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Noções de Direito Administrativo

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CONHECIMENTOS GERAIS
ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA
Noções de Direito Administrativo
Administração pública: princípios básicos. Poderes administrativos: poder hierárquico; poder disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia. Serviços Públicos: conceito e princípios. Ato administrativo: conceito, requisitos e atributos; anulação, revogação e convalidação; discricionariedade e vinculação. Licitações e Contratos administrativos: Lei nº 8.666/93: Conceito, finalidade, princípios, objeto, obrigatoriedade, dispensa, inexigibilidade e vedações, modalidades, procedimentos, anulação e revogação, sanções, pregão presencial e eletrônico, sistema de registro de preços. Lei nº 10.520/2002. Características do contrato administrativo. Formalização e fiscalização do contrato. Aspectos orçamentários e financeiros da execução do contrato. Sanção administrativa. Equilíbrio econômico-financeiro. Garantia contratual. Alteração do objeto. Prorrogação do prazo de vigência e de execução. Servidores públicos: cargo, emprego e função públicos. Lei nº 8.112/90 (Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União): Das disposições preliminares; Do provimento, vacância, remoção, redistribuição e substituição. Dos direitos e vantagens: do vencimento e da remuneração; das vantagens; das férias; das licenças; dos afastamentos; do direito de petição. Do regime disciplinar: dos deveres e proibições; da acumulação; das responsabilidades; das penalidades. Processo administrativo (Lei nº 9.784/99): das disposições gerais; dos direitos e deveres dos administrados. Lei nº 8.429, de 2/6/92: das disposições gerais; dos atos de improbidade administrativa. 
Princípios básicos da Administração Pública.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO ADMINISTRATIVO
Princípios Constitucionais 	L I M P E
Legalidade	É o princípio básico de todo o Direito Público. A doutrina costuma usar a seguinte expressão: na atividade particular tudo o que não está proibido é permitido, na Administração Pública tudo o que não está permitido é proibido. 
O administrador está rigidamente preso à lei e sua atuação deve ser confrontada com a lei.
Impessoalidade	Significa que o administrador deve orientar-se por critérios objetivos, não devendo fazer distinções fundamentadas em critérios pessoais. Toda a atividade da Administração Pública deve ser praticada tendo em vista a finalidade pública. Se não visar o bem público, ficará sujeita à invalidação, por desvio de finalidade. É em decorrência desse princípio que temos, por exemplo, o concurso público e a licitação.
· Desse princípio decorre a generalidade do serviço público – todos que preencham as exigências têm direito ao serviço público.
· A responsabilidade objetiva do Estado decorre do princípio da impessoalidade.
Moralidade	O Direito Administrativo elaborou um conceito próprio de moral, diferente da moral comum. A moral administrativa significa que o dever do administrador não é apenas cumprir a lei formalmente, mas cumprir substancialmente, procurando sempre o melhor resultado para a administração. Pressuposto de validade de todo ato da Administração Pública, tem a ver com a ética, com a justiça, a honestidade, a conveniência e a oportunidade. 
· Toda atuação do administrador é inspirada no interesse público.
· Jamais a moralidade administrativa pode chocar-se com a lei.
· Por esse princípio, o administrador não aplica apenas a lei, mas vai além, aplicando a sua substância.
· A Constituição de 1988 enfatizou a moralidade administrativa, prevendo que “os atos de improbidade importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível”.
Publicidade	Requisito da eficácia e moralidade, pois é através da divulgação oficial dos atos da Administração Pública que ficam assegurados o seu cumprimento, observância e controle; destina-se, de um lado, à produção dos efeitos externos dos atos administrativos. Existem atos que não se restringem ao ambiente interno da administração porque se destinam a produzir efeitos externos – daí ser necessária a publicidade.
Eficiência	Exige resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades dos administrados. Trata-se de princípio meramente retórico→(conjunto de regras). É possível, no entanto, invocá-lo para limitar a discricionariedade do Administrador, levando-o a escolher a melhor opção. 
Eficiência é a obtenção do melhor resultado com o uso racional dos meios. Atualmente, na Administração Pública, a tendência é prevalência do controle de resultados sobre o controle de meios.
Outros princípios da Administração Pública 
Supremacia do interesse público	Os interesses públicos têm supremacia sobre os interesses individuais; é a essência do regime jurídico administrativo. 
Presunção de Legitimidade	Os atos da Administração presumem-se legítimos, até prova em contrário, ou seja, pode ser destruída por prova contrária.
Finalidade	Toda atuação do administrador se destina a atender o interesse público e garantir a observância das finalidades institucionais por parte das entidades da Administração. A finalidade pública objetivada pela lei é a única que deve ser perseguida pelo administrador.
A Lei, ao atribuir competência ao Administrador, tem uma finalidade pública específica. O administrador, praticando o ato fora dos fins, expressa ou implicitamente contidos na norma, pratica DESVIO DE FINALIDADE.
Autotutela	A Administração tem o dever de zelar pela legalidade e eficiência dos seus próprios atos. É por isso que se reconhece à Administração o poder e dever de anular ou declarar a nulidade dos seus próprios atos praticados com infração à Lei.
· A Administração não precisa ser provocada ou recorrer ao Judiciário para reconhecer a nulidade dos seus próprios atos;
· A Administração pode revogar os atos administrativos que não mais atendam às finalidades públicas – sejam inoportunos, sejam inconvenientes – embora legais.
· Em suma, a autotutela se justifica para garantir à Administração: a defesa da legalidade e eficiência dos seus atos; nada mais é que um autocontrole;
Continuidade dos Serviços Públicos	O serviço público destina-se a atender necessidades sociais. É com fundamento nesse princípio que nos contratos administrativos não se permite que seja invocada, pelo particular, a exceção do contrato não cumprido.
· Nos contratos civis bilaterais pode-se invocar a exceção do contrato não cumprido para se eximir da obrigação.
· Hoje, a legislação já permite que o particular invoque a exceção de contrato não cumprido – Lei 8666/93 – Contratos e Licitações, apenas no caso de atraso superior a 90 dias dos pagamentos devidos pela Administração.
· A exceção do contrato não cumprido é deixar de cumprir a obrigação em virtude da outra parte não ter cumprido a obrigação correlata.
Razoabilidade 	Os poderes concedidos à Administração devem ser exercidos na medida necessária ao atendimento do interesse coletivo, sem exageros.
O Direito Administrativo consagra a supremacia do interesse público sobre o particular, mas essa supremacia só é legítima na medida em que os interesses públicos são atendidos.
Exige proporcionalidade entre os meios de que se utilize a Administração e os fins que ela tem que alcançar. Agir com lógica, razão, ponderação. Atos discricionários.
Poderes e deveres dos administradores públicos: uso e abuso do poder, poderes vinculado, discricionário, hierárquico, disciplinar e regulamentar, poder de polícia.
Os poderes e deveres do administrador público são os que estão expressos em lei, os impostos pela moral administrativa e os exigidos pelo interesse da coletividade.
Cada gestor público ou agente da administração é investido de uma parcela de poder público e deveres específicos do cargo, função, serviço ou atividade pública que exerça, com responsabilidades próprias de suas atribuições. A par de serem poderes instrumentais traz em si característica de dever, sendo de realizaçãoobrigatória sempre que objetivem interesse público.
Diferente do direito privado em que o poder de agir é uma faculdade, no direito público é uma imposição, um dever para o agente que detém o poder, não se admitindo a omissão da autoridade diante de situações que exigem sua atuação. Respondendo a Administração, civilmente, pelas omissões ou comissões lesivas de seus agentes. 
Esses poderes que a doutrina denomina de poderes da Administração Públicas, inerentes às estatais, à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, são prerrogativas que viabilizam o fazem valer a supremacia do interesse público em relação ao interesse individual. São eles que emprestam autoridade ao agente público, quando, por lei, recebem competência decisória e força para impor suas decisões aos administrados. Devem, contudo, ser usados como atributos do cargo ou função, e não como privilégio da pessoa que o exerce.
Logo, o agente despido da função ou fora do exercício do cargo não pode usar da autoridade pública nem invocá-la ao seu bel prazer para superpor-se aos demais cidadãos, pois, não estando no exercício de suas funções, deixa de ser autoridade, igualando-se aos demais. Tal conduta caracterizaria abuso de poder, acarretaria a ilegalidade do ato, e conforme o caso tipificaria o crime de abuso de autoridade, definido e punido pela Lei nº 4.898, de 9/12/65. Aqui imperando, como nivelador, o princípio do art. 5°, caput, da CF, que estabelece a igualdade de todos perante a lei. 
A doutrina destaca os seguintes poderes administrativos: Vinculado e Discricionário (tocantes aos atos administrativos), Hierárquico e Disciplinar (quanto à administração pública); Regulamentar e de Polícia. 
1. Poder Vinculado
O chamado poder vinculado, na realidade, não encerra prerrogativa do Poder Público, mas ao contrário, da ideia de restrição, pois, quando se diz que determinada atribuição da Administração é vinculada, quer-se significar que está sujeita à lei em praticamente todos os aspectos. O legislador, nessa hipótese, preestabelece todos os requisitos do ato, de tal forma que, estando eles presente, não cabe à autoridade administrativa senão editá-lo, sem apreciação de aspectos concernentes à oportunidade, conveniência, interesse público, equidade. Esses aspectos foram previamente valorados pelo legislador.
Poder vinculado ou regrado significa que a Administração Pública fica obrigada a observar os exatos limites impostos pela lei para a prática de todos os atos administrativos e a fundamentá-los, indicando o dispositivo legal que serviu de base para a sua prática.
Os atos vinculados são praticados conforme o único comportamento prescrito em lei. A vontade do legislador, ou seja, a especificação da lei predomina sobre a vontade do administrador.
São elementos vinculados: a competência, a finalidade e a forma, além de outros que a normas legal indicar. Sem a observância desses requisitos o ato é nulo, podendo ser assim declarado pela Administração ou pelo Judiciário.
Conforme Helly Lopes Meirelles, nessa categoria de atos, o administrador não tem liberdade de ação ou se tem é mínima, pois terá de se ater às minúcias da lei para realizá-los de forma eficaz. “Deixando de atender a qualquer dado expresso na lei, o ato é nulo, por desvinculado de seu tipo-padrão”. Podendo a invalidade ser reconhecida pela Administração ou pelo Poder judiciário, caso requeira o interessado. 
O princípio da legalidade obriga ao agente público observar fielmente todos os requisitos legais como da essência do ato vinculado. Há jurisprudência dos Tribunais brasileiros nesse sentido, conforme apresentada na obra de Hely Lopes Meirelles, pautada pelos princípios expressos no julgado do STF a seguir: 
A legalidade do ato administrativo, cujo controle cabe ao Poder Judiciário, compreende não só a competência para a prática do ato e de suas formalidades extrínsecas, como também os seus requisitos substanciais, os seus motivos, os seus pressupostos de direito e de fato, desde que tais elementos estejam definidos em lei como vinculadores do ato administrativo.
2. Poder Discricionário
Diferente do poder vinculado, que estabelece restrições ao Administrador para a prática do ato administrativo, devendo este se ajustar aos requisitos da lei, o poder discricionário, que é o seu contraposto, é uma prerrogativa da Administração pública para atuar com opção, com faculdade de escolha, externando um juízo de valor sobre a situação posta, embora essa liberdade deva ser exercida nos limites fixados em lei. É a própria lei que lhe concede essa faculdade de atuação.
No entanto, não se pode dizer que exista como poder autônomo; o que ocorre é que as várias competências exercidas pela Administração com base nos poderes regulamentar, disciplinar, de polícia, serão vinculadas ou discricionárias, dependendo da liberdade, deixada ou não, pelo legislador à Administração Pública.
O fundamento para essa liberdade, segundo Hely Lopes Meirelles, é que há situações, diante da realidade do caso concreto, em que só o administrador está em condições de apreciar os motivos de oportunidade e conveniência e decidir administrativamente no interesse da coletividade, o que seria impossível ao legislador, prover de forma justa e acertada, dispondo em regra abstrata. Então ele contempla alguma liberdade para o administrador, concedendo-lhe a discricionariedade.
Segundo Bandeira de Mello, os “atos discricionários são aqueles cuja prática exige do administrador, por força da maneira como a lei regulou a matéria, que sopese as circunstâncias concretas do caso, de tal modo que seja inevitável uma apreciação subjetiva sua quanto à melhor maneira de proceder para correto atendimento à finalidade legal.” 
Assim como ocorre no ato vinculado, também, no ato discricionário a atividade administrativa também está sujeita ao condicionamento interno imposto pela exigência do bem comum, interesse social ou coletivo, e da moralidade administrativa; e ao condicionamento externo pelo ordenamento jurídico. 
A discricionariedade não é absoluta. Os requisitos de atuação válida como a finalidade, a forma, e a competência para prática do ato sempre é determinada por lei. 
A atividade do administrador está sempre vinculada ao fim a que se destina, e a escolha de opção deverá ser decorrente de concessão legal. O administrador não pode, na prática do ato, desviar-se do interesse coletivo para o qual, como visto anteriormente, toda atividade da Administração Pública deve ser endereçada, e somente assim agirá se a lei contemplar expressamente mais de uma possibilidade de ação, sob pena de incorrer em ilegalidade, por desvio de poder ou de finalidade. O que se verifica quando a autoridade, embora atuando nos limites de competência, pratica o ato com finalidades ou motivos diversos dos estabelecidos pela lei ou exigidos pelo interesse público. 
3. Poder Hierárquico
O poder hierárquico possibilita a identificação da existência de diferentes instâncias decisórias na organização estrutural da Administração pública, o escalonamento de seus órgãos e a repartição de suas funções, e a definição, conforme a lei, dos limites de competência de cada um desses órgãos. 
Não se pode dizer que a organização hierárquica corresponda a atribuição exclusiva do Poder Executivo, diante do artigo 61, § 1°, II, alínea b, da Constituição, segundo o qual se incluem na iniciativa do Presidente da República as leis que disponham sobre organização administrativa. Combinando-se esse dispositivo com o artigo 84, VI, na redação dada pela Emenda Constitucional nº 32/2001, tem-se que concluir que a organização administrativa, quando não implique aumento de despesa, é matéria de Decreto do Presidente da República; quando acarrete aumento de despesa, é matéria de lei de iniciativa do Presidente da República. 
Desse poder decorrem as prerrogativas de dar ordens e fiscalizar o seu cumprimento, delegar e avocar atribuições, fiscalizar e rever atividades de órgãos inferiores.
O Poder de editar atos normativos (resoluções, portarias, instruções), com oobjetivo de ordenar a atuação dos órgãos subordinados; trata-se de atos normativos de efeitos apenas internos e, por isso mesmo, inconfundíveis com os regulamentos; são apenas e tão-somente decorrentes da relação hierárquica, razão pela qual não obrigam pessoas a ela estranhas; o de dar ordens aos subordinados, que implica o dever de obediência, para estes últimos, salvo para as ordens manifestamente ilegais; o de controlar a atividade dos órgãos inferiores, para verificar a legalidade de seus atos e o cumprimento de suas obrigações, podendo anular os atos ilegais ou revogar os inconvenientes ou inoportunos, seja ex-officio, seja mediante provocação dos interessados, por meio de recursos hierárquicos; o de aplicar sanções em caso de infrações disciplinares; o de avocar atribuições, desde que estas não sejam da competência exclusiva do órgão subordinado e o de delegar atribuições que não lhe sejam privativas. 
Sobre o poder hierárquico e os seus objetivos, compreensivo é o texto a seguir de Hely Lopes Meirelles. 
O Poder hierárquico tem por objetivo ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas, no âmbito interno da Administração, repartindo e escalonando as funções entre os agentes do Poder, de modo que cada um possa exercer eficientemente seu encargo; coordena, entrosando as funções no sentido de obter o funcionamento harmônico de todos os serviços a cargo do mesmo órgão; controla, velando pelo cumprimento da lei e das instruções e acompanhando a conduta e o rendimento de cada servidor; corrige os erros administrativos, pela ação revisora dos superiores sobre os atos dos inferiores. Desse modo, a hierarquia atua como instrumento de organização e aperfeiçoamento do serviço e age como meio de responsabilização dos agentes administrativos, impondo-lhes o dever de obediência.
4. Poder Disciplinar
Esse poder é uma resultante do poder hierárquico. Embora apresentado por doutrinadores como sendo uma prerrogativa, uma faculdade da Administração, parecendo ser discricionária a sua aplicação, a verdade é que essa discricionariedade é limitada, podendo incidir apenas na sanção a ser imposta. Pois a apuração de falta e sancionamento de conduta afrontosa de deveres funcionais é dever e não apenas faculdade da Administração. 
Esta, na apuração de qualquer falta funcional, não pode é deixar de observar o procedimento legal que assegure a ampla defesa e o contraditório, com os meios e recursos a ela inerentes, conforme art. 5°, LV da vigente Constituição Federal.
Está voltado para o cumprimento das normas e posturas da própria Administração, e corresponde ao dever de punição administrativa pelo cometimento de faltas ou violações de deveres funcionais por parte dos agentes públicos. 
No poder disciplinar não se aplica o princípio da pena específica, totalmente aplicado pelo Direito Criminal comum, onde vigora o princípio de que não há crime sem lei anterior que o defina e o apene. O Administrador aplicará a sanção que julgar cabível, dentre as enumeradas em lei para a generalidade das infrações administrativas, conforme o seu prudente critério e verificação da falta cometida pelo infrator. 
O poder disciplinar é discricionário, o que deve ser entendido em seus devidos termos. A Administração não tem liberdade de escolha entre punir e não punir, pois, tendo conhecimento de falta praticada por servidor, tem necessariamente que instaurar o procedimento adequado para sua apuração e, se for o caso, aplicar a pena cabível. Não o fazendo, incide em crime de condescendência criminosa, previsto no artigo 320 do Código Penal e em improbidade administrativa, conforme artigo 11, inciso II, da Lei nº 8.429, de 2-6-92. 
A discricionariedade existe, limitadamente, nos procedimentos previstos para apuração da falta, uma vez que os Estatutos funcionais não estabelecem regras rígidas como as que se impõem na esfera criminal. Além disso, a lei costuma dar à Administração o poder de levar em consideração, na escolha da pena, a natureza e a gravidade da infração e os danos que dela provierem para o serviço público (art. 128 do Estatuto Federal, Lei nº 8.112, de 11-12-90, e art. 252 do Estatuto Estadual). 
Discricionariedade existe também com relação a certas infrações que a lei não define; é o caso do procedimento irregular e da ineficiência no serviço, puníveis com pena de demissão, e da falta grave, punível com suspensão; são expressões imprecisas, de modo que a lei deixou à Administração a possibilidade de enquadrar os casos concretos em uma ou outra dessas infrações. 
Nenhuma penalidade pode ser aplicada sem prévia apuração por meio de procedimento legal, em que sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes (art. 52, LV da Constituição). 
5. Poder Regulamentar
Também chamado de poder normativo, é o que confere a Administração pública, mais precisamente ao chefe do Executivo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, poderes para editar normas (regulamentos ou decretos) complementares à lei com a finalidade de explicá-la ou de prover a sua fiel execução.
Os atos pelos quais a Administração exerce o seu poder normativo têm em comum com a lei o fato de emanarem normas, ou seja, atos com efeitos gerais e abstratos.
A definição desse poder, segundo Hely Lopes Meirelles, é:
O pode regulamentar é a faculdade de que dispõem os Chefes do Executivo (Presidente da República, Governadores e Prefeitos) de explicar a lei para sua correta execução, ou de expedir decretos autônomos sobre matéria de sua competência ainda não disciplinada por lei. É um poder inerente e privativo do Chefe do Executivo (CF, art. 84, IV), e, por isso mesmo, indelegável a qualquer subordinado. 
Segundo a Lição de Miguel Reale podem-se dividir os atos normativos em originários e derivados. “Originários se dizem os emanados de um órgão estatal em virtude de competência própria, outorgada imediata e diretamente pela Constituição, para edição de regras instituidoras de direito novo”; compreende os atos emanados do Legislativo. Já os atos normativos derivados têm por objetivo a “explicação ou especificação de um conteúdo normativo preexistente, visando à sua execução no plano da praxis”; o ato normativo derivado, por excelência, é o regulamento. 
O PODER DE POLÍCIA
O poder de polícia, que encontra sua razão no interesse social e seu fundamento na supremacia geral que exerce o Estado sobre todas as pessoas, é, segundo Hely Lopes, “a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado.” 
Mais importante é a lição de Caio Tácito, que expõe que “o poder de polícia é, em suma, o conjunto de atribuições concedidas à Administração para disciplinar e restringir, em favor do interesse público adequado, direitos e liberdades individuais.” 
Pelo conceito moderno, adotado no direito brasileiro, o poder de polícia é a atividade do Estado consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do interesse público. 
No direito brasileiro, encontra-se conceito legal de poder de polícia no artigo 78 do Código Tributário Nacional: "considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos". 
A razão de o Código Tributário Nacional dar o conceito de poder de polícia decorre do fato de constituir o exercício desse poder um dos fatos geradores da taxa (art. 145, II, da Constituição Federal e art. 77 do referido Código). 
O poder de polícia reparte-se entre Legislativo e Executivo. Tomando-se como pressuposto o princípio da legalidade,que impede à Administração impor obrigações ou proibições senão em virtude de lei, é evidente que, quando se diz que o poder de polícia é a faculdade de limitar o exercício de direitos individuais, está-se pressupondo que essa limitação seja prevista em lei. 
O Poder Legislativo, no exercício do poder de polícia que incumbe ao Estado, cria, por lei, as chamadas limitações administrativas ao exercício das liberdades públicas. 
A Administração Pública, no exercício da parcela que lhe é outorgada do mesmo poder, regulamenta as leis e controla a sua aplicação, preventivamente (por meio de ordens, notificações, licenças ou autorizações) ou repressivamente (mediante imposição de medidas coercitivas). 
Dessa forma, o artigo 78 do Código Tributário Nacional define o poder de polícia como atividade da administração pública; mas no parágrafo único considera regular o seu exercício "quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder". 
ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA
Desnecessário, diante do magistral ensinamento de Hely, tecer comentários referentes aos atributos do poder de polícia, quais sejam a discricionariedade, a auto-executoriedade e a coercibilidade.
Todas as restrições impostas aos administrados pela Administração pública, com base na lei, visando a manutenção da prevalência do interesse público sobre o individual é fundamentada no poder de polícia, que tem como finalidade a defesa do bem-estar social, a proteção do interesse da coletividade, ou mesmo do próprio Estado. 
Dado a abrangência do poder de polícia administrativa, no Estado moderno, ele encontra limites nos próprios interesses sociais e nos direitos fundamentais do indivíduo garantidos pela Constituição Federal, e sempre pode ser questionado perante o Judiciário, principalmente em casos de desvio de finalidade, abuso ou excesso de poder. 
Ainda sobre o poder de polícia é relevante mencionar, para maior compreensão do leitor, as características ou atributos desse poder, que são: a discricionariedade, a auto-executoriedade e a coercibilidade. 
Discricionariedade
A lei faculta ao administrador a possibilidade de decidir o momento, as circunstâncias para a prática do ato, verificando a oportunidade e a conveniência, a seu juízo, para exercer o ato de polícia, bem como aplicar as sanções cabíveis, buscando atingir o seu fim, que é a proteção do interesse público. 
Quanto à discricionariedade, embora esteja presente na maior parte das medidas de policia, nem sempre isso ocorre às vezes, a lei deixa certa margem de liberdade de apreciação quanto a determinados elementos, como o motivo ou o objeto, mesmo porque ao legislador não é dado prever todas as hipóteses possíveis a exigir a atuação de policia Assim, em grande parte dos casos concretos, a Administração terá que decidir qual o melhor momento de agir, qual o meio de ação mais adequado, qual a sanção cabível diante das previstas na norma legal Em tais circunstanciais, o poder de policia será discricionário.
Em outras hipóteses, a lei já estabelece que, diante de determinados requisitos, a Administração terá que adotar solução previamente estabelecida, sem qualquer possibilidade de opção. Nesse caso, o poder será vinculado. O exemplo mais comum do ato de polícia vinculado é o da licença. Para o exercício de atividades ou para a prática de atos sujeitos ao poder de polícia do Estado, a lei exige alvará de licença ou de autorização. No primeiro caso, o ato é vinculado, porque a lei prevê os requisitos diante dos quais a Administração é obrigada a conceder o alvará; é o que ocorre na licença para dirigir veículos automotores, para exercer determinadas profissões, para construir. No segundo caso, o ato é discricionário, porque a lei consente que a Administração aprecie a situação concreta e decida se deve ou não conceder a autorização, diante do interesse público em jogo; é o que ocorre com a autorização para porte de arma, com a autorização para circulação de veículos com peso ou altura excessivos, com a autorização para produção ou distribuição de material bélico. 
Diante disso, pode-se dizer que o poder de polícia tanto pode ser discricionário (e assim é na maior parte dos casos), como vinculado. 
Auto-executoriedade
Esse atributo representa a faculdade que tem a Administração pública de decidir e executar os seus atos, utilizando-se de seus próprios meios para impor as medidas ou sanções de polícia administrativa, sem a intervenção do Poder Judiciário, quando julgar necessárias à contenção de atividades de administrados em detrimento do interesse público.
A auto-executoriedade autoriza a prática do ato de polícia administrativa pela própria Administração, independentemente de mandado judicial. As multas, mesmo quando resultantes do poder de polícia, ficam excluídas da auto-executoriedade, pois como as demais dívidas dos administrados para com a Administração só podem ser executadas judicialmente. 
Coercibilidade
Significa que o ato de polícia é imperativo, ou seja, obrigatório para os seus destinatários, justificando até mesmo o emprego da força pública em caso de resistência do administrado infrator ao seu cumprimento. A coerção também não depende de autorização judicial, e é imposta pela Administração Pública, quando necessária, em nome da defesa do interesse público.
A coercibilidade é indissociável da auto-executoriedade. O ato de polícia só é auto-executório porque é dotado de força coercitiva. Aliás, a auto-executoriedade, tal como conceituada não se distingue da coercibilidade, definida por Hely Lopes Meirelles como "a imposição coativa das medidas adotadas pela Administração". 
Outro atributo que alguns autores apontam para o poder de polícia é o fato de ser uma atividade negativa, distinguindo-se, sob esse aspecto, do serviço público, que seria uma atividade positiva. Neste, a Administração Pública exerce, ela mesma, uma atividade material que vai trazer um benefício, uma utilidade, aos cidadãos: por exemplo, ela executa os serviços de energia elétrica, de distribuição de água e gás, de transportes etc.; na atividade de polícia, a Administração apenas impede a prática, pelos particulares, de determinados atos contrários ao interesse público; ela impõe limites à conduta individual. 
O critério é útil apenas na medida em que demonstra a diferença entre poder de polícia e serviço público. Mas tem-se que levar em conta que, ao se qualificar o serviço público como atividade positiva, está-se considerando a posição da Administração: ela desenvolve uma atividade que vai trazer um acréscimo aos indivíduos, isoladamente ou em conjunto; no poder de polícia, o aspecto negativo diz respeito ao particular frente à Administração: ele sofrerá um limite em sua liberdade de atuação, imposto pela Administração. 
Ensina Celso Antonio Bandeira de Mello que o poder de polícia é atividade negativa no sentido de que sempre impõe uma abstenção ao particular, uma obrigação de não fazer. Mesmo quando o poder de polícia impõe, aparentemente, uma obrigação de fazer, como exibir planta para licenciamento de construção, fazer exame de habilitação para motorista, colocar equipamento contra incêndio nos prédios, "o poder público não quer estes atos. Quer, sim, evitar que as atividades ou situações pretendidas pelos particulares sejam efetua das de maneira perigosa ou nociva, o que ocorreria se realizadas fora destas condições". Por outras palavras, mesmo quando se exige prática de um ato pelo particular, o objetivo é sempre uma abstenção: evitar um dano oriundo do mau exercício do direito individual. 
Há que se lembrar, porém, que alguns autores consideram como inseridas no poder de polícia as obrigações de fazer impostas ao proprietário, compelindo-o a usar o imóvel de acordo com sua função social. Nesse caso, não se pode falar que o objetivo do poder de polícia seja uma abstenção, uma atividade negativa. 
LIMITES 
Como todo ato administrativo, a medida de polícia,ainda que seja discricionária, sempre esbarra em algumas limitações impostas pela lei, quanto à competência e à forma, aos fins e mesmo com relação aos motivos ou ao objeto; quanto aos dois últimos, ainda que a Administração disponha de certa dose de discricionariedade, esta deve ser exercida nos limites traçados pela lei. 
Quanto aos fins, o poder de polícia só deve ser exercido para atender ao interesse público. Se o seu fundamento é precisamente o princípio da predominância do interesse público sobre o particular, o exercício desse poder perderá a sua justificativa quando utilizado para beneficiar ou prejudicar pessoas determinadas; a autoridade que se afastar da finalidade pública incidirá em desvio de poder e acarretará a nulidade do ato com todas as consequências nas esferas civil, penal e administrativa. 
A competência e o procedimento devem observar também as normas legais pertinentes. Quanto ao objeto, ou seja, quanto ao meio de ação, a autoridade sofre limitações, mesmo quando a lei lhe dê várias alternativas possíveis. Tem aqui aplicação um princípio de direito administrativo, a saber, o da proporcionalidade dos meios aos fins; isto equivale a dizer que o poder de polícia não deve ir além do necessário para a satisfação do interesse público que visa proteger; a sua finalidade não é destruir os direitos individuais, mas, ao contrário, assegurar o seu exercício, condicionando-o ao bem-estar social; só poderá reduzi-los quando em conflito com interesses maiores da coletividade e na medida estritamente necessária à consecução dos fins estatais. 
Alguns autores indicam regras a serem observadas pela polícia administrativa, com o fim de não eliminar os direitos individuais: a da necessidade, em consonância com a qual a medida de polícia só deve ser adotada para evitar ameaças reais ou prováveis de perturbações ao interesse público; a da proporcionalidade, já referida, que significa a exigência de uma relação necessária entre a limitação ao direito individual e o prejuízo a ser evitado; a da eficácia, no sentido de que a medida deve ser adequada para impedir o dano ao interesse público. 
Por isso mesmo, os meios diretos de coação só devem ser utilizados quando não haja outro meio eficaz para alcançar-se o mesmo objetivo, não sendo válidos quando desproporcionais ou excessivos em relação ao interesse tutelado pela lei.
Serviços Públicos: conceito e princípios
Noções Gerais: Conceito
Segundo Hely Lopes Meirelles “serviço público é todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade, ou simples conveniência do Estado”. São exemplos de serviços públicos: o ensino público, o de polícia, o de saúde pública, o de transporte coletivo, o de telecomunicações, etc.
Classificação
Os serviços públicos, conforme sua essencialidade, finalidade, ou seus destinatários podem ser classificados em:
· públicos;
· de utilidade pública;
· próprios do Estado;
· impróprios do Estado;
· administrativos;
· industriais;
· gerais;
· individuais.
Públicos
São os essenciais à sobrevivência da comunidade e do próprio Estado. São privativos do Poder Público e não podem ser delegados. Para serem prestados o Estado pode socorrer-se de suas prerrogativas de supremacia e império, impondo-os obrigatoriamente à comunidade, inclusive com medidas compulsórias. Exs.: serviço de polícia, de saúde pública, de segurança.
De Utilidade Pública
São os que são convenientes à comunidade, mas não essenciais, e o Poder Público pode prestá-los diretamente ou por terceiros (delegados), mediante remuneração. A regulamentação e o controle é do Poder Público. Os riscos são dos prestadores de serviço. Exs.: fornecimento de gás, de energia elétrica, telefone, de transporte coletivo, etc. Estes serviços visam a facilitar a vida do indivíduo na coletividade.
Próprios do Estado
São os que relacionam intimamente com as atribuições do Poder Público. Exs.: segurança, política, higiene e saúde públicas, etc. Estes serviços são prestados pelas entidades públicas (União, Estado, Municípios) através de seus órgãos da Administração direta. Neste caso, diz-se que os serviços são centralizados, porque são prestados pelas próprias repartições públicas da Administração direta. Aqui, o Estado é o titular e o prestador do serviço, que é gratuito ou com baixa remuneração. Exs.: serviço de polícia, de saúde pública. Estes serviços não são delegados.
Impróprios do Estado
São os de utilidade pública, que não afetam substancialmente as necessidades da comunidade, isto é, não são essenciais. A Administração presta-os diretamente ou por entidades descentralizadas (Autarquias, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista, Fundações Governamentais), ou os delega a terceiros por concessão, permissão ou autorização. Normalmente são rentáveis e são prestados sem privilégios, mas sempre sob a regulamentação e controle do Poder Público. Exs.: serviço de transporte coletivo, conservação de estradas, de fornecimento de gás, etc.
Administrativos
São os executados pela Administração para atender às suas necessidades internas. Ex.: datilografia, etc.
Industriais
São os que produzem renda, uma vez que são prestados mediante remuneração (tarifa). Pode ser prestado diretamente pelo Poder Público ou por suas entidades da Administração indireta ou transferidos a terceiros, mediante concessão ou permissão. Exs.: transporte, telefonia, correios e telégrafos.
Gerais
São os prestados à coletividade em geral, sem ter um usuário determinado. Exs.: polícia, iluminação pública, conservação de vias públicas, etc. São geralmente mantidos por impostos.
Individuais
São os que têm usuário determinado. Sua utilização é mensurável. São remunerados por tarifa. Exs.: telefone, água e esgotos, etc.
Regulamentação e Controle
A regulamentação e o controle do serviço público cabem sempre ao Poder Público, o qual tem a possibilidade de modificação unilateral das cláusulas da concessão, permissão ou autorização. Há um poder discricionário de revogar a delegação, respondendo, conforme o caso, por indenização.
Princípios do Serviço Público (Requisitos e Direitos do Usuário)
Os requisitos do serviço público são sintetizados em cinco princípios:
· permanência (continuidade do serviço);
· generalidade (serviço igual para todos);
· eficiência (serviços atualizados);
· modicidade (tarifas módicas);
· cortesia (bom tratamento para o público).
Ato administrativo: requisitos, atributos, classificação, espécies, revogação, invalidação e convalidação do ato administrativo.
Conceito do Ato Administrativo
1. Conceito:
Ato administrativo é a declaração jurídica do Estado ou de quem lhe faça às vezes, no exercício de prerrogativas→(privilégios, benefícios) públicas, praticada enquanto comando complementar de lei e sempre passível de reapreciação pelo Poder Judiciário.
1.1 Do Estado ou de quem lhe faça as vezes:
O ato administrativo pode ser praticado (editado) pelo Estado ou por particular que tenha recebido, por delegação, o dever de executá-lo, em nome do Estado. Ex: Concessionários; Cartórios extrajudiciais expedindo certidão de óbito.
Portanto, o ato administrativo é identificado por características próprias e não pelas pessoas que o executam.
1.2 No exercício de prerrogativas públicas→(concessões, benefícios públicos):
O ato administrativo é regido pelo regime de direito público, isto é, executado debaixo de prerrogativas e limites concedidos pelo ordenamento jurídico, em razão de representar interesses da coletividade (Princípio da supremacia e da indisponibilidade do interesse publico). Quem lhe faça às vezes também esta submetido ao regime de direito público.
Os autores que consideram o ato administrativo de forma ampla, afirmam que o ato administrativo pode ser regido pelo direito público ou direito privado, com fundamento no ato administrativo de império (regido pelo direito público) e ato administrativo de gestão (regido pelo direito privado). Ex: Contrato de locação em que o PoderPúblico é locatário. Para nós os atos de gestão não são atos administrativos, pois nestes o Estado atua como se pessoa privada fosse. Os atos de gestão, embora sejam atos da Administração, não são atos administrativos.
1.3 Praticada enquanto comando complementar da lei (ato de execução de lei):
Lei é uma palavra equívoca→(tem mais de um sentido), mas nos atos administrativos refere-se ao conjunto de normas abstratas que tiram seu fundamento direto da Constituição Federal. Assim, o ato administrativo é aquele praticado enquanto comando complementar de Lei ordinária, Lei complementar, Lei delegada e etc.
Para os autores que consideram ato administrativo de forma ampla, seriam também atos administrativos os atos políticos ou de governo. No nosso conceito de ato administrativo, não entram os atos de governo ou políticos, pois estes são atos complexos, amplamente discricionários, praticados, normalmente pelo Chefe do Poder Executivo, com base direta na Constituição Federal e não na lei. Ex: Sanção; Declaração de guerra e etc. Os atos políticos ou de governo, embora sejam atos da Administração, não são atos administrativos.
1.4 Sempre revisível pelo Poder Judiciário:
Os atos administrativos são sempre revisíveis pelo Poder Judiciário, no que se refere a validade (legalidade) do ato. “A Lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito” (art. 5º, XXXV da CF).
2. Ato administrativo e ato da Administração:
Atos da Administração são aqueles praticados pelos órgãos ou pessoas vinculadas a estrutura do Poder Executivo. Assim, o conjunto formado pelos atos da Administração é um e o conjunto formado pelos atos administrativos é outro, isto é há atos da Administração que não são atos administrativos e outros que são atos administrativos. E há atos administrativos que são da Administração e outros que não são.
· Atos administrativos que não são atos da Administração: Atos administrativos praticados pelo Poder Legislativo ou Poder Judiciário, na sua função atípica→(Que se afasta do normal).
Ex:- Regimento Interno
· Atos da Administração que não são atos administrativos:
· Atos atípicos→(Que se afasta do normal) praticados pelo Poder Executivo, exercendo função legislativa ou judiciária. Ex: Medida Provisória.
· Atos materiais (não jurídicos) praticados pelo Poder Executivo, enquanto comandos complementares da lei. Ex: Ato de limpar as ruas; Ato de servir um café e etc.
· Atos regidos pelo direito privado praticados pelo Poder Executivo. Ex: Atos de gestão.
· Atos políticos ou de governo praticados pelo Poder Executivo (atos complexos amplamente discricionários praticados com base direta na Constituição Federal). Ex: Sanção ou veto da lei; Declaração de guerra e etc.
3. Perfeição, validade e eficácia do ato administrativo:
Hely Lopes Meirelles considera estes campos interdependentes, mas para nós são campos autônomos:
· Campo da existência: O ato administrativo é perfeito (concluído) quando cumprir os requisitos de existência→(realidade) jurídica, incluído nestes a publicidade.
Para alguns autores a publicidade não faz parte da existência, mas para nós faz. Ex: Presidente assina um decreto e depois rasga. Para nós, o papel não era nada, apenas um simples projeto de ato administrativo, mas para quem acha que a publicidade não faz parte da existência, aquele papel é um ato administrativo.
· Campo da validade: O ato administrativo é válido quando produzido de acordo com as normas jurídicas que o regem (adequado à ordem jurídica).
· Campo da eficácia: Eficácia é uma palavra equívoca em direito, sendo ora utilizada para verificação da produção de efeitos no campo social e ora no sentido estritamente jurídico. Analisado por este último sentido, o ato administrativo é eficaz quando esta apto→(adequado) a produzir efeitos. 
Pode acontecer de um ato administrativo existir, ser válido, mas ser ineficaz (seus efeitos serem inibidos): Quando o ato administrativo é submetido a uma condição suspensiva (fato futuro e incerto que o suspende); a um termo inicial (subordinado a um fato futuro e certo) ou à pratica ou edição de outro ato jurídico que condiciona os seus efeitos (Ex: portaria que só produzirá efeitos após a decisão do governador).
O ato administrativo pode ser perfeito, valido e eficaz (concluído; de acordo com a lei e apto a produzir efeitos); pode ser perfeito valido ineficaz (concluído; de acordo com a lei, mas não é apto a produzir efeitos); pode ser perfeito, invalido e eficaz (concluído; não esta de acordo com a lei, mas é capaz de produzir efeitos, pois ainda não foi extinto do mundo jurídico); pode ser perfeito, invalido e ineficaz. (concluído; não esta de acordo com a lei e ser revogado);
Atributos ou Qualidades Jurídicas do Ato Administrativo
1. Atributos do ato administrativo:
Os Atributos dos atos administrativos surgem em razão dos interesses que a Administração, representa quando atua, estando alguns presente em todos os atos administrativos e outros não.
· Presunção de legitimidade ou veracidade ou validade ou legalidade;
· Imperatividade;
· Exigibilidade ou coercibilidade;
· Auto-executoriedade ou executoriedade;
2. Atributos da Presunção de legitimidade (veracidade, validade ou legalidade):
É a presunção de que os atos administrativos são válidos, isto é, de acordo com a lei até que se prove o contrário. Trata-se de uma presunção relativa. Ex: Certidão de óbito tem a presunção de validade até que se prove que o “de cujus” esta vivo.
3. Atributos da Imperatividade:
É o poder que os atos administrativos possuem de impor obrigações unilateralmente aos particulares, independentemente da concordância destes. Ex: A luz vermelha no farol é um ato administrativo que obriga unilateralmente o motorista a parar, mesmo que ele não concorde.
4. Atributos da Exigibilidade ou coercibilidade→(coagido, reprimível):
É o poder que os atos administrativos possuem de serem exigidos quanto ao seu cumprimento, sob ameaça de sanção. Vai além da imperatividade, pois traz uma coerção→(força) para que se cumpra o ato administrativo. Ex: Presença do guarda na esquina do farol é a ameaça de sanção.
A exigibilidade e a imperatividade podem nascer no mesmo instante cronológico ou primeiro a obrigação e depois a ameaça de sanção, assim a imperatividade é um pressuposto lógico da exigibilidade.
5. Atributos da Auto-Executoriedade ou Executoriedade:
É o poder que os atos administrativos têm de serem executados pela própria Administração independentemente de qualquer solicitação ao Poder Judiciário. É algo que vai além da imperatividade e da exigibilidade. 
Executar, no sentido jurídico, é cumprir aquilo que a lei pré-estabelece abstratamente. O particular não tem executoriedade, com exceção do desforço→(desagravo) pessoal para evitar a perpetuação do esbulho→(Privar de alguma coisa ilegitimamente). Ex: O agente público que constatar que uma danceteria toca músicas acima do limite máximo permitido, poderá lavrar auto de infração, já o particular tem que entrar com ação competente no Judiciário. 
· Requisitos para a auto-executoriedade:
· Previsão expressa na lei: A Administração pode executar sozinha os seus atos quando existir previsão na lei, mas não precisa estar mencionada a palavra auto-executoriedade. Ex: É vedado vender produtos nas vias publicas sem licença municipal, sob pena de serem apreendidas as mercadorias.
· Previsão tácita ou implícita na lei: Administração pode executar sozinha os seus atos quando ocorrer uma situação de urgência em que haja violação do interesse público e inexista um meio judicial idôneo capaz de a tempo evitar a lesão. Ex: O administrador pode apreender um carrinho de cachorro-quente que venda lanches com veneno.
A autorização para a auto-executoriedade implícita está na própria lei que conferiu competência à Administração para fazê-lo, pois a competência é um dever-poder e ao outorgar o dever de executar a lei, outorgou o poder para fazê-lo, seja ele implícito ou explícito. 
· Princípios que limitam a discricionariedade (liberdade de escolha do administrador)na auto-executoriedade:
· Princípio da razoabilidade: Administrador deve sempre se comportar dentro do que determina a razão.
· Princípio da proporcionalidade: Administrador deve sempre adotar os meios adequados para atingir os fins previstos na lei, ou seja, deve haver pertinência lógica entre o meio e o fim. A ofensa ao princípio da proporcionalidade também leva à ofensa do princípio da razoabilidade.
Não há liberdade que não tenha limites e se ultrapassados estes gera abuso de poder, que é uma espécie de ilegalidade.
Requisitos→(condições) dos Atos Administrativos
Independentemente de sua classificação, o ato administrativo tem cinco requisitos básicos, que são: 
· competência,
· finalidade,
· forma,
· motivo e
· objeto
COMPETÊNCIA: 	A competência refere-se à atribuição legal do agente ou do órgão para a prática do ato. Condição para a validade do ato. Nenhum ato pode ser realizado validamente sem que o agente disponha de poder legal para tal. A competência resulta da lei. Todo ato emanado de agente incompetente ou realizado além do limite de que dispõe a autoridade competente, é INVÁLIDO. A competência pode ser delegada ou avocada, desde que permitido pelas normas reguladoras da Administração. A competência é um elemento vinculado, não pode ser alterado discricionariamente.
FINALIDADE: 	A finalidade é o objetivo do ato, de acordo com a vontade da lei. O desvio de finalidade, ou a finalidade diversa da desejada pela lei, é uma espécie de abuso de poder. O objetivo sempre será o interesse público. Assim, a finalidade é elemento vinculado, pois não se admite ato administrativo sem finalidade pública. Os atos administrativos que não objetivam o interesse público são NULOS. A finalidade do ato está sempre indicada na lei, não cabendo ao administrador sua escolha. Caso o administrador altere a finalidade expressa na norma legal, estaremos diante do DESVIO DE PODER. 
FORMA: 	A forma é o modo pelo qual o ato deve ser feito. É o revestimento exteriorizador do ato administrativo. Trata-se de outro elemento vinculado, ou seja, está indicado na lei. Se os atos jurídicos entre particulares podem ser aperfeiçoados com liberdade de forma, isto é exceção quando se trata de ato administrativo. A forma normal dos atos administrativos é a escrita, embora possam ser realizados através de ordens verbais e até através de sinais convencionais. Estes últimos só serão admitidos em caso de urgência. Do mesmo modo que sua realização é formal, a modificação ou revogação do ato administrativo também o é. A inobservância da forma é motivo para invalidade do ato.
MOTIVO: 	O motivo é o fato em virtude do qual agiu a administração, ou o pressuposto de fato e de direito do ato administrativo. A transgressão de uma postura, por exemplo, é o motivo da multa. A desídia do funcionário é o motivo de sua demissão. É o fato que autoriza a autoridade à realização do ato administrativo. Pode ser vinculado, quando expresso em lei, ou discricionário, quando a critério do administrador. "O ato discricionário, quando motivado, fica vinculado ao motivo que lhe serviu de suporte, com o que se verificado ser o mesmo falso ou inexistente, deixa de subsistir".
OBJETO: 	O objeto é o assunto de que trata o ato, ou o conteúdo do ato, como a imposição de uma multa ou a regulamentação de uma feira livre. O objeto identifica-se com o conteúdo do ato, através do qual a Administração manifesta seu poder e sua vontade, ou atesta situações preexistentes. É aquilo que sofrerá a ação do poder público. No caso dos atos discricionários, o objeto fica sujeito à escolha do Poder Público. Nesse caso, estamos diante do mérito administrativo.
Espécies de atos administrativos
1. Espécies de atos administrativos:
· Atos normativos: São aqueles que contém um comando geral do Poder Executivo visando à correta aplicação da lei. São atos infralegais que encontram fundamento no poder normativo (art. 84, IV da CF). Ex: Decretos; Regulamentos; Portarias e etc. (NORMAS)
· Atos ordinatórios: São aqueles que visam a disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta de seus agentes no desempenho de suas atribuições. Encontra fundamento no Poder Hierárquico. Ex: Ordens, Circulares, Avisos, Portarias, Ordens de serviço e Ofícios. (HABITUAIS) 
· Atos negociais: São aqueles que contêm uma declaração de vontade da Administração visando concretizar negócios jurídicos, conferindo certa faculdade ao particular nas condições impostas por ela. É diferente dos negócios jurídicos, pois é ato unilateral. (COMERCIAL)
· Atos enunciativos: São aqueles que contêm a certificação de um fato ou emissão de opinião da Administração sobre determinado assunto sem se vincular ao seu enunciado. Ex: Certidões, Atestados, Pareceres e o apostilamento de direitos (atos declaratórios de uma situação anterior criada por lei). (DECLARAÇÃO)
· Atos punitivos: São aqueles que contêm uma sanção imposta pela Administração àqueles que infringirem disposições legais. Encontra fundamento no Poder Disciplinar. Ex: Interdição de estabelecimento comercial em vista de irregularidade; Aplicação de multas e etc. (PUNIÇÃO)
Classificação dos atos administrativos
1. Classificação:
Os autores divergem na classificação em razão dos conceitos diferentes. Um ato administrativo pode estar enquadrado em várias classificações ao mesmo tempo. Ex: Ato de permissão de uso é ato individual, externo, de império, discricionário e simples.
2. Quanto ao alcance ou efeitos sob terceiros:
· Atos internos: São aqueles que geram efeitos dentro da Administração Pública. Ex: Edição de pareceres.
· Atos externos: São aqueles que geram efeitos fora da Administração Pública, atingindo terceiros. Ex: Permissão de uso; Desapropriação.
3. Quanto à composição interna:
· Atos simples: é o que decorre da declaração de vontade de um único órgão, seja ele singular ou colegiado, ou seja, não importando se esse órgão se manifesta por uma única pessoa ou por várias pessoas. São exemplos a emissão de carteira de motorista (manifestação do DETRAN, por meio de seu presidente) e a deliberação de um Conselho de Contribuintes (manifestação do Conselho, pela sua maioria. Ex: Demissão de um funcionário.
· Atos compostos: é o que resulta da manifestação de dois (ou mais) órgãos, em que a vontade de um é instrumental em relação a de outro, que edita o ato principal. Enquanto no ato complexo fundem-se vontades para praticar um ato só, no ato composto, praticam-se dois atos, um principal e outro acessório, ou seja, são aqueles que decorrem da manifestação de vontade de um único órgão em situação sequencial. Ex: Nomeação do Procurador-Geral da Republica. “Nomeado pelo Presidente e aprovado pelo Senado Federal”.
· Atos complexos: é o que resulta da manifestação de dois (ou mais) órgãos para a formação de um ato único. O decreto presidencial é um exemplo, uma vez que é assinado pelo Presidente da República é referendado→(confirmado também como responsável) pelo Ministro, contando assim com dois órgãos (Presidência e Ministério) que editam um único decreto, ou seja, são aqueles que decorrem da conjugação de vontades de mais de um órgão no interior de uma mesma pessoa jurídica. Ex: Ato de investidura; portaria intersecretarial.
 (
1 ato único 
2 atos (principal e
 
acessório)
) (
ato complexo
ato
 
composto
)Assim:
· Quantidade de atos
 (
independentes
dependentes (só ratifica)
) (
ato complexo
ato
 
composto
)
· Vontades dos órgãos
Por fim, ato administrativo composto é o ato que resulta da "vontade de um órgão, mas depende da verificação por parte de outro, para se tornar exequível. (...) O ato composto distingue-se do complexo porque este só se forma com a conjugação de vontades de órgãos diversos, ao passo que aquele é formado pela manifestação de vontade de um único órgão, sendo apenas ratificado por outra autoridade”
4. Quanto à sua formação:
· Atos unilaterais: São aqueles formados pela manifestação de vontade de uma única pessoa. Ex: Demissão - Para Hely Lopes Meirelles, só existem os atos administrativos unilaterais.
· Atos bilaterais: São aquelesformados pela manifestação de vontade de mais de uma pessoa. Ex: Contrato administrativo. 
5. Quanto à sua estrutura:
· Atos concretos: São aqueles que se exaurem em uma aplicação. Ex: Apreensão.
· Atos abstratos: São aqueles que comportam reiteradas aplicações, sempre que se renove a hipótese nele prevista. Ex: Punição.
6. Quanto aos destinatários:
· Atos gerais: São aqueles editados sem um destinatário específico. Ex: Concurso público.
· Atos individuais: São aqueles editados com um destinatário específico. Ex: Permissão para uso de bem público.
7. Quanto à esfera jurídica de seus destinatários:
· Atos ampliativos: São aqueles que trazem prerrogativas→(benefícios) ao destinatário, alargam sua esfera jurídica. Ex: Nomeação de um funcionário; Outorga→(aprova) de permissão.
· Atos restritivos: São aqueles que restringem a esfera jurídica do destinatário, retiram direitos seus. Ex: Demissão; Revogação da permissão.
8. Quanto às prerrogativas→(benefícios) da Administração para praticá-los:
· Atos de império: São aqueles praticados sob o regime de prerrogativas públicas. A administração de forma unilateral impõe sua vontade sobre os administrados (princípio da supremacia dos interesses públicos). Ex: Interdição de estabelecimento comercial por irregularidades.
· Atos de expediente: São aqueles destinados a dar andamento aos processos e papéis que tramitam no interior das repartições.
9. Quanto ao grau de liberdade conferido ao administrador:
· Atos vinculados: São aqueles praticados sem liberdade subjetiva→(pessoal), isto é, sem espaço para a realização de um juízo de conveniência e oportunidade. O administrador fica inteiramente preso ao enunciado da lei, que estabelece previamente um único comportamento possível a ser adotado em situações concretas. Ex: Pedido de aposentadoria por idade em que o servidor demonstra ter atingido o limite exigido pela Constituição Federal.
· Atos Discricionários: São aqueles praticados com liberdade de opção, mas dentro dos limites da lei. O administrador também fica preso ao enunciado da lei, mas ela não estabelece um único comportamento possível a ser adotado em situações concretas, existindo assim espaço para a realização de um juízo de conveniência e oportunidade. Ex: A concessão de uso de bem público depende das características de cada caso concreto; Pedido de moradores exigindo o fechamento de uma rua para festas Juninas.
A discricionariedade é a escolha de alternativas dentro da lei. Já a arbitrariedade→(facultabilidade) é a escolha de alternativas fora do campo de opções, levando à invalidade do ato. 
O Poder Judiciário pode rever o ato discricionário sob o aspecto da legalidade, mas não pode analisar o mérito do ato administrativo (conjunto de alternativas válidas), salvo quando inválido. Assim, pode analisar o ato sob a ótica da eficiência, da moralidade, da razoabilidade, pois o ato administrativo que contrariar estes princípios não se encontra dentro das opções válidas. 
Classificação dos atos administrativos quanto ao conteúdo
1. Admissão:
É o ato administrativo unilateral vinculado, pelo qual a Administração faculta a alguém o ingresso em um estabelecimento governamental para o recebimento de um serviço público. Ex: Matrícula em escola.
É preciso não confundir com a admissão que se refere à contratação de servidores por prazo determinado sem concurso público.
2. Licença:
É o ato administrativo unilateral vinculado, pelo qual a Administração faculta a alguém o exercício de uma atividade material. Ex: Licença para edificar ou construir. Diferente da autorização, que é discricionária. 
3. Homologação→(confirmação, aprovação):
É o ato administrativo unilateral vinculado, pelo qual a Administração manifesta a sua concordância com a legalidade de ato jurídico já praticado.
4. Aprovação:
É o ato administrativo unilateral discricionário, pelo qual a Administração manifesta sua concordância com ato jurídico já praticado ou que ainda deva ser praticado. É um ato jurídico que controla outro ato jurídico. 
· Aprovação prévia ou “a priori”: Ocorre antes da prática do ato e é um requisito necessário à validade do ato.
· Aprovação posterior ou “a posteriore”: Ocorre após a pratica do ato e é uma condição indispensável para sua eficácia. Ex: Ato que depende de aprovação do governador.
Na aprovação, o ato é discricionário e pode ser prévia ou posterior. Na homologação, o ato é vinculado e só pode ser posterior à prática do ato. Para outros autores a homologação é o ato administrativo unilateral pelo qual o Poder Público manifesta a sua concordância com legalidade ou a conveniência de ato jurídico já praticado, diferindo da aprovação apenas pelo fato de ser posterior.
5. Concessão:
É o contrato administrativo pelo qual a Administração (Poder Concedente), em caráter não precário→(em tempo não curto, porém determinado), faculta a alguém (Concessionário) o uso de um bem público, a responsabilidade pela prestação de um serviço público ou a realização de uma obra pública, mediante o deferimento da sua exploração econômica. – Este contrato está submetido ao regime de direito público.
Tendo em vista que o contrato tem prazo determinado, se o Poder Concedente→(quem concedeu: União, Estado, Distrito Federal e Município) extingui-lo antes do término por questões de conveniência e oportunidade, deverá indenizar, pois o particular tem direito à manutenção do vínculo.
· Concessão para uso de bem público:
· Concessão comum de uso ou Concessão administrativa de uso: É o contrato administrativo por meio do qual delega-se o uso de um bem público ao concessionário, por prazo certo e determinado. Por ser direito pessoal não pode ser transferida, “inter vivos” ou “causa mortis”, a terceiros. Ex: Área para parque de diversão; Área para restaurantes em Aeroportos.
· Concessão de direito real de uso: É o contrato administrativo por meio do qual delega-se o uso em imóvel não edificado para fins de edificação; urbanização; industrialização; cultivo da terra (Decreto-lei 271/67). Delega-se o direito real de uso do bem.
· Cessão de uso: É o contrato administrativo através do qual transfere-se o uso de bem público de um órgão da Administração para outro na mesma esfera de governo ou em outra esfera.
· Concessão para realização de uma obra pública:
· Contrato de obra pública: É o contrato por meio do qual delega-se a realização da obra pública. A obra será paga pelos cofres públicos.
· Concessão de obra pública ou Concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: É o contrato por meio do qual delega-se a realização da obra pública e o direito de explorá-la. A obra pública será paga por meio de tarifas.
· Concessão para delegação de serviço público: É o contrato por meio do qual delega-se a prestação de um serviço público, sem lhe conferir a titularidade, atuando assim em nome do Estado (Lei 8987/95 e Lei 9074/95). 
“Incumbe ao Poder Público na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos” (art. 175 da CF).
6. Permissão:
É o ato administrativo unilateral discricionário pelo qual o Poder Público (Permitente), em caráter precário→(que pode ter fim a qualquer momento), faculta a alguém (Permissionário) o uso de um bem público ou a responsabilidade pela prestação de um serviço público, despida de qualquer caráter contratual. Há autores que afirmam que permissão é contrato e não ato unilateral (art. 175, parágrafo único da CF).
Tendo em vista que a permissão tem prazo indeterminado, o Promitente pode revogá-lo a qualquer momento, por motivos de conveniência e oportunidade, sem que haja qualquer direito à indenização. 
Quando excepcionalmente confere-se prazo certo às permissões são denominadas pela doutrina de permissões qualificadas (aquelas que trazem cláusulas limitadoras da discricionariedade). Segundo Hely Lopes Meirelles, a Administração pode fixar prazo se a lei não vedar, e cláusula para indenizar, no caso de revogar a permissão. Já para a maioria da doutrina não é possível, pois a permissãotem caráter precário, sendo esta uma concessão simulada.
· Permissão de uso: É o ato administrativo unilateral, discricionário e precário→(que pode ter fim a qualquer momento) através do qual transfere-se o uso do bem público para particulares por um período maior que o previsto para a autorização. Ex: Instalação de barracas em feiras livres; instalação de Bancas de jornal; Box em mercados públicos; Colocação de mesas e cadeiras em calçadas. 
· Permissão de serviço público: É o ato administrativo unilateral, discricionário e precário→(que pode ter fim a qualquer momento) pelo qual transfere-se a prestação do serviço público à particulares.
7. Autorização:
É o ato administrativo unilateral discricionário pelo qual o Poder Público faculta a alguém, em caráter precário→(que pode ter fim a qualquer momento), o exercício de uma dada atividade material (não jurídica).
· Autorização de uso: É o ato administrativo unilateral, discricionário e precaríssimo→(que pode ter fim rápido) através do qual transfere-se o uso do bem público para particulares por um período de curtíssima duração. Libera-se o exercício de uma atividade material sobre um bem público. Ex: Empreiteira que está construindo uma obra pede para usar uma área pública, em que irá instalar provisoriamente o seu canteiro de obra; Fechamento de ruas por um final de semana; Fechamento de ruas do Município para transportar determinada carga.
· 
Difere-se da permissão de uso de bem público, pois nesta o uso é permanente (Ex: Banca de Jornal) e na autorização o prazo máximo estabelecido na Lei Orgânica do Município é de 90 dias (Ex: Circo, Feira do livro).
· Autorização de serviço público: É o ato administrativo através do qual autoriza-se que particulares prestem serviço público.
Formas de extinção dos atos administrativos
1. Formas de extinção dos atos administrativos
· Cumprimento dos seus efeitos. Ex: Despacho concedendo férias. No fim das férias, o despacho se extingue.
· Desaparecimento do sujeito ou do objeto do ato. Ex: O perecimento do bem leva à extinção do tombamento que sobre ele existia.
· Retirada: A extinção do ato administrativo decorre da edição de outro ato jurídico.
· Caducidade →(perda da força) 
· Contraposição ou derrubada 
· Cassação 
· Renúncia 
· Recusa 
· Anulação 
· Revogação 
2. Caducidade→(perda da força) :
É a retirada do ato administrativo por ter sobrevindo→(veio posteriormente) norma superior que torna incompatível a manutenção do ato. O ato estava de acordo com a lei, mas sobreveio→(veio em seguida) uma nova e ele ficou incompatível.
3. Contraposição ou derrubada:
É a retirada do ato administrativo pela edição de um outro ato jurídico, expedido com base em competência diferente e com efeitos incompatíveis, inibindo assim a continuidade da sua eficácia. Os efeitos do primeiro ficam inibidos pelo do segundo. Ex: Efeito de demissão impede os efeitos da nomeação. 
4. Cassação:
É a retirada do ato administrativo por ter o seu beneficiário descumprido condição indispensável para a manutenção do ato. Ex: Cassação do alvará de funcionamento do pasteleiro por não atingir condições de higiene. 
5. Renúncia:
É a retirada do ato administrativo eficaz por seu beneficiário não mais desejar a continuidade dos seus efeitos. A renúncia só se destina aos atos ampliativos (atos que trazem privilégios). Ex: Alguém que tem uma permissão de uso de bem público não a quer mais.
6. Recusa:
É a retirada do ato administrativo ineficaz em decorrência do seu futuro beneficiário não desejar a produção de seus efeitos. O ato ainda não está gerando efeitos, pois depende da concordância do seu beneficiário, mas este o recusa antes que possa gerar efeitos.
7. Anulação:
É a retirada do ato administrativo em decorrência da invalidade (ilegalidade) e poderá ser feita pela Administração Pública (princípio da autotutela) ou pelo Poder Judiciário. Os efeitos da anulação são “ex tunc” (retroagem à origem do ato).
“A Administração pode declarar a nulidade de seus próprios atos” (sumula 346 do STF). “A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los por motivos e conveniência e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvadas em todos os casos, a apreciação judicial” (súmula 473 do STF). - A doutrina e a Jurisprudência têm entendido que a anulação não pode atingir terceiro de boa-fé.
· Categorias de invalidade: Para Hely Lopes Meirelles e Celso Antônio Bandeira de Mello, o direito administrativo tem um sistema de invalidade próprio que não se confunde com o do direito privado, pois os princípios e valores do direito administrativo são diferentes. No direito privado, o ato nulo atinge a ordem pública e o anulável num primeiro momento, atinge os direitos das partes (Há autores que trazem ainda o ato inexistente), já no direito administrativo nunca haverá um ato que atinja apenas as partes, pois todo vício atinge a ordem pública. 
Para Hely Lopes Meirelles, só há atos nulos no direito administrativo. Entretanto, para a maioria da doutrina há atos nulos e anuláveis, mas diferentes do direito privado. O ato nulo não pode ser convalidado→(restabelecido a validade ou a eficácia do ato), mas o anulável em tese pode ser convalidado.
· Convalidação→(Restabelecer a validade ou eficácia de ato): É o ato jurídico que com efeitos retroativos sana vício de ato antecedente de tal modo que ele passa a ser considerado como válido desde o seu nascimento. 
O legislador admitiu a existência da convalidação ao afirmar que “Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos quando: importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação do ato administrativo” (art. 50, VIII da Lei 9784/99).
Para alguns, a convalidação é fato jurídico em sentido amplo. Ex: O tempo pode ser uma forma de convalidação, pois ao ocorrer a prescrição para se anular o ato, automaticamente ele estará convalidado.
A convalidação é um dever, por força do princípio da estabilidade das relações jurídicas. Assim sempre que um ato possa ser sanado deve ser feito, pois a anulação é uma fonte de incerteza no ordenamento jurídico.
Espécies de convalidação:
· Ratificação→(comprovação): É a convalidação feita pela própria autoridade que praticou o ato.
· Confirmação: É a convalidação feita por uma autoridade superior àquela que praticou o ato.
· Saneamento: É a convalidação feita por ato de terceiro.
Casos em que o ato não poderá ser convalidado:
· Prescrição do prazo para anulação.
· Impugnação do ato pela via judicial ou administrativo, pois, neste caso o ato será anulado e não convalidado.
Convalidação não se confunde com conversão (sanatória) do ato administrativo, que é o ato administrativo que, com efeitos “ex tunc”→(desde a época do nascimento), transforma um ato viciado em outro de diferente categoria tipológica. O ato passa a ser considerado válido desde o seu nascimento. A conversão é possível diante do ato nulo, mas não diante do ato anulável.
8. Revogação:
É a retirada do ato administrativo em decorrência da sua inconveniência ou inoportunidade em face dos interesses públicos
Os efeitos da revogação são “ex nunc” (não retroagem), pois até o momento da revogação os atos eram válidos (legais).
A revogação só pode ser realizada pela Administração Pública, pois envolve juízo de valores (princípio da autotutela). É uma forma discricionária de retirada do ato administrativo.
· Atos administrativos irrevogáveis:
· Atos administrativos declarados como irrevogáveis pela lei;
· Atos administrativos já extintos;
· Atos administrativos que geraram direitos adquiridos (direito que foi definitivamente incorporado no patrimônio de alguém);
· Atos administrativos vinculados. 
Licitações e Contratos administrativos: Lei nº 8.666/93: Conceito, finalidade, princípios, objeto, obrigatoriedade, dispensa, inexigibilidade e vedações, modalidades, procedimentos, anulação e revogação, sanções, pregão presencial e eletrônico, sistema de registro de preços. Leinº 10.520/2002. Características do contrato administrativo. Formalização e fiscalização do contrato. Aspectos orçamentários e financeiros da execução do contrato. Sanção administrativa. Equilíbrio econômico-financeiro. Garantia contratual. Alteração do objeto. Prorrogação do prazo de vigência e de execução.
Princípios a serem observados na Licitação:
Legalidade:	agir em conformidade com a Lei; impõe ao administrador às prescrições legais que regem o procedimento em todos os seus atos e fases;
Impessoalidade:	resguardar o interesse público, evitar favoritismos e privilégios; todos os licitantes devem ser tratados igualmente, em termos de direitos e obrigações.
Moralidade:	pautar-se por uma conduta honesta, evitando conluios, acordos escusos, etc. Nem tudo que é legal é moral !
Publicidade:	os atos devem ser amplamente divulgados, para garantir, inclusive, a transparência da atuação administrativa. Os atos licitatórios serão públicos desde que resguardados o sigilo das propostas;
Vinculação:	adstritos ao permitido no instrumento convocatório da licitação, não podendo mudar as regras depois de iniciado o procedimento;
Julgamento:	a decisão a ser tomada pela Administração deverá basear-se em critérios concretos, claros e definidos no instrumento convocatório;
Competitividade:	não podem haver regras que impeçam o acesso ao certame, de interessados; 
Atenção:	os princípios acima enunciados são de observância obrigatória no procedimento licitatório. Se um dos princípios for afrontado, o procedimento licitatório será nul
Modalidade da Execução dos Serviços 
Execução Direta - 	a que é feita pelos órgãos e entidades da Administração, pelos próprios meios; 
Execução Indireta - 	a que o órgão ou entidade contrata com terceiros, sob qualquer das seguintes modalidades: 
a) empreitada por preço global	quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo e total; 
b) empreitada por preço unitário	quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas; 
c) tarefa	quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais; 
d) empreitada integral	quando se contrata um empreendimento em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições de entrada em operação;
REQUISITOS PARA LICITAÇÃO 
Obras:
a) Existência de projeto básico;
b) Existência de orçamento detalhado;
c) Existência de Recursos Orçamentários;
d) Previsão no Plano Plurianual.
· o descumprimento dos requisitos acima pode acarretar a NULIDADE dos atos (licitação e contrato) e a responsabilidade dos envolvidos; gera IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA;
Compras:
a) Caracterização do objeto (não pode haver a indicação da marca);
b) Existência de recursos orçamentários;
c) Condições de armazenamento compatíveis com a aquisição;
· o descumprimento dos requisitos acima acarreta a NULIDADE dos atos (licitação e contrato) e a responsabilidade administrativa e penal de quem lhes deu causa.
LICITANTE:	quem se habilitou e participa do procedimento licitatório, atendendo ao ato da convocação.
Não podem ser licitantes:
· O autor do projeto, básico ou executivo;
· A empresa responsável pelo projeto básico ou executivo;
· Servidor, dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação;
· Os membros da Comissão de Licitação.
OBRIGATORIEDADE DE LICITAR:	A licitação é uma EXIGÊNCIA CONSTITUCIONAL para toda a Administração Púbica Direta e Indireta.
Subordinam-se ao regime desta lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 
Comissão de Licitação:	permanente ou especial, criada pela Administração com a função de receber, examinar e julgar todos os documentos e procedimentos relativos às licitações e ao cadastramento de licitantes. 
Adjudicação Compulsória:	deve ser entendido no sentido de que, se a Administração levar o procedimento a seu termo, a adjudicação somente pode ser feita ao vencedor; não há, portanto, um direito subjetivo à adjudicação quando a Administração opta pela revogação do procedimento, porque a revogação motivada pode ocorrer em qualquer fase da licitação, desde que haja finalidade pública.
DISPENSA DE LICITAÇÃO:	há possibilidade de competição que justifique a licitação, de modo que a lei faculta a dispensa; o legislador decidiu não tornar o procedimento obrigatório.
· ocorre dispensa nos casos de situações excepcionais, pois a demora seria incompatível com a urgência na celebração do contrato, contrariando o interesse público. Pode também ocorrer por desinteresse dos particulares no objeto do contrato.
· os casos de Dispensa de Licitação são TAXATIVOS (não podem ser alterados).
Casos de Dispensa de licitação:
a dispensa da licitação fica na competência discricionária da Administração (LICITAÇÃO DISPENSÁVEL):
I. para obras e serviços de engenharia de valor até 10 % (dez por cento) do limite previsto na modalidade carta-convite (R$ 150.000,00),ou seja, até R$ 15.000,00;
II. para outros serviços e compras de valor até 10 % (dez por cento) do limite previsto na modalidade carta-convite (R$ 80.000,00), ou seja, até R$ 8.000,00;
III. nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem; 
IV. nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento e situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa;
V. quando não existirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas. A isto denomina-se LICITAÇÃO DESERTA;
VI. quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento; 
VII. quando as propostas apresentarem preços manifestamente superiores ou incompatíveis aos praticados no mercado nacional; 
VIII. para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.
existem casos de dispensa de licitação previstas na legislação (Lei 8666/93), e que escapam da discricionariedade da Administração. (LICITAÇÃO DISPENSADA):
I. quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da Administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos: 
a) dação em pagamento; 
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da Administração Pública;
c) permuta, por outro imóvel; 
II. quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes casos: 
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação; 
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública; 
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica; 
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente; 
e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades; 
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe. 
· A Dispensa deverá sempre ser motivada (princípio da motivação).
INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO:	existe a impossibilidade jurídica de competição entre os contratantes;

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