Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
P á g i n a | 1 Capítulo 5 Capítulo 5 Capítulo 5 Capítulo 5 –––– Análise Dimensional e Semelhança DinâmicaAnálise Dimensional e Semelhança DinâmicaAnálise Dimensional e Semelhança DinâmicaAnálise Dimensional e Semelhança Dinâmica 5.1. Análise Dimensional5.1. Análise Dimensional5.1. Análise Dimensional5.1. Análise Dimensional 5.1.1. Revisão dos Sistemas de Unidades5.1.1. Revisão dos Sistemas de Unidades5.1.1. Revisão dos Sistemas de Unidades5.1.1. Revisão dos Sistemas de Unidades Antes de iniciar o estudo propriamente dito da análise dimensional, relembre que existem dois sistemas diferentes pelos quais podemos escrever as dimensões das quantidades físicas. Estes sistemas são dados pelos conjuntos força-comprimento-tempo (FLT) e massa- comprimento-tempo (MLT). Para retomar estes conceitos expresse cada uma das grandezas seguintes em termos de (a) força F, comprimento L e tempo T, e (b) massa M, comprimento L e tempo T. Grandeza Símbolo/ Unidade F-L-T M-L-T 1 Área A (m²) 2 Volume v (m³) 3 Velocidade V (m/s) 4 Aceleração g (m/s²) 5 Velocidade angular ω (rad/s) 6 Força F (N) 7 Massa M (kg) 8 Peso específico γ (N/m³) 9 Massa específica ρ (kg/m³) 10 Pressão p (Pa) 11 Viscosidade absoluta µ (N.s/m²) 12 Viscosidade cinemática ν (m²/s) 13 Módulo de elasticidade E (Pa) 14 Potência P (N.m/s) 15 Torque T (N.m) 16 Vazão Q (m³/s) 17 Tensão de cisalhamento τ (Pa) 18 Tensão superficial σ (N/m) 19 Peso W (N) Observe que em mecânica, as relações básicas entre os sistemas FLT e MLT são obtidas por meio da segunda lei de Newton. Dimensionalmente podemos escrever: 2T ML F = A partir da qual as dimensões de qualquer das quantidades envolvidas pode ser convertida de um sistema para outro. P á g i n a | 2 5.1.5.1.5.1.5.1.2222. Introdução. Introdução. Introdução. Introdução Muitos problemas da mecânica dos fluidos não podem ser resolvidos apenas com procedimentos analíticos, sendo necessário recorrer a procedimentos experimentais. O uso de experimentos para o entendimento de alguns processos da mecânica dos fluidos requer um planejamento adequado. Neste contexto, tem-se a importância da análise dimensional e semelhança, para que os dados obtidos experimentalmente tenham validade para “explicar” e quantificar os fenômenos em escala real. Os métodos da análise dimensional baseiam-se no princípio da homogeneidade dimensional, formulada por Fourier em 1822, segundo o qual toda equação que exprime um fenômeno físico deve ser dimensionalmente homogênea, isto é, as dimensões em ambos os dimensões em ambos os dimensões em ambos os dimensões em ambos os membros da equação devem ser as mesmasmembros da equação devem ser as mesmasmembros da equação devem ser as mesmasmembros da equação devem ser as mesmas. Embora a manipulação das dimensões não possa produzir nenhuma solução analítica completa dos problemas físicos, a análise dimensional proporciona um instrumento poderoso para a solução de problemas que não permitem soluções analíticas e que devem ser resolvidos experimentalmente. Neste caso a própria análise dimensional aponta o caminho para o máximo de informações com o mínimo de experiências (Vennarde & Street, 1978). Considere o escoamento em regime permanente, incompressível de um fluido Newtoniano em um tubo longo, horizontal e que apresenta parede lisa. Este é um exemplo de escoamento simples, mas que exige dados experimentais. Não se pode avaliar a queda de pressão (∆p) no escoamento por unidade de comprimento de tubo sem informações experimentais. Pode-se escrever esse problema da seguinte forma: ),,,( VDfp µρ=∆ onde: VelocidadeV idadeVis EspecíficaMassa DiâmetroD = = = = cos . µ ρ Essa equação indica que se espera que a perda de pressão por unidade de comprimento de tubo é função dos fatores contidos entre parêntese, no entanto a função que relaciona as variáveis é desconhecida. O objetivo dos experimentos que devem ser realizados é a determinação da natureza desta função. Para realizar os experimentos de forma adequada e sistemática pode-se imaginar alterar uma das variáveis, enquanto todos os outros fatores permanecem constantes e medir como varia a queda de pressão, conforme apresentado na Figura 1. Observa-se que alguns desses experimentos seriam muito difícies de realizar. Por exemplo, é necessário variar a massa específica do fluido enquanto a viscosidade permanece constante (Figura 1c). Como isto pode ser feito? Mesmo que uma vez obtidas essas curvas, como combinar estes resultados para P á g i n a | 3 obter a relação funcional entre ∆p, D, ρ, µ e V válida para qualquer escoamento em um tubo similar ao utilizado nas experiências? (a) (b) (c) (d) Figura 1: Representação gráfica da queda de pressão no escoamento em um tubo com a variação de diferentes variáveis. Por isso, que se costuma agrupar as variáveis envolvidas em combinações adimensionais (denominados grupos adimensionais) de modo que, o problema acima poderia ser visto da seguinte forma: Figura 2: Representação gráfica da queda de pressão utilizando parâmetros adimensionais. ou seja, através de dois grupos adimensionais em vez de cinco variáveis. Experimentalmente iremos variar o grupo adimensional ∆p µ D, ρ, V constantes ∆p ρ D, V, µ constantes ∆p V D, ρ, µ constantes ∆p D V, ρ, µ constantes 2V pD ρ ∆ µ ρVD = ∆ µ ρ φ ρ VD V pD 2 P á g i n a | 4 µρ /VD e determinar o valor correspondente de )/( 2VpD ρ∆ . A Figura 2 mostra os resultados experimentais em uma única curva. Essa curva é válida para qualquer combinação de tubo com parede lisa e fluido (incompressível e Newtoniano). A utilização dos grupos adimensionais nesse problema, possibilita a realização do experimento com tubos de diâmetros adequados, sem necessidade de variar o diâmetro ou de realizar experimentos com vários fluidos diferentes. A base para esta simplificação reside na consideração das dimensões das variáveis envolvidas. A verificação dos grupos apresentados no exemplo anterior, mostra que eles são, de fato, produtos adimensionais: [ ][ ] [ ][ ] 000 2224 3 2 / TLF TLTFL LFL V pD == ∆ −−ρ [ ][ ][ ] [ ] 000 2 124 TLF TFL LLTTFLVD == − −− µ ρ Esta análise dimensional baseia-se na aplicação do teorema de Vaschy Buckingham ou de π (pi), que é desenvolvido na sequência. 5.1.5.1.5.1.5.1.3333. . . . Teorema de Teorema de Teorema de Teorema de ππππ ou de Vaschy Buckinghamou de Vaschy Buckinghamou de Vaschy Buckinghamou de Vaschy Buckingham O teorema π demonstra que em um problema físico envolvendo “n” grandezas, nas quais comparecem “m” dimensões, as grandezas podem ser agrupadas em “n-m” parâmetros adimensionais independentes. Sejam A1, A2, A3,..., An, as grandezas envolvidas, tais como pressão, viscosidade, velocidade, etc. Sabe-se que todas as grandezas são essenciais à solução devendo pois existir alguma relação funcional: F(A1, A2, A3,..., An) = 0 Se π1, π2, π3, etc. representam grupos adimensionais das grandezas A1, A2, A3,..., An, com “m” dimensões envolvidas, então existe uma equação do tipo: f(π1, π2, π3, ..., πn-m) = 0 As “m” dimensões representam as dimensões de referência necessárias para descrever as variáveis envolvidas. Normalmente as dimensões de referência necessárias para descrever as variáveis originais são as dimensões básicas MLT ou FLT. Em alguns casos, apenas duas dimensões podem ser necessárias para descrever as variáveis originais.Na sequência apresenta-se uma metodologia para determinar os grupos adimensionais π. P á g i n a | 5 5.1.5.1.5.1.5.1.4.4.4.4. Determinação dos termos Determinação dos termos Determinação dos termos Determinação dos termos ππππ Para a definição dos termos π através do método das variáveis repetidas seguem os seguintes passos: 1)1)1)1) Faça uma lista com todas as variáveis qFaça uma lista com todas as variáveis qFaça uma lista com todas as variáveis qFaça uma lista com todas as variáveis que estão envolvidas no ue estão envolvidas no ue estão envolvidas no ue estão envolvidas no problema problema problema problema –––– definição das “n” grandezas que interferem no problema.definição das “n” grandezas que interferem no problema.definição das “n” grandezas que interferem no problema.definição das “n” grandezas que interferem no problema. Essa etapa é a mais difícil, sendo fundamental que se relacionem todas as variáveis importantes no problema. A análise dimensional estará incorreta se este passo não for realizado adequadamente. O termo “variável” engloba qualquer quantidade, incluindo constantes dimensionais e adimensionais, importante no fenômeno que está sendo investigado. É importante que todas as variáveis sejam independentes porque se deve manter o mínimo número de variáveis. Ex: ao escolher a área da seção tranversal de um tubo como variável, não se deve utilizar o diâmetro do tubo, já que área e diâmetro não são independentes. 2)2)2)2) Expresse cada uma das variáveis em função dasExpresse cada uma das variáveis em função dasExpresse cada uma das variáveis em função dasExpresse cada uma das variáveis em função das “m”“m”“m”“m” dimensões dimensões dimensões dimensões básicasbásicasbásicasbásicas (dimensões de referência)(dimensões de referência)(dimensões de referência)(dimensões de referência).... Definir sistema MLT ou FLT 3)3)3)3) Determine o número necessário de termos Determine o número necessário de termos Determine o número necessário de termos Determine o número necessário de termos ππππ.... Número de termos π = n – m m = Máximo 3 dimensões 4)4)4)4) Escolha das variáveis repetidasEscolha das variáveis repetidasEscolha das variáveis repetidasEscolha das variáveis repetidas ou baseou baseou baseou base.... Escolher “m” das “n” grandezas, dimensionalmente independentes, que contenham, em conjunto, as “m” dimensões, e usá- las como base. O número de variáveis repetidas é igual ao número de dimensões de referência. É importante lembrar que não podemos usar a variável dependente como uma das variáveis repetidas. Geralmente escolhem- se as variáveis repetidas entre aquelas que são dimensionalmente mais simples. 5)5)5)5) Formar (nFormar (nFormar (nFormar (n----m) parâmetros adimm) parâmetros adimm) parâmetros adimm) parâmetros adimensionais, com as “m” grandezas ensionais, com as “m” grandezas ensionais, com as “m” grandezas ensionais, com as “m” grandezas escolhidas e cada uma das grandezas restantes separadamenteescolhidas e cada uma das grandezas restantes separadamenteescolhidas e cada uma das grandezas restantes separadamenteescolhidas e cada uma das grandezas restantes separadamente.... Construir cada termo π pela multiplicação de uma variável não repetida pelo produto das variáveis repetidas elevadas a um expoente que torne a combinação adimensional. 6)6)6)6) Verifique se todos os termosVerifique se todos os termosVerifique se todos os termosVerifique se todos os termos ππππ são adimensionaissão adimensionaissão adimensionaissão adimensionais.... 7)7)7)7) Expresse o resultado da análise como uma relação entre os termos Expresse o resultado da análise como uma relação entre os termos Expresse o resultado da análise como uma relação entre os termos Expresse o resultado da análise como uma relação entre os termos ππππ e analise o significado da relação obtidae analise o significado da relação obtidae analise o significado da relação obtidae analise o significado da relação obtida.... Geralmente a relação entre os termos π apresenta a forma: π1 = φ (π2, π3, ..., πn-m) P á g i n a | 6 EXEMPLO: Considere que A1, A2, A3, contém as dimensões M, L, T, não necessariamente em cada uma individualmente, mas em conjunto, então: π1 = A1x1 A2y1 A3z1 A4 π2 = A1x2 A2y2 A3z2 A5 .................................... πn-m = A1xn-m A2yn-m A3zn-m An Nestas equações os coeficientes devem ser determinados de modo que cada π resulte adimensional, ou seja, as dimensões das grandezas A devem ser igualadas a M0 L0 T0. π1 = A1x1 A2y1 A3z1 A4 = [M0 L0 T0] ................................. πn-m = A1xn-m A2yn-m A3zn-m An = = [M0 L0 T0] Para o problema exposto no item 5.1.2, onde se procurava definir a queda de pressão ∆p, em um tubo longo, horizontal e de parede lisa com escoamento em regime permanente. Seguindo os passos apresentados para a definição dos termos adimensionais. 1)1)1)1) Definição das “n” grandezas que interferem no problema.Definição das “n” grandezas que interferem no problema.Definição das “n” grandezas que interferem no problema.Definição das “n” grandezas que interferem no problema. ∆p = f (D, ρ, µ, V) n = 5 variáveis 2)2)2)2) Expresse cada uma das variáveis em função dasExpresse cada uma das variáveis em função dasExpresse cada uma das variáveis em função dasExpresse cada uma das variáveis em função das “m”“m”“m”“m” dimensões dimensões dimensões dimensões básicasbásicasbásicasbásicas (dimensões de referência)(dimensões de referência)(dimensões de referência)(dimensões de referência).... m = 3 dimensões básicas FLTm = 3 dimensões básicas FLTm = 3 dimensões básicas FLTm = 3 dimensões básicas FLT ∆p = [FL-3] D = [L] ρ = [FL-4T2] µ = [FL-2T] V =[LT-1] 3)3)3)3) Determine o número necessário de termos Determine o número necessário de termos Determine o número necessário de termos Determine o número necessário de termos ππππ.... Número de termos π = n – m = 5-3 = 2 termos π 4)4)4)4) Escolha das variáveis repetidasEscolha das variáveis repetidasEscolha das variáveis repetidasEscolha das variáveis repetidas.... Variáveis repetidas ou base: D, ρ, V 5)5)5)5) Formar (nFormar (nFormar (nFormar (n----m) parâmetros adimensionais, com as “m” grandezas m) parâmetros adimensionais, com as “m” grandezas m) parâmetros adimensionais, com as “m” grandezas m) parâmetros adimensionais, com as “m” grandezas escolhidas escolhidas escolhidas escolhidas e cada uma das grandezas restantes separadamentee cada uma das grandezas restantes separadamentee cada uma das grandezas restantes separadamentee cada uma das grandezas restantes separadamente.... P á g i n a | 7 π1=Dx1.ρy1.Vz1. ∆p [L]x1. [FL-4T2]y1.[LT-1]z1.[FL-3] = F0.L0.T0 F0 → y1+1 = 0 → yyyy1111====----1111 L0 →x1 -4y1+z1-3= 0 → xxxx1111 = 1= 1= 1= 1 T0 →2y1-z1 = 0 → zzzz1111====----2222 π1=D1.ρ-1.V-2. ∆p → 21 V pD ρ π ∆ = π2=Dx2.ρy2.Vz2. µ [L]x2. [FL-4T2]y2.[LT-1]z2.[FL-2T]= F0.L0.T0 F0 → y2+1 = 0 → yyyy2222====----1111 L0 →x2 -4y2+z2-2= 0 → xxxx2222 = = = = ----1111 T0 →2y2-z2+1 = 0 → zzzz2222====----1111 π2=D-1.ρ-1.V-1. µ → VDρ µ π =2 6)6)6)6) Verifique se todos os termosVerifique se todos os termosVerifique se todos os termosVerifique se todos os termos ππππ são adimensionaissão adimensionaissão adimensionaissão adimensionais.... 7)7)7)7) Expresse o resultado da análise como umExpresse o resultado da análise como umExpresse o resultado da análise como umExpresse o resultado da análise como uma relação entre os termos a relação entre os termos a relação entre os termos a relação entre os termos ππππ e analise o significado darelação obtida. e analise o significado da relação obtida. e analise o significado da relação obtida. e analise o significado da relação obtida. = ∆ VDV pD ρ µ φ ρ 2 Podemos rearranjar os termos π, e assim a relação entre os termos π1 e π2 fica: = ∆ µ ρ φ ρ VD V pD 2 Exercícios: 1) Deseja-se estudar, com o uso da análise dimensional, o escoamento de um líquido sobre um vertedor retangular, sem contração lateral, conforme figura. O vertedor está montado num canal de largura b. Determinar uma fórmula que relacione a vazão Q do líquido, supondo- se que a vazão dependa dos fatores: P á g i n a | 8 Q = f (H, b, g, ρ) 2) A perda de carga por unidade de comprimento ∆H/L no escoamento em regime turbulento num conduto liso depende da velocidade (V), do diâmetro (D), da aceleração da gravidade (g), da viscosidade dinâmica (µ) e da massa específica (ρ). Determinar, com o auxílio da análise dimensional, a forma geral da equação que rege o fenômeno. 3) Uma investigação empírica foi realizada com o fim de determinar o período τ de oscilação de colunas de líquido colocadas em tubos em forma de “U” quando deslocadas de sua posição. Cinco experiências foram realizadas obtendo-se os resultados da tabela a seguir. Determine F(τ, L, D, ρ, g) massa específica comprimento diâmetro período (g/cm3) (cm) (cm) (s) 1 1,0 10,0 1,0 0,45 2 13,6 21,0 1,0 0,65 3 0,8 55,0 2,5 1,05 4 1,2 8,2 0,5 0,41 5 1,2 12,0 1,0 0,49 4) Um certo escoamento depende da velocidade V, da massa específica ρ, de várias dimensões lineares L, L1, L2, da queda de pressão ∆p, da aceleração da gravidade g, da viscosidade µ, da tensão superficial σ, e do módulo de elasticidade volumétrica Kσ,. Aplicar a análise dimensional a estas variáveis para determinar um conjunto de parâmetros π. F (V, ρ, L, L1, L2, ∆p, g, µ, σ, K) = 0 b H P á g i n a | 9 Desenvolvendo esse último problemas, chegamos em: 0,, / ,,,, 21 2 2 2 = ∆ L L L L K V LV VL gL V V p F ρρ σ µ ρ ρ νµ ρ VLVL ==Re Significado de alguns coeficientes adimensionais:Significado de alguns coeficientes adimensionais:Significado de alguns coeficientes adimensionais:Significado de alguns coeficientes adimensionais: 11111111)))))))) CCCCCCCCooooooooeeeeeeeeffffffffiiiiiiiicccccccciiiiiiiieeeeeeeennnnnnnntttttttteeeeeeee ddddddddeeeeeeee PPPPPPPPrrrrrrrreeeeeeeessssssssssssssssããããããããoooooooo oooooooouuuuuuuu NNNNNNNNúúúúúúúúmmmmmmmmeeeeeeeerrrrrrrroooooooo ddddddddeeeeeeee EEEEEEEEuuuuuuuulllllllleeeeeeeerrrrrrrr g V H DINÂMICAPRESSÃO ESTÁTICAPRESSÃO V p 2 .. .. 2 1 22 ∆ == ∆ ρ INÉRCIADEFORÇA PRESSÃODEFORÇA A V Ap .... .... . 2 . 2 = ∆ ρ Importante em escoamentos causados por diferença de pressão. Ex: escoamentos em condutos forçados. 22222222)))))))) NNNNNNNNúúúúúúúúmmmmmmmmeeeeeeeerrrrrrrroooooooo ddddddddeeeeeeee FFFFFFFFrrrrrrrroooooooouuuuuuuuddddddddeeeeeeee ((((((((FFFFFFFFrrrrrrrr)))))))) A interpretação física do número de Froude é que ele representa uma medida, ou índice, das importâncias relativas das forças de inércia que atuam na partícula fluida e o peso da partícula. É importante ressaltar que o número de Froude não é igual a razão entre as forças mas indica algum tipo de medida da influência média destas duas forças. O número de Froude é importante nos problemas onde a gravidade (ou peso) é importante. As vezes o número de Froude é definido como o quadrado do número de Froude, como mostrado abaixo. Lg V gL V Fr . 2 == PESO INÉRCIADEFORÇAS AgL AV gL V Fr ....22 === ρ ρ Importante nos escoamentos com superfície livre. Identifica se o escoamento é torrencial (Fr > 1) ou fluvial (Fr < 1). Cálculo do ressalto hidráulico. P á g i n a | 10 33333333)))))))) NNNNNNNNúúúúúúúúmmmmmmmmeeeeeeeerrrrrrrroooooooo ddddddddeeeeeeee RRRRRRRReeeeeeeeyyyyyyyynnnnnnnnoooooooollllllllddddddddssssssss ((((((((RRRRRRRReeeeeeee)))))))) VISCOSASFORÇAS INÉRCIADEFORÇAS VL VLVL .. ..... Re == µ ρ Importante no dimensionamento de condutos forçados. Quanto maior a ação relativa da viscosidade menor o número de Reynolds. Escoamentos laminares apresentam baixos valores para Re (Re < 2000) e escoamentos turbulentos altos valores (Re >4000). O fluido ideal, sem viscosidade e sem atrito interno possui Re infinito. Nos escoamentos de fluidos compressíveis o número de Mach geralmente é mais importante que o número de Reynolds. 44444444)))))))) NNNNNNNNúúúúúúúúmmmmmmmmeeeeeeeerrrrrrrroooooooo ddddddddeeeeeeee WWWWWWWWeeeeeeeebbbbbbbbeeeeeeeerrrrrrrr ((((((((WWWWWWWW)))))))) σ ρ LV W 2 = LSUPERFICIATENSÃODEFORÇAS INÉRCIADEFORÇAS L LLV W ...... ....2 == σ ρ Importante nas interfaces gás-líquido, líquido-líquido e também onde as interfaces estão em contato com um contorno sólido. Exige a presença de superfície livre, mas quando grandes objetos são envolvidos, como embarcações em um fluido tal como a água, esse efeito é bastante pequeno. 55555555)))))))) NNNNNNNNúúúúúúúúmmmmmmmmeeeeeeeerrrrrrrroooooooo ddddddddeeeeeeee MMMMMMMMaaaaaaaacccccccchhhhhhhh ((((((((MMMMMMMM)))))))) ρ/K V M = ELÁSTICASFORÇAS INÉRCIADEFORÇAS A A K V M .. .... / 2 = = ρ ρ ρ Importante no estudo de escoamentos compressíveis, como na análise do golpe de aríete, em hidráulica. No estudo de escoamentos supersônicos na aeronáutica. Quando as variações de densidade devido à pressão tornam-se significativas. A tabela a seguir resume os principais grupos adimensionais utilizados em mecânica dos fluidos. P á g i n a | 11 Tabela 1 – Alguns grupos adimensionais e variáveis utilizadas na mecânica dos fluidos (Munson et al. 2004). Grupo adimensional Nome Interpretação Tipo de aplicação µ ρVl Número de Reynolds Re Força de inércia / força viscosa É importante na maioria dos problemas de mecânica dos fluidos. gl V Número de Froude Fr Força de inércia / força gravitacional Escoamentos com superfície livre. 2V p ρ ∆ Número de Euler Eu Força de pressão / força de inércia Problemas onde a pressão, ou diferenças de pressão, são importantes. ν ρ E V 2 Número de Cauchy Ca Força de inércia / força de compressibilidade Escoamentos onde a compressibilidade do fluido é importante. c V Número de Mach Ma Força de inércia / força de compressibilidade Escoamentos onde a compressibilidade do fluido é importante. V lω Número de Strouhal St Força de inércia (local) / força de inércia (convectiva) Escoamentos transitórios com uma frequência característica de oscilação. σ ρ lV 2 Número de Weber We Força de inércia / força de tensão superficial Problemas onde os efeitos da tensão superficial é importante. 5.2. Semelhança5.2. Semelhança5.2. Semelhança5.2. Semelhança O uso de modelos físicos procura alcançar resultados que possam descrever o comportamento de uma estrutura similar real. Para isso é necessário que se obedeçam leis de semelhança, onde pode ser estabelecida a relação existente entre o modelo físico e outro sistema(protótipo). A semelhança entre modelos hidráulicos e os protótipos pode ser alcançada segundo três aspectos básicos: semelhança geométrica (medidas), semelhança cinemática (velocidades) e semelhança dinâmica (forças). Semelhança GeométricaSemelhança GeométricaSemelhança GeométricaSemelhança Geométrica ---- implica na semelhança de forma entre o modelo e o protótipo. Existe uma razão fixa entre os comprimentos homólogos no modelo e no protótipo. A semelhança geométrica envolve escalas pertinentes às seguintes grandezas: comprimentos, áreas e volumes. Além disso na semelhança geométrica todos os ângulos são preservados, todas as direções de escoamento são preservadas e a P á g i n a | 12 orientação com respeito à vizinhança deve ser preservada, ou seja: Ângulo de ataque no modelo = Ângulo de ataque no protótipo. GEOMÉTRICAESCALADEFATOR Lp Lm .......==λ relaçãoLLrLp Lm == 2 2 2 Lr Lp Lm Ap Am == Semelhança CinemáticaSemelhança CinemáticaSemelhança CinemáticaSemelhança Cinemática – Semelhança entre os movimentos dos fluidos. - o arranjo geométrico entre as linhas de corrente deve ser o mesmo; - a razão entre as velocidades e as acelerações em pontos correspondentes deve ser constante. VELOCIDADEDEESCALADEFATOR Tr Lr Tp Tm Lp Lm TpLp TmLm Vp Vm ......... / / ==÷== ACELERAÇÃODEESCALADEFATOR Tr Lr Tp Tm Lp Lm TpLp TmLm ap am ......... / / 22 2 2 2 ==÷== VAZÕESDEESCALADEFATOR Tr Lr Tp Tm Lp Lm TpLp TmLm Qp Qm ......... / / 3 3 3 3 3 ==÷== A semelhança cinemática implica na semelhança de movimento, ou seja, existe uma razão constante entre a velocidade de partículas homólogas, que se deslocam segundo trajetórias semelhantes, em direção e sentido. As condições de semelhança cinemática são geralmente encontradas automaticamente quando as condições de semelhança geométrica e semelhança dinâmica são satisfeitas. A Semelhança DinâmicaSemelhança DinâmicaSemelhança DinâmicaSemelhança Dinâmica implica na semelhança das forças e das massas envolvidas no fenômeno. Desta forma para que haja semelhança dinâmica, devem-se verificar duas condições básicas:a) as trajetórias descritas pelas partículas homólogas são geometricamente semelhantes; b) as forças correspondentes terão uma razão constante entre elas. As grandezas envolvidas são a Força e a Massa. aminérciadeforçaFFFFFF pressãoerficialtensãoelásticaavisnalgravitacio rrrrrrr .....supcos ==++++=∑ ( ) ( ) FORÇASDEESCALADEFATORVLT L L T L L L am am F F rrr r r rr r r pp mm pp mm p m ........22 2 2 23 3 == =×== ∑ ∑ ρρ ρ ρ r r P á g i n a | 13 A relação entre as resultantes será uma constante quando a relação entre as componentes o for, então para que haja semelhança dinâmica: ( ) ( ) ( ) ( ) pm pg p mg m pg mg p m FrFrFr F am F am ou F F am am ==== ................. ).().( ...................................... ).( ).( r r r r r r r r Da mesma forma, para que haja semelhança dinâmica: Rem = Rep Mm = Mp Wm = Wp Em = Ep São raros os fenômenos em que todos os coeficientes são importantes. Assim trabalha-se: - escoamento forçado: Rem = Rep e Em = Ep - escoamentos livres: Rem = Rep Frm = Frp Normalmente as aplicações são feitas utilizando-se o mesmo líquido (água a temperatura ambiente). Assim ρ e µ são iguais. ppmm p ppp m mmm DVDV DVDV == ........................................................................ µ ρ µ ρ mppm p p m m DVDV gD V gD V == .................................................. Estas igualdades só podem ser satisfeitas quando Vm = Vp e Dm = Dp, o que mostra a impossibilidade de se realizar a semelhança a todo rigor. O estudo da dissipação da energia nos movimentos hidráulicos mostra que o papel do número de Reynolds no fenômeno, só se faz sentir até certo valor (Re0), chamado Reynolds de soleira, além do qual os coeficientes de perda independem dele. Para resolver o problema usa-se: Frm = Frp e Rep > Rem > Re0 Exercício: 1) Deseja-se determinar a força exercida pelo vento sobre um edifício de forma cilíndrica, com 100 m de altura e 25 m de diâmetro construído à beira-mar. A velocidade do vento é de 30 m/s. Os ensaios deverão, em princípio ser realizados numa canaleta horizontal com água escoando sobre um modelo reduzido. As dimensões do modelo deverão ser tais que haja uma altura h de água acima do mesmo, grande o suficiente para evitar a formação de ondas superficiais. Nestas condições, o fator de escala resulta λ = 1:200, por razões do P á g i n a | 14 espaço disponível. Um dinamômetro permitirá a leitura da força Fm, no modelo. Qual o valor previsto para Fp ? Sabendo-se que F = Cd.ρ.V2.H.D / 2 e que Re soleira = 106. Devido a canaleta ser horizontal e serem eliminadas as ondas superficiais o número de Froude deixa de ter importância. 5.2.5.2.5.2.5.2.1. Escolha da Escala1. Escolha da Escala1. Escolha da Escala1. Escolha da Escala A escolha da escala, via de regra, não é totalmente arbitrária. Deve-se levar em conta certos fatores: - condições mínimas de semelhança; - precisão das medidas, o erro do modelo será extrapolado para o protótipo; - aparelhamento disponível; - custo do estudo face o valor econômico da obra; - espaço disponível; - capacidade de recalque das bombas. 5.2.5.2.5.2.5.2.2. Modelos Distorcidos2. Modelos Distorcidos2. Modelos Distorcidos2. Modelos Distorcidos Certos problemas, especialmente aqueles que só envolvem linhas d’água em rios, podem ser estudados em modelos, que embora não satisfaçam integralmente as condições de semelhança geométrica, permitem estabelecer uma relação com o protótipo. Eles são concebidos em escalas geométricas desiguais em planta e em cotas e por isso são chamados distorcidos. Para compreender melhor a necessidade do uso de modelos distorcidos, imaginemos que se deseja reproduzir em modelo reduzido, o estuário de um rio. Supondo que esse modelo vai ser construído em um pavilhão fechado, onde se realizam as medições laboratoriais. Considerando a área superficial do estuário, verifica-se que para ser compatível com a área do laboratório, deve-se utilizar uma escala de 1:1000. Agora considere que o estuário possua a profundidade méida h H=50 cm P á g i n a | 15 de 5 m. Essa dimensão na escala 1:1000, corresponde a 5/1000 = 0,005 m = 5 mm. Nessas condições, teria-se o líquido que forma o modelo reduzido, essencialmente, constituído por superfície livre e, nessas condições, o comportamento dinâmico do modelo será essencialmente condicionado pelos fenômenos de tensão superficial, falseando por completo a reprodução que se pretende da realidade física. Essa seria uma situação, em que o uso de modelos distorcidos seria adequado. Exemplo: Rio com 30 km de comprimento, 250 m de largura e 7 m de profundidade, velocidade média igual a 1,5 m/s e rugosidade tal que conduz a um número de Reynolds de soleira Re0 = 50.000 EXERCÍCIOS EXERCÍCIOS EXERCÍCIOS EXERCÍCIOS 1) Um casco de um navio de 200 m de comprimento deve navegar com velocidade de 8 m/s. Para seu estudo em modelo reduzido admite-se que o número de Reynolds de soleira seja 3.107. Tomando-se como dimensão característica o comprimento do casco, qual a escala geométrica mínimado modelo ? Qual a velocidade dos ensaios ? Os ensaios serão realizados com o mesmo líquido, água doce a 20º C (ν = 10-6m²/s). 2) As dimensões lineares de um modelo de medidor Venturi são 1/5 daquelas do protótipo. O protótipo opera em água a 20ºC e o modelo em água a 93.3ºC. Se no protótipo a velocidade na garganta de 0,61 m de diâmetro é 6,1 m/s, qual a vazão necessária no modelo para haver semelhança ? 3) As perdas numa bifurcação de uma tubulação de 1,22 m de diâmetro transportando gás (ρ = 413 kg/m3, µ = 2.10-4kg/m.s), V = 5 m/s devem ser determinadas num ensaio em modelo com água a 21,1ºC. O laboratório tem capacidade para circular 75,7 L/s de água. Que escala geométrica deve ser usada e como os resultados são utilizados para avaliar as perdas no protótipo ? As perdas podem ser calculadas pela equação de Darcy-Weissbach, ou seja: g V D L fH 2 2 =∆ onde f = coeficiente de atrito, admitir que fm = fp P á g i n a | 16 5.3. Referências Bibliográficas5.3. Referências Bibliográficas5.3. Referências Bibliográficas5.3. Referências Bibliográficas CARNEIRO, F. L. Análise Dimensional e Teoria da Semelhança e dos Modelos Físicos. 2º ed.Ed. UFRJ, 1996. GASTALDINI, M. C. C. Notas de aula de Mecânica dos Fluidos. GILES, R. Mecânica dos Fluidos e Hidráulica - McGraw-Hill. COLEÇÃO SHAUM - 1997. MUNSON, B.R., YOUNG, D. F., OKIISHI, T. H. Fundamentos da Mecânica dos Fluidos (Tradução da 2ª edição americana), Vol. 1, Ed. Edgard Blücher Ltda, 2004. 412p. VENNART & STREET. Elementos de Mecânica dos Fluidos, 5º edição, Ed. Guanabara Dois, 1978.
Compartilhar