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ÉTICA PROFISSIONAL DO ADVOGADO
Andréia Almeida Martins
Ivonete De Almarante Silva
João Paulo Assis
CAMPINA GRANDE
MARÇO/2019
Andréia Almeida Martins
Ivonete De Almarante Silva
João Paulo Assis
ÉTICA PROFISSIONAL DO ADVOGADO
 Trabalho apresentado à Professora Mayza de Araújo Batista, da disciplina Ética Profissional, turma 104, turno noite do curso de Direito
 
Faculdade Maurício de Nassau
Campina Grande – Setembro/2017
ÉTICA PROFISSIONAL DO ADVOGADO
INTRODUÇÃO
Os seres humanos são dotados da capacidade de raciocinar, somos os únicos com tal capacidade, e o que nos ajuda a saber administrar tal “poder”, diferenciar o que é certo ou errado, bom ou mau? Qualquer um de nós, na nossa área responderia a justiça, mas qual o fundamento desta justiça? Para Aristóteles, a ética deve nortear os seres humanos para que estes administrem de forma justa não só suas vidas como também as grandes cidades.
Por estar presente no convívio das sociedades, a ética inevitavelmente cria e estabelece normas para as condutas profissionais, em conformidade com as exigências e características de cada categoria. Para as profissões jurídicas foram criadas suas normas próprias de ética e moral, o advogado deve seguir os preceitos éticos profissionais não só em relação ao cliente, como também com as relações de trabalho e seu próprio desempenho profissional.
CONCEITO DE ÉTICA
A Ética é um ramo da filosofia que lida com o que é moralmente bom ou mau, certo ou errado. As palavras ética e moral têm a mesma base etimológica: a palavra grega ethos e a palavra latina moral, ambas significam hábitos e costumes. A ética, como expressão única do pensamento correto conduz à idéia da universalidade moral, ou ainda, à forma ideal universal do comportamento humano, expressa em princípios válidos para todo pensamento normal e sadio.
“(…) os homens tornam-se arquitetos construindo e tocadores de lira tangendo seus instrumentos. Da mesma forma, tornamo-nos justos praticando atos justos”. (ARISTÓTELES, II) 
Mesmo a ética não possuindo caráter legal, ela está relacionada ao respeito a regras e condutas intrínsecas ao comportamento humano, pois estuda os costumes, os valores e a ação moral do homem. Logo, ela pode ser considerada como o saber fundamental para a vida em sociedade (MAFRA, 2010).
Para Medina (2016), a ética é a sistematização dos princípios morais para que se possa normatizar o comportamento humano, sendo, portanto, a conduta regrada pelos valores que a ética sistematiza.
Conforme Bernardes (2010), a ética se diferencia da moral, pela segunda ser normativa, ditando aos indivíduos o padrão correto de conduta de acordo com a sociedade em que estão inseridos, diferente da ética que pode ser normativa ou não. Pois ela pode não ter o teor normativo quando seu objeto são as ações e paixões humanas com base na felicidade e liberdade. 
MANUAIS DE CONDUTA DO ADVOGADO
Em 25 de julho de 1934, o Conselho Federal da recém criada Ordem dos Advogados do Brasil aprovou o Código de Ética Profissional, vindo a entrar em vigor no final daquele mesmo ano. Tal código teve por modelo projeto do Prof. Francisco Morato, do Instituto dos Advogados de São Paulo. Este primeiro código vigorou até a promulgação do Código de ética de 1995, pela percepção do Conselho Federal para a questão de já terem se passado sessenta e um anos desde o anterior, precisava assim de uma atualização tanto pelo contexto da profissão na época, como pelo também pela sincronização com o Estatuto. Quase vinte anos depois, voltou a necessidade de revisar o Código de Ética e Disciplina, sendo publicado em novembro de 2015. Medina (2016).
O ADVOGADO E A ÉTICA
O advogado é operador do Direito, isso implica que, ele presta serviços públicos de suma importância à justiça, devendo ser rígido quanto ao cumprimento dos princípios éticos e normas, normas estas, explícitas no Estatuto da Advocacia e da OAB, nos artigos:
Art. 31. O advogado deve proceder de forma que o torne merecedor de respeito e que contribua para o prestígio da classe e da advocacia.
§ 1º O advogado, no exercício da profissão, deve manter independência em qualquer circunstância.
§ 2º Nenhum receio de desagradar a magistrado ou a qualquer autoridade, nem de incorrer em impopularidade, deve deter o advogado no exercício da profissão.
Art. 32. O advogado é responsável pelos atos que, no exercício profissional, praticar com dolo ou culpa.
Parágrafo único. Em caso de lide temerária, o advogado será solidariamente responsável com seu cliente, desde que coligado com este para lesar a parte contrária, o que será apurado em ação própria.
Art. 33. O advogado obriga-se a cumprir rigorosamente os deveres consignados no Código de Ética e Disciplina.
Parágrafo único. O Código de Ética e Disciplina regula os deveres do advogado para com a comunidade, o cliente, o outro profissional e, ainda, a publicidade, a recusa do patrocínio, o dever de assistência jurídica, o dever geral de urbanidade e os respectivos procedimentos disciplinares.
PRINCÍPIOS NORTEADORES
Com as normas de postura ética do profissional do direito, possibilitou-se uma maior confiança no que diz respeito ao relacionamento entre o advogado, o cliente, como também com outros profissionais da mesma área. Para tanto, existem os princípios norteadores para uma atuação ética, que são:
O princípio da Conduta Ilibada, seria aquele do comportamento correto, sem nada que se possa moralmente levantar contra, seja na vida pública ou na vida privada. Importante ressaltar desse princípio, que ele traz uma ideia de mescla entre a vida íntima e profissional, trazendo a relevância das ações do advogado também no seu particular para a sua atuação na profissão (SPERANDIO, 2002).
O princípio da dignidade e do decoro trata-se de um valor inerente à pessoa humana. Conforme Sperandio (2002), este é ferido quando se pleiteia a remuneração de maneira exagerada, quando da publicidade exacerbada para conseguir clientes, entre outros.
Sperandio (2002) coloca mais um princípio, o do Coleguismo, que seria um sentimento decorrente do pertencimento a um grupo, solidariedade com os companheiros de profissão. Como exemplos de falhar nesse quesito seria a concorrência desleal, disputar clientes, comentar erro do colega, entre outros. O autor também apresenta o princípio da diligência, sendo aquele de estar de prontidão para cuidar do interesse do cliente, não cabendo a indolência, insensibilidade ou comodismo ao exercer sua função.
O princípio do desinteresse é caracterizado pelo desprezo a ambição pessoal quando se busca a justiça, buscando sempre a melhor solução dos conflitos, como a conciliação, sem se preocupar com a diminuição dos honorários por conta disso. Outro seria o da Confiança, trata-se desse relação cliente-profissional, que lhe quer poder ter no advogado uma pessoa a quem possa confiar informações íntimas. Derivado desse princípio, há o da Fidelidade, queque trata sobre o vínculo e compromisso que o profissional deve ter com a verdade, a transparência, a causa, a legislação, aos operadores do direito (SPERANDIO, 2002).
Principio da verdade e lealdade, é mais discutível na idéia da verdade, não em relação à lealdade. Vem se falando na atividade processual, o advogado deve manter uma relação de transparência, de absoluta clareza com seu cliente e em relação à atuação no processo. O advogado tem o dever de verdade na atuação da profissão. O advogado não pode falsear fatos para criar linhas de defesa. 
Outros princípios seriam o da Reserva e o da Discricionariedade, o primeiro sendo sobre o profissional ser discreto, fazendo jus a confiança do cliente, como também tratar de assuntos profissionais no lugar que lhes cabe, não externar opinião sobre processos que foram confiados a ele, entre outros. O segundo seria aquele em que o advogado está responsável para selecionar estratégias e formas de atuação, na tentativa de melhor solução para o conflito (SPERANDIO, 2002)CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo do presente trabalho foi tratar sobre Ética do Advogado, através de uma breve análise em doutrinas e artigos acadêmicos, foi possível verificar o quão extenso e importante é o tema. A partir da leitura de conceitos de Ética e dos princípios éticos, analisamos o valor da ética para uma boa atuação do profissional do direito. Vimos a necessidade de se revisar o Código de Ética e disciplina, pois já haviam se passado sessenta anos da publicação do anterior, atualização necessária, pois, precisava-se de uma atualização tanto pelo contexto da profissão na época, quanto pela sincronização com o estatuto.
Em suma, o exercício da advocacia é não é um ofício qualquer, é preciso ter vocação, e exercer essa missão, respeitando valores éticos, normas e princípios e que estes sejam o alicerce, para uma atuação digna que traga respeito, confiança e admiração, não só do cliente, como também dos colegas de profissão. 
REFERÊNCIAS
LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL. Disponível em: <http://www.crc-ce.org.br/crcnovo/download/apost_eticacrc.pdf>. Acesso em: 14 mar. 2019 
PRINCIPIO DA VERDADE E LEALDADE. Disponível em : <http://coimbra-justicajovem.blogspot.com/2012/11/principio-da-verdade-e-lealdade.html>. Acesso em: 15 mar. 2019
ESTATUTO DA ADVOCACIA E DA OAB. Disponível em: <https://www.oab.org.br/arquivos/pdf/LegislacaoOab/estatuto.pdf> Acesso em: 15 mar. 2019
BERNARDES, Marcelo di Rezende. Os princípios éticos e sua aplicação no exercício do direito. Verba Legis – Goiânia: n.5, 2010.
MACHADO, Paulo. 10 em ética. [S.L.: s.n.], 2017.

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