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Bilinguismo libras

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Bilinguismo
	Entende-se por bilíngues pessoas que aprenderam e utilizam duas ou mais línguas ou dialetos no seu dia a dia.
Segundo a tipologia apresentada em Butler e Hakuta (2004):
Equilibrado e Dominante: o indivíduo bilíngue equilibrado manifesta uma proficiência equivalente em ambas as línguas, o dominante possui uma das línguas com maior proficiência (dominância). 
Composto, Coordenado e Subordinado: em bilíngues compostos dois ou mais códigos linguísticos são armazenados em uma unidade de significado; nos coordenados cada código linguístico é posicionado separadamente e, finalmente, nos bilíngues subordinados um dos códigos linguísticos só é acessado por meio da unidade de significado do código de outra língua.
 Precoce (simultâneo ou sequencial) e Tardio: o bilinguismo precoce simultâneo adquire as duas (ou mais) línguas praticamente ao mesmo tempo, em tenra idade, sendo difícil precisar quando cada idioma começa a ser adquirido e o espaço de tempo entre eles; o bilíngue precoce sequencial é aquele em que é possível detectar o início do contato com a segunda (em termos cronológicos) e primeira (em termos de importância cognitiva e uso) línguas e o tardio, definido segundo os parâmetros da idade crítica de aquisição de língua(gem) é aquele que adquire/aprende a segunda língua após esta fase. 
Bicultural, Monocultural, Acultural, Desculturalizado: relativamente ao pertencimento cultural dos bilíngues temos os indivíduos biculturais, que pertencem às duas culturas; monoculturais (L1), que se identificam somente com sua cultura de origem; aculturais (L2), que adotam a cultura de sua segunda língua e os desculturalizados, que têm um pertencimento ambíguo e uma perda da identidade (anomia).
	A libras é considerada a primeira língua que o surdo tem contato, sendo ensinada no Brasil, por meio da língua portuguesa, sendo esta segunda língua. Na linguagem de sinais, os movimentados feitos com as mãos correspondem a uma palavra, uma ideia ou frase. As ordens destes sinais não correspondem fielmente a língua falada, ou seja, a língua portuguesa.										A abordagem bilíngue (FERNANDES, 2005) parte do pressuposto que a educação para surdos acontece em duas línguas: L1 –Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e L2 – Língua Portuguesa (a escrita obrigatoriamente e oral possivelmente, já que nem todos os surdos tem oportunidades de desenvolver a oralidade, como segunda língua). Ao terem acesso ao bilinguismo (L1 e L2), o surdo tem ao seu alcance os recursos linguísticos, que podem atender suas necessidade, favorecendo sua integração e inclusão na sociedade como um todo.
	Segundo FERNANDES; RIOS (1998), educação com bilinguismo, não é, portanto, em essência, uma nova proposta educacional em si mesma, mas uma proposta de educação onde o bilinguismo atua como uma possibilidade de integração do indivíduo ao meio sociocultural a que naturalmente pertence, ou seja, às comunidades de surdos e de ouvintes. Educação com bilinguismo não trata-se de uma nova forma de educação, trata-se de um modo de garantir uma melhor possibilidade de acesso à educação.
	A educação de surdos no Brasil teve seu início em 1850, tendo como pressuposto básico de que surdo precisa ser bilíngue ou deve adquirir como língua materna a língua de sinais, sendo essa considerada a língua natural dos surdos, e como segunda língua, a língua oficial do seu país. Já no final dos anos 80, no Brasil, os surdos começaram a liderar o movimento de oficialização da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
	A LIBRAS já é reconhecida pela Lei nº 10.436/2002. Nessa lei, a LIBRAS é considerada como língua oficial da comunidade surda, defende a educação bilíngue para os surdos e reconhece existência da cultura surda. 
					REFERÊNCIAS
BUTTLER, Yuko; HAKUTA, Kenji. Bilingualism and Second Language Acquistion. In BHATIA, Tej K.; RITCHIE, William C. (eds.), The Handbook of Bilingualism, 91-113. Malden, MA: Blackwell Publishers, 2004
FERNANDES, Eulalia; RIOS, Katia Regina. Educação com bilingüismo para crianças surdas. Intercâmbio. Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem. ISSN 2237-759X, v. 7, 1998.
FERNANDES, Eulália; CORREIA, CM de C. Bilinguismo e surdez: a evolução dos conceitos no domínio da linguagem. FERNANDES, E. Surdez e bilinguismo, 2005.
BRASIL. Decreto 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000. In: Diário Oficial da União de 23 de dez. de 2005, Brasília, 28 p

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