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Transformadores (Trafos) AULA 1 – INTRODUÇÃO, TRANSFORMADOR IDEAL CCE0146 – CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA I VINICIOS BACIL 1 Introdução • Dispositivos de conversão estática de energia • Transmissão de energia elétrica entre dois circuitos desconectados, mas acoplados magneticamente • Muitas considerações utilizadas para transformadores serão aplicadas ao estudo de Máquinas CA (e até cc), por exemplo o circuito equivalente de motores de indução (mono e trifásicos) • Além de ser muito útil em vários setores da engenharia • Transformação de tensões ou correntes de um sistema elétrico: elevar ou reduzir tensões/correntes • Utilizado em sistemas AC, permite a transmissão e distribuição de energia desde a geração até o consumidor final CCE0146 – CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA I VINICIOS BACIL 2 CCE0146 – CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA I VINICIOS BACIL 3 4 220 V 5A 110 V 10 A 220 V 5A 110 V 10 A PRIMÁRIO SECUNDÁRIO PRIMÁRIOSECUNDÁRIO CCE0146 – CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA I VINICIOS BACIL 5 • Redução de perdas (altos níveis de tensão) • Entrega de energia ao consumidor (baixos níveis de tensão) 24 kV500 kV 500 kV 138 kV 138 kV 13,8 kV 13,8 kV 220 / 127 V CCE0146 – CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA I VINICIOS BACIL 6 Lei de Ampère: em qualquer espira fechada, as linhas de campo magnético ( ) são proporcionais à corrente elétrica que passa através da espira. ՜ 𝐵 Campos elétricos planos e uniformes, como no caso de uma bobina, produzem Fluxo Magnético que é dado por: 𝐵 = 𝜇. 𝐼 2𝑅 𝜇 − 𝑝𝑒𝑟𝑚𝑒𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑔𝑛é𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝐼 – corrente elétrica 𝑅 – raio da espira (Eq. 1) [Wb] (Eq. 2) [Wb/m2] CCE0146 – CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA I VINICIOS BACIL 7 Lei de Faraday: em uma espira condutora, a variação do fluxo magnético (Φ𝑀) produz uma força eletromotriz induzida (𝜀 - fem) ao longo da espira, se tivermos N espiras a FEM será proporcional também a essas N espiras 𝜀 = 𝑑Φ 𝑑𝑡 em N espiras temos: 𝜀 = 𝑁 𝑑Φ 𝑑𝑡 FEM Teoria de Circuitos 𝜀 = 𝐿 𝑑𝑖 𝑑𝑡 Ou seja: 𝜀 = 𝐿 𝑑𝑖 𝑑𝑡 = 𝑁 𝑑Φ 𝑑𝑡 Portanto: 𝐿 = 𝑁 𝑑Φ 𝑑𝑖 Fluxo proporcional à corrente [H] [V] [V] (Eq. 3) (Eq. 4) (Eq. 5) (Eq. 6) 8 Lei de Ampere – relaciona corrente (I) e intensidade de campo magnético (H) [Ae/m] [T] 9 FORÇA MAGNETOMOTRIZ (fmm) • A Força Magnetomotriz (ℱ) designa os Ampère-Espira envolvidos pelo percurso fechado assumido das linhas de fluxo RELUTÂNCIA • A Relutância (ℛ) designa o impedimento à passagem do fluxo magnético , e é definida por: assim: ℱ = ℛ.𝜙 [Ae] Sendo que: ℛ = 𝑙 𝜇𝐴 [unidades de relutância] onde: 𝑙 – comprimento total do percurso de uma linha de fluxo [m] A – área da seção [m2] 𝜇 – permeabilidade magnética do material 10 Analogia entre Lei de Ohm e Força Magnetomotriz 11 Exercício: Calcule a força magnetomotriz (fmm) do núcleo ferromagnético abaixo composto de dois materiais necessária para produzir um fluxo magnético (𝜙) de 1.10-3 Wb: Material 1: Área da Seção Reta = 0,00125 m2 Comprimento Médio = 0,25 m Intensidade Campo Magnético (H) = 490 Ae/m Densidade de Fluxo Magnético (B) = 0,8 T Material 2: Área da Seção Reta = 0,00112 m2 Comprimento Médio = 0,30 m Intensidade Campo Magnético (H) = 126 Ae/m Densidade de Fluxo Magnético (B) = 0,89 T Material 1 Material 2 Resposta: aprox. 160 Ae CCE0146 – CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA I VINICIOS BACIL 12 𝜺𝟏 𝜺𝟐 • Transformador: duas bobinas mutualmente acopladas • Será estudado apenas o Trafo de Núcleo de material ferromagnético (Fe) • Enrolamentos condutores (Cu) formando bobinas ao redor do núcleo • Fonte AC para circulação de um fluxo magnético variável (em fase com a corrente) NÚCLEO ENROLAMENTO SECUNDÁRIO DE N2 ESPIRASENROLAMENTO PRIMÁRIO DE N1 ESPIRAS Ƨ 𝜀1 = 𝑁1 𝑑Φ 𝑑𝑡 𝜀2 = 𝑁2 𝑑Φ 𝑑𝑡 Considerações Iniciais Transformador sem carga (a vazio) 13 Análise do circuito primário: Mas para um transformador sem carga podemos considerar 𝑟1 ≈ 0 portanto: 𝜺𝟏 𝜺𝟐 Ƨ 𝒗𝟏 𝑖Φ CCE0146 – CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA I VINICIOS BACIL • Fluxo máximo é determinado pela tensão aplicada • A FEM que surge no secundário é produzida pelo mesmo fluxo que origina 𝜀1 (Eq. 7) CCE0146 – CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA I VINICIOS BACIL 14 • Considerando as formas de onda da tensão de excitação e fluxo senoidais. Se o fluxo instantâneo for: então a tensão induzida será: onde: Considerando o valor eficaz da fem tem-se: Admitindo-se 𝑣1 = 𝐸1 Fluxo depende: • Tensão Aplicada • Frequência • Número de espiras do enrolamento (Eq. 8) (Eq. 9) (Eq. 10) (Eq. 11) Transformador Ideal 15 𝜺𝟏 𝜺𝟐 • Resistência dos enrolamentos nula • Permeabilidade magnética do núcleo tende ao infinito (𝜇 ՜ ∞) • Não há fluxo magnético disperso • Não há perdas no núcleo (𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 ՜ 𝑛ã𝑜 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎) CCE0146 – CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA I VINICIOS BACIL Z Z~ CCE0146 – CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA I VINICIOS BACIL 16 Como a resistência dos enrolamentos é desprezível e a potência é a mesma para os enrolamentos temos: e também no secundário 𝑣2 = 𝜀2 portanto: e também: ou seja: (Eq. 12) (Eq. 13) (Eq. 14) (Eq. 15) 17CCE0146 – CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA I VINICIOS BACIL Seja o transformador alimentado por um tensão V1 = 100 V, com relação de espiras de 1000:100, ligando-se uma carga resistiva no secundário de ZL = R = 100 Ω, determinar as corrente I1, I2 e a potência: 𝑉2 = 𝑉1 𝑁2 𝑁1 = 100. 100 1000 = 10 𝑉 𝐼2 = 𝑉2 𝑅 = 10 100 = 0,1 𝐴 𝐼1 = 𝐼2 𝑁2 𝑁1 = 0,1 100 1000 = 0,01 𝐴 𝑆1 = 𝑉1𝐼1 = 100.0,01 = 1 𝑉𝐴 𝑆2 = 𝑉2𝐼2 = 10.0,1 = 1 𝑉𝐴 Circuito Real 𝑅1 - Enrolamentos do Primário 𝑅2 - Enrolamentos do Secundário 𝑋1 - Reatância de Dispersão do Primário 𝑋2 - Reatância de Dispersão do Secundário 18 𝑅𝑀 - Perdas por Correntes Parasitas no Núcleo 𝑋𝑀 - Reatância de Magnetização 19 PERDAS NO NÚCLEO (P0 = PH + PF) • Perdas Magnéticas no Núcleo (PH) • Perdas por Histerese. Quando a intensidade de campo magnético (H) aplicado a um material ferromagnético é aumentado até sua saturação e em seguida diminuído, a densidade de fluxo magnético (B) não diminui tão rapidamente quando a intensidade de campo. • Lembrando que B = µH B – Densidade de Fluxo Magnético em um material H – Intensidade de Campo Magnético, representa o esforço exercido pela corrente para estabelecer um campo magnético µ - permeabilidade magnética do material • Perdas por Correntes Parasitas no Núcleo (PF) • Correntes parasitas (correntes de Foucault) são explicadas pela lei de Faraday: “estando o núcleo sujeito a uma variação de fluxo, nele serão induzidas forças eletromotrizes”. • Caminhos circulares produzidos pela corrente no interior de um material •Essas perdas só são possíveis ser determinadas com o transformador estando em vazio (sem carga) e com tensão nominal Corrente a vazio (não senoidal) 20 DETERMINAÇÃO DAS PERDAS NO NÚCLEO (P0) – ENSAIO DE PERDAS EM VAZIO • Abertura de um dos terminais do transformador (operação em vazio) • Aplicação de Tensão Nominal em um dos terminais • Medição de Corrente • Medição da potência ativa [W] Perdas em Vazio 21 PERDAS NO COBRE • Perdas nos enrolamentos que ocorrem por efeito Joule • Dependem da carga elétrica alimentada pelo transformador 𝑟1𝐼1 2 𝑜𝑢 𝑟2𝐼2 2 • Aplicação de Curto Circuito • Circulação de Corrente Nominal •Medição da Potência ativa [W] Perdas em carga (ou curto-circuito) • Medição da Tensão Vcc Z% (Vcc/V1n), R% (Pcc/In2) e X% (raiz(Z%2-R%2)) CCE0146 – CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA I VINICIOS BACIL Referências 22 • FITZGERALD, Arthur Eugene; KINGSLEY, Charles; KUSKO, Alexander. Máquinas elétricas: conversão eletromecânica da energia, processos, dispositivos e sistemas. São Paulo: McGraw-Hill, c1975. • OLIVEIRA, Jose Carlos; COGO, João Roberto; de ABREU, José Policarpo. Transformadores, Teoria e Ensaios. Itajubá, 1984 • TORO, Vincent Del. Fundamentos de Máquinas Elétricas. Editora LTC
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