UNIDADE IV EFICACIA DA LEI PROCESSUAL NO TEMPO E NO ESPACO

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DISCIPLINA DIREITO PROCESSUAL PENAL I
UNIDADE IV 
EFICÁCIA DA LEI PRCESSUAL PENAL
1. Eficácia da Lei Processual no Tempo
2. Eficácia da Lei Processual no Espaço
3. Imunidades
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1. Eficácia da Lei Processual no Tempo
1.1. Princípio da aplicação imediata das normas processuais penais:
 a) Definição legal : 
 “A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior” (Art. 2º do CPP).
 
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 NOTA: As normas de natureza processual penal aplicam-se aos processos em andamento, ainda que o fato tenha sido cometido antes da sua entrada em vigor e mesmo que haja prejuízo ao réu. Não se aplica o art. 5º, XL, da CF, o qual proíbe a lei de retroagir para prejudicar o réu. O dispositivo da CF refere-se à lei penal; não à lei processual penal.
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b) Distinção entre normas penais e normas processuais penais: 
 - as normas penais afetam a pretensão punitiva ou executória do Estado, criando-a, extinguindo-a, aumentando-a ou reduzindo-a. Exs: normas que incriminam um novo fato, criam uma nova causa extintiva da punibilidade, aumentam ou diminuem a pena, criam uma qualificadora, tratam de cumprimento da pena. 
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 - norma processual penal é a norma que repercute apenas no processo, sem respingar na pretensão punitiva. Ex. Normas que disciplinam a prisão provisória, proibindo a concessão de fiança ou de liberdade provisória para determinados crimes, tratam da disciplina interna dos presídios.
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Questionamento: Qual a natureza das normas que disciplinam o regime disciplinar diferenciado instituído pela Lei nº 10.792, de 1º de dezembro de 2003, que consiste em recolhimento do preso em cela individual, visita de no máximo duas pessoas, por duas horas semanais, duas horas de banho se sol por dia, pelo máximo de 360, sem prejuízo da repetição da sanção? 
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2. Eficácia da Lei Processual no Espaço
2.1.Princípio adotado: Territorialidade, consagrado no art. 1º, do CPP:
 “O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código”. 
2.2. Exceções:
 - I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
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II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade;
III - os processos da competência da Justiça Militar;
IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, no 17); (NOTA: refere-se a CF de 1937).
V - os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF nº 130: A Lei de Imprensa não foi recepcionada pela CF/1988)
       
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 NOTA: A lei processual penal brasileira tem validade somente dentro dos limites territoriais brasileiros. No caso de tramitação no estrangeiro, aplicar-se-á a lei do país em que os atos forem praticados.
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3. Imunidades
3.1. Imunidades diplomáticas: 
a) Caracterização: consistem na exclusão da jurisdição criminal dos países onde exercem suas funções e a eficácia da lei penal do Estado de origem. Não excluem o crime (qualquer) e suas conseqüências.
b) Possibilidade de renúncia: o Estado acreditante pode renunciar expressamente à imunidade de jurisdição dos seus agentes diplomáticos e das demais pessoas referidas no art. 37 (art. 32, § 1º, da Convenção de Viena de 1961).
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c) pessoas beneficiadas com as imunidades diplomáticas: Chefes de Estado e comitiva, representantes diplomáticos, funcionários do corpo diplomático e seus familiares. Estão excluídos os empregados particulares dos agentes diplomáticos, a não ser que o Estado acreditado os reconheça.
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NOTAS:
1) As sedes diplomáticas(embaixadas, sedes de organismos internacionais) não são considerados extensão do território estrangeiro. A inviolabilidade das embaixadas decorre da imunidade dos representantes; pessoas sem o privilégio ficam sujeitas à jurisdição territorial. 
2) A imunidade não se estende aos cônsules (a função é meramente administrativa).
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3.2. Imunidades Parlamentares:
3.2.1. Material ou absoluta: 
 a) Caracterização: os deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, em quaisquer manifestações proferidas no exercício ou desempenho de suas funções. 
 
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 b) Fundamento constitucional:
 - congressistas: art. 53, “caput”, C.F./88;
 - deputados estaduais: art. 27, § 1°, C.F./88; art. 65, “caput”, CE/PI.;
 - vereadores: art. 29, VIII da C.F./88, art. 21, VI, CE/PI.
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C)Natureza jurídica: exclui a própria tipicidade, segundo parte da doutrina, “porque seria contraditório considerar a manifestação essencial para a coletividade e ao mesmo tempo defini-la em lei como crime”(CAPEZ, Fernando , p. 96).
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 NOTAS: 
 1)“A inviolabilidade parlamentar não pode albergar abusos manifestos. Não foi certamente pensada para abrigar discursos e manifestações escabrosos, desconectados totalmente do interesse público e patentemente ofensivos inclusive ao decoro parlamentar”(RT 648, p.321; STF, Inq. 803-SP, apud CAPEZ, Fernando, p. 95).
 2) A imunidade parlamentar é irrenunciável.
 3) O parlamentar licenciado para ocupar outro cargo na Administração Pública perde a imunidade.
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3.2.2. Formal ou relativa ou prerrogativas processuais: subdivide-se em:
 a) garantia contra a instauração de processo(art. 53,§§3º, 4º e 5º, da CF/88);
 b) garantia de não ser preso, salvo em caso de flagrante delito por crime inafiançável(art. 53,§2º)
 c) direito ao foro privilegiado(STF)(art. 53, §1º);
 c) imunidade para servir como testemunha( art. 53, §6º,da C.F./88.
 
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 NOTA: Sobre a imunidade parlamentar dos deputados estaduais, vide art. 27, § 1°, C.F./88 e art.65, §§ 1° e 2°, da CE/PI. Os vereadores não têm imunidade processual.
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