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3a. Crime preterdoloso até crime impossível

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DIREITO PENAL I
PROF. ANDERSON SOUZA DAURA
Roteiro de Aula: do crime (continuação). 
CRIME PRETERDOLOSO (vide art. 19 do C.P.)
È uma espécie dos crimes qualificados pelo resultado. O legislador acrescentou ao tipo um resultado que visa aumentar a pena. Pode ser:
Conduta dolosa e resultado agravador doloso: Latrocínio (art. 157, § 3º);
Conduta culposa e resultado agravador doloso: Lesão corporal culposa com a omissão de socorro (art. 129, § 7º);
Conduta dolosa e resultado agravador culposo: (Preterdolo) Lesão corporal seguida de morte; (Não há tentativa pois o agente não quer e não assumiu o resultado).
Conduta culposa e resultado agravador culposo: Incêndio culposo agravado pela ocorrência de morte culposa. (art. 250, § 2º c/c o art. 258, 2ª parte).
Obs. Casos fortuitos e força maior*.
ERRO DE TIPO (art. 20)
O Agente imagina que na sua conduta não está presente uma elementar ou circunstância� que compõe o tipo. Em face de tal erro excluir o dolo não há que se falar em crime. Ex. A se casa (sem saber) com B, pessoa casada. A não responde pelo crime de bigamia. 
Obs: Delito Putativo por erro de tipo (acha que cometeu o crime mas não o fez. Ex. furto de coisa própria. “O agente não sabe o que faz”. Exclui o dolo presente no tipo);
Delito putativo por erro de proibição (acha que cometeu o crime mas não acha que não há norma penal incriminadora. “O agente sabe o que faz”. Pode excluir a culpabilidade);
Delito putativo por obra do agente provocador: Vide Súmula 145 do STF.
Formas de erro de tipo: 
Essencial: incide em elementares ou circunstâncias (qualificadora e causas de aumento de pena) e pode ser:
a1) Vencível (o erro é vencível) ou inescusável (indesculpável): Culpa imprópria. Se tivesse mais cuidado poderia ter evitado o delito. Só responde por culpa*.
a2) Invencível ou escusável: o agente não poderia tê-lo evitado (o erro), excluindo o dolo e a culpa.
Acidental: o erro se refere a elementos secundários e irrelevantes, respondendo o agente pelo delito. Pode ser:
b1) Erro sobre o objeto: a agente pensa estar atingindo um bem material mas atinge outros. Ex. furto do objeto errado:
b2) Erro sobre a pessoa: (Vide a ressalva do § 3º do art. 20). Ex. Infanticídio de filho alheio (por erro). Responde a mãe por infanticídio e não por homicídio.
b3) Erro na execução (Aberratio ictus): A pessoa é certa, a execução que é errada. Ex. pontaria errada, desvio do projétil etc. Se acertar também terceira pessoa reponde por culpa em relação a esta, em concurso formal (vide art. 73, 2ª parte – aberratio ictus com duplo resultado).
b4) Resultado diverso do pretendido (Aberratio criminis): bem jurídico atingido é diferente daquele que pretendia o agente. Ex. Crime pretendido é o dano mas por erro causa só lesão corporal. Havendo previsão culposa relativa ao crime efetivamente cometido responde por este. Caso contrário, responde de forma tentada pelo crime que tentava praticar. (vide art. 74). Se atingir dois bens, reponde por ambos, um doloso e outro culposo em concurso formal;
b5) Erro sobre o nexo causal (Aberratio causae): Dolo geral*. Responde por um só crime consumado e não um tentado e outro culposo.
CRIME CONSUMADO (Art. 14, I)
Diz-se consumado o delito quando nele se encontram todos elementos do tipo incriminador. Ex. Art. 121 (a morte).
Iter criminis: 1ª Cogitação (não punível);
2ª Preparação (não punível se por si só não constituir delito. Vide art 288);
3ª Execução (começa a agressão ao bem jurídico. O fato passa a ser punível. Ato idôneo e inequívoco capaz do resultado. Ex efetuar disparo e não o simples apontar de arma). Podem ocorrer três hipóteses após o início da execução: 1ª Por circunstâncias alheias a vontade do agente não consegue consumar o delito (tentativa); 2ª O agente desiste voluntariamente de prosseguir a execução. Responde pelos atos já praticados; e 3ª O agente chega a consumação. 
4ª Consumação: quando todos elementos (objetivos, normativos ou subjetivos) foram realizados. Nos crimes materiais ocorre com o resultado; nos formais, a ocorrência do resultado (exaurimento*) é dispensada para consumação; e nos crimes de mera conduta, basta esta para consumação. 
Obs. Nos crimes permanentes, a consumação se prolonga no tempo (seqüestro). 
Já nos crimes qualificados pelo resultado, quando este ocorre, o delito se consuma.
Omissivos próprios: No momento da omissão independente do resultado.
Omissivos impróprios: consuma-se pelo resultado.
TENTATIVA ( Vide art. 14, II*) 
Natureza jurídica: Trata-se de norma de extensão do tipo visando a punição do autor através da adequação típica mediata.
Requisitos: 1º Execução iniciada; e 2º Por circunstâncias alheias à vontade do agente o delito não se consuma.
De acordo com a maior ou menor proximidade com a consumação não ocorrida o juiz ao aplicar a pena a reduz de 1/3 a 2/3 em relação ao crime consumado (teoria objetiva). 
Obs. Contudo há delitos que a simples tentativa já caracteriza crime (“crimes de atentado” – teoria subjetiva. Art. 352).
Classificação do crimes tentados:
Quanto ao percurso do iter criminis:
tentativa imperfeita ou inacabada: O agente não pratica todos os atos executórios. Ex. A efetua 2 disparos contra B, sendo impedido por C de continuar a execução do crime de homicídio.
tentativa perfeita ou acabada (crime falho). Há a pratica de todos os atos executórios mas não se consegue consumar o delito. Ex. A descarrega a arma de fogo em B, que não é atingido fatalmente.
Quanto ao resultado produzido na vítima:
tentativa branca: o golpe não atinge o corpo da vítima, p.ex.
tentativa cruenta: a vítima é atingida mas não o crime não se consuma.
Quanto a possibilidade de alcançar a consumação: 
tentativa idônea: quando o agente pode alcançar a consumação mas esta não ocorre por circunstâncias alheias a sua vontade.
tentativa inidônea (crime impossível – art. 17). O agente inicia a execução mas o delito não se consuma por absoluta ineficácia do meio empregado ou por absoluta impropriedade do objeto material. Trata-se de fato atípico.
Obs. Tentativa abandonada ou qualificada: são usados tais termos como sinônimos da desistência voluntária e do arrependimento eficaz (art. 15). responde só pelos atos anteriores, logo não há que se falar em tentativa.
Obs. Crimes que não admitem a tentativa:
Crimes culposos. Tendo em vista que o agente não quer o resultado torna-se incompatível o instituto da tentativa. Exceção: Culpa imprópria (há divergência doutrinária).
Crimes preterdolosos*.
Crimes omissivos próprios. Se o sujeito ativo se omite, há a consumação, se age, o fato é atípico.
Contravenções penais: Vide art. 4º da LCP;
Crimes de atentado: Não há que se falar em tentativa da tentativa.
Crimes habituais: Como para a caracterização do crime habitual é necessário uma reiteração de condutas (art. 284), senão houver não há fato típico pois um ato isolado é irrelevante.
Crimes unissubsistentes: Ex. Injúria verbal.
Crimes que dependem do resultado para se aplicar a pena. Ex. art. 122.
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA (Vide art. 15, 1ª parte*)
Obs. Voluntariedade pode não ser espontânea ou seja a idéia pode vir de terceiro.
Responde por tentativa imperfeita. Ex. Furto qualificado por rompimento de obstáculo tentado (imperfeitamente). Responde só pelos atos já praticados (dano). 
Obs. A doutrina entende que podendo o agente repetir o ato de execução mas não o faz, impedindo a consumação do delito, haverá a desistência voluntária. Ex. Lesão corporal leve advinda de um único disparo de arma de fogo do agente que objetivava matar. Desistindo de efetuar os disparos posteriores, só responde por lesão corporal leve.
ARREPENDIMENTO EFICAZ (Vide art. 15, 2ª parte*)
No caso há uma nova ação (voluntária apenas), após uma tentativa perfeita, que impede que o resultado ocorra, respondendo o agente pelos atos já realizados.Obs. Se ocorre a consumação e, após decurso de tempo, o agente resolve devolver o bem a vítima pode se aplicar o art. 16 (arrependimento posterior –reduz a pena).
Obs. Crimes formais e de mera conduta não admitem o arrependimento eficaz.
ARREPENDIMENTO POSTERIOR (Vide art. 16*)
Causa obrigatória de redução de pena.
Objetiva estimular o ressarcimento(voluntário*) pelo autor (vide art.30 - circunstância objetiva) à vítima nos crimes contra o patrimônio. O ressarcimento deve ser integral (reparação parcial não dá direito ao benefício nem a decorrente de apreensão policial), antes do recebimento da denúncia ou queixa e quanto maior sua celeridade, maior a redução da pena que varia de 1/3 a 2/3 (doutrina).
Obs. Pode se aplicar nos crimes contra pessoa desde que culposos (doutrina). 
Obs. Súmula 554 do STF (razões de política criminal se aplica sem controvérsia tal Súmula como causa extintiva da punibilidade, mesmo após a reforma penal de 1984.).
Obs. Vide § 3º do art. 312
CRIME IMPOSSÍVEL (Vide art. 17*) (Quase-crime, tentativa inidônea ou tentativa inadequada).
Impropriedade absoluta do objeto (material do crime): Ex. Desferir golpes de faca visando matar em uma pessoa que já se encontrava morta ou ingerir substância abortiva não estando grávida. Vide erro de tipo*.
Ineficácia absoluta do meio: Tentar matar alguém desferindo golpes com um palito de dentes.
Obs. Se a ineficácia e a impropriedade forem relativas responderá o agente por tentativa (teoria objetiva temperada).
Obs. Teoria sintomática: Agente deve ser punido porque demonstrou periculosidade. Teoria subjetiva: O agente deve ser punido por que tinha vontade de cometer o delito. (ambas não foram adotadas). 
� Vide Tipo Penal.

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