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Crimes falimentares - aula

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Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
Mariana Coelho Cantú 
 
 
Crimes Previdenciários Crimes previdenciários em espécie 
 Crimes penais econômicos 
1. Nascimento do Direito Penal Econômico 
Crimes previdenciários estão inseridos dentro do ramo chamado DP 
econômico – DP econômico é um instituto relativamente novo que vem no instituto 
pós-industrial – antigamente o DP se ocupava de delitos comuns como o furto, o 
roubo e o homicídio – DP clássico era chamado a tutelar esses delitos em prol da 
sociedade – com a evolução da sociedade foram surgindo novos delitos, novas 
situações passaram a exigir do Direito uma nova tutela, sendo nesse contexto que 
surge o DP econômico, visto que anteriormente quando o DP somente se 
preocupava com o furto, o roubo e o homicídio a sociedade não demandava essa 
postura do legislador. 
DP econômico surge a partir da revolução pós-industrial de maneira a exigir 
do legislador uma tutela, visto que a sociedade precisa da proteção do DP 
econômico para proteger o sistema financeiro que desde então fica vulnerável a 
algumas condutas que precisam ser protegidas. A sociedade de risco = a sociedade 
em que vivemos hoje, que os seres humanos com o comportamento pós-industrial 
passam a exigir do legislador novas demandas – a lei caminha junto com o futuro – 
de maneira que surge o DP econômico para: proteger as relações de consumo, o 
sistema tributário, sistema previdenciário – a intervenção do DP no sistema 
econômico está diretamente ligada ao ART. 170 da CR/1988: 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano 
e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, 
conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: 
 I - soberania nacional; 
 II - propriedade privada; 
 III - função social da propriedade; 
 IV - livre concorrência; 
 V - defesa do consumidor; 
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
 VI - defesa do meio ambiente; 
 VII - redução das desigualdades regionais e sociais; 
 VIII - busca do pleno emprego; 
 IX - tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital 
nacional de pequeno porte. 
 Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer 
atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos 
públicos, salvo nos casos previstos em lei. 
Dispositivo este que fala a cerca da tutela da ordem econômica que 
possui como base principal a redução das desigualdades regionais e sociais. 
Os crimes econômicos na grande maioria eles infringem a igualdade que 
todo mundo busca, de maneira a colaborar para que se tenha cada vez mais 
desigualdades, mais desempregos, para que alguns cidadãos sejam cada vez mais 
pobres e outros enriqueçam cada vez mais – base constitucional para o surgimento 
do DP econômico. 
SISTEMA PREVIDENCIÁRIO – tutelado pelo DP econômico na medida em 
que visa garantir a previdência social, o Direito previdenciário está dentro da 
chamada Seguridade Social que é um conjunto de ações sociais tanto do Poder 
Público, quanto da sociedade, para garantir a saúde, a assistência social e a 
previdência social – Art. 194 CR/1988: 
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações 
de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar 
os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. 
 Parágrafo único. Compete ao poder público, nos termos da lei, organizar 
a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: 
 I - universalidade da cobertura e do atendimento; 
 II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às 
populações urbanas e rurais; 
 III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e 
serviços; 
 IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; 
 V - equidade na forma de participação no custeio; 
 VI - diversidade da base de financiamento; 
 VII - caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, 
com a participação da comunidade, em especial de trabalhadores, 
empresários e aposentados. 
Previdência social integra a seguridade social e, em regra o acesso é 
restrito, ou seja, só tem direito as prestações concedidas pela previdência social, 
aqueles que contribuem para o sistema previdenciário - Art. 1º Lei 8.213/91: 
Art. 1º A Previdência Social, mediante contribuição, tem por fim assegurar 
aos seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo de 
incapacidade, desemprego involuntário, idade avançada, tempo de serviço, 
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
encargos familiares e prisão ou morte daqueles de quem dependiam 
economicamente. 
No Brasil a saúde é garantida a todos – a seguridade social garante saúde 
para todos sem nenhuma discriminação, entretanto a assistência social é garantida 
para aquelas pessoas que vivem em uma situação de miserabilidade – a previdência 
social que engloba a seguridade social, em regra, é somente para aquelas pessoas 
que contribuem para depois terem uma prestação – a previdência social está ligada 
ao princípio da solidariedade que está intimamente ligado aos crimes 
previdenciários, pois quando se comete um crime previdenciário seja apropriação 
indébita previdenciária, seja sonegação previdenciária se está retirando o patrimônio 
da previdência e se está prejudicando aquelas pessoas que irão receber todo este 
sistema de benefício – O BEM JURÍDICO PROTEGIDO PELO CRIME 
PREVIDENCIÁRIO NÃO É TÃO SOMENTE O PATRIMÔNIO DA PREVIDÊNCIA, 
MAS TAMBÉM A QUALIDADE DE VIDA DAS PESSOAS. 
OBJETIVIDADE JURÍDICA DOS CRIMES PREVIDENCIÁRIOS 
 É nesse contexto que surgem os crimes previdenciários. Para proteger os 
mais básicos direitos do indivíduo. 
Bem jurídico protegido – patrimônio da previdência + direitos da sociedade 
ligados a seguridade social. (nesse contexto que surgem os crimes previdenciários 
para proteger os direitos mais básicos do indivíduo) – deixa-se de se ter a proteção 
individual que o DP conferia no DP clássico – proteção individual é aquela que se 
tem no homicídio (onde se protege determinada vida), no furto (onde se protege 
aquele patrimônio de determinada pessoa), no roubo. 
Proteção dos bens jurídicos metaindividuais, como saúde pública, a ordem 
econômica e tributária, com o objetivo de propiciar melhor qualidade de vida as 
pessoas. (No DP econômico se possui uma proteção metaindividual pois vai muito 
além do patrimônio da previdência – existem autores que entendem portanto que o 
bem jurídico é somente o patrimônio da previdência, mas se deve entender que o 
bem jurídico é misto (patrimônio da previdência + prestações públicas de âmbito 
social). 
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
A Previdência Social constitui direito social que está garantido pela 
Constituição da República. 
Perspectiva Constitucional - a tutela vai além do patrimônio da 
previdência, pois engloba também as prestações individuais no âmbito social. 
A Previdência Social constitui direito social assegurado pela Constituição da 
República – Art. 6º, ou seja, por essa razão é que o DP passou a proteger também 
os bens jurídicos metaindividuais. 
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, 
a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a 
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na 
forma desta Constituição. 
Daí surge a intervenção penal para tutelar o patrimônio da previdência social 
e seu correto funcionamento. 
A tutela penal no patrimônio da previdência deve ser focado, portanto, na 
proteção do patrimônio da previdência social, bem como no processo de 
arrecadação na despesa pública (CURVA). Quando alguém contribui com a 
previdência social se terá a contribuição e posteriormente a arrecadação – sendo 
esse processo quebradoquando um crime previdenciário ocorre. (A fiscalização 
administrativa possui um único propósito de cobrar o que não foi pago, essa 
cobrança era inscrita em Dívida Ativa, era tentado o bloqueio de bens daquele 
contribuinte, daquele empresário que não recolheu o tributo, que não repassou o 
tributo, que não indicou a receita que havia recebido – e não eram encontrados bens 
– era cometido um crime, mas que o âmbito administrativo não dava conta, por essa 
razão veio o DP e tomou a rédeas da situação). 
Critérios delimitadores dos delitos previdenciários – na configuração do 
injusto se têm a lesão a um bem jurídico imediata (conotação patrimonial 
arrecadatória) e um bem jurídico mediato (o financiamento da previdência social). 
Dois critérios delimitadores nos crimes previdenciários: 
A tutela penal no patrimônio da previdência deve ser focado, portanto, na 
proteção do patrimônio da previdência social, bem como no processo de 
arrecadação e sua distribuição na despesa pública. (CURVA). 
Critérios delimitadores dos delitos previdenciários: Na configuração do 
injusto tem-se a lesão: 
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
1. A um bem jurídico imediato (conotação patrimonial arrecadatória) – A 
conotação arrecadatória é quando aqueles contribuintes pagam a 
previdência social, e isso é que a mantém funcionando – se não existir 
mais essa arrecadação (que ocorre quando um crime previdenciário é 
cometido) automaticamente se prejudica o funcionamento da previdência 
social - os contribuintes que acreditavam estarem pagando ou aqueles 
que efetivamente pagaram, podem ser prejudicados. 
2. Bem jurídico mediato (o financiamento da previdência social). 
CRIMES PREVIDENCIÁRIOS EM ESPÉCIE 
Crimes previdenciários = apropriação indébita previdenciária e a sonegação 
previdenciária. 
1. Apropriação indébita previdenciária – Art. 168 A CP: 
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições 
recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: 
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 
9.983, de 2000) 
§ 1 o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Incluído pela Lei nº 
9.983, de 2000) 
I - recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à 
previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a 
segurados, a terceiros ou arrecadada do público; (Incluído pela Lei nº 9.983, 
de 2000) 
II - recolher contribuições devidas à previdência social que tenham 
integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à 
prestação de serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou 
valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social. 
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
§ 2 o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, 
confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores 
e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em 
lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 
9.983, de 2000) 
§ 3 o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de 
multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: (Incluído 
pela Lei nº 9.983, de 2000) 
I - tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a 
denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive 
acessórios; ou (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
II - o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou 
inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, 
como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. 
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
§ 4º A faculdade prevista no § 3º deste artigo não se aplica aos casos de 
parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja 
superior àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo 
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 13.606, 
de 2018) 
Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza. 
2. Sonegação Previdenciária – Art. 337 A CP 
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer 
acessório, mediante as seguintes condutas: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 
2000) 
I - omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de 
informações previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, 
empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este 
equiparado que lhe prestem serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
II - deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da 
empresa as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo 
empregador ou pelo tomador de serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 
2000) 
III - omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações 
pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais 
previdenciárias: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 
9.983, de 2000) 
§ 1 o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e 
confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta as informações 
devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes 
do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
§ 2 o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de 
multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: (Incluído 
pela Lei nº 9.983, de 2000) 
I - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
II - o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou 
inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, 
como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. 
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
§ 3 o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento 
mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz 
poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a de 
multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
§ 4 o O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas 
mesmas datas e nos mesmos índices do reajuste dos benefícios da 
previdência social. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
Sempre que esses delitos forem cometidos se terá uma afetação do 
patrimônio da previdência. 
Existem outros delitos como o estelionato previdenciário, inserção de dados 
falsos nos sistemas de informação – não são delitos necessariamente contra a 
Previdência Social, em regra, são delitos cometidos contra a Administração Pública, 
mas que podem ganhar conotação previdenciária. 
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
A apropriação indébita previdenciária e a sonegação previdenciária causam 
danos contra a previdência – delitos pós revolução industrial – delitos criados e 
inseridos no CP no ano de 2000 – delitos da sociedade de risco. 
CRIMES COMUNS, CONTRA O SISTEMA DE BENEFÍCIO E CONTRA O 
SISTEMA DE ARRECADAÇÃO. 
Crimes comuns – são aqueles que podem ser praticados por qualquer 
pessoa e estão previstos no CP, podem ou não ganhar conotação previdenciária. 
Exemplo: Estelionato Previdenciário – Art. 171, parag. 3º CP - A pena aumenta-se 
de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou 
de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência. (estelionato 
praticado contra a previdência social) 
Crimes contra o sistema de beneficiários – inserção de dados falsos ao 
sistema de informação (Art. 313 A CP) modificação ou alterações não autorizadas 
(Art. 313 B). (podem ter conotação previdenciária, mas não em REGRA). 
 Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados 
falsos, alterarou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas 
informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de 
obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar 
dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)) 
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela 
Lei nº 9.983, de 2000) 
 Modificação ou alteração não autorizada de sistema de 
informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou 
programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade 
competente: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído pela 
Lei nº 9.983, de 2000) 
 Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se 
da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou 
para o administrado.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
Crimes contra o sistema de arrecadação são aqueles que o fisco lança a 
notificação de lançamentos dos débitos previdenciários (Art. 168 A CP) e sonegação 
de contribuição previdenciária (Art. 337 A CP). (Crimes efetivos – crimes contra o 
sistema de arrecadação) (crimes em que é exigido a notificação fiscal de lançamento 
de débito – notificação que vai ensejar a persecução penal, a investigação criminal – 
é a partir dessa notificação que dá-se o momento para o DP intervir) 
Apropriação indébita previdenciária (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
 Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições 
recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou 
convencional: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela 
Lei nº 9.983, de 2000) 
 § 1
o
 Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Incluído pela Lei nº 
9.983, de 2000) 
 I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância 
destinada à previdência social que tenha sido descontada de pagamento 
efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público; (Incluído pela 
Lei nº 9.983, de 2000) 
 II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham 
integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à 
prestação de serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou 
valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência 
social. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 § 2
o
 É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, 
confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores 
e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em 
lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 
9.983, de 2000) 
 § 3
o
 É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a 
de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde 
que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a 
denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive 
acessórios; ou (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual 
ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, 
como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções 
fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
§ 4
o
 A faculdade prevista no § 3
o
 deste artigo não se aplica aos casos 
de parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja 
superior àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo 
para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 13.606, 
de 2018) 
Sonegação de contribuição previdenciária (Incluído pela Lei nº 9.983, 
de 2000) 
 Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e 
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: (Incluído pela Lei nº 
9.983, de 2000) 
 I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de 
informações previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, 
empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este 
equiparado que lhe prestem serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da 
contabilidade da empresa as quantias descontadas dos segurados ou as 
devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços; (Incluído pela Lei nº 
9.983, de 2000) 
 III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, 
remunerações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de 
contribuições sociais previdenciárias: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela 
Lei nº 9.983, de 2000) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art168a
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art168a
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art168a
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13606.htm#art17
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13606.htm#art17
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
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 § 1
o
 É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara 
e confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta as 
informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou 
regulamento, antes do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 
2000) 
 § 2
o
 É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a 
de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde 
que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 I – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual 
ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, 
como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções 
fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 § 3
o
 Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de 
pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00(um mil, quinhentos e dez 
reais), o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar 
apenas a de multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 § 4
o
 O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas 
mesmas datas e nos mesmos índices do reajuste dos benefícios da 
previdência social. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
ESTELIONATO PREVIDENCIÁRIO 
Estelionato – é quando o sujeito vai obter para si ou para outrem uma 
vantagem lícita e prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro mediante 
algum artifício ardil ou qualquer outro meio fraudulento. (Art. 171 CP) 
Estelionato previdenciário – quando o delito é praticado contra a 
previdência - é mais grave que o estelionato comum pois atinge mais de um bem 
jurídico (saúde pública, sistema de arrecadação, etc.) aumenta a pena a 1/3 se o 
crime for cometido em detrimento de entidade de direito público ou instituto de 
economia popular, assistência social ou beneficiária. (Art. 171, parág. 3º CP). 
Como o estelionato previdenciário é cometido: Um sujeito vai até o INSS, 
munida de documento falso de maneira a conseguir antecipar a sua aposentadoria – 
por meio de uma fraude o sujeito enganou um terceiro para atingir um beneficio para 
si – além do estelionato previdenciário existe a falsidade ideológica – quando se usa 
da falsidade ideológica para praticar outro crime a falsidade é por esse crime 
absorvida (princípio da consunção) – o agente responde somente pelo estelionato 
previdenciário (ocorre atingindo um bem jurídico metaindividual). 
Obter de uma entidade assistencial uma vantagem ilícita: documentos falsos 
– material ou ideológico – para obter-se a aposentadoria por invalidez. 
Mantém-se alguém em erro, mediante artifício ardil ou qualquer outro meio 
fraudulento para receber determinado benefício da previdência social. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/Mensagem_Veto/2000/Mv0961-00.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 
(ART.313 A CP) – pode ou não ser previdenciário. Como ocorre este crime: 
1. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, 
alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas 
informatizados ou banco de dados da Administração Pública com o fim 
de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano 
(caput do Art. 313 A CP) - pena: 02 a 12 anos mais multa. 
Crime contra a Administração Pública que ocorre quando o funcionário público de 
determinado órgão possui acesso a determinado sistema, que possui a senha para 
esse acesso, insere um dado falso ou apagar um dado verdadeiro para obter uma 
vantagem indevida – causando um dano a administração. (Antecipação de 
aposentadoria, alteração de um dado de uma pessoa para que ela não se aposente) 
– crime próprio, não pode ser cometido por qualquer pessoa. 
Aqui aquele que insere ou facilita com que se insira um dado falso ou apague dado 
verdadeiro, para obter uma vantagem indevida, porque ele irá auferir uma vantagem 
e irá causar um dano a Administração Pública, já que irá antecipar no sistema a 
aposentadoria de alguém, por exemplo, causando assim um dano a previdência – 
respondendo dessa forma pelo Art. 313 A CP. 
*Dentro da previdência existem vários sistemas e para cada sistema uma senha, 
para cada função um login e senha, portanto é um crime próprio, ou seja, ele não 
pode ser praticado por qualquer pessoa, diferentemente do estelionato 
previdenciário. 
*Funcionário Público autorizado a realizar operações naquele sistema informatizado 
da Administração Pública. 
* O Art. 313 A CP não possui nenhuma relação com o Art. 313 CP (peculato 
mediante erro de outrem) – LC 95/98 (veda o legislador na criação de novos artigos) 
TIPO OBJETIVO E SUBJETIVO DO CRIME DE APROPRIAÇÃO 
Tipo subjetivo – dolo – não há previsão de modalidade culposa – dolo é específico 
– a conduta deve ocorrer com o fim de obter vantagem indevida para si ou para 
outrem para causar o dano – o dolo deve ser explícito. 
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
Crime de modificação ou alteração não autorizada no sistema de informação (Art. 
313 B CP) – modificação de um sistema, crime contra a administração pública – 
crime próprio. 
 Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa 
de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente: (Incluído 
pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído pela Lei 
nº 9.983, de 2000) (pena menor do que a do Art. 313 A, pois aqui não ocorre a 
alteração de uma informação ou outra, mas sim ocorrer que o agente apaga a 
informação do sistema de maneira a alterar um sistema inteiro – o dano gerado 
para a Administração Pública será muito maior, visto que ela terá que 
restabelecer esse sistema – dessa forma existe uma desproporcionalidade 
entre a pena do Art 313 A e do Art. 313 B (crime co gravidade muito maior)) – 
Ex.: Paulo, estagiário, trabalhava na previdência e apagou o sistema inteiro da 
previdência inerente aos trabalhadores rurais, por ter ficado nervoso diante de uma 
discussão com seu chefe, de forma que Paulo apagou os dados sem querer, não 
tendo dolo – dessa forma ele não será responsabilizado) – o dolo necessariamente 
tem que ser comprovado – quem comprova isso é o MP. 
 Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da 
modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o 
administrado. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
*Crime comum – estelionato previdenciário – pode ou não ser praticado em 
detrimento da previdência social. 
APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA – sempre terá relação com a 
previdência social. 
Apropriação indébita previdenciária (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições 
recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou 
convencional: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) (Tipo de 
apropriação indébita = deixar de repassar a previdência) 
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela 
Lei nº 9.983, de 2000) 
 § 1
o
 Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Incluído pela Lei nº 
9.983, de 2000) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
 I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância 
destinada à previdência social que tenha sido descontada de pagamento 
efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público; (Incluído pela 
Lei nº 9.983, de 2000) ( 2º tipo = deixar de recolher) 
 II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham 
integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à 
prestação de serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivascotas ou 
valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência 
social. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 § 2
o
 É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, 
confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores 
e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em 
lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 
9.983, de 2000) ( Extinção da punibilidade) 
 § 3
o
 É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a 
de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde 
que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) (Perdão judicial) 
 I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a 
denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive 
acessórios; ou (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual 
ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, 
como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções 
fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
§ 4
o
 A faculdade prevista no § 3
o
 deste artigo não se aplica aos casos 
de parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja 
superior àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo 
para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 13.606, 
de 2018) 
*Apropriação indébita = quando se tem algo de forma lícita, entretanto na hora de 
devolver o sujeito não quer realizar a devolução, não quer devolver – passando a se 
comportar de forma ilícita – ou seja – quando possui a posse do bem de forma lícita 
e depois possui a intenção de se comportar de forma ilícita não devolvendo ou não 
repassando aquele bem ao seu dono. 
*Apropriação indébita previdenciária = quando se deixa de repassar a previdência 
social, as contribuições recolhidas dos contribuintes no prazo e na forma legal que 
foi convencionado – em um primeiro momento é recolhido do funcionário, em 
confiança, entretanto na hora que o fisco requer o repasse, o sujeito se nega – crime 
de apropriação indébita previdenciária. 
*Embora não seja exigida a apropriação da quantia descontada, deverá ela ter sido 
descontada do pagamento feito ao segurado, ou seja, o numerário deve existir 
quando do pagamento e deve posteriormente, deixar de ser recolhido pelo 
responsável tributário (empresa – empregadora). (Todo mês o empregador precisa 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art168a
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art168a
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art168a
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13606.htm#art17
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13606.htm#art17
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
recolher de seu funcionário e repassar o dinheiro recolhido do salário dele a título de 
INSS e repassar para a previdência – para que o crime ocorra é necessário que o 
empregador recolha o dinheiro e não repasse a previdência, entretanto, muitas 
vezes na folha de pagamento consta o recolhimento, mas o empregador não fez o 
recolhimento nesse caso não ocorre a apropriação indébita previdenciária) (precisa 
ocorrer o desconto para que o crime aconteça, se consume). 
*Sujeito ativo – CAPUT – caixa do banco ou da lotérica – aquele que deixa de 
repassar à previdência a contribuição recolhida – Art. 168 A. 
 Parágrafo 1º - empregador – aquele que desconta dos empregados 
a contribuição destinada ao INSS, mas deixa de recolher essa contribuição. 
* Conduta mista – Roberto Podval, Paulo Mendel, Luís Flávio Gomes, Cezar Roberto 
Bittencourt) uma conduta comissiva (descontar) antecedente a outra omissiva (de 
não repassar) subsequente. A emissão é deixar de fazer o que a lei determina – 
deverá, neste caso, ser precedida da conduta comissiva. (Omissão deixar de fazer o 
que a lei determina) 
a) De descontar (o montante devido a título de contribuição previdenciária do 
pagamento efetuado a segurados), ou 
b) De arrecadar do público (o montante devido a título de contribuição 
previdenciária). 
*Não basta deste modo, a pura e simples omissão do recolhimento de contribuição 
previdenciária devida, é necessário seu anterior e real desconto dos pagamentos 
efetuados aos segurados e terceiros. 
* Desconto em folha + existência de dinheiro em caixa. 
*Para que esse crime ocorra é necessário que o empregador ou o caixa ele possua 
dolo – vontade de ter a coisa para si. 
*Ônus da prova – o delito de apropriação indébita previdenciária não 
necessariamente precisa ser demonstrado para o MP que ocorreu – o MP precisa 
demonstrar que o contribuinte ou que a pessoa que era responsável pela 
contabilidade da empresa – pessoa que agiu com a vontade de descontar do salário 
do empregado e não repassar para a previdência agiu com dolo. 
*O MP deve demonstrar o DOLO e não somente a omissão. 
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
*Dolo específico – animus ren sibi habendi- vontade de ter a coisa para si. Primeiro 
se precisa da conduta de descontar e após da vontade de ter esse dinheiro para si e 
de não repassar ao fisco (omissiva subsequente), mesmo possuindo condições de 
fazê-lo. (Sem esse dolo o crime não acontece) (o dolo deve ser comprovado pelo 
MP e não pela defesa) (MP somente denuncia com base na notificação fiscal) (Cabe 
a defesa demonstrar em uma atuação combativa que não ocorreu a apropriação 
indébita previdenciária comprovada mediante documentos, folha de pagamento dos 
empregados, extratos bancários) - O ÔNUS DA PROVA PERTENCE AO MP. 
*Quando o agente descontou do pagamento do segurado a quantia devida a título 
de contribuição previdenciária, pode acontecer duas situações: 
1. Não tem possibilidade de recebê-la no prazo legal (atraso): há ausência de 
omissão penalmente relevante, e assim, estaria excluída a tipicidade – causa 
supralegal da exclusão da ilicitude. (ocorreu o desconto e o recolhimento ocorrerá no 
prazo razoável) (no caso de mero atraso pode ocorrer que a ação penal seja 
instaurada, pode ocorrer que o fisco mande essa informação para o MP e este veja 
que estaria excluída a sua tipicidade, porque ocorreu o pagamento, o repasse só 
que em atraso) (se ocorrer o atraso o sujeito em um primeiro momento pode ser 
responsabilizado criminalmente, de maneira que caberá ao MP e a defesa agirem 
para que ocorra a exclusão de tipicidade) 
2. O agente podendo proceder ao recolhimento não o faz, em situação na qual não 
se lhe poderia exigir conduta diversa, estaria afastada a culpabilidade. Ex.: precisou 
usar o dinheiro para pagar outras coisas relativas à manutenção da empresa. 
(podendo o agente proceder o recolhimento não repassa a previdência porque age 
em uma situação que não lhe era exigida outra conduta – não repassa o dinheiro 
porque não tinha como repassar, pois caso ele passasse ele prejudicaria sua 
empresa) (o agente será responsabilizado, mas poderá ocorrer o afastamento da 
culpabilidade, pois precisou do dinheiro para fazer outros pagamentos – tese 
defensiva denominada INEXIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA – é aceita pelos 
tribunais superiores, entretanto deve ser comprovada em extratos de bancos, folha 
de pagamento de funcionários, extratos de empréstimos, cópia de ação trabalhista – 
deve ser levada ao juiz a situação real da empresa) (a jurisprudência compreende 
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
que essa situação deve se manter por até 18 meses – passado esse tempo cabe a 
decretaçãoda falência) (quando o agente não repassa pela precariedade no 
funcionamento da empresa o crime se consuma, mas é afastada a culpabilidade – o 
agente não recebe uma pena) 
*Consumação (Art. 168 A caput) – omissão do agente em repassar a contribuição 
na forma e no prazo estabelecido. Não se admite tentativa, pois é um delito omissivo 
próprio. (Chegou a contribuição até o caixa, este se mantém inerte, de maneira a 
não repassar) 
*Consumação (Art. 168 A, parág. 1º) – no momento em que o contribuinte deixa de 
recolher a contribuição que tenha sido deduzida. Também não admite tentativa. 
*O momento consumativo corresponde a data da constituição de crédito tributário. 
(RHC 36.704/SC, Rel. Ministro Felix Fisher, Quinta Turma, DJe 26/02/2016) (o 
momento consumativo não ocorre na data que o empresário não repassa ou que o 
caixa recolhe e não repassa a previdência – nos processos administrativos contam a 
data do não repasse a previdência – nos delitos previdenciários antes do DP intervir 
vem o Direito Administrativo para tentar entender a situação e cobrar o contribuinte – 
depois de verificada a situação se abre um processo administrativo, o contribuinte 
terá a oportunidade de se defender administrativamente, de pagar o que ele 
recolheu e não repassou, terá a oportunidade de não ter uma ação penal – depois 
que essas oportunidades não forem aproveitadas (esgotamento das vias 
administrativas) é que o DP entrará a tona – portanto o momento consumativo será 
na data da constituição do crédito tributário – essa data ocorre após o esgotamento 
das vias administrativas – processo administrativo transitou em julgado virá a 
constituição do crédito tributário) (para fins de prescrição se considera a data de 
constituição do credito tributário) (Súmula vinculante 24 - Não se tipifica crime 
material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei 
8.137/1990, antes do lançamento definitivo do tributo.) (Não pode ocorrer 
procedimento penal antes do esgotamento das vias administrativas). 
*Pena e Ação Penal – as condutas do caput e do parág. 1º são cominadas as 
mesmas penas: reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multas. (quando a 
notificação fiscal chegar até o MP se o agente satisfizer alguns requisitos subjetivos 
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
como: não ser reincidente, não ter sido beneficiado anteriormente com esse acordo 
– o MP deve com fulcro no Art. 28 A CPP – oferecer ao agente a proposta do acordo 
de NÃO PERSECUÇÃO PENAL - porque a pena se inicia em dois anos.). (Ação 
penal incondicionada – o MP tem que agir independentemente de representação da 
vítima – o MP tendo a notícia do cometimento do crime, tendo o indício , que é dada 
pela Receita Federal ele tem que agir) 
*Na grande maioria das vezes a pena cominada nessas situações não ultrapassa 
quatro anos de reclusão, razão pela qual o agente terá o direito à substituição da 
pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos, caso preenchidos também os 
requisitos subjetivos. 
*O procedimento penal somente pode iniciar-se após o exaurimento do 
procedimento administrativo. 
*Prescrição: sendo a constituição definitiva de créditos tributários elemento 
normativa do tipo penal, a fluência de prazo prescricional somente tem início com o 
encerramento do procedimento administrativo fiscal e o lançamento definitivo, em 
obediência ao que prevê o Art. 111, inciso I CP, o qual condiciona a termo inicial da 
prescrição a consumação do delito. 
*PARÁGRAFO 2º ART. 168 A – EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE – é extinta a 
punibilidade se o agente, de forma espontânea, declara, confessa e efetua o 
pagamento da contribuição social ou de outra importância que tenha deixado de 
repassar ou recolher à previdência antes do início da competente ação fiscal. 
(entendimento pacífico dos tribunais superiores que o agente pagando a qualquer 
momento, até depois do trânsito em julgado acontece a extinção da punibilidade) 
(DP age de maneira repressiva, cobrando) (o interesse da apropriação indébita é a 
restituição do dinheiro recolhido e não repassado) (mecanismo da sociedade de 
risco – nos novos tempos os interesses têm que ser pesados) (a extinção da 
punibilidade privilegia o interesse da previdência – interesses metaindividuais 
(saúde, seguridade social, contribuintes)) 
*Parcelamento de débitos junto a Receita Federal – se o contribuinte tiver a 
possibilidade de parcelar os débitos, o IP ou a Ação Penal ficarão suspensos, assim 
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
como o prazo prescricional, até que o parcelamento do débito seja quitado 
integralmente. (sendo extinta a punibilidade do agente) 
STF – o pagamento integral do débito extingue a punibilidade do momento em que 
efetuado (Art. 168 A, parágrafo 1º, I CP), o pagamento integral do débito tributário 
ainda que após o trânsito em julgado da condenação, é causa de extinção da 
punibilidade do agente, nos termos do Art. 9º, parág. 2º da lei 10.648/03. 
Precedentes: 2. Na espécie os documentos apresentados pelo recorrente ao juiz da 
execução criminal não permitem aferir, com a necessária segurança, se houve ou 
não quitação integral dos débitos. 3. Nesse diapasão, não há como, desde logo, se 
conceder o writ para extinguir sua punibilidade. 4. De toda sorte, afastada a óbice 
referente ao momento de pagamento cumprirá ao juízo das execuções criminais 
declarar extinta a punibilidade do agente, caso demonstrada a quitação do débito 
por certidão ou ofício do INSS. (RHC 128.245/SP, DJe 21/10/2016). 
*Princípio da insignificância – atualmente o STF entende que o princípio da 
insignificância é aplicável quando o valor do imposto que não foi recolhido 
corresponde ao valor que o próprio Estado, sujeito passivo do crime, manifesta 
desinteresse em sua cobrança, no caso, o valor de R$ 20 mil, nos termos da 
Portaria MF 75, de 22 de março de 2012. (em regra não cabe contra os crimes 
contra a administração pública, entretanto contra os crimes cometidos contra a 
previdência social cabe desde que no caso não se tenha um valor que ultrapasse R$ 
20 mil reais – sendo excluída a tipicidade). 
SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA (ART.337 A CP) 
*Na sonegação o contribuinte vai esconder, omitir 
Sonegação de contribuição previdenciária (Incluído pela Lei nº 9.983, de 
2000) 
 Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e 
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: (Incluído pela Lei nº 
9.983, de 2000) 
 I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de 
informações previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, 
empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este 
equiparado que lhe prestem serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade 
da empresa as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo 
empregador ou pelo tomador de serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 
2000) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
 III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, 
remunerações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de 
contribuições sociais previdenciárias: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela 
Lei nº 9.983, de 2000) 
 § 1
o
 É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e 
confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta as informações 
devidas à previdênciasocial, na forma definida em lei ou regulamento, antes 
do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) (Extinção 
de punibilidade) 
 § 2
o
 É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a 
de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde 
que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) (Perdão judicial) 
 I – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual 
ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, 
como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções 
fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 § 3
o
 Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento 
mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz 
poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a de 
multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) (não aplicação da pena 
quando se falar em pessoa física) 
 § 4
o
 O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas 
mesmas datas e nos mesmos índices do reajuste dos benefícios da 
previdência social. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 *A diferença da apropriação indébita previdenciária que ocorre quando algo chega 
para o sujeito de forma lícita e este escolhe em não devolvê-la quando o fisco pede, 
já na sonegação são necessárias duas condutas: NÃO PAGAMENTO e 
ESCONDER, OCULTAR OU OMITIR. É NECESSÁRIO O EMPREGO DE FRAUDE. 
*Os incisos I, II e III do Art. 337 A abarca as condutas omissivas que o contribuinte 
passa a tomar para suprimir ou reduzir contribuição social ou qualquer acessório 
(multa que vem na contribuição que não foi paga). 
*Luiz Regis PRADO – com o fim de suprimir ou reduzir contribuição previdenciária e 
qualquer acessório acontece à sonegação quando presentes as condutas dos 
incisos I, II e III do Art. 337 A do CP. 
SONEGAÇÃO FISCAL X ILÍCITO ADMINISTRATIVO 
*Quando se deixa de pagar tributo, mas se informa para o fisco tudo o que entrou na 
empresa, colocando no livro contábil tudo o que entrou ocorre o INADIMPLEMENTO 
TRIBUTÁRIO. 
*Deixar de pagar tributos (inadimplemento tributário), por si só, nem sempre constituí 
um ilícito penal (evasão fiscal). Assim, é possível afirmar que os crimes tributários 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/Mensagem_Veto/2000/Mv0961-00.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
exigem, alguma espécie de fraude na conduta do agente (a burla tributária), sem a 
qual a figura deve restringir-se ao campo administrativo. 
*Jurisprudência – TRF 2ª Região Reg. AC 2000.02.01.053709 -7 Relator Rogério 
Vieira de Carvalho. Dju. 19/06/2001 
EMENTA: PENAL – NÃO RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÃO 
PREVIDENCIÁRIA – LRI 8.212, ART. 95, D, LEI 9983/2000 – MATERIALIDADE 
COMPROVAÇÃO – DOLO – NECESSIDADE – REAL CAPACIDADE DE AGIR – 
PRECEDENTES – 2. Não há de se confundir o inadimplente com o sonegar fiscal, 
vez que, em ambos existe um ponto comum – o não pagamento – porém, em 
relação a este último, impõem-se o demonstrativo de que tenha agido de forma 
fraudulenta, sob pena de se travestir a ação penal em verdadeira execução fiscal. 
TRF 2ª REGIÃO Reg. AC. 2000.02.01.053709-7, Relator Rogério Vieira de Carvalho. 
Dju. 19/06/2001. 
*Execução fiscal cabe ao direito administrativo, por isso para se caracterizar o crime 
de sonegação fiscal é necessário o inadimplemento tributário + o uso da fraude. Se 
existir somente o inadimplemento tributário se tem um ILÍCITO ADMINISTRATIVO, 
sendo que a administração pública dá conta disso por meio da execução fiscal. O 
DP somente irá atuar se existir a fraude. 
*Fato gerador – a diferença entre sonegação fiscal e ilícito administrativo reside, 
portanto, no fato gerador. Na sonegação, o agente objetiva fazer com que o fisco 
não tome conhecimento (agente esconde) do fato gerador e dos demais que o 
circundam, enquanto que o ilícito administrativo, apenas ocorre o inadimplemento, 
ou seja, nada é ocultado, suprimido, emitido ou dissimulado. 
*Bem jurídico protegido – mesmo bem protegido da apropriação indébita 
previdenciária porque ambos os delitos visam a proteção do patrimônio da 
previdência e abarcam um bem jurídico muito maior que não é o individual, mas sim 
o metaindividual. 
*Assim como no delito na apropriação indébita, o bem jurídico protegido é a 
previdência social, ou seja, o seu patrimônio e os direitos assegurados pela 
seguridade social. 
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
*A previdência social tem a finalidade de possibilitar a existência digna dos cidadãos. 
Logo a sonegação previdenciária atinge diretamente o cumprimento das obrgações 
públicas por parte do Estado. 
*Sujeitos do delito 
1. Sujeito Ativo – tanto pode ser o empresário individual quanto aqueles que 
ocupam cargos administrativo-contábeis na empresa. (quem possui o comando da 
contabilidade da empresa e quem exerceu a fraude) (sujeito ativo será verificado de 
acordo com o caso concreto, pois pode ser tanto o empregador, quanto o contador, 
quanto à pessoa responsável pelo contexto tributário da empresa) 
*O empregador figura como sujeito passivo da obrigação previdenciária, como 
contribuinte (Art. 121 CTN) e responsável pelo recolhimento da respectiva 
contribuição, no entanto, nem sempre o sujeito ativo do crime será o sujeito passivo 
da contribuição previdenciária. (empregador não entra como sujeito ativo do crime 
ele somente é sujeito ativo da contribuição previdenciária – ele entra como 
contribuinte). 
*Ex.: Um casal que possuía uma empresa, essa empresa se encontrava em nome 
de ambos, mas a esposa não possuía nenhuma função nessa empresa, ela somente 
era sócia para efeitos de contrato, o marido foi responsabilizado pelo Art. 337 A 
(sonegação previdenciária) e ela foi responsabilizada juntamente, o MP também a 
denunciou pelo simples fato dela constar no contrato social, entretanto ela era dona 
de casa possuindo 2% da empresa e não exercia nenhuma função nesta – ela não 
pode ser sujeito ativo da contribuição, por mais que ela seja sujeito passivo pois a 
empresa encontra-se em seu nome, ela não será sujeito ativo daquele crime, pois 
uma vez que ela era dona de casa ela não possui entendimento tributário, não 
ocupava nenhuma função na empresa. 
*É necessário que o agente seja o responsável tributário pela empresa, 
demonstrando que agiu dolosamente no emprego da fraude, para a perpetuação do 
delito. 
*A sonegação previdenciária é crime doloso e a comprovação da FRAUDE é 
imprescindível para a sua caracterização. (é imprescindível a demonstração da 
fraude, não basta somente a demonstração do inadimplemento) 
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
*Responsabilidade objetiva é vedada em matéria penal. Ex.: caso de empresário que 
faz tufo na empresa, mas não entende da matéria e acaba sendo responsabilizado. 
*Tipicidade objetiva e subjetiva – núcleos típicos do delito de sonegação – 
imposto = contribuição – ocorrem por meio da supressão ou da redução – suprimir = 
eliminar 
*Os núcleos típicos previstos são o de suprimir e reduzir. Suprimir no sentido de 
eliminar, de fazer desaparecer a obrigação previdenciária acessória. Reduzir é o ato 
de diminuir, de tornar menor aquela obrigação. 
* Tipo subjetivo – dolo, consciência e vontade de sonegar, de suprimir ou reduzir 
contribuição previdenciária. (não se pode agir com culpa, deve existira consciência 
do que se está fazendo). 
*Consumação - ocorre quando a supressão ou redução for de fato verificada. A 
consumação se verifica com a supressão ou redução da contribuição previdenciária, 
sendo admitida a tentativa, pois é um delito de resultado. 
*Nos três incisos do Art. 337 A CP estão destacadas as formas de sonegação, 
sendo que somente através delas é que o delito pode ser praticado: omissão de 
informação, omissão de lançamento e omissão de receita, lucros, remuneração 
paga ou creditada. (ocorre a consumação da sonegação previdenciária) 
*Como ocorre a sonegação previdenciária: 
1. Omissão de informação (Inciso I, Art. 337 A CP) - essa forma de sonegação 
consiste na omissão do sujeito ativo em lançar em folha de pagamento de empresa 
ou documento de informação previsto pela legislação previdenciária todos os 
segurados a seu serviço. Ex.: João contratou Pedro e não o colocou na folha na 
folha de pagamento. João contratou Pedro e deixou de pagar tributo. (se configura a 
sonegação - Art. 337 A , I – omissão da informação para o fisco ) – a sonegação 
possui relação direta com a falsidade ideológica, pois sonegando se esta praticando 
o falso, se esta omitindo uma informação e um documento. Quando se pratica o 
falso objetivando outro crime da mesma forma que ocorre na apropriação a falsidade 
é pelo crime de sonegação é absorvida pelo princípio da consunção. 
Sonegação tributária X falsidade ideológica (Art. 299 CPP) 
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
2. Omissão de lançamento (Art. 337 A, II CP) (omissão no lançamento dos 
livros) – essa modalidade de sonegação ocorre quando o agente se omite no dever 
de lançar mensalmente nos tributos próprios da contabilidade da empresa as 
quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo 
tomador de serviço. 
*Livro razão (informações do ano exercício) e livro diário (todas as informações 
contábeis). (livros que contém toda a contabilidade da empresa – devem estar 
devidamente preenchidos). 
*Quando se esta averiguando o crime de sonegação a Receita vai até a empresa 
procurar documentos que comprovem que ocorreu a sonegação. 
*Quando o empresário entrega os dados a Receita é possível a excludente de 
culpabilidade pela inexigibilidade de conduta diversa. 
3. Omissão de receita, lucros e remunerações (Art. 337 A, III CP) – essa conduta 
consiste na omissão do agente em prestar todas as informações devidas ao Instituto 
Nacional de Seguridade Social. Tudo que diga respeito a contribuição previdenciária: 
lucros, receitas, remunerações pagas e creditadas. (se recebe um pagamento e não 
avisa ao fisco). 
 PENA E AÇÃO PENAL 
*A pena prevista é de dois a cinco anos de reclusão, além de multa. 
*Ação penal pública incondicionada. (MP é obrigado a agir assim que chegar a ele a 
comunicação de eventual sonegação). (tanto no crime de sonegação quanto no 
crime de apropriação indébita previdenciária quem irá fazer as primeiras diligências 
é a Receita Federal – no crime de sonegação se verifica que os dados do sujeito 
não batem com os dados da receita – isso despertará uma suspeita – diante dessa 
suspeita será lavrado o termo de procedimento administrativo para que a suspeita 
seja investigada na esfera administrativa e após essas investigações as informações 
são enviadas para o MP – o MP de posse dessas informações vai efetuar a 
denúncia). 
*Para a instauração do IP é necessário a constituição de crédito tributário, ou seja, o 
esgotamento das vias administrativas. (depois de esgotadas todas as esferas das 
vias administrativas essas data será considerada como a data de cometimento do 
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
crime, sendo possível a lavratura de um procedimento penal – se essa lavratura 
acontecer antes disso o contribuinte poderá entrar com HC para o trancamento do IP 
ou da ação penal – os procedimentos penais somente podem ser iniciados e 
continuados após a constatação do crédito tributário) 
*EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE – antes do início da ação fiscal com a declaração e 
confissão espontânea (leia-se voluntária), de todas as contribuições, importâncias ou 
valores sonegados com a devida prestação de contas ao INSS – lei 8.212/91. Após 
o início da ação fiscal é de entendimento jurisprudencial que o parcelamento do 
débito, após sua quitação, extingue a punibilidade. (No crime de sonegação 
previdenciária são necessários dois fatores para o cometimento do crime: NÃO 
PAGAMENTO e O ESCONDER, O SUPRIMIR O TRIBUTO) (existe o elemento 
fraude). (entendimento jurisprudencial que antes de se iniciar a ação fiscal se pode 
ter extinta a punibilidade desde que o contribuinte declare tudo o que ele sonegou – 
a partir disso antes do início da ação fiscal é extinta a punibilidade). 
POSSIBILIDADE DO PERDÃO JUDICIAL OU APLICAÇÃO EXCLUSIVA DA PENA 
PECUNIÁRIA – o parágrafo 2º, do Art. 337 A CP diz que se o agente for primário, 
tiver bons antecedentes e o valor das contribuições for igual ou inferior a R$ 20 mil 
reais, o juiz pode não aplicar a pena. 
*Lei Anticrime: acordo de não persecução penal – Art. 28 A CPP 
REDUÇÃO DA PENA OU APLICAÇÃO EXCLUSIVA DA PENA PECUNIÁRIA – 
quando a sonegação for praticada por pessoa física, e a sua folha de pagamento 
não ultrapassar R$ 1.5000,00, o juiz pode reduzir a pena (1/3 a metade) ou então 
somente aplicar a multa. Esse valor é sempre reajustado e na atualidade está em R$ 
4.117,35. 
*Tanto o instituto da apropriação indébita previdenciária quanto da sonegação 
previdenciária eles possuem algo em comum que é a constituição definitiva do 
crédito tributário, isso engloba na prescrição, o dolo e ambos são cometidos contra a 
previdência social – isso está dentro da seguridade social. 
*NOVIDADE LEGISLATIVA – aplicação direta nesses crimes e também nos crimes 
contra a ordem tributária – acordo da não persecução penal que foi inserido pela Lei 
anticrime (Art. 28 A CPP) – é como se fosse um primo da transação penal e da 
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
suspensão condicional do processo, entretanto exige a satisfação de outros 
requisitos e serve para outros crimes – requisitos: CONFISSÃO DO ACUSADO, 
CRIME COMETIDO SEM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA, POSSUIR PENA 
MÁXIMA INFERIOR A 04 ANOS, O ACORDO DEVE SER SUFICIENTE PARA A 
REPRESSÃO DO CRIME. O sujeito terá direito ao acordo quando o sonegador ou 
aquele que se apropriou indevidamente de um benefício previdenciário tem que 
confessar o crime, se couber a tese da inexigibilidade de conduta diversa e o acordo 
deve ser suficiente para a repressão do crime (sonegador que fez isso somente uma 
vez, se o valor não for muito expressivo, se for comprovado que a pessoa se 
apropriou do benefício uma única vez), entretanto se for o indivíduo que vier 
cometendo esse crime sucessivamente, se a sonegação for feita de forma 
continuada dessa forma o MP não irá mais ofertar esse benefício. O acordo de não 
persecução penal tem o condão de evitar que o sujeito ativo seja denunciado – pode 
ser aplicado após a denúncia. 
CASO CONCRETO – Sonegação previdenciária onde o juiz avocou os autos e pediu 
para que o MP se manifestasse de ofício sobre a proposta ou não de acordo de não 
persecução penal – sendo que o MP se manifestou de forma contrária – o réu foi 
condenado com trânsito em julgado nos autos de ação penal pela prática de crimes 
previstos no Art. 204 CP em concurso material com o Art. 1º, I da lei 8.137 (crimes 
contra a ordem tributária) e na ação penal pela prática dos crimes previstos no Art. 
198 e 299 CP na forma do Art. 71 CP e nos Art. 299 do CP – dizendo o juiz que o 
acordo não era suficiente a reparação e prevenção desse crime além de se verificar 
reinteração delitiva em relação ao Art. 1º , I da lei dos crimes tributários – se tinha 
uma aparente subsunção com o acordo de não persecução penal e o MP negou, 
sustentando que esse acordo não cumpriria os requisitos pois não seriasuficiente 
para reprovar a conduta do réu, visto que ele já tinha respondido a outras ações 
penais por outros crimes ligados não só a ordem tributária, mas a previdência e 
também falsidade ideológica – de forma que essa pessoa vinha cometendo crimes 
de maneira reinterada o acordo não se aplicaria – a defesa foi intimada a se 
manifestar. O acordo gera uma possibilidade de discricionariedade em contrapartida 
gera requisitos. 
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
QUESTIONAMENTOS 
1. A inexigibilidade de conduta diversa pode ser aplicada no crime de sonegação 
previdenciária ou somente apropriação indébita? A inexigibilidade de conduta 
diversa está dentro das excludentes de culpabilidade que faz com que o 
agente ao final do processo seja isento de pena. Na apropriação indébita 
previdenciária não se tem a fraude, já na sonegação previdenciária se possui 
esse elemento, partindo-se desse pressuposto não seria aceita a tese da 
inexigibilidade da conduta diversa porque o sujeito tem como escolher não 
suprimir algo ou não falsificar algum registro, isso vai além de não se pagar o 
fisco, entretanto a jurisprudência fala que nos casos em que essa fraude que 
foi perpetuada não for tão sofisticada a ponto do fisco não descobrir – essa 
tese pode ser aplicada desde que a defesa comprove (inversão do ônus da 
prova) a incapacidade do réu de pagar o tributo – a fraude e o não pagamento 
do tributo estão ligados – a fraude tem que ser ínfima (perceptível de plano) – 
mesmo que essa frauda não tenha acontecido a receita descobriria a 
sonegação – a fraude cometida não irá interpor nenhum empecilho ao 
descobrimento da sonegação – caso isso ocorra pode ser aplicado a tese da 
inexigibilidade da conduta diversa, entretanto se a fraude for tamanha que 
impediu que a receita descobrisse, que o fato somente foi descoberto depois 
de muita investigação a tese briga com a jurisprudência e se terá que 
demonstrar que aquele empresário não tinha de forma nenhuma como pagar 
o débito e ainda que ele agiu com fraude. 
*Fraude não impeditiva da descoberta da sonegação – o delito de sonegação 
previdenciária, previsto no Art. 337 A é de natureza material pois contém um dos 
elementos a supressão ou redução do tributo o que torna imprescindível o 
lançamento do crédito tributário como condição para que se deflagre a persecução 
penal (exigência do crédito tributário como condição para se iniciar o procedimento 
penal). A documentação obtida na esfera administrativa presta-se a comprovação de 
materialidade e autoria quando contundente e apta a tornar incontroversa a 
supressão de contribuição previdenciária em folha de pagamento da empresa. A 
jurisprudência desse tribunal pacificou entendimento de que o tipo penal do Art. 337 
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
A tem dolo genérico e o seu elemento subjetivo não se extinguindo por conseguinte 
dolo específico somente pode ser aplicada a causa supralegal de exclusão de 
culpabilidade da inegibilidade de conduta diversa por conta de dificuldades extremas 
quando a defesa demonstrar cabalmente a sua ocorrência (demonstração 
inequívoca da dificuldade financeira – é preciso demonstrar que a empresa não teria 
como continuar a sua produtividade caso fosse pago o tributo). 
2. As graves dificuldades financeiras enfrentadas pela pessoa jurídica para adimplir 
a obrigação tributária constituem, portanto, causa excludente de culpabilidade por 
inexigibilidade de conduta diversa, desde que comprovadas pela defesa. Logo, o 
elemento fraude não se perfaz como oposição na aplicação da referida causa 
supralegal. 
3. Logo em que pese o elemento fraude contido no bojo do Art. 337 A CP, I, a 
fraude, supostamente empregada, não se revela elaborada ou sofisticada, afinal o 
procedimento administrativo fiscal chegou a tais conclusões pelos documentos 
fornecidos pela própria empresa. 
*Dois elementos para aplicação da inexigibilidade de conduta diversa: 
A. Que o empresário não tinha como pagar o tributo. 
B. Que a fraude não era tão sofisticada a ponto de a defesa descobrir tudo o que foi 
feito, toda a supressão sozinha. A fraude utilizada não impediu que a receita não 
descobrisse a sonegação. 
PRAZO PRESCRICIONAL 
*O prazo prescricional nos crimes de sonegação e apropriação indébita 
previdenciária não é contado a parir da supressão ou do não repasse a previdência 
da contribuição, mas sim a partir da data da constituição do crédito tributário, pois na 
data em que se tem a supressão ou na data em que não ocorre o repasse a 
previdência a contribuição recolhida se dá margem a instauração do procedimento 
fiscal, procedimento administrativo que necessariamente precisa anteceder a 
instauração de IP e a ação penal. A LFD que é basicamente o documento que se 
verifica a autoria e a materialidade de ambos os crimes é lavrada ainda no 
procedimento administrativo e somente depois disso é que se dará margem para a 
instauração do IP e ação penal e a partir dessa data que a prescrição será contada. 
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
*A tipicidade somente nasce após o termino do procedimento administrativo – 
transitou em julgado se constitui o crédito tributário. Antes tem-se meramente o ilícito 
administrativo. 
*Crime de contribuição previdenciária é de natureza material (sinônimo da 
constituição do crédito tributário) e exige a constituição definitiva do débito tributário 
perante o âmbito administrativo para configurar-se como conduta típica (RHC 
0444669RS. Rel. Ministro Nefi Cordeiro, julgado em 05/04/2016. DJE 18/04/2016). 
*Ao contrário do crime de descaminho que o STJ considera de natureza formal e 
que independe da constituição definitiva do débito tributário, o crime de sonegação 
de contribuição previdenciária é considerado material, assim como os crimes 
tributários previstos no Art. 1º, I a IV da lei 8.137/1990. (os delitos econômicos em 
sua grande maioria necessitam da constituição do crédito tributário). 
*No crime de sonegação tributária não se exige dolo específico para a configuração 
desse crime (basta dolo genérico e consciente), já na apropriação indébita é 
necessário o dolo (especial fim de agir). 
*Princípio da Insignificância: O STJ entende sobre a matéria que não se aplica, em 
casos de estelionato previdenciário, o princípio da insignificância. Em 2015 no 
julgamento do AREsp 682.583, o ministro Reynaldo Soares da Fonseca explicou 
que é “inaplicável o principio da insignificância ao crime de estelionato 
previdenciário, pois a conduta é altamente reprovável, ofendendo o patrimônio 
público, a moral administrativa e a fé pública”. (no estelionato previdenciário o 
sujeito age com ardil sendo que essa conduta afasta o princípio da insignificância). 
*Em caso mais recente datado de 2018, relatado pelo ministro Joel Ilan Paciornick, o 
acusado de estelionato previdenciário buscou a aplicação do princípio da 
insignificância e, caso que envolveu a concessão de um benefício social bastante 
conhecido – o Bolsa Família. Apesar de não ser um benefício previdenciário, o 
programa è custeado pelo orçamento da seguridade social, e o crime foi enquadrado 
no parágrafo 3º do Art. 171 do CP. Ao votar no Resp 1.770.833, o ministro Joel 
Paciornick deu provimento ao recurso do MPF para afastar a aplicação do princípio, 
já que a jurisprudência do tribunal é sólida no sentido da inaplicabilidade de tal 
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
benesse em casos análogos. (Para o STJ não se aplica o princípio da insignificância 
no estelionato previdenciário) 
Extinção da punibilidade nos casos de estelionato previdenciário – por mais que o 
sujeito pague aquele intento que ele recebeu com a sua fraude é pacífico que não 
há a extinção da punibilidade, o máximo que pode ocorrer é o arrependimento 
posterior previsto no Art. 16 CP e que vai acarretar em uma diminuição de pena. 
*Art. 9º da lei 10.684/2003 que prevê a extinção da punibilidadetanto na sonegação 
previdenciária quanto na apropriação indébita previdenciária, mas não alberga o 
estelionato previdenciário. 
CRIME FALIMENTAR 
 
 
Crime não previsto no CP, mas sim em lei especial – Lei de falências – 11.101/2005. 
*Falência – a lei de falências recebe este nome, mas não trata somente da falência. 
Trata também do instituto de recuperação judicial e do instituto da recuperação 
extrajudicial. A falência é um processo que se submete o devedor, o empresário 
para que todas as condições de insolvência da empresa seja resolvida.A falência 
acontece quando aquele empresário não consegue mais saldar suas dívidas, pagar 
seus credores, não consegue ter a empresa funcionando, não consegue mais pagar 
todos ao seu redor. A falência é um procedimento iminentemente judicial que vem 
com o intuito de ajudar o empresário a organizar a sua empresa e posteriormente 
sua situação no comércio. 
*CAMPOS – a falência é um procedimento judicial a que se submete o devedor 
empresário insolvente, quer seja por iniciativa do credor ou do próprio devedor 
(autofalência), ou mesmo pela convolação de procedimento de recuperação 
judicial, com o propósito de possibilitara solução de suas obrigações. 
*Atualmente a norma que regulamenta os processos e procedimentos de falência e 
recuperação judicial das empresas é a lei 11.101/2005. 
*Estado de falência (requer dois requisitos) – empresário + declaração judicial. 
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
*Antes da falência é devido ao devedor, é possível a opção pelo instituto da 
recuperação judicial (possui alguns requisitos que a lei impõem e se não der certo 
caminha para a falência) ou extrajudicial. 
PRESSUPOSTOS PARA QUE A FALENCIA ACONTEÇA (dentro dos pressupostos 
começam a caminhar os crimes em espécie): 
1. Dívida 
2. Não pagamento 
3. Falência decretada pelo Poder judiciário 
*Insolvência do devedor pode ocorrer de três formas: 
1. De forma confessada – devedor aceita, confessa a dívida. 
2. De forma presumida – devedor que deixa os boletos acumularem e que não os 
paga no vencimento. (devedor se mantém inerte) 
3. De forma sintomática – é percebida por atitudes do devedor que demonstram que 
a economia da empresa não vai bem. Percebe-se que o mecanismo da empresa 
não vai bem. 
Práticas empresariais que podem ser motivo para a decretação da falência: 
1. Liquidar, precipitadamente, o seu patrimônio; 
2. Realizar negócio simulado; 
3. Alienar, irregularmente seu estabelecimento empresarial; 
4. Constituir garantia real a negócio já realizado sem tal garantia; 
5. Abandonar o estabelecimento comercial; 
6. Deixar de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de 
recuperação judicial. 
Quem pode requerer a falência? O pedido de falência pode ser requerido pelo 
credor (pessoa física ou jurídica), pelo sócio ou acionista da empresa,pelo cônjuge 
em vida, pelos herdeiros ou pelo inventariante. Também pode ser solicitado pelo 
empresário, o que caracteriza autofalência. 
*Lei 11.101/2005 – criou a recuperação judicial e extrajudicial da empresa, a 
primeira viabiliza a recuperação da situação econômica-financeira do devedor, com 
a finalidade de manter a produção, o emprego dos funcionários, o contrato com os 
credores, ou seja, busca preservar a empresa. (recuperação judicial) 
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
*Recuperação judicial – visa a recuperação da empresa para que o empresário 
tenha meios de tornar a empresa saudável novamente – viabiliza a superação da 
crise econômica financeira do devedor. 
*Recuperação extrajudicial – é simplesmente a tentativa do devedor em resolver 
seus problemas com os credores, sem a intervenção judicial. 
*Comitê de credores – tanto na recuperação judicial, quanto falência tem-se o 
instituto do comitê de credores, o qual pode fiscalizar e examinar as contas do 
administrador, zelar pelo andamento processual, etc. (muitas vezes o crime 
falimentar é descoberto pelo comitê de credores). 
*Duas fases da falência: 
1. Pré-falimentar - Se inicia com o pedido de falência – o devedor ou outro 
legitimado pede a falência ao juiz – vai da citação até a sentença. 
2. Falência propriamente dita – após a sentença declaratória de falência serão 
apurados os bens do devedor, seu passivo, os negócios firmados, habilitados os 
créditos, apurados os eventuais crimes falimentares. Fraudes, e finalmente feito o 
rateio e o pagamento dos credores. (nasce com a sentença homologatória da 
falência será apurado tudo em relação ao devedor – aqui nasce a possibilidade do 
fato típico – a possibilidade do MP intervir – antes da sentença homologatória o MP 
não pode intervir, pois não existe condição de punibilidade para o crime – o crime 
falimentar somente pode acontecer a partir da sentença homologatória de falência 
para os fins de investigação, fins de persecução penal – caso ocorra antes, será a 
partir da sentença homologatória de falência que nasce a possibilidade de 
intervenção pelo DP). 
INTERVENÇÃO DO DP FRENTE A ESSE NOVOS INSTITUTOS 
*Crime falimentar nasce sob uma perspectiva pós-industrial, nasce quando o DP 
clássico não dá mais conta desses novos crimes que nascem com a globalização – 
surge a sociedade de risco – numa sociedade pós-industrial se passa a exigir do DP 
uma conduta mais repressiva e mais ativa para se combater crimes que até então 
não eram dispostos nas legislações penais, nem legislações especiais, porque a 
sociedade não sentia a necessidade da repressão a esses crimes. 
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
*Crime falimentar é um crime contra o comércio – quando se tem um devedor que 
não paga o seu credor, porque sua empresa não vai bem, passando a se utilizar de 
fraude – aí o DP precisa agir – pois ocorre um ilícito, pois o empresário passa a se 
utilizar de meios fraudulentos para não pagar o seu credor mesmo podendo pagar. 
SOCIEDADE DE RISCO E CRIME FALIMENTAR 
 Primeiramente, fundamental a reflexão a respeito de como o DP passa a 
enfrentar as mudanças de contemporaneidade e das atividades empresariais 
globalizadas. Para compreender melhor a evolução social e cultural, é 
necessário entender alguns fundamentos quanto a sociedade de risco – Urick 
BECK. 
*Deva forma começa a surgir a responsabilidade das pessoas jurídicas (crime 
falimentar = crime contra o patrimônio, contra o comércio) – crime que atinge 
diretamente os credores, aqueles que fornecem material para o funcionamento da 
sociedade empresária. 
TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA – CLAUX ROXIN (PRECURSOR) (sintetizou 
esta teoria) – ela coloca um elemento a mais entre a conduta e a tipificação, existe 
um balanceamento sobre o risco permitido entre a conduta e o fato típico – no crime 
falimentar é preciso a análise da conduta do empresário, é necessário se verificar 
quando ela saiu do risco permitido (práticas do direito empresarial) para se tornar um 
risco proibido que pede a intervenção do DP. 
*Assim, visando uma maior efetividade, bem como uma adequação e limitação da 
responsabilidade penal no âmbito empresarial criou-se um caráter normativo na 
imputação, ou seja, há uma valoração entre o nexo de causalidade e o resultado, 
onde os riscos das atividades são comparados com o resultado da ação. 
Objetivamente, o que se busca é valorar se a conduta do agente extrapola um risco 
permitido (atividade permitida), incorrendo então em um risco proibido no resultado 
que o ato causou (crime falimentar). 
*Somente com tal valor normativo da ação (dentro da tipicidade) é que se torna 
possível avaliar se uma conduta pratica dentro de uma estrutura complexa pode ser 
considerada a causa do resultado, e, consequentemente, ao autor ser imputada a 
responsabilidade penal. 
 
 Sd JurisAdv – Sandra Mara Dobjenski 
*A imputação tem a função de analisar se o empresário criou um risco permitido 
(não sendo a ele imputado um crime) ou analisar se o empresário criou um risco

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