Buscar

Anatomia Humana Sistema digestivo

Prévia do material em texto

Sistema digestivo:
Esse sistema é anatomicamente dividido em 2 partes: o túbulo digestivo e glândulas anexas.
O túbulo digestivo é formado pela: boca, faringe, esôfago, depois ocorre uma dilatação chamada estômago, e os intestinos: 1ª delgado, 2ª grosso. 
O intestino delgado é dividido em 3 regiões não muito bem delimitadas: 
1- duodeno é considerado a 1ª parte do intestino onde grande parte das secreções intestinais vão ser liberadas (secreções do fígado e pâncreas).
2- Depois a gente tem o jejuno que compõe a maior parte do intestino (é chamado de jejuno porque normalmente em cadáveres essa parte fica vazia);
3- E o final do intestino delgado é chamado de íleo porque fica próximo\apoiado ao osso íleo (aquele complexo que forma o quadril). 
Então o intestino delgado acaba sendo dividido nessas 3 regiões: jejuno, duodeno e íleo, sendo que a primeira região do duodeno é a mais importante do ponto de vista funcional, por conta dela receber as secreções das glândulas intestinais. 
Depois do túbulo do intestino delgado, a gente tem o intestino grosso, que pode ser divido também em regiões, e a gente tem da base do íleo pra baixo, a região que a gente chama de ceco, que tem esse fundo do intestino grosso, e depois formam os cólons. Os nomes dos colons vai ser determinado em relação a posição anatômica, de tal forma que os colons emolduram o intestino delgado.
A gente tem cólon ascendente, colon transverso, o cólon descendente, cólon sigmoide, e o reto que é a porção final do intestino grosso. Esse tubo digestivo ele é separado em compartimentos, por estruturas musculares chamadas de esfíncteres. Os esfíncteres podem ser funcionais ou anatômicos, a maior parte dos esfíncteres são anatômicos. 
No esfíncter funcional, o seguimento da musculatura do tubo fica mais contraído, aquele segmento não é mais forte, mais expeço, não tem uma malha muscular mais densa, ele tonicamente se mantém mais contraído. Por ele se manter mais contraído é chamado de esfíncter funcional, o principal exemplo disso é na entrada do esôfago, o chamado esfíncter esofágico superior, que é só funcional. 
Se você pegar um cadáver, não vai ver diferença nenhuma da região com esfíncter para as outras, anatomicamente é igual, só tonicamente que fica mais contraído do que o resto do esôfago, por isso que é chamado de esfíncter funcional. 
E você tem os esfíncteres anatômicos, onde o músculo é mais forte, as vezes muito mais volumoso do que o resto do segmento. Exemplos: os esfíncteres no final do esôfago, que é chamado de cárdia ou esofágico inferior; no final do estomago um esfíncter bastante forte chamado de esfíncter pilórico ou piloro. 
Então eu tenho um compartimento esôfago e eu tenho um compartimento no estomago separado funcionalmente por esses esfíncteres anatômicos. Eu vou ter outro esfíncter entre o intestino delgado e o intestino grosso, que é o chamado esfíncter ileocecal porque ele está separando o íleo do intestino delgado do ceco do intestino grosso.
E no final do intestino grosso eu tenho outro conjunto de esfíncteres chamados de esfíncteres anais. Que são dois esfíncteres, o anal interno e o esfíncter anal externo, eles estão juntos. São chamados de externo e interno porque um abraça o outro.
Todos os esfíncteres são de controle involuntário, o único que vai ter controle voluntario, que vai ter músculo esquelético é o esfíncter anal externo. É o único esfíncter de controle voluntario.
O trato intestinal ele acaba funcionando em algum gral em compartimentos, você tem um compartimento que é a boca, um compartimento que é o esôfago, estomago, intestino delgado e intestino grosso. 
Fenômenos diferentes vão acontecer em cada compartimento, tanto do ponto de vista de movimento como do ponto de vista de secreção e digestão propriamente dita, apesar de ser tudo um tubo só. 
Além dos esfíncteres eu tenho glândulas anexas. Principalmente 3 órgãos glandulares estão anexos ao tubo digestivo.
 O primeiro são as chamadas glândulas sudoríparas localizadas na boca, são 3 glândulas sudoríparas que a gente vai ver quando for falar da saliva.
Depois eu vou ter 2 glândulas anexas que estão depositando sua secreção no duodeno, são elas: a parte exócrina do pâncreas e o fígado que tem dezenas de funções, entre elas produção de secreção digestivas, no caso o fígado é secretor da bile. Então você tem duas glândulas inseridas no intestino delgado liberando suas secreções, que são a parte exócrina do pâncreas e o fígado com a secreção biliar.
Histologia do tubo digestivo do esôfago em diante: 
A organização do tubo digestivo é muito semelhante do esôfago até o intestino grosso. A organização é em camadas, são órgãos tubulares feito em camadas de tecido. Essas camadas seguem um padrão, de dentro pra fora: 
A primeira camada é chamada de mucosa, a mucosa é o epitélio mais o tecido conjuntivo propriamente dito que está associado a esse epitélio. O tipo de epitélio varia de região pra região, varia de um estratificado pavimentoso a cilíndrico com microvilosidades, então o tipo de epitélio vai depender se você está falando do esôfago, do estomago ou intestino, pois são diferentes. Mas nenhum epitélio é queratinizado como na pele, então é tudo mucosa, todo o trato gastro intestinal. 
Depois da mucosa eu tenho uma submucosa também formada por tecido conjuntivo propriamente dito. Essa submucosa é importante porque é bastante inervada. Forma-se um plexo nervoso no interior dessa camada, uma rede nervosa no interior dessa camada que vai captar todo o trato gastro intestinal, desde o esôfago até o reto. Você tem neurônios formando um plexo, formando um conglomerado, uma rede ao longo de toda essa camada do trato gastro intestinal. É um sistema nervoso do trato gastrointestinal, a gente chama isso de sistema nervoso entérico. O entérico é o sistema nervoso que cuida da atividade do teu próprio intestino, então é como se teu intestino tivesse um sistema nervoso dele, que pode muitas vezes funcionar independente com o ritmo, do resto do sistema nervoso. 
Essa parte do sistema entérico que tá na submucosa é chamado de plexo submucoso. O plexo submucoso, esses neurônios da submucosa, controla principalmente a secreção das glândulas da mucosa. Eles inervam as glândulas e controlam a secreção dessas glândulas da mucosa, então ele que diz se o intestino vai secretar mais ou menos uma determinada substancia ou se o estomago vai secretar mais ou menos, esse plexo participa desse processo de controle da secreção do próprio trato gastrointestinal.
Depois da submucosa a gente tem uma camada muscular, formada por 2 ou 3 camadas de músculos. No estomago são 3 camadas de músculos e no resto do intestino são 2 camadas musculares. A primeira é uma camada circular que quando contrai controla a luz do tubo digestivo, e a segunda é uma camada longitudinal que controla o comprimento do tubo digestivo. A camada circular ela é mais importante porque é fundamental pra movimentação do bolo alimentar. O comprimento é muito mais de aumentar ou diminuir as vilosidades, quando a segunda camada de músculo contrai as vilosidades se tornam mais amplas, quando ele está relaxado as vilosidades são menos amplas, tem mais a ver com o processo de absorção do que de movimentação em si. 
No meio das duas camadas eu também tenho de novo um plexo nervoso, nesse caso o plexo nervoso é chamado de plexo mioentérico. 
Então eu tenho dois plexos entéricos, o plexo submucoso e o plexo mioentérico. O plexo mioentérico controla a musculatura, os movimentos do trato gastrointestinal.
E depois da camada muscular eu tenho a camada serosa de tecido conjuntivo. A camada serosa é quando os vaso sanguíneos e linfáticos entram no tubo digestivo, é através dessa camada serosa que vai ter invasão dos vasos sanguíneos que vão ser importantes no processo de nutrição do aparelho digestivo e de absorção de nutrientes nos lugares onde os nutrientes são absorvidos. Então essa camada serosa é o local de entrada dos vasos sanguíneos e linfáticos.
Então a primeira camada: mucosa, epitéliocom vilosidades e microvilosidades, e o tecido conjuntivo; logo depois uma camada só de tecido conjuntivo que é a submucosa; depois as duas camadas musculares, e no meio das duas camadas musculares tenho o plexo mioentérico; dentro da submucosa eu tenho o plexo submucoso; e por fora a camada serosa onde tem as veias, artérias e os vasos linfáticos entrando, que vão vascularizar o tubo digestivo.
O plexo submucoso ele inerva a submucosa, principalmente as células glandulares na mucosa; e o plexo mioentérico inerva os músculos, o tecido muscular. 
Tanto sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático eles podem inervar diretamente os tecidos como podem inervar indiretamente através da sua ligação com os plexos. Então o sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático ele pode estar fazendo sinapse com o próprio tecido, mas ele pode também estar fazendo sinapse com as células do plexo. A regulação do simpático e do parassimpático sobre o tubo digestivo pode ser feita indiretamente pela alteração da atividade do plexo submucoso e o plexo mioentérico.
De modo geral o sistema nervoso simpático com a noradrenalina diminui a atividade gastrointestinal, tanto de movimentos quanto de secreções, enquanto que o sistema nervoso parassimpático libera acetilcolina e aumenta tanto a atividade dos movimentos quanto aumenta também as secreções.
O trato gastrointestinal tem como função a absorção de água e nutrientes. De nutrientes estou me referindo a tudo que é necessário para o corpo se manter vivo e funcionando adequadamente, com íons, vitaminas, e as moléculas de energia como os aminoácidos, ácidos graxos, triglicerídeos e monossacarídeos de um modo geral, e alguns nutrientes chamados de macronutrientes que a gente encontra normalmente na natureza com forma complexa, com estruturas grandes como o glicogênio, celulose, proteínas e triglicerídeos, que são estruturas complexas e grandes. São moléculas com tamanho que não são facilmente transferidas pra corrente sanguínea, então você precisa necessariamente pegar essas macromoléculas e dividi-las nas suas subunidades. 
O grande desafio do tubo digestivo está nesse processo que a gente chama de digestão propriamente dita, que é você pegar as macromoléculas e dividi-las nas suas subunidades; pegar triglicerídeo e formar ácido graxo e glicerol, pegar as proteínas e transforma-las em aminoácidos, pegar os polissacarídeos e glicogênio e transformar aquele glicogênio em glicose. Pois só com as subunidades que as células podem ser capazes de garantir a absorção, e essa absorção vai acontecer fundamentalmente no intestino delgado, por isso que o intestino delgado tem varias adaptações para que esse processo de absorção ocorra. 
A principal adaptação é a presença das vilosidades e microvilosidades, que fazem com que o intestino delgado tenha grande área de absorção, porque são 7metros de intestino em média, e você tem uma grande área de absorção graças a presença não só do comprimento mas também das vilosidades e microvilosidades. Mas até chegar no intestino, ou até no próprio intestino há a necessidade da presença de enzimas digestivas que sejam capazes de pegar essas macromoléculas e dividi-las nas suas subunidades, e a gente vai ter que preparar o alimento pra essas enzimas funcionarem.
Então, a dinâmica toda vai ser como que cada compartimento do tubo digestivo trabalha para garantir a atividade das enzimas digestivas. Cada enzima precisa às vezes de um microambiente diferente, então varia, por exemplo, de um ambiente alcalino pra um ambiente ácido, e depois do ambiente ácido de volta para o ambiente alcalino, então essas mudanças de movimentos e de ambientes servem para favorecer a atividade das enzimas digestivas.
Uma vez estando as macromoléculas divididas nas suas subunidades, basta que as células epiteliais do intestino façam a sua função, que é o processo de absorção em si através de proteínas de membrana, através de difusão passiva, de transporte facilitado, ou de transporte ativo. 
Os compartimentos são diferentes, e o tempo em que o alimento fica em cada compartimento também é diferente.
O alimento quase não fica muito tempo no esôfago. Se você pensar em alimentos líquidos, o deslocamento do esôfago se dá pela própria gravidade, então é muito rápida a passagem pelo esôfago. Se o alimento for sólido às vezes um único movimento contrátil do esôfago é suficiente pra poder deslocar o alimento até o estomago. Então é coisa de poucos segundos de movimentação esofágica.
Mas em compensação, quando você chega no estomago, o alimento vai ficar muito mais tempo, porque no estomago acontecerá processos de digestivos que precisam de tempo pra se dar de forma eficiente, no estomago você vai ter, dependendo do tipo de alimento, 2 a 4 ou 5 horas de tempo do bolo alimentar no estomago até que o estomago esvazie completamente. 
Quando você olha o intestino delgado, ele também leva algumas horas, pode variar poucas horas ou muitas horas dependendo se você vai fazer uma refeição logo depois ou não. Se você fizer uma refeição logo depois, o intestino delgado tende a esvaziar mais rápido, se você não fizer uma refeição depois, e ficar em jejum mais prolongado, a tendência é o intestino delgado ficar mais tempo com o conteúdo alimentar. 
E por fim onde os restos alimentares ficam por mais tempo é o intestino grosso, e aí pode variar de algumas horas até dias de armazenamento do bolo fecal até a defecação, vai depender muito dos movimentos no intestino grosso de cada um. 
O movimento de mastigação é classificado como um movimento rítmico, o movimento rítmico é um movimento de mistura, o ato é reflexo de controle voluntário. O mesmo padrão motor envolve um ato reflexo e um movimento voluntário. Movimento voluntário é o que tem controle cortical, do córtex frontal. O reflexo ou ele vem do tronco encefálico ou ele vem da medula espinal.
A mastigação é um padrão reflexo que é o ato de abrir e fechar a boca, só que esse reflexo ele é controlado pelo córtex, o córtex determina quando você vai começar, quando vai parar, e o deslocamento do alimento através da movimentação da língua. Isso é reflexo, o ato de abrir e fechar a boca, você tem um circuito de tronco encefálico que determina esse movimento, de tal forma que você precisa usar o córtex pra fazer esse movimento, uma vez iniciado você vai mastigar sem pensar que está mastigando.
Os idosos, quando perdem o tônus da musculatura mastigatória, ele naturalmente deixa a mandíbula cair e desencadeia, por falta de tônus, o reflexo e ficam fazendo movimento repetitivo da mandíbula. Os padrões reflexos são uma vantagem porque garantem controle de ajustes estruturais e movimentos repetidos sem que você precise do córtex pra isso, você libera o córtex pra poder planejar movimentos mais complexos.
Imagine um boi que está mascando capim, mascar celulose é terrível, você depende de vários compartimentos, regurgita e mastiga de novo... é um trabalho de quase um dia inteiro. Imagine se ele tivesse que pensar pra mastigar, em vez dele pensar em olhar se está vindo predador, ou se outro boi está correndo e é melhor ele correr também. Movimento reflexo é uma forma de você liberar os centros superiores para atividades mais complexas.
 A mesma coisa é o fato de andar, andar é reflexo, o padrão de flexão e extensão é reflexo. Você controla a velocidade, o obstáculo, você desvia, para e começa na hora que você quer, mas o movimento é padrão porque você tem os circuitos prontos pra fazer esse movimento, se você levanta um bebe ele meche a perninha. 
O padrão de movimento já está na medula, e como ele já está na medula no córtex você tem outra coisa, essa é a vantagem de você ter padrões. Com o movimento repetitivo é melhor você ter um circuito pronto do que ter que aprender, ou seja, que você com o desenvolvimento, tenha que modificar o circuito pra ser capaz de fazer o movimento, a mastigação é um desses exemplos.
A gente tem uma questão de equilíbrio que é balançar o braço, mas você poderia muito bem andar sem balançar o braço.A gente não aprende a balançar o braço por conta do equilíbrio, a gente faz naturalmente porque o circuito está lá, o circuito é medular. Isso é um vestígio do nosso processo evolutivo, esse movimento do braço, porque já fomos quadrúpedes. Temos esse vestígio que acaba no final das contas ajudando a manter de certa forma o equilíbrio, se você segurar o braço é até mais difícil andar porque você tem que estar usando o cérebro pra impedir que o braço não movimente, se você não usar o cérebro pra isso a tua medula faz o teu braço movimentar, isso é um movimento rítmico, as duas componentes: reflexo e o movimento voluntario, estão misturados no mesmo padrão motor.
A mastigação ela tem dois objetivos: triturar o alimento para facilitar a deglutição, e triturar o alimento pra aumentar a área de contato deste alimento com as enzimas digestivas; tem gente que chama isso de digestão mecânica. Outra função da mastigação é misturar o alimento com a saliva porque a saliva tem varias propriedades importantes, entre elas as propriedades digestivas. 
A nossa dentição é típica de um frugívoro, então hoje se acredita que o humano foi frugívoro antes de se tornar onivaro, isso não significa que a gente tenha que comer vegetal porque a milhões de anos a gente foi frugívoro, porque se você voltar mais no tempo, a gente era unicelular. 
Segundo movimento, a deglutição que tem 2 fases, não é um movimento rítmico porque a parte voluntária e a parte involuntária são distintas temporalmente, por isso que eu não vou chamar de rítmico. São duas fases, a primeira fase é voluntária, essa primeira fase consiste em levar a língua contra o palato, o palato sobe e colaba sobre a orofaringe, e o alimento cai na faringe em si. Essa movimentação do palato ela é importante para evitar que tenha refluxo nasal do conteúdo deglutido. 
Levantar o palato é voluntário. 
A segunda fase é involuntária e nessa fase, quando o bolo alimentar chega na faringe, musculaturas ligadas a laringe se contraem puxando a laringe pra cima, e ao fazer esse movimento de puxar a laringe pra cima, promove fechamento da glote que é a abertura da laringe. Reparem que na glote eu tenho uma membraninha da cartilagem, essa membrana de cartilagem elástica é chamada de epiglote porque tem em cima da abertura da glote.
 Então quando isso sobe, acaba empurrando a abertura contra a epiglote. A musculatura contrai puxando a laringe pra cima. Não é a epiglote que é puxada pra baixo, a epiglote é uma cartilagem, a epiglote sozinha não faz movimento, pra acontecer esse fechamento ela depende da contração da musculatura da laringe, músculos que estão presos ao osso hióide movimentam a laringe pra cima. Você consegue ver a laringe se deslocando, e ao se deslocar a glote literalmente é fechada pela epiglote. A língua ainda ajuda um pouquinho a rebaixar a epiglote, termina de fechar nesse processo, é uma dinâmica, é continuo, é dividido em duas fases, mas é um processo contínuo de deglutição, de movimento da língua, mas fechamento da glote. 
O fechamento da glote evita que o alimento caia na epiglote. Além disso, você abre o esôfago pra evitar que o ar, enquanto você está respirando, não vá para o estomago na hora da deglutição, o esôfago abre e ai o alimento se desloca todo pro esôfago.
Os movimentos da musculatura circular do tubo digestivo que garante deslocamento do bolo alimentar, tirando a primeira parte do esôfago e o esfíncter anal esterno que é esquelético, todo o resto é musculatura lisa. Além do deslocamento, os movimentos do tubo também permitem mistura, e essa mistura vai ser importante no estomago e intestino. Você mistura o conteúdo alimentar com as secreções das glândulas do estomago e com as secreções intestinais; esses movimentos vão ser regulados pelo plexo mioentérico, pelo sistema nervoso autônimo, e por hormônios 3 hormônios principais que reguladores dos movimentos do tubo digestivo (hormônios produzidos pelo próprio tubo digestivo) , e podem ser controlados também pelo próprio estiramento da mucosa, pois quando o tubo enche ele normalmente contrai, então o enchimento do tubo promove contração do tubo digestivo.
No esôfago basicamente só acontece um movimento, que é chamado de peristalse ou movimento peristáltico, existem outros tipos de movimentos, mas particularmente no esôfago e no estomago é só peristalse. Do intestino delgado pra baixo tem outros padrões movimento.
 Na peristalse você tem uma onda de contração que segue de um lado do seguimento a outro, como um vetor de deslocamento, no caso do esôfago esse vetor de deslocamento é da faringe em direção ao estômago normalmente. E no esôfago essa onda de contração esofágica ela se dá por inteiro ao longo de todo o esôfago. Na hora que começa a contrair o seguimento proximal do esôfago os seguimentos adjacentes vão se contraindo em sequencia e isso acontece até o estomago. Então, eu tenho uma onda que percorre todo o esôfago, levando o alimento em poucos segundos ao estomago. Para isso acontecer tem que ter primeiro o relaxamento do esfíncter esofágico superior e depois relaxamento da cárdia pra entrada do alimento no estômago, esses relaxamentos acontecem reflexamente, relaxamento reflexo não tem o menor controle voluntário. 
Na cárdia você pode ter o problema de refluxo gástrico, que acontece com todo mundo. Todo mundo tem algum grau de refluxo, só que acontece mais frequentemente em pessoas em que o estômago se projeta pelo diafragma, em uma situação que a gente chama de hérnia de hiato, e ai essa cárdia fica mais fraca e o conteúdo estomacal por conta dessa compressão do diafragma acaba empurrando esse conteúdo estomacal de volta pro esôfago podendo gerar lesões esofágicas, as vezes extremamente graves. Então azias frequentes tem que ser lidadas com atenção. Podem ser lesões esofágicas, podem ser lesões gástricas e podem ser às vezes lesões duodenais, todas elas podem ter complicações muito sérias.
Na peristalse, conforme o seguimento vai contraindo os seguimentos anteriores vão relaxando, então você tem uma onda que começa num canto e conforme o outro canto contraiu o outro já relaxou.
Então você vai ter um anel de contração que percorre o intestino. 
Normalmente uma peristalse é necessária, às vezes o esôfago pode, entre uma deglutição e outra, fazer as chamadas peristalses de limpeza, onde você tem uma primeira peristalse, e enquanto você está mastigando tem outras peristalses, duas ou três peristalses para retirar do esôfago aquilo que eventualmente ficou aderido nesse esôfago.
Às vezes pode-se ter uma peristalse inversa, que é quando a peristalse acontece do estomago pro esôfago, e do esôfago sobre pra cavidade oral. Essa peristalse inversa a gente chama de vomito, e esse vomito ele é desencadeado pelo nervo parassimpático quando intensamente estimulado, principalmente no estomago. 
Ele pode desencadear a atividade reflexa através de neurônios do tronco encefálico, no tronco encefálico a gente tem um conglomerado de neurônios que é chamado de centro do vomito, se você estimular aí a pessoa vomita, e esse centro do vomito ele é estimulado biologicamente por vários fatores, ele pode ser estimulado quando o estomago está muito expandido, ou muito cheio gerando dor, ele pode ser estimulado quando você come alguma coisa estragada que gera infecção intestinal, você pode vomitar quando tem lesão no próprio estomago e esôfago, quando sente cheiro de coisas ruins, quando sente gosto de coisas ruins, quando escuta uma história triste. Qualquer coisa que indique que aquilo que você comeu possa não te fazer bem é melhor vomitar, é assim que funciona, e o aprendizado é muito forte em cima disso. Quando você passa mal de enjoo, normalmente não quer mais comer aquilo que te fez passar mal.
No estomago a gente também tem o mesmo padrão de movimento peristáltico, a peristalse do estomago vai acontecer também no início do estomago, no final do esôfago para o piloro. O estomago ele é dividido em 4 regiões, a região da cárdia, que é o local de entrada do esôfago; o fundo; o corpo do estomago,que faz a grande curva; e a região pilórica ou a antro pilórica, anatomicamente a gente divide o estomago assim. Eu to falando disso porque a força da peristalse aumenta muito do fundo para o piloro; o fundo contrai pouquinho, quase não contrai, é mais um local pra encher não um local pra contrair, agora conforme a onda peristáltica vai indo para o piloro a força da contração vai aumentando de tal forma que a contração antro pilórica é extremamente exacerbada, de tal forma que o conteúdo alimentar faz um ciclo dentro do estomago.
 Então você começa a peristalse, e conforme ela vai chegando no piloro ela aumenta de tal forma que que quando a região pilórica é comprimida o alimento pode pode ter dois movimentos: 1- de saída para o intestino, e o outro de retorno pro fundo do estomago, movimento cíclico. 
O que sai é uma porção muito pequena do conteúdo ingerido, que esteja necessariamente liquefeita. O estomago vai literalmente liquefazer o alimento, depois disso o bolo alimentar a gente passa a chamar de quimo. 
Essa parte liquefeita pode sair pelo piloro que está contraído, enquanto que a parte que não está adequadamente liquefeita volta pra base do estomago, ai vai ter outra peristalse, com essa outra peristalse mais outra porção pode ser ejetada e o que não for liquefeito volta. 
Então, como uma maquia de lavar, o tempo todo o conteúdo alimentar está sofrendo esse deslocamento cíclico. Sendo que o esvaziamento do estomago vai acontecer aos poucos, não como as pessoas imaginam. 
O conteúdo gástrico é ácido então esse ácido tem que ser liberado no intestino aos poucos pra que se tenha tempo de neutralizar esse ácido, então o esvaziamento do estomago vai ser sempre aos poucos, por conta desse motivo. Por isso que eu falo que leva 4 horas do alimento no estomago, mas leva esse tempo dele ter enchido e esvaziado todo. Se você encheu de água o estomago, como é liquido ele rapidinho esvazia.
 Se você comeu um conteúdo sólido, primeiro você tem que liquefazê-lo, e conforme ele vai liquefazendo ele vai esvaziando, e ai vai demorar mais tempo pra que isso aconteça.
O que regula esse esvaziamento do estomago é o piloro. O piloro é o principal regulador do esvaziamento gástrico, quando o piloro contrai o esvaziamento diminui, o tônus pilórico é determinante para o esvaziamento.
Quanto mais apertado estiver o piloro, menos vai passar conteúdo para o intestino, e mais tempo vai demorar para o estômago esvaziar. O que regula o piloro são muitas coisas: o tipo de alimento é determinante porque dependendo do tipo de alimento você pode secretar mais ou menos um determinado hormônio; quando o alimento chega no intestino as células do intestino são sensíveis a acido, então quando o meio do duodeno está muito ácido, células do intestino liberam um hormônio chamado de secretina, essa secretina contrai o piloro, porque se está muito ácido é melhor retardar o conteúdo gástrico pra dar tempo de quimicamente, através do pâncreas , neutralizar essa acidez. Então eu retardo o esvaziamento se estiver ácido. 
Se tiver proteína e gordura, principalmente proteínas e aminoácidos, o intestino delgado produz um outro hormônio chamado coleocistocinina que quando é liberado contrai o piloro , porque o estomago participa do processo de digestão da proteína, se eu tenho muita proteína é melhor aquele alimento ficar mais tempo no estomago. 
Se teu alimento for só carboidrato e água teu piloro vai ficar mais relaxado e ai o tempo do esvaziamento vai variar em função disso.
E o outro fator é o próprio sistema nervoso autônomo. O simpático reduz o esvaziamento, e o parassimpático aumenta o esvaziamento. O simpático diminui a atividade gastrointestinal e o parassimpático aumenta a atividade gastrointestinal. 
Intestino delgado: o intestino delgado tem dois movimentos, a peristalse e a segmentação. A peristalse a gente já sabe como é, pois é igual a do esôfago, você tem um segmento que começa a contrair, e quando o seguimento adjacente contrai o outro relaxou, e essa onda de contração se desloca pelo tubo. No caso do intestino a peristalse é curta, dura algo em torno de 15 a 20 centímetros, lembrando que o intestino tem em torno de 6 a 7 metros, e então as peristalses são curtinhas.
As peristalses são curtas pra que o deslocamento seja mais lento ao longo do tempo. E a peristalse é o movimento menos frequente do intestino delgado, o movimento mais frequente do intestino é a segmentação. 
Na segmentação, quando um seguimento contrai os outros seguimentos relaxam, esse movimento não gera propulsão, pois quando uma parte contrai ele pode empurrar o alimento tanto pra frente quanto pra Traz, as segmentações são movimentos de mistura, elas mechem e sacodem o alimento dentro do intestino para misturar com as secreções e pra garantir o contato desse bolo alimentar com a parede do intestino pra que aconteça a absorção. 
Então não só mistura com as secreções do intestino, a segmentação também permite que o conteúdo alimentar entre em contato com a mucosa intestinal. Quando chega no final do intestino, eu tenho o esfíncter pro ceco, o esfíncter ileocecal, a principal atividade desse esfíncter depende de um hormônio do estomago, que é liberado quando o estomago está cheio chamado de gastrina, quando o estomago esta cheio ele libera esse hormônio, e essa gastrina faz varias coisas, entre elas é relaxar esse esfíncter. Quando o esfíncter relaxa eu tenho e esvaziamento do intestino e enchimento do ceco. É como se pro alimento ir pro intestino grosso você precisasse encher teu estomago de novo, você encher o estomago facilita a saída do alimento para o intestino grosso, pois se teu estomago está cheio vai chegar mais alimento no intestino delgado e já pode liberar aquilo que estava circulando ali no final do intestino delgado. 
Uma vez chegando no intestino grosso a gente vai ter peristalse, mas a gente também vai ter mais dois movimentos alem da peristalse, a gente vai ter as haustrações e os movimentos de massa.
As hautrações são como segmentações só que demoradas, enquanto na segmentação esse movimento é dinâmico, na haustração o segmento contrai e fica contraído por minutos ou horas assim, e ai depois o segmento relaxa e o outro contrai. Como no intestino acontece ainda absorção de água, a tendência de uma haustração é formar bolos fecais, de tal forma que cada segmento de haustração, o segmento que está relaxado forma um bolo fecal. 
O terceiro movimento é um movimento de massa, que é uma peristalse onde segmento adjacentes não relaxam, vai contraindo e permanece contraído e assim vai, toda área vai se contraindo. Enquanto que na peristalse é uma onda. no movimento de massa todos os seguimentos contraem, é uma onda com sustentação da contração. É como quando a pasta de dentes está acabando e você faz o movimento para retirar todo o restante do conteúdo, esse é o movimento de massa só que quem faz isso é o teu intestino, ele comprime o bolo fecal em direção principalmente do colo sigmoide, juntando os bolos fecais, o que depende da haustração. Se a haustração for rápida e tiver um movimento de massa, você vai ter um bolo fecal uniforme, se você tiver haustração e pouca ingestão de água ou o intestino com baixa atividade, e você fica muito tempo numa hautração só, aquilo enrijece e você não tem movimento de massa suficiente pra juntar tudo num bolo fecal só e aí você faz nª 2 em pedacinhos.
Só começa a defecação quando o bolo fecal chega ao reto, o reto ele é bastante inervado, tem mecanoceptores presentes no reto, receptores de pressão presentes no reto que consegue avaliar a pressão retal e te informa disso. É tão preciso que você normalmente sabe até o conteúdo que tem dentro, se é gás, se é sólido, a inervação é tão eficiente que e você consegue saber o conteúdo. 
Essa inervação ela é estimulada pelo enchimento do reto, isso gera duas coisas: o reflexo de contração do reto e ao mesmo tempo relaxamento do esfíncter anal interno que é músculo liso, então quando o reto enche, reflexamente o colo sigmoide contrai e o reto relaxa.Além disso, essa informação sobe na medula pra te avisar que é o momento de defecação, pra você voluntariamente decidir se é socialmente adequado ou não defecar, é por isso que existe o esfíncter anal externo. 
O esfíncter anal externo é de controle cortical, não é reflexo, então você é que decide se você vai contrair ou relaxar. Se não for o momento socialmente adequado, você mantém o esfíncter anal externo contraído. Se o reto está contraindo bolo fecal sobe de volta, quando ele sobe de volta o reto esvazia e a vontade passa.
Mas depois o reto vai voltar a ficar cheio e ai o indivíduo comportamentalmente vai começar a se programar pra socialmente se adequar pra a defecação. O controle da defecação é fundamental por conta da higiene, o cocô tem muita bactéria e material infeccioso, então você tem que ter todo um controle de higiene das fezes, os animais tem comportamento de cuidado com as fezes pra manter a higiene.
Se o ambiente for socialmente, adequado você precisa relaxar o esfíncter anal externo, mas normalmente não basta isso, além de relaxar o esfíncter, você faz uma manobra funcional chamado de valsalva, que é um expiração forçada com a glote fechada, e quando você faz isso a pressão abdominal aumenta porque a expiração envolve contração da musculatura abdominal, que vai ser uma força que vai expulsar as fezes pra fora do reto. Você precisa normalmente dessa manobra de valsalva, que é também uma manobra de força de quando você vai pegar algo muito pesado, você obrigatoriamente tem que fazer essa valsalva pra pode ter a defecação. Outra coisa que acontece naturalmente é a contração de um músculo chamado músculo elevador do ânus que retifica o ânus quando você está fazendo manobra de valsalva esse músculo também contrai e o ânus retifica, torna ele mais alinhado, mais fácil de defecar, então é outro pequeno movimento que ajuda o processo de defecação. Por isso que em levantadores de peso é muito comum ter defecação durante a manobra de valsalva.

Continue navegando