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ARANTES, E.M de M – Pensando a Psicologia Aplicada à Justiça – BRANDÃO, E.P; GONÇALVES, H.S (org). Psicologia Jurídica no Brasil. Rio de Janeiro: Ed.NAU,2004.

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ARANTES, E.M de M – Pensando a Psicologia Aplicada à Justiça – BRANDÃO, E.P; GONÇALVES, H.S (org). Psicologia Jurídica no Brasil. Rio de Janeiro: Ed.NAU,2004.
	
TEXTO 1
 
 Fichamento:
O Texto se inicia com a formulação crítica sobre o que é Psicologia e dá continuidade mostrando os modos de atuação do profissional psicólogo dentro do âmbito jurídico.
A autora a principio baseia-se na crítica de Canguilhem com relação ao psicólogo atuar com bases no instrumentalismo – concepção pragmática segundo a qual as ideias são instrumentos de ação, cuja veracidade se comprova por sua utilidade – e ser pensada apenas como técnica. Ao longo do texto verificamos a ênfase na necessidade de repensar o contexto geral da psicologia enquanto ciência voltada para o humanismo, pois tratando especificamente de questões jurídicas sempre um dos lados apresentará melhores condições técnicas e a outra parte poderá ser rotulada e consequentemente prejudicada, isso não significa negar a Psicologia jurídica e sim entender os motivos pelos quais esse campo foi constituído e mostrar a natureza de sua eficácia, o que aparece fortemente quando há citação de Foucault, ressaltando a importância não de uma cultura sem limites, sem regras e repressões e sim as possibilidades oferecidas às pessoas, a chance de modificações para quem é afetado.
Outro ponto em destaque é a questão dos laudos, pareceres e relatórios técnicos, documentos que são atribuídos à confecção dos psicólogos, o texto mostra que há um mal estar entre o modelo atual adotado e a forma como a nova geração de profissionais encara a modalidade, preferindo uma imagem menos comprometida com a ordem social, considerando-a muitas vezes injusta e excludente, porém conforme relatos, o problema não advém do campo da Psicologia e sim da problemática que envolve as ciências humanas e sociais. A Psicologia tem sido bastante solicitada nessa questão, com intuito de refletir sobre o papel estratégico do processo de objetivação/subjetivação.
Com relação ao sistema prisional, a questão do tratamento como pena também gera opiniões conflitantes que poderiam ser minimizadas com maior atenção à política de atendimento e seguridade para que se efetivasse o cumprimento dos direitos constitucionais básicos, pois, muitas vezes mesmo com o diagnóstico apropriado não há eficácia nas políticas públicas.
O texto trás diversos apontamentos estatísticos com amostras de índices crescentes de violência e mortalidade entre adolescentes brasileiros do sexo masculino, principalmente os que possuem poucas condições sociais, psicológicas, educacionais e de moradia, esses índices mostram que apesar dos jovens sofrerem as punições previstas em lei, não há melhora no comportamento e nem na perspectiva de vida desses, diante desse contexto, a Psicologia coloca como questionamento o rigor excessivo nas aplicações de medidas sócio educativas; questiona também o modelo adotado pela política antidrogas e até mesmo os limites de atuação dos próprios profissionais da área. 
A autora segue para finalização citando a obra Vigiar e Punir de Foucault que alerta sobre os perigos e inutilidade que a prisão oferece com sua suposta “regeneração”, sem considerar a biografia que conta toda história de vida do sujeito.
Penso que o texto todo faz uma busca do olhar da Psicologia para a questão jurídica no sentido de uma busca de alternativas na atuação profissional que seja além de mostrar o sofrimento humano e suas reparações, mas que provoque também um olhar sob frentes que produzam ações afirmativas e singulares, onde cada pessoa é um universo cheio de possibilidades, direitos e perspectivas.

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