos: fabricação de tecidos, cordas e barbantes, como também pode gerar a celulose para a produção de papel moeda, devido à sua resistência. Além disso, pode ser empregada, como reforço interno, na fabricação de mangueiras, pneus, fios de pára-quedas, etc. É bastante utilizado na alimentação de coelhos. Prof. Dr. João C. Geraldo Do rami cru, por métodos mecânicos e químicos, obtém-se o rami puro. Chega ao mercado em faixas ou placas de fibras resistentes, de considerável comprimento (até 22 cm), mais resistentes que as do cânhamo. Depois de transformadas adquirem um brilho sedoso. Com elas fabricam-se sobretudo cordas e tecidos grossos. O rami é mais abrasivo que o linho, de forma que seus tecidos são mais ásperos e menos agradáveis ao uso, embora essas características possam ser bastante minimizadas através de processos de acabamento e/ou misturas com algumas fibras sintéticas. Prof. Dr. João C. Geraldo Apesar dessas características, os tecidos são facilmente laváveis, apresentando grande vantagem na retenção de corantes quando comparados a qualquer outra fibra vegetal. Além disso, seu emprego é extremamente adequado nos países de clima quente, como o Brasil. Os tecidos de rami têm boa aceitação no mercado, podendo ser considerados como um produto substituto muito próximo do linho, sendo de menor qualidade, mas com a vantagem de ser relativamente mais barato. Há algum tempo atrás, as fibras de rami eram utilizadas no fabrico de camisas incandescentes para os candeeiros a gás (luz de Auer). Prof. Dr. João C. Geraldo Linho (Linum usitatissimum L.) Linaceae Origem: Oriente Médio (?) Planta herbácea, alcançando uma altura de 1 m. Prof. Dr. João C. Geraldo Não se conhece a data e o local em que o homem utilizou pela primeira vez as fibras flexíveis do linho para confeccionar tecido, nem quando a planta começou a ser cultivada. Desde 2500 anos a.C. o linho era cultivado no Egito. Compõe-se basicamente de uma substância fibrosa, da qual se extraem as fibras longas para a fabricação de tecidos e de uma substância lenhosa. Produz sementes oleaginosas e a sua farinha é utilizada para cataplasmas de papas, usada para fins medicinais. Prof. Dr. João C. Geraldo • Linho de fibras (linho para debulhar), para a obtenção de fibras têxteis; • Da semente, para a obtenção de óleo de linhaça; • Linho de cruzamento, conseguido pelo cruzamento do linho de fibras com óleo foi desenvolvido para dar um rendimento suficiente de fibras e óleo. Essa fibra, contudo, ainda não satisfaz as esperanças nela depositadas pela indústria. Prof. Dr. João C. Geraldo São plantados três tipos de linho: A linhaça é a a semente do linho, muito utilizada em culinária, onde é consumida com casca e dela se extrai o óleo de linhaça que é rico em Ômega 3, Ômega 6 e Ômega 9. Além disso o óleo da Linhaça é usado na indústria cosmética e em farmácias de manipulação, além de usos na pintura. De uma maneira geral pode-se dizer que a planta dá-se bem em quase todos os climas. Como a duração do seu ciclo vegetativo é muito curta, a planta deve absorver rapidamente os elementos minerais. Prof. Dr. João C. Geraldo A colheita é manual, arrancada pela raiz, a fim de se aproveitar todo o comprimento dos caules, formando-se em mancheias (pequenos molhos) com a parte da semente toda para o mesmo lado. Inicia-se quando o talo está amarelo-maduro, isto é, quando o terço inferior do talo ficou amarelo e ele esta perfeitamente redondo por fora. Antigo Egito Colheita manual (Portugal) Prof. Dr. João C. Geraldo Maquinário atual Prof. Dr. João C. Geraldo O curtimento é uma das operações mais importantes. A cola vegetal que une a camada de fibras aos tecidos da casca do lenho é removida para que as fibras possam ser retiradas. Uma maceração excessivamente longa destruiria em parte a cola entre as fibras, o que prejudicaria a resistência destas. Obtém-se a secagem e a maturação final das sementes colocando- se os talos, reunidos em feixes, no campo onde formam montes chamados de capelas. • Maceração por orvalho - os talos do linho são espalhados em camada fina em um prado ou campo. O orvalho e a chuva fazem com que se formem cogumelos de tamanho microscópico que irão decompor a cola vegetal. A sua duração depende das condições climáticas, mas em geral é de quatro semanas. • Maceração com água fria - a palha de linho é colocada, atada em feixes, em água a fluxo lento ou mesmo parada na sua temperatura natural. Bactérias de maceração encarregam-se da destruição da cola vegetal. Este processo necessita, conforme a temperatura da água, entre dez a vinte dias. • Maceração em água quente - também chamada de maceração artificial, em contraste com os dois métodos acima mencionados, é executada em bacias de concreto. Aquece-se a água a 28 a 30 ºC, temperatura propícia para o desenvolvimento de bactérias de maceração. Dura, geralmente, cerca de quatro dias. Prof. Dr. João C. Geraldo Há vários métodos de maceração. Características: As fibras de linho têm aparência lustrosa. Muito resistente e confortável; lava-se com facilidade; não encolhe; bom condutor de calor; amarrota com facilidade; atacado por fungos; queima com facilidade. Aplicações: confecção de roupas, cortinas, rouparia doméstica, lenços, etc. Prof. Dr. João C. Geraldo Algodão (Gossypium spp) Malvaceae Origem: Há muitas espécies nativas das áreas tropicais da África, Ásia e América. Desde o final da última Era Glacial tecidos já eram confeccionados com algodão. Atualmente, somente 4 espécies são aproveitadasem larga escala para a confecção de tecidos e instrumentos médicos. Prof. Dr. João C. Geraldo O algodoeiro é uma das principais plantas domesticadas pelo homem e uma das mais antigas, tendo registros de seu uso a mais de 4.000 anos. É cultivado comercialmente em mais de 65 países. Prof. Dr. João C. Geraldo Fonter: https://www.statista.com/statistics/263055/cotton-production-worldwide-by-top-countries/ Atualmente são cultivados no mundo dois tipos diferentes de algodão: o arbóreo a o herbáceo Algodão mocó (arbóreo, colorido) O algodão arbóreo é aquele que parece uma árvore mediana, de cultivo permanente. Prof. Dr. João C. Geraldo A espécie herbácea (Gossypium hirsutum L.r. latifolium Hutch) é um arbusto de cultivo anual, uma entre as 50 espécies já classificadas e descritas do gênero Gossypium. Das 50 espécies classificadas, 17 são endêmicas da Austrália, seis do Havaí, e uma no nordeste brasileiro. Cerca de 90% das fibras de algodão comercializadas no mundo são provenientes da espécie Gossypium hirsutum. Algodoeiro arbóreo, Teodoro Sampaio, SP Prof. Dr. João C. Geraldo Flor de algodão arbóreo (mocó) Prof. Dr. João C. Geraldo As fibras são colhidas manualmente ou com a ajuda de máquinas. Sendo que a forma manual de coleta traz um produto muito mais livre de impurezas. Colheita manual Colheita mecanizada Nos primeiros 28 dias após a abertura da flor, as células crescem rapidamente em comprimento, até 91% do comprimento final. Em seguida, o crescimento dos 9% finais torna-se lento e estabiliza- se em torno dos 47-51 dias do florescimento. Prof. Dr. João C. Geraldo Em ambas as formas, as fibras sempre contêm pequenas sementes negras e triangulares que precisam ser extraídas antes do processamento das fibras. As fibras são, de fato, pêlos originados da superfície das próprias sementes. As sementes são aproveitadas na obtenção de um óleo comestível. De 21 até os 52-56 dias após a abertura da flor, a deposição de celulose é intensa (96%), com o consequente engrossamento da parede secundária por camadas concêntricas sucessivas de material depositado, de fora para dentro da fibra. A deposição dos 4% finais é de forma lenta e se estabiliza aos 61-64 dias do florescimento. Prof. Dr. João C. Geraldo O tecido à base de algodão detém melhor capacidade de absorção de umidade é adequado para o clima brasileiro, quente e úmido. A transpiração do corpo é mais bem absorvida quando se usa tecido com algodão em sua composição. Algodão colorido (natural) Prof. Dr. João C. Geraldo Composição química aproximada da fibra de algodão Celulose 94,0 % Proteínas 1,3 % Cinzas 1,2 % Substâncias pécticas 0,9 % Ácidos málicos, cítrico, etc. 0,8 % Cera 0,6 % Açúcares totais 0,3 % Não dosados 0,9 % TOTAL 100 % Prof. Dr. João C. Geraldo Cânhamo (Cannabis sativa) Cannabiaceae Origem: Oriente Espécies: Cannabis sativa, C. indica e C. ruderalis. São cultivadas em alguns países, como a China e Canadá, para produção de fibra (cânhamo), utilizada na indústria têxtil. Plantas de Cannabis Prof. Dr. João C. Geraldo O cultivo da C. sativa é ilegal em quase todo o mundo, por ela ser utilizada como substância psicoativa: Prof. Dr. João C. Geraldo A Cannabis, além de conter o THC, tem sido utilizada durante milênios como planta medicinal. De suas sementes extrai-se um óleo que pode ser usado como combustível. THC (Tetra-hidro-canabinol) Fornece fibras e celulose para a indústria de tecidos, linhas e papel (industrialmente, a cannabis é mais conhecida como cânhamo) e também como forragem animal. No Brasil, a Cannabis sativa é a espécie cultivada (ilegalmente) predominante, já que se adapta perfeitamente a climas tropicais. Tecidos (telas) de cânhamo Prof. Dr. João C. Geraldo A utilização do cânhamo na confecção de produtos industrializados é uma alternativa ecológica emergente. Há estudos mostrando que uma mesma áreas e em mesmo período de tempo, pode-se produzir até 3 vezes mais papel de Cannabis que na área de produção de papel de árvores, como o eucalipto, p. ex. Também na produção de fraldas descartáveis mais ecológicas o cânhamo poderia ser aproveitado. Fibras de cânhamo Prof. Dr. João C. Geraldo Um hectare de cânhamo produz o mesmo que quatro hectares de eucaliptos, num período de vinte anos. O cânhamo, é cinco vezes mais resistente que o algodão, e com seus longos feixes de até 4,5 m é usado para fabricar cordas e amarras de navios, pois são bastante resistentes. Prof. Dr. João C. Geraldo Da semente extrai-se um óleo muito usado na indústrias de cosméticos como base para cremes, xampus, óleos hidratantes, etc. Na indústria mecânica para vernizes, lubrificantes, combustíveis, tintas e outros. Para a alimentação humana em óleo, tempero, margarina, flocos de cereais, snacks e outros . Atualmente os maiores produtores são: • China, considerada o maior exportador mundial de têxteis e papel de cânhamo; • França, que em 1994 colheu mais de dez mil toneladas. Prof. Dr. João C. Geraldo Fonte: Associação Brasileira de Cânhamo Industrial – ABCI https://www.facebook.com/canhamoindustrial/ Prof. Dr. João C. Geraldo Fibras de cânhamo Folha de São Paulo, Equilíbrio, 3, 14/06/2011 Prof. Dr. João C. Geraldo Caroá (Neoglaziova variegata (Arruda) Mez) Bromeliaceae Origem: Brasil (Nordeste – caatinga) Também é conhecido pelos nomes de carauá, caruá, caroá- verdadeiro, coroá, coroatá, crauá, croá e gravatá, é uma planta terrestre ou saxícola, da família das bromeliáceas. Prof. Dr. João C. Geraldo Possui poucas folhas lineares e acuminadas, dispostas em roseta, inflorescência laxa com 25 cm de comprimento e com até 60 flores, de sépalas vermelhas e pétalas purpúreas. Suas folhas fornecem longas fibras, de grande resistência e durabilidade. As folhas do caroá atingem até 1,2 m de altura e contêm fibras utilizadas para fabricação de cordas, tecidos, redes e amarrilhos. Prof. Dr. João C. Geraldo Prof. Dr. João C. Geraldo É uma planta resistente e típica das áreas de Caatinga. As folhas do caroá fornecem fibra para a confecção de barbantes, linhas de pesca, tecidos, cestos, esteiras e chapéus, além de outras peças artesanais e decorativas. Seu uso no artesanato é a base de uma série de projetos de sustentabilidade de populações carentes. Fibras Produtos artesanais Prof. Dr. João C. Geraldo Entre 1940 e 1960 a produção de fibra do caroá foi a atividade econômica mais importante em Caroalina, comunidade situada a 326 quilômetros de Recife. Em meados dos anos 1950, entretanto, com o crescimento do mercado de sisal, o caroá foi perdendo espaço e, em pouco tempo, as cerca de cem usinas pernambucanas encerraram as suas atividades com o produto. Prof. Dr. João C. Geraldo O crescimento do uso de fibras sintéticas, a partir dos anos 1960 também colaborou para o declínio da exploração do caroá. Há, atualmente, projetos de sustentabilidade vem sendo desenvolvidos, recuperando a extração e confecção de artesanato com base em caroá. Prof. Dr. João C. Geraldo Fotos : Egberto Araujo Prof. Dr. João C. Geraldo Bambu Poaceae (Gramineae) Origem: Ásia, África, Américas, Oceania (exceção à Europa). Conta com cerca de 1.250 espécies, em 90 gêneros, habitando variadas condições climáticas (zonas tropicais e temperadas) e topográficas(do nível do mar até acima de 4.000m) Bambusa vulgaris‘vittata’ Bambusa textilis Prof. Dr. João C. Geraldo Poaceae Sub-família Bambusoideae, com duas tribos: • Bambuseae (os bambus lenhosos) • Olyrae (os bambus herbáceos) Prof. Dr. João C. Geraldo O bambu é usado há muitos milênios. Sendo composto basicamente de longas fibras vegetais, pode ser moldado ou desfiado para novas aplicações. O bambu possui caules lignificados utilizados na fabricação de diversos objetos como instrumentos musicais, móveis, cestos e até na construção civil, onde é utilizado em construções de edifícios a prova de terremotos. Também é possível produzir a partir desta gramínea, a fibra de bambu. Bambusa ventricosa Bambusa textilis Prof. Dr. João C. Geraldo Uma matéria vegetal assim como o algodão ou o linho, o bambu tem em seu favor alguns trunfos suplementares. A sua fibra, extraída de uma pasta celulósica, se caracteriza pela sua característica homogênea e pesada (ela não amassa) e seu aspecto suave e reluzente, parecidos com os da seda. Sobretudo, ela possui virtudes respiratórias, anti-bacterianas. As fibras absorvem a água 60% a mais do que o algodão, o que o torna uma excelente opção para toalhas e roupões de banho, bem como roupas esportivas Não é tóxico, é termorregulador e hipoalergênico. Prof. Dr. João C. Geraldo O bambu é uma fibra de celulose extraída e feita a partir da celulose das plantas de bambu natural. É uma viscose sintética feita a partir da celulose de bambu O bambu ganhou popularidade como uma “fibra verde”: ele cresce depressa, pode ser usado como uma cultura de desenvolvimento de regiões pobres e é uma fibra natural cuja produção resulta em uma diminuição das emissões de gases do efeito estufa Tecnologias recentes permitiram base para transformar celulose de bambu em fios de viscose Prof. Dr. João C. Geraldo O bambu é naturalmente orgânico, uma vez que é cultivado sem pesticidas ou fertilizantes. Prof. Dr. João C. Geraldo No Brasil existem muitas espécies nativas e exógenas (não-nativas). O bambu da espécie Bambusa vulgaris é muito espalhado pelo país, porém é originário da China, e possui colmos grossos e de cor verde. Uma variação desta espécie é a Bambusa vulgaris "vittata", também chamado de "bambu brasileiro", "imperial" ou "verde amarelo", e possui grande apelo estético. O gênero Bambusa é usado como polpa de papel além de fonte de bebida alcoólica. Bambusa lako utilização em paisagismo Prof. Dr. João C. Geraldo Gradua angustifolia (utilizado em edificações) Prof. Dr. João C. Geraldo Prof. Dr. João C. Geraldo Prof. Dr. João C. Geraldo
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