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ETICA E RELACOES ETNICOS RACIAIS - Ética e legislação profissional

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INTRODUÇÃO
O presente artigo tem como objetivo discutir e ampliar o conhecimento sobre a ética e as relações étnico-raciais, desenvolvendo o conceito, a história, e o entendimento crítico desse polêmico assunto que envolve diferentes grupos sociais, raças e povos.
Cada grupo social tem sua cultura e seus costumes, regras e comportamentos tomados por particularidades e assim a cultura é responsável pela formação da personalidade do indivíduo. A escola é responsável em integrar e trabalhar as diversidades tornando a formação social da criança multicultural e pluriétnica.
As relações étnico-raciais se caracterizam da seguinte forma; para cada um e para os outros, se pertence a uma determinada raça. Contudo, esse conceito, raça humana, é formado por justificativas culturais, sociais e políticas impostas pelo homem.
O termo ética está associado ao estudo com fundamentos que possui o papel de orientar os comportamentos humanos em sociedade. É um conjunto de conhecimentos extraídos através de investigações do comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional, fundamentada, científica e teórica. Podemos entender um pouco melhor esse conceito examinando certas condutas do nosso dia a dia como o comportamento de alguns profissionais, posicionamento da educação brasileira e das comunidades.
ÉTICA
A ética é um ramo da filosofia que lida com o que é moralmente bom ou mau, certo ou errado. A palavra ética é de origem grega derivada de ethos, traduzida em latim por mos ou mores, sendo essa a origem da palavra moral. Ambas significam hábitos e costumes dos homens.
A ética lida com a compreensão das noções e dos princípios que sustentam as bases da moralidade social e da vida individual. Ou seja, trata-se de uma reflexão sobre o valor das ações sociais consideradas tanto no âmbito coletivo como no âmbito individual.
Nos negócios, a ética é o estudo da forma em que normas morais pessoais se aplicam às atividades e aos objetivos da empresa comercial. É ético tudo que está em conformidade com os princípios de conduta humana; de acordo com o uso comum, sendo que os termos: moral, bom, certo, justo e honesto são sinônimos de ético. As ações dos homens são normalmente um reflexo de suas crenças, embora haja exceções. 
Como a lei utiliza como base princípios éticos constantemente, a ética pode ser confundida com lei. Porém, diferentemente da lei, nenhum indivíduo pode ser forçado, por outros indivíduos ou pelo Estado, a cumprir as normas éticas, nem sofrer qualquer penalidade pela desobediência a estas. 
OBJETIVO DA ÉTICA 
A Ética, enquanto área do conhecimento, tem por objeto o comportamento humano do interior de cada sociedade. O objetivo da ética é constituído, através do estudo desse comportamento, com a finalidade de estabelecer os níveis que são aceitos, garantindo a convivência pacífica dentro das sociedades e entre elas.
As questões morais surgem como consequência do comportamento dos indivíduos, que estão diretamente relacionadas com o cotidiano de cada sociedade, um mesmo comportamento pode ser visto por uma sociedade como desprovido de moral, enquanto em outra sociedade pode ser considerado como moralmente aceito.
Se no meio da sociedade, supõe-se que, uma pessoa resolve sair à rua sem roupa, certamente terá seu comportamento reprovado. Contudo, em uma tribo indígena localizada no meio da floresta amazônica o ato seria visto com naturalidade. Os conflitos acontecem quando se contraria aquilo que genericamente a sociedade estabeleceu como padrão de comportamento. Por isso, é comum pessoas de diferentes sociedades, enxergarem determinado fato através de óticas distintas.
RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
Relações étnico-raciais são consideradas aquelas estabelecidas entre os distintos grupos sociais, e entre indivíduos destes grupos, esclarecida por conceitos e ideias sobre as diferenças e semelhanças relacionadas ao pertencimento racial destes indivíduos e dos grupos a que pertencem. O pertencimento é a crença subjetiva de origem comum que une distintos indivíduos membros de uma coletividade. Esse sentimento de pertencimento é o que poderia explicar o porquê de grupos minoritários na África, ao invés de desaparecerem, organizaram-se de acordo com linhas étnicas para a disputa de pontos capitais nos seus países. Assim grupos com personalidades étnicas unem-se para a conquista de espaços econômicos e políticos. As relações étnico-raciais referem-se ao fato de que, para cada um e para os outros, se pertence a uma determinada raça, e todas as consequências desse pertencimento.
Quando se está frente a frente de qualquer pessoa, é inegável que seu fenótipo, cor da pele, penteado e forma de vestir-se suscitem diversos julgamentos. Consequentemente, informados por estereótipos, se não estivermos atentos, podemos expressar por palavras e gestos, discriminação, desrespeito e desqualificação. Estes julgamentos decorrem de preconceitos, ou seja, um juízo pré-concebido, que se manifesta numa atitude discriminatória perante pessoas, crenças, sentimentos e tendências de comportamento. É uma ideia prematura e que não tem fundamento crítico ou lógico. 
As particularidades e características físicas são usadas por nós para classificar e identificar quem é negro e quem é branco no Brasil. E usadas para discriminar e negar direitos e oportunidades aos negros em nosso país. 
Dessa forma, relações étnico-raciais são relações construídas no processo histórico, social, político, econômico e cultural. Segundo algumas reflexões de sociólogos, antropólogos, psicólogos sociais e educadores, bem como o Movimento Negro, ao utilizarem o conceito de raça, não o fazem baseados na ideia de raças superiores e inferiores como originalmente foi usado pela ciência no século XIX. Diferentemente, usam-no com uma nova perspectiva que se baseia na dimensão social e política, dessa maneira, o empregam porque a discriminação racial e o racismo existentes na sociedade brasileira não somente se dão em razão dos aspectos culturais presentes na história e na vida dos descendentes de africanos, mas também graças à relação que se faz entre esses e os aspectos físicos observáveis na estética corporal desses sujeitos. 
A forma como a raça opera na sociedade possibilita que militantes do Movimento Negro, nome genérico dado ao conjunto dos diversos movimentos sociais afro-brasileiros, particularmente aqueles surgidos a partir da redemocratização pós-Segunda Guerra Mundial, no Brasil, e um grupo de intelectuais não abandonem o conceito de raça para falar sobre a realidade do negro brasileiro, mas o adotem com novo significado. Nesse sentido, rejeitam o sentido biológico de raça, de acordo com a evolução da ciência não existem raças humanas.
Adota-se, o conceito de raça com um significado político e identitário construído com base na análise do tipo de racismo que existe no contexto brasileiro, as suas formas de superação e considerando as dimensões histórica e cultural a que esse processo complexo nos remete. 
As raças são compreendidas como construções sociais, políticas e culturais produzidas no contexto das relações de poder ao longo do processo histórico. Não significam, de maneira alguma, um dado da natureza.
 A partir da cultura e da vida em sociedade, aprende-se a enxergar as raças. Isso significa que as pessoas são vistas como negras, indígenas ou brancas e, por conseguinte, classificadas, notadas e comparadas por suas diferenças no convívio social, na forma como somos educados e socializados. Além disso, hierarquizam-se as classificações sociais, raciais, de gênero, entre outras. Ou seja, também se tratam as diferenças de forma desigual. 
A expressão relações étnico-raciais é adotada para compreender as formas como negros e brancos se relacionam em nosso país, refere-se ao conceito de etnia. 
Como exemplo trágico, em que o termo raça foi empregado com intensidade, temos o caso da Alemanha nazista que se utilizou da ideia de raças humanas para reforçar a sua tentativa de dominação política e cultural e quepenalizou vários grupos sociais e étnicos que viviam na Alemanha e nos países aliados ao ditador Hitler, no contexto da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). 
O reconhecimento dos horrores causados durante a Segunda Guerra Mundial levou à reorganização política das nações no mundo, com a finalidade de evitar que novas crueldades baseadas na ideia biológica de raça fossem cometidas. Atualmente, o uso do conceito de etnia ganhou força acadêmica para se referir aos ditos povos diferentes: judeus, índios, negros, entre outros. 
Ao ser adotado, o conceito de etnia refere-se a um grupo que possui algum grau de coerência e solidariedade, composto de pessoas conscientes, de terem origens e interesses comuns. Visto isso, um grupo étnico não é mero agrupamento de pessoas ou de um setor da população, mas uma agregação de pessoas unidas ou relacionadas por experiências compartilhadas (CASHMORE, 2000, p. 196). Também, a etnia refere-se a um grupo social cuja identidade se define pela comunidade de língua, cultura, tradições, monumentos históricos e territórios (BOBBIO, 1992, p. 449).
O conceito de etnia traz elementos importantes, porém, ao ser adotado de maneira desarticulada da interpretação ressignificada de raça, acaba se apresentando insuficiente para compreender os efeitos do racismo na vida das pessoas negras e nos seus processos identitários (GOMES, 2005). 
No contexto teórico e político vem sendo adotada a expressão étnico-racial para se referir às questões relacionadas à população negra brasileira, sobretudo, na educação. A formulação desse termo pode ser vista como a tentativa de sair de um impasse entre os conceitos de raça e etnia. Demonstra que, para se compreender a realidade do negro e do índio brasileiro, não somente as características físicas e a classificação racial devem ser consideradas, porém também a dimensão simbólica, cultural territorial, política e identitária. Portanto, é bom lembrar que nem sempre a maneira como a sociedade classifica racialmente uma pessoa corresponde, necessariamente, à forma como ela se vê. Para compreendermos as relações étnico-raciais de maneira aprofundada, temos de considerar os processos identitários vividos pelos sujeitos, os quais interferem no modo como esses se veem, identificam-se e falam de si mesmos e do seu pertencimento étnico-racial.
 AFRO-BRASILEIROS E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
Um grupo muito expressivo no Brasil, mas historicamente marginalizado é formado por aqueles que são identificados como afrodescendentes.
O pesquisador jamaicano Stuart Hall (1997), explica que as expressões marcadas por traços raciais surgiram em dois momentos históricos, em que o povo do Ocidente encontrou o povo negro. O primeiro refere-se aos contatos de comerciantes europeus com a África Ocidental, no contexto das relações comerciais definida na Idade Média. Os europeus, naquele momento, consideravam o continente africano um lugar misterioso e o viam de maneira positiva. O segundo possui vinculo à colonização europeia na África, quando o continente passa a ser visto como um território de selvageria e de barbárie.
A escravização dos povos africanos firmou- se sobre a suposta intenção destes à servidão e sobre o alegado primitivismo, tornando-os incapazes de alcançar os aperfeiçoamentos dos povos que eram considerados naquela época como civilizados.
As culturas indígenas quanto as negras, no contexto brasileiro, eram consideradas inferiores, malandras, preguiçosas, caracterizando-os como selvagens e primitivas. 
Essas classificações raciais estão definidas por marcas fenotípicas, como a cor da pele, o cabelo, a largura do nariz, a espessura dos lábios, como se essas marcas “do corpo” definissem o caráter da pessoa. Mas essas identidades raciais, estão totalmente ligadas ao contexto histórico, cultura e do poder, tanto que foram atribuídos aos negros, características sociais indesejáveis.
É importante ressaltar que essas diferenciações raciais foram determinadas tomando como referência a classe dominante europeia (branca), especialmente na Modernidade.
Portanto, certas atribuições raciais por aspectos fenotípicos provocavam também, uma classificação moral, intelectual e psicológica, fortemente hierarquizada. Embasado nas doutrinas racistas daquele momento, diversos grupos étnicos nas sociedades não europeias sofreram as consequências do racismo, justificando a escravização e o extermínio de um grupo étnico racial ou religioso. Marisa Costa (2004, p. 385), afirma que “a modernidade gerou variedades próprias de racismo, nas quais as culturas não-ocidentais frequentemente foram vistas como obstáculo ao desenvolvimento e ao progresso e passaram a ser vistas como antimodernas”.
RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E EDUCAÇÃO
Os estudos das relações étnico-raciais dizem a respeito de processos educativos que ajudam às pessoas superar preconceitos raciais, estimulando-as a viverem práticas sociais livres de discriminação e contribuir para que elas compreendam e se engajem em lutas por equidade social entre os distintos grupos étnico-raciais que formam a nação brasileira. Tem relação a um processo educativo que favoreça que todas as raças construam sua identidade étnico-racial positiva.
A escola não é a única instituição responsável pela educação das relações étnico-raciais, uma vez que o processo de educação também ocorre no convívio social: na família, nos grupos culturais, nas comunidades, proporcionado pelos meios de comunicação, entre outros. A escola é um ambiente que possui privilégio para aumentar as relações étnico-raciais positivas. 
As discussões a respeito do papel da educação escolar nas relações étnico-raciais estão relacionadas com educação e cidadania, porquê apresentam as especificidades e reivindicações de parte da nação brasileira menos favorecida que luta pelo exercício pleno de sua cidadania.
NEGROS NAS ESCOLAS E UNIVERSIDADES
O Brasil tem a segunda maior população negra do mundo, tendo apenas Nigéria à sua frente. Apesar desse fato, é difícil perceber que o percentual de afrodescendentes incluídos nos setores da sociedade brasileira e na educação superior, ainda é estatisticamente muito baixo, exigindo gestões mais pontuais do Estado Brasileiro, do Movimento Negro e da Sociedade Civil com vistas à formulação de políticas de inclusão étnico-racial mais precisas que visem não apenas o aumento de vagas, mas também as condições de acesso e permanência dessa população nos espaços de formação.
Diante das desigualdades sociais e raciais, é pouco significativo o número de universidades públicas que incorporam as políticas de ações afirmativas com a implementação da política de cotas raciais como uma medida temporária para tornar equânimes os desníveis que existem entre negros e brancos na educação superior.
O ÉTNICO-RACIAL, POLÍTICAS DE INCLUSÃO DESIGUAIS
Vários aspectos das desigualdades sócio raciais se tornaram importantes na formação de políticas públicas na sociedade brasileira, exibindo tais políticas “entre os temas prioritários do discurso político contemporâneo como instrumento de constituição da cidadania plena e de consolidação da democracia em bases justas”, (PEIXOTO, 2004, p. 11), mas as políticas de inclusão de afrodescendentes revela sua ineficácia na diminuição das desigualdades raciais. É claro que o quadro de exclusão em que o negro se encontra não é tão diferente da situação de abandono pela qual passaram os escravos que lutaram por melhores condições de vida no fim da escravidão.
Relacionado ao acesso à educação no nível superior de ensino, os afrodescendentes são colocados em uma situação de inclusão social adversa, que coincide com a ideia de que o acesso da população negra à educação formal tem sido alvo de dificuldades históricas. É conhecido que “uma lei do Império, datada de maio de 1837, rezava que os docentes somente poderiam aceitar pessoas livres em sala de aula. Tal discriminação relegou ao analfabetismo a esmagadora maioria da população escravizada” (UFPB, 2007, p. 1). Dados estatísticos apresentados pelo primeiro censorealizado, em 1872, mostram que na Paraíba, de “um total de 21.534 escravizados, somente 61 (0,3%) eram alfabetizados. Essa situação reflete os dias atuais em que se constata uma taxa de analfabetismo diferenciada entre negros e brancos brasileiros” (UFPB, 2007, p. 9).
Os afrodescendentes nem sempre se encontram em posição significativa na educação brasileira, tendo dificuldades para sua inclusão nas universidades públicas. Essa educação desigual tende a reduzir a oportunidade dos afrodescendentes concorreram a uma vaga nos vestibulares que cobram conhecimentos adquiridos no Ensino Básico, os quais são “desconhecidos” pela população negra por terem uma formação inferior desde o início escolar e menos compatível com as exigências atuais da educação.
Uma pesquisa realizada pela FASE (Federação para Assistência Social e Educacional de São Paulo) mostra que a possibilidade de um negro ingressar na universidade é de 18%, enquanto esta possibilidade para os brancos é de 43%. Essa diferença de acesso a universidade é comentada por Guimarães et al (2008) ao relatar que a classe socioeconômica interfere no desempenho dos membros de todos os grupos de cor, porquê quanto maior a classe socioeconômica do candidato, melhor será seu desempenho. Ele admite que a influência da classe também mostra através de três outras variáveis: a possibilidade de dedicação exclusiva aos estudos: aqueles que não precisam trabalhar apresentam maior desempenho em provas de vestibulares; o turno em que cursou a escola secundária: os que estudaram no período diurno têm mais sucesso e; por terceiro, a natureza do estabelecimento de 1º e 2º graus em que estudou: os alunos que cursaram escolas públicas estaduais e municipais têm menos possibilidade de sucesso.
Grande parte da população brasileira tem sido excluída de seus direitos fundamentais. A discriminação racial percorre o mercado de trabalho, colocado que os rendimentos destinados aos afrodescendentes, quando comparados com aqueles recebidos pela população, que se autodeclara branca, são bem menores e com funções nos setores de trabalho com ocupações de status social desprivilegiado. 
A mão-de-obra negra é direcionada para trabalhos domésticos e atividades pesadas, sobrepondo-se à competência dessa população. Com isso, põe “em cheque a ótica democrática representativa expressa no texto constitucional, que é de caráter distributivo e fomentador de oportunidades de equidade social” (CUNHA JÚNIOR, 2006, p. 17).
Os afrodescendentes geralmente são classificados com base nos “padrões dominantes” e colocados em um patamar de inferioridade, ressuscitando, com isso, as condições perversas em que seus antepassados viviam à época da escravidão. De certa forma, essas condições são predominantes, atingindo os afrodescendentes (pretos, mulatos e pardos) no contexto da sociedade da informação e do conhecimento onde as diferenças socioculturais, apontam a necessidade de estabelecermos novas formas de relações com os indivíduos nos diferentes espaços de comunicação, educação, informação, habitação e trabalho.
CONCLUSÃO
A ética e a cidadania são dois dos conceitos que constituem a base de uma sociedade próspera. Sendo a cidadania definida como; a condição do indivíduo que vive de acordo com um conjunto de estatutos pertencentes a uma comunidade politicamente e socialmente estruturada.
Para que haja uma convivência pacífica no âmbito de cada sociedade faz-se necessário que cada pessoa, dentro das fronteiras delimitadas por suas crenças e valores, assuma comportamentos que respeitem seus semelhantes naquilo que é de seu direito.
Racismo é um tipo de preconceito associado às raças, às etnias ou às características físicas; visto que as pessoas denominadas racistas baseiam-se na ideologia da superioridade. Em outras palavras, esse tipo de preconceito assinala que algumas raças ou etnias são superiores às outras, seja pela cor da pele, pensamentos, opiniões, crenças, inteligência, cultura ou caráter.
Dessa forma, podemos ver que o racismo se manifestou em muitos momentos da história como formas de dominação, por exemplo: a escravidão, o apartheid, o holocausto, o colonialismo, o imperialismo, o branqueamento enfatizado por muitos ditadores, dentre outros.
Note que, na maioria das vezes, o racismo associa-se tão somente ao preconceito contra os negros, todavia, as atitudes racistas contrariam qualquer raça ou etnia, sejam negros, asiáticos, brancos, índios, etc.
As diferenças, mais do que dados da natureza, são construções sociais, culturais, políticas e identitárias. Desde criança, aprendemos a olhar, identificar e reconhecer a diversidade cultural e humana. Contudo, estando imersos em relações de poder e dominação política e cultural, nem sempre conseguimos perceber que classificamos não somente como uma forma de organizar a vida social, mas como uma maneira de ver as diferenças e as semelhanças de maneira hierarquizada e dividida: perfeições e imperfeições, beleza e feiura, inferiores e superiores. Esse olhar e essa forma de racionalidade hierarquizada precisam ser superados.
A escola possui um papel importante a cumprir nesse debate. Nesse contexto é inserido a Lei nº 10.639/03. Uma das formas de interferência pedagógica na construção de um ensino da diversidade e garantir o direito à educação é saber mais sobre a história e a cultura africanas e afro-brasileiras. Esse entendimento ajuda a superar opiniões preconceituosas sobre os negros, a África, povos e culturas distintas e a denunciar a discriminação racial e a implementar políticas positivas, rompendo com o mito da democracia racial.
REFERÊNCIAS
BAUMHART, R. S. J. Ética em negócios. Expressão e Cultura, Rio de Janeiro, 1971.
BONIN, I. T.; BONILHA, P. Encarte Pedagógico II, Culturas Indígenas na sala de aula. Publicação do Conselho Indigenista Missionário. Disponível em: <www.cimi.org.br>. Acesso em: 01 de maio de 2018.
RIBAS FILHO, D. V. - Ética e Legislação Profissional, 2013.
SANTANA, V. A.; AQUINO, M. A. A responsabilidade social e ética e a inclusão de afrodescendentes em discursos de profissionais da informação em universidade pública. Biblionline, João Pessoa, v. 5, n. 1/2, 2009.
VERRANGIA, D.; SILVA, P. B. G. Cidadania, relações étnico-raciais e educação: desafios e potencialidades do ensino de Ciências. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 36, n.3, p. 705-718, set./dez. 2010.

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