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OCLUSÃO NORMAL

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A OCLUSÃO NORMAL 
 
Partindo-se da premissa de que “normal é o mais usual”, observa-se que a oclulsão normal 
individual não coincide com a oclusão ideal. A oclusão ideal no homem é hipotética, não existe 
e nem poderá existir, pois para que isso ocorresse seria necessário ao indivíduo receber uma 
herança puríssima, viver em ambiente ótimo, ter um desenvolvimento livre de todo acidente, 
enfermidade ou interferência capaz de modificar o padrão auxológico inerente da oclusão. 
Pode-se definir a oclusão normal como vinte e oito dentes corretamente ordenados no arco e 
em harmonia com todas as forças estáticas e dinâmicas que sobre eles atuam; ou antes, a 
oclusão normal é uma oclusão estável, sã e esteticamente atrativa. 
Neste tipo de oclusão a gengiva deve apresentar-se sadia, ou seja, com a coloração rosada, 
sem sangramento e com boa aderência, o osso alveolar íntegro, sem perda de material, e a 
Articulação Têmporomandibular(ATM), livre de dores, ruídos ou outra disfunção. 
 
AS DEZ CHAVES DE OCLUSÃO NA DENTIÇÃO PERMANENTE 
Às chaves de oclusão propostas por Angle(1899) e Andrews(1972), acresenta-se outras quatro 
chaves, como a configuração dos arcos dentais, equilíbrio dos dentes, guias de oclusão 
dinâmica e harmonia facial, pois são essenciais ao sucesso do tratamento ortodôntico que visa 
uma oclusão normal individual. 
 
CHAVE I – RELAÇÃO MOLAR 
A primeira chave de oclusão normal é a chave de oclusão molar de Angle, na qual a cúspide 
mesiovestibular do primeiro molar superior oclui no sulco mesiovestibular do primeiro molar 
inferior. À esta relação, Andrews acrescenta que é necessário que haja também o contato da 
vertente distal da cúspide distovestibular do primeiro molar superior com a superfície mesial 
da cúspide mesiovestibular do segundo molar, além da cúspide palatina do primeiro molar 
superior ocluir no sulco oclusal do primeiro molar inferior. Estando nesta situação, 
teoricamente, todos os outros dentes se articularão de forma correta, desde que não haja 
giroversões, discrepâncias de tamanho dental, etc. 
 
CHAVE II – ANGULAÇÃO MESIODISTAL DOS DENTES 
A linha que passa pela coroa e raiz dental configura uma curva de convexidade anterior 
necessária à estabilização funcional de cada dente em particular e de todo o arco em conjunto. 
Miller relata que esta angulação é o resultado de forças oriundas da musculatura mastigadora 
e Strang acrescenta que a função de deglutição e os planos inclinados das cúspides exercem 
grande efeito sobre o posicionamento mesiodistal do longo eixo dos dentes, originando uma 
componente da mesialização. Andrews relatou a necessidade de obediência a esta chave de 
oclusão, pois, se não seguida a angulação correta na região de caninos e pré-molares e 
molares, haverá falta de engrenamento entre os dentes superiores e inferiores, ocasionando 
diastemas e instabilidade oclusal. Supondo que em uma oclusão normal cada dente deve 
ocupar um espaço devido no arco, qualquer aumento ou diminuição deste por uma variação 
na angulação da coroa desocluirá os demais, como no caso de incisivos superiores, por 
exemplo, onde se a angulação é aumentada, aumenta-se o espaço necessário no arco para o 
seu posicionamento. 
 
CHAVE III – INCLINAÇÃO VESTIBULOLINGUAL DOS DENTES 
Os dentes permanentes não se posicionam em suas bases ósseas perpendicularmente, como 
se observa nos dentes temporários, mas apresentam uma inclinação axial, que está 
intimamente relacionada ao torque. 
No arco superior, nota-se que as raízes dos incisivos centrais inclinam-se fortemente para 
palatino. Já para os incisivos laterais há uma diminuição desta inclinação e para os caninos a 
inclinação diminui mais um pouco, atingindo valores próximos a zero nos pré-molares e 
molares. 
No arco inferior, as raízes dos incisivos centrais e laterais têm inclinação para lingual, 
diminuindo acentuadamente para a inclinação dos caninos. O primeiro pré-molar tem 
implantação vertical e a partir de então o longo eixo radicular se inclina vestibularmente, 
aumentando à medida que nos distalizamos no arco. 
NOTE QUE: se a inclinação da raiz do dente é para lingual ou palatino, a inclinação da face 
vestibular do dente se mostra para o lado oposto, caracteriznado inclinações negativas, como 
sugerem outros autores. 
 
CHAVE IV – ÁREAS DE CONTATO PROXIMAL RÍGIDAS OU PRESENÇA DE PONTOS DE CONTATO 
A área de contato interproximal deve ser considerada como verdadeira entidade anátomo-
fisiopatológica que garante a integridade do periodonto. Se esta relação for rompida, seja por 
cáries, fraturas ou má posição dental, haverá uma quebra do equilíbrio entre os dentes 
contíguos, acarretando traumas para as estruturas de suporte. As áreas de contato variam de 
dente pra dente, de acordo com sua morfologia, se posicionando mais para oclusal ou cervical. 
 
CHAVE V – AUSÊNCIA DE ROTAÇÃO DENTAL 
Como foi dito, os dentes alinham-se em forma de arcos, tanto os superiores como inferiores, 
tocando seus vizinhos através das áreas de contato. Numa visão oclusal, os sulcos oclusais de 
premolares e molares estão conformados em um segmento de curva, de modo que existe um 
perfeito engrenamento dos dentes superiores e inferiores quando em oclusão cêntrica. Fica 
evidente que para obtermos uma oclusão normal não podemos encontrar giroversãoes, ou 
seja, rotações dentais, pois estas alteram a harmonia do arco seja em suas dimensões ou 
ocasionando contatos prematuros, traumas oclusais e distúrbios da ATM. 
 
CHAVE VI – CURVA DE SPEE 
A curva de compensação, também conhecida como curva de Balkwill-Spee, curva de Spee ou 
linha de Spee, corresponde à linha que une o ápice das cúspides vestibulares dos dentes 
superiores, tendo seu ponto mais baixo(inferior) em correspondência com a cúspide 
mesiovestibular do primeiro molar permanente. Descrita por Von Spee em 1890, a curva de 
compensação depende da trajetória condilar, que segue e se adapta à configuração anatômica 
da fossa glenóide, relacionando-se à forma e tamanho das cúspides dentais e inclinação axial 
dos dentes permanentes. Sua forma ligeiramente curva(côncava para os dentes inferiores e 
convexa para os superiores), compensa as trajetórias condílicas, molar e incisiva, dando 
estabilidade de forças ao conjunto. Andrews relatou que a intercuspidação dental melhora 
quando a curva de Spee é suave e esta deverá ser a meta do tratamento ortodôntico. 
 
CHAVE VII – CONFORMAÇÃO DOS ARCOS DENTAIS 
Picosse, baseando-se em dados fornecidos pela geometria analítica, demonstrou que a curva 
descrita pela sucessão dos dentes permanentes configura um segmento de elipse. Para 
manutenção da estabilidade, saúde e estética, os arcos dentais devem manter a morfologia e 
as dimensões transversais corretas, daí a necessidade do tratamento ortodôntico não ser 
expansivo ou promover a contração dos arcos de forma anormal. Estando na conformação 
ideal, haverá harmonia entre dentes, músculos, ossos refletindo em harmonia facial. 
 
CHAVE VIII – GUIAS DE OCLUSÃO DINÂMICA 
O conceito dinâmico da oclusão nos conduz a seu objetivo maior que é a obtenção do 
equilíbrio oclusal e conseqüentemente da estabilidade mandibular. 
Segundo Saito, a oclusão normal individual num estado funcional ótimo segue os seguintes 
requisitos: 
a. As resultantes das forças oclusais devem seguir uma direção axial biologicamente 
favorável às estruturas de suporte; 
b. É necessário haver estabilidade mandibular, ou seja, parada estável com contatos 
bilaterais simultâneos entre os dentes, em cêntrica; 
c. Não deve existir interferência em qualquer dente posterior no lado de trabalho 
durante os movimentos de lateralidade(função em grupo ou guia de caninos), sendo 
que deve existirdesoclusão do lado de balanceio nos movimentos de lateralidade; 
desoclusão posterior total em movimento de protrusiva; guia incisal em harmonia com 
os movimentos bordejantes; espaço funcional livre correto, permitindo uma função 
harmoniosa da oclusão com o complexo neuromuscular e ATM. 
CHAVE IX – EQUILÍBRIO DENTAL 
Está intimamente associado a fatores harmônicos e definidos que, ao atuarem em conjunto, 
asseguram a estabilidade das diferentes posições dos dentes em suas bases ósseas. Qualquer 
tratamento ortodôntico que vise unicamente o posicionamento estético dental pode fracassar 
se não se levar em consideração as forças funcionais oriundas dos dentes, ligamentos, 
músculos mastigadores e faciais, da língua, do palato e faringe. Qualquer desequilíbrio do 
sistema ocasiona a perda da oclusão normal. 
Os fatores mecânicos responsáveis pelo equilíbrio dental são: 
a. Forças Motoras: representada pela ação dos músculos mastigadores 
b. Forças Resistentes: representadas pelos próprios dentes (antagonistas e vizinhos) que 
se opõem ao deslocamento vertical e mesiodistal, pelo alvéolo e pela musculatura 
labioglossogeniana; 
c. Elementos que distribuem as forças motoras: representados pelos planos inclinados 
das cúspides; 
d. Coxim Elástico: representado pelo ligamento periodontal. 
O Equilíbrio vestíbulolingual é representado pelas forças da musculatura jugolingual, enquanto 
que o equilíbrio mesiodistal é representado pelo apoio dos dentes proximais, uns em contato 
com os outros. 
 
CHAVE X – HARMONIA FACIAL 
A harmonia das linhas faciais e um perfeito equilíbrio entre suas partes, incluindo obviamente 
os dentes, são imprescindíveis para a compreensão e o verdadeiro objetivo da oclusão normal. 
 
REFERÊNCIA: 
VELLINI, F. ORTODONTIA DIAGNÓSTICO E PLANEJAMENTO CLÍNICO

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