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Instituto Unificado de Educação Superior Objetivo Disciplina: Materiais de Construção – Profº Danilo Batista Daniel Bragança Marcos Rodrigues Ferreira Matheus Dias Racan Zoé Fernandes dos Santos Rubens Pereira de Jesus CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND Goiânia – GO, 2018. Instituto Unificado de Educação Superior Objetivo CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND Alunos: Daniel Bragança Marcos Rodrigues Ferreira Matheus Dias da Silva Racan Zoé Fernandes dos Santos Rubens Pereira de Jesus Trabalho apresentado como requisito para conclusão da disciplina de Materiais de Construção, com intuito de compartilhar o conhecimento e as pesquisas realizadas. Goiânia – GO, 2018. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. .........1 2 PROPRIEDADES E CARACTERÍSTICAS DO CONCRETO FRESCO ............................. 2 2.1 TRABALHABILIDADE ..................................................................................................... 2 2.2 CONCISTÊNCIA.......................................................................................................3 2.3 MASSA ESPECÍFICA ......................................................................................................... 5 2.4 TEOR DE AR INCORPORADO ......................................................................................... 5 2.5 ADENSAMENTO ................................................................................................................ 7 2.6 – ACABAMENTO SUPERFICIAL...............................................................................9 2.7 ESXUDAÇÃO ................................................................................................................... 10 2.8 SEGREGAÇÃO ................................................................................................................. 11 3 PROPRIEDADES E CARACTERÍSTICAS DO CONCRETO ENDURECIDO .................. 9 3.1 CURA DO CONCRETO .................................................................................................... 12 3.1.1 CURA DO CONCRETO COM ÁGUA........................................................................................14 3.1.2 CURA COM AREIA, SERRAGEM MOLHADA, ESTOPAS OU MANTAS.. ........... 14 3.1.3 CURA QUÍMICA ........................................................................................................... 15 3.2 RESISTENCIA MECÂNICA DO CONCRETO .............................................................. 16 3.2.1 PROPRIEDADES MECÂNICAS ................................................................................... 16 3.2.2 RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO ................................................................................ 16 3.2.3RESISTÊNCIA A TRAÇÃO ........................................................................................... 17 3.3 MÓDULO DE ELASTICIDADE ...................................................................................... 20 3.4 PERMEABILIDADE ......................................................................................................... 21 3.4.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AOS TIPOS DE POROS ............................................... 21 3.4.2 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO TAMANHO DOS POROS ..................................... 22 3.5 DEFORMAÇÃO DO CONCRETO (DILATAÇÃO E CONTRAÇÃO TÉRMICAS)..22 3.5.1 FLUÊNCIA ..................................................................................................................... 23 3.5.2 RETRAÇÃO .................................................................................................................... 25 4 TIPOS DE CONCRETO ....................................................................................................... 27 4.1 CONCRETO BOMBEÁVEL ........................................................................................... 27 4.2 CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO E DE ALTA RESISTÊNCIA........................29 4.3 CONCRETO LEVE ESTRUTURAL .............................................................................. 30 5 CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 32 6 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................... 33 1 1 – INTRODUÇÃO O concreto de cimento Portland é o segundo material mais consumido do mundo, ficando atrás apenas da água. A mistura de aglomerante, agregados graúdos e miúdos e água, a priori aparenta ser simples, mas neste trabalho explanaremos sobre sua complexidade, O alto consumo deste material deve-se a sua fácil trabalhabilidade e multiplicidade de aplicações, levando em consideração fatores como sua resistência física e mecânica. O concreto de cimento Portland tem uma gama elevada de utilizações, podemos citar como exemplo desde obras de arte, como o Cristo Redentor, um dos maiores cartões postais do Brasil, seu uso passa também por elementos para utilização rural, como cochos, bebedouros, mata-burros, pontilhões, cisternas, silos, canaletas, canais, etc, chegando até a construção civil, onde é de suma importância para a área, sendo utilizado, em prédios, por exemplo, desde a fundação (blocos, sapatas, tubulões, estacas, contenções, arranques de pilares), estrutura (pilares, vigas, cortinas, lajes) até o acabamento em alguns casos (estruturas em concreto aparente). 2 2 – PROPRIEDADES E CARACTERÍSTICAS DO CONCRETO FRESCO 2.1 Trabalhabilidade A trabalhabilidade do concreto consiste na facilidade na qual o concreto fresco pode ser manipulado com a perda mínima de homogeneidade, e deve permitir que o concreto seja transportado, lançado, adensado e acabado de forma fácil. Para que isso ocorra existem fatores internos e externos que interagem. Os fatores internos correspondem a quantidade de água, a granulometria dos agregados, a relação água/cimento, o uso de aditivos e a finura do cimento. Já os fatores externos estão relacionados a mistura, transporte, lançamento, adensamento e características da peça. Para se conseguir um concreto trabalhável não depende exclusivamente da quantidade de água que se vai usar, mas sim, na proporção e seleção adequadas dos materiais e, muitas vezes, o uso de aditivos. Deve se compatibilizar os teores de pasta, de argamassa e de agregados, para se obter a trabalhabilidade desejada. O ar incorporado no concreto melhora sua trabalhabilidade, influenciando na consistência da mistura, tornando-a mais plástica, facilitando o adensamento e lançamento. Isso é possível devido as bolhas de ar que se comportam como agregados miúdos, com pouco atrito superficial e grande elasticidade. A noção de trabalhabilidade é muito mais subjetiva que física e seu componente físico mais importante é a consistência, termo que, aplicado ao concreto, traduz propriedades intrínsecas da mistura fresca. Essas propriedades estão relacionadas com a mobilidade da massa e a coesão entre os elementoscomponentes, tendo em vista a uniformidade e a compacidade do concreto, além do bom rendimento durante a execução da estrutura (NEVILLE, 2016). O elemento que mais influencia na trabalhabilidade é a água. Para a relação água/cimento, a trabalhabilidade aumenta conforme a relação agregado/cimento diminui, devido a quantidade de água em relação a superfície total dos sólidos. O uso elevado de agregado graúdos em relação a agregados miúdos pode resultar em segregação e menor trabalhabilidade, obtendo uma mistura áspera de difícil acabamento. Por outro lado o uso de muito material fino resulta no aumento da trabalhabilidade, porém uma mistura com excesso de areia produz um concreto menos durável. Para cada situação do uso do concreto se requer uma trabalhabilidade especifica, por isso não é algo simples de ser definido. Um material com determinada consistência pode apresentar 3 boa trabalhabilidade quando aplicada em um piso, mas ser péssima de manipular em pilares densamente armados, por exemplo. Da mesma forma, um concreto que permite ótimo adensamento com vibração, provavelmente não será moldado de maneira satisfatória se o adensamento for manual. Para se avaliar a trabalhabilidade, devem ser feitas verificações através de ensaios de consistência, que serve como uma aproximação da medida efetiva. Os mais utilizados entre esses são: ensaio do abatimento de tronco de cone (Slump-Test), ensaio Vebe, ensaio de fator de adensamento, ensaio de Remoldagem de Powers, ensaio de penetração de bola de kelly. Também são utilizados ensaios de coesão. A coesão é a propriedade pela qual os concretos se mantém misturados, isto é, seus componentes não se separam e a avaliação desse concreto é feita através do aspecto visual da mistura. 2.2 – Consistência A consistência é um dos principais fatores que influenciam na trabalhabilidade do concreto, ela representa o grau de fluidez da mistura do concreto fresco, portanto está diretamente relacionado com a mobilidade da pasta (mistura de cimento e água). Como o principal fator influente na consistência está o teor de água/materiais secos. Quanto mais plástica for a consistência do concreto, mais fácil é de se moldar e deslizar entre as armaduras, sem que ocorra a separação dos seus componentes. De acordo com a função da consistência, podemos classificar o concreto em seco ou úmido quando a relação entre a água e os materiais secos for baixa, entre 6 e 8%. Quando a relação entre a água e os materiais secos for maior que 8 ou menos que 11%, classifica-se como plástico. E para classificá-lo como um concreto fluido, a relação água/materiais secos deve ser alta, entre 11e 14%. O mais utilizado em obras em geral é o de consistência plástica, por ser capaz de oferecer maior ou menor facilidade para ser moldado, além de ser capaz de deslizar entre os ferros da armadura, sem que seus componentes se separem. De acordo com Bauer (2012) são quatro fatores que afetam a consistência. São eles: I) teor de água/mistura seca: é o fator determinante da consistência, escrito em porcentagem da água com relação à mistura de cimento e agregados, ambos em peso. Salienta-se que através do teor de água/mistura seca verifica-se indiretamente a influência do fator água/cimento; 4 II) granulometria e forma dos agregados: fixando o teor água/mistura seca e modificando a granulometria (relação agregado graúdo/agregado miúdo, obtém-se uma alteração na consistência do concreto. Se a superfície específica do agregado diminui, o concreto passa a ser mais plástico, no caso oposto, torna-se menos plástico. Quando se busca uma consistência desejada ao concreto, a granulometria, o teor de água/materiais secos e, indiretamente, o fator água/cimento devem ser levados em consideração como um conjunto. Estudos comprovaram que para um alto fator água/cimento, a relação areia/pedra deve ser também elevada para se obter um concreto mais plástico. Todavia, deve ser observado que para determinadas consistências, existe uma relação areia/pedra que necessita de menor teor de água/mistura seca. Aconselha-se que os agregados graúdos e miúdos sejam uniformemente graduados, pois granulometrias descontínuas devem ser ensaiadas para que atendam as condições de aplicação. A respeito da forma do grão, sabe-se que os que fornecem mais plasticidade ao concreto são os arredondados, que os angulares, lamelares ou aciculares, que também são responsáveis pela maioria da porcentagem dos vazios do concreto; III) aditivos: concretos plásticos com dosagem correta não necessitam de aditivos, já que estes são necessários apenas para concretos ásperos e pobres. Ainda salienta que o uso incorreto dos aditivos podem trazer efeitos indesejáveis ao concreto. IV) tempo e temperatura: o enrijecimento das misturas de concreto, que não deve ser confundido com a pega do cimento, é resultado da água que é perdida nas reações de hidratação iniciais, da evaporação, principalmente se o concreto estiver exposto ao vento e ao sol, e absorção por parte do agregado. A consistência só é interessante no momento do lançamento, aconselha-se verificar a mistura após certo tempo, quinze minutos, por exemplo. A temperatura ambiente também interfere na consistência da mistura, inclusive modificando a temperatura do próprio concreto. Este fator determina diferentes quantidades de água que são necessárias para uma mesma consistência. Um dos métodos mais utilizados para determinar a consistência, é o ensaio de abatimento do concreto (Slump Test), onde o concreto fresco é compactado no interior de uma fôrma tronco- cônica com altura de 30 cm. Retirando-se a forma por cima do concreto, este irá sofrer um abatimento cuja medida vai ser usada como valor comparativo da consistência. 5 2.3 – Massa especifica Para dosagem do concreto, não é necessário determinar a massa especifica real do agregado. Os agregados naturais são porosos, com valores de porosidade de até 2% que são comuns para rochas ígneas intrusivas, até 5% para rochas sedimentares densas, e de 10 a 40% para arenitos e calcários muito porosos. Para efeito de dosagem do concreto, é importante conhecer o volume ocupado pelas partículas do agregado, incluindo os poros existentes dentro das partículas. Portanto, é suficiente a determinação da massa específica, que é definida como a massa do material por unidade de volume, incluindo os poros internos das partículas. Para muitas rochas comumente utilizadas, a massa especifica varia entre 2600 e 2700kg/m3; valores típicos para granito, arenito e calcário denso são 2690, 2650 e 2600kg/m3, respectivamente. A massa específica do concreto que se usa normalmente é a massa da unidade de volume incluindo os vazios. Variando a massa especifica entre 2.300 kg/m3 e 2.500 kg/m3. É usual adotar para o concreto simples 2.300 kg/m3 e 2.500 kg/m3 para concreto armado. Utilizando agregados leves, é possível diminuir esse valor (da ordem de 1.800 kg/m3).Em certos casos, especialmente para paredes de salas de reatores nucleares, usam-se concretos mais pesados, em que o agregado graúdo é barita (em torno de 3.700 kg/m3) Todas as propriedades são muito importantes para se dosar o concreto. A massa específica absoluta é usada quando se transforma de massa para volume absoluto sem vazios. Na fórmula de cálculo do consumo de cimento em peso por metro cúbico de concreto usa-se a massa específica absoluta. Essa massa também é utilizada para classificar o agregado quanto à densidade. O método de ensaio utilizado para encontrar a massa especifica do material, deve ser de acordo com a NBR NM 45/2006 e NBR NM 46/2003. 2.4 - Teor de ar incorporadoO concreto adquire resistência mecânica ao longo do tempo através do processo de hidratação do cimento, que dá ao composto endurecido um excelente desempenho estrutural. Mas para que o concreto atinja características especificas, suprindo deficiências ou incorporando propriedades não usuais em concretos convencionais, é muito comum o uso de incorporadores de ar no concreto, visando um desempenho adequado para situações especificas de aplicações, Por exemplo, concretos de alta resistência, alto desempenho, leve, projetado, entre outros. 6 Concretos convencionais possuem em seu interior, mesmo sem o uso de incorporadores de ar, teor entre 1% e 3% de seu volume na forma de ar aprisionado. Já concretos produzidos em centrais e transportados em caminhões betoneira, este percentual pode chegar a 4%. No entanto esses ar aprisionado possui cavidades irregulares com cavidades microscópica, absolutamente ineficazes se comparado com o ar incorporado. Como as características do concreto são provenientes das propriedades dos matérias que os constitui, o concreto leve, em especial é obtido por meio de incorporação de vazios no concreto, diminuindo sua massa especifica, seja pela substituição de agregados convencionais por agregados leves, pelo uso de agregados sem finos, ou pela incorporação de ar por meio de aditivos (SOBRAL,1996; ROSSIGNOLO,2003). Os incorporadores de ar são aditivos que, ao se adicionar ao concreto ou a argamassa, vai melhorar suas propriedades mecânicas, dando resistência, estabilidade dimensional, durabilidade, fluidez e leveza, provocando efeitos também na trabalhabilidade e na permeabilidade. O concreto com o ar incorporado, possui em sua estrutura, bolhas de ar finamente espaçadas. E diferente dos outros vazios encontrados no concreto, a presença dessas bolhas trazem grandes benefícios para o concreto, tanto no estado fresco como no endurecido. Por exemplo, o ar incorporado se molda facilmente em qualquer tipo de fôrma e não causa problemas na estrutura quando utilizado para preenchimento de espaços vazios como, por exemplo, a laje ou um preenchimento de vãos de parede. O ar incorporado é muito importante para a qualidade final do concreto, mas é necessário que se encontre um teor que não irá reduzir sua resistência mecânica e que irá garantir sua durabilidade. As bolhas de ar não iram representar risco a durabilidade do concreto se não estiverem conectadas. Pelo fato de estarem isoladas não contribuem no deslocamento do fluido através do concreto, assim a permeabilidade não é aumentada. No entanto, a durabilidade do concreto está diretamente ligada ao comportamento da rede de poros em seu interior, ou seja, a intercomunicabilidade da rede de poros. A continuidade dos poros na pasta de cimento endurecida em qualquer estágio durante o processo de hidratação, determinará o coeficiente de permeabilidade do concreto. Os aditivos incorporadores de ar atuam como limitantes dessa continuidade de poros (AGNESINI, 1988). 7 A partir de fatores como o tempo de mistura e transporte, temperatura de descarga, o tempo de vibração do concreto e os tipos de agentes incorporadores de ar, é possível obter formas eficazes de controlar o teor de ar e assegurar que o incorporador de ar funcione com eficácia. 2.5 – Adensamento É a operação para a retirada do ar presente na massa do concreto, com o objetivo de se reduzir a porosidade ao máximo. Como benefício adicional obtém-se a melhoria da resistência mecânica, dificultando a entrada de agentes agressivos e o perfeito preenchimento das fôrmas. A forma usual de adensamento é a vibração que, por melhor que seja, não consegue retirar todo o ar aprisionado. Estima-se que cerca de 1,5 a 2% do volume da massa do concreto fresco seja ar incorporado, que deverá aumentar ao longo do tempo devido a saída da água pela evaporação. Outras formas de adensamento não usuais têm sido mais utilizadas com o avanço de tecnologias construtivas, como, por exemplo, o uso de CCR, que é o concreto compactado a rolo e utilizado em pavimentos de concreto e barragens. Ainda no caso de pavimentos e pisos, o adensamento pode ser executado com máquinas vibro-acabadoras que têm alto desempenho e bom nível de acabamento. A extrusão é outra forma de adensamento do concreto e consiste na compactação de um concreto de consistência seca e bem argamassado, utilizado em indústrias de pré-moldados e guias e sarjetas moldadas “in loco”. A centrifugação ainda é um processo novo no Brasil, mas muito utilizado na Europa e usa a força centrífuga para fazer o adensamento. Atualmente, este processo é utilizado para a fabricação de postes de até 42 metros de comprimento com muito bom resultado. O concreto reodinâmico ou auto-adensável, como o próprio nome sugere, não necessita de vibração, pois tem grande trabalhabilidade e coesão. É ideal para peças com alta densidade de armadura, concretagens submersas e pisos autonivelantes. Para os casos correntes de adensamento por vibração mecânica ou manual, a Norma NBR 14931 estabelece algumas generalidades em seu item 9.6.1: 8 – evitar a vibração da armadura para não prejudicar a aderência com o concreto; – no adensamento manual as camadas não podem ter alturas superiores a 20 cm; – no adensamento mecânico com vibradores de imersão, a altura das camadas não deve ultrapassar ¾ do comprimento da agulha; – tanto a falta como o excesso de vibração são prejudiciais ao concreto; – o vibrador deve ser aplicado na posição vertical; – fazer a vibração em um maior número possível de pontos da peça concretada; – a retirada do vibrador deve ser lenta e mantendo-o sempre ligado; – não permitir que o vibrador entre em contato com as fôrmas para evitar o aparecimento de bolhas de ar; – para um bom adensamento é necessário estabelecer um plano de lançamento adequado às necessidades da peça concretada. Portanto, pode-se concluir que o adensamento e o lançamento são operações fundamentais que interferem muito na durabilidade das estruturas. As características do concreto, a peça a ser concretada e as necessidades construtivas compõem os parâmetros para o planejamento adequado do lançamento e adensamento, visando obras com qualidade, seguras e duráveis. Durante e imediatamente após o lançamento do concreto em estado fresco, isto é, da sua colocação de maneira regular nas fôrmas, os profissionais técnicos da construção devem movimentar a mistura para eliminar bolhas de ar aprisionadas, espaços vazios e excesso de água em seu interior. Esse processo de compactação é chamado de adensamento e é útil por vários motivos. Quando feito corretamente, o adensamento reduz a porosidade do concreto, deixando-o mais denso. A menor permeabilidade atingida faz com que ele suporte melhor a ação de líquidos agressivos. Além disso, a eliminação do ar no interior do material vai torná-lo mais resistente e conferir maior durabilidade às estruturas. Outra consequência da técnica é que o concreto fica mais aderente aos materiais metálicos. Ela também facilita a acomodação do concreto nas fôrmas, evitando falhas e rachaduras. Assim, um bom acabamento é garantido e as superfícies endurecidas permanecem lisas e bonitas. Com isso, a aparência final da construção é aprimorada e o resultado fica ainda mais homogêneo. 9 Como qualquer outro procedimento em uma obra, o adensamento deve ser feito com muita atenção para impedir problemas capazes de comprometer a resistência das estruturas de concreto. Confira nossas dicas: Pouca vibração não é suficiente para eliminar todos os vazios, mas vibração em excesso também é prejudicial, pois podecausar a separação dos elementos do concreto; O tempo e a frequência das pulsações dependem da densidade do concreto. Quanto mais consistente ele for, maior o tempo e a frequência necessários; A vibração por períodos curtos em pontos próximos pode ser mais vantajosa do que a vibração por muito tempo em pontos mais distantes; Não deixe a moldura trepidar durante o adensamento para não formar ainda mais vazios e prejudicar a aderência; Para não forçar as paredes da fôrma, mantenha a vibração a uma distância de aproximadamente 10 cm delas. Evite encostar o vibrador nas armaduras. A vibração dos vergalhões pode criar uma camada de espaço vazio em volta deles, reduzindo consideravelmente a aderência do concreto nas barras de aço. Nivelamento Também denominada sarrafeamento, é uma atividade realizada nas lajes.e vigas. A ferramenta empregada é o sarrafo, que pode ficar apoiado em mestras, que definem a espessura das lajes. Para essa atividade, é recomendável que a fôrma da laje esteja nivelada, pois isso facilita o posicionamento correto das mestras. A fim de obter um maior controle no nivelamento das lajes, pode-se empregar taliscas ou mestras metálicas. No caso dos pilares, ao invés do nivelamento, é realizada uma conferência do prumo, pois durante a concretagem as fôrmas podem sair do ajuste inicial. 2.6 – Acabamento superficial Etapa em que procura-se proporcionar à laje a textura desejada. De acordo com o padrão desejado, podemos ter os seguintes tipos de laje: • convencionais: aquelas em que não são realizados controles do nivelamento e da rugosidade superficial • nivelada: possuem controle do nivelamento, para que o contrapiso seja aplicado com a espessura definida no projeto • acabada: também conhecida como laje zero, oferecem um substrato com rugosidade 10 superficial adequada, bem como controle de planeza e nivelamento, sem a camada de contrapiso. Existem diversos equipamentos que proporcionam rugosidade diferente na superfície do concreto. Dessa forma, é preciso utilizar o equipamento adequado para cada tipo de acabamento. Para essa operação, pode-se utilizar desempenadeiras metálica ou de madeira. As primeiras são empregadas quando se deseja um acabamento liso na superfície de concreto. Pelo fato da desempenadeira de madeira propiciar um acabamento rugoso, são utilizadas quando a especificação do projeto indicar o uso de contrapiso. Ganho na produtividade pode ser obtido com o uso de desempenadeiras motorizadas, devendo ser aplicada a partir do instante em que for possível caminhar sobre o concreto, sem esse estar completamente endurecido. O momento adequado para essa operação ocorre quando o concreto suporta a pressão do operário, deixando apenas uma pequena marca da bota, com cerca de 2 mm de profundidade. 2.7 – Exsudação É o termo usado para designar o fenômeno migratório da água (subida da água) existente na composição para a superfície deste material, levando consigo uma nata de cimento. Isto provoca no concreto uma fraca ligação entre seus materiais, deixando-o suscetível a uma segregação que tenderá a fazer com que seus agregados fiquem soltos ou fáceis de remover. A exsudação ocorre nas primeiras idades do concreto, mas pode comprometer sua durabilidade ao longo dos anos. Falhas de processo como excesso de vibração (ou falta da mesma), excesso de água, baixo teor de cimento, cura incorreta (ou a falta dela), acabam provocando a exsudação. Como algumas das consequências da exsudação do concreto podemos citar: - Formação de canalículos no interior do concreto, necessários à vazão da água até a superfície livre. Quanto maior for o excesso da água, maiores serão os diâmetros destes canalículos, tornando o concreto mais permeável e poroso; - Deslocamento do agregado: no percurso da água para a superfície: A água irá contornar os agregados grandes, promovendo na interface pasta-agregado uma descontinuidade que reduzirá a aderência destes materiais e, consequentemente, a resistência do concreto. Muitas vezes a água não pode contornar o agregado graúdo e forma bolsões na sua parte inferior, ocasionando um poro de grandes dimensões, que irá influir na resistência; 11 - Deslocamento das armaduras. O fenômeno descrito acima também poderá ocorrer em relação às armaduras, prejudicando a aderência aço-concreto e, portanto, a ancoragem das armaduras. A exsudação é evitada mediante a dosagem correta da água e uma dosagem adequada para o concreto, especificamente, quanto ao volume de pasta e teor de finos. 2.8 – Segregação A Segregação pode ser definida como uma mistura heterogênea. Consiste na separação dos materiais componentes, ocorre com misturas de concreto por excesso de vibração durante o adensamento ou lançamento em alturas elevadas, com o consequente aparecimento de ninhos ou bicheiras, que o adensamento não conseguirá eliminar. É uma propriedade contrária à trabalhabilidade e deve ser reduzida ao mínimo. É a separação dos materiais constituintes do concreto, em qualquer etapa da produção, desde a mistura até o adensamento. Medida da Segregação: Não existem ensaios padronizados para medida da segregação, a observação visual e a inspeção por testemunhos extraídos do concreto endurecido são, geralmente, adequados para determinar se a segregação é um problema em uma dada situação. Causas da Segregação: - Diferença do tamanho e peso dos grãos: Os grãos de maior tamanho e peso tendem a se separar dos demais por ocasião do lançamento do concreto. Após ser adensado, há também a tendência dos grãos maiores, portanto, mais pesados, sedimentarem provocando a exsudação da argamassa. - Adensamento inadequado: Nos concretos de consistência muito plástica, quando a vibração for executada por um período de tempo longo, os grãos maiores e mais pesados serão impulsionadas para longe do local de aplicação do vibrador, permanecendo neste local apenas argamassa. A solução para evitar-se a segregação é executar-se um concreto trabalhável, o que se traduz pela dosagem do volume de pasta suficiente, quantidade de agregado máxima necessária e adensamento adequado. A escolha do tipo do transporte e lançamento do concreto também são condições importantes para evitar a segregação, principalmente em locais confinados, onde o concreto é lançado de grande altura (maior que 1,50 m). 12 3 – PROPRIEDADES E CARACTERÍSTICAS DO CONCRETO ENDURECIDO 3.1 – Cura do concreto A cura do concreto é nome dado ao processo técnico utilizado para, dentre outros, retardar a evaporação (pela ação do sol e dos ventos) da água de amassamento utilizada na fabricação do concreto e permitir a completa hidratação do cimento para que ele não perca a sua umidade. Com isso a água do traço não se perde para o ambiente, para que as reações químicas aconteçam sem problemas O concreto possui água na sua composição não só porque precisa ser viscoso para a aplicação, mas também porque reações químicas acontecem entre água e o cimento, o que o torna firme e resistente. A cura do concreto, quando bem-feita, aumenta a resistência do concreto em cerca de 30% além de diminuir a incidência de trincas e fissuras que podem comprometer a estrutura da edificação, além de deixar a peça com um aspecto feio. A cura do concreto resume-se em manter a superfície do concreto úmida, sombreada e protegida, durante um período que a norma brasileira recomenda como sendo de pelo menos 7 dias, podendo ser estendido a até 14 dias, dependendo das condições locais. De uma forma geral, para cimentos Portland a norma técnica diz que devemos manter o concreto numa temperatura acima de 10ºC e umedecidospor pelo menos 7 dias após o lançamento. Já para cimento comum com endurecimento mais lento recomenda-se umedecer a peça por pelo menos 14 dias. 13 A tabela abaixo fornece uma boa base para o tempo de cura do concreto Tipo de Cimento Fator Água / Cimento 0,35 0,55 0,65 0,70 CP I e II-32 2 Dias 3 Dias 7 Dias 10 Dias CP IV-32 2 Dias 3 Dias 7 Dias 10 Dias CP III-32 2 Dias 5 Dias 7 Dias 10 Dias CP I e II 40 2 Dias 3 Dias 5 Dias 5 Dias CP V-ARI 2 Dias 3 Dias 5 Dias Dias A cura do concreto deve ser feita logo após o endurecimento superficial da peça. No caso de superfícies horizontais (vigas, lajes, chão e etc), o processo de cura deve ser feito de duas a quatro horas depois de aplicado o concreto; No caso das superfícies verticais (pilares, colunas, muros e etc) é necessário saturar as formas com água antes do lançamento do concreto, após a concretagem é importante manter as formas umedecidas por pelo menos 7 dias. NOTA: Molhar as formas antes do lançamento do concreto não serve para facilitar a desmontagem das mesmas como muitos pedreiros costumam falar, mas sim para ajudar no processo de cura do concreto. Para isso são utilizados os seguintes procedimentos: - Molhar periodicamente a superfície da peça concretada com água; - Cobrir a superfície com areia molhada, serragem molhada, estopas ou mantas úmidas; - Recobrir a superfície com papéis ou lonas plásticas impermeáveis, que impedem a evaporação. 14 3.1.1 Cura do concreto com água A aplicação direta da água é uma das formas mais simples e mais utilizadas de realizar a cura do concreto em obras, mas também depende muito do tamanho da área concretada. Para fazer a cura do concreto com a água, molhe bem toda estrutura concretada com uma mangueira (conforme ilustra figura 1) pelo menos três vezes ao dia nos sete primeiros dias da concretagem: de manhã, quando o sol está surgindo; na hora do almoço, quando ele está a pino; e ao entardecer, para garantir que ele fique molhado durante a noite. Mas esses horários de se realizar a cura do concreto são só recomendações. O certo é não deixá-lo seco nunca, portanto, toda vez que você perceber que a superfície está secando, pegue a mangueira e jogue água de novo. O método é indicado para pisos, lajes e, eventualmente, para faces verticais. O tempo de cura da técnica varia em função da resistência à compressão, ou seja, até que a peça atinja, pelo menos, 15 MPa. No caso de pisos industriais, onde a resistência à abrasão superficial é fundamental, o concreto tem que curar durante 21 dias. O mesmo período precisa ser respeitado em estruturas expostas a ambientes agressivos. Imagem 1: Cura com Água 3.1.2 Cura com areia, serragem molhada, estopas ou mantas úmidas; As areias bem como serragem também podem ser usadas para fazer a cura do concreto, pois diminui a evaporação da água, deixando o concreto mais frio e úmido por mais tempo. 15 Recobrir com tecido impermeável é uma ótima saída para superfícies grandes e planas, que sofrem com a evaporação constante. Após molhar toda a estrutura, cubra o espaço com um tecido impermeável, dessa forma, a evaporação será mais lenta. Para não ter que tirar a manta toda vez que for realizar a cura do concreto, simplesmente ligue a mangueira com o tecido bem preso na superfície concretada e deixe a água se espalhar. Como o tecido é impermeável, você elimina pontos em que a água poderia escapar. Mantas de cores escuras para fazer esse tipo de cura do concreto não são recomendadas, pois podem deixar a superfície quente demais. Imagem 2: Cura Areia 3.1.3 Cura química A cura química é a aplicação de produto, por aspersão, na superfície do concreto (vide imagem 3). A substância, que tem a função de impedir a evaporação da água, pode ser fabricada a partir de WAX, ceras, parafinas, PVA, acrílicos, estirenos, entre outros elementos. A eficiência da técnica pode variar entre 40% e 100% dependendo da qualidade do produto”. A alternativa é indicada para qualquer situação, já que apresenta como vantagem principal a facilidade de aplicação. Todavia, traz o inconveniente de dificultar ou prejudicar a aderência de revestimentos, chapiscos, contrapisos, pinturas e argamassas colantes. As soluções químicas usadas nessa técnica de cura precisam estar em conformidade com as normas ASTM, pois a ABNT ainda não tem uma norma específica para os materiais. O Brasil ainda não tem norma técnica específica para os métodos de cura do concreto. No entanto, os procedimentos são citados e exigidos pela ABNT NBR 14931 – Execução de Estruturas de Concreto – Procedimentos 16 Imagem 3: Cura Química por asperção Imagem 4: Cura Química (Aplicação tipo pintura) 3.2 Resistencia mecânica do concreto 3.2.1 Propriedades mecânicas As principais propriedades mecânicas do concreto são: resistência à compressão, resistência à tração e módulo de elasticidade. Essas propriedades são determinadas a partir de ensaios, executados em condições específicas. Geralmente, os ensaios são realizados para controle da qualidade e atendimento às especificações. 3.2.2 Resistência à compressão A resistência à compressão simples, denominada fc, é a característica mecânica mais importante. Para estimá-la em um lote de concreto, são moldados e preparados corpos-de- prova para ensaio segundo a NBR 5738 – Moldagem e cura de corpos-de-prova cilíndricos ou prismáticos de concreto, os quais são ensaiados segundo a NBR 5739 – Concreto – Ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos. O corpo-de-prova padrão brasileiro é o cilíndrico, com 15cm de diâmetro e 30cm de altura, e a idade de referência para o ensaio é 28 dias. Após ensaio de um número muito grande de corpos-de-prova, pode ser feito um gráfico com os valores obtidos de fc versus a quantidade de corpos-de-prova relativos a determinado valor de fc, também denominada densidade de frequência. A curva encontrada denomina-se Curva Estatística de Gauss ou Curva de Distribuição Normal para a resistência do concreto à compressão (Imagem 5). 17 Imagem 5: Curva de Gauss para a resistência do concreto à compressão. Na curva de Gauss encontram-se dois valores de fundamental importância: resistência média do concreto à compressão, fcm, e resistência característica do concreto à compressão, fck. O valor fcm é a média aritmética dos valores de fc para o conjunto de corpos-de-prova ensaiados, e é utilizado na determinação da resistência característica, fck, por meio da fórmula: fck = fcm+1.65s. O desvio-padrão s corresponde à distância entre a abscissa de fcm e a do ponto de inflexão da curva (ponto em que ela muda de concavidade). O valor 1,65 corresponde ao quantil de 5%, ou seja, apenas 5% dos corpos-de-prova possuem fc < fck, ou, ainda, 95% dos corpos-de-prova possuem fc ≥ fck. Portanto, pode-se definir fck como sendo o valor da resistência que tem 5% de probabilidade de não ser alcançado, em ensaios de corpos- de-prova de um determinado lote de concreto. Nas obras, devido ao pequeno número de corpos-de-prova ensaiados, calcula-se o fck-est, valor estimado da resistência característica do concreto à compressão. 3.2.3 Resistência à tração Os conceitos relativos à resistência do concreto à tração direta, fct, são análogos aos expostos no item anterior, para a resistência à compressão. Portanto, tem-se a resistência média do concreto à tração, fctm, valor obtido da média aritmética dos resultados, e a resistência característica do concretoà tração, fctk ou simplesmente ftk, valor da resistência que tem 5% de probabilidade de não ser alcançado pelos resultados de um lote de concreto. A diferença no estudo da tração encontra-se nos tipos de ensaio. Há três tipos de ensaios normalizados: tração direta, compressão diametral e tração na flexão. 18 - Ensaio de tração direta: Neste ensaio, considerado o de referência, a resistência à tração direta, fct, é determinada aplicando-se tração axial, até a ruptura, em corpos-de-prova de concreto simples. A seção central é retangular, medindo 9cm por 15cm, e as extremidades são quadradas, com 15cm de lado. Imagem 6: Esquema do ensaio de tração direta. - Ensaio de tração na compressão diametral (spliting test): É o ensaio mais utilizado. Também é conhecido internacionalmente como Ensaio Brasileiro. Foi desenvolvido por Lobo Carneiro, em 1943. Para a sua realização, um corpo-de-prova cilíndrico de 15cm por 30 cm é colocado com o eixo horizontal entre os pratos da prensa, sendo aplicada uma força até a sua ruptura por tração indireta (ruptura por fendilhamento). O valor da resistência à tração por compressão diametral, fct,sp, encontrado neste ensaio, é um pouco maior que o obtido no ensaio de tração direta. O ensaio de compressão diametral é simples de ser executado e fornece resultados mais uniformes do que os da tração direta. 19 Imagem 7: Splitting Test - Ensaio de tração na flexão: Para a realização deste ensaio, um corpo-de-prova de seção prismática é submetido à flexão, com carregamentos em duas seções simétricas, até à ruptura. O ensaio também é conhecido por “carregamento nos terços”, pelo fato das seções carregadas se encontrarem nos terços do vão. Analisando os diagramas de esforços solicitantes pode-se notar que na região de momento máximo tem-se cortante nula. Portanto, nesse trecho central ocorre flexão pura. Os valores encontrados para a resistência à tração na flexão, fct,f, são maiores que os encontrados nos ensaios descritos anteriormente. Relações entre os resultados dos ensaios: como os resultados obtidos nos dois últimos ensaios são diferentes dos relativos ao ensaio de referência, de tração direta, há coeficientes de conversão. Considera-se a resistência à tração direta, fct, igual a 0,9 fct,sp ou 0,7 fct,f, ou seja, coeficientes de conversão 0,9 e 0,7, para os resultados de compressão diametral e de flexão, respectivamente. Na falta de ensaios, as resistências à tração direta podem ser obtidas a partir da resistência à compressão fck: fctm = 0,3fck2/3 fctk,inf = 0,7fctm fctk,sup = 1,3fctm 20 3.3 - Módulo de elasticidade Outro aspecto fundamental no projeto de estruturas de concreto consiste na relação entre as tensões e as deformações. Sabe-se da Resistência dos Materiais que a relação entre tensão e deformação, para determinados intervalos, pode ser considerada linear (Lei de Hooke), ou seja, σ= E ε, sendo σ a tensão, ε a deformação específica e E oMódulo de Elasticidade ou Módulo de Deformação Longitudinal. Para o concreto a expressão do Módulo de Elasticidade é aplicada somente à parte retilínea da curva tensão-deformação ou, quando não existir uma parte retilínea, a expressão é aplicada à tangente da curva na origem. Neste caso, tem-se o Módulo de Deformação Tangente Inicial, Eci. O módulo de deformação tangente inicial é obtido segundo ensaio descrito na NBR 8522 – Concreto – Determinação do módulo de deformação estática e diagrama tensão-deformação. Quando não forem feitos ensaios e não existirem dados mais precisos sobre o concreto, para a idade de referência de 28 dias, pode-se estimar o valor do módulo de elasticidade inicial usando a expressão: Eci = 5600fck1/2 Eci e fck são dados em MPa. O Módulo de Elasticidade Secante, Ecs, a ser utilizado nas análises elásticas do projeto, especialmente para determinação de esforços solicitantes e verificação de limites de serviço, deve ser calculado pela expressão: Ecs = 0,85 Eci Na avaliação do comportamento de um elemento estrutural ou de uma seção transversal, pode ser adotado um módulo de elasticidade único, à tração e à compressão, igual ao módulo de elasticidade secante (Ecs). 21 3.4 Permeabilidade Ao trabalharmos com concreto, trazemos diversos fatores que vão influenciar no resultado final do nosso concreto. Após a finalização deste trabalho com concreto, umas das características que precisamos que ele tenha é uma boa durabilidade, ou seja, uma alta resistência a fatores externos do meio ambiente. Porem essa propriedade de durabilidade não esta diretamente ligada ao concreto em si, ela esta associada com as reações que os agregados constituintes deste concreto possuem. Então como fazer e o que faz para que um concreto tenha boa durabilidade? Esta característica é obtida por meio de relações, como a de água- cimento e, a permeabilidade, ou seja, o nível de absorção de água e ar do material. Quanto mais baixo a permeabilidade do concreto, mais vazios o mesmo deixara de ter e mais durável a fatores externos este será. A água é um agente deteriorante que transporta substâncias que podem causar danos ao material, e, por isso, a redução do seu fluxo dentro da microestrutura do concreto é uma excelente forma de evitar um processo de deterioração, tanto no concreto quando na sua armadura. Para se assegurar que este concreto possua uma boa resistência, precisamos conhecer que tipos de poros podem ser formados a partir das ligações dos agregados, e quais tipos de ensaios podem ser feitos para colaborar com os estudos de permeabilidade do concreto. 3.4.1 Classificação quanto aos tipos de poros O concreto é uma estrutura complexa e heterógena, formada a partir da distribuição de material de forma heterógena e seus vazios. Durante a hidratação da pasta do cimento, é formada, dentro dele, uma estrutura composta por diversos poros, que acabam sendo os responsáveis pelo transporte de água, gases e outras substâncias corrosivas para a parte interna do material. Para elucidar melhor sobre a permeabilidade do concreto, precisamos conhecer que tipos de poros podem ser formados dentro da argamassa, e que influencia os mesmos tem sobre a durabilidade do concreto. Classificamos os poros existentes em três tipos: poros de ar, poros interlaminares e poros capilares; - Os poros de ar podem vir em dois tipos: os poros de ar aprisionado, que surgem no processo de adensamento do concreto, e os de ar incorporado, que são resultado do uso de aditivos próprios para incorporação de ar; 22 - Os poros interlaminares surgem entre os produtos da hidratação do cimento; - Os poros capilares são gerados pelo espaço não ocupado pelos produtos de hidratação. 3.4.2 Classificação quanto ao tamanho dos poros Além da classificação por tipo de poros, os classificamos também em relação ao seu tamanho, em poros grandes ou macroporos, poros capilares, mesoporos, microporos. Para uma boa durabilidade, o ideal é que o concreto tenha poucos poros, pois eles são os que mais ajudam a entrada de agentes degradantes. Portanto, quanto menor a permeabilidade do concreto maior será a durabilidade do concreto. Quanto maior for o nível de porosidade do concreto, mais fácil será a entrada dos agentes degradantes no material. Mas, e se isso acontecer, como resolver? Para reduzir a porosidade de concreto, normalmente especificam concreto com uma relação água/cimento baixa ou usa- se a microsílica (sílica ativa). Quando essa substância é usada no concreto, ela pode garantir uma grande redução na permeabilidade além de aumentara resistência mecânica do concreto. A microsílica é muito usada em estruturas que necessitam de alta resistência mecânica, ou construções expostas a condições adversas. A maioria dos arranha-céus é construída com um concreto de alto desempenho, reforçado com aditivos superplastificantes e microsílica. 3.5 DEFORMAÇÃO DO CONCRETO (dilatação e contração térmicas) Aos efeitos de dilatação e contração térmicas em estruturas de concretos, nos remete a aparição de fissuras ao longo da estrutura, que são causados geralmente por dilatação e contração do material. Em termos simples, podemos definir a dilatação e contração térmica como sendo a variação do volume de um material e função do acréscimo ou decréscimo de temperatura. Para projetar edificações devemos levar em consideração que dependendo de qual local estará nosso concreto, pode haver uma variação de temperatura, se pegar como exemplo partes da edificação que tem cobertura pode chegar a temperatura de 40 graus durante o dia e reduzir a 20 graus no período noturno, variando em 20 graus celcius, e é ai que pode ocorrer uma fissura, então devemos levar estes aspectos no momento de cálculos do 23 material do concreto. Podemos prevenir as rachaduras causadas pela dilatação térmica com juntas de dilatação, que são espações deixados entre as estruturas para que quando ocorra a dilatação a estrutura permaneça sem danos. As juntas de dilatação são necessárias tanto em elementos estruturais, como vigas, pilares e lajes de concreto armado, evitando assim que esses sejam danificados por trincas que enfraqueçam o aço em seu interior, quanto nos revestimentos. É o caso de casas e sobrados de mais de um pavimento em que seu faz um friso no reboco entre os pavimentos, para evitar que a dilatação excessiva de uma grande superfície rebocada provoque o aparecimento de trincas em sua superfície. Outro exemplo bem simples são os pisos, os comuns mesmo que estão aí na sua casa. Eles são colocados lado a lado, porém com um pequeno espaço entre eles – que é depois preenchido com o material próprio para se adequar à possível dilatação. 3.5.1 FLUÊNCIA Como o advento de novas técnicas de cálculo, a introdução de uma série de modificações na produção das edificações de concreto, a ênfase crescente na redução dos prazos construtivos e o uso já consagrado de diversos tipos de cimentos e aditivos nos concretos produzidos atualmente, se comparados aos de 40 anos atrás, têm provocado enorme impacto nas técnicas da construção civil. Os resultados têm refletido economias geradas muitas vezes por estruturas mais esbeltas e prazos construtivos menores. Os carregamentos atuantes em peças de concreto armado durante a construção, devido aos avanços dos processos construtivos, podem chegar a ser tão significativos quanto as cargas de serviço. É sabido que as deformações sofridas pelas edificações dependem de uma série de fatores, entre os quais está a fluência que, por sua vez, depende muito da retração por secagem e que exercem marcante influência no comportamento estrutural a longo prazo. Desde 1905, quando o fenômeno da fluência do concreto foi referido pela primeira vez numa publicação, milhares de pesquisas e ensaios têm sido realizados sobre o tema estando os 24 trabalhos à disposição do meio técnico mundial. Centenas de estudiosos debruçaram-se sobre os assuntos "fluência", "deformação estrutural", "retração" e os resultados traduziram-se em equações, ábacos, fórmulas, etc. que têm sido utilizados nos diversos critérios de cálculo, normas, procedimentos de cálculo e construção de diversos países, incluindo o Brasi Um material apresenta fluência se, sob tensão constante, sua deformação aumenta no tempo. Inicialmente, há uma relação proporcional entre tensão e deformação e, adicionalmente, há uma deformação cuja presença e magnitude são influenciadas pelo tempo durante o qual a tensão aplicada atua. A relação tensão-deformação é uma função do tempo. Em outras palavras a fluência é o aumento da deformação com tempo a uma tensão constante. A deformação por fluência está associada ao estado de tensões do concreto, enquanto que a deformação por retração é um fenômeno independente ao carregamento aplicado. Essas deformações ocasionam aumento das flechas e curvaturas, perdas de protensão e redistribuição de tensões. Imagem 7: Splitting Test 25 Componentes de deformação produzida por um carregamento prolongado. Fonte: GILBERT e RANZI (2011 Temos quatro tipos de deformação no concreto, a instantânea, a por fluência, a por retração e a por temperatura, apesar de todas serem tipos de deformação, tratamos a respeito de cálculos cada uma delas separadas. De acordo com METHA e MONTEIRO (2008) a fluência é o nome do fenômeno onde ocorre o aumento gradual da deformação de um elemento de concreto quando este é submetido a um estado de tensões constante ao longo do tempo. A taxa de crescimento da deformação por fluência é alta nos períodos imediatamente superiores à aplicação do carregamento, diminuindo com o passar do tempo até estabilizar em um valor máximo limite. 3.5.2 RETRAÇÃO Chamamos de retração o nome do fenômeno no qual se tem um aumento da deformação de um elemento devido à sua exposição a um ambiente externo com umidade relativa menos que a relação agua cimento, bem como às reações químicas relativas às próprias características do material, como grau de hidratação, microestrutura do concreto e componente da mistura. É importante ressaltar que a deformação por retração é independente do estado de tensões submetido ao concreto, como é mostrado na Figura 2.1, sendo a pasta de cimento hidratada, de acordo com METHA e MONTEIRO (2008), a principal causa de deformações relativas à umidade no concreto. De acordo com GILBERT e RANZI (2011), podemos dividir a retração em quatro partes: plástica, química, térmica e por secagem. A retração plástica é a primeira e ocorre quando a mistura do concreto ainda está fresca e, depois, ocorrem as retrações química, térmica e por secagem. A retração por secagem como o próprio nome sugere, é uma diminuição do volume de concreto por perda de agua ao longo do tempo que o cimento vai envelhecendo. Assim como para a fluência esta separação da retração em pequenos segmentos só dada em campo teórico, na pratica só temos um único fenômeno de retração. 26 Muitos fatores influenciam, na retração, seja amplificando ou atenuando seus mecanismos. Fatores como: umidade relativa do ambiente externo, características da pasta de cimento como, por exemplo, o grau de hidratação, o fator água-cimento, o tipo e tamanho dos agregados e a geometria da peça de concreto. A magnitude dos efeitos da deformação por retração diminui com: o aumento da resistência característica do concreto; o aumento do módulo de elasticidade do agregado; o aumento do tamanho do agregado. Apesar de a retração por secagem diminuir com o aumento da resistência do concreto, a magnitude das deformações provenientes da retração química e térmica (endógena) são sensivelmente aumentadas. Isso se deve ao fato de a quantidade de água livre para a hidratação do concreto de alta resistência ser menor do que a de concretos de menor resistência. 13 Por outro lado, a magnitude dos efeitos da deformação por retração aumenta com: o aumento do fator água cimento; o aumento da temperatura ambiente; o aumento da superfície de contato entre a peça de concreto e o ambiente externo. 27 4 – TIPOS DE CONCRETO 4.1 Concreto Bombeável Os concretos bombeáveis,são elaborados com certas características de fluidez, necessárias para serem bombeados através de uma tubulação que varia de 3 a 5½ polegadas de diâmetro. Pode-se definir concreto bombeável como o concreto transportado por pressão através de tubos rígidos ou mangueiras flexíveis e descarregado diretamente ou próximos dos pontos onde deve ser aplicado. A pressão pode ser aplicada por meio de pistões, por meio de ar comprimido ou pela deformação de tubos flexíveis. O concreto é considerado bombeável quando os seus componentes não se separam por segregação e quando a resistência ao deslocamento pelo interior da tubulação não atinja valores incompatíveis com a capacidade do equipamento. Como essas propriedades são influenciadas pela composição da mistura, a dosagem do concreto para bombeamento exige alguns cuidados especiais: Os concretos para bombeamento devem ter boa trabalhabilidade, isto é, o Slump ou Abatimento deve ser maior que 70 mm, sendo o mais recomendável, valores entre 80 e 100 mm ( Slump = 90 +/- 10 mm ). Ter argamassa suficiente e consumo mínimo de cimento de 270 kg/m3, para lubrificar os tubos internamente e facilitar o deslocamento do concreto dentro do tubo. Recomenda-se a utilização de britas com diâmetro máximo até 25 mm (brita 2), mesmo assim até 25%, devendo o restante ter diâmetro máximo de 19 mm (brita 1). Para prédios dependendo da altura ou mesmo da distância de tubulação serão previstos agregados menores (britas) e/ou Slumps maiores. O serviço de bombeamento se caracteriza por dar uma maior rapidez a concretagem, diminuir a mão de obra para o transporte e aplicação do concreto, eliminar o uso de carrinhos de mão ou similares e utilizar um concreto que permite uma melhor trabalhabilidade, necessitando de menos vibração para um melhor acabamento. 28 Imagem 9: Concreto Bombeado por Bomba estacionária lançado por mangote Imagem 10: Caminhão betoneira descarregando concreto em Bomba Estacionária Imagem 11: Bomba tipo Lança 29 4.2 Concreto de Alto Desempenho e de Alta Resistência 4.2.1 Concretos de alta resistência (CAR) Como o nome já diz, o concreto de alta resistência (CAR) se caracteriza por atingir alta resistência com pouca idade. Menos poroso e mais compacto que o concreto comum, esse material deve ser usado em obras que exigem mais velocidade. Isso pode se dar na indústria de pré-moldados, em estruturas convencionais ou protendidas, na fabricação de tubos e artefatos de concreto etc. Por sua maior agilidade para atingir a resistência desejada, esse tipo de concreto agrega benefícios indiretos ao construtor, como a redução dos custos com funcionários e aluguéis de formas e equipamentos. Quando o termo CAR começou a ser utilizado, no final dos anos 1970, o concreto de alta resistência era aquele que apresentava resistência à compressão (fck) superior a 40 MPa, enquanto o concreto comum tinha resistência à compressão em torno de 20 a 25 MPa. Nos últimos anos, contudo, a resistência média de ambos os produtos aumentou bastante. “Hoje, a resistência média usada nas obras está entre 30 e 35 MPa. Por isso mesmo muitos autores já consideram como CAR o concreto cujo fck seja de, pelo menos, 50 MPa”, explica o engenheiro Luiz de Brito Prado Vieira, gerente de P&D e Qualidade da Votorantim Cimentos. Vieira explica que a alta resistência de um concreto está atrelada a uma baixa relação água/cimento. Mas vale lembrar que a relação A/C impacta outras propriedades do concreto, tais como o módulo de elasticidade, permeabilidade, aspectos ligados à durabilidade. “Por isso é que se começou a designar o CAR através de um termo mais abrangente: concreto de alto desempenho (CAD)”, explica. 4.2.2 Concretos de alto desempenho (CAD) Uma diferenciação conceitual entre o CAR e o CAD é que o primeiro é desenvolvido com foco na obtenção de rápida resistência, enquanto o segundo refere-se a um material elaborado de olho na durabilidade, principalmente perante atmosferas agressivas. Não à toa, uma das primeiras aplicações do CAD é justamente em obras que demandam do concreto alta resistência mecânica e química, como em estruturas offshore. Elementos estruturais de compressão (pilares) em edifícios altos, pavimentos rodoviários, pisos industriais e obras de arte são as principais aplicações do chamado concreto de alto 30 desempenho. O uso desse material pode, por exemplo, viabilizar a redução das seções dos pilares, possibilitando aumentar o espaço útil, principalmente nos andares próximos ao térreo. Um exemplo dessa estratégia pode ser visto na construção do edifício e-Tower, em São Paulo, onde se obteve um concreto com recorde de resistência à compressão, 125 MPa aos 28 dias de idade. No empreendimento da construtora Tecnum, o concreto especial foi utilizado para reduzir as dimensões dos pilares de uma das fachadas, que apresentavam elevada carga nos subsolos e reduziam vagas de garagem. Nesse caso, em vez de ter pilares de 90 x 90 cm com fck de 40 MPa, foi possível construir elementos estruturais com 60 x 70 cm com concretos de alto desempenho. Apesar de muitos relacionarem o concreto de alto desempenho a ocasiões que exigem elevada resistência à compressão, esse produto pode ser utilizado em diversas situações, como estruturas que demandem menor permeabilidade, peças esbeltas que necessitem de um módulo de elasticidade maior, ou mesmo concretos expostos a ambientes muito agressivos. “Como consequência, o custo total da solução acaba sendo reduzido e os ganhos em longo prazo, maximizados”, explica o engenheiro da Votorantim Cimentos. Como funcionam? Concretos de alto desempenho se caracterizam por receber adições minerais tipo sílica ativa e metacaulim e aditivos superplastificantes. Também pressupõem a combinação de três parâmetros: empacotamento das partículas grossas, ajuste granulométrico dos finos e controle do estado de dispersão da matriz cimentícia. Além da elevada resistência à compressão, esse tipo de concreto costuma garantir menor suscetibilidade à carbonatação e baixo índice de fissuração. Por outro ponto de vista, esses sistemas podem apresentar diferentes formas na aplicação, pelas exigências na dosagem, com maior coesão e maior controle tecnológico. Outros aspectos que demandam cuidados extras no uso do CAD são a menor capacidade de deformação desses materiais e o alto calor de hidratação, que em caso de peças de grandes volumes pode exigir ações especiais para o resfriamento da massa. 4.3 – Concreto leve estrutural Os concretos leves estruturais têm como principal finalidade a redução do peso da estrutura mantendo as características de resistência à compressão. Podem ser obtidas densidades da ordem de 1.600 a 1800 kg/m³ dependendo da resistência exigida e do tipo de agregado utilizado. Ao adicionar agregados leves ao concreto, ele se torna mais caro. Por isso, nem sempre é viável. “Ele deve ser utilizado quando reduzir o peso da obra é muito importante”, 31 observa Rossignolo. Em pré-fabricados, por exemplo, o peso é muito relevante, pois quanto mais leve for a estrutura, mais peças poderão ser transportadas em um mesmo caminhão. “Em um shopping que será fechado com painéis pré-fabricados, se for usado concreto leve, é possível transportar 15 painéis em vez de 10, reduzindo em 30% a 40% o custo com transporte”, exemplifica o professor. A solução também é vantajosa quando é necessário vencer grandes vãos, como em pontes, lajes e coberturas, bem como nos elementos flutuantes, como docas e plataformas petrolíferas, pois a leveza garante maior potencial deflutuação. “No Brasil, não costumamos usar concreto leve em plataformas flutuantes, mas nos países nórdicos é muito comum”, comenta Rossignolo. Uma desvantagem, além do alto custo, é a diminuição da resistência mecânica à compressão. Segundo Rossignolo, essa característica não limita seu uso, mas deve ser considerada no projeto. “Para conseguir o mesmo desempenho mecânico do concreto convencional, é preciso redosar o concreto, usando um pouco mais de cimento, o que encarece o produto”, afirma. Mas as vantagens do concreto leve se sobressaem às desvantagens. Ele pode ser mais durável que o convencional. “O agregado leve funciona como um minirreservatório dentro do concreto, absorvendo água durante a mistura e devolvendo-a durante o processo de endurecimento do concreto, garantindo, assim, a cura interna”, explica o professor da USP. Ele cita como exemplo lugares quentes e secos como Dubai, que usa o agregado leve como agente interno de cura, facilitando esse processo e, consequentemente, aumentando sua vida útil. Outro ponto positivo é a baixa condutividade térmica. Uma vez que, quanto menor a condutividade térmica, mais isolante é o material, esse tipo de concreto é perfeito para isolar ambientes com variações térmicas do lado de fora em regiões como o Sul e o Norte do Brasil, onde as temperaturas costumam ser muito baixas e muito altas, respectivamente. “Os europeus usam muito o concreto leve para reduzir, durante o inverno, o gasto energético com sistemas de aquecimento. Como é mais isolante, ele mantém a temperatura ambiente. 32 5 – CONCLUSÃO O processo de pesquisa efetuado para a realização deste trabalho, levou os integrantes do grupo a um nível de entendimento maior acerca da importância do concreto de cimento Portland para a construção civil e para a sociedade como um todo, assim como a necessidade de um conhecimento aprofundado da origem, manuseio, armazenamento de agregados graúdos e miúdos e do controle de qualidade sobre esse concreto, que se inicia ao entender as necessidades da obra que receberá o concreto, para dimensionar a dosagem a fins de obter resultados satisfatórios para a aplicação em casos específicos. 33 6 – BIBLIOGRAFIA CURA DO CONCRETO CONHEÇA CADA TÉCNICA E OS CUIDADOS; Disponível em: https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/cura-do-concreto-conheca-cada-tecnica-suas- vantagens-e-cuidados_16242_10_0 Acesso em 31 out. 2018 TEMPO DE CURA DO CONCRETO; Disponível em: https://construfacilrj.com.br/cura-do- concreto/ Acesso em 31 out. 2018 USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas- ESTRUTURAS DE CONCRETO – CAPÍTULO 2. Libânio M. Pinheiro, Cassiane D. Muzardo, Sandro P. Santos. Março de 2004. AGNESINI, M. V. C. Concretos com ar incorporado. Efeitos produzidos pela incorporação de ar sobre as propriedades dos concretos dosados com os agregados usualmente empregados na região de São Carlos. São Carlos: EESC-USP, 1988. 161 p BAUER, F. L. A. Materiais de construção. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012. CONCRETO LEVE ESTRUTURAL, TIPOS E INDICAÇÃO DE USO; Disponível em: <https://www.mapadaobra.com.br/inovacao/concreto-leve-conheca-tipos-e-indicacoes/> Acesso em 02 nov. 2018 NEVILLE, A. M. Propriedades do concreto. Tradução de Ruy Alberto Cremonini. 5a Edição. ed. Porto Alegre: Bookman, 2016. 888 p.
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