Buscar

Constitucional_FlávioMartins_completo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 72 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 72 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 72 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Constitucional
Flávio Martins
Conceitos de constituição
Sentido sociológico “Ferdinand Lassale”:
A constituição não é uma folha de papel. É a soma dos fatores reais de poder que emanam da população. Todo estado tem uma constituição.
Sentido político “Cal Schmitt”:
Constituição é uma decisão política fundamental tomada pelo povo. (posição decisionista). Constituição é diferente de lei constitucional que é aquela emanada do governo que nem sempre corresponde à vontade do povo.
Sentido jurídico “Hans Kelsen”:
Divide-se em dois sentidos:
Aspecto jurídico positivo – é a lei mais importante de todo o ordenamento jurídico.
No topo da pirâmide vem a constituição;
Abaixo vêm os tratados internacionais supra legais – não aprovados pelo quórum da EC.
Incorporação dos tratados internacionais no direito brasileiro:
Assinatura (84, VIII, CF);
Referendo do congresso nacional (arts. 84, VIII e 49, I, CF);
Decreto presidencial.
Os tratados ingressam no direito brasileiro com qual hierarquia?
Via de regra, ingressam com força de lei ordinária;
Os tratados internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados pelo congresso nacional nas 2 casas, em 2 turnos, por 3/5 de seus membros (quórum de emenda), ingressarão no direito brasileiro com força de emenda constitucional. (art. 5º, § 3º, CF)
C) Os tratados internacionais sobre direitos humanos que não forem aprovados pelo congresso nacional com o provimento do art. 5º, §3º da CF, ingressarão no direito brasileiro, como norma infraconstitucional e supra legal. Ex: pacto são José da costa rica.
Abaixo das normas supra legais vêm as leis (complementares, delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções). 
 Segundo o STF, lei complementar e lei ordinária têm a mesma hierarquia;
E no piso da pirâmide vêm os atos infralegais (decretos, portaria, etc).
A constituição é o pressuposto de validade de todo o ordenamento jurídico (para que uma lei seja válida, precisa ser compatível com a constituição).
Aspecto lógico jurídico – acima da constituição há uma norma fundamental hipotética, não escrita e cujo único mandamento é: “obedeça a constituição”.
Sentido culturalista “José Afonso da silva, Meirelles Teixeira”
A constituição é fruto da cultura de um país, sendo também uma norma jurídica. (visa conciliar os sentidos anteriores).
Elementos das constituições
Elementos orgânicos:
São aqueles que organizam a estrutura do Estado. Ex: art. 2º, 18 e 92, CF.
Elementos limitativos:
São aqueles que limitam o exercício do poder do Estado, fixando direitos à população. Ex: art. 5º, CF.
Elementos sócios – ideológicos: são aqueles que fixam uma ideologia, um norte para o estado. Ex: art. 3º, 170, CF.
Elementos de estabilização constitucional: são aqueles que buscam a estabilidade em caso de tumulto institucional. Ex: intervenção federal (art.34), estado de defesa (art. 136), estado de sítio (art.137).
Estrutura da constituição
PREÂMBULO PARTE PERMANENTE (ART.1º A 250) ADCT
Preâmbulo: tem apenas 1 parágrafo . É uma carta de intenções, vontades da constituição. Embora não seja obrigatório, esteve presente em todas as constituições brasileiras.
Natureza segundo o STF, o preâmbulo não é norma constitucional (tem apenas uma função interpretativa).
O preâmbulo não é norma de repetição obrigatória pelos estados
O preâmbulo não pode ser usado como parâmetro no controle de constitucionalidade. Nunca uma lei será inconstitucional por ferir o preâmbulo, pois este não é parâmetro de controle.
A palavra “Deus” no preâmbulo não fere a laicidade do estado brasileiro.
Parte permanente: pode ser objeto de reforma constitucional
ADCT: é norma constitucional e pode ser objeto de emendas constitucionais. É um conjunto de normas constitucionais temporárias ou excepcionais.
Classificação da constituição
Quanto ao conteúdo
Material:
É aquela que possui apenas matéria constitucional, estando em um ou vários documentos. A constituição significa o complexo de normas escritas ou costumeiras que integram o ordenamento constitucional do Estado, delineando a sua estruturação orgânica e garantindo direitos fundamentais;
Formal:
É aquela que, além de possuir matéria constitucional, possui outros assuntos. Ex: art. 242, § 2º, CF. É um documento escrito e solene, apenas alterável por meio de formalidades estabelecida nela mesma.
Quanto à forma
Escrita:
É um documento solene. Aquelas cujas normas vêm prescritas de modo sistemático, e codificado através da grafia. Estabelecem-se por um órgão constituinte, que estipula e esquematiza o funcionamento dos poderes constituídos, o modo de exercício e os limites de atuação;
Não escrita (costumeira ou consuetudinária):
É aquela que é fruto dos costumes de um país. Ex: a constituição da Inglaterra. São aquelas cujas normas não vêm disciplinada de modo único, sistemático e codificado, num documento técnico e solene. Formam-se ao lado dos costumes, das praxes, das convenções e até da reiteração uniforme dos julgados.
Quanto ao modo de elaboração
Dogmática:
É fruto de um trabalho legislativo específico, assim, reflete os dogmas de um momento da história.
CESPE É elaborada, necessariamente, por um órgão com atribuições constituintes e, somente existindo na forma escrita, sistematiza as ideias fundamentais contemporâneas da teoria política e do direito.
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo Sempre escritas, elaboradas em um dado momento por um órgão constituinte, segundo os dogmas ou ideias fundamentais da teoria política e do direito então imperantes. Poderão ser: Ortodoxas ou simples: fundadas em uma só ideologia; ecléticas ou compromissórias: formadas pela síntese de diferentes ideologias, que se conciliam no texto constitucional.
Histórica:
Fruto de uma lenta evolução histórica. Ex: Inglaterra
Quanto à origem
Promulgada:
É a constituição democrática, feita pelos representantes do povo. Foram as de 1891, 1934, 1946 e 1988 que inclusive é promulgada.
Outorgada:
É aquela imposta ao povo, pelo governante. Foram as de 1824 (D. Pedro I), 1937 (Getúlio Vargas), 1967 (Ditadura)
Cesarista:
É aquela feita pelo governante e submetida à apreciação do povo, mediante referendo.
Pactuada ou dualista:
É aquela que é fruto do acordo entre duas forças políticas. Ex: magna carta de 1215 – Rei da Inglaterra João Sem terra e Barões.
Quanto à extensão:
Sintética:
É aquela concisa, resumida. (trata dos temas principais). Ex: constituição americana, 1787.
Analítica:
Extensa, prolixa. São amplas e minuciosas, cujos artigos, desdobrados em incisos e alíneas, ordenam-se de modo reiterado em várias partes do texto.
Quanto à função (Canotilho)
Garantia:
É aquela que fixa direitos e garantias fundamentais, apenas. É uma espécie de carta declaratória.
Dirigente:
É aquela que além de fixar direitos e garantias fundamentais, dirige metas estatais. Ex: art. 3º, CF.
Quanto à sistemática
Unitária:
É aquela que é composta de um só documento
Variada:
É aquela que é composta de vários documentos
Bloco de constitucionalidade:
A constituição não se resume ao seu texto escrito. Também são normas constitucionais os princípios nela implícitos, bem como, os tratados internacionais sobre direitos humanos. (art. 5º, §3º). Informativo 499, STF.
Quanto à sistemática/sistema
Principiológica:
É aquela que prepondera os princípios. Existem mais princípios que regras;
Preceitual:
É aquela que prepondera as regras. Existem mais regras do que princípios.
Quanto à essência (critério ontológico) “Karl Loewenstein”
Semântica:
É aquela que esconde a triste realidade de um país. Comum em regimes ditatoriais. Ex: Constituição de Dom Pedro I, 1824. (ESCRAVIDÃO)
Nominal:
É aquela que não reflete a realidade do país, pois se preocupa com o futuro. Ex: art. 7º, IV; 196, CF.
Normativa:
É aquela que reflete a realidade atual do país.
“A constituição é nominal e tende a ser normativa” Pedro Lenza
Classificação segundo Raul MachadoHorta
Constituição expansiva: (CF/88)
É aquela que prevê novos temas e amplia temas antes tratados
Constituição plástica:
É aquela que pode ser complementada pela legislação infraconstitucional
Ex: CF/88.
Classificação segundo Marcelo Neves
Constituição simbólica (CF/88)
É aquela cujo simbolismo é mais forte do que seus efeitos práticos;
Heteroconstituição (Jorge Miranda)
É a constituição que é feita por um país para vigorar em outro país.
Ex: Chipre.
Quanto à estabilidade ou rigidez
Imutável:
É aquela que não pode ser alterada
Rígida:
É aquela que possui um processo de alteração mais rigoroso e complexo que o destinado a elaboração de leis comuns. É a constituição difícil de mudar.
Flexível:
É aquela que possui o mesmo processo de alteração das outras leis. (fácil de alterar)
Semirígida ou semiflexível:
É aquela que parte dela é rígida e parte é flexível.
A constituição brasileira é super-rígida porque, além de possuir um procedimento rigoroso de alteração, possui um conjunto de matérias que não podem ser suprimidas, que são as chamadas cláusulas pétreas.
MACETE JURÍDICO A Constituição brasileira é:
P = Promulgada
R = Rígida
A = Analítica
F = Formal
E = Escrita
D = Dogmática
Cláusulas pétreas - art. 60, §4º, CF
Forma federativa de estado (federação):
Federação é a união de vários estados, cada qual com uma parcela de autonomia.
Observações:
A constituição diz que são vedadas emendas constitucionais tendentes a abolir a federação.
Ex: uma emenda constitucional que reduzir excessivamente a competência dos estados será inconstitucional.
O sistema de governo não é cláusula pétrea.
A forma de governo republicana não é uma cláusula pétrea expressa na constituição.
Segundo a doutrina majoritária e o STF, a república é uma cláusula pétrea implícita.
Voto direto, secreto, universal e periódico:
Direto o povo escolhe diretamente os seus representantes, sem intermediários.
Secreto Sigiloso
Universal Todos têm o direito de votar e, o seu voto, vale o mesmo peso.
Periódico De tempos em tempos, o eleitor tem direito de votar.
E o voto obrigatório é cláusula pétrea?
- Não.
Separação dos poderes (art. 2º, CF):
São poderes da união, independentes e harmônicos entre si, o legislativo, o executivo e o judiciário.
Direitos e garantias individuais:
	DIREITOS
	GARANTIAS
	À vida, à Honda;
	Normas de conteúdo assecuratório;
	Ex: Liberdade de locomoção
	Habeas corpus
Segundo o STF, direitos e garantias individuais não estão apenas no art. 5º da constituição federal. Ex: art. 150, CF – princípio da anterioridade tributária - direito individual do contribuinte; art. 16, CF – anterioridade eleitoral.
Segundo o STF, os direitos sociais também são cláusulas pétreas (interpretação ampliativa ou generosa das cláusulas pétreas).
Constitucionalismo
É um movimento histórico, político e jurídico com o objetivo de limitar o poder do estado por meio de uma constituição.
Marcos históricos:
Magna Carta de 1215:
Foi assinada pelo Rei João I (João sem terra), sendo obrigado a assinar um documento reconhecendo direitos como propriedade, liberdade...
Constituição dos ESTADOS UNIDOS – 1787
Constituição da FRANÇA – 1791
Neoconstitucionalismo
Foi um movimento surgido após a II guerra mundial, fruto do pós-positivismo e cujo objetivo é assegurar maior eficácia da constituição, principalmente dos direitos fundamentais.
Consequências:
Maior importância dada aos princípios;
Maior eficácia dos direitos fundamentais;
Surgimento de uma hermenêutica constitucional;
Transconstitucionalismo (Marcelo Neves)
É o estudo coordenado da jurisdição nacional, do constitucionalismo nacional com o constitucionalismo transnacional, ou seja, é a relação da jurisdição de um país com as cortes, os tribunais internacionais.
Poder constituinte
É o poder de criar ou de reformar uma constituição.
O autor da teoria do poder constituinte foi um Padre francês de nome Emanuel Joseph Sieyès, que escreveu um livro, em 1789, intitulado de “o que é o terceiro estado”.
O titular indireto do poder constituinte é o povo (brasileiro nato e naturalizado).
Espécies
Originário:
É o poder de criar uma nova constituição. Não precisa ser a primeira, basta criar uma nova constituição.
Características: PAIII
Permanente - porque não cessa com a elaboração da nova constituição, podendo manifestar-se a qualquer tempo, novamente.
Autônomo - porque tem autonomia, liberdade para definir o conteúdo da nova constituição;
Inicial - porque faz nascer um novo ordenamento jurídico.
Incondicionado - não há condicionamento para o seu exercício, podendo ser exercido de qualquer maneira (revolução, assembleia constituinte, etc.)
Inalienável - por sua titularidade não ser passível de transferência. A nação nunca perde o direito de querer mudar sua vontade.
- Segundo a teoria tradicional o poder originário é ilimitado, ou seja, não possui limites em nenhuma outra lei.
- Posição moderna (doutrina majoritária) diz que há limites sim, para esse poder. São eles: A) Parte da doutrina identifica como limite o “direito natural”. B) Parte da doutrina prevê como limite a proibição do retrocesso. Assim, a constituição não pode retroceder na tutela dos direitos fundamentais.
Derivado ou instituído:
Características:
É condicionado, possui formas pré-estabelecidas de manifestação. Ex: emenda constitucional.
É limitado, possui seus limites na própria constituição. Ex: cláusulas pétreas.
Espécies:
b.1) reformador:
É o poder de alterar a constituição já existente, ex: Emendas à constituição.
b.2) Decorrente:
É o poder que cada estado (ente) possui para elaborar sua própria constituição. 
Segundo o STF, o Distrito federal também possui poder derivado decorrente. Isso porque a lei orgânica do D.F tem “status” de constituição estadual.
Poder constituinte difuso (ou mutação constitucional)
Não é a mudança (física) do texto constitucional, é a mudança da interpretação (sentido) do texto constitucional. É uma modalidade informal de modificação da constituição. Exemplos de mudanças de interpretações feitas pelo STF: a) a palavra “casa” (art. 5º, XI, CF); participação do senado no controle difuso de constitucionalidade (art. 52, X, CF).
Reforma constitucional:
É a mudança física, do conteúdo do texto constitucional.
d.1) Revisão constitucional (art. 3º, ADCT):
 Foi feita uma vez (pelo menos cinco anos após a promulgação).
 Votação em sessão unicameral (as duas casas juntas – Senado e câmara).
 Quórum de maioria absoluta (mais da ½ de todos os membros)
 POSIÇÃO MAJORITÁRIA: não se pode fazer uma nova revisão constitucional, porque o art. 3º do ADCT já foi aplicado, assim foi utilizado apenas uma vez. As regras de alteração da constituição são imutáveis, são cláusulas pétreas implícitas.
Posição minoritária (teoria da dupla revisão):
Autor: Manoel Gonçalves
Pode-se fazer uma emenda constitucional alterando o art. 3º do ADCT, permitindo novas revisões.
d.2) Emenda à constituição (art. 60, CF):
Legitimados da PEC (proposta de emenda constitucional):
a) 1/3 de deputados ou senadores;
b) Presidente da república (desde 1937);
c) + da ½ das assembleias legislativas dos estados, pela maioria simples (relativa) de seus membros;
Obs.: prevalece o entendimento de que esse rol é taxativo.
Aprovação: § 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
- 2 casas do Congresso Nacional - 2 turnos - 3/5 dos votos, em cada turno, de cada casa.
Sanção ou veto Presidencial: Nunca!
Promulgação:
- Mesas da câmara e do Senado 
Atenção: Não é a mesa do congresso nacional, nem feita pelo presidente da república!
Impossibilidade de Editar emendas:
- Intervenção Federal – intervenção da União em algum estado ou no Distrito Federal.
- Estado de Defesa
- Estado de Sítio
Rejeição daPEC
- Somente poderá ser proposta uma PEC com o mesmo conteúdo, na próxima sessão legislativa (No ano seguinte).
d.3) Limitações ao poder de reforma constitucional:
 Materiais: são aquelas matérias que não podem ser suprimidas (as cláusulas pétreas).
 Circunstanciais: são as circunstâncias nas quais não se pode emendar a constituição. Ex: estado de sítio.
 Formais ou Procedimentais: É a utilização do procedimento mais rigoroso para a alteração. Ex: quórum de 3/5, nas 2 casas, em 2 turnos.
 Implícitas (doutrina majoritária): Não podem ser modificadas as regras de alteração da constituição, nem o titular do poder constituinte.
Fenômenos constitucionais
Recepção:
 A nova constituição recebe, recepciona as leis anteriores, desde que compatíveis.
 As leis anteriores incompatíveis não são recepcionais. Ex: lei de imprensa.
 A recepção tem o poder de alterar a natureza normativa de alguns atos. Ex: o decreto lei 2848/40 – código penal - foi recepcionado como sendo uma lei ordinária, o CTN.
 O fenômeno da recepção consiste no acolhimento de norma legal, editada ao tempo de Constituição anterior, que não confronte, materialmente, com a nova ordem fundamental;
Repristinação:
 É o retorno da lei revogada, quando a sua lei revogadora deixa de existir.
 Em regra, NÃO existe no Brasil.
Exceções:
- Se a lei revogadora dispuser expressamente;
- Cautelar em ADIN (Lei. 9868/99)
Desconstitucionalização da constituição anterior:
Consiste quando a nova constituição, ao revogar a constituição anterior, transforma esta, antiga, em lei infraconstitucional.
Recepção material de norma constitucional: (Jorge Miranda)
- consiste na possibilidade da norma de uma constituição anterior ser recepcionada pela nova constituição, com status de norma constitucional. Ex: art. 34, ADCT.
História das constituições
Constituição de 1824:
Outorgada por Dom Pedro I;
O Brasil era um Estado unitário e monárquico;
O Brasil adotava a quatripartição de poder (legislativo, executivo, judiciário e Moderador, exercido pelo Rei. ( teoria adotada pelo suíço Benjamin Constant);
Religião oficial existia que era a católica;
Existia o voto censitário ($);
Abolição da escravatura em 1888;
Proclamada república em 1889.
Constituição de 1891:
O anteprojeto foi elaborado por Rui Barbosa;
A constituição foi promulgada;
Inspirou-se na constituição dos Estados Unidos, pois tinha o nome de “Estados Unidos do Brasil”;
Passou a ser uma Federação, quando os estados passaram a ter uma relativa autonomia;
Passou depois a ser república;
Adotou o presidencialismo;
Houve a adoção da teoria da tripartição de poderes;
Passou a ser um Estado Laico;
Adotou o controle difuso de constitucionalidade.
Constituição de 1934:
Promulgada;
Manteve república, federação, presidencialismo;
Aumento dos poderes da União;
Diminuição dos poderes dos Estados;
Diminuição das atribuições do Senado;
Surgimento dos direitos Sociais (direitos de 2º dimensão);
Nasce o voto feminino;
Nasceu Mandado de segurança e ação popular.
Constituição de 1937 “A POLACA”:
Outorgada por Getulio Vargas;
Concentração do Poder nas mãos do Executivo;
Federalismo nominal: O Brasil tinha só o nome de federação, pois no fundo era unitário, governado pela união.
Desaparecimento do Senado;
Apelidada de “A polaca” porque foi inspirada na constituição polonesa da época;
Diminuição dos direitos fundamentais. Ex: desaparecimento do direito de greve, mandado de segurança e ação popular. Houve previsão de pena de morte.
O Brasil era governado por decreto-lei.
Constituição de 1946:
Promulgada;
Inspirou-se na constituição de 1934;
Federação mesmo, com o aumento dos poderes dos estados;
Retorno dos direitos fundamentais abolidos anteriormente;
Previsão da capital no planalto central;
Surgimento da ADI.
Constituição de 1967:
Outorgada;
Concentração do poder nas mãos do executivo;
Federalismo nominal;
Aumento da competência da justiça militar;
O Brasil era governado por atos institucionais; a EC/69 incorporou os atos institucionais na constituição.
 Eficácia das normas constitucionais
Eficácia jurídica é a possibilidade de produção de feitos concretos das normas constitucionais
Classificação segundo José Afonso da Silva:
Norma constitucional de eficácia plena
São aquelas que têm aplicação direta, imediata e integral sem precisar de nenhum complemento. 
Ex: (art. 18, §1º; art. 57, CF).
Norma constitucional de eficácia contida, restringível ou redutível
São que aquelas que produzem efeitos imediatamente, mas por existir expressa disposição constitucional, podem sofrer restrições nos seus efeitos.
Ela também produz todos os seus efeitos, mas lei infraconstitucional pode reduzir esses efeitos. Ex: (art. 5º, XIII, CF).
A lei infraconstitucional não pode restringir excessivamente os efeitos da norma constitucional.
A Doutrina atual critica essa classificação (contida) porque toda norma constitucional pode sofrer restrições, com base em lei infraconstitucional. Maior crítico: Virgílio Afonso da Silva.
Norma constitucional de eficácia limitada
É aquela que produz pouco efeito e não nenhum efeito.
Elas sempre terão o condão de revogar as normas do sistema jurídico que com ela colidam, além de impedir o ingresso no ordenamento de normas incompatíveis com seus preceitos;
São aquelas que dependem de uma regulamentação e integração por meio de normas infraconstitucionais.
c.1) de princípio programático: são aquelas normas que fixam um programa de atuação para o estado, ou seja, são aquelas que estabelecem programas a serem implementados pelo Estado, objetivando a realização de fins sociais. 
Ex: (art. 4º, parágrafo único; art. 196; art. 7º, IV, CF).
 Produzem poucos efeitos porque precisam de uma evolução do Estado.
 Segundo o STF, essas normas são capazes de gerar direitos subjetivos porque o Estado tem o dever de realizar um mínimo existencial dessas normas. STF: “O Estado deve assegurar a medicação e o tratamento de pacientes portadores de enfermidade grave”.
c.2) de princípio institutivo: contém apenas comandos de estruturação geral da instituição de determinado órgão, entidade ou instituição, de forma que a efetiva criação, organização ou estruturação, por expressa disposição constitucional, deve ser feita por normas infraconstitucionais. Exemplos:
Art. 7, XI - Lei - participação nos lucros da empresa.
Art. 37, VII – Lei específica - direito de greve dos servidores.
Se o complemento da norma constitucional de eficácia limitada não for feito, ocorrerá inconstitucionalidade por omissão, cabendo assim, o mandado de injunção (art. 5, LXXI, CF) e ADI por omissão (art. 103, §2º, CF).
Norma constitucional de eficácia absoluta
É uma norma de eficácia plena que não pode ser suprimida da constituição. Ex: cláusulas pétreas.
Norma constitucional de eficácia exaurida
É aquela norma que já produziu todos os efeitos previstos. Ex: (art. 2º, ADCT).
Direitos e garantias fundamentais
	DIREITOS
	GARANTIAS
	Norma de conteúdo declaratório;
	Normas de conteúdo assecuratório;
	Liberdade de locomoção
	Habeas corpus
 Classificação dos direitos fundamentais, segundo a CF/88
Direitos individuais e coletivos
Direitos sociais
Direito de nacionalidade
Direitos políticos e partidos políticos
Classificação doutrinária (dimensões)
Direitos de 1ª dimensão
São aqueles direitos que primeiro surgiram. Também chamados de direitos individuais ou liberdades públicas.
O estado tem o dever principal de não fazer. Ex: à vida, à liberdade, propriedade.
Exemplos de novos direitos de 1ª dimensão: direito de morrer, direito ao esquecimento.
Direitos de 2ª dimensão
São os direitos sociais. Ex: saúde, educação, moradia, trabalho...
Nesses, o Estado tem o dever principal de fazer.
Direitos de 3ª dimensão
São os direitos metaindividuais ou transindividuais (ex: direitos difusos e coletivos). Exemplo: direito ao meio ambiente sadio.
DICA MINEMÔNICA LIBERDADE (1ª), IGUALDADE (2ª),FRATERNIDADE (3ª).
Direitos de 4ª dimensão
Há duas posições:
Majoritária: são os decorrentes da evolução da ciência
Minoritária: são os direitos ligados à democracia.
Classificação dos STATUS de Jellinek:
Status negativo = o estado tem o dever de não fazer (liberdades públicas)
Status positivo = o estado tem o dever de fazer, agir (direitos sociais)
Status ativo = possibilidade de interferir nas decisões do estado. Ex: direitos políticos.
Status passivo = a pessoa tem um dever com relação ao Estado. Ex: art. 229, CF.
Titulares dos direitos fundamentais
- Art. 5º, CF brasileiros e	estrangeiros residentes no País. E estrangeiro em trânsito? Segundo o STF, pelo princípio da universalidade, todos que estão no território brasileiro são titulares de direitos fundamentais. Ex: turista estrangeiro pode impetrar HC.
- Pessoa jurídica é titular de direitos fundamentais (alguns).
Obs.: alguns direitos são incompatíveis com a natureza da pessoa jurídica. Ex: liberdade de locomoção. O STF já entendeu que não cabe HC em favor de pessoa jurídica.
Obs.: Alguns direitos são específicos da pessoa jurídica. Ex: nome empresarial.
Obs.: Segundo o STF, a pessoa jurídica de direito Público também é titular de alguns direitos fundamentais. Ex: município.
- Embrião, segundo STF:
a) No ventre materno o embrião é titular de alguns direitos constitucionais, sobretudo o direito à vida.
b) Fora do ventre materno, elas não são titulares de direitos fundamentais. Por isso a lei de biosegurança é constitucional.
- Morto: segundo o STJ, o morto é titular de alguns direitos fundamentais como a imagem, dignidade da pessoa humana.
- Animais: segundo o STF, embora sejam objeto de proteção do direito, não são titulares desses direitos. (Art. 225, §1º, VII, CF)
Características dos direitos fundamentais
Historicidade:
Eles decorrem de uma evolução histórica.
Universalidade:
Significa que os direitos fundamentais pertencem a todos.
Concorrência:
Significa que eles podem ser usufruídos simultaneamente.
Relatividade:
significa que os direitos fundamentais não são absolutos. Ex: direito à vida (guerra declaradapena de morte)
Obs.: parte da doutrina identifica alguns direitos ABSOLUTOS. Ex: art. 5º, III, CF.
Existe uma teoria norteamericana: “teoria do cenário da bomba relógio”. Essa teoria aduz que em casos extremos que, talvez, jamais acontecerão, qualquer direito poderá ser relativizado.
Inalienabilidade
Não se pode renunciar aos direitos fundamentais, é possível apenas não exercê-los.
Vinculação aos três poderes
Legislativo: tem que fazer leis que respeitam os direitos fundamentais; deve regulamentar os direitos fundamentais previstos na constituição; proibição do retrocesso (se o legislador já regulamentou um direito fundamental, não pode revogar essa regulamentação
Executivo: todos os seus atos devem respeitar os direitos fundamentais.
Judiciário: Fiscaliza os demais poderes quanto ao respeito aos direitos fundamentais. Ex: Anulação de licitação, lei declarada inconstitucional. As decisões do judiciário devem respeitar os direitos fundamentais.
Eficácia dos direitos fundamentais
Art. 5º, § 1º, CF: As normas definidoras dos direitos fundamentais têm aplicação imediata, dispensando regulamentação. Ex: direito de resposta (art. 5º, V, CF); mandado de injunção (art.5º, LXXI, CF).
Existe uma classificação da eficácia dos direitos fundamentais. Eficácia vertical e eficácia horizontal.
Vertical: é a relação entre o Estado e as pessoas.
Horizontal: é a aplicação dos direitos fundamentais nas relações privadas (pessoa e pessoa). Esse tema deve ser visto com cautela, em razão do princípio da autonomia da vontade.
A eficácia horizontal se desdobra em:
Eficácia horizontal mediata ou indireta:
Os direitos fundamentais se aplicam às relações privadas por meio de lei infraconstitucional. Ex: Código Penal.
Eficácia horizontal imediata ou direta:
A aplicação dos direitos fundamentais nas relações privadas, sem necessidade de lei infraconstitucional. O artigo da constituição se aplica diretamente. Ex:
Para se excluir um associado de uma associação deve-se respeitar o contraditório.
Na relação entre empregado e empregador deve-se respeitar a intimidade.
Na relação entre empregado e empregador deve-se respeitar a igualdade.
Direitos fundamentais em espécie
A vida
Art. 5º, caput, CF
Acepções:
- é o direito de continuar vivo
- é o direito de ter uma vida digna
Desde que momento a vida é tutelada?
Resposta: Desde a concepção - art. 4º, item I, Pacto de São José da Costa Rica.
Exemplos de tutela da vida intrauterina:
- o aborto é crime
- os alimentos gravídicos.
Exceções ao direito à vida:
- A constituição federal admite a pena de morte em caso de guerra declarada (art. 5º, XLVII, CF).
- O código penal prevê duas hipóteses de aborto legal (aborto necessário e o aborto sentimental).
- O código brasileiro de aeronáutica permite o abate de aeronaves hostis.
E o aborto do anencefálico?
Resposta: o CP considera crime. Ver ADPF 54!!!!!!
 Eutanásia = é a possibilidade de causar-se a morte por piedade, ou seja, matar para aliviar a dor.
Homicídio privilegiado (relevante valor moral)
Ortotanásia = causar a morte por omissão é fato atípico. Ex: desligar os aparelhos. Resolução 1805 do CNM.
A igualdade
Há duas espécies:
Igualdade formal
Consiste em dar a todos o mesmo tratamento, não importa se é rico ou pobre, etc.
Igualdade material
Consiste em dar aos desiguais um tratamento desigual, na medida de sua desigualdade (Essa é buscada pela constituição). Ex:
- foro por prerrogativa de função;
- imunidade parlamentar;
- serviço militar obrigatório;
- idade para aposentadoria;
- Lei 11.340/06 (Maria da penha)
Ações afirmativas São políticas públicas destinadas a certos grupos historicamente desprestigiados. Ex: sistemas de cotas nas universidades
É possível edital de concurso fixar limite de idade?
Resposta: segundo STF, um concurso público pode limitar a idade desde que haja relação com a função a ser exercida.
Princípio da Legalidade
	PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
	RESERVA LEGAL
	Art. 5º, II, CF: NINGUÉ M SERÁ OBRIGADO A FAZER OU DEIXAR DE FAZER ALGUMA COISA SENÃO EM VIRTUDE DE LEI. “Lato sensu”
	ALGUMAS MATERIAS SÓ PODEM SER DISCIPLINADAS POR MEIO DE LEI “STRICTO SENSU”
	
	Reserva legal absoluta: significa que a lei vai regular integralmente a norma constitucional;
	
	Reserva legal relativa: além da lei, atos infralegais poderão regulamentar a norma constitucional.
	
	Reserva legal simples: a norma constitucional não fixa uma finalidade específica da lei.
	
	Reserva legal qualificada: a norma legal fixa as diretrizes da norma regulamentadora
Tortura art. 5, III, CF
É crime equiparado a hediondo
Lei 9455/97 (Lei da Tortura)
Vedado: anistia, graça e fiança.
É imprescritível? Não.
Imprescritível é o racismo e ação de grupos armados contra o Estado democrático.
Art. 5º, V, CF
Havendo ofensa à honra é assegurada indenização por danos e materiais e direito de resposta. (proporcional ao agravo)
Art. 5º, VI, CF = Liberdade de consciência e crença
O Brasil é um Estado laico (não tem religião oficial);
A constituição de 1824 foi a única que tinha a religião oficial, a católica apostólica romana.
Sistemas possíveis na relação entre Estado x Igreja:
- Fusão: é aquele em que existe uma confusão entre Estado e igreja
- Estado confessional: é aquele que adota uma religião oficial.
- Estado laico: o Brasil atualmente, sem religião oficial.
Segundo o STF, a palavra “Deus” no preâmbulo não fere a laicidade do Estado brasileiro.
E os Crucifixos nas repartições públicas?
Resposta: segundo o CNJ, a presença dos crucifixos nos prédios do poder judiciário não fere a laicidade.
Observação: “... a lei vai proteger os locais de culto e as suas liturgias” (art. 5º, VI, CF, in fine). Exemplo:
CPC, art. 217:
Limita a citação durante o culto religioso;
Escusa de consciência (art. 5º, VIII, CF)
Diante de uma obrigação a todos imposta (ex: serviçomilitar obrigatório), a pessoa pode alegar a escusa de consciência (religiosa, política, filosófica) para não cumprir essa obrigação.
Alegando a escusa de consciência, terá que cumprir uma prestação social alternativa. Lei 8239/91.
Não havendo o cumprimento da prestação social alternativa, acontecerá a suspensão dos direitos políticos.
Art. 5º, IX = Liberdade artística, cultural, científica etc.
A constituição de 1988 veda a licença (autorização prévia) e a censura (ordem proibitiva). ADPF 130 – O STF entendeu que a lei de imprensa foi integralmente não recepcionada pela CF/88. O juiz deverá aplicar as demais leis (CP, CC), bem como os princípios gerais do direito.
ADIN 3741 – O STF declarou inconstitucional lei que proibia a divulgação de pesquisas eleitorais nos dias anteriores à eleição.
Art. 5º, X, CF = invioláveis a vida privada e a intimidade
	VIDA PRIVADA
	INTIMIDADE
	+ AMPLA
	+ RESTRITA
	RELAÇÕES LABORAIS
	RELAÇÕES PESSOAIS, FAMILIARES
O sigilo bancário e fiscal está implícito no art. 5º, X, CF.
Segundo o STF, quem pode decretar a quebra do sigilo bancário e fiscal:
O juiz;
CPI (comissão parlamentar de inquérito): tem poderes instrutórios de juiz.
Obs.: Receita federal baseada na lei complementar 105/01 solicitou informações diretamente do banco Santander. Mas o STF no R.E 389808 disse que a receita federal não pode quebrar o sigilo bancário.
Art. 5º, XI – inviolabilidade domiciliar
XI - A “casa” é asilo inviolável do indivíduo...
CASA é a residência, quarto de hotel ocupado, quarto de motel ocupado, local de trabalho (não aberto ao público), trailer etc.
Ex: RHC 90376
Exceções:
Consentimento prévio do morador (dia ou noite);
Flagrante delito (dia ou noite);
Desastre (dia ou noite);
Prestar socorro (dia ou noite);
Mediante mandado judicial (só durante o dia).
Segundo o STF, somente Juiz pode determinar a busca domiciliar. “reserva de jurisdição”
Dia é das 06:00 as 18:00hrs.
O inquérito 2424 – STF – é possível a invasão de escritório de advocacia durante a noite, mediante ordem judicial, para instalação de escutas ambientais.
A lei do crime organizado – 9034/95 – permite a captação de imagens.
Art. 5º, XII, CF = Inviolabilidade das comunicações.
Comunicações:
a) Correspondência;
Telegráficas;
Dados;
Telefônicas.
Direito absoluto? Não. Exceções: a) correspondência dos presos; b) estado de defesa e estado de sítio; c) art. 5º, XII, in fine: “salvo, no último caso (dados e comunicações telefônicas), mediante ordem judicial (reserva de jurisdição, ou seja, só o juiz pode decretar) durante o processo penal ou investigação criminal”.
Obs.: não confundir interceptação telefônica com quebra do sigilo telefônico. 
	INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA
	QUEBRA DO SIGILO TELEFÔNICO
	GRAVAÇÃO CLANDESTINA
	GRAVAÇÃO DE UMA COMUNICAÇÃO FEITA POR UM TERCEIRO, SEM O CONHECIMENTO DOS INTERLOCUTORES.
	OBTENÇÃO DOS REGISTROS TELEFÔNICOS
	É FEITA POR UM DOS INTERLOCUTORES, SEM O CONHECIMENTO DO OUTRO. ENTENDIMENTO MAJORITÁRIO, É LÍCITO.
	SÓ JUIZ PODE DECRETAR “RESERVA DE JURISDIÇÃO”.
	JUIZ, CPI.
	
 
A Interceptação telefônica ou de dados que só pode ser decretada pelo Juiz, só é possível no processo penal ou na investigação criminal. Não é qualquer crime, só nos punidos com pena de reclusão. (Lei 9296/96)
Essas gravações poderão ser usadas como “provas emprestadas” no processo civil ou administrativo?
Resposta: Segundo o STF e STJ, desde que a prova tenha sido obtida licitamente, é possível sua utilização como prova emprestada.
Prazo da interceptação: segundo a lei 9296/96, a interceptação telefônica é uma medida excepcional e tem o prazo de até 15 dias, prorrogáveis (quantas vezes forem necessárias). 
E se houver descoberta fortuita de fatos novos (serendipidade)? É pacífico que a interceptação pode recair sobre novos fatos ou novos criminosos, se houver conexão com o crime para o qual foi decretada a interceptação.
é se o crime (descoberto) é punido com detenção? Sim. Poderá mesmo assim ser utilizada.
 Remédios constitucionais
Habeas corpus – art. 5º, LXVIII, CF;
Habeas data – art. 5º, LXXII, CF;
Mandado de injunção – art. 5º, LXXI, CF;
Ação popular – art. 5º, LXXIII, CF;
Mandado de segurança – art. 5º, LXIX, CF;
Mandado de segurança coletivo – art. 5º, LXX.
Habeas corpus
Origem magna carta de 1215
No Brasil nasceu no código de processo criminal de 1832, e depois na constituição de 1891 (Rui Barbosa). O habeas corpus nessa constituição tutelava quaisquer direitos e não apenas a liberdade de locomoção. (teoria brasileira do habeas corpus) 
A partir de então, o HC esteve em todas as constituições brasileiras tutelando apenas a liberdade de locomoção. Em 1968 o HC teve um golpe pelo AI5 (ato institucional da ditadura militar); a ditadura disse que não cabia habeas corpus para crime contra a segurança nacional, ou seja, qualquer passeata estudantil era enquadrada na lei de segurança nacional. 
 Direito tutelado hoje: liberdade de locomoção: direito de ir, vir e ficar - liberdade ambulatória. 
Obs.: Segundo o STF, que possui orientação pacífica nesse sentido, não cabe habeas corpus quando houver necessidade de apurar reexame de fatos e provas, não podendo este remédio constitucional servir como espécie de recurso, que devolva completamente toda a matéria decidida pelas instâncias ordinárias ao STF. HC 120460
- Espécies:
a) Habeas corpus preventivo:
É aquele em que existe uma ameaça real de constrangimento. Não existe um ato, mas uma real ameaça ao direito de locomoção. 
Ex: testemunha vai depor em CPI e impetra HC PREVENTIVO para que seja reconhecido o direito de permanecer calado sem ser preso. HC 80584, 83357 (STF)
Habeas corpus repressivo ou liberatório:
Aqui já existe um ato constrangedor da liberdade de locomoção, por exemplo, uma prisão.
- Quem pode impetrar? Em favor de quem?
Qualquer pessoa pode impetrar HC em favor de qualquer pessoa.
Impetrante Não precisa ser advogado (art. 1º, EOAB); pode ser impetrado em favor de direito próprio ou alheio; não precisa de procuração; pode ser impetrado por brasileiro ou estrangeiro (segundo o STF, tem que ser em língua portuguesa); pode ser impetrado por analfabeto (art. 654, CPP).
Não se admite Habeas corpus apócrifo (sem assinatura, anônimo).
Segundo o STF, não será julgado o HC contra a vontade do paciente.
Paciente Deve ser pessoa física. Segundo o STF, não cabe HC em favor de pessoa jurídica, porque essa não tem liberdade de locomoção. (HC 92921/BA). Segundo o STF, pessoa jurídica não pode ser impetrante ou paciente em HC. 
Não cabe Habeas corpus em favor de animais, porque ele não é sujeito de direitos.
- É possível habeas corpus contra punição disciplinar?
Segundo o art. 142, §2º, CF, não cabe habeas corpus contra punição disciplinar do militar. As forças armadas têm como fundamento a hierarquia e a disciplina. 
Segundo o STF e o STM, é possível HC para discutir a legalidade, e não o mérito da punição. Ex: autoridade incompetente, desrespeito à ampla defesa.
- É possível Habeas corpus na justiça do trabalho?
De acordo com a EC 45/04, a justiça do trabalho pode julgar habeas corpus. Segundo o STF, isso não significa que a justiça do trabalho julgará matéria penal. ADIN 3684
Segundo o STF, é possível o habeas corpus contra decisão judicial que decreta a quebra do sigilo bancário e fiscal durante o processo penal ou investigação criminal. (risco de prisão)
- Competência para julgar o Habeas corpus
Depende da autoridade coatora. Impetra-se o habeas corpus para autoridade que está acima da autoridade coautora.
Ex: Juiz tribunal STF
Obs.: A Súmula 690 está em desuso. O STF, deixando de aplicar a súmula 690, entende que a competência é do T.J ou do TRF. Assim: Turma recursal do Jecrim T.J ou TRF
- É possível liminar em habeas corpus. Segundo o STF, não cabe HC contra decisão que nega liminar em outro Habeas corpus, salvo em caso de extrema ilegalidade. Súmula 691 – STF
- É possível efeito extensivo em habeas corpus?
O efeito extensivo (pressupõe concurso de agentes)dos recursos também se aplica ao habeas corpus. (art. 580, CPP)
Habeas data (art. 5º, LXXII, CF)
Lei 9507/97
Inspirações no direito Americano e no direito português
- Finalidade principal
Tem a função de garantir o acesso à informação sobre dados pessoais. Essas informações estão em bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público. 
Atenção! Os dados do objeto do HD são da pessoa do impetrante!
Exceção: já se permitiu Habeas data para pleitear acesso a dados do falecido.
É diferente do direito à informação (art.5º, XXXIII) que é de interesse público ou particular. É diferente do direito de certidão (Art. 5º, XXXIV) que é o direito de obter dos órgãos públicos, certidões. 
O habeas data é mais restrito do que esses direitos, porque se refere, apenas, a dados pessoais do impetrante.
Atenção: o direito de informação e o direito de certidão, se violados, será cabível o MANDADO DE SEGURANÇA.
Segunda finalidade:
Corrigir essas informações (dados pessoais), se incorretas.
Terceira finalidade: fazer anotações nos dados pessoais quando estiverem corretos.
Finalidades em geral (todas relativas à pessoa do impetrante):
a) assegurar o conhecimento de informações;
b) retificação (correção) de dados;
c) anotação no banco de dados, de explicação sobre alguma informação.
- Para impetrar habeas data é necessária negativa ou demora na via administrativa?
	Para se impetrar habeas data é necessária a negativa ou demora na via administrativa. (Súmula 2º, STJ; art. 3º, lei 9507/97)
O fundamento nessa limitação é de que a negativa ou a demora na via administrativa é necessária para configuração do interesse de agir (condições da ação).
	HABEAS DATA
	- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 
	Acesso à informação
	Recusa ou demora de 10 dias
	Retificação
	Reusa ou demora de 15 dias
	Anotação
	Recusa ou demora de 15 dias
- Quem pode impetrar? Contra quem?
Impetrante Pessoa física ou jurídica
Brasileiro ou estrangeiro
Precisa-se de advogado
Legitimado passivo Detentor da informação
Mandado de injunção (art.5º, LXXI, CF)
 Não existe lei regulamentadora. Segundo o STF, aplica-se analogicamente o rito do mandado de segurança.
Origem Inspiração no direito norte americano e no direito português.
- Cabimento
Cabe mandado de injunção quando a ausência de norma regulamentadora inviabiliza a realização de um direito constitucional. Exemplo: quando a CF prevê um direito, mas o seu exercício necessita de uma regulamentação. (art. 7º, XI; art. 37, VII; art. 40º, §4º, CF.)
- impetrante: Qualquer pessoa (física ou jurídica, brasileiro ou estrangeiro), que se diga titular do direito constitucional (acompanhado de advogado). 
 O STF admite o mandado de injunção coletivo. (Analogia ao MS coletivo). 
 Segundo o STF, o município pode impetrar mandado de injunção.
- impetrado: sempre pessoas públicas e suas autoridades.
- Efeitos do Mandado de injunção
- Posição antiga do STF: posição não-concretista. Aos efeitos do MI aplicava-se o mesmo efeito da ADIN por omissão (Apenas comunicava o órgão competente).
- Posição concretista do STF (ATUAL): O mandado de injunção produzirá efeitos concretos. Há duas modalidades: uma individual, que vai beneficiar a pessoa do impetrante; e uma posição geral que produzirá efeitos para além das partes. Ex: Até que seja feita a lei específica, aplicar-se-á a lei geral sobre a greve.
Ação popular (art. 5º, LXXIII, CF)
- Origem no direito romano
- Surgiu na constituição de 1934
- cabimento
É uma ação ajuizada por cidadão, pessoa no gozo dos direitos políticos. Basta ter o direito de votar. 
Pode-se ajuizar a ação popular a partir dos 16 anos, desde que seja eleitor, não necessitando da assistência dos pais (Precisa estar acompanhado de advogado).
Pode ser impetrada somente por brasileiros, estrangeiros não, por falta dos direitos políticos, salvo o português equiparado.
Pessoa jurídica não pode ajuizar ação popular, porque não é cidadão. (Súmula 365, STF)
É possível ajuizar ação popular fora do domicílio eleitoral.
- o art. 6º, §5º da LAP (lei de ação popular) permite que outros cidadãos participem da ação popular como assistentes ou litisconsortes. Neste caso, se o autor da ação desistir, outro cidadão ou o ministério público poderá dar-lhe seguimento.
- Finalidade
 Evitar (preventiva) ou reparar (repressiva) lesão:
Ao patrimônio público;
Meio ambiente;
Moralidade administrativa;
Patrimônio histórico e cultural.
Obs.: O Habeas corpus e o habeas data são ações gratuitas para todos, porém na ação popular é isento de custas e ônus de sucumbência o autor, salvo comprovada má-fé.
Mandado de segurança – individual - art.5º, LXIX, CF
Lei 12.016/09
 É uma ação constitucional destinada a tutelar direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, contra ato de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica (privada) no exercício de função pública.
Direito líquido e certo: é o direito que não precisa de dilação probatória. É o direito que já está provado.
Cabe colocar que é o mandado de segurança é uma ação de natureza residual, subsidiária, pois somente será cabível quando o direito líquido e certo em questão não for tutelado por outro remédio judicial. É sempre de natureza civil, ainda quando impetrado contra ato de juiz criminal, praticado em processo penal.
Cabe MS no processo penal para tutelar direitos da vítima, do Ministério Público, do advogado etc.
- origem
- Direito mexicano – recurso de amparo;
- No Brasil, teve o mesmo desenvolvimento da ação popular;
Impetrante: pode ser pessoa física ou jurídica, estrangeiro ou brasileiro (acompanhado de advogado)
É possível MS para tutelar o direito das minorias;
Cabe mandado de segurança impetrado por parlamentar para obstar o prosseguimento de um projeto de lei inconstitucional. (controle preventivo realizado pelo judiciário. MS 22800)
- A lei 12.016/09 fixa um prazo decadencial para impetração de MS que é de 120 dias, a contar do conhecimento do ato. Esse prazo é constitucional, porque, se esgotado, não impede que a parte procure o poder judiciário por outros meios.
- Mandado de segurança coletivo (art.5º, LXX, CF)
É igual ao MS individual, possuindo apenas duas diferenças:
Direito tutelado:
- Direitos coletivos: são aqueles direitos que pertencem a uma coletividade determinável de pessoas e é um direito indivisível.
- Direitos individuais homogêneos: são aqueles que pertencem a uma coletividade determinável de pessoas, mas é direito divisível.
Legitimados:
- partido político com representação no congresso nacional (pelo menos 1 deputado ou 1 senador).
- Organização sindical, Entidade de classe e Associação legalmente constituída em funcionamento há pelo menos 1 ano, todas, em favor de seus membros ou associados.
 O mandado de segurança coletivo não produzirá litispendência quanto às ações individuais. Para aquele que impetrou o mandado de segurança individual, para se beneficiar do MS coletivo, deverá desistir de sua ação no prazo de 30 dias a contar do conhecimento da medida coletiva. 
 Direitos sociais
Também chamado de direitos de segunda (2º) dimensão. Nesses, o estado tem o dever principal de fazer. Ex: educação, alimentação (EC 64/10), moradia (EC 26/06), saúde etc.
Esses direitos sociais são cumpridos nos termos dos dispositivos constitucionais presentes no título “ordem social”.
As normas definidoras dos direitos sociais não produzem todos os seus efeitos. (Normas programáticas)
Essas normas necessitam de uma paulatina evolução do Estado
O Estado é obrigado a assegurar um “mínimo existencial” desses direitos sociais. LimiteReserva do possível, que diz respeito quando o Estado já não tem mais condição, dinheiro no orçamento. ADPF 45, STF. O ônus da prova é do Estado nesse caso
 Direito de nacionalidade
É o vinculo jurídico e político de uma pessoa com um Estado. 
É um direito fundamental; está previsto na constituição (art. 12º, CF) e em tratados internacionais sobre direitos humanos (pacto são José dacosta rica).
Legislar sobre nacionalidade é competência privativa da união (art. 22, CF)
Não é possível medida provisória sobre nacionalidade. (art. 62, §1º, I, a, CF)
Existem pessoas sem nacionalidade: os apátridas 
Povo: conjunto de nacionais. (não importa onde esteja)
População: conjunto de pessoas em um determinado lugar, independente da nacionalidade.
Nação: conjunto de pessoas ligadas por laços, históricos, culturais e lingüísticos.
- Espécies de nacionalidade
a) Originária ou primária
É aquela adquirida pelo nascimento. Somente pode está prevista na constituição federal. assim são brasileiros natos:
 Os nascidos em território brasileiro, critério do “Jus solis”, salvo se de pais estrangeiros a serviço de seu País
Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, que esteja a serviço do Brasil (ex: missão diplomática ou a serviço do Estado brasileiro). “critério Jus sanguinis + critério funcional”
Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, que seja registrado em repartição brasileira competente, ex: consulado ou embaixada brasileira. “Jus sanguinis + registro”
Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou mãe brasileira, que venha a residir no Brasil e opte pela nacionalidade brasileira. Essa opção é feita na justiça Federal (art. 109, X, CF), e só pode ser feita após a maior idade (art. 12, I, c, CF). É ato personalíssimo.
“Jus sanguinis + residência no Brasil + opção”
Segundo o STF, a nacionalidade será adquirida no momento da fixação da residência (nacionalidade precária). Só se torna definitiva com a opção pela nacionalidade brasileira.
Segundo o TSE, o alistamento eleitoral não depende de prova de opção pela nacionalidade brasileira. (resolução 21385/03)
Secundária ou adquirida
É aquela adquirida por um ato posterior de vontade. (naturalização). 
Podem está na Constituição Federal e na lei infraconstitucional. Assim, são brasileiros naturalizados:
Naturalização tácita ou grande naturalização – CF/1891, art 69. 
Todo mundo que estava no Brasil, no dia da proclamação da república, foi considerado brasileiro, salvo se houvesse manifestação em contrário.
Naturalização expressa pode ser:
Ordinária
É aquela em que seus requisitos estão previstos em lei infraconstitucional (estatuto do estrangeiro), exigindo-se dos estrangeiros oriundos de países de língua portuguesa apenas residência por 1 ano + idoneidade moral
O processo de naturalização é misto, pois a primeira parte é administrativa, já a segunda tem caráter jurisdicional, onde se realiza a entrega, pelo juiz federal, do certificado de naturalização.
Segundo o STF, a naturalização é obtida com a entrega do certificado. Antes disso o agente ainda é considerado estrangeiro.
Extraordinária ou quinzenária
O estrangeiro de qualquer nacionalidade poderá se naturalizar brasileiro desde que resida no Brasil por quinze anos ininterruptos, sem condenação criminal.
 - Hipóteses de naturalização previstas no estatuto do estrangeiro
a) Radicação precoce (art. 115, §2º, I, lei 6815/80)
b) Conclusão de curso superior (art. 115, §2º, II, lei 6815/80)
- Diferenças entre brasileiro nato e naturalizado
Somente a constituição pode estabelecer diferenças entre ambos. São elas:
a) Cargos privativos de brasileiros natos
- Presidente da república e os demais que podem chegar a ocupar esse cargo, como: vice-presidente, pres. Da câmara dos deputados, presidente do senado federal, ministros do STF;
- Diplomata;
- Oficial das forças armadas;
- Ministro da defesa
b) Diferença nas funções
- O brasileiro nato possui seis assentos reservados no conselho da república (órgão superior de consulta do presidente da república, que dará sua opinião (não vinculante) antes de decisões importantes, ex: estado de sítio, estado de defesa.)
c) Extradição
é a remessa de uma pessoa para outro país para que lá seja processado ou cumpra pena. O brasileiro nato NUNCA pode ser extraditado do Brasil. O brasileiro naturalizado pode em dois casos:
- Em crime anterior à naturalização
- Tráfico de drogas (não importa quando foi praticado se antes ou depois da naturalização)
d) Propriedade de empresas jornalísticas (art. 222, CF)
- O brasileiro nato pode adquirir essas empresas normalmente
- O brasileiro naturalizado somente depois de dez anos, a contar da naturalização.
- O Português equiparado (art. 12º, §1º, CF)
O português com residência permanente no Brasil pode requerer a equiparação, adquirindo todos os direitos de um brasileiro naturalizado (quase nacionalidade). A CF/88 exige reciprocidade por parte de Portugal, ao brasileiro lá.
Assim, o português residente no Brasil tem duas opções: naturalizar-se brasileiro (residência por 1 ano + idoneidade moral), assim DEIXA DE SER português ou requerer a equiparação tendo todos os direitos de um brasileiro naturalizado (continuando sendo português).
2 Regras previstas no decreto 3927/01:
O português equiparado só pode ser extraditado para Portugal.
O português equiparado deverá escolher em qual país exercerá os seus direitos políticos.
- perda da nacionalidade
Ação para cancelamento da naturalização
Só recai sobre os brasileiros naturalizados;
Tramita na Justiça Federal;
É ajuizada pelo ministério público federal;
É ajuizada quando houver a pratica de atividade nociva ao interesse nacional;
O momento da perda é a sentença transitada em julgado decretando a perda
Readquirir a nacionalidade só é possível pela ação rescisória (não é possível uma nova naturalização)
Aquisição voluntária de outra nacionalidade
Recai sobre brasileiros natos ou naturalizados;
O momento da perda é um decreto presidencial (lei 818/49)
Segundo o decreto 3453/00, o presidente delegou essa atribuição ao ministro da justiça.
Pode-se readquirir a nacionalidade brasileira, se a pessoa residir no Brasil novamente, bastando fazer um requerimento ao ministro da justiça; ele volta a adquirir o seu “statu quo ante”
 Deportação, expulsão e extradição
Deportação: é a retirada de um estrangeiro do território brasileiro, se aqui entrou ou permaneceu irregularmente.
É ato unilateral
Deportado para onde?
- Para o país de sua nacionalidade;
- Para o país de sua procedência;
- Para o país que consinta.
Obs.: o estrangeiro, em via de ser deportado, pode ser preso. (Art. 61 do estatuto do estrangeiro). Essa prisão só pode ser decretada pelo juiz. O estrangeiro pode regressar ao Brasil desde que arque com as despesas da deportação.
Expulsão: é a retirada do estrangeiro do território brasileiro se aqui praticou ato atentatório ao interesse nacional
É ato unilateral (não precisa que algum país peça).
É feita por decreto presidencial
O judiciário não pode apreciar o mérito da expulsão, mas apenas a legalidade e constitucionalidade. HC 82893
O estrangeiro, em vias de ser expulso, pode ser preso.
O estatuto do estrangeiro veda a expulsão em três casos:
- Quando a extradição for vedada, ex: crime político ou de opinião;
- Quando o estrangeiro tem cônjuge brasileiro a mais de cinco anos. 
- Quando o estrangeiro tem filho brasileiro que dele dependa. (adoção ou reconhecimento posterior ao ato atentatório, não impede a expulsão).
“ter filho brasileiro ou cônjuge brasileiro não impede a extradição” súmula 421, STF.
Extradição: É o envio de uma pessoa (brasileiro naturalizado ou estrangeiro) para outro país, para que lá seja processada ou cumpra pena. (ato bilateral).
Existem duas modalidades de extradição:
Ativa: é aquela que o Brasil pede a extradição para outro país.
Passiva: Quando um país pede ao Brasil.
Lei 6.815 (estatuto do estrangeiro)
É o STF que analisa os requisitos da extradição. Ele vai dizer se é possível ou não é possível a extradição. Entendendo possível, levar-se-á para o presidente da república.
São requisitos:
Existência de tratado de extradição entre os dois países ou acordo de reciprocidade.
O estado deve ter competência para julgar o crime.
Obs.: o STF não analisa o mérito, mas sim os requisitos. 
É vedada a extradição:a) de brasileiros, b) crime político e opinião, c) se não for crime nos dois países, d) se a punibilidade já foi extinta segundo a lei de um dos dois países, e) se o Brasil é competente para julgar o crime (exceção: tráfico internacional de entorpecentes), f) Para cumprimento de pena de morte (é necessário que o outro país assuma o compromisso de aplicar pena privativa de liberdade).
Segundo o STF, só é possível a extradição em caso de prisão perpétua se o país assumir o compromisso de comutar essa pena para privação de liberdade de até 30 anos.
 Direitos políticos
São os direitos destinados a realizar a soberania popular.
Democracia direta, é aquela em que o povo toma suas decisões diretamente; indireta ou representativa, é aquela em que o povo toma suas decisões por meio de representantes eleitos; semidireta (adotada no Brasil) é uma democracia indireta, com algumas hipóteses de democracia direta.
Plebiscito
Referendo
	PLEBISCITO
	REFERENDO
	É UMA CONSULTA POPULAR SOBRE DETERMINADO TEMA
	É UMA CONSULTA POPULAR SOBRE DETERMINADO TEMA
	É CONVOCADO PELO CONGRESSO NACIONAL
	É AUTORIZADO PELO CONGRESSO NACIONAL
	DECRETO LEGISLATIVO – INICIATIVA DE 1/3 DOS PARLAMENTARES NO MÍNIMO
	IDEM 
	PERGUNTA-SE PARA O POVO, DEPOIS FAZ A LEI OU ATO ADMINISTRATIVO
	FAZ-SE A LEI OU O ATO ADMINISTRATIVO, DEPOIS PERGUNTA AO POVO
Iniciativa popular (art. 61, §2º)
É a possibilidade do povo fazer um projeto de lei municipal, estadual ou federal.
No tocante a lei federal, necessita:
1% do eleitorado nacional;
Pelo menos assinatura em 5 estados;
Pelo menos 0,3% dos eleitores desses estados
Após isso, envia-se o projeto de lei para a câmara dos deputados; 
O congresso nacional não tem prazo para votar esse projeto de lei; 
Esse projeto só pode versar sobre um tema; 
O congresso não pode rejeitar esse projeto por vício de forma.
No tocante a lei Estadual, necessita:
A constituição federal não diz, então ficará a cargo de cada estado.
No tocante a lei municipal (art. 29, XIII, CF)
5% do eleitorado do município
Direito de sufrágio
Direito de votar (alistabilidade ou capacidade eleitoral ativa)
Voto obrigatório:
- maiores de 18 e menores de 70 anos
Voto facultativo:
- maior de 16 e menor de 18 anos
- maiores de 70 anos
Voto proibido:
- estrangeiros. Exceção: português equiparado
- menores de 16 anos
- militar conscrito (é aquele que presta o serviço militar obrigatório)
Características do voto:
Voto direto – sem intermediários, o povo escolhe diretamente o seu representante.
Tem Voto indireto na CF/88?
Resposta: sim. Se o presidente e o vice deixam o cargo nos dois últimos anos do fim do mandato, haverá eleições indiretas no congresso nacional, pelo prazo de 30 dias. Aplica-se essa regra, pelo princípio da simetria, aos entes federados.
Voto secreto – sigiloso
Voto universal – todos têm o direito de votar
 Voto periódico – tempos em tempos, haverá o direito de votar.
Observação: essas quatro características acima do voto são cláusulas pétreas
Igualdade – todo voto tem o mesmo peso, o mesmo valor. Essa característica é atenuada no caso dos deputados federais, por exemplo, em São Paulo se precisa de 200 mil votos para eleger um deputado federal, enquanto no Amazonas apenas 20 mil.
Liberdade – o leitor pode votar em qualquer candidato, bem como votar em branco ou nulo.
Direito de ser votado (capacidade eleitoral passiva)
Condições de elegibilidade
- Brasileiro (exceção, português equiparado)
- Alistamento eleitoral
- Filiação partidária
- Pleno gozo dos direitos políticos
- Domicílio eleitoral na circunscrição
- Idade mínima:
35 anos para Presidente e vice, senador;
30 anos para ser governador e vice;
21 anos para ser prefeito, vice, deputados e juiz de paz.
18 anos vereador
- Qual o momento de aferição das condições da elegibilidade?
Regra: no registro da candidatura
Exceção: idade mínima deve ser apurada na data da posse.
 Inelegibilidade
Absoluta: vale para todos os cargos
- Estrangeiros;
- Militar conscrito;
- Analfabeto.
Relativa: 
- Reeleição (ART. 14, §5º) – Chefe do poder executivo (prefeito, governador e presidente) só pode se reeleger uma vez consecutiva.
A constituição permite novas reeleições não consecutivas.
Para que haja a reeleição, não e necessária a desincompatibilização.
No poder legislativo, não há limites de reeleições.
 Inelegibilidade para outros cargos (art. 14, §6º, CF)
O chefe do poder executivo para se candidatar a outros cargos, deve renunciar ao atual mandato seis meses antes da eleição.
Essa limitação não se aplica ao poder legislativo
Inelegibilidade pelo parentesco (art. 14, §7º, CF)
Alguns parentes do chefe do poder executivo não podem se candidatar dentro da respectiva circunscrição.
São eles: 
- cônjuge (união estável, união homoafetiva)
Súmula vinculante 18 = a separação do casal durante o mandato não afasta a inelegibilidade.
- Parentes até o 2º grau
Exceção: se o parente já coupava cargo público eletivo, poderá se candidatar a reeleição.
Inelegibilidade do militar
O militar conscrito não pode ser eleito!
- Com menos de 10 anos de atividade
Deixa a atividade militar
- Com mais de 10 anos de atividade
Ficará agregado (afastado temporariamente) e, se for eleito, passa para a inatividade.
Conflito do art.14 x art.142, §3º, CF
O registro da candidatura poderá ser feito sem o alistamento eleitoral, que só ocorrerá se o militar for eleito.
Art. 14, §9º, CF – outras hipóteses de inelegibilidade por meio de lei complementar, ex: LC 135/10 (lei da ficha limpa).
Ação para impugnação do mandato eletivo
Prazo: 15 dias, após a diplomação;
Mínimo probatório: abuso do poder econômico, corrupção ou fraude;
Tramita em segredo de justiça esta ação.
O autor responde por: ação temerária ou má-fé.
Perda e suspensão dos direitos políticos
Não há mais cassação dos direitos políticos
Perda: prazo indeterminado
Ação para cancelamento da naturalização
- tramita na justiça federal;
- sentença transitada em julgado;
- deixa de ser brasileiro.
b) aquisição voluntária de outra nacionalidade
		- decreto do ministro da justiça
c) Escusa de consciência (art. 5º, VIII, CF)
		- divergência na doutrina!
Suspensão: prazo determinado
Sentença condenatória penal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos.
Não importa a prisão (regime aberto, “sursis”, livramento condicional).
Condenação por improbidade administrativa
Incapacidade civil absoluta
Divergência na doutrina
	Perda/ suspensão
	Reaquisição 
	Cancelamento da naturalização
	Ação rescisória
	Aquisição voluntária
	Decreto do ministro da justiça
	Escusa de consciência
	Cumprimento da prestação alternativa
	Condenação criminal
	Terminando os efeitos da condenação
	Improbidade administrativa
	Basta terminar o prazo previsto em lei
	Incapacidade civil absoluta
	Voltando a ter capacidade
- Princípio da anterioridade eleitoral – anualidade – art. 16º, CF.
A nova lei que altera o processo eleitoral entrará em vigor imediatamente, mas só poderá ser aplicada às eleições que ocorrerem um ano depois.
Segundo o STF, este princípio é direito individual do eleitor, sendo, portanto, cláusula pétrea.
Ação popular
- já foi falado nos direitos fundamentais
 Hermenêutica constitucional
A palavra hermenêutica vem de “Hermes” que na mitologia grega, fazia a interpretação das palavras dos Deuses para os homens.
 Hermenêutica é a ciência da interpretação
 Prevalece o entendimento de que existe uma hermenêutica constitucional. (A constituição possui um grande número de dispositivos de natureza política. Enquanto a constituição é o pressuposto de validade das leis, ela não possui essa mesma limitação)
Duas posições doutrinárias com relação a hermenêutica constitucional:
Interpretativismo – o intérprete deve se limitar a análise do texto constitucional e dos princípios claramente implícitos. (uma visão positivista)
O não – Interpretativismo – o intérprete tem liberdadepara buscar os valores constitucionais, como igualdade e justiça
	
Métodos de interpretação constitucional
Método Jurídico ou hermenêutico clássico (savigny)
É o mesmo método utilizado na interpretação das leis. Ex: Interpretação gramatical – art.5º, XII, CF;
Interpretação lógica – art. 129, I, CF;
Método teleológico (busca a finalidade da lei);
Método histórico (busca a origem da lei).
Método tópico problemático
NORMA CONCOSNTITUCIONAL
PROBLEMAO intérprete parte de um PROBLEMA para chegar à NORMA CONSTITUCIONAL
			
Método Hermenêutico concretizador 
O intérprete parte de uma pré – compreensão da norma constitucional para o problema, fazendo um chamado círculo hermenêutico, até encontrar a interpretação mais adequada. Ex:
NORMA
PROBLEMA
Método normativo estruturante
O texto constitucional não se confunde com a norma constitucional; o texto constitucional é apenas a “ponta do iceberg”, ou seja, o intérprete não pode ficar reduzido ao texto constitucional. Ex: art.5º, LXIII, CF – é direito do solto, também, de permanecer calado, é o direito de não produzir provas contra si mesmo.
Método científico espiritual
É aquele método que busca a finalidade da constituição 
Método comparativo
 É aquele no qual o intérprete se vale do direito comparado, comparando a constituição de seu país com a de outros países.
Princípios de interpretação constitucional
Princípio da unidade
Havendo conflito entre normas constitucionais, uma não revogará a outra.
Princípio da concordância prática ou harmonização
Visa solucionar o conflito entre direitos fundamentais
Princípio do efeito integrador
Havendo conflito entre normas constitucionais, deve-se buscar a norma que mantém a integração política e social
Princípio da justeza ou conformidade funcional
O intérprete não pode alterar as competências previstas na constituição. Ex: o judiciário, ao exercer o controle de constitucionalidade, atua como legislador negativo.
Princípio da eficiência ou máxima efetividade
O intérprete deve buscar a maior eficácia possível das normas constitucionais. Ex: normas programáticas
Princípio da força normativa da constituição
O intérprete deve buscar uma maior longevidade da constituição, evitando reformas sucessivas.
Princípio da presunção de constitucionalidade das leis e atos normativos
Via de regra, as leis e demais atos do poder público presumem-se constitucionais – presunção relativa “juris tantum”
Princípio da supremacia da constituição
A lei deve ser interpretada de acordo com a constituição e não o contrário.
Princípio da proporcionalidade
Origem na Alemanha
Seu objetivo principal é analisar a constitucionalidade das limitações feitas nos dispositivos constitucionais, principalmente nos direitos fundamentais. Ex: Art. 5º, LV, CF = ampla defesa VS interrogatório por vídeo conferência.
Os alemães utilizam três critérios, conjuntamente, para fazer essa análise:
Adequação + necessidade + proporcionalidade em sentido estrito
Princípio da razoabilidade 
	Origem nos Estados Unidos
	É visto em relação ao princípio do devido processo legal material ou substantivo que diz que o ato do poder público deve ser razoável.
 Controle de constitucionalidade
Conceito: é a verificação da compatibilidade das leis e atos normativos com a constituição vigente, porque ela é o pressuposto de validade de todas as normas
Tipos de inconstitucionalidade
Inconstitucionalidade material: é aquela em que o conteúdo da lei fere a constituição.
Inconstitucionalidade formal ou procedimental: verifica-se quando há desrespeito ao processo legislativo posto constitucionalmente, ou seja, no processo de elaboração da norma. 
A inconstitucionalidade formal de uma lei somente pode ser aferida de acordo com as regras constitucionais vigentes no momento de sua elaboração, e não em razão da mudança posterior do parâmetro constitucional.
A inconstitucionalidade formal pode ser:
Orgânica ou subjetivo: é aquela em que a lei ou ato normativo é elaborado por órgão incompetente. É o que ocorre na fase de iniciativa da lei. Logo, acontece quando há usurpação de competência da iniciativa legislativa. Diz-se subjetivo porque se relaciona com "quem" deveria ter deflagrado e "quem" efetivamente deflagrou o processo legislativo. Cabe aqui a observação de que, segundo posicionamento do Supremo, é vício insanável, ou seja, a sanção do Chefe do Executivo não supre o vício de iniciativa (ADIN 1.963)
Propriamente dita: é aquela que há um vício no restante do processo de formação da lei ou ato normativo.
Momentos do controle de constitucionalidade
Preventivo 
É aquele que acontece antes do nascimento da lei ou ato normativo. Evita o nascimento de uma lei inconstitucional
Casos em que acontece:
Comissões de constituição e justiça (CCJ)
Estão presentes em todas as casas legislativas e o objetivo principal é analisar a constitucionalidade dos projetos de lei.
Veto jurídico
Aprovado o projeto de lei pelo legislativo, o executivo poderá vetá-lo por inconstitucionalidade
Pelo judiciário
Ocorre quando um parlamentar ou um conjunto deles impetrar mandado de segurança, para obstar o prosseguimento de um projeto de lei inconstitucional.
Repressivo
É aquele que ocorre depois do nascimento da lei ou ato normativo, cabendo, pois, atacá-lo, reprimi-lo.
Como REGRA, realizado pelo poder judiciário. 
EXCEÇÕES: 
 Quando o controle repressivo é realizado pelo legislativo, que pode acontecer em dois casos:
Medidas provisórias
 É feita pelo presidente da república e enviada para o congresso nacional que pode rejeitá-la, entendendo ser inconstitucional.
Decretos (art. 40, V, CF) e leis delegadas.
Quando o Tribunal de Contas da União realizando controle posterior de uma lei, deixa de aplicá-la por entendê-la inconstitucional. A Súmula 347 do STF esclarece que esse controle é efetuado apenas no exercício das atribuições do Tribunal de Contas, analisando situação concreta, não podendo analisar em abstrato, isso porque configuraria usurpação das funções do STF.
Súmula 347, STF: O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público.
Modalidades de controle repressivo realizado pelo judiciário – sistema misto de controle
Controle difuso de constitucionalidade
Criado nos Estados Unidos, na suprema corte.
Foi no caso Marbury VS Madison aonde o Juiz Jonh Mashall examinando o caso, percebeu que, certa lei americana estava em confronto com a constituição Norte-americana
Esteve presente pela primeira vez na constituição de 1891
Observação: Tem eficácia “inter partes” a decisão no controle difuso de constitucionalidade, em regra. Mas se a questão chegar até o STF, por meio de Recurso extraordinário, ele deve remeter o caso para o senado que, se quiser, pode suspender a execução da lei, no todo ou em parte, ou seja, a partir dessa manifestação do senado, o efeito que sempre foi “inter partes”, passa a ser “erga omnes” (art. 52, X, CF). Essa regra existe desde a constituição de 1934. No entanto, algumas decisões do STF, no controle difuso, produziram efeitos “erga omnes”. Ex: ordenou a redução do número de vereadores do município Mira Estrela – RE. [Teoria da transcendência dos motivos determinantes]
Pergunta: Caso o Senado decida pela suspensão da execução da lei, poderá ele posteriormente se retratar, desistindo de tal suspensão? 
Resposta: Não. A resolução do Senado Federal que suspende a execução de lei declarada inconstitucional pelo STF é irretratável, não admite desistência.
Assim, o art. 52, X, CF passou por uma mutação constitucional (não houve alteração no texto, mas da sua interpretação)
Qualquer Juiz ou tribunal pode declarar uma lei inconstitucional, desde que haja um caso concreto e que a inconstitucionalidade seja matéria incidental, ou seja, está se discutindo um caso concreto principal e, nele, há a aferição da inconstitucionalidade. Em controle concreto-incidentala declaração de inconstitucionalidade pelo juiz tem o condão, apenas, de afastar a incidência da norma viciada.
Os tribunais só podem declarar uma lei inconstitucional pela maioria absoluta de seus membros ou dos membros do órgão especial. (cláusula de reserva de plenário, art. 97, CF)
Merecedor de destaque, também é a Súmula Vinculante nº 10 do STF, que assevera: "viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de Tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência no todo ou em parte."
Atenção! Segundo Pedro Lenza, Há a exigência de ser observado o princípio da cláusula de reserva de plenário tanto no controle concentrado quanto no controle difuso. Em relação ao controle difuso de constitucionalidade, uma vez distribuído o processo para uma turma, câmara ou sessão, verificando-se que existe questionamento incidental sobre a constitucionalidade de lei ou ato normativo, suscita-se uma questão de ordem e a análise da constitucionalidade da lei é remetida ao pleno, ou órgão especial do tribunal para resolver a questão suscitada. (Isso já foi questão de prova)
Obs.: A cláusula de reserva de plenário não impede que os órgãos fracionários de Tribunal Regional do Trabalho, caso não tenha havido manifestação a respeito pelo respectivo plenário ou órgão especial, deixem de aplicar a multa e os juros decorrentes da mora no pagamento de contribuição sindical, definidos no art. 600 da CLT (com a redação dada pela Lei no 6.181/1974) em virtude de não guardar compatibilidade com a ordem constitucional em vigor. 
ATENÇÃO: Merece observação o art. 12, c, da Lei complementar 95/98:
(...)
“c) É vedado o aproveitamento do número de dispositivo revogado, vetado, declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal ou de execução suspensa pelo Senado Federal em face de decisão do Supremo Tribunal Federal, devendo a lei alterada manter essa indicação, seguida da expressão ‘revogado’, ‘vetado’, ‘declarado inconstitucional, em controle concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal’, ou ‘execução suspensa pelo Senado Federal, na forma do art. 52, X, da Constituição Federal”
Súmula vinculante nº10 = não pode o órgão fracionário do tribunal, deixar de aplicar a lei, ainda que não a declare expressamente inconstitucional (viola o art. 97, CF). Assim, deverá remeter ao pleno ou ao órgão especial.
Duas hipóteses em que não será necessária essa remessa: 
Quando o pleno ou órgão especial já se manifestou sobre o assunto
Quando o pleno do STF já se manifestou sobre o assunto.
Atualmente, entende-se que é possível controle difuso em ação civil pública, pois a declaração de inconstitucionalidade ficará na fundamentação, e não na parte dispositiva.
Controle concentrado de constitucionalidade 
É aquele controle realizado por via de ação
ADIN – ação direta de inconstitucionalidade genérica (art. 102, I, a, CF)
Competência 
	Lei (ato) constrangedor
	ORGÃO
ATACADO
	ORGÃO JULGADOR
	LEI FEDERAL
	CF
	STF
	LEI ESTADUAL
L
	CF
	STF
	LEI ESTADUAL
	CF ESTADUAL
	T.J
	LEI MUNICIPAL
	CF ESTADUAL
	TJ
	LEI ESTADUAL
	CF ESTADUAL E FEDERAL
	TJ OU STF (*)
	LEI MUNICIPAL
	CF
	NÃO CABE ADIN. CABE CONTROLE DIFUSO E ADPF
	LEI DISTRITAL
	LEI. ORG. DF
	TJ/DF (LODF TEM STATUS DE CONST. ESTADUAL)
	LEI MUNICIPAL
	LEI ORG. MUNICIPAL
	NÃO CABE ADIN, POIS NÃO SE TRATA DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE, MAS DA LEGALIDADE
(*) Se forem simultâneas, a ADIN federal suspende a estadual. ADIN 1423
Legitimados
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
GOVERNADOR (Pertinência temática)
PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA
MESA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
MESA DO SENADO
MESA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA (Pert. Tem)
CONSELHO FEDERAL DA OAB
PARTIDO POLÍTICO COM REPRESENTAÇÃO NO CONGRESSO NACIONAL
CONFEDERAÇÃO SINDICAL (Pert. Temática)
UNIVERSAIS
São aqueles que podem propor ADIN sobre qualquer assunto:
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
O presidente pode ajuizar ADIN contra lei que ele sancionou;
A sanção não tem o condão de apagar o vício de iniciativa
PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA
Era legitimado antes da CF/88
É o chefe do MPU
CONSELHO FEDERAL DA OAB
Não confundir com conselhos seccionais da OAB
PARTIDO POLÍTICO COM REPRESENTAÇÃO NO CONGRESSO NACIONAL
Significa que deve ter, pelo menos, um deputado ou um senador.
A legitimidade ativa é aferida no momento da propositura da ação, assim, a perda da representação no Congresso Nacional no curso da ADIN, para evitar desistência fraudulenta, não impedirá o seu segmento, dessa forma, não haverá a extinção da ação por falta de ilegitimidade ativa. ADIN 2159
MESA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
Obs.: a mesa do congresso nacional não é legitimada
MESA DO SENADO
INTERESSADOS
São aqueles que devem provar o interesse especial no objeto da ação (pertinência temática):
MESA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
EC 45/04 acrescentou a câmara legislativa do DF.
GOVERNADOR
CONFEDERAÇÃO SINDICAL OU ENTIDADE DE CLASSE DE ÂMBITO NACIONAL
Confederação sindical é a reunião de pelo menos três federações, em pelo menos três estados.
Segundo o STF, os conselhos de classe (Exceto OAB) não têm natureza de entidade de classe de âmbito nacional ADI 641 
O STF fazendo uma analogia à lei dos partidos políticos, diz que a entidade de classe deve ter integrantes de pelo menos nove estados. ADIN 79
Atualmente, o STF admite ADIN ajuizada por associações de 2º grau (“associação de associações”) ADIN 3153
Segundo o STF, os legitimados previstos no art. 103, I a VII, possuem capacidade postulatória, não necessitando de advogado. ADIN 127
Ficam de fora, necessitando de advogado:
Os partidos políticos com representação no congresso nacional
Confederação sindical
Objeto da ADI ou ADIN (o que pode ser atacado pela ADI)
Lei 
Pode ter caráter abstrato;
Pode ter caráter concreto, ex: uma lei orçamentária. ADIN 4048;
Cabe ADIN contra súmula?
Não cabe ADIN contra súmula, porque não é lei, nem ato normativo. Cabe, portanto, RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL.
	Súmula violada Reclamação ao STF
“Art. 103, §3º, CF: Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.”
Não cabe ADIN para súmula vinculante. A lei 11.417/06 prevê procedimento de cancelamento da súmula vinculante, tendo os legitimados da ADI possibilidade de requerê-lo.
É a norma constitucional originária?
Segundo o STF, não. Porque não existe hierarquia entre normas constitucionais
Decretos podem?
Em regra, não, porque não se trata de inconstitucionalidade, mas de ilegalidade, pois se trata de um ato infralegal. Exceções: a) quando a lei é declarada inconstitucional, o decreto que a regulamenta é declarado inconstitucional “por arrastamento”. b) O decreto autônomo que impõem algumas normas, mas não regulamenta lei superior. ADIN 2950
Cabe ADIN para tratados internacionais?
Sim. O Brasil não adota a tese de que os tratados estão acima da CF/88.
Lei anterior à Constituição pode ser?
Segundo o STF, não cabe ADI, pois essa lei se incompatível com a constituição, não será por ela recepcionada. Entretanto, cabe ADPF. Qualquer juiz pode decidir se uma lei foi recepcionada ou não. 
cabe ADIN contra leis revogadas?
Posição tradicional = não, ainda que a revogação tenha ocorrido no curso da ADIN. O argumento é que uma ADIN contra lei revogada tutelaria apenas interesses individuais.
Posição tradicional (Gilmar Mendes) = pelo princípio da força normativa da constituição cabe ADIN contra lei revogada.
Ato normativo
Medida provisória, resoluções do CNJ
Emendas constitucionais
Exemplo: emenda constitucional que fere cláusula pétrea (EC 52/06 que

Outros materiais