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ECG de 12 derivações Profª. Dda. Daniele Martins de Lima Oliveira Parte 1 Introdução ao ECG Ritmo sinusal INTRODUÇÃO • Eletrocardiógrafo de 12 derivações inventado em 1903 • Barato, acessível Por que fazer um ECG? • Monitorizar ritmo e freqüência cardíaca dos pacientes • Avaliar os efeitos na função cardíaca de doenças e lesões • Detectar presença de isquemia / dano celular • Avaliar a resposta a medicações, ex. antiarrítmicos • Obter avaliação de base durante e após procedimentos cirúrgicos Revisão da anatomia ACD ACE: DAE E LCx Origem no nódulo sinusal Impulso se espalha pelos feixes internodais Ocorre a contração ATRIAL Impulso chega à junção Atrioventricular onde é retardado por 0.1 s Impulso é conduzido rapidamente através do Feixe de Hiss e fibras de Purkinje Ocorre a contração VENTRICULAR Sistema de Condução Tempo e Voltagem • Ondas no ECG refletem a atividade elétrica -> cél miocárdicas • Ondas – 3 características 1. Duração - medida em fração de segundos 2. Amplitude - medida em milivolts (mV) 3. Configuração - forma e aparência Papel do ECG • Linhas claras – quadrado pequeno - 1X1 mm • Linhas escuras – quadrado grande - 5X5 mm • Eixo horizontal = tempo (25 mm/s) • Distância no quadrado pequeno= 0.04 s • Distância no quadrado grande = 0.2 s • Eixo Vertical = voltagem (calibrar 1 cm = 1 mV) • Distância no quadrado pequeno = 0.1 mV • Distância no quadrado grande = 0.5 mV Componentes do traçado Onda P • Corresponde a despolarização dos átrios. A primeira parte corresponde a despolarização do átrio direito e a parte final a despolarização da átrio esquerdo. • Duração - 0,10 s Intervalo PR • Inclui a onda P e a linha que liga ao QRS • Mede o tempo do inicio da ativação atrial ao inicio da ativação ventricular • 0,12 – 0,20 s Complexo QRS • duração total da despolarização dos ventrículos • Duração normal 0,05 a 0,10 s. Segmento ST • A linha que conecta o fim do complexo QRS ao inicio da onda T • Mede o tempo do fim da despolarização ventricular ao inicio da repolarização Onda T • É a primeira onda positiva ou negativa que surge após o segmento ST. • Representa a repolarização ventricular • onda T normal é assimétrica, com o ramo ascendente lento e o descendente rápido. • A onda U é a onda que segue a onda T quando normal é positiva. Intervalo QT • Inclue o complexo QRS, segmento ST e onda T • Mede o tempo do inicio da despolarização ventricular ao fim da repolarização ventricular • O QTc corresponde ao intervalo QT corrigido para a freqüência cardíaca de 60 bpm. O valor médio da normalidade no homem é de 0,425 e na mulher 0,440 s. DERIVAÇÕES A derivação corresponde à combinação de 2 fios e seus eletrodos para formar um circuito completo entre o corpo e o eletrocardiógrafo Triangulo de Einthoven É um triângulo traçado ao redor da área do coração LEI DE EINTHOVEN ●Afirma que se os potenciais elétricos de 2 das 3 derivações bipolares dos membros forem conhecidos → potencial elétrico da 3ªderivação pode ser determinado pela soma dos 2 primeiros Derivaçoes bipolares dos membros ● Derivação padrão I ou D1: um eletrodo no punho direito (pólo negativo) e outro no punho esquerdo (pólo positivo) ● Derivação padrão II ou D2: um eletrodo no punho direito (pólo negativo) e outro no tornozelo esquerdo (pólo positivo) ● Derivação padrão III ou D3: um eletrodo no punho esquerdo (pólo negativo) e outro no tornozelo esquerdo (pólo positivo) ●Bipolares →medem a diferença de potencial entre dois pontos da superfície corporal →os dois eletrodos se encontram a mesma distância - do ponto de vista elétrico - do coração Derivações Periféricas DERIVAÇÕES UNIPOLARES AUMENTADAS DOS MEMBROS ● 2 dos membros conectados ao terminal negativo do eletrocardiógrafo(eletrodo indiferente) ● Terceiro membro conectado ao terminal positivo(eletrodo explorador) Braço direito: aVR Braço esquerdo: aVL Perna esquerda: aVF ● Semelhantes aos registros das derivações padrão dos membros com exceção do registro da aVR que é invertida Derivações Torácicas • V1 a V6 DERIVAÇÕES TORÁCICAS (PRECORDIAIS) ● Eletrodos colocados na superfície anterior do tórax diretamente sobre o coração ou em outros pontos próximos→conectado ao terminal + ● Eletrodo negativo(indiferente) é conectado ao braço direito ao braço esquerdo e à perna esquerda simultaneamente ● Faz-se o registro de 6 derivações torácicas padrão(V1,V2,V3,V4,V5,V6) ● Superfície do coração próxima à parede torácica→potencial elétrico da musculatura cardíaca abaixo do eletrodo → anormalidades pequenas dos ventrículos(parede anterior) →alterações acentuadas nos eletrocardiogramas Calculando a Frequencia • No ritmo regular: • Contar entre 2 ondas R • 300/ quadrados grandes • 1500/ quadrados pequenos • No ritmo irregular: • Contar o n. de intervalos RR em 6 segundos e multiplicar por 10. ECG de 12 derivações em repouso 6 Derivações Periféricas 6 Derivações Precordiais I, II, III, avR, avL, avF V1, V2, V3, V4, V5 e V6 ECG em Repouso Interpretação do ECG 1. Frequencia 2. Ritmo (inclui a análise dos intervalos) 3. Eixo 4. Hipertrofia 5. Isquemia, Lesão ou Infarto • Sinusal ou não sinusal! • Cada QRS é precedido por uma onda P Determinando o Ritmo Cardiaco Ritmo Sinusal Diagnóstico Eletrocardiográfico • Ondas P precedendo cada QRS • Ritmo regular (intervalos regulares entre os QRS) • Freqüência entre 60 e 100 bpm Ritmo sinusal normal - derivação D2 Parte 2 Reconhecendo alterações Taquicardia Sinusal • Fisiológica: • Infância, Exercício, Ansiedade, Emoções • Farmacológica • Atropina, Adrenalina, agonistas • Café, Fumo, Álcool • Patológica • Choque, Infecções, Anemia, Hipertireoidismo,Insuficiência Cardíaca Taquicardia Sinusal Diagnóstico Eletrocardiográfico • Freqüência acima de 100 bpm • Ritmo regular • Enlace A/V Taquicardia sinusal (D2) Bradicardia Sinusal • Fisiológica • Atletas • Qualquer pessoa durante o sono • Farmacológica • Digital • Morfina • bloqueadores • Patológica • Estimulação vagal pelo vômito • Hipotireoidismo • Hipotermia • Fase aguda do IAM inferior Bradicardia Sinusal Diagnóstico Eletrocardiográfico • Freqüência cardíaca abaixo de 60 bpm • Ritmo regular • Enlace A/V Bradicardia sinusal D2 Arritmia Sinusal Respiratória • Assintomática • Variação da FC com a respiração • Acelera-se na Inspiração • Diminui na Expiração • Na apnéia a FC fica regular • Comum em crianças • Não é patológica • Não necessita tratamento Extrassístoles • Batimentos precoces que se originam fora do marcapasso sinusal • Manifestações clínicas • Assintomáticas • Palpitações, “falhas”, “soco no peito” • Exame físico • Sístole prematura geralmente sem onda de pulso • Pausa prolongada pós extrassístole, seguida por B1 de intensidade maior • A origem das extrassístoles só pode ser identificada pelo ECG Extrassístole Atrial Diagnóstico Eletrocardiográfico • Ritmo irregular •Onda P’ de morfologia diferente da onda P sinusal ocorrendo antes do batimento sinusal esperado • As extrassístoles que se originam no mesmo foco tem morfologia semelhante ( a análise deve ser feita na mesma derivação) • O complexo QRS geralmente é normal Extrassístole Juncional ou Nodal Diagnóstico Eletrocardiográfico • Ritmo irregular • Onda P: • Geralmente ocorre despolarização atrial retrógrada, portanto temos onda P’ negativa em D2 , D3 , aVF • Pode ocorrer antes, durante ou após o QRS, dependendo do local de origem da extrasssístole no nó AV • Pode estar ausente • O complexo QRS geralmente é normal Extrassístole juncional (D2) Extrassístole Ventricular • É um batimento precoce que se origina nos ventrículos • É comum em pessoas normais e não tem mau prognóstico • Quando ocorre como manifestação de uma cardiopatia pode aumentar o risco de morte súbita • Nas síndromes coronarianas agudas pode levar a fibrilação ventricular • Quando associada a medicamentos ex. intoxicação digitálica pode levar a um ritmo letal Extrassístole Ventricular Diagnóstico Eletrocardiográfico • Ritmo irregular • Onda P sinusal geralmente está oculta pelo QRS, ST ou onda T da extrassístole • O complexo QRS • Precoce • Alargado, com mais de 0,12 sec • Morfologia bizarra • O segmento ST e onda T geralmente tem polaridade oposta ao QRS Extrassístole Ventricular Extrassístole ventricular monomórfica Extrassístole ventricular polimórfica Extrassístole ventricular bigeminada Período Refratário Extrasístole ventricular Precoce (R em T) Iniciando uma Taquicardia Ventricular • Taquicardia sinusal com EV precoces (R em T) • A terceira EV inicia Taquicardia Ventricular • Observe que a morfologia do QRS das EV é o mesmo da TV e diferente da FV. Extrassístole ventricular precoce iniciando fibrilação ventricular Taquicardia Supraventricular • Inclui a Taquicardia Atrial e a Taquicardia Juncional paroxísticas • O mecanismo é a reentrada nodal • Ocorre em pessoas normais e em diversas cardiopatias • É freqüente em pacientes com Síndrome de Wolff Parkinson White Síndrome de Wolff Parkinson White • Vias anômalas de condução AV (Feixes de Kent) • PR curto • Onda Delta • Pacientes assintomáticos • Crises de TPSV Taquicardia Supraventricular Diagnóstico Eletrocardiográfico • FC entre 160 e 240 bpm • Ritmo regular • QRS geralmente normal • Onda P • Taquicardia Atrial – • Onda P de morfologia diferente da P sinusal • Taquicardia juncional • Ausência de Onda P ou • Onda P negativa em D2 D3 aVF Taquicardia atrial iniciada por uma extrassístole atrial (fecha) Fibrilação Atrial • É a arritmia clinicamente significante mais comum • Prevalência em 0,4% da população geral, aumentando com a idade • Etiologia • Valvopatia mitral • H.A. • Cardiopatia isquêmica • Tireotoxicose • Pode ocorrer em pessoas normais • Os átrios despolarizam-se 400 a 700 vezes/minuto, como conseqüências: • Perda da contração atrial (DC 20%) • Formação de trombos atriais embolias sistêmicas e pulmonares Fibrilação Atrial Diagnóstico Eletrocardiográfico • Ausência da onda P • Presença de onda f (geralmente em V1 ) • Espaços R-R variáveis • QRS normal Fibrilação atrial (V1) Taquicardia Ventricular Conceito •É a ocorrência de 3 ou mais batimentos de origem ventricular com freqüência acima de 100 bpm. Geralmente está associada a cardiopatias graves Manifestações clínicas •A repercussão irá depender da disfunção miocárdica pré existente e da freqüência ventricular •Pode levar a Fibrilação Ventricular Exame físico •FC ao redor de 160 spm •Ritmo regular ou discretamente irregular Taquicardia Ventricular Diagnóstico Eletrocardiográfico •FC: 100 e 220 spm •Ritmo: regular ou discretamente irregular •Ondas P : •Com FC alta não são vistas •Quando presentes não tem relação com o QRS •QRS: tem a mesma morfologia das extrassístoles ventriculares Fibrilação Ventricular •A atividade contrátil cessa e o coração apenas tremula •O débito cardíaco é zero, não há pulso, nem batimento cardíaco PARADA CARDÍACA •No ECG temos um ritmo irregular, sem ondas P, QRS ou T Resumo do Eixo • Olhe nas derivações D1 e avF: • Ambas positivas : Eixo normal • Se D1 é positiva mas avF é negativa = provável desvio do Eixo para a Esquerda • Se D1 é negativa = desvio do eixo para a direita • Quando as duas são negativas = extremo desvio para a direita Hipertrofia Sobrecarga atrial dir Sobrecarga atrial esq Hipertrofia de ventriculo esquerdo • QRS normal ou pouco alargado • Ondas S profundas em V1 e V2. Ondas R amplas, ausência de onda s em V5-V6. • Critério de Sokolow e Lyon: somar amplitude da onda S de V1 e a amplitude da onda R de V5 - V6 > que 35 mm. • Eixo desviado para esquerda (acima de - 30º). • ST - T em V5 - V6 • Segmento ST supradesnivelado, com uma concavidade superior e onda T simétrica, alta e pontiaguda nas sobrecarga diastólicas • Segmento ST infradesnivelado, convexo quando visto de cima, onda T negativa com amplitude aumentada nas sobrecargas "sistólicas". Bloqueio de Ramo Esquerdo • Duração do complexo QRS > 0,12 s. • Ondas R alargadas e monofásicas. • Ausência de ondas Q em D1, V5 e V6. • Complexos QRS polifásicos de pequena magnitude em D2, D3 e aVF. • Aumento do tempo de ativação ventricular de 0,10 s em V5 e V6. • Deslocamento do segmento ST e onda T na direção oposta à maior deflexão do complexo QRS. Bloqueio de Ramo Direito • Aumento da duração do complexo QRS > 0,12 segundos. • Eixo do QRS variável: frequentemente para a direita, frente e para baixo. • As derivações precordiais direitas, principalmente V1, mostran onda R’ alargada e entalhada, chamada em M. • Onda S larga e espessada em derivações D1, V5 e V6. • Onda T com direção oposta à deflexão terminal do complexo QRS. Alterações Isquêmicas do ECG • Elevação do segmento ST • Depressão do segmento ST • Ondas T hiperagudas • Inversão de onda T • Ondas Q patológicas • Bloqueio de Ramo Esquerdo Elevação do Segmento ST O segmento ST acima da linha isoelétrica: • Representa lesão miocardica • É a marca o IAM • Outras causas a serem descartadas são a pericardite e o aneurisma ventricular Elevação do segmento ST O quanto é necessário? • Apenas 1 mm (um quadradinho pequeno) em 2 derivações contíguas anatomicamente • Derivações precordiais :V1-V6 • II,III,aVF • I,aVL Depressão do Segmento ST Pode se caracterizar como: • Descendente • Ascendente • Horizontal Depressão do Segmento ST Horizontal Isquemia Miocárdica: • Angina Instável • IAM sem Elevação de ST • Depressão horizontal reciproca pode ocorrer durante IAM Depressão Horizontal do Segmento ST Depressão do Segmento ST Descendente ST • Pode ser causada por Digoxin. Ascendente ST • Normal durante exercício Onda T • Ondas T hiperagudas ocorem com elevação do ST em IAM agudo • Inversão de onda T ocorre durante ischemia e após IAM Onda T Outras causas de inversão de onda T: • Normal em algumas derivações • Cardiomiopatia • Pericardite • Bloqueio de Ramo esquerdo • Hemorragia Subaracnóide • Ondas T apiculadas indicam hipercalemia Ondas Thiperagudas Inversão de Onda T em parede Inferior Inversão de onda em Iam em evolução Complexo QRS Pode ser alargado (> 0.12 s) • Um bloqueio de ramo esquerdo pode resultar de um IAM e pode ser um sinal de um IAM em evolução. QRS alargado (BRE) Ondas Q Onda Q não patológica Menores que 2 mmsão normais Onda Q patológicas Maiores que 2 mm Sinal tardio de IAM (já evoluido) Pathological Q waves
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