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ESTATUTO E ÉTICA 18/10/2018 CONTEÚDO 1. Lei 8606-94 – estatuto da advocacia e da OAB Legislação: só pode ser alterado por lei de mesma hierarquia. 2. Regulamento geral do estatuto da advocacia e da oab 3. Código de Ética e Disciplina atos normativos criados pelo Conselho Federal da OAB OBS: Conselho pode editar provimentos que regulem a legislação (ex: forma de prova; advogado estrangeiro, etc). QUADROS DA OAB 1) ADVOGADOS Requisitos: a) Capacidade civil – plena e presumida: maiores de 18 anos; obs emancipação também vale. b) Diploma ou certidão de graduação (instituição de ensino oficialmente autorizada e credenciada) OBS: Na ausência do diploma exige-se o histórico escolar autenticado!! c) Título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro. Estrangeiro não precisa de nenhum – contudo, estrangeiro ou brasileiro formado em outro país dependem de validação do diploma e demais requisitos do art. 8º. OBS: Estrangeiro que faça consultoria do Direito de seu país NÃO precisa revalidar diploma nem fazer exame de ordem. OBS 2: Advogado inscrito na OAP não precisa de revalidação, nem de prova. d) Não exercer atividade incompatível com a advocacia. Atividade que gere impedimento NÃO afasta inscrição, apenas coloca uma condição. Atividade incompatível Vida profissional do indivíduo (art. 28 do Estatuto: rol taxativo) Conduta incompatível (- grave) Vida social, pessoal lei exige habitualidade (art 34 do Estatuto, rol exemplificativo): leva a suspenção. Ex: embriaguez habitual. Inidoneidade Moral (+ grave) Vida social, pessoal não exige habitualidade, basta prática única: leva a exclusão (2/3 dos membros do conselho). Crime Infamante Análise subjetiva, ligado ao exercício da profissão leva a exclusão e) Idoneidade moral – presumida com declaração, negativa de inscrição depende de análise em processo interno da OAB por 2/3 dos membros; f) Prestar compromisso perante o conselho (juramento) – solene, personalíssimo, indelegável. Não impede a inscrição, mas impede o recebimento da carteira. g) Aprovação no exame de ordem. 2) ESTAGIÁRIOS Requisitos a) Cursando os últimos dois anos do curso OU bacharel já formado que nunca tenha tido a carteira da oab. b) Deve ter estágio já garantido. c) Capacidade civil; d) Título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro; e) Não exercer atividade incompatível com o advocacia; f) Idoneidade moral. TIPOS DE INSCRIÇÃO 1. ESTAGIÁRIO: só tem um tipo de inscrição obs: carteirinha de estagiário deve ser referente ao estado no qual cursa a faculdade, contudo pode exercer o estágio em qualquer lugar do país. 2. ADVOGADOS: três tipos. a) Principal = primeira inscrição, deve ser feita no conselho seccional no qual você pretende estabelecer domicílio profissional. na dúvida, inscrição no domicílio civil. b) Suplementar = exercício da advocacia com habitualidade (mais de 05 causas por ano OU filial em outro Estado) OBS: causa trata-se de intervenção judicial Não conta: atuação extrajud, hc, carta precatória, atuação em tribunais interestaduais ou nacionais. OBS 2: no caso de abertura de filial de escritório, TODOS os sócios devem proceder com inscrição suplementar. OBS 3: cada inscrição gera uma anuidade. OBS 4: ausência de suplementar necessária não causa prejuízo processual, mas tão somente infração ética. c) Transferência = mudança efetiva de domicilio profissional transferência da principal, mas mantem-se as suplementares. LICENÇA E CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO: 1. LICENÇA: afastamento da advocacia (para todos efeitos), Quando do retorno NÃO há alteração do número de inscrição. Advogado pode requerer o pedido, desde que justificado. a) Justo motivo – exemplo: doutorado/mestrado em direito, em outro país; advogado transferido profissionalmente para outro país... b) Exercício em caráter temporário de atividade incompatível ao exercício da advocacia. c) Doença mental considerada curável. 2. CANCELAMENTO: afastamento da advocacia Em eventual retorno há alteração do número de inscrição, mas NÃO novo exame de ordem. Requerimento do advogado a) Sofrer exclusão ou suspensão por 3x (isso porque, nesse caso, a suspensão leva à exclusão) b) Falecimento c) Exercício em caráter definitivo de atividade incompatível d) Perder requisitos do art 8º (inscrição). OBS: defensores e advogados públicos NÃO podem pedir cancelamento da oab para prática da advocacia púlbica o exercício da advocacia pública também EXIGE OAB! IMPEDIMENTO E INCOMPATIBILIDADE Ligados ao exercício de cargo público e atividade militar – com exceção: única atividade particular são as instituições financeiras. 1. IMPEDIMENTO: proibição parcial do exercício da advocacia pode advogar no geral, mas não em algumas situações 2. INCOMPATIBILIDADE: proibição geral do exercício da advocacia em caráter definitivo (exclusão) ou temporário (licença). Macete do alto escalão: - Macete do baixo escalão. Funcionário público pode advogar, desde que não contra a fazenda que o remunera. Exceto se tiver função de mando (temporária ou definitiva) Exceto membros da mesa do legislativo HÁ INCOMPATIBILIDADE 3. EXCEÇÕES AO MACETE: a) Membros da mesa do legislativo HÁ INCOMPATIBILIDADE . b) Professor público de DIREITO é livre para advogar professores públicos (de outras áreas) não podem advogar contra a fazenda que os remunera. Incompatibilidade Definitivo Cancelamento Temporário Licença Impedimento É MEBRO DO LEGISLATIVO? Pode advogar, menos contra a adm. pública. Sobra... Pode advogar, menos contra a fazenda que o remuera... É DO JUDICIÁRIO, CARTÓRIO, POLICIAL, MILITAR, ÁREA FISCAL OU GERENTE? SERÁ INCOMPATÍVEL MESMO QUE BAIXO ESCALÃO (vale para o zelador e para o juiz) c) Diretor sem poder de decisão (de órgãos da administração pública direta ou indireta) há impedimento. d) Diretores acadêmicos são livres para advogar. e) Procurador Geral (da U, E, M, DF) tem exclusividade para o desempenho do cargo. f) Juiz eleitoral (que não seja magistrado) pode advogar. g) Gerente de banco NÃO pode exercer advocacia se for jurídico só pode exercer em nome no banco. DIREITOS DO ADVOGADO Não há hierarquia nem subordinação entre os agentes da justiça (adv, juiz, mp) 1. ART 7º: a) Exercício da profissão em todo território nacional atenção aos requisitos de inscrição; b) Inviolabilidade do escritório, local do trabalho, instrumento de trabalho, correspondência desde que ligada ao exercício da atividade. vedada a busca por informações de clientes. OBS - MITIGAÇÃO: indícios de autoria e materialidade de crime especificamente pelo advogado: autoridade judiciária poderá decretar a quebra de inviolabilidade decisão motivada, específica e pormenorizada a ser cumprido na presença de representante da OAB. pode-se buscar informações de clientes investigados pelo mesmo crime que deu causa a inviolabilidade. c) Comunicação com cliente quando se acharem presos; detidos; recolhidos em estabelecimentos civis ou militares ainda que considerados incomunicáveis (decretação de incomunicabilidade não é mais cabível - inconstitucional) NÃO HÁ NECESSIDADE DE PROCURAÇÃO. d) Advogado preso em flagrante no exercício da advocacia: Se preso flagrante (depende de crime inafiançável), a lavratura do auto depende de representante da OAB. OBS: nos demais casos, que não estejam ligados à advocacia, deverá apenas expedir-se comunicação a seccional. e) Prisãoantes da sentença transitada em julgado só pode ocorrer se em sala de Estado Maior e, em sua falta, em prisão domiciliar. Em decorrência de QUALQUER crime (funcional ou não). Após trânsito em julgado: prisão comum. f) Ingresso livre: I. Sala de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que separem a parte reservada aos magistrados; II. Salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços notoriais e de registro, delegacias e prisões. OBS: no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e independente de presença dos titulares. III. Edifício ou recinto que funcione repartição judicial ou outro serviço púbico onde deva praticar ato ou colher prova/informação útil ao exercício da atividade. IV. Ingresso em assembleia ou reunião em que possa participar o cliente = desde que munido de PODERES ESPECIAIS. g) Permanecer sentado, em pé, ou retirar-se de quaisquer desses locais sem pedir licença. h) Dirigir-se diretamente aos magistrados das salas e gabinetes, independe de horário previamente marcado ou outra condição. i) Sustentação oral nos recursos em que tiverem previsão legal + antes do voto do relator (exceção: processos disciplinares da OAB). j) Usar da palavra pela ordem, mediante intervenção sumária = esclarecer equívoco ou dúvida; ou replicar acusações/censura. k) Reclamar verbalmente ou por escrito; l) Falar sentado ou em pé em órgão da adm pública ou do poder legislativo; m) Direto a vista dos autos judiciais e administrativos: Examinar em qualquer órgão do judiciário, adm, legislativo autos de processos findos ou andamentos inclusive tirando cópias e fazendo anotações (salvo se processo correr em sigilo) OBS: para acesso de autos sigilosos depende de procuração própria. n) Examinar autos de flagrante ou de investigação de qualquer natureza, findos ou em andamento – ainda que conclusos à autoridade. OBS: Acesso pode ser limitado a diligências em andamento e ainda não documentados nos autos: risco de comprometimento da eficiência da investigação. OBS 2: Se sigiloso, depende de procuração. OBS 3: Não cabe carga de inquérito. Inobservância dos direitos de acesso: responsabilização criminal e funcional. o) Retirada de autos nos prazos legais – desde que com procuração. p) Retirar autos de processos findos pelo prazo de 10 dias – mesmo sem procuração: OBS: Exceções – segredo de justiça; documentos originais de difícil reparação, circunstância relevante motivada em despacho; advogado que deixou de devolver o processo no prazo legal depois de intimado. q) Desgravo público – ofensa pública no exercício da profissão ou em razão dela. OBS DESAGRAVO PÚBLICO: ofensa parte de funcionários públicos ou imprensa que atinja a classe dos advogados. Qualquer pessoa pode comunicar, ou a OAB pode instaurar de ofício processo para apuração da ofensa, mas não depende de anuência do advogado. Ofensor tem direito de defesa, mas não é obrigatória Optando pelo desagravo, será agendada sessão em até 60 dias na qual o presidente lerá nota que será publicada na imprensa e encaminhada ao ofensor. OBS 2: Em regra, o desagravo acontece no conselho seccional, mas pode ocorrer em subseção de for o caso (com representantes do conselho seccional) por vezes pode ocorrer no conselho federal: se for o presidente de CS; o CF em si; ou adv ofendido com repercussão nacional). OBS 3: Ante a repercussão da ofensa, a diretoria pode determinar de pronto o desagravo, cabendo posterior convalidação do conselho. r) Uso de símbolos privativos da profissão; s) Recusa a depor como testemunha em processo do qual participou ou deva participar, ou sobre fato relacionado ao cliente – ainda que autorizado por quem a informação diz respeito. t) Retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judicial após 30minutos do horário marcado DESDE QUE a autoridade NÃO esteja presente no recinto mediante protocolo nos autos. OBS: D. do Trabalho 15 minutos u) Assistir o cliente e participar da investigação, sob pena de nulidade absoluta (caso o direito seja requerido, mas não concedido) OBS: Sala de usos aos advogados – controle pelo órgão, mas uso pela OAB OBS 2: Imunidade profissional/funcional do advogado – ordem civil, penal e disciplinar – afasta a existência de injúria e a difamação quando cometidos no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele. Sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB. OBS 3: DIREITOS DA ADVOGADA: I. Gestante – entrada em tribunais sem ser submetida a detectores de metais + reserva de vaga em garagens dos fóruns dos tribunais; preferência na ordem das sustentações orais e audiências; II. Lactante, adotante ou que der à luz – acesso a creche; preferência na ordem das sustentações orais e audiências; suspensão de prazos processuais quando for a única patrona da causa com notificação ao cliente (não vale a lactante) PRAZO: 120 dias no caso da creche e preferência. PRAZO: 30 dias para a suspensão dos processos. OBS: Direito de suspensão estendido ao advogado adotante, mas por 08 dias. ATOS PRIVATIVOS DE ADVOCACIA 1. ATOS JUDICIAIS – Postulação em órgãos judiciais que não permitam jus postulandi; EXCEÇÕES: - HC não é ato privativo de advogado. - Justiça do trabalho, em vara trabalhista e TST - Juizados especiais (desde que NÃO sejam criminais) JEC - 20 a 40 SM exige advogado 2. ATOS EXTRAJUDICIAIS – - Consultoria (eventual) - Assessoria (fixa) - Direção jurídica - Gerência jurídica - Atos e contratos constitutivos de PJ só podem ser admitidos a registro nos órgãos competentes se vistados por advogados – exceção: ME e EPP. OBS: É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade – podem ser exercidas, mas não no mesmo ambiente. 3. PROCURAÇÃO: - não perde a validade pelo decurso do tempo, só terá prazo se expresso no mandato. - Excepcionalmente cabe atuação sem procuração (evitar decadência, prescrição e perempção) - É vedado o recebimento de procuração de pessoa que já tenha advogado salvo em urgência. a) Revogação: pelo advogado, responsável pelos próximos 10d. Exceções: haver mais advogados ou contratação de novo procurador em ato inferior. Advogado deve informar nos autos, mas tal informação não vale como intimação do cliente, que deverá ser pessoal. b) Renúncia: realizada pelo cliente, retira de imediato a responsabilidade do advogado mesmo que o cliente não constitua novo procurador 4. SUBSTABELECIMENTO: a) Com reserva de poderes – compartilhamento de poderes, não exige anuência expressa do cliente. b) Sem reserva de poderes – forma de renúncia, exige anuência do cliente. ATOS DOS ESTAGIÁRIOS 1. ATOS DE ADVOCACIA, DESDE QUE EM CONJUNTO COM O ADVOGADO. Depende, mesmo assim, de procuração. 2. ISOLADAMENTE, sob a responsabilidade do advogado: a) Retirar e devolver autos em cartório, assinando a carga; b) Obter certidões de peças ou autos de processos; c) Petição de juntada de documentos; d) Atos extrajudiciais – cabe comparecimento isolado, desde que autorizado ou substabelecido. ATOS NULOS 1. Atos de pessoas não inscritas na OAB 2. Advogados impedidos, no âmbito do impedimento 3. Advogados suspensos; 4. Advogados licenciados 5. Advogados que passem a exercer atividade incompatível com a advocacia, ainda que não peça licença ou cancelamento. RESPONSABILIDADE FUNCIONAL DO ADVOGADO possibilidade de responsabilidade civil, penal e disciplinar: inclusive, simultaneamente se houver previsão nesse sentido. 1. RESPONSABILIDADE CIVIL – responsabilização subjetiva,é necessária a comprovação de dolo ou culpa. 2. RESPONSABILIDADE PENAL – No exercício da função tem imunidade a injúria e difamação, contudo pode vir a cometer outros crimes (violação do sigilo profissional, patrocínio infiel, tergiversação, retenção abusiva de atos, etc). 3. RESPONSABILIDADE DISCIPLINAR art. 34 dispõe sobre as infrações possíveis de punição. INCISOS INFRAÇÕES SANÇÃO I ao XVI Leves Censura Pode ser convertida em ADVERTÊNCIA* XVII ao XXV Graves Suspensão Regra: de 30d a 12 meses** XXVI ao XXVIII Gravíssimas Exclusão 2/3 dos votos do conselho XXIX Leve (estagiário) Multa*** OBS*: ADVERTÊNCIA não é considerada sanção, pois não está no rol de sanções; contudo caso o advogado tenha circunstâncias atenuantes a censura pode ser convertida em advertência OBS 2**: Suspensão por prazo indeterminado a) advogado que deixar de pagar a OAB; b) advogado deixar de prestar contas ao cliente; c) inépcia profissional. OBS 3***: Sanção acessória, ocorre no caso de presença de agravantes, variando de 1 a 10 anuidades. OBS 4: Descumprimento de qualquer outra determinação não prevista no art 34 configura infração leve. 1. MACETE SUSPENSÃO $ Dinheiro, quantia, locupletar, etc.. F raudar a lei R eter autos I népcia profissional C onduta incompatível com advocacia EXCLUSÃO F azer prova f de requisito p/ incrição I nidoneidade moral C rime infamante CENSURA – sobra... (desrespeito ao código de ética e disciplina) EXCEÇÃO: agenciar causas, mediante participação nos horários em que receber: apesar de envolver dinheiro será censura! a reincidência leva a aplicação da pena mais grave 2. INFRAÇÕES a) I – exercer a profissão quando impedido ou facilitar o exercício da advocacia por quem não pode exercer; b) II – manter sociedade profissional fora das normas e preceitos legais; c) III – valer-se de agenciador de causas, mediante participação nos honorários d) IV - angariar ou captar causas e) V – assinar escrito (fim jud ou extrajud) que não tenha feito ou não tenha colaborado; 2 censuras = 1 suspensão 3 suspensões = 1 exclusão f) VI – advogar contra literal disposição legal (presunção de boa-fé se fundamentado na inconstitucionalidade, injustiça da lei ou pronunciamento judicial anterior); g) VII – violar sigilo profissional sem justa causa; h) VIII – estabelecer entendimento com a parte adversa sem autorização do cliente ou ciência do advogado contrário; i) IX – prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocínio; j) X – acarretar consciente, por ato próprio, anulação ou nulidade do processo; k) XI – abandonar causa sem justo motivo ou antes dos 10d da comunicação de renúncia; l) XII – recusar prestar assistência jurídica quando nomeado; m) XIII – fazer publicar na imprensa desnecessária e habitualmente alegações forenses ou sobre causas pendentes; XIV – deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária e de julgado, bem como de depoimentos, documentos e alegações da parte contrária, para confundir o adversário ou iludir o juiz da causa; n) XV – fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a terceiro de fato definido como crime; o) XVI – deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do órgão ou autoridade da Ordem, em matéria da competência desta, depois de regularmente notificado; p) XVII – prestar concurso a clientes ou a terceiros para realização de ato contrário à lei ou destinado a fraudá-la; q) XVIII – solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para aplicação ilícita ou desonesta; r) XIX – receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados com o objeto do mandato, sem expressa autorização do constituinte; s) XX – locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte adversa, por si ou interposta pessoa; t) XXI – recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele ou de terceiros por conta dele; u) XXII – reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou em confiança; v) XXIII – deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB, depois de regularmente notificado a fazê-lo; w) XXIV – incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional; x) XXV – manter conduta incompatível com a advocacia; y) XXVI – fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrição na OAB; z) XXVII – tornar-se moralmente inidôneo para o exercício da advocacia; aa) XXVIII – praticar crime infamante; cc) XXIX – praticar, o estagiário, ato excedente de sua habilitação. 3. REABILITAÇÃO - Após um ano do cumprimento da sanção (qualquer que seja) cabe pedido de reabilitação OBS: mediante prova de bom comportamento. Sendo acatado o pedido, é como se a sanção anterior não existisse: cessa os efeitos inclusive para reincidência. Exceção do prazo de 01 ano no caso de exclusão: advogado paralelamente condenado disciplinar e criminalmente antes de requerer a reabilitação da OAB deve requerer a reabilitação criminal no juízo da condenação (02 anos). * A reabilitação criminal é pressuposto da disciplinar. SOCIEDADE DE ADVOGADOS 1. ESPÉCIES DE AVOGADO a) Profissional liberal autônomo - PF b) Advogado sócio (sociedade de advogados) - PJ c) Advogado titular de sociedade individual de advocacia (unipessoal ou unisubjetiva) – PJ d) Advogado público e) Advogado empregado f) Advogado associado – meio termo entre sócio e empregado, contrato de parceria registrado na OAB. 2. NATUREZA JURÍDICA: Sociedade simples 3. PERSONALIDADE JURÍDICA: a partir do registro dos atos constitutivos do conselho seccional da OAB - Pode ser CNPJ (mero registro administrativo) 4. DENOMINAÇÃO: a) Sociedade plurisubjetiva ___________________________ + __________________________ nome de pelo menos um expressão que indique a advogado responsável finalidade pela sociedade *prenomes, sobrenomes, abreviações etc. cabe inversão de entre expressão e nome. cabe & (e comercial). cabe S/S no fim. Havendo falecimento de um dos sócios, só se pode usar o nome do falecido se houver expressa previsão legal nesse sentido. Havendo impedimento, deve se tirar totalmente o nome, havendo incompatibilidade temporária não há necessidade de mudança na denominação. Não cabe nome fantasia. b) Sociedade unipessoal _______________________ + ______________________ Nome (completo ou não) Sociedade individual de advocacia 5. PROCURAÇÃO: NÃO é passada à PJ, deve ser passada individualmente aos advogados, deve-se colocar os nomes dos advogados que irão atuar na causa OBS: intimações podem ser feitas em nome da sociedade. 6. FILIAIS: Só cabe uma sociedade por estado! Advogado pode ser sócio em UMA por conselho seccional (independente da modalidade) Ainda que só um dos advogados atue exclusivamente no Estado, os outros que não atuam também deverão requerer inscrição suplementar. OBS: Adv pode ter filial e exercer individualmente ou ser advogado empregado dentro do mesmo Estado. 7. DA RESPONSABILIDADE: 1º Sociedade 2º Sócios e associados – resp subsidiária e ilimitada. ADVOGADO EMPREGADO o advogado empregado não está obrigado a prestação de serviços de interesses pessoais dos empregadores. 1. SALÁRIO MÍNIMO: nunca será fixado por lei será por sentença normativa ou negociação coletiva. 2. JORNADA: Conta todo o período à disponibilidade do empregado, independe de onde seja a prestação de serviços.a) 4h dia/ 20h semana b) 8h dia – havendo exclusividade (firmada em contrato individual) c) Horas extras 100%: hora normal + adicional de 100% ou MAIS. d) Adicional noturno 25% – das 20h as 05h do dia seguinte - hora normal + adicional de 25%. 3. HONORÁRIOS SUCUMBÊNCIAIS. a) Empresa + advs empregados – honorários sucumbenciais serão 100% dos advogados empregados. b) Sociedade de advs + advs empregados – honorários sucumbenciais partilhados entre empregados e empregadores. OBS: Direito disponível cabe negociação em contrário HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Proibição de advocacia gratuita. Exceção “pro bonno” ou advogado em defesa de outro advogado no tribunal de ética (defensor dativo do tribunal de ética). Característica de “dívida alimentar” 1. PACTUADOS/CONVENCIONADOS – advogado e cliente pactuam valor, mediante contrato verbal ou escrito (preferencialmente) : força de título executivo extrajudicial. POSSIBILIDADE DE PACTO/CLÁUSULA “QUOTA LITIS” – contrato de resultado: pactua-se uma porcentagem sobre o valor de ganho da causa. Desde que o advogado não receba valor maior que o do cliente, somando a sucumbência. OBS: advogado, mesmo sem ser parte, pode habilitar contrato de honorários nos autos e pedir reserva do valor contratado para futuro levantamento de alvará. TABELA DA OAB: valor mínimo, definida pelo conselho seccional. Cobrança menor: honorários aviltantes, vedados. 2. ARBITRADOS JUDICIALMENTE – definidos pelo juízo (no caso de nomeação como dativo ou ausência total de pactuação). 3. SUCUMBENCIAIS – pagos pela parte vencida. Subsistem com os honorários arbitrados e os pactuados. - Cabe fixação na fase recursal, desde que limitados à porcentagem prevista. - Execução: havendo substabelecimento, deverá ser realizada em conjunto com o substabelecente. - Cabe ao advogado em causa própria. - Justiça gratuita: condena ao pagamento, mas fica suspensa. - Prazo prescricional de cobrança: 05 anos 4. FORMAS JUDICIAIS DE COBRANÇA a) Contrato por escrito – título executivo extrajudicial b) Contrato verbal – ação de cobrança OBS: PRESCRIÇÃO 05 anos – do vencimento do contrato; ou do trânsito em julgado da decisão fixadora; ou do último ano extrajudicial; ou da desistência/transação; ou renúncia/revogação. OBS 2: Também prescreve em 05 anos a ação de prestação de contas. 5. TABELA DA OAB: não cabe cobrança inferior ao mínimo, mas cabe superior de acordo com critérios legais. Cobrança menor: honorários aviltantes, vedados. 6. SUBSTABELECIMENTO: a) Sem reservas: responsabilidade de pagamento de honorários pelo cliente b) Com reservas: responsabilidade pelo pagamento/divisão corre pelo advogado substabelecente. 7. ADVOCACIA “PRO BONNO” a) Características: - Voluntária - Gratuita - Eventual b) Clientes - PF hipossuficientes - PJ desde que filantrópicas OU sem fins lucrativos e PF por essas pessoas assistidas OBS: NÃO cabe para objetivos políticos/partidários. OBS 2: Impedimento de trabalhar “cobrando” para o mesmo cliente no prazo de 03 anos. ORGÃOS DA OAB 1. CONSELHO FEDERAL - órgão supremo da OAB - sede: Brasília c) composição: conselheiros federais I. Integrantes das delegações de cada unidade federativa – três representantes por Estado, mas com direito de apenas um voto. OBS: em eventual empate, não será computado o voto da delegação. OBS 2: delegação que tiver interesse no assunto não tem direito de voto. II. Ex-presidentes do CF na qualidade de membros honorários vitalícios – NÃO tem direito de voto, somente de fala exceção, ex-presidentes anteriores a 1994 (direito adquirido) OBS: Aplicável aos conselhos seccionais. OBS 2: qualquer outro advogado tem direito à voz. d) Competência: - representar com exclusividade a advocacia brasileira; - lista sêxtupla para o tribunal federal ou interestadual; - propor ações de controle de constitucionalidade; - criar e intervir em conselhos seccionais (por resoluções); - editar o código de ética e disciplina; - julgar recursos da OAB. 2. CONSELHOS SECCIONAIS - base territorial: Estados, DF e Territórios (criados por LC). Conselho Federal Conselho Seccional (um por estado) Subseções (+15 advogados ligados ao município --> dentro de um mesmo pode ser criada mais de uma, independente do tamanho) CAA TED a) Composição: I. conselheiros seccionais em número proporcional ao número de advogados inscritos. - abaixo de 3000 adv: até 30 (não é mínimo, mas máximo) - acima de 3000 adv: cada grupo de 3000 dá direito a um conselheiro, até o número máximo de 80. II. Ex-presidentes: seguindo as regras do CF. OBS: qualquer outro advogado tem direito à voz. b) Competências: - criar tabela de honorários advocatícios - lista sêxtupla para tribunal estadual - elaboração do exame de ordem - criação das subseções e da caixa assistência - funcionar como tribunal de recursos = decisões de presidente do CS, ou diretorias de CS, SUBS, CX, ou decisões de tribunal de ética são passíveis de recurso. 3. SUBSEÇÕES - extensões dos conselhos seccionais único órgão da OAB que NÃO tem PJ própria. - base territorial: um município ou + de um município ou parte de município. - pelo menos 15 advogados domiciliados profissionalmente na região - se houver mais de 100 advogados poderá haver conselho de subseção. - criação de comissões é mera liberalidade da subseção, mas existem três obrigatórias (para conselhos das subseções e conselhos seccionais): I. comissão de direitos humanos; II. comissão de estágio e exame de ordem; III. comissão de orçamentos e contas. a) Conselho de subseção: - receber representação ou emitir parecer prévio, mas julgamento cabe só ao tribunal de ética que fica CS; - elaborar regimento interno a ser referendado pelo CS; - receber documentos para inscrição dos quadros de advogados e estagiários, mas decisão final é do CS. 4. CAIXA ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS - conselhos seccionais com mais de 1500 inscritos. - pode criar plano de saúde, plano de previdência, demais benefícios, etc... Extinção da CAA: se tiver patrimônio, vai para o conselho seccional. ELEIÇÕES E MANDATOS - Eleições: de 3 em 3 anos – mandatos também 3 anos. - Realizadas nos conselhos seccionais na segunda quinzena de novembro. a) CHAPAS: - Membros: Advogados em dia com a anuidade; 5 anos de advocacia (de fato – atuação POR ANO em pelo menos 05 atos privativos de advogados – assessoria, consultoria, direção, gerência jurídica); Não pode exercer função passível de demissão a qualquer momento; Sem condenação disciplinar; Não pode fazer parte da lista tríplice do 1/5 constitucional. Cada chapa conta com os seguintes membros: I. Presidente da CS II. Vice-presidente III. Secretário Geral DIRETORIA IV. Secretário Geral Adjunto V. Tesoureiro VI. Diretoria da CAA VII. Rol dos conselheiros seccionais VIII. Rol dos conselheiros federais (3) Chapa com a maioria dos votos válidos será vencedora. Vota-se duas vezes, primeiro a chapa geral e depois na chapa da subseção (havendo subseção). Na subseção: Diretoria + conselheiros dos conselhos próprios. b) Posse: - No CS: 01 de janeiro - No CF: 01 de fevereiro c) Diretoria do conselho federal: escolhida entre os conselheiros federais de cada Estado Eleição indireta. O presidente nacional da OAB é o único que não precisa ser escolhido entre os 03 de cada Estado. d) Reeleição: admitida por aplicação subsidiária do código eleitoral e) Extinção do mandato: I. Atividade incompatível II. Penalidade disciplinar III. Falta em 03 reuniões consecutivas mensais Substituiçãopelo conselho seccional entre seus membros. f) Voto obrigatório - Advogado: regularmente inscrito + adimplentes Multa por falta de voto: 20% sobre o valor da anuidade. OBS: perante o conselho que o advogado tenha inscrição suplementar, o voto é facultativo. OBS 2: Advogado inadimplente é PROIBIDO de votar. OBS 3: Estagiários NÃO tem direito a voto. CONFERÊNCIA NACIONAL DA ADVOCACIA BRASILEIRA (CNAB) - evento de 03 em 03 anos - órgão consultivo do conselho federal da OAB 1. COMPOSIÇÃO: a) Membros efetivos – presidentes e conselheiros presentes; + advogados e estagiários que se inscreverem. b) Membros convidados – convidados. OBS: Direito de voto: TODOS os membros efetivos e convidados que forem advogados MEDALHA RUI BARBOSA - concedida uma vez a cada 03 anos - direito a participar das seções do conselho federal com direito unicamente a VOZ não tem direito a voto! PROCESSO DISCIPLINAR INÍCIO: - Pela OAB de ofício ou por representação NÃO sigilosa. COMPETÊNCIA 1. REGRA – no local da infração Exceções: a) Julgado pelo Conselho Federal: Processo de presidente de conselho seccional; conselheiro federal; ou advogado que ofender o conselho federal da OAB. b) Julgado pelo TED no qual o Adv tem a inscrição principal: Necessidade de aplicação de pena de suspenção preventiva nos casos em que haja grave repercussão prejudicial à dignidade da advocacia brasileira. Processo duração máxima de 90dias. DECISÃO DO TED: - Colegiada - Cabe recurso ao mesmo conselho seccional, mas para outra câmara julgadora. Da decisão da câmara cabe recurso ao Conselho Federal PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE: paralização do processo por 03 anos. INÍCIO - Representação por qlq pessoa (vedado o anonimato) Encaminhada ao Presidente da OAB (CS; SUBS; TED) Presidente nomeia relator responsável pela instrução OU Propõe o arquivamento - quem decide é o presidente Abre prazo para defesa prévia - 15 dias prorrogáveis Relator propõe o arquivamento OU Relator propõe a instauração de processo - instaurado pelo presidente Designada audiência (ouvidas até 05 testemunhas - arroladas em apresentação ou defesa prévia) Abertura de prazo para alegações finais (prazo de 15 dias comum) Relatório pelo relator + voto por outro relator Designado o julgamento no TED (1ª instância) Cabível recurso (15d) para o Conselho Seccional (2ª instância) Se a decisão do CS não for por unanimidade Ou mesmo por unanimidade contrarir provimento, EAOB, RG, Decisão de outro CS ou CF Cabível recurso ao Conselho Federal (15 dias) ÉTICA DO ADVOGADO Art. 1º. O exercício da advocacia exige conduta compatível com os preceitos deste Código, do Estatuto, do Regulamento Geral, dos Provimentos e com os demais princípios da moral individual, social e profissional. Art. 2º. O advogado, indispensável à administração da Justiça, é defensor do Estado democrático de direito, da cidadania, da moralidade pública, da Justiça e da paz social, subordinando a atividade do seu Ministério Privado à elevada função pública que exerce. Parágrafo único. São deveres do advogado: I – preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando pelo seu caráter de essencialidade e indispensabilidade; II – atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracidade, lealdade, dignidade e boa-fé; III – velar por sua reputação pessoal e profissional; IV – empenhar-se, permanentemente, em seu aperfeiçoamento pessoal e profissional; V – contribuir para o aprimoramento das instituições, do Direito e das leis; VI – estimular a conciliação entre os litigantes, prevenindo, sempre que possível, a instauração de litígios; VII – aconselhar o cliente a não ingressar em aventura judicial; VIII – abster-se de: a) utilizar de influência indevida, em seu benefício ou do cliente; b) patrocinar interesses ligados a outras atividades estranhas à advocacia, em que também atue; c) vincular o seu nome a empreendimentos de cunho manifestamente duvidoso; d) emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e a dignidade da pessoa humana; e) entender-se diretamente com a parte adversa que tenha patrono constituído, sem o assentimento deste. IX – pugnar pela solução dos problemas da cidadania e pela efetivação dos seus direitos individuais, coletivos e difusos, no âmbito da comunidade. Art. 3º O advogado deve ter consciência de que o Direito é um meio de mitigar as desigualdades para o encontro de soluções justas e que a lei é um instrumento para garantir a igualdade de todos. Art. 4º O advogado vinculado ao cliente ou constituinte, mediante relação empregatícia ou por contrato de prestação permanente de serviços, integrante de departamento jurídico, ou órgão de assessoria jurídica, público ou privado, deve zelar pela sua liberdade e independência. Parágrafo único. É legítima a recusa, pelo advogado, do patrocínio de pretensão concernente a lei ou direito que também lhe seja aplicável, ou contrarie expressa orientação sua, manifestada anteriormente. Art. 5º O exercício da advocacia é incompatível com qualquer procedimento de mercantilização. Art. 6º É defeso ao advogado expor os fatos em Juízo falseando deliberadamente a verdade ou estribando-se na má-fé. Pode vir a ser considerado lide temerária (ação ilícita). Art. 7º É vedado o oferecimento de serviços profissionais que impliquem, direta ou indiretamente, inculcação ou captação de clientela. CAPÍTULO II - DA ADVOCACIA PÚBLICA Art. 8º As disposições deste Código obrigam igualmente os órgãos de advocacia pública, e advogados públicos, incluindo aqueles que ocupem posição de chefia e direção jurídica. § 1º O advogado público exercerá suas funções com independência técnica, contribuindo para a solução ou redução de litigiosidade, sempre que possível. § 2º O advogado público, inclusive o que exerce cargo de chefia ou direção jurídica, observará nas relações com os colegas, autoridades, servidores e o público em geral, o dever de urbanidade, tratando a todos com respeito e consideração, ao mesmo tempo em que preservará suas prerrogativas e o direito de receber igual tratamento das pessoas com as quais se relacione. CAPÍTULO III - DAS RELAÇÕES COM O CLIENTE Art. 9º O advogado deve informar o cliente, de modo claro e inequívoco, quanto a eventuais riscos da sua pretensão, e das consequências que poderão advir da demanda. Deve, igualmente, denunciar, desde logo, a quem lhe solicite parecer ou patrocínio, qualquer circunstância que possa influir na resolução de submeter-lhe a consulta ou confiar-lhe a causa. Art. 10. As relações entre advogado e cliente baseiam-se na confiança recíproca. Sentindo o advogado que essa confiança lhe falta, é recomendável que externe ao cliente sua impressão e, não se dissipando as dúvidas existentes, promova, em seguida, o substabelecimento do mandato ou a ele renuncie. confiança recíproca = fidúcia Art. 11. O advogado, no exercício do mandato, atua como patrono da parte, cumprindo-lhe, por isso, imprimir à causa orientação que lhe pareça mais adequada, sem se subordinar a intenções contrárias do cliente, mas, antes, procurando esclarecê-lo quanto à estratégia traçada. Não está subordinado à orientações do cliente. Art. 12. A conclusão ou desistência da causa, tenha havido, ou não, extinção do mandato, obriga o advogadoa devolver ao cliente bens, valores e documentos que lhe hajam sido confiados e ainda estejam em seu poder, bem como a prestar-lhe contas, pormenorizadamente, sem prejuízo de esclarecimentos complementares que se mostrem pertinentes e necessários. mesmo que o cliente esteja devendo valores não cabe retenção dos bens. Parágrafo único. A parcela dos honorários paga pelos serviços até então prestados não se inclui entre os valores a ser devolvidos. Art. 13. Concluída a causa ou arquivado o processo, presume-se cumprido e extinto o mandato. Validade do mandato Art. 14. O advogado não deve aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído, sem prévio conhecimento deste, salvo por motivo plenamente justificável ou para adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis. Consultar os autos – entrar em contato com o advogado dos autos (subs rem reserva ou renúncia – depende de nova procuração) – se o advogado não fizer, pedir pro cliente revogação do mandado anterior. Renúncia: feita pelo advogado – carta com aviso de recebimento é o indicado, mas se admitem outras formas. Revogação: feita pelo cliente. Art. 15. O advogado não deve deixar ao abandono ou ao desamparo as causas sob seu patrocínio, sendo recomendável que, em face de dificuldades insuperáveis ou inércia do cliente quanto a providências que lhe tenham sido solicitadas, renuncie ao mandato. Art. 16. A renúncia ao patrocínio deve ser feita sem menção do motivo que a determinou, fazendo cessar a responsabilidade profissional pelo acompanhamento da causa, uma vez decorrido o prazo previsto em lei (EAOAB, art. 5º, § 3º). Aplica-se à revogação Prazo: 10 dias. § 1º A renúncia ao mandato não exclui responsabilidade por danos eventualmente causados ao cliente ou a terceiros. § 2º O advogado não será responsabilizado por omissão do cliente quanto a documento ou informação que lhe devesse fornecer para a prática oportuna de ato processual do seu interesse. Art. 17. A revogação do mandato judicial por vontade do cliente não o desobriga do pagamento das verbas honorárias contratadas, assim como não retira o direito do advogado de receber o quanto lhe seja devido em eventual verba honorária de sucumbência, calculada proporcionalmente em face do serviço efetivamente prestado. Art. 18. O mandato judicial ou extrajudicial não se extingue pelo decurso de tempo, salvo se o contrário for consignado no respectivo instrumento. possibilidade de mandato temporário Art. 19. Os advogados integrantes da mesma sociedade profissional, ou reunidos em caráter permanente para cooperação recíproca, não podem representar, em juízo ou fora dele, clientes com interesses opostos. Art. 20. Sobrevindo conflitos de interesse entre seus constituintes e não conseguindo o advogado harmonizá-los, caber-lhe-á optar, com prudência e discrição, por um dos mandatos, renunciando aos demais, resguardado sempre o sigilo profissional. Art. 21. O advogado, ao postular em nome de terceiros, contra ex-cliente ou ex- empregador, judicial e extrajudicialmente, deve resguardar o sigilo profissional. Art. 22. Ao advogado cumpre abster-se de patrocinar causa contrária à validade ou legitimidade de ato jurídico em cuja formação haja colaborado ou intervindo de qualquer maneira; da mesma forma, deve declinar seu impedimento ou o da sociedade que integre quando houver conflito de interesses motivado por intervenção anterior no trato de assunto que se prenda ao patrocínio solicitado. Art. 23. É direito e dever do advogado assumir a defesa criminal, sem considerar sua própria opinião sobre a culpa do acusado. Parágrafo único. Não há causa criminal indigna de defesa, cumprindo ao advogado agir, como defensor, no sentido de que a todos seja concedido tratamento condizente com a dignidade da pessoa humana, sob a égide das garantias constitucionais. Art. 24. O advogado não se sujeita à imposição do cliente que pretenda ver com ele atuando outros advogados, nem fica na contingência de aceitar a indicação de outro profissional para com ele trabalhar no processo. Art. 25. É defeso ao advogado funcionar no mesmo processo, simultaneamente, como patrono e preposto do empregador ou cliente. Art. 26. O substabelecimento do mandato, com reserva de poderes, é ato pessoal do advogado da causa. 1º O substabelecimento do mandato sem reserva de poderes exige o prévio e inequívoco conhecimento do cliente. § 2º O substabelecido com reserva de poderes deve ajustar antecipadamente seus honorários com o substabelecente. CAPÍTULO IV - DAS RELAÇÕES COM OS COLEGAS, AGENTES POLÍTICOS, AUTORIDADES, SERVIDORES PÚBLICOS E TERCEIROS Art. 27. O advogado observará, nas suas relações com os colegas de profissão, agentes políticos, autoridades, servidores públicos e terceiros em geral, o dever de urbanidade, tratando a todos com respeito e consideração, ao mesmo tempo em que preservará seus direitos e prerrogativas, devendo exigir igual tratamento de todos com quem se relacione. § 1º O dever de urbanidade há de ser observado, da mesma forma, nos atos e manifestações relacionados aos pleitos eleitorais no âmbito da OAB § 2º No caso de ofensa à honra do advogado ou à imagem da instituição, adotar-se-ão as medidas cabíveis, instaurando-se processo ético-disciplinar e dando-se ciência às autoridades competentes para apuração de eventual ilícito penal. Art. 28. Consideram-se imperativos de uma correta atuação profissional o emprego de linguagem escorreita e polida, bem como a observância da boa técnica jurídica. Art. 29. O advogado que se valer do concurso de colegas na prestação de serviços advocatícios, seja em caráter individual, seja no âmbito de sociedade de advogados ou de empresa ou entidade em que trabalhe, dispensar-lhes-á tratamento condigno, que não os torne subalternos seus nem lhes avilte os serviços prestados mediante remuneração incompatível com a natureza do trabalho profissional ou inferior ao mínimo fixado pela Tabela de Honorários que for aplicável. Parágrafo único. Quando o aviltamento de honorários for praticado por empresas ou entidades públicas ou privadas, os advogados responsáveis pelo respectivo departamento ou gerência jurídica serão instados a corrigir o abuso, inclusive intervindo junto aos demais órgãos competentes e com poder de decisão da pessoa jurídica de que se trate, sem prejuízo das providências que a Ordem dos Advogados do Brasil possa adotar com o mesmo objetivo. CAPÍTULO VII - DO SIGILO PROFISSIONAL Art. 35. O advogado tem o dever de guardar sigilo dos fatos de que tome conhecimento no exercício da profissão. Parágrafo único. O sigilo profissional abrange os fatos de que o advogado tenha tido conhecimento em virtude de funções desempenhadas na Ordem dos Advogados do Brasil. Art. 36. O sigilo profissional é de ordem pública, independendo de solicitação de reserva que lhe seja feita pelo cliente. advogado deve manter o sigilo independente de requerimento do cliente. § 1º Presumem-se confidenciais as comunicações de qualquer natureza entre advogado e cliente não depende de pacto específico nesse sentido. § 2º O advogado, quando no exercício das funções de mediador, conciliador e árbitro, se submete às regras de sigilo profissional Art. 37. O sigilo profissional cederá em face de circunstâncias excepcionais que configurem justa causa, como nos casos de grave ameaça ao direito à vida e à honra ou que envolvam defesa própria. Art. 38. O advogado não é obrigado a depor, em processo ou procedimento judicial, administrativo ou arbitral, sobre fatos a cujo respeito deva guardar sigilo profissional. Pode depor desde que não viole o sigilo. CAPÍTULO VIII - DA PUBLICIDADE PROFISSIONAL Art. 39. Apublicidade profissional do advogado tem caráter meramente informativo e deve primar pela discrição e sobriedade, não podendo configurar captação de clientela ou mercantilização da profissão. Art. 40. Os meios utilizados para a publicidade profissional hão de ser compatíveis com a diretriz estabelecida no artigo anterior, sendo vedados: I - a veiculação da publicidade por meio de rádio, cinema e televisão; II - o uso de outdoors, painéis luminosos ou formas assemelhadas de publicidade; III - as inscrições em muros, paredes, veículos, elevadores ou em qualquer espaço público; IV - a divulgação de serviços de advocacia juntamente com a de outras atividades ou a indicação de vínculos entre uns e outras; V - o fornecimento de dados de contato, como endereço e telefone, em colunas ou artigos literários, culturais, acadêmicos ou jurídicos, publicados na imprensa, bem assim quando de eventual participação em programas de rádio ou televisão, ou em veiculação de matérias pela internet, sendo permitida a referência a e-mail; VI - a utilização de mala direta, a distribuição de panfletos ou formas assemelhadas de publicidade, com o intuito de captação de clientela. Parágrafo único. Exclusivamente para fins de identificação dos escritórios de advocacia, é permitida a utilização de placas, painéis luminosos e inscrições em suas fachadas, desde que respeitadas as diretrizes previstas no artigo 39. Art. 41. As colunas que o advogado mantiver nos meios de comunicação social ou os textos que por meio deles divulgar não deverão induzir o leitor a litigar nem promover, dessa forma, captação de clientela. Art. 42. É vedado ao advogado: I - responder com habitualidade a consulta sobre matéria jurídica, nos meios de comunicação social; II - debater, em qualquer meio de comunicação, causa sob o patrocínio de outro advogado; III - abordar tema de modo a comprometer a dignidade da profissão e da instituição que o congrega; IV - divulgar ou deixar que sejam divulgadas listas de clientes e demandas; V - insinuar-se para reportagens e declarações públicas. Art. 43. O advogado que eventualmente participar de programa de televisão ou de rádio, de entrevista na imprensa, de reportagem televisionada ou veiculada por qualquer outro meio, para manifestação profissional, deve visar a objetivos exclusivamente ilustrativos, educacionais e instrutivos, sem propósito de promoção pessoal ou profissional, vedados pronunciamentos sobre métodos de trabalho usados por seus colegas de profissão. Parágrafo único. Quando convidado para manifestação pública, por qualquer modo e forma, visando ao esclarecimento de tema jurídico de interesse geral, deve o advogado evitar insinuações com o sentido de promoção pessoal ou profissional, bem como o debate de caráter sensacionalista. Art. 44. Na publicidade profissional que promover ou nos cartões e material de escritório de que se utilizar, o advogado fará constar seu nome ou o da sociedade de advogados, o número ou os números de inscrição na OAB. § 1º Poderão ser referidos apenas os títulos acadêmicos do advogado e as distinções honoríficas relacionadas à vida profissional, bem como as instituições jurídicas de que faça parte, e as especialidades a que se dedicar, o endereço, e-mail, site, página eletrônica, QR code, logotipo e a fotografia do escritório, o horário de atendimento e os idiomas em que o cliente poderá ser atendido. § 2º É vedada a inclusão de fotografias pessoais ou de terceiros nos cartões de visitas do advogado, bem como menção a qualquer emprego, cargo ou função ocupado, atual ou pretérito, em qualquer órgão ou instituição, salvo o de professor universitário.
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