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CONTRATO DE TRANSPORTE

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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	03
CARACTERÍSTICAS	03
ESPÉCIE DE TRANSPORTE	05
Disposições Gerais do Contrato de Transporte	06
Transporte de Pessoas	07
Transporte de Coisas	08
Transporte Gratuito	09
EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRANSPORTE	10
CONCLUSÃO	10
REFERENCIAS	11
	
Introdução
No estudo da responsabilidade nos transportes há necessidade de investigar o negócio jurídico de onde emerge a obrigação do transportador.
O Código Civil de 2002 traz o conceito de transporte no art. 730: “pelo contrato de transporte alguém se obriga, mediante retribuição, a transportar de um lugar para outro, pessoas ou coisas”. Identifica que aquele que realiza o transporte é o transportador, a pessoa transportada é o passageiro ou viajante, enquanto a pessoa que entrega a coisa a ser transportada é o expedidor. (TARTUCE, 2014)
O contrato de transporte pode ser definido como: “o negócio jurídico bilateral, consensual e oneroso, pelo qual uma das partes (transportador ou condutor) se obriga a, mediante remuneração, transportar pessoa ou coisa a um destino previamente convencionado.” (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2018, p. 615)
Tartuce (2014) estabelece que o elemento identificador do contrato de transporte é uma obrigação de resultado do transportador. Bem como para Gamgliano e Pamplona Filho (2018) inequivocamente, o contrato de transporte embute uma obrigação de resultado: transportar a pessoa ou o bem, ao local de destino, em perfeita segurança. Gonçalves (2017) ressalta que não obtenção desse resultado importa o inadimplemento das obrigações assumidas e a responsabilidade pelo dano ocasionado. Não se eximirá da responsabilidade provando apenas ausência de culpa. Incumbe-lhe o ônus de demonstrar que o evento danoso se verificou por culpa exclusiva da vítima, força maior ou ainda por fato exclusivo de terceiro.
Os doutrinadores entendem o transporte como uma atividade antiquíssima, entendida na sua origem como uma empreitada, associando o transportador como alguém que se encarregava de realizar uma obra para outrem. Diante da evolução tecnológica e comercial, verifica-se uma intensificação dos deslocamentos de pessoas e mercadorias, o Direito na constante tentativa de adaptação às mudanças, identificou a necessidade de normas próprias para este tipo de contrato. (GONÇALVES, 2017)
características
Os doutrinadores estabelecem o contrato de transporte como um negócio jurídico típico e nominado, que passou ser previsto no Código Civil brasileiro em 2002.
O contrato de transporte constitui típico contrato de adesão, cujas as cláusulas não são amplamente discutidas pelas partes. Gagliano e Pamplona Filho (2018, p. 617) relembra os quatros traços característicos do contrato de adesão:
Uniformidade: o objetivo do estipulante é obter, do maior número possível de contratantes, o mesmo conteúdo contratual, para uma racionalidade de sua atividade e segurança das relações estabelecidas;
Predeterminação unilateral: a fixação das cláusulas é feita anteriormente a qualquer discussão sobre a avença. De fato, a simples uniformidade não é suficiente para se considerar um contrato como de adesão, pois é imprescindível que tais cláusulas uniformes sejam impostas por somente uma das partes;
Rigidez: além de uniformemente predeterminadas, não é possível rediscutir as cláusulas do contrato de adesão, sob pena de descaracterizá-los como tal;
Posição de vantagem: (superioridade material) de umas das partes: embora a expressão superioridade econômica seja a mais utilizada (até pela circunstância de ser a mais comum), consideramos mais adequada a concepção de superioridade material, uma vez que é em função de tal desigualdade fática que faz com que possa ditar as cláusulas aos interessados.
No contrato de transporte há também um regulamento previamente estabelecido pelo transportador, com base em normas legais, ao qual o passageiro adere ou não. Quem toma um ônibus, ou qualquer outro meio de transporte, tacitamente celebra um contrato de adesão com a empresa transportadora. Com o pagamento da passagem, o transportado adere ao regulamento da empresa. Esta, implicitamente, assume a obrigação de conduzi-lo ao seu destino, são e salvo. Se, no trajeto, ocorre um acidente e o passageiro fica ferido, configura-se o inadimplemento contratual, que acarreta a responsabilidade de indenizar. (GONÇALVES, 2017)
Além de ser contrato de adesão, como já mencionado, o contrato de transporte é também bilateral ou sinalagmático, porque gera obrigações recíprocas. (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2018)
Os contratos bilaterais em geral exigem equivalência das prestações. Essa equivalência, entretanto, tem características próprias no contrato de transporte coletivo, pois, o preço da passagem pago pelo passageiro é inferior ao benefício que recebe. A equivalência, na hipótese, não se dá em relação a cada umas das pessoas transportadas, mas em relação ao conjunto de pessoas, fazendo-se o cálculo atuarial da renda que determinada linha pode proporcionar. Em função deste cálculo é estipulado, então, o preço da passagem. (GONÇALVES, 2017)
Além de bilateral e de adesão, o contrato de transporte é ainda consensual, oneroso, comutativo e não solene. É consensual porque se aperfeiçoa com o acordo de vontades, muitas vezes tácito, como no atendimento do taxista ou motorista do ônibus ao aceno do passageiro; oneroso, uma vez que a obrigação do transportador é assumida mediante remuneração a ser prestada pelo alienante; comutativo, porque as prestações são certas e determinadas, antevendo as partes as vantagens e os sacrifícios que dele podem advir; não solene, pois não depende de forma prescrita na lei, sendo válida a celebração verbal. (GONÇALVES, 2017)
Quanto ao tempo, é um contrato que pode ser estabelecido na modalidade instantânea ou de duração, a depender da situação fática e da vontade das partes.
Gagliano e Pamplona Filho (2018) ainda classifica este contrato em execução simples, quando apenas um transportador realiza o serviço, ou execução cumulativa, quando mais de um transportador se obriga a cumprir um determinado percurso da viagem, vinculando-se solidariamente aos demais. Conforme é exposto no art. 733 do CC/2002:
Art. 733. Nos contratos de transporte cumulativo, cada transportador se obriga a cumprir o contrato relativamente ao respectivo percurso, respondendo pelos danos nele causados a pessoas e coisas.
§ 1.º O dano, resultante do atraso ou da interpretação da viagem, será determinado em razão da totalidade do percurso.
§ 2.º Se houver substituição de algum dos transportadores no decorrer do percurso, a responsabilidade solidária estender-se-á ao substituto.
Apesar do caput estabelecer que o limite da responsabilidade de cada transportador se restringe ao percurso, o art. 756 que esclarece a existência de solidariedade, alinhado com o Código de Defesa do Consumidor (CDC). (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2018)
Finalmente, cumpre-nos mencionar que o contrato de transporte é, também, um contrato de consumo, regido e delimitado, consequentemente, pelas normas do CDC.
“Por não depender de qualquer forma prescrita em lei, trata-se de um contrato não solene”. (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2018, p. 620)
Outras características são: contrato individual (obrigando somente os sujeitos individualmente considerados); contrato impessoal, pois somente interessa o resultado da atividade contratada, independentemente de quem seja a pessoa que irá realizá-la; pela função econômica, trata-se de um contrato de atividade (prestação de uma conduta de fato, mediante a qual se conseguirá uma atividade econômica) e, por último, de um contrato principal e definitivo.
ESPÉCIE DE TRAnsPORTE
O Código Civil/2002 disciplinou o contrato de transporte em capítulo próprio, dividindo-o três seções intituladas: “Disposições gerais”, “Do transporte de pessoas” e “Do transporte de Coisas”.
“O transporte é de pessoas e coisas, e pode ser terrestre, aéreo e marítimo ou fluvial.” (GONÇALVES, 2017, p. 611)
Pela redação dadaao art. 734 do CC/2002, o transporte de bagagem é acessório do contrato de transporte de pessoa. O viajante, ao comprar a passagem, assegura o direito de transportar consigo a sua bagagem. Ao mesmo tempo, o transportador assume, tacitamente, a obrigação de efetuar o transporte.
Art. 734 – O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da responsabilidade
Parágrafo único. É lícito ao transportador exigir a declaração do valor da bagagem a fim de fixar o limite da indenização.
Disposições Gerais do Contrato de Transporte
Na seção de disposições gerais, o Código trouxe o conceito mencionado acima através do artigo 730, bem como a característica de transporte cumulativo que é verificada no artigo 733, cuja característica é identificada como regras comuns a todos os contratos de transporte. Ainda dentro desta seção são verificadas duas ressalvas:
A primeira consta do art. 731, que assim dispõem: “O transporte exercido em virtude de autorização, permissão ou concessão, rege-se pelas normas regulamentares e pelo que for estabelecido naqueles atos, sem prejuízo do disposto neste Código.”
De acordo com a doutrina, o transporte obedecerá, prioritariamente, ao que for estabelecido nos atos de autorização, permissão ou concessão – especialmente quanto às obrigações, itinerários, tarifas, prazos e normas regulamentares, sem prejuízo do que dispõe o Código Civil.
“A segunda ressalva se apresenta no art. 732 do CC, que manda aplicar ‘os preceitos constantes da legislação especial e de tratados e convenções internacionais’, quando couber, e desde que não contrariem as disposições do novo diploma.” (GONÇALVES, 2017, p. 613).
Ocorre transporte cumulativo, pois, quando “vários transportares – por terra, água ou ar – efetuam, sucessivamente, o deslocamento contratado. Segundo o teor do caput do dispositivo, “cada transportador se obriga a cumprir o contrato relativamente ao respectivo percurso, respondendo pelos danos nele causados a pessoas e coisas”. Mas para considerar-se cumulativo o transporte é preciso que haja unidade da relação contratual a que se vinculam os diversos transportadores. (GONÇALVES, 2017)
No transporte cumulativo ou combinado vários transportadores realizam o transporte, por trechos, mediante um único bilhete que estabelece a unidade, como se a obrigação estivesse sendo cumprida por uma única empresa. Sem essa unidade de contrato com vinculação de pluralidade de transportadoras inexiste transporte cumulativo, mas sim transporte sucessivo, que se caracteriza por uma cadeia de contratos, cada um com empresa independente das demais.
Transporte de pessoas
Gagliano e Pamplona Filho (2018) citando Aguiar Dias, ressalta a cláusula de segurança ou de incolumidade existente em todo contrato de transporte, mesmo que não esteja explícita, justificada pelo princípio da função social do contrato e da boa-fé objetiva.
A disciplina específica do transporte de pessoas que explica a proteção conferida do transportador ao passageiro e a sua bagagem é conferida no artigo 734, já citado acima, que harmonizou com a lei de Consumidor. 
A violação a este artigo implicará o acionamento da responsabilidade objetiva do transportador, que deve indenizar a vítima independentemente de ter atuado ou não com dolo ou culpa. O que vem ainda a contribuir para aplicação da responsabilidade sem culpa é a consideração do serviço de transporte de passageiro – terrestre, marítimo ou aeronáutico – como uma atividade de risco, cuja aplicação está respaldada no parágrafo único do seu art. 927. (GONÇALVES, 2017)
Gagliano e Pamplona Filho (2018) ressalta que a proteção conferida pela cláusula de incolumidade se aplicará não necessariamente no momento da celebração do contrato para determinados meios de transporte e sim, isso sim, se aplica de forma geral, no momento da execução do contrato. Portanto, o início da responsabilidade civil do transportador ocorre na execução do transporte.
Outro aspecto interessante inferido pela doutrina a respeito do artigo 734 refere -se a excludente da responsabilidade do transportador: “salvo motivo de força maior”. Que a doutrina entende estão incluídos nessa excludente apenas os acontecimentos naturais, como raio, inundação, terremoto, etc., e não os fatos decorrentes da conduta humana, alheios à vontade das partes, como greve, motim, guerra, etc. Gonçalves (2017) completa o raciocínio ao explicar que somente o fortuito externo (causa ligada à natureza, estranha à pessoa do agente e à máquina) tem o condão de eximir o transportador, o mesmo não acontecendo na hipótese de fortuito interno (estouro de pneus, a quebra da barra de direção e outros defeitos mecânicos em veículos não afastam a responsabilidade do condutor). 
Prescreve o art. 735 do atual Código: “A responsabilidade contratual do transportador por acidente com o passageiro não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva”. 
Em matéria de responsabilidade civil do transportar a jurisprudência já não vinha admitindo como excludente o fato de terceiro. Justifica-se o rigor, tendo vista a maior atenção que deve ter o motorista obrigado a zelar pela integridade de outras pessoas. Assim, deve primeiro indenizar o passageiro para depois discutir a culpa pelo acidente, na ação regressiva movida contra terceiro. (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2018)
Em relação à mudança de itinerário, se esta se der por motivo de força maior, o transportador não poderá ser responsabilizado, nos termos no art. 737. (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2018)
Por outro lado, prescreve o art. 738 do atual Código: “A pessoa transportada deve sujeitar-se às normas estabelecidas pelo transportador, constantes no bilhete ou afixadas à vista dos usuários, abstendo-se de quaisquer atos que causem incômodo ou prejuízo aos passageiros, danifiquem o veículo, ou dificultem ou impeçam a execução normal do serviço”. Portanto, o passageiro deve evitar conduta incompatível com saúde, segurança e sossego dos outros passageiros.
Aduz o parágrafo único do aludido art. 738: “Se o prejuízo sofrido pela pessoa transportada for atribuível à transgressão de normas e instruções regulamentares, o juiz reduzirá equitativamente a indenização, na medida em que a vítima houver concorrido para a ocorrência do dano”.
“Neste dispositivo o legislador previu um redutor indenizatório, caso tenha havido culpa concorrente da própria vítima do evento”. (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2018, p. 637)
Transporte de coisas
Gagliano e Pamplona Filho (2018) identifica “coisa”, objeto do contrato, como bens corpóreos e materializados, com expressão econômica.
O legislador ao considerar a materialidade da coisa, exige no art. 743 que a mesma seja individualizada, bem como o destinatário, para evitar, com isso, a frustração da entrega.
O transportador ao receber a coisa emitir conhecimento, “com a menção dos dados que a identifiquem, obedecido o disposto em lei especial”. (CC, art. 744) Se vier a sofrer prejuízo em virtude de “informação inexata ou falsa descrição” da coisa transportada, “será o transportador indenizado”, devendo a ação ser ajuizada no prazo decadencial de cento e vinte dias. (art. 745).
Por outro lado, não haverá direito à indenização se o transportador recusar a coisa cuja embalagem esteja inadequada, bem como a que possa pôr em risco a saúde das pessoas, ou danificar o veículo e outros bens (art. 746 do CC/2002).
Na mesma linha, e visando especialmente à preservação da ordem pública, a teor do art. 747 do CC/2002, o transportador deverá obrigatoriamente recusar a coisa cujo transporte ou comercialização não sejam permitidos. (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2018)
É dever do transportador conduzir a coisa ao seu destino, tomando todas as cautelas necessárias para “mantê-la em bom estado e entrega-la no prazo ajustado ou previsto” (CC, art. 749). A sua responsabilidade, que é limitada ao valor constante do conhecimento, como visto, começa no momentoem que, diretamente ou por seus prepostos, recebe a coisa; e “termina quando é entregue ao destinatário, ou depositada em juízo, se aquele não for encontrado” (art. 750) ou se houver dúvida sobre “quem seja destinatário” (art. 755). Até a entrega da coisa, “pode o remetente desistir do transporte”, pedindo-a de volta ou ordenando seja entregue a outro destinatário, “pagando, em ambos os casos, os acréscimos de despesas decorrentes da contra ordem, mais as perdas e danos que houver”. (art. 748)
No caso de “perda parcial ou de avaria não perceptível à primeira vista”, o destinatário conserva a sua “ação contra o transportador, desde que denuncie o dano em dez dias a contar da entrega” (art. 754, parágrafo único).
Transporte gratuito
Para Gagliona e Pamplona Filho (2018), gratuito somente poderá ser considerado o transporte de mera cortesia, ou seja, a carona desinteressada, por amizade ou outro sentimento íntimo. Não se considera gratuito o transporte quando, embora feito sem remuneração, o transportador auferir vantagens indiretas.
O atual Código Civil estabelece que não subordina às normas do contrato de transporte o feito gratuitamente, por amizade ou cortesia. (GONÇALVES, 2017)
A súmula 145 do STJ é esclarecedora: “no transporte desinteressado, de simples cortesia, o transportador só será civilmente responsável por danos causados ao transportado quando incorrer em dolo ou culpa grave”. 
EXTINÇÃO DO CONTRATO DO TRANSPORTE
O Código concede ao passageiro o direito potestativo de rescindir o contrato de transporte antes de iniciada a viagem, tendo direito à restituição do preço da passagem desde que comunicada a desistência ao transportador em tempo de ser renegociada. (art. 740). A regra é de difícil aplicabilidade, diante da dificuldade de o passageiro comprovar que é suficiente o tempo que deu ao transportador para renegociar o bilhete. (PEREIRA, 2017)
O Código também concede ao passageiro o direito de desistir do contrato durante a sua execução, com direito à restituição do valor referente ao trecho não percorrido, desde que ele comprove que outro passageiro assumiu o seu lugar. Terá direito também à restituição do valor do bilhete o passageiro que, apesar de não ter comparecido ao embarque, comprovar que outra pessoa assumiu o seu lugar. (PEREIRA, 2017)
Em todas as hipóteses de rescisão unilateral acima referidas, no entanto, o Código dá ao transportador o direito de retenção do valor correspondente a até 5% do valor da passagem a título de multa compensatória (§ 3º do art. 740).
Além das hipóteses acimas, o contrato de transporte pode se extinguir, simplesmente, pela consumação da sua finalidade, ou seja, por meio da execução. (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2018).
CONCLUSÃO
Diante das evoluções tecnológicas e um mundo globalizado, o contrato de transporte é algo inserido no cotidiano de boa parte da sociedade, para não dizer de toda. Desta forma, reconhece-se a status de importância que esse instrumento jurídico possui atualmente.
Assim, o ordenamento jurídico buscou abranger o transporte de pessoas assim como de coisas. Estabeleceu parâmetro de forma que possa proteger a todos, o transportador, o expeditor, o destinatário e o passageiro. Definiu-se que a responsabilidade civil do transportador é objetiva, bem como a excludente deste, no caso de força maior, inserido no fortuito externo. Não se aplica no contrato de transporte a excludente por fato de terceiro. Mas a responsabilidade do transportar tem um redutor indenizatório quando ocorrer dano por culpa concorrente do passageiro e no caso de culpa exclusiva, pode-se até inexistir responsabilidade.
Por fim, verifica-se as possibilidades de extinção do contrato de transporte. Aqui, não tentou exaurir o tema, diante de tantas peculiaridades, mas buscou-se realizar ums abordagem pelos princípios norteadores do contrato de transporte à luz do Novo Código Civil.
referencias
BRASIL. Código Civil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm> .Acesso em: 22 set.. 2018.
GAGLIANO Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil. Vol IV - Contrato. 1 ed. - São Paulo: Saraiva educação, 2018;
GONÇALVES, Carlos Roberto - Direito Civil Brasileiro - Volume III - Contratos e Atos Unilaterais - 14.ed., São Paulo: Saraiva, 2017.
PEREIRA, Caio Mario da Silva - Instituições de Direito Civil - Volume III - Contratos – 21 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017.
TARTUCE, Flávio.  Direito civil, v. 3: teoria geral dos contratos e contratos em espécie. 9. ed. Rio de Janeiro: Forense – São Paulo: MÉTODO, 2014.

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