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RESUMO PSICOLOGIA SOCIAL IDENTIDADE Porque não podemos falar em identidade como algo pronto? A identidade é um fenômeno social e não natural, é algo construído, processual. Não é estática, e sim mutável. Nossa identidade está sempre sendo construída e isso é feito em contexto social, a partir da relação com o outro e com o grupo. A identidade, portanto, depende do outro e é influenciada por ela. Em outras palavras, IDENTIDADE É METAMORFOSE. Pois ela se constitui no movimento. Sempre se construindo e alterando, e não estática. Explique o conceito de identidade una. Se fala em identidade una, pois cada pessoa possui apenas uma identidade (dentro da qual ocorrem mudanças, mas continua sendo uma coisa só). Explique a atribuição de aspectos positivos e negativos no âmbito da identidade, tanto pessoal quanto “do outro”. Reconhecemos as coisas boas como algo nosso, da nossa identidade, interno. Já o mau, as coisas erradas e falhas, são vistas como algo consequência de fatores externos, não é nossa culpa. Já as falhas alheias são vistas como produto interno dos outros, é culpa deles. Porque sentimos a necessidade de reafirmar a todo momento nossa própria identidade? Temos medo de esquecer quem somos, nossa identidade. Aprendemos a ter horror de sermos “outro”, sentimos a necessidade de preservar a identidade. É por isso que temos medo da loucura, de se tornar outro. Interprete a seguinte frase “No princípio era o verbo” aplicada ao conceito de identidade. A identidade se constrói através da ação, ela é verbo. Antes de identificar a identidade de alguém, precisamos analisar suas ações (verbo). Só somos algo pois antes tomamos atitudes, agimos, em direção a algo. → Temos a noção geral de que a pessoa é o que ela e os outros dizem ser. É uma visão muito limitada, pois identidade é algo complexo e mutável. Por exemplo, a Renata é professora de psicologia social, mas ela não é só isso. → A identidade é um fenômeno social e não natural, é algo construído. Não nascemos mulher, nos tornamos mulher. Por mais que a sociedade naturalize certas noções de identidade, como por exemplo, papel da mulher ou papel do homem. → Somos construídos por biológico, psicológico e social, mas isso por si só não constitui nossa identidade. → Por ver a identidade como algo dado, acabamos tentando nos adequar a identidade que foi posta, invés de construir nossa própria identidade, aceitando a identidade como processo. → Identidade como projeto político, no sentido de romper com as predeterminações criadas pelos esteriótipos, não deixar engessar a identidade num só modelo. NÃO DEIXAR SE APRISIONAR À ESTERIÓTIPOS. → VÁRIAS IDENTIDADES ATRAVESSAM E INFLUENCIAM A NOSSA. Somos construídos pelos olhares alheios que nos impactam, e pelo que pensamos e construímos sobre nós mesmos. Sabemos quem somos através do constaste com ideias alheias. A construção de identidade é um movimento relacional, pois depende da relação do “eu” com o “outro”, para que o eu se torne eu e o outro se torne o outro. → Nossa identidade sustenta a existência de outro. Você só é filha porque têm uma mãe e ela só é mãe porque você é filha. → A parte da nossa identidade que é revelada depende do ambiente e de quem está presente. → A identidade é processual, mutável. Por mais que acreditamos ter uma identidade completa, totalitária, formada e definida. DIALÉTICA MARXISTA Toda relação necessita do outro. O texto fala sobre um jogo de forças (opressor x oprimido) que ocorre na sociedade capitalista. Dialética → contraposição de ideias que levam a outras ideias. (tese, antítese e síntese) Pensamento do marxismo → estudas as ideologias que são perpetuadas pela vivência em meio uma sociedade capitalista. → As pessoas expressam ideologias que são produzidas por uma situação: a vida sob a sociedade e mercado. → A sociedade perpétua ideologias que são impostas a nós, e passamos a aceitá-las como “verdades naturais” e portanto não são questionadas. → É preciso que haja um embate entre a realidade e essas ideologias que perpetuam formas de pensar preconceituosas. → Segundo Marx, nossas relações são moldadas a partir da ideologia do mercado, valor. → No capitalismo, para fazer parte de um grupo você tem que ter a mesma coisa que os indivíduos constituintes deste grupo. → Feitichismo e reificação (coisificação do homem). As coisas passam a ser sujeito e o homem o objeto. Inversão de valores do sujeito e do objeto, não é você que se define e sim as coisas que você têm. Nós nos transformamos em objeto e as coisas se tornam sujeito. → De acordo com o Marxismo, só é possível eliminar esta ideologia se eliminar a sociedade de mercado. Induz a revolução. → Relações de opressão. Onde o burguês é o opressor e o proletário o oprimido. PROCESSO GRUPAL → O grupo nunca está acabado, e sim sempre em processo. Ações transformadoras da sociedade só podem ocorrer quando os indivíduos se agrupam. → Instituição extrapola o espaço físico. Família é instituição, por exemplo. AUTORES GRUPOS FUNÇÃO DO GRUPO Kurt Lewin Socio-grupo e psico-grupo. Relação de interdependência. Definição de papéis de identidade social dos indivíduos. Horkheimer e Adorno Microgrupo. Microgupo como mediação necessária entre o indivíduo e a sociedade. Loureau Grupo-objeto e grupo-sujeito. Analisa as instituições através das relações grupais. Lapassade Grupo-terror e grupo-vivo. Analisa grupos quanto sua dinâmica e seu nível de vida oculto que seria o nível institucional. Pichon-Riviere Grupo-operativo. Grupo – tarefa – constitui sua finalidade – atribuição de papéis. Calderòn e De Govia Não fala de nenhum grupo específico. A interação grupal se estabelece a partir das necessidades matérias/psicossociais e visa a produção de suas satisfações. KURT LEWIN Sóciogrupo → Se orienta e se organiza em gunção da execução ou do cumprimento de uma tarefa. Grupo tarefa. Psicogrupo → Estrutura em função dos próprios membros constituintes. Ambos os grupos não tem a intenção de romper o status quo, apenas manter, reproduzir os individualismos (cada um vendo seu lado, cada um por si), harmonia e manutenção. Sem a intenção de rompimento das forças opressoras. O grupo é visto como a-histórico O grupo coeso, estruturado, é um grupo ideal, acabado, como se os indivíduos envolvidos estacionassem e os processos de interação pudessem se tornar circulares. Em outras palavras, o grupo é visto como a-histórico numa sociedade a-histórica. Nessas relações a única perspectiva histórica se refere, no máximo, à história da aprendizagem de cada indivíduo com os outros que constituem o grupo. HORKHEIMER E ADORNO microgrupo → Mediador entre o indivíduo e a sociedade. Núcleo de pessoas bastante pequeno para que cada um possa ligar-se a cada uma das outras de modo direto e pessoal, sem mediação de terceiros. A família é um exemplo de microgrupo. LOUREAU Grupo-objeto → Postura totalitária. Os indivíduos se mantém sobre coerência, unidade, harmonia e se submetem a realização de um trabalho onde a divisão determina hierarquias de poder. Não são revolucionários, só perpetuam relações pré-estabelecidas. SEGMENTATIVIDADE e justaposição de indivíduos sob uma capa de coerência absoluta. Todos pensam igual. Como por exemplo, numa seita ou bando. Grupo-sujeito → relacionado ao nível de resistência à mudança. Teremos um grupo- sujeito se esse tiver um crescimento decorrente dessa mudança. LAPASSADE Grupo-terror → Impõe certa forma de pensar e agir, te manipula, mantém um certo status quo. No qual há a figura de poder (líder) que determina as obrigações e a manutenção do status quo. Grupo-vivo → Todos têm direito a visões diferentes. Se opõe ao grupo-terror.PICHON-RIVIÈRE Grupo operativo → Se caracteriza por estar centrado, de forma explícita, em uma tarefa que pode ser o aprendizado, a cura (no caso da psicoterapia), o diagnóstico de dificuldades etc. Sob essa tarefa, existe outra implícita subjacente à primeira, que aponta para a ruptura das estereotipias que dificultam o aprendizado e a comunicação Há uma tendência do grupo de se manter fechado, harmônico. Se mantém numa postura apática, se acomoda e não quer mudar, não quer romper aquilo que está dado. Nos sentimos seguros e, portanto, não queremos mudar. → Estamos sempre em busca de grupos que promovam nossa segurança. CALDERÒN Não tem grupo F. Calderòn e G. C. C. De Govia fazem uma análise do grupo-operativo de Pichon e apontam que um grupo é uma relação significativa entre duas ou mais pessoas, e que se processa através de ações encadeadas. Essa interação ocorre em função de necessidades matérias e/ou psicossociais e visa a produção de suas satisfações. A produção do grupo se realiza em função de metas que são distintas de metas individuais que implicam, necessariamente cooperação entre os membros. ESTÁGIO DOS GRUPOS Os grupos estão em constante transformação na medida em que produzem meios para a satisfação de suas necessidades. Grupo aglutinado → No qual há um líder que propõe ações Conjuntas e do qual os membros esperam soluções. É um grupo de baixa produtividade. Os indivíduos esperam norteio do líder e não se conhecem entre si direito. Grupo possessivo → Líder coordena funções, as tarefas exigem a participação de todos levando a maior interação e conhecimentos mútuos. Grupo coeso → Há uma aceitação mútua entre os membros, o líder se mantém como coordenador e a ênfase do grupo está na manutenção da segurança conseguida, vista como privilégio. O grupo começa a se fechar. Grupo independente → Não há mais tanta necessidade de líder pois o grupo já amadureceu, portanto, os indivíduos passam a se auto coordenar. → cristalização dos papéis é aquilo que a gente toma como verdade, natural, mas que na verdade é uma ilusão causada pelas ideologias. Ex: cristalização do papel da mulher, do homem, do operário, da criança, do estudante…. → A cristalização de papéis altera nosso comportamento ao passo que entendemos a realidade como algo imutável, natural e acabado, no qual devemos nos adequar. Mas a realidade objetiva é na verdade, construída pelo homem, portanto, mutável. → A condição de necessidade de cuidado, condição de fragilidade que nascemos, nos obriga a dependermos desde cedo das relações sociais para sobreviver. A introdução do homem na sociedade é feita por duas formas de socialização, a primária que é a família, e a primeira instituição com a qual temos contato. E a segunda socialização são os outros grupos que nos inserimos posteriormente. Por exemplo, a igreja, a escola. → Em ambas as formas de socialização, primária e secundária, estamos oprimidos. E só podemos romper com isso através da revolução, segundo Marx. → Dois níveis de análise dentro do materialismo histórico: Vivência subjetiva e realidade concreta (ou realidade objetiva) Vivência subjetiva → Segundo Marx, todos os indivíduos inseridos na sociedade capitalista estão alienados, porém, como a vivência das pessoas é subjetiva, as formas de alienação do indivíduo são diferentes. Existem níveis diferentes de alienação. Realidade concreta → A realidade como ela é. Nós perpetuando o status quo. O nível de vivência subjetiva reproduz a ideologia do capitalismo ( o individualismo, o self-made-man). O capitalismo prega o individualismo, as relações de poder (explorador → explorado) e a realidade concreta reproduz essa realidade. → Temos que ter consciência histórica para compreender a relação de dominação e alienação que estamos sujeitos. → Práxis tranformadora significa revolução → Determinação concreta → ideologias, formas de poder, objetificação do homem. → Dualidade → relação dominador/dominado. → A ideia básica de Marx é que temos que ter consciência da opressão que sofremos para fazer uma revolução a fim de romper com essa realidade. → Temos que compreender o que a instituição fez com o grupo, com que propósito eles foram moldados? Para perpetuar as ideologias ou para romper com elas? Manter as coisas como estão ou revolucionar? → A história de vida de um indivíduo tem importância fundamental no desenrolar do processo grupal. A questão individual e do grupo importam. A análise de grupo vai estar mais voltada para o segundo nível de análise, romper com as determinações concretas. → Realidade objetiva é a realidade quando você não tomou consciência da alienação e está alienado. → TUDO QUE O GRUPO REALIZA É UMA PRODUÇÃO GRUPAL. PRODUÇÃO NÃO É SÓ OBJETO, É QUALQUER INTERAÇÃO ENTRE O GRUPO. O MOVIMENTO DO GRUPO É UMA PRODUÇÃO GRUPAL. O GRUPO NUNCA ESTÁ FINALIZADO, CRISTALIZADO. → Mesmo quando você está sozinho, está atravessado pelo grupo, carrega a essência, o pedaço dele. O indivíduo não existe, só o grupo. Quando você está sozinho, ainda está atravessado pelas questões grupais. Só quando tivermos noção de que indivíduo não existe, é que podemos agir de forma conjunta e transformadora nessas relações opressoras.