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As mulheres de Jorge Amado

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Narrador: 
Neste momento, vamos celebrar um dos grandes autores da literatura brasileira, o baiano Jorge Amado. Autor de clássicos da Literatura brasileira, como Dona Flor e seus dois maridos, O país do carnaval, Capitães da areia, Gabriela, Cravo e Canela, Bahia de Todos os Santos, Tenda dos milagres, Teresa Batista cansada de guerra, entre muitos outros, Jorge Amado nasceu no dia 10 de agosto de 1912 e faleceu no dia 6 de agosto de 2001.
São as personagens femininas que gravitam as narrativas de Jorge Amado focalizando-as normalmente à margem da vida social, o autor lhes confere força para subverter a ordem estabelecida e inaugurar um novo tempo de celebração da vida e da liberdade.
Suas personagens mais famosas são Gabriela, Dona Flor, Teresa do Agreste e Tieta, elas marcaram a segunda e a mais popular fase da sua produção. Conheça agora, as mulheres de Jorge Amado.
Narrador: Sensualíssima, expulsa do sertão nordestino pela seca, a retirante Gabriela, exalando cravo e canela, chega a Ilhéus nos anos 1920 e começa a trabalhar como cozinheira no bar de Nacib, o Vesúvio. Prendada, Gabriela ganha o patrão com o tempero de seus vatapás e acarajés e também pelo aroma do seu espírito livre, meio bicho, meio mulher, tão diferente das senhoras da sociedade local.  Mas onde será que está Gabriela?
(Música da Gabriela)
Gabriela: Eu sou Gabriela, popularmente conhecida como Gabriela cravo e canela, vim de Ilhéus à procura de trabalho. Eu, Gabriela tenho várias qualidades, sei cozinhar, passar, lavar e também sei namorar.
Narrador: Agora vem ela, Dona Flor, que compensa em um casamento o que falta no outro – desfruta da paixão e do erotismo vividos ao lado do boêmio Vadinho e da calmaria e da segurança trazidas pela relação com o farmacêutico Teodoro. Após a morte do primeiro, Dona Flor se casa com o segundo.
(Música Dona Flor)
Dona Flor: Euzinha Dona Flor, sou professora de arte culinária e tenho dois maridos: Teodoro e Vadinho, o que falta em um eu compenso no outro. Sempre morei no Largo 2 de julho com mainha e meu segundo marido Teodoro.
Narradora: Fogosa e namoradeira, Tieta é expulsa de casa e da cidade quando sua irmã revela ao pai o que ela apronta na rua. Harara...e vocês acham que ela se importa? Harara...Vem Tieta arretada essa mulher não é mole não!
Tieta: Como Gabriela, eu Tieta do Agreste morava com meus pai Zé Esteves, minha madrasta feia e minhas duas irmãs, a cobra da Perpétua e a pequena Elisa e tive dois namorados.
Narradora: Tereza Batista Cansada de Guerra passou por provações tão precocemente e estas, ajudaram a moldar sua personalidade de mulher valente e decidida, teimosa que nem um jegue. Essa tal Tereza Batista é uma das mais famosas heroínas de Jorge Amado. Vem com tudo Teresa Batista.
(Música da Teresa Batista)
Teresa Batista: Já eu sou Teresa Batista, desde pequena passei por provações e conheci a maldade dos homens, porque fui órfã e vendida por um parente a um fazendeiro. Oxente! Mas ocês acham que isso conseguiu me abater? Difícil mesmo foi eu aprender a chorar, pois eu nasci para rir e alegre viver!
Teresa Batista pergunta à Gabriela: Mulher e os namorados, como é que anda?
GABRIELA: Eu Gabriela tive um envolvimento com o meu patrão Nacib, dono do Vezúvio, o bar mais conhecido da cidade e logo me casei. Logo depois do casório, tive um envolvimento com o coronel Tunico Bastos, fazendo o meu casamento o maior falatório da cidade, fui infiel e meu marido descobriu o romance. Eita que dessa vez eu me lasquei, vice!
DONA FLOR: Meu namoro com Vadinho no começo era apoiado por mainha, mas quando ele descobriu que não era neto do governador, condenou o meu namoro e fui obrigada a fugir de casa para me casar, tendo assim que arrumar uma casa e os papeis do casório em um tempo muito curto. Já casada descobri que eu era obrigada a sustentar a casa e o vício de seu marido. 
TIETA: Já eu gostava de ser atrevida, gostava era de namorar, mas bem que eu também queria ser amada!
TERESA BATISTA: E eu, aos treze anos fui violentada e mantida cativa. Mas isso não me enfraqueceu, pois tenho fama é de mulher forte, valente e destemida.
GABRIELA: Depois Nacib quis terminar a união por tamanha questão, me pediu pra sair de casa e me pagar dia e hora trabalhado. E eu vou dá mole é, vou nada!
DONA FLOR: Meu primeiro marido Vadinho foi morto num domingo de carnaval, parou de sambar e caiu duro, eu corri aos prantos em direção ao corpo do meu marido que tanto me fez sofrer com suas safadezas, mas que mesmo assim eu amava muito. Depois de um ano me casei com Teodoro farmacêutico e de bom partido. E certo dia eu vi o fantasma de Vadinho nu em cima da cama e à partir desse dia, ele passou a viver comigo e Teodoro.
TERESA BATISTA: Fui presa, mandada para o convento e de lá fugi para Sergipe, onde me apaixonei por Januário Gereba, um homem casado que me abandonou. Como já disse, nasci para amar e no amor sou estrita. Porque me chamaram de Teresa boa de briga? Porque se eu não gosto de arruaça ou de baderna qualquer, mais do que me aconteceu quando ainda menina é que não tulero ver homem bater em mulher!
TIETA: E como não lembrar de tudo da minha cidadezinha, e o meu pai ter descoberto uma de minhas aventuras, foi a muléstia mesmo! Perambulei sem destino e fiz o que sabia fazer de melhor para sobreviver, e não me arrependo disso! De lá fui para São Paulo e continuei no mesmo trabalho. Muitos anos depois, minha volta a Santana do Agreste causou muito rebuliço! Além de rica e poderosa! Desde menina sempre agi por impulso, quando eu quero alguma coisa, não vejo nada em minha frente e sei que ainda hoje há em mim uma cabra solta que ninguém domina!
Gabriela: Nenhuma melhor do que a outra!
Dona Flor: Criadas em épocas diferentes.
Teresa batista: Por um escritor maravilhoso.
Tieta: Representando as...
Todas: Mulheres de Jorge!

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