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Atos Jurisdicionais e a Subjetividade do Juiz

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Direito Processual Penal III
Avaliação I
O Juiz não é neutro no momento da prolação da sentença, visto que usa da sua subjetividade, não consegue ficar alheio a si próprio. Neurociência atesta que razão e emoção não se separam. Deverá ser observada a validade substancial da norma, a qual é vinculada a CF. A validade substancial é limitadora da subjetividade do julgador. Só será aplicada a norma se estiver em conformidade com a CF e os direitos fundamentais. Juiz busca a probabilidade da verdade. 
Não existe racionalidade sem sentimento, emoção, daí a importância de assumir a parcela inegável de subjetividade no ato decisório. O poder judicial somente está legitimado enquanto amparado por argumentos cognoscitivos seguros e válidos (não basta apenas boa argumentação), submetidos ao contraditório e refutáveis, a fundamentação das decisões é instrumento de controle da racionalidade e, principalmente, de limite de poder, e nisso reside o núcleo da garantia. 
Ainda que sumariamente, definimos que a norma processual penal ou penal tem uma dimensão formal e outra substancial. A primeira significa a observância do regular processo legislativo de sua elaboração e lhe atribui, apenas, a vigência e validade formal. A validade substancial é a coerência e estrita observância com os direitos e garantias fundamentais assegurados na Constituição e na Convenção Americana de Direitos Humanos. 
Não se pode, contudo, reduzir a sentença a um mero ato de sentir. Para muito além dessa dimensão de subjetividade, estão os limites constitucionais e processuais para formação do convencimento do juiz e ainda o demarcado espaço interpretativo. 
Atos Jurisdicionais:
Despachos: mero impulsionar do processo. Cumprir a lei, sob pena de error in procedendo, de tumultuar o processo. Mero ordenar do processo, sem carga decisória a prejudicar uma das partes. Não cabe recurso desta decisão. Correição parcial: procedimento administrativo disciplinar. Se houver prova do dolo do julgador, será oficiado ao Conselho Nacional da Magistratura para que abra procedimento disciplinar.Não há agravo de instrumento, mas sim recurso em sentido estrito. Para decisões com força definitiva, que não esteja no rol do RESE, caberá apelação (art. 593, II, CPP) – Apelação resolutiva, complementar ou subsidiária
Decisões: no curso do processo. Há diferença entre as decisões interlocutórias simples e as interlocutórias mistas (terminativa ou não terminativa). A decisão interlocutória simples não coloca fim ao processo. A decisão interlocutória mista coloca fim ao processo, a uma etapa ou incidente processual. Exceção: decisão de pronuncia encerra uma etapa do processo por isso é decisão interlocutória mista não terminativa. 
Interlocutória simples: possui um mínimo de caráter decisório e gera gravame a uma das partes. Como regra, não cabe recurso desta decisão, salvo expressa disposição legal, sem negar-se a possibilidade de utilização das ações impugnativas (habeas corpus e mandado de segurança). Ex.: decisão que recebe a denúncia ou queixa, indefere o pedido de habilitação como assistente de acusação etc.
Interlocutória mista: também consideradas decisões com força definitiva, possuem cunho decisório e geram gravame ou prejuízo à parte atingida. Encerram o processo sem julgamento do mérito ou finalizam uma etapa do procedimento, por isso podem ser terminativas ou não. Como regra, não há produção de coisa julgada e são atacáveis por recurso em sentido estrito (havendo exceções, nas quais cabe recurso de apelação). Ex.: rejeição da denúncia ou queixa, pronúncia, impronuncia (atacada por apelação), desclassificação e decisão que acolhe exceção de coisa julgada ou litispendência etc. 
Sentenças: aquelas que condenam ou absolvem o réu. As sentenças no processo penal poderão ter efeitos condenatórios, absolutórios (próprio ou impróprio – aplicação de medida de segurança) ou declaratórios (extinção da punibilidade). Como regra o recurso cabível é o de apelação. 
Relatório: direito fundamental, garantia de que o julgador conhece o processo. Contém toda a parte procedimental, resumo procedimental. Relatório acerca do andamento do processo. Além disso, versará acerca das teses da acusação e defesa. A ausência de relatório enseja a nulidade da sentença, salvo art. 81 da Lei n. 9.099/95. Importante: deve constar a data do recebimento da denúncia, a fim de verificar acerca da prescrição. Nome do réu e o nome da vítima, se possível. 
Fundamentação (motivação): juiz deve analisar e enfrentar a totalidade (sob pena de nulidade) das teses acusatórias e defensivas, demonstrando os motivos que o levam a decidir dessa ou daquela forma. A motivação dá-se em duas dimensões: a) fática: na qual procede o juiz a valoração da prova e dos fatos; b) jurídica: é a fundamentação em torno das teses jurídicas adotadas e o enfrentamento das teses jurídicas alegadas, mas refutadas. Sendo a sentença condenatória, deve o juiz manifestar-se sobre a responsabilidade civil do réu, fixando valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido. Livre convicção motivada. A fundamentação vai gerar uma racionalidade, a qual pode ser controlada pelas partes por meio do sistema recursal. Escolha das provas, análise. Juiz deve analisar todas as teses acusatórias e defensivas. Ausência de fundamentação gera nulidade absoluta da sentença (TJRS entende que a fundamentação mínima é considerada como fundamentação). Fundamentação per relacionem: se apropria da fundamentação de uma das partes – tem que colocar as razões no corpo da sentença. Art. 93, inciso IX, da CF: todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; Art. 155, CPP: O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. A ausência de fundamentação no Tribunal do Júri não enseja a nulidade da decisão, pois esta é embasada na intima convicção dos jurados. Sentença suicida: contradição entre fundamentação e dispositivo – considerada nula.
Dispositivo: finalizando a sentença, é na parte dispositiva que se afirmará a absolvição, indicando o inciso do art. 386 aplicável ou, em caso de condenação, será feita a dosimetria da pena, à luz do art. 59 e 68 do CP e do 387 do CPP. Deve constar a conclusão do Juiz e o fundamento legal. Juiz pode fixar valor mínimo como indenização (em princípio seriam só danos materiais, mas há doutrina contrária). Após a condenação (deve constar o tipo legal do crime), há aplicação da pena ou medida de segurança. Correlação entre a condenação e a peça acusatória. Para o juiz fixar indenização deverá haver requerimento na denúncia. 
Sendo a sentença condenatória, deverá observar o disposto no art. 387 do CPP:
Art. 387.  O juiz, ao proferir sentença condenatória:
I - mencionará as circunstâncias agravantes ou atenuantes definidas no Código Penal, e cuja existência reconhecer;
II - mencionará as outras circunstâncias apuradas e tudo o mais que deva ser levado em conta na aplicação da pena, de acordo com o disposto nos arts. 59 e 60 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal;  
III - aplicará as penas de acordo com essas conclusões;
IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido;
V - atenderá, quanto à aplicação provisória de interdições de direitos e medidas de segurança, ao disposto no Título Xl deste Livro; - revogado
VI - determinará se a sentença deverá ser publicada na íntegra ou em resumo e designará o jornal em que será feitaa publicação (art. 73, § 1o, do Código Penal) – sem efeito.
§ 1o  O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, a imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento de apelação que vier a ser interposta.
§ 2o  O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de internação, no Brasil ou no estrangeiro, será computado para fins de determinação do regime inicial de pena privativa de liberdade.
Os valores fixados a título de mínimo de indenização pelo Juízo criminal, não impedirá que o ofendido postule no cível sua complementação. Mas para que o Juiz possa fixar um valor mínimo para indenização é fundamental que: I – exista um pedido expresso na inicial acusatória de condenação do réu ao pagamento de um valor mínimo para reparação dos danos causados, sob pena de flagrante violação do princípio da correlação; portanto, não poderá o juiz fixar um valor indenizatório se não houve pedido, sob pena de nulidade por incongruência; II - a questão da indenização deve ser submetida ao contraditório e assegurada pela ampla defesa; III – somente é cabível tal condenação com relação aos fatos ocorridos após a vigência da Lei n. 11.719/2008, sob pena de ilegal efeito retroativo à norma penal mais grave. 
A pretensão indenizatória é de natureza privada e exclusiva da vítima, logo o ofendido tem plena disponibilidade, podendo manifestar interesse em que não seja arbitrado na esfera criminal, pois já ingressou no juízo cível ou nele pretende discutir. 
Princípio da Congruência ou Correlação na sentença penal: deve existir entre a denúncia/queixa-crime e a sentença. Objeto do processo penal é a pretensão acusatória – uma acusação com base em fato aparentemente criminoso. MP/querelante deve desenvolver o fato e ao final dizer o tipo penal. Juiz deve ter correlação com os fatos. quanto ao contraditório, igualmente relacionado com o princípio da correlação, pois o binômio informação-reação deve pautar o campo decisório, não podendo o juiz decidir sobre questões que não foram debatidas pelas partes no processo. Quanto ao direito de defesa, é obviamente atingido pela sentença incongruente, pois subtrai do réu a possibilidade de defender-se daquilo que foi objeto da decisão, mas não estava na acusação. A acusação deve ser clara e individualizada para permitir a defesa. A correlação opera-se entre acusação, defesa, instrução e sentença. É possível alterar-se a pretensão acusatória, especialmente seu elemento objetivo, mas desde que exista estrita observância do contraditório, para evitar surpresas e permitir a eficácia do direito de defesa. 
Emendatio Libelli: art. 383 do CPP. Mera correção da definição jurídica. Juiz está vinculado aos fatos. Há necessidade do contraditório – aspecto essencial da congruência (opinião). A emendatio libelli pode ensejar a violação do contraditório e, por consequência, da ampla defesa. Pode haver emendatio libelli ainda que tenha que aplicar pena mais grave. Quando desclassificar o crime e não ser mais o Juízo competente, deverá o feito ser redistribuído. Se capitulou roubo, p.ex., mas não há prova do crime, pode desclassificar para furto. Pode haver desclassificação quando o tipo penal é decomponível, o que é diferente de emendatio libelli. Mudança da definição jurídica (diferente da mutatio libellis que enseja o aditamento pelo acusador da inicial acerca dos fatos e deve haver o contraditório); pode ser procedida ex officio pelo juiz. Pode ser procedida, inclusive, em segundo grau. Em princípio, a emendatio libellis não pode ser feita no recebimento da denúncia (Aury Lopes Jr entende que pode, assim preservaria o contraditório). Tipo decomponível é diferente, neste há uma atipicidade relativa, em razão da ausência de provas. A emendatio libelli não se ocupa de fatos novos, surgidos na instrução, mas sim de fatos que integram a acusação e que devem ser objeto de uma mutação na definição jurídica.[1: O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em conseqüência, tenha de aplicar pena mais grave.][2: A 5ª turma do TJRS entende que a falta de congruência na emendatio libellis viola o contraditório. ]
Se cumprir a suspensão condicional do processo, mesmo após prolatada a sentença, extingue a punibilidade.
Obs.: se a nova capitulação legal importar delito de ação penal de iniciativa privada ou pública condicionada a representação, e já tiverem passados os seis meses do prazo legal, haverá decadência. Aqui, não houve alteração do fato natural, a vítima, desde sempre, sabia quem era o autor, o problema foi exclusivamente de tipificação legal e, como o prazo decadencial não se interrompe ou suspende, a decadência terá se operado. Em sentido inverso, quando o processo inicia por meio de queixa-crime feita pelo ofendido e o juiz procede a emendatio libelli, resultando em um tipo penal cuja ação é de iniciativa pública, o processo originário deverá ser extinto por falta de legitimidade ativa. Mas isso não impede que o MP ofereça denúncia, exceto se a prescrição já houver operado. 
Obs2.: a mera redução do fato na sentença, em razão da falta de provas de sua ocorrência, não gera incongruência, pois existem casos de desclassificação que não exigem mutatio libelli. Se não existe alteração do objeto, especificamente do elemento objetivo, pois a sentença se limitou a julgar o fato imputado, e apenas existem elementos que a instrução não comprovou a ocorrência, não há problema. É apenas uma redução da imputação por ausência de provas. E, como o tipo penal era decomponível, possível a condenação por outro delito, pois o afastamento da elementar, por falta de prova, conduz a uma atipicidade relativa. 
Obs3.: entende Aury Lopes Jr que, a definição jurídica inevitavelmente vincula a defesa, assim, a emendatio libelli ofenderia o contraditório. A falta de congruência ensejaria a absolvição do réu, entendendo-se que a definição jurídica é vinculada com o fato narrado, considerando-se, em posição minoritária, que o instituto da emendatio libelli não foi recepcionado pela CF.
Art. 383.  O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em conseqüência, tenha de aplicar pena mais grave.
§ 1o  Se, em conseqüência de definição jurídica diversa, houver possibilidade de proposta de suspensão condicional do processo, o juiz procederá de acordo com o disposto na lei.
 § 2o  Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a este serão encaminhados os autos.Congruência: inicial acusatória deve limitar a sentença e, de regra, não pode ser modificada durante o processo.
Mutatio Libelli: mudança com relação a elementares (descaracteriza o próprio crime) e circunstanciais (qualificadoras, majorantes e minorantes). Mudança no processo. Situação nova que aparece na instrução. agravantes e atenuantes o juiz pode reconhecer de ofício, não observa necessidade de congruência. Mutatio libelli exige o aditamento da denúncia ou queixa. Não cabe na segunda instância, sob pena de supressão de instância. Há entendimento que é necessário o aditamento da inicial acusatória mesmo que se trate de crime menos grave. É a mudança fática durante a instrução processual. O aditamento da inicial acusatória deve ser procedido até o final da instrução, a priori, se ingressar em sede de memoriais, preclui o prazo. Não existe possibilidade de mutatio libelli para fatos que já eram conhecidos. A mutatio libelli traz um fato novo que surge durante a instrução processual que acaba gerando uma mudança dof ato e para que seja preservada a congruência é determinada a emenda à inicial acusatória. Quando aparecer circunstancias ou elementares do crime, deve se proceder a emenda à inicial. Deve haver congruência entre a sentença e a inicial acusatória e a emenda e a sentença. No caso de mutatio libelli, não ocorrendo o aditamento, ficando o juiz convencido da ocorrência do fato novo, deverá absolvero réu por atipicidade, em razão da ausência de congruência. [3: Não se aplicam à segunda instância o art. 384 e parágrafo único do Código de Processo Penal, que possibilitam dar nova definição jurídica ao fato delituoso, em virtude de circunstância elementar não contida, explícita ou implicitamente, na denúncia ou queixa. – seu descumprimento enseja a violação dos princípios do contraditório e ampla defesa.]
Art. 384.  Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em conseqüência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente.
 § 1o  Não procedendo o órgão do Ministério Público ao aditamento, aplica-se o art. 28 deste Código.
§ 2o  Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco) dias e admitido o aditamento, o juiz, a requerimento de qualquer das partes, designará dia e hora para continuação da audiência, com inquirição de testemunhas, novo interrogatório do acusado, realização de debates e julgamento.
§ 3o  Aplicam-se as disposições dos §§ 1o e 2o do art. 383 ao caput deste artigo.
§ 4o  Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até 3 (três) testemunhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, na sentença, adstrito aos termos do aditamento.
 § 5o  Não recebido o aditamento, o processo prosseguirá.
Art. 569. As omissões da denúncia ou da queixa, da representação, ou, nos processos das contravenções penais, da portaria ou do auto de prisão em flagrante, poderão ser supridas a todo o tempo, antes da sentença final.
Na audiência de instrução, poderá o MP realizar o aditamento da inicial, desde que antes da apresentação das alegações finais. Encerrada a instrução, com o interrogatório do réu, deverá apresentar o aditamento (antes das alegações finais). O aditamento poderá ser feito oralmente em audiência ou o acusador poderá requerer prazo de cinco dias para apresenta-lo. Com o aditamento, também haverá resposta no prazo de cinco dias. Acusação pode trazer 3 testemunhas no aditamento e a defesa na resposta ao aditamento. Com a resposta ao aditamento o juiz irá decidir se aceita ou rejeita o aditamento. Por interpretação extensiva, o MP, da rejeição do aditamento, poderá interpor RESE. Com o recebimento do aditamento, será designada audiência para continuidade da instrução. Se, por força da mutatio libelli, couber suspensão condicional do processo, deverá o juiz abrir vista ao MP para oferecimento do benefício (direito subjetivo do réu). No caso de alteração da competência, deverão os autos serem remetidos para o juízo competente. 
Nos crimes de ação penal pública, mesmo que o MP postule a absolvição do rpeu, pode o julgador condená-lo. Art. 385.  Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada. 
  Art. 60.  Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal:
 I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.
A nova definição jurídica decorre da produção da prova de uma elementar ou circunstância não contida na acusação. Elementar: são dados essenciais à figura típica, sem os quais ocorre uma atipicidade absoluta ou relativa (ocorre a relativa quando, pela ausência ou afastamento de uma elementar, ocorre a desclassificação para outra figura típica) Circunstâncias: são elementos acessórios em relação ao tipo penal, afetando apenas a dosimetria da pena – é o caso de agravantes e atenuantes. A iniciativa é exclusiva do MP e a queixa, a que faz menção o artigo, não é a originária, mas sim a subsidiária. O prazo para o aditamento é de cinco dias, teoricamente contados. Contudo, nos novos ritos ordinário e sumário, não há condições para a concessão desse prazo, pois, encerrada a instrução, passa-se aos debates orais e sentença. Logo, no momento previsto pelo art. 402 (Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o querelante e o assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução), o MP deverá requerer o prazo de cinco dias para oferecer o aditamento, sob pena de preclusão. A mutatio libelli tá sujeita a vontade do acusador. No caso de o fato ser mais benéfico e não proceder o MP o aditamento, o Juiz possui duas saídas: poderá aplicar o art. 28 ou, persistindo a não apresentação, absolver o réu. Não cabe modificação do tipo doloso para o culposo sem mutatio libelli. STF reconhece a possibilidade de revisão da decisão que extingue a punibilidade no caso de apresentação de certidão de óbito falsa
Sentença absolutória: absolvição pode ser própria (art. 386) ou imprópria (aplicação de medida de segurança – sistema vicariante). A sentença penal condenatória faz coisa julgada apenas formal, de modo que é possível o réu buscar a rescisão da decisão por meio de revisão criminal, não faz coisa julgada material (revisão criminal pro reo). Não existe mecanismo que rescinda sentença absolutória e aquela que reconheça a extinção da punibilidade, pois faz coisa julgada material (não existe revisão criminal pro societate). A absolvição não necessita de coisa julgada, o Juiz mandará soltar o réu, liberará os bens e afastará medidas cautelares imediatamente. Conquanto, a fiança apenas será restituída após o trânsito em julgado. Obrigatório o Juiz definir uma das causas do art. 386, para possibilitar a ação civil de indenização.
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
I - estar provada a inexistência do fato; (a pseudo vítima não poderá cobrar indenização, faz coisa julgada no civil)
II - não haver prova da existência do fato; (em que pese absolvição, caberá ação indenizatória)
III - não constituir o fato infração penal; (cabe indenização, pois constitui ato ilícito, embora não seja crime);
IV –  estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; (não cabe indenização)
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; (cabe ação indenizatória no civil)
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1o do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; (art. 65 do CPP -  Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. Não cabe ação indenizatória. A legitima defesa putativa e o estado de necessidade putativo não fazem coisa julgada no civil, pois exclui atipicidade ou culpabilidade e não a ilicitude).
VII – não existir prova suficiente para a condenação. (ou existir dúvida fundada acerca da existência de excludente da ilicitude ou culpabilidade, cabe ação indenizatória)
Obs.: legítima defesa + aberratio ictus (erro na execução): terceiro prejudicado tem ação civil ex delicto. Ação indenizatória contra o causador e possibilidade de denunciação à lide de quem criou o risco. 
Obs2.: Estado de necessidade agressivo: terceiro prejudicado tem direito à indenização. Quemcriou o risco deve ser denunciado à lide. 
Obs3.: quando isentem o réu de pena (excludente da culpabilidade), cabe ação civil ex delicto. 
A doutrina majoritária entende que o réu pode se valer de apelação contra a sentença absolutória para modificar o fundamento legal usado no dispositivo. Se o réu estiver preso, deverá ser intimado pessoalmente, além de ser procedida a intimação de seu defensor, contando prazo recursal da última intimação. Ré solto apenas se intima o defensor. MP e DPE é intimação pessoal. Réu foragido: publica-se edital de 60 a 90 dias (no caso de penas superiores a um ano) para intimação do réu. Recurso conta a partir do último dia do edital. Súmula 351 do STF: É nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da federação em que o juiz exerce a sua jurisdição. Acórdão não tem intimação pessoal do réu. Advogado dativo deve ser intimado pessoalmente. Querelante e assistente de acusação devem ser intimados por nota de expediente.
Processo e procedimento: Processo é o todo e procedimento é o conjunto de atos que culmina em uma sentença. Processo penal não tem processo cautelar, mas sim medidas cautelares.
Obs.: a Lei de Falência – rito sumário; lei Maria da Pena – não se aplica a Lei n. 9.099/95 (em regra se aplica o sumário); Estatuto do Idoso – amplia a aplicação do sumaríssimo (pena não superior a 4 anos – amplia o rito, mas não goza dos benefícios do JECRIM, sendo apenas para processar e julgar mais rápido). 
Súmula n. 723 do STF: Não se admite a suspensão condicional do processo por crime continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto for superior a um ano.
Súmula n. 243 do STJ: O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações penais cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de um (01) ano.
 Art. 61.  Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.
Art. 394.  O procedimento será comum ou especial.
§ 1o  O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo.
I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;
II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;
III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei.
§ 2o  Aplica-se a todos os processos o procedimento comum, salvo disposições em contrário deste Código ou de lei especial.
§ 3o  Nos processos de competência do Tribunal do Júri, o procedimento observará as disposições estabelecidas nos arts. 406 a 497 deste Código
§ 4o  As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste Código.
§ 5o  Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e sumaríssimo as disposições do procedimento ordinário.
Suspensão condicional do processo: observa a pena mínima igual ou inferior a 1 ano – aplicada em qualquer crime. O concurso de crimes (material ou formal) vai influenciar na questão da Suspensão Condicional do Processo. Transação Penal: JECRIM – aceitação de multa ou pena restritiva de direitos – não responde o processo. Impede que ocorra o processo penal. Exceção: quanto aos crimes conexos ao Tribunal do Júri, pode ser oferecida transação penal. 2 crimes no JECRIM – crimes conexos – com pena igual ou inferior a dois anos, vai para o rito sumário.
4.1. Rito ordinário: 
Inicial acusatória
60 dias
Audiência una
Resposta à acusação
Citação do réu
																																																																																																																																																		SUSP. Cond. Proc.
Apelação
Art. 395 - RESE
Ext. Punibilidade
Indefere
HC
Art. 395 - RESE
Recebimento ou rejeição
Absolvição sumária 
Art. 395 é perfeitamente aplicável à Lei de drogas – o recebimento/rejeição da denúncia ocorre após a defesa preliminar. As disposições dos arts. 395 a 397, aplicam-se a todos os procedimentos penas de primeiro grau. O art. 396 não se aplica à defesa posterior à citação na lei de drogas. Os atos contrários à lei especial não serão aplicados.
O recebimento da denúncia é imediato e ocorre nos termos do art. 396 (Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. Parágrafo único.  No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído). Esse é o marco interruptivo da prescrição e demarca o início do processo, que se completa com a citação válida do réu. O réu é citado, neste momento, para apresentar sua resposta e, posteriormente, intimado para audiência de instrução. 
Denúncia ou queixa: a acusação deverá preencher os requisitos do art. 41 do CPP, bem como estarem presentes as condições da ação, sob pena de rejeição liminar (art. 395). Se recebida, o Juiz ordena a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de dez dias. 
Rejeição liminar: poderá o juiz rejeitar liminarmente a acusação, nos termos do art. 395: A denúncia ou queixa será rejeitada quando: I - for manifestamente inepta; II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. STF e STJ admitem denúncia genérica. Justa causa é o lastro probatório mínimo que respalda indícios de autoria e materialidade do crime. Juiz tem a função no processo penal de realizar a máxima eficácia dos direitos fundamentais. Em regra não há como rejeitar a denúncia após a resposta à acusação (Aury entende que: Nada impede que o Juiz, após a resposta escrita, se convença da ausência de alguma das condições da ação e rejeite a denúncia). Da rejeição da denúncia há possibilidade de RESE. Do recebimento deverá ser feito Habeas Corpus. Acusado deve ser intimado para apresentar contrarrazões ao RESE oposto pelo MP da rejeição da denúncia – o prazo para recebimento, no caso de acolhimento do recurso, é a data do recebimento do Tribunal – Súmula 709, STF: Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela. No momento do recebimento da denúncia, vige o princípio do in dubio pro societate. HC pode ser usado para trancar o inquérito e o indiciamento também.
Resposta à acusação: regularmente citado, deverá o réu apresentar resposta à acusação, por escrito, no prazo de dez dias. Trata-se de peça obrigatória, pois, se não apresentada, deverá o juiz nomear defensor para oferece-la (somente nos casos de citação pessoal, do contrário deve-se suspender o feito e a prescrição, nos termos do art. 366). É o momento em que o imputado poderá arguir defeitos da denúncia (nulidades) ou queixa e alegar tudo que estiver em interesse de sua defesa, juntar documentos, indicar suas provas, bem como arrolar testemunhas. Nesse momento, mas em peça apartada, deverão ser apresentadas as exceções do art. 95. Prazo de dez dias para resposta. Citado por edital fica suspenso o processo, o prazo começará a fluir do comparecimento pessoal do acusado ou de seu defensor constituído. Art. 396-A: Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. § 2o  Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, nãoconstituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias. Rol de testemunhas deve ser apresentado com a denúncia e na defesa – oito testemunhas compromissadas (pode haver mais, mas não serão compromissadas) POR FATO. Exceções serão processadas em apartado. Se não houver a constituição de defensor, será lhe nomeado um, concedendo prazo para resposta. No rito sumário são apenas cinco testemunhas. Audiência uma é designada em até 60 dias da decisão que indefere a absolvição sumária – prazo não tem sanção. No rito sumário o prazo é de trinta dias.
Absolvição sumária: após a resposta escrita, abre-se a possibilidade de o Juiz absolver sumariamente o réu, pondo fim ao processo, quando existir manifesta causa de exclusão da ilicitude e culpabilidade (não se pode absolver sumariamente em caso de inimputabilidade, pois no final poderá ser absolvido propriamente, não sendo-lhe atribuída medida de segurança), o fato narrado evidentemente não constituir crime ou estiver extinta a punibilidade do agente. No caso da extinção da punibilidade, deverá o magistrado declarar extinta a punibilidade e absolver o réu. Nada impede que, negado o pedido de absolvição sumária, a defesa impetre habeas corpus para trancamento do processo, nos casos em que a prova da tese defensiva é pré-constituída e robusta. Absolvição sumária gera coisa julgada material. Da absolvição cabe apelação, havendo dois entendimentos: art. 593: Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular; ou II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não previstos no Capítulo anterior. Apelação subsidiária. Do indeferimento da absolvição sumária cabe HC. No caso de extinção da punibilidade caberá RESE, nos termos do art. 581, inciso VIII. 
Audiência una: Art. 399.  Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do assistente. Vítima será intimada para prestar declarações. §2º - princípio da identidade física do Juiz – caso de nulidade relativa – juiz que instruiu é o que deve sentenciar – casos de promoção, férias e aposentadoria relativizam o princípio – réu deve provar o prejuízo causado. Ordem: 1º - proceder-se-á a tomada de depoimento da vítima; 2º - oitivas das testemunhas de acusação, seguidas pelas da defesa (testemunhas são para cada fato – abonatórias, vítimas e informantes não integram o rol) – rito ordinário: 8 testemunhas, rito sumário: 5 testemunhas. Não se observa a ordem no caso de oitiva por precatória. Peritos poderão ser ouvidos em audiência e não integram o número de testemunhas, devendo serem arrolados com no mínimo dez dias de antecedência da audiência, sendo-lhes enviados os quesitos previamente, podendo este substituir sua presença por um laudo complementar. As provas serão produzidas em audiência, podendo o juiz indeferir as que considerar irrelevantes, impertinentes ou protelatórias – deve-se requerer que conste o indeferimento da prova no termo de audiência para não convalidar a nulidade, devendo ser arguida em HC ou apelação. Reconhecimento de pessoas ou coisas; acareações; interrogatório. Desistência da testemunha: art. 401, §2º: princípio da comunhão das provas – a parte poderá desistir das testemunhas, desde que o Juiz não determine de ofício sua oitiva.  Art. 405.  Do ocorrido em audiência será lavrado termo em livro próprio, assinado pelo juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes nela ocorridos. § 2o  No caso de registro por meio audiovisual, será encaminhado às partes cópia do registro original, sem necessidade de transcrição.
Com diligências: art. 402: Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o querelante e o assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução. Serão apresentados memoriais escritos no prazo de cinco dias – primeiro acusação e depois a defesa – devem valorar as provas – alegar preliminares. Faz análise completa da tipicidade, ilicitude e culpabilidade. Art. 404: Ordenado diligência considerada imprescindível, de ofício ou a requerimento da parte, a audiência será concluída sem as alegações finais. Realizada, em seguida, a diligência determinada, as partes apresentarão, no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, suas alegações finais, por memorial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá a sentença.
Sem diligências: alegações finais orais na mesma audiência – Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença (será o prazo proporcional, sendo que, p. ex., se houverem dois réus a acusação terá 40 min). Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação desse, serão concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa. O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença. No caso de debates orais, deverá sentenciar em audiência. 
Enquanto não retornar a precatória, o juiz não pode proceder o interrogatório – interpretação conforme a constituição – não é obrigatório.
No rito sumário: não tem diligências, não tem memoriais escritos, não tem sentença em dez dias (art. 531). 5 testemunhas. Debates orais (20 min + 10 min): nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível. Art. 538: Nas infrações penais de menor potencial ofensivo, quando o juizado especial criminal encaminhar ao juízo comum as peças existentes para a adoção de outro procedimento, observar-se-á o procedimento sumário previsto neste Capítulo.
A inversão da ordem indicada gera ato defeituoso insanável, que conduz à nulidade, mas isso não se aplica quando a inversão decorrer da expedição e cumprimento de carta precatória ou rogatória. As testemunhas, em que pese arroladas pelas partes, são do processo, sendo que no caso de desistência, deve ser permitido o contraditório, não podendo ser admitida uma desistência unilateral. O interrogatório é o último ato da instrução, é neste momento em que o réu poderá exercer sua autodefesa, sendo obrigatória a presença de seu defensor. Em sede de memoriais, se tratando de ação penal de iniciativa privada, será obrigatório o pedido expresso de condenação do réu, sob pena de considerar-se perempta. 
 4.2. Rito sumário: destina-se ao processamento dos crimes cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 anos de pena privativa de liberdade. Pouco difere do ordinário, destacando-se a redução do prazo de realização da audiência de instrução e julgamento (que passa a ser realizada no prazo máximo de 30 dias) e o número de testemunhas (limitadas a quantidade de 5). Art. 531: Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 30 (trinta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se, finalmente, ao debate. Nota-se a falta de previsão de pedido de diligências ao final da audiência e também a substituição dos memoriais por debates orais, tudo numa tentativa de acelerar o procedimento. 
Suspensão Condicional do Processo – Lei n. 9.099/95: art. 89: Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensãodo processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena. Não tem aplicação restrita aos crimes de menor potencial ofensivo. O MP ao oferecer a denúncia poderá propor a Suspensão Condicional do Processo – Princípio da indisponibilidade da ação penal foi mitigado. O querelante pode oferecer a Suspensão Condicional do Processo. É direito subjetivo do réu. Súmula n. 696 do STF: Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do processo, mas se recusando o Promotor de Justiça a propô-la, o Juiz, dissentindo, remeterá a questão ao Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de Processo Penal. Não se aplica na Justiça Militar. Se o querelante negar-se a propor a suspensão, o MP poderá intervir e propor. Se o acusado não aceitar a suspensão ou não for o caso de concedê-la, o processo seguirá o rito sumário. Nos delitos em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, o MP, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão condicional do processo pelo período de dois a quatro anos, desde que preenchidas pelo acusado certas condições. Cumprido o período de provas, o juiz declarará extinta a punibilidade e, por consequência, o processo. Durante o período de suspensão condicional da pena, o réu ficará sujeito ao cumprimento de certas obrigações estabelecidas pelo Juiz, tais como de não ausentar-se da comarca onde reside, comparecer mensalmente para justificar suas atividades e outras condições que lhe poderão ser estabelecidas. O não cumprimento das obrigações não acarretará na sua prisão, apenas fazendo com que p processo volte a tramitar de onde parou. O MP, presentes os pressupostos legais, não poderá deixar de ofertar a suspensão condicional do processo, que poderá ser aceita ou não pelo réu. O réu poderá negociar a duração e demais condições. É consagrado o princípio da discricionariedade regrada, estando sempre sujeita ao controle judicial. A suspensão condicional do processo não equivale a uma condenação e tampouco implica admissão de culpa. Insere-se na perspectiva negocial, sem qualquer juízo de desvalor sobre o mérito e, uma vez cumpridas as condições impostar, o processo é extinto como se nunca houvesse existido. Não gera reincidências ou maus antecedentes. 
a) Requisitos: Período de prova: 2 a 4 anos para cumprir as condições impostas; Não estar sendo processado por outro crime (viola a presunção de inocência – sem trânsito em julgado – o simples fato de estar sendo processado por outro crime, não pode servir de punição); reincidência (não ter sido processado por outro crime); circunstâncias judiciais (art. 59 do CP c/c art. 47, II, CP). Para se negar a suspensão basta a ocorrência de uma das hipóteses acima. A suspensão condicional poderá ser proposta com a denúncia ou logo após esta, desde que concorram os seguintes elementos: I – a pena mínima cominada seja igual ou inferir a um ano; II – o delito seja da competência do JEC ou não; III – o acusado não esteja sendo processado criminalmente; IV – não seja reincidente; V – preencha os demais requisitos do art. 77 do CP (I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício; III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código). A condenação anterior a multa não impede a concessão do benefício. A pena a ser considerada para concessão do benefício é a abstrata, não sendo possível fazer qualquer redução. Havendo concurso de delitos, devem incidir os respectivos aumentos de pena para verificar-se o limite de aplicação da suspensão. É perfeitamente cabível a suspensão condicional do processo nos crimes de ação de iniciativa privada. Quando a sentença acolhe parcialmente a pretensão punitiva do MP, afastando os crimes mais graves que seriam obstáculo à suspensão condicional, deve ser essa ofertada. Súmula n. 337 do STJ: É cabível a suspensão condicional do processo na desclassificação do crime e na procedência parcial da pretensão punitiva. Caso a suspensão não seja ofertada (quando cabível), sobrevindo sentença condenatória, deverá o tribunal, recebendo o recurso, anular a sentença por manifesto cerceamento de defesa, devolvendo os autos para a Comarca de origem para que seja ofertada a suspensão.
b) condições:
* Reparação do dano, salvo impossibilidade (comprovada) de não ter condições para tanto: processo civil de indenização satisfaz essa condição;
* Proibição de frequentar determinado local;
* Comparecimento em juízo para justificar suas atividades;
§2º outras condições adequadas ao fato e as condições pessoais.
Por se tratar de medida transacional, o ideal é que o MP e o réu cheguem a um consenso sobre um período proporcional, cabendo ao juiz fiscalizar a transação para que o réu decida de forma consciente. Para evitar um acordo excessivamente gravoso, a única solução é não fazê-lo, cuidando para que fiquem consignados os motivos da recusa, dando ênfase a desproporcionalidade entre o fato e o autor e as condições propostas. Cabe recurso de apelação. Durante o período de prova, ficará o réu sujeito a cumprimento das condições estabelecidas na decisão interlocutória que concedeu a suspensão, estando elas enumeradas, exemplificativamente, nos incisos do §1º do art. 89. A condição de reparar o dano pode gerar problemas no final do período de provas, pois nem sempre é possível sua efetivação, especialmente quando depende da aceitação por parte da vítima. Em cada caso deverá ser feita análise à luz das especificidades, deve-se ter como princípio básico que basta a demonstração por parte do imputado que buscou efetivamente realizar a reparação do dano. Se existe uma ação cível de cunho indenizatório tramitando, onde se discutem a responsabilidade civil ou valor devido, não há obstáculo algum a que se considere cumprida a suspensão. Se o réu não aceita a proposta, esta preclui.
c) revogação por descumprimento das condições:
	* Obrigatórias: §3º vir a ser processado por outro crime (contravenção é facultativo) ou não reparar o dano (apenas após o período de prova – devendo ser possibilitada a justificação do réu, considerando não haver revogação automática do benefício).
	* Facultativas: §4º - vir a ser processado por contravenção ou ocorrer o descumprimento de uma condição.
O benefício da suspensão condicional do processo pode ser revogado mesmo após o período de prova, desde que motivado por fatos ocorridos até o seu termino, desde que a punibilidade ainda não esteja extinta. 
§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.
§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade.
Juizados Especiais Criminais e o rito sumaríssimo: representa a adoção de medidas despenalizadoras e descarcerizadoras. Art. 98, inciso I, da CF autoriza a criação de JECRIMs para julgamento das infrações penais de menor potencial ofensivo (contravenções e crimes que a Lei comine pena máxima não superior a 2 anos, cumulada ou não com multa. Quanto a competência no âmbito federal, devem ser observados dois critérios cumulativos: I – que o delito praticado seja de competência da justiça federal (art. 109 da CF); e, II – que o crimetenha uma pena máxima não superior a dois anos ou seja apenado exclusivamente com multa. A lei prevê que em caso de conexão ou continência entre um crime de competência do JECRIM e outro, que por sua gravidade extrapole a competência, haverá reunião fora do JECRIM, mas mantidas as possibilidades de transação penal e composição de danos em relação ao delito de menor potencial ofensivo. Considerando que o critério para definição de competência no JECRIM é quantidade de pena máxima, assume grande relevância a existência de causas de aumento ou diminuição de pena, bem como concurso de crimes. Agravantes eatenuantes não influem. Tal regra não deve ser utilizada na aplicação dos institutos da transação penal e da composição dos danos civis. 
Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que possível, ou por mandado. Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei. Não cabe, a princípio, citação por edital e por hora certa. Quando não localizado o réu, será remetido à Vara Comum e prosseguirá o feito pelo rito sumário. Se aparecer o réu, o feito não será devolvido ao JECRIM, mas lhe será garantido todos os benefícios, inclusive transação penal (art. 366 - Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312). Situação diversa é a ausência (art. 367 - O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo). Ambos os casos não podem correr no JECRIM. Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu cumprimento.
Intimação por AR – art. 67 (A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de recebimento pessoal ou, tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de mandado ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de comunicação. Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão desde logo cientes as partes, os interessados e defensores). No mandado de citação consta a necessidade de advogado na audiência preliminar.
Termo Circunstanciado: não é mero BO. Circunstâncias do fato. Depoimentos do autor do fato, vítima e testemunhas. Documentos. Art. 62: O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade. STF entende que a polícia militar poderia proceder a lavratura do TC. Nos casos de ação penal pública incondicionada: o termo será lavrado normalmente; quando tratar-se de pública condicionada só será lavrado com a representação (art. 5, §4, do CPP e art. 75) – depende da manifestação da vontade; ação penal privada: deve haver manifestação da vítima, sendo que quando distribui a queixa supre o prazo decadencial e não há necessidade de TC. Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de exercer o direito de representação verbal, que será reduzida a termo. Parágrafo único. O não oferecimento da representação na audiência preliminar não implica decadência do direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em lei. Na audiência preliminar, não havendo composição, deverá haver uma segunda representação. Há corrente que entende que não é necessária a segunda representação. Prazo de 4 meses para representar, fica em cartório aguardando prazo decadencial. TC não supre a necessidade de queixa crime, a audiência deve ser marcada dentro dos seis meses do prazo decadencial, no caso de ação penal privada. 
Em relação aos delitos de menor potencial ofensivo, não há inquérito policial, devendo a autoridade, tão logo tenha conhecimento da ocorrência, lavrar TC, encaminhando-se ao JECRIM, com o autor do fato e a vítima. Com relação à prisão em flagrante, para além do art. 69, não se pode esquecer que estamos diante de delito de menor potencial ofensivo, onde é incabível a prisão preventiva. será aprazada audiência preliminar, em que estarão presentes as partes, o MP e o Juiz. As partes deverão estar acompanhadas de advogado ou ser-lhes-á nomeado um para o ato. Caberá ao juiz proceder a oitiva da vítima e do acusado, sem a formalidade do interrogatório ou inquirição da vítima. 
Rito sumaríssimo: o rito sumaríssimo necessariamente pressupõe a fase preliminar, na qual se esgotarão os mecanismos que buscam o consenso. Oferecida a denúncia ou queixa, será o réu citado para a audiência de instrução e julgamento. No mandado de citação deverá constar ainda a necessidade fazer-se o réu acompanhar de advogado, bem como da prova testemunhal que deseje produzir. Caso alguma testemunha da defesa necessite ser intimada, deverá o defensor providenciar o requerimento até cinco dias antes da solenidade. Na audiência de instrução e julgamento, presentes as partes, deverá o Juiz verificar se já foi realizada tentativa de conciliação e a transação penal. Caso negativo, deverá, então, propô-las. Aberta a audiência, deverá o juiz permitir que a defesa responda à acusação, oralmente. O Juiz, em decisão fundamentada, receberá ou rejeitará a denúncia ou queixa. Da rejeição, cabe recurso de apelação. Do recebimento, deverá ser impetrado HC. Recebida a inicial acusatória, proceder-se-á a oitiva da vítima, das testemunhas arroladas pela acusação e, posteriormente, defesa, seguindo-se pelo interrogatório do réu, e debates orais. A sentença, que dispensa relatório, será prolatada em audiência, sendo as partes imediatamente intimadas.
Audiência preliminar: art. 69: Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Não cabe prisão preventiva, salvo questão de reincidência. Em caso de violência doméstica não se aplica mais – art. 129 elevou a pena da lesão leve em razão de violência doméstica, não se aplica a Lei n. 9.099/95. Data da audiência pode ser designada na delegacia.  Na falta do comparecimento de qualquer dos envolvidos, a Secretaria providenciará sua intimação e, se for o caso, a do responsável civil, na forma dos arts. 67 e 68 desta Lei. 
1º passo: composição civil dos danos – o juiz esclarecerá sobre a possibilidade de composição dos danos e transação penal; Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente. Não cabe discussão da homologação da composição.
Composição dos danos civis: o acordo entre o imputado e a vítima, com vistas à reparação do dano, gera um título executivo judicial. Essa decisão homologatória é irrecorrível. A composição dos danos civis poderá anteceder a fase processual ou ocorrer na audiência preliminar. Seu principal efeito é acarretar a extinção da punibilidade pela renúncia do direito de queixa ou de representação, impedindo a instauração do processo crime ou acarretando sua extinção. É inviável se o delito for de ação penal pública incondicionada. 
Transação penal: direito subjetivo do réu – deve conviver com a discricionariedade regrada. MP ou querelante assume a possibilidade de oferecer transação penal. Querelante, antes de oferecer a queixa, pode oferecer transação penal. Existe discricionariedade apenas em relação ao tipo de pena que irá oferecer. STF entende que é poder-dever do MP. Se o MP se negar, aplica-se o art. 28 do CPP. Querelante tem que oferecer a transação penal. Da transação penal cabe apelação. Quando a transação penal não for aceita, preclui o direito de aceita-la. Art. 76: Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de penarestritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. § 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade. § 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado: I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva (se a reincidência for em contravenção penal pode ocorrer o oferecimento da benesse) – Caso o crime anterior seja CULPOSO, Aury Lopes Jr defende que deve ser observada a proporcionalidade e se possibilitar a transação penal – se tiver sido sancionado com pena de multa ainda caberá o benefício, veda-se apenas PPL; II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo; III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida. A aplicação de pena restritiva de direitos por crime anterior barrará, também, a oferta de transação penal. O prazo de cinco anos, termo inicial segue duas correntes: 1ª da data da homologação da transação até a data da audiência preliminar; 2ª da homologação até a data do novo crime. Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do Juiz. Não gera antecedentes, nem reincidência. Não tem efeitos civis. Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.
A transação penal constituirá no oferecimento ao acusado, por parte do MP, de pena antecipada, de multa ou restritiva de direitos. Não há oferecimento de denúncia. A transação penal é um direito subjetivo do réu, de modo que, preenchidos os requisitos legais, deve ser oportunizada ao acusado. Ao MP a discricionariedade é unicamente quanto à pena a ser proposta na transação; restritiva de direitos ou multa. A transação penal não é uma alternativa ao pedido de arquivamento, senão um instituto que somente terá aplicação quando houve fumus comissi delicti e o preenchimento das demais condições da ação processual penal. Súmula Vinculante n. 35: A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial. 
Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação de pena, pela ausência do autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o Ministério Público oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver necessidade de diligências imprescindíveis. APPI: se não houver necessidade de diligências imprescindíveis, será oferecida denúncia oral. Se estiverem presentes o autor do fato e a vítima, já saem intimados da data da audiência. Autor do fato já fica citado. Se não compareceu na audiência preliminar, deverá ser reiterada a possibilidade de composição do dano civil e transação penal. Se a materialidade do crime estiver embasado de documento médico, prescindirá perícia. 
§ 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem a formulação da denúncia, o Ministério Público poderá requerer ao Juiz o encaminhamento das peças existentes, na forma do parágrafo único do art. 66 desta Lei. – requerer a remessa dos documentos para Vara Comum, onde seguirá o rito sumário (art. 538).
Queixa-crime: Juiz deverá analisar a complexidade e, se for o caso, encaminhará à Vara Comum. Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a termo, entregando-se cópia ao acusado, que com ela ficará citado e imediatamente cientificado da designação de dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, da qual também tomarão ciência o Ministério Público, o ofendido, o responsável civil e seus advogados.
Audiência de instrução e julgamento: poderá requerer-se a intimação das testemunhas com pelo menos cinco dias de antecedência da data de nova audiência, o que pode ensejar, caso ausência, sua condução coercitiva.
Número máximo de testemunhas: duas correntes – Lei n. 9.099/95: três testemunhas; 2ª – seguiria o rito sumário, com número de cinco, nos termos do art. 532 do CPP; 
Art. 79. No dia e hora designados para a audiência de instrução e julgamento, se na fase preliminar não tiver havido possibilidade de tentativa de conciliação e de oferecimento de proposta pelo Ministério Público, proceder-se-á nos termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta Lei. 
Oferecimento da resposta à acusação: devem ser alegadas questões sobre rejeição da denúncia; condições da ação; justa causa; legitimidade e interesse. 
Instrução: vítima; testemunhas (acusação e depois defesa); interrogatório; antes de ouvir a vítima oferecerá suspensão condicional do processo. 
Debates orais;
Sentença.
Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para responder à acusação, após o que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-se imediatamente aos debates orais e à prolação da sentença. § 1º Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, podendo o Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.  § 2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo, assinado pelo Juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência e a sentença.  § 3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os elementos de convicção do Juiz.
 
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