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Antropologia jurídica - aula Pazello

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Antropologia jurídica – 1° Semestre
Dia : 02/03
- estudar o dto pelo seu avesso> pelos seus contrapontos> pelas suas entrelinhas
Dia: 09/03 
1.O que é antropologia?
Anthropos + Logus 
Texto : entender o que é antropologia- Ritos Corporais entre os Nacirema (Horace Miner)
Fichamento do Texto:
De fato, nem todas as combinaçõeslogicamente possíveis de comportamento foram ainda descobertas, o antropólogo bem pode conjecturar que elas devam existir em alguma tribo não descrita.
Os Nacirema tem sua origem desconhecida, acreditam que Notgnihsaw deu origem ao povo e teve provas de força, atirou o colar de conhas sobre o rio e derrubou a cerejeira que continha a verdade. Dedicam seu tempo a atividades economicas e tbm as rituais.
Preocupação fundamental com a saúde e o corpo. Hierarquias sociais, os mais ricos possuem casas com vários lugares-rituais. Os médicos-sacerdotes indicam a lista de ervas e o que deve ser feito para a cura. Sacerdotes-da-boca . 
Método do Estranhamento ou relativização:
Tornar o que absolutamente normal tão estranho para se perceber as lacunas do porquê as coisas são assim. Tem 2 faces: tornar absolutamente estranho o que é natural e tbm naturalizar aquilo que é estranho para nós. 
Buscar:
1.Homem o que é?! 
Racionalidade, medida de todas as coisas (abstração), individualidade. Invenções ocidentais sobre o homem.
2.Ciência: capacidade de rigor ou de acesso ao conhecimento.Dimensão de verdade com o conhecimento. 
3.Ciência do Homem
Dia:16/03 
Monitores: 
Kauã: kauancangussu@gmail.com
Brasil: brasil_vina@hotmail.com
ANTROPOLOGIA
1.Homem 
1.1.Invenção Ocidental: 
- Individual
- Abstrato
- Racional
1.2.Geral
-biologia
-psicologia
2. Ciência (Naturais x Sociais)
2.1 Verdade complementares, não há prevalência de uma
2.2 Construção de Padrões
2.3 Campo de atuação
- tradição
- linguagem
- reconhecimento
Comunidade científica que compartilha uma mesma tradição, a mesma linguagem e o reconhecimento se desenvolve entre eles.
3. Ciência do Homem
3.1 Objeto: homem como totalidade das rel sociais; o total não quer dizer tudo. A reflexão antropológia visa compreender a totalidade das rel humanas independentemente da classe desses indivíduos participantes. Dessa forma não existe um indivíduo mas um conj de relações com outrem. Ainda que o indivíduo integre parte da antropologia não é seu foco, a célula explicativa da antropologia são as relações sociais. A totalidade é a expressão das relações que o homem integra. O objeto da antropologia não exclui nada a priori, o objeto da antropologia engloba todas as sociedades, a totalidade expressa uma representaçao da realidade, uma abstração uma interpretação. O Tudo verdadeiramente integraria exatamente todas as rel sociais possiveis, ex da sociedade de cartógrafos e as duas cidades, o mapa deescala 1:1. O homem no sentido da totalidade de suas relações. A totalidade representa a estrutura das sociedades (pazello).
I. biológicas (Material)
Donna Heraway – antropologia feminista.
II. arqueológica / histórica (material)
III. Linguagem
Não só as linguas, mas as capacidades comunicativas como um todo. A função da liteatura nas sociedades.
IV. Psicológica
Inconsiente humano nas mais variadas características.
V. Etnológica/ Cultural/ Social.
Dimensões de estudo antropológico como política, economia, religião, artes, parentesco, direito. A antropologia hoje é vista como a antropologiaCultural, e as outras partes normalmente estão subordinadas a ela. 
Sociedade/Social: só existem sociedades de humanos? Um conj de ações padronizadas que é relacionável entre elementos constitutivos (internos e externos) 
Cultura: conj de valores que permite a vivência de uma determinada tradição num grupo. Este conj de valores porém não é visto de maneira espontânea e autônoma, é vivido de acordo com regras e normas que conseguem ser autocompreendidas por quem as seguem. Exigem um âmbito de autoreflexão. Animais sociais não possuem cultura pq não tem capacidade de autoreflexão das ações padronizadas que são seguidas. 
Raça: identificar os grupos a partir de noções gerais. Rça continua tendo uso social, e diante da utilidade que esse conceito tem não pode ser ignorado, por mais que não exista biologicamente várias raças. Raça é um conceito históricamente construído a partir da conquista violenta das americas que expressa a tentativa de identificar, buscar a identidade, grupos a partir de caracteristicas emblematicas desses grupos, carc fenotípicas.
Etnia: representar e identificar grupos a partir de traços culturais comuns entre os integrantes. Uma dimensão mais arejada do conceito de raça, usado inicialmente para identificar as ettnias indigenas e/ou asiáticas.
3.2 Método: O método usado é o estranhamento, da relativização (Nacirema), tornar exótico o familiar e o exótico familiar. É uma ciência da comparação. Metodologia do contraste, entre grupos, entre o que me é próprio e o que não é. O método do estranhamento permite o contraste que abre a possibilidade de me descentrar, me desloco do centro da reflexão. Tipos de utilização do método: participação, ação, militante.
3.3 Critério:
Roberto da Mata texto relativizando 
Dia:23/03 
Objeto: Totalidade. A ideia de totalidade faz com que percebamos a necessária vinculação com a realidade e não somente com a norma.
Método: do estranhamento. É uma ciência comprativa, a realidade é contrastiva. Não existe cultura, ou identidade, senão por contraste; o que nos leva ao método da relativação ou do estranhamento. Não existe identidade de grupo ou individual ou nacional senão por contraste. A antropologia tem por missão, através do método do estranhamento, estabelece uma simetrização entre as culturas. 
Critério: ético de atuação do observador Antropólogo, que é a ALTERIDADE. Nós nos constituimos pq nos relacionamos, ou seja, constituir um método relacional e um critério ético de igual potência que é alteridade. Sem o critério étic da alteridade o método pode criar vícios de análise. Deve-se fazer um movimento teórico para evitar o solipcismo. A alteridade tenta evitar que um dos polos da relação seja prevalente. É um critério ético de RESPONSABILIZAÇÃO do antropólogo para que o outro seja parte integrante da relação e não apenas um mero objeto da observação antropológica. O grupo estudado tbm precisa fazer parte, precisa mostrar o desenho antropológico. 
Fronteira ou fricção interétinica: a cultura de um povo depende de outras, o que estabelece um cultura em face de outra é uma fronteira. A mesma fronteira que divide, ajuda; ainda que com diferenciações culturais. 
Verdade (conteúdo): o que?
Padrão (forma): Como?
Campo (localização teórica) : Onde?
ANTROPOLOGIA JURÍDICA.
Antropologia legal
AJ propriamente dita
Dto comparado
Pluralidade 
T. Colaço 
R. Shirley
Dia:30/03 
Antropologia Legal:
Quando nos referimos a sociedade não ocidentais, ou então das sociedades simples ou arcaicas. Um problema terminológico, a antropologia estipula uma forma de estudo da sociedade que estipula uma normalidade, o ociedente é um padrão, um paradigma e o resto é algo diferente ao paradigma. O ranço do séc XIX é essa terminologia é olhar a sociedade diferente como algo antigo, do meu passado. Atribuo ao outro no presente , que me diferente, como o meu primitivo passado, o meu início; uma perspectiva de evolução daquela sociedade para se tornar como a nossa, um olhar evolucionista.
A preocupação que permeia a Antropologia Legal é a correlação com a História do Dto, mesmo que a história do dto não fale da antropologia Legal. É imputar as outras realidades diferentes o início da minha sociedade.
Shirley, tem 4 grandes escolas: Inglesa, EUA, holandesa , francesa. Enumera essas escolas por serem as nações colonizadoras do séc XIX. Por que não outras? Primeiramente pq outras nações tinham incidência colonizadora menor ou já tinham acabado seu processo de colonização no sec XIX; em segundo momento pela forma de colonização dos povos, os ibéricos fizeramuma colonização de exploração enquanto os anglo-saxões fizeram uma colonização de povoamento. Um primeiro impacto disso é no caso da colonização exploratória é a submissão de um povo a um ordenamento jurídico “alienígena” de uma outra sociedade; e no segundo caso uma imposição de formação do Estado que permite uma certa autonomia da colônia para formar seu direito (como a ÍNDIA). Enquanto 1° caso há a quase total destruição das instituições anteriores à colonização (américa espanhola- com maias, astecas e incas). A colonização francesa é um caso intemediário entre a dizimação total das instituições e imposição de um dto alienígena e uma certa convicência com as instituições, além do numero de colônias francesas. 
escola inglesa :Sir Henry Summer Maine- o dto antigo (sem tradução) (L) 
Escola francesa: Marcelo Mauss – ensaio sobre a dádiva
Escola holandesa: Ter Haar e Volenhoven
Escola EUA: Hoebel e Llewelyn 
Visualização do dto para além da forma Estatal, além da organização político e nesse sentido promove pelo método estranhamento uma desidentificação do estado. Mostra a não necessária difusão do dto pelo Estado, e percebe-se em todas as sociedades de uma CULTURA LEGAL, que pode ser mais ou menos vista universalmente, independentemente de uma organização política estatal. 
Cultura legal: acumulação histórica de normas de vida social, que nos permite ampliar a noção de lei; a partir de 3 características: UTILIDADE, é o que baliza a lei na cultura legal; NECESSIDADE, são regras necessárias e nesse sentido verdadeiras para esse processo histórico e essas sociedades; AMPLAMENTE CONHECIDAS, amplo acesso e amplo conhecimento delas. O “dto” não é um dto autonomizado de outras formas sociais.
Qual o momento genético de surgimento da cultura legal: espços de socialização. O espaço familiar é o momento ontogenético da lei, onde se dá a gênese da essência da socialização. Mas não é apenas a família, o segundo momento é a comunidade , que no nosso caso é a Escola. E um 3° momento é o mais formal que é de instituições oficiais como igreja, associações e líderes. 
Exemplo de uma desidentificação do Estado: inuits que são os esquimós. 
Antropologia jurídica prórpiamente dita
A preocupação desse segmento é completar o método antropológico , agora se olhará as sociedades contemporâneas e torná-las estranhas; ou as sociedades complexas. Esse ramo está fortemente vinculado com a Sociologia do DTO. Proposta de estranhamento a partir do estado, o Estado é desracionalizado. A visão lógico-racional do Estado para a solução de conflitos, meios democráticos para acesso à política. E esse método vai nos levar à conclusão que o Estado racional é um mito, então o Estado é o mito moderno; nos permite o estudo das entrelinhas de como se consitui as rel internas ao estado e os impactos que tem nas estrutua social. 
Tribunal do júri como teatro – tese de doutorado da Ana Lúcia Passos 
Roberto Kant de lima- antropologia da academia: quando os índios somos nós.
Direito Comparado
Não se trata de um diálogo de outras disciplinas mas em uma autonomização dessa disciplina.Fazer uma reflexão teórica interpretativa sobre si; demonstra semelhanças e diferenças entre institutos jurídicos ou ordenamentos jurídicos inteiros de países diferentes. O mais importante é perceber os sistemas jurídicos que os institutos estão inseridos. 
Civil law (trad romano-germânica): fonte do dto como norma positivada
Common Law( trad anglo saxã insular): fontes das tradições 
Os grandes sistemas jurídicos 
Soviético
Latino Americano: o processo colonial flexibiliza o civil law para nós
Islâmico
Indiano
Asiático-oriental: chinesa imbuída de uma filosofia confusiana
Africano: mosaico de dtos 
Pluralidade Jurídica
Até a 3° está no texto do robert shirley, essa parte é uma contribuição nossa. Em primeiro lugar, não é pluralismo jurídico,pluralidade é o estudo factual constatativo e sociológico de existência e de conflitos de vários dto de um local/ território. O pluralismo é uma epistemologia de crítica ao monismo jurídico. 
A persepção que num mesmo território há dtos que se sobrepõem. O pluralismo como proposta epstemológica é construida pelo prof wolkmer : se dá a partir de uma fundamentação material (respaldar-se nas necessidades coletivas, legitimar os novos atores sociais, estrutura democrático-participativa) e formais( respeito a alteridade, e lógica emancipatória). É importante constatar o fato que se dá em 3 planos , com a fricção do Estado, intraestatal, extraestatal e antiestatal.
-intraestatal: pluralidade jurídica interna ao Estado, como a mediação e arbitragem dos acordos coletivos de trabalho. O estado resolve com uma certa conflituosidade com ele mesmo.
-extraestatal: aquilo que está para além do estado, regulações sociais que não estão no Estado; grupos indígenas, grupos de comunidades tradicionais, grupos de facções criminosas. 
-antiestatal: se dá em 2 grandes perspectivas, ou recusa do estado ou entao de processo revolucionário. Em primeiro seria o processo colonial, ou grupos que se recusam a ver o estado como grupos anarquistas. 
Textos:
Luís Roberto Cardoso de Oliveira
Robeto Kant de Lima

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