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LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR O texto Constitucional enumerou as regras básicas do Direito Tributário direcionadas basicamente à proteção do contribuinte e à limitação do poder de tributar. A própria ideia de Carta Magna surgiu para limitar o poder estatal de tributar. Sendo assim, as limitações ao poder de tributar são regras de competência estabelecidas na Constituição de 1988, em seus arts. 150 a 152, que prevê freios na atividade estatal de arrecadar tributos. Além das regras ali elencadas, outros direitos e garantias também limitam o poder de tributar, como, por exemplo, os direitos e deveres descritos no art. 5°, relacionados ao direito de propriedade, à intimidade, ao sigilo de dados, ao direito de ir e vir, etc. Cada membro da Federação tem competência específica para dispor sobre seus tributos, inclusive com relação a subsídios, isenções, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia e remissão (art. 150, § 6°, da CF). O exercício da competência tributária é uma atribuição concedida ao ente da Federação, seja a União, Estado, Município ou Distrito Federal com caráter exclusivo. Imunidades Tributárias A imunidade é uma limitação do exercício do poder de tributar, prevista na CF/88, sob a forma de norma dirigida ao legislador, não lhe permitindo exercer a sua competência tributária nos casos que especifica. Imunidades tributárias são as vedações absolutas ao poder de tributar certas pessoas ou certos bens. Consiste no impedimento constitucional absoluto à incidência da norma tributária, pois restringe as dimensões do campo tributário da União, dos Estados, do distrito federal e dos Municípios. É um obstáculo decorrente de regra da Constituição à incidência de regra jurídica de tributação. O que é imune não pode ser tributado. A imunidade não protege a pessoa do parlamentar e sim o exercício da função. Serve para garantir o livre exercício da função, evitando que o indivíduo não exerça de forma livre a sua função que é fiscalizar. Então, a imunidade serve para garantir o livre exercício da função parlamentar para que ele não tenha medo de futuras represálias. A Constituição não usa o termo "imunidade", e sim "é vedado", "não incide". Assim, imunidade é a vedação constitucional para instituir tributo em relação a certas pessoas, entes ou em determinadas situações. São imunes dos impostos, por exemplo, os livros e os jornais (art. 150, VI, da CF). Na imunidade, como não inexiste o poder de tributar, não há fato gerador. Difere da isenção, onde há o fato gerador e ocorre mera dispensa do pagamento do tributo devido. A imunidade é sempre constitucional. A isenção dá-se por lei ordinária. A Constituição Federal estipula uma série de imunidades, ou seja, casos em que não se verifica a competência estatal para a cobrança de impostos. A imunidade que a lei define como hipótese de incidência tributária aquilo que é imune. É limitação de competência. Principais Imunidades Tributárias De acordo com a Constituição Federal de 1988 não incidem impostos sobre: • patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros. Essa imunidade se estende às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados às suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes (art. 150, § 2°); • templos de qualquer culto (consequência direta da liberdade religiosa, expressa no art. 5°, IV, da CF); • patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; • livros jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. Outras imunidades estão previstas de forma dispersa no texto constitucional e se relacionam a tributos específicos. O imposto sobre produtos industrializados, por exemplo, não incide sobre produtos destinados ao exterior (art. 153, § 3°, III, da CF). Em alguns casos, a Constituição Federal relaciona todos os tributos que podem incidir sobre um certo fato gerador, ao invés de citar os impostos que não incidem. É o caso do ouro, que se definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial estará sujeito apenas ao pagamento do IOF (imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários), nos termos do art. 153, § 5°, da CF. Sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País somente pode incidir o ICMS, o imposto sobre Importação (II) e o Imposto sobre Exportação (IE), de acordo com a redação do art. 155, § 3°, da CF. São “isentas” do pagamento da contribuição para custeio da Seguridade Social as entidades beneficentes de assistência social, desde que atendam às exigências da lei (art. 195, § 7°, da CF). Também não incidirá contribuição social sobre a aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social descrito no art. 201 da CF (art. 195, II, da CF). A Emenda Constitucional nº 33/2001 criou mais uma imunidade quando vedou a incidência das contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico sobre as exportações (art. 149, § 2°, I, da CF). É possível perceber que a Constituição não obedece à rigidez doutrinária dos termos “isenção” (criada por lei) e “imunidade” (criada pela Constituição), utilizando-se dos dois termos para definir o fenômeno da imunidade tributária. Isenção corresponde a dispensa de pagamento do tributo por expressa disposição legal. A criação de imunidade tributária é matéria típica do texto constitucional, enquanto a de isenção é versada na lei ordinária. As imunidades podem ter caráter subjetivo, quando o fator determinante seja uma característica da pessoa jurídica beneficiária (imunidade recíproca, por exemplo), ou objetiva, quando relacionada a características do fato gerador não relacionado ao beneficiário (imunidade sobre o ouro utilizado como ativo financeiro, por exemplo).
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