Buscar

BASES CONSTITUCIONAIS DA ADM PÚBLICA - NP2 (ATOS ADMINISTRATIVOS, LICITAÇÃO E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO ADMINISTRATIVO – NP2
Atos administrativos: é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigação aos administrados ou a si própria.
Em princípio, a prática de atos administrativos cabe aos órgãos executivos, mas as autoridades judiciárias e as mesas legislativas também os praticam restritamente, quando ordenam seus próprios serviços, dispõem sobre seus servidores ou expedem instruções sobre matéria de sua privativa competência.
ATO ADMINISTRATIVO É ESPÉCIE DE ATO JURÍDICO!
ATO DA ADMINISTRAÇÃO X ATO ADMINISTRATIVO
Ato da administração: refere-se a todos os atos editados pela Administração Pública.
Ato administrativo: é a declaração de vontade da Administração Pública no exercício da função administrativa.
ELEMENTOS/REQUISITOS DO ATO
Competência: é o poder atribuído ao agente da Administração Pública (sujeito capaz), por meio de lei, para o desempenho específico de suas funções. Se o ato for praticado por agente incompetente, ou realizado além do limite prescrito em lei, o ato será considerado inválido.
A competência administrativa, por ser um requisito de ordem pública, é intransferível, irrenunciável, de exercício obrigatório, imprescritível, imodificável e improrrogável pela vontade dos interessados. A delegação e a avocação, em regra, são permitidas, desde que previstos nas normas reguladoras da Administração, e não se trata de competência exclusiva, de ato normativo ou decisão de recurso administrativo.
TODOS OS ATOS ADMINISTRATIVOS SEJAM DISCRICIONÁRIOS OU VINCULADOS DEVEM SER REALIZADOS POR AGENTE QUE DISPONHA DE PODER LEGAL PARA PRATICÁ-LO.
A competência é considerada, em princípio como elemento vinculado do ato administrativo, mas, como exceção, nos casos de delegação e avocação poderá ser considerada como discricionária.
Forma: é o revestimento exterior do ato, ou seja, o modo pelo qual este aparece e revela sua existência. A forma pode, eventualmente não ser obrigatória, isto é, ocorrerá por vezes, ausência de prescrição legal sobre uma forma determinada, exigida para a prática do ato. Contudo, não pode haver ato sem forma, porquanto o Direito não se ocupa de pensamentos ou intenções enquanto não traduzidos exteriormente. Portanto, como a forma é o meio de exteriorização do ato, sem forma não pode haver ato.
Em princípio a forma é considerada elemento vinculado do ato administrativo, mas, como exceção poderá ser considerada discricionária, quando a lei autorizar a prática do ato por mais de uma opção.
REGRA GERAL – É ESCRITA
EXCEÇÃO – VERBAL OU SIMBÓLICA
A doutrina também fala em inércia, mas deve estar previsto em lei. FORMA = SILÊNCIO.
Princípio do formalismo mitigado ou informalismo: nosso ordenamento adotou o princípio do informalismo quanto aos processos administrativos, o que significa que os atos a serem praticados no processo, principalmente a cargo do particular, não exigem formalidades especiais, bastando que sejam estas suficientes para assegurar a certeza judicial e segurança processual.
Objeto: é o conteúdo do ato administrativo. É o efeito jurídico imediato que o ato produz, é aquilo o que o ato decide. Ex.: no caso de ato administrativo que trata de demissão de um servidor o seu objeto será a própria demissão.
Em princípio o objeto é considerado elemento discricionário do ato administrativo, mas, como exceção poderá ser considerado vinculado, quando a lei dispor expressamente sobre qual será o conteúdo de determinado ato.
VINCULADO – ESTÁ NA LEI;
DISCRICIONÁRIO – DÁ A MARGEM PARA SE DECIDIR;
ARBITRÁRIO – SAI DA MARGEM, OU SEJA, ATO NULO.
Motivo: é o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento para a prático do ato administrativo.
Pressuposto de direito: é o dispositivo legal em que se baseia o ato;
Pressuposto de fato: como o próprio nome indica, corresponde ao conjunto de circunstâncias, de acontecimentos, de situações que levam a Administração a praticar o ato.
Como exemplo tem-se: no ato administrativo de punição do funcionário, o motivo é a infração que ele praticou; no ato administrativo de tombamento, o motivo é o valor cultural do bem tombado;
Quando da ausência do motivo ou a indicação de motivo falso na prática do ato administrativo gerará a invalidação do ato praticado.
Vale dizer que motivo é diferente de motivação no que diz respeito ao ato administrativo. Motivação é a exposição dos motivos, ou seja, é a demonstração, por escrito, de que os pressupostos de fato realmente existiram.
Em princípio o motivo é considerado elemento discricionário do ato administrativo, mas, como exceção poderá ser considerado vinculado, quando a lei dispor expressamente sobre qual será o motivo de determinado ato.
Finalidade: é requisito vinculado de todo ato administrativo, seja discricionário ou vinculado, pois o direito positivo não admite ato administrativo sem finalidade pública. A finalidade do ato se faz pelo objeto que se quer alcançar. Serão nulos os atos administrativos que não satisfaçam o interesse público. A finalidade deverá estar indicada na lei expressamente ou implicitamente não podendo o administrador escolher outra, ou substituir a indicada na norma administrativa, sob pena de se configurar desvio de poder e o ato ser considerado inválido.
Abuso de poder: ocorre quando a autoridade, embora competente para praticar o ato, ultrapassa os limites de suas atribuições ou se desvia das finalidades administrativas. Sempre invalida o ato.
Excesso de poder: ocorre quando a autoridade, embora competente para praticar o ato, vai além do permitido e exorbita no uso de suas faculdades administrativas. Excede sua competência legal, portanto, invalida o ato. (VÍCIO NA COMPETÊNCIA).
Desvio de poder ou finalidade: ocorre quando a autoridade, embora atuando nos limites de sua competência, pratica o ato por motivos ou com fins diversos dos objetivados pela lei ou exigidos pelo interesse público. É a violação ideológica e moral da lei. (VÍCIO NA FINALIDADE).
TODOS OS VÍCIOS: incompetência, vício de forma, ilegalidade do objeto, inexistência dos motivos e desvio de finalidade.
TEORIA SOBRE A NULIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
Monista: o ato administrativo será nulo ou válido.
Dualista: os atos administrativos podem ser nulos ou anuláveis, de acordo com a maior ou menor gravidade do vício.
ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO
Presunção de legitimidade: é um atributo do ato administrativo e significa que, pelo simples fato de ter sido emanado e ter sido praticado por agente público integrante da estrutura estatal presume-se que foi praticado em conformidade com a lei, e que os atos e fatos alegados pelo administrador são verdadeiros e morais, tendo aptidão para gerar efeitos vinculantes ERGA OMNES.
Imperatividade: a Administração Pública ao realizar atos administrativos cria unilateralmente obrigação para o administrado, dentro da legalidade e independentemente de sua concordância. Este atributo é também consequência do Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o particular.
Exigibilidade: é a qualidade em virtude da qual o Estado, no exercício da função administrativa, pode exigir de terceiros o cumprimento, a observância das obrigações que impôs.
Autoexecutoriedade: a Administração Pública pode colocar em prática as decisões que tomou sem a necessidade de autorização do Poder Judiciário.
 Mérito administrativo: consubstancia-se na valoração dos motivos e na escolha do objeto do ato, feitas pela Administração Pública incumbida de sua prática, quando autorizada a decidir sobre a convivência, oportunidade e justiça do ato a realizar.
O mérito é aspecto pertinente apenas aos atos administrativos discricionários ou, de outro modo, a contrário senso, não há que se falar em mérito administrativo nos atos vinculados.
Nos atos vinculados, todos os requisitos de validade do ato (competência, finalidade, forma, motivo e objeto) estão vinculados aos ditames legais. Nosatos discricionários, além dos elementos vinculados (competência, finalidade e forma) outros existem (motivo e objeto) em relação aos quais a Administração Pública decide livremente, e sem a possibilidade de correção judicial, salvo quando seu proceder caracterizar excesso ou desvio de poder, o que levaria ao cometimento de uma ilegalidade.
O mérito administrativo só abrange os elementos não vinculados do ato administrativo, ou seja, aqueles que admitem uma valoração de eficiência, oportunidade, conveniência e justiça. No mais, ainda que se trate de poder discricionário da Administração Pública, o ato pode ser revisto e anulado pelo Judiciário, desde que, sob o rótulo de mérito administrativo, se abrigue qualquer ilegalidade resultante de abuso ou desvio de poder.
EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO
Revogação: é o ato administrativo discricionário pelo qual a Administração extingue um ato válido, por razões de oportunidade e conveniência.
A Administração Pública constata que o ato anteriormente conveniente e oportuno não mais o é.
Como a revogação atinge um ato que foi editado em conformidade com a lei, ela não retroage; os seus efeitos se produzem a partir da própria revogação; são efeitos ex nunc, respeitando, portanto, os efeitos já produzidos.
Esta forma de extinção é privativa da Administração Pública, não podendo o Judiciário revogar qualquer ato administrativo.
A retirada total diz-se AB-ROGAÇÃO e a parcial DERROGAÇÃO.
Anulação: também chamada de invalidação, é a extinção do ato administrativo por razões de ilegalidade. Quando houver vício em um dos requisitos, deve ser anulado.
Decorrente do princípio da legalidade a anulação produz efeitos retroativos chamados de ex tunc, ao surgimento do ato no mundo jurídico e gera a produção de um ato vinculado, devido à imposição legal de anulação do ato ilegítimo.
Súmula 473 – A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitando os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Cassação: é a retirada de um ato quando o destinatário DESCUMPRE CONDIÇÕES que deveria continuar atendendo. É um ato vinculado. A sua natureza jurídica é ATO SANCIONATÓRIO, ou seja, pune-se aquele que deixou de cumprir as condições para a subsistência do ato.
Contraposição: é a retirada do ato em razão do advento de um segundo ato que impede que o primeiro produza efeitos.
Caducidade: consiste na retirada do ato em razão da superveniência de norma que não admite a situação antes permitida e concedida pelo ato.
Convalidação: também é chamada de saneamento. É o ato administrativo pelo qual é o suprido o vício existente em um ato ilegal, ou seja, trata-se da existência de um vício sanável, com efeitos retroativos à data em que este foi praticado, gerando efeito ex tunc. A convalidação é efetivada pela própria Administração Pública, sendo vedado ao Poder Judiciário convalidar os atos emitidos pela Administração Pública. Diante da possibilidade de convalidar um ato administrativo o administrador deverá ponderar acerca do que será melhor para a coletividade: a permanência do ato regularizado ou a sua invalidação, gerando, portanto, um ato discricionário.
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração. A finalidade, o motivo e o objeto nunca podem ser convalidados.
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
- QUANTO AOS DESTINATÁRIOS:
Gerais ou normativos: são aqueles atos expedidos sem destinatários determinados. São atos de comando abstrato, impessoal, aplicados ERGA OMNES e abarcando todos aqueles que se encontrarem na mesma situação de fato disciplinada pelo ato. Ex.: regulamentos, circulares ordinatórias de serviços, instruções normativas.
Individuais ou especiais: são aqueles atos que se dirigem a um destinatário certo, criando-lhe situação jurídica particular. (Singular: há somente um destinatário específico para o ato, exemplo, nomeação de servidor em concurso público; Plúrimo: há mais de um destinatário, os destinatários do ato são vários, exemplo, nomeação em uma única lista de múltiplos sujeitos especificados).
- QUANTO AO ALCANCE:
Internos: são os que produzem efeitos no seio da repartição pública, ou seja, produzem feitos dentro da própria Administração Pública e, por essa razão, normalmente atingem os órgãos e agentes que o expediram, o que afasta sua incidência em relação a estranhos.
Externos: são os que produzem efeitos fora da Administração Pública, repercutindo nos interesses de toda a coletividade, e por essa razão, somente entra em vigor quando de sua divulgação oficial. São aqueles atos que alcançam os administrados, os contratantes e, em certos casos, os próprios servidores.
- QUANDO AO OBJETO:
Ato de império: são aqueles atos que a Administração pratica usando de sua supremacia sobre o administrado, ou servidor e lhes impõe obrigatório atendimento (Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Particular). Impõe sua vontade unilateralmente e coercitivamente ao particular independentemente de autorização judicial (autoexecutoriedade).
Ato de gestão: são aqueles atos praticados pela Administração sem usar de sua supremacia sobre os destinatários. São atos de mera gestão, geralmente preparatórios dos demais. Não há diferenciação entre a posição da Administração Pública e do particular, aplica-se a ambos o direito comum.
Ato de mero expediente: são atos que não resolvem e decidem coisa alguma, não tem caráter vinculante e nem decisório. São aqueles atos que se destinam a dar andamento aos processos e papéis que tramitam pelas repartições públicas.
- QUANTO À LIBERDADE DO AGENTE/QUANTO AO SEU REGRAMENTO:
Vinculado ou regrado: são aqueles em que a lei estabelece os requisitos e condições para a sua realização. A Administração Pública não tem liberdade de agir. Ex.: licença para dirigir, concessão de aposentadoria...
Discricionário ou atos praticados no exercício de competência discricionária: são aqueles em que a Administração pode pratica-los com liberdade de escolha de seu conteúdo, de seu destinatário, de sua conveniência, de sua oportunidade e do modo de sua realização. Ex.: autorização para porte de arma.
- QUANTO À FORMAÇÃO/QUANTO À VONTADE CONCORRENTE:
Simples: são aqueles atos que resultam da vontade de um único órgão, unipessoal ou colegiado.
Complexo: são aqueles atos que se formam pela conjugação de vontades de mais de um órgão administrativo (órgãos diferentes).
Composto: são aqueles atos que resultam da vontade única de um órgão, mas dependem da verificação por parte de outro, para se tornaram exequíveis.
- QUANTO AOS RESULTADOS NA ESFERA JURÍDICA
Atos ampliativos: são os que aumentam a esfera de ação jurídica do destinatário, como as concessões, autorizações, e permissões, admissões e licenças, etc.
Atos restritivos: são os que diminuem a esfera jurídica do destinatário ou lhe impõem novas obrigações, deveres ou ônus como, por exemplo, os que extinguem os atos ampliativos, as sanções administrativas em geral, as ordens, as proibições.
LICITAÇÃO
Ao contrário dos particulares, que dispõem de ampla liberdade quando pretendem adquirir, alienar, locar bens, contratar a execução de obras ou serviços, o Poder Público, para fazê-lo, necessita adotar um procedimento preliminar rigorosamente determinado e preestabelecido na conformidade da lei. Tal procedimento denomina-se licitação.
Licitação é o procedimento administrativo (conjunto de atos administrativos) que visa assegurar a igualdade de oportunidade a qualquer interessado e assegurar a proposta mais vantajosa para a Administração Pública e que culmina numa contratação pública.
Baseia-se na ideia de competição a ser travada isonomicamente (igualdade) entre os que preenchem os atributos e aptidões necessárias ao bom cumprimento das obrigaçõesque se propõem assumir.
Ressalta-se que o vencedor do procedimento licitatório não tem direito adquirido quando a sua futura contratação. Se o após o certame a Administração Pública ao seu juízo de oportunidade e conveniência (poder discricionário) verificar a desnecessidade da contratação, não a efetivará. Ao contrário, quando da necessidade, o contrato obrigatoriamente deverá ser efetivado com o primeiro colocado. Trata-se da adjudicação compulsória, que significa a entrega obrigatória, do objeto da licitação ao primeiro colocado (vencedor), se isso for oportuno e conveniente para a AP.
LICITAÇÃO NÃO É UM ATO ADMINISTRATIVO, SÃO ATOS EM CONJUNTO/SEQUENCIA (PROCEDIMENTO).
NÃO EXISTE LICITAÇÃO SEM CONTRATAÇÃO POSTERIOR!
LEGISLAÇÃO PERTINENTE
Lei Ordinária Específica – 8.666/93 – Lei das Licitações e Contratos da Administração Pública, é a PRINCIPAL LEI, de natureza federal, que regulamenta o procedimento licitatório administrativo. A QUEM SE APLICA ESTA LEI? R: ADM DIRETA E INDIRETA.
Nem sempre foi por essa lei, antes da CF/88, era regida pelo dec. 2.300/86.
Art. 37, inciso XXI da Constituição Federal – imposição legal do procedimento licitatório; aqui o Poder Legislativo obriga aos outros Poderes à prática do procedimento licitatório.
Lei 13.306/16 – atualmente as licitações em casos de sociedade de economia mista e empresas públicas se aplica esta legislação, e a lei 8.666/93 de forma subsidiária.
Lei Ordinária Específica n.º 10.520/02 – Lei que institui no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, a modalidade de licitação denominada Pregão, para aquisição de bens e serviços comuns;
FINALIDADE DA LICITAÇÃO: quando a AP pretender fazer uma contratação.
PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO
Obtenção do contrato mais vantajoso: a licitação visa proporcionar às entidades governamentais possibilidades de realizarem o negócio mais vantajoso para a Administração Pública. Vale lembrar que nem sempre a proposta mais interessante será a proposta de menor valor pecuniário, vai depender do tipo de licitação adotado no edital convocatório.
Vinculação ao instrumento convocatório: edital e carta-convite (a Administração convoca os interessados).
Desenvolvimento sustentável: na medida do possível, a Administração tem que preservar o meio-ambiente.
Julgamento objetivo: o julgamento da proposta deve levar em conta critério objetivo.
Legalidade – Toda a Administração está estritamente ligada a este princípio, especialmente no que diz respeito à licitação, cujos procedimentos (todas as fases) estão inteiramente vinculados à lei, que previu várias formas de participação popular no controle da legalidade e ampliou as formas de controle interno e externo.
Publicidade – Diz respeito à divulgação de todo o procedimento para o conhecimento dos interessados, a fim de assegurar à coletividade a possibilidade de fiscalizar sua legalidade. A licitação não será sigilosa e qualquer cidadão poderá acompanhar seu desenvolvimento, além disso, o edital será publicado na imprensa oficial – são exigências legais dentre outras que ampliam ao máximo a publicidade do certame. Existe apenas uma exceção quanto a este princípio, trata-se da hipótese da apresentação das propostas pelos licitantes, que será sigilosa até o momento da abertura dos envelopes que as contenham, ocasião em que, torna a vigorar o princípio da publicidade.
Igualdade entre os licitantes – Tal princípio impede a discriminação entre os participantes durante todo o certame, desde o edital ou convite, que não poderá conter cláusulas discriminatórias até o julgamento final que deverá ser imparcial.
Sigilo na apresentação das propostas – É consequência do princípio da igualdade, pois ficaria em vantagem o proponente que viesse a conhecer a proposta de seu concorrente antes da apresentação da sua. As propostas oferecidas pelos licitantes serão sigilosas até o momento da abertura dos envelopes. Quando abertos em audiência pública serão públicos.
Probidade administrativa – Apesar de ser dever de todo administrador público, a lei a incluiu dentre os princípios específicos da licitação. Quando da sua ocorrência, provoca suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. Trata-se de uma exigência de comportamento ético-jurídico em todos os atos pelos administradores. É ligada ao princípio da moralidade.
MODALIDADES DA LICITAÇÃO
- Quanto ao valor da licitação:
Concorrência: é a modalidade de licitação que envolve o maior valor pecuniário de contratação e tem como características a possibilidade de qualquer um participar do certame e a exigência de habilitação prévia.
Em regra, a sua opção se dá pelo valor do contrato, porém, existem exceções em que a presente modalidade é escolhida em razão do objeto (compra/alienação de imóveis, concessão de direito real de uso, registro de preços).
A modalidade concorrência é utilizada para contratos administrativos que envolvam um vulto acima de R$ 3.300.000,00 (para obras e serviços de engenharia). Para os outros serviços será obrigatória a modalidade concorrência quando o valor superar R$ 1.430.000,00.
CONCORRÊNCIA – ALTO VULTO
Tomada de preço: é a utilizada em contratos administrativos de médio valor. A participação neste tipo de certame é restrita àqueles previamente cadastrados no banco de dados através de registro ou aqueles que se cadastram até o 3º dia antes da data prevista para o recebimento das propostas. Não tem fase classificatória.
A modalidade tomada de preço é utilizada para contratos administrativos que envolvam um vulto de até R$ 3.300.000,00 (para obras e serviços de engenharia). Para os outros serviços no valor de até R$ 1.430.000,00.
TOMADA DE PREÇO – MÉDIO VULTO
Convite: é utilizada para contratos administrativos de pequeno vulto. Ao invés de edital utiliza-se a carta convite. Apesar da jurisprudência aceitar duas cartas a lei determina que sejam entregues a pelo menos três empresas. Para o convite pouco importa o pré-cadastro das empresas, mas para aquelas não cadastradas e não convidadas será necessário o cadastramento dentro do prazo de até 24 horas antes do prazo final de apresentação das propostas. Não há publicação de edital, mas, a carta convite é fixada na repartição competente, além de circular pela mídia eletrônica (internet).
A modalidade convite é utilizada para contratos administrativos que envolvam um vulto de até R$ 330.000,00 (para obras e serviços de engenharia). Para os outros serviços no valor de até R$ 176.000,00.
CONVITE – BAIXO VULTO
- Quanto ao objeto da licitação:
Concurso: qualquer interessado pode participar, atendidas as condições mínimas estabelecidas no edital. É destinado à escolha de trabalhos de natureza intelectual (técnico, científico ou artístico) nas hipóteses em que não ocorre a inexigibilidade de licitação.
Não existe proposta licitatória, tem-se a prova que comprova o conhecimento técnico e científico do candidato. Então a melhor proposta será na verdade a melhor nota. Não tem valor pré-fixado, pois o valor será a remuneração ou prêmio pelo trabalho. Ex.: concurso para a escolha de projeto arquitetônico para a construção de uma praça pública.
Leilão: Tem como critério de escolha o maior lance ou preço e é utilizada para venda de bens móveis e semoventes e, em casos especiais, também de imóveis oriundos de procedimento judicial ou de dação em pagamento (o executado não tem dinheiro para pagar o Estado e oferece bens imóveis para quitar o débito). Existem duas espécies de leilão: administrativo (produtos legalmente apreendidos) e judicial (bens penhorados em processos judiciais).
Venda de bens móveis inservíveis para a AP ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis previstos no art. 19, a quem oferecer maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.
OBS.: BENS MÓVEIS PODEM TANTO EM CONCORRÊNCIA QUANTO EM LEILÃO!
Pregão: destina-se à aquisição de bense serviços comuns (aqueles bens que podem ser substituídos por outros com o mesmo padrão de qualidade e eficiência). No pregão o fator técnica não é levado em consideração, mas apenas o fator preço, ou seja, tipo licitatório menor preço.
Espécies de pregão
Pregão presencial: presença física dos participantes. Tanto dos representantes das empresas, quanto da pessoa que conduz o procedimento, o Pregoeiro. Os licitantes devem se credenciar antes da abertura da sessão e então apresentam suas propostas. O Pregoeiro seleciona todas as propostas que estejam dentro de uma margem de 10% acima da melhor oferta para participar dos lances. Caso não haja propostas dentro dessa margem, são escolhidas as 3 melhores propostas. Neste momento se inicia a fase de lances, que é semelhante a um leilão, até que se obtenha a melhor proposta. Verificada a empresa vencedora, o Pregoeiro passa a analisar os documentos de habilitação, bem como eventuais outros aspectos, como amostras.
A autoridade pública tem que justificar porque não escolhe o eletrônico (chama a responsabilidade para si).
Pregão eletrônico: já no pregão eletrônico, os licitantes devem se cadastrar em um sistema virtual de compras para determinada licitação. Obedecendo um prazo estabelecido no edital. (Preferencial, pois terá: economia, seguridade e celeridade).
Inversão de fases
Nas demais modalidades, a Administração é obrigada a verificar a documentação de todos os proponentes mesmo sabendo que, apenas um deles, será o vencedor do certame.
Diferentemente, no pregão, visando a celeridade do procedimento, inverteram-se as fases: primeiramente é aberta e concluída a fase de classificação e julgamento das propostas, seguida da fase de lances para, somente ao final, realizar-se a fase de habilitação e apenas do primeiro classificado no certame (isto é, o vencedor provisório).
 Portanto, a verificação da documentação será feita tão somente do vencedor provisório do certame e, apenas no caso deste ser inabilitado, a Administração procederá à análise da documentação do segundo colocado (e, assim, sucessivamente, se necessário). 
Tem-se, portanto, verdadeira economia de tempo, uma vez que não será necessário efetivar a análise documental de todos os proponentes como ocorre na concorrência.
TIPOS DE LICITAÇÃO
* Tipo menor preço – Licitação que visa a proposta de menor valor econômico.
∗ Tipo menor técnica – Licitação que visa a melhor qualidade do produto oferecido independente do valor.
∗ Tipo técnica e preço – Licitação que visa a melhor combinação entre a melhor técnica e preço. É o tipo mais utilizado.
∗ Maior lance ou oferta – É utilizada especificamente na modalidade leilão.
DISPENSA E INEXECUÇÃO DA LICITAÇÃO
Licitação dispensada: se dá quando a própria lei a declara como tal, e, portanto, é ato vinculado não podendo o administrador escolher entre a obrigatoriedade ou a faculdade do procedimento. A contratação se dará de forma direta. São os casos previstos no art. 17 incisos I e II da Lei n.º 8.666/93:
- Em relação a imóveis: dação em pagamento; investidura (oferecimento de um bem imóvel remanescente de obra pública para o particular, este imóvel não pode ter valor superior a R$40.000,00); venda ou doação a outro Órgão público; alienação, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de habitações de interesse social. 
- Em relação a móveis: doação, permuta (troca de patrimônio entre as esferas de governo), venda de ações e títulos, venda de bens produzidos ou comercializados por Órgãos ou Entidades da Administração e venda de materiais e equipamentos inservíveis.
Licitação dispensável: é aquela em que a Administração Pública pode dispensar, ao seu juízo de conveniência ou oportunidade, o procedimento licitatório, trata-se da efetivação de um ato discricionário. A Lei n.º 8.666/93 no seu art. 24, dispôs alguns casos dispensáveis, cita-se alguns: a licitação é dispensável - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem; nos casos de emergência ou de calamidade pública; AS HIPÓTESES DO ART. 24 SÃO TAXATIVAS.
Licitação inexigível: ocorre quando há impossibilidade de competição entre os concorrentes, seja pela natureza específica do negócio, seja pelos objetivos sociais visados pela Administração.
As hipóteses do art. 25 são exemplificativas:
- 1 fornecedor; - artista consagrado na opinião pública ou crítica; - serviços de natureza técnica realizadas por profissional de notória especialização.
FASES DA LICITAÇÃO
Instrumento convocatório: carta convite – envio e fixação em local apropriado; edital – publicação no diário oficial (resumo do objeto do edital).
Apresenta-se 2 envelopes – 1 proposta; 1 habilitação.
Habilitação: a habilitação é a fase do processo de licitação pública em que a AP averigua a capacidade e idoneidade dos licitantes para firmarem contrato com ela.
Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, exclusivamente, documentação relativa a:
I – habilitação jurídica;
II – qualificação técnica;
III – qualificação econômico-financeira;
IV – regularidade fiscal e trabalhista;
V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7 da CF/88 (proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 e de qualquer trabalho a menores de 16, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14).
Abertura das propostas: só é possível após a habilitação.
Classificação: Verifica se a proposta é adequada e cumpre com os critérios objetivos no edital e se o preço por ele ofertado está compatível com o mercado. Se inadequado é desclassificado.
Julgamento: é a escolha da proposta vencedora pela comissão de licitação ou pelo responsável pelo convite. Os TIPOS DE LICITAÇÃO são critérios objetivos para o julgamento das propostas.
Adjudicação: o vencedor da licitação fica vinculado ao objeto da licitação.
Homologação: é quando a AP declara que todas as fases são válidas, ou seja, não houve nenhum vício de legalidade.
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
É um acordo de vontade que se estipula obrigações recíprocas e em que pelo menos uma das partes é sempre a Administração Pública, independentemente da nomenclatura utilizada. Além disso, o contrato tem que ser regido preponderantemente pelo direito público (art. 54).
CONTRATO ADMINISTRATIVO – é regido pela lei 8.666/93 e no que for omisso pelo Código Civil.
CONTRADO DA ADMINISTRAÇÃO – é todo contrato celebrado pela AP. Apesar de também ter a AP como parte, é regido preponderantemente pelo direito privado, do qual podemos citar como exemplo o contrato de locação de imóvel de propriedade particular.
CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
Presença da administração em pelo menos um dos polos – sendo uma condição necessária e não suficiente.
Submissão ao direito administrativo – a finalidade pública está presente em todos os atos e contratos da administração pública, ainda que regido pelo direito privado.
Desigualdade entre as partes (verticalidade) – isto porque o interesse público defendido pela administração é juridicamente mais relevante do que o interesse privado do contratado.
Existência de clausulas exorbitantes – garantem à administração a posição de supremacia no ajuste. São exorbitantes porque reconhecíveis em todo contrato administrativo, indisponíveis e incomuns nos ajustes de direito privado.
Formalismo – em regra geral, devem ser escritos. No entanto, no caso de pequenas compras de pronto pagamento, admite-se o contrato administrativo verbal. O contrato adquire eficácia com sua publicação, ainda que resumida.
CLÁUSULAS EXORBITANTES
Alteração Unilateral (a AP altera independentemente da anuência da outra parte)
Esta possibilidade de alteração unilateral encontra fundamento na Finalidade do Interesse Público (fim sempre desejado pelo Poder Público) e ocorrerá nos seguintes casos:
Qualitativa: quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetos. Ocorre sempre que a AP necessitar realizar alteração do objeto do contrato para ajustá-lo com a conveniência e oportunidadeao interesse público.
Quantitativa: quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto. Objeto do contrato esta sujeita a alguns limites: para obras, serviços e compras até 25% do valor inicial atualizado do contrato, para acréscimos ou para supressões; para reforma de edifício ou equipamento até 50% para os seus acréscimos.
Rescisão contratual
- amigável: quando as partes decidem que não querem mais.
- judicial: quando particular contratado entra com ação p/ juiz
- unilateral: quando a administração o faz, tendo que ser devidamente motivada (CLÁUSULA EXORBITANTE).
Aplicar sanções (pode penalizar o contratado unilateralmente)
Atraso (injustificado): a AP aplica uma multa -> mora
Descumprimento (total ou parcial): a inexecução total ou parcial do contrato dá à Administração a prerrogativa de aplicar sanções de natureza administrativa, quais sejam:
* Advertência.
∗ Multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato.
∗ Suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 anos. PERANTE A CONTRATANTE
∗ Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública, enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação, perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e depois de decorrido o prazo da sanção aplicada com base no caso anterior. PROIBIDA DE LICITAR OU CONTRATAR DE TODO ÓRGÃO DA AP.
A PENA DE MULTA PODE CUMULAR COM AS OUTRAS
NECESSITA DO DEVIDO PROCESSO LEGAL (CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA)
INOPONIBILIDADE DE EXECUÇÃO DE CONTRATO NÃO CUMPRIDO
Existem contratos que oferecem obrigações recíprocas entre as partes contratantes, de forma que, uma parte não pode exigir da outra o cumprimento de uma obrigação enquanto ela mesma não cumprir com sua própria incumbência. No caso da administração pública mesmo que a ela esteja inadimplente, o contratante DEVE dar continuidade à exceção do contrato porque ele não poderá invocar, de imediato, a exceção do contrato não cumprido em sua defesa.
O PARTICULAR NÃO PODE OPOR EXECUÇÃO DA AP!
DEPOIS DE 90 DIAS EM QUE A AP NÃO CUMPRIR SUA PARTE O CONTRATADO PODE SUSPENDER A EXECUÇÃO!

Continue navegando