Buscar

Livro RPA CH ENEM

Prévia do material em texto

© Hexag Editora, 2017
Direitos desta edição: Hexag Editora Ltda. São Paulo, 2016
Todos os direitos reservados.
Autores
Alessandra Alves
Alexandre Jabur Maluf
Eduardo Antônio Dimas
Rodrigo S.Alves
Tiago Rozante
Vinicius Gruppo Hilário
Diretor geral
Herlan Fellini
Coordenador geral
Raphael de Souza Motta
Responsabilidade editorial
Hexag Editora
Diretor editorial
Pedro Tadeu Batista
Revisora
Maria Cristina Lopes Araujo
Programação visual
Hexag Editora
Editoração eletrônica
Claudio Guilherme da Silva
Eder Carlos Bastos de Lima
Fernando Cruz Botelho de Souza
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva
Stephanie Lippi Antonio
Capa
Hexag Editora
Fotos da capa (de cima para baixo)
http://www.fcm.unicamp.br
Acervo digital da USP (versão beta)
http://www.baia-turismo.com
Impressão e acabamento
Meta Solutions
Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo o 
ensino. Caso exista algum texto, a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição 
para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos direitos sobre 
as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra está sendo usado apenas para fins didáticos, não represen-
tando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.
2017
Todos os direitos reservados por Hexag Editora Ltda.
Rua da Consolação, 954 – Higienópolis – São Paulo – SP
CEP: 01302-000
Telefone: (11) 3259-5005
www.hexag.com.br
contato@hexag.com.br
Desde de 2010, o Hexag Medicina é referência em preparação pré-vestibular de candidatos à carreira de 
Medicina. Você está recebendo o primeiro caderno R.P.A. (Revisão Programada Anual) - ENEM do Hexag Vestibu-
lares. Este material tem o objetivo de verificar se você apreendeu os conteúdos estudados, oferecendo-lhe uma 
seleção de questões ideais para exercitar sua memória, já que é fundamental estar pronto para realizar o Exame 
Nacional do Ensino Médio.
Além disso, este material também traz sínteses do que você observou em sala de aula, ajudando-lhe 
ainda mais a compreender os itens que, possivelmente, não tenham ficado claros e a relembrar os pontos que foram 
esquecidos. 
Aproveite para aprimorar seus conhecimentos.
Bons estudos!
Herlan Fellini
CARO ALUNO
ÍNDICE
HISTÓRIA 5
FILOSOFIA E SOCIOLOGIA 95
GEOGRAFIA 127
ÍNDICE
HISTÓRIA 5
FILOSOFIA E SOCIOLOGIA 95
GEOGRAFIA 127 R.P.A.
ENEM
História
Competência 1 – Compreender os elementos culturais que constituem as identidades.
H1 Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura.
H2 Analisar a produção da memória pelas sociedades humanas.
H3 Associar as manifestações culturais do presente aos seus processos históricos
H4 Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspecto da cultura.
H5 Identificar as manifestações ou representações da diversidade do patrimônio cultural e artístico em diferentes sociedades.
Competência 2 – Compreender as transformações dos espaços geográficos como produto das relações socioeconômicas e culturais de 
poder.
H6 Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.
H7 Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder entre as nações.
H8
Analisar a ação dos estados nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos populacionais e no enfrentamento de problemas de ordem econômico-
-social.
H9 Comparar o significado histórico-geográfico das organizações políticas e socioeconômicas em escala local, regional ou mundial
H10
Reconhecer a dinâmica da organização dos movimentos sociais e a importância da participação da coletividade na transformação da realidade 
histórico-geográfica.
Competência 3 – Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferen-
tes grupos, conflitos e movimentos sociais.
H11 Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço.
H12 Analisar o papel da justiça como instituição na organização das sociedades.
H13 Analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para mudanças ou rupturas em processos de disputa pelo poder.
H14
Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos analíticos e interpretativos, sobre situação ou fatos de natureza histórico-geográfica acerca 
das instituições sociais, políticas e econômicas.
H15 Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais ao longo da história.
Competência 4 – Entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos processos de produção, no desenvolvimento do 
conhecimento e na vida social.
H16 Identificar registros sobre o papel das técnicas e tecnologias na organização do trabalho e/ou da vida social.
H17 Analisar fatores que explicam o impacto das novas tecnologias no processo de territorialização da produção.
H18 Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações sócio-espaciais.
H19 Reconhecer as transformações técnicas e tecnológicas que determinam as várias formas de uso e apropriação dos espaços rural e urbano.
H20 Selecionar argumentos favoráveis ou contrários às modificações impostas pelas novas tecnologias à vida social e ao mundo do trabalho.
Competência 5 – Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da democracia, favo-
recendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade.
H21 Identificar o papel dos meios de comunicação na construção da vida social.
H22 Analisar as lutas sociais e conquistas obtidas no que se refere às mudanças nas legislações ou nas políticas públicas.
H23 Analisar a importância dos valores éticos na estruturação política das sociedades. 
H24 Relacionar cidadania e democracia na organização das sociedades.
H25 Identificar estratégias que promovam formas de inclusão social.
Competência 6 – Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas interações no espaço em diferentes contextos históricos e 
geográficos.
H26 Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana com a paisagem.
H27 Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando em consideração aspectos históricos e (ou) geográficos.
H28 Relacionar o uso das tecnologias com os impactos sócio-ambientais em diferentes contextos histórico-geográficos.
H29 Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico, relacionando-os com as mudanças provocadas pelas ações humanas.
H30 Avaliar as relações entre preservação e degradação da vida no planeta nas diferentes escalas.
7
BREVIÁRIO 
Grécia antiGa
Atenas foi fundada na Ática, uma península do mar Egeu, numa planície, a poucos quilômetros do mar e protegida 
de invasores por colinas, como sempre foi, notadamente dos dórios. Povoaram-na aqueus, eólios e jônios, de quem 
os atenienses se consideravam originários.
A colonização resultante da Primeira Diáspora havia ampliado os horizontes do mundo grego. Comerciantes e 
artesãos tornaram-se cada vez mais numerosos e ascendiam na escala social. Passaram a fazer oposição à oligarquia 
dos eupátridas que a atacava em dois flancos: pelos comerciantes enriquecidos ávidos pela participação do governo 
e pelos pobres que reivindicavam a abolição da escravidão por dívida e a repartição das grandes propriedades. Os 
séculos VII e VI a.C. mostravam uma Atenas em constante ebulição social. Parte da aristocracia eupátrida, temerosa de 
perder seus privilégios, propôs uma reforma social planejada por dois eminentes legisladores: Drácon e Sólon.
Em 621 a.C., Drácon foi encarregado de preparar uma legislação escrita em substituição à oral.Contudo, tal 
legislação teve a importância de passar a administração da justiça das mãos dos eupátridas para o Estado, que se 
fortaleceu. No plano político, no entanto, nada mudou. Os eupátridas mantiveram o monopólio do poder, uma vez 
apoiados agora na lei escrita. Como a legislação de Drácon não resolveu a crise, em 594 a.C., foi indicado um novo 
legislador: Sólon. Suas reformas abrangeram aspectos fundamentais da vida ateniense.
A nova legislação concedeu anistia geral; limitou os excessos da legislação de Drácon; regulamentou a lei 
de herança, restringindo os direitos dos primogênitos; e, o mais importante, decretou a seisachteia, que consistia 
na proibição da escravidão por dívida. Foi abolido o monopólio do poder pela aristocracia eupátrida e instituído um 
sistema de participação baseado na riqueza dos cidadãos (regime censitário). O objetivo principal da nova legisla-
ção foi estabelecer uma justiça correta para todos, isto é, uma justiça baseada na igualdade de todos perante a lei. 
As reformas de Sólon lançaram os fundamentos do futuro regime democrático de Atenas implantado por Clístenes, 
em 507 a.C.
Apesar da origem aristocrática, Clístenes não pretendeu restabelecer a velha ordem da nobreza. Traçou um 
projeto que estabelecesse sim um governo baseado na isonomia, isto é, baseado na igualdade dos cidadãos peran-
te a lei. Os princípios básicos da reforma de Clístenes rezavam: direitos políticos para todos os cidadãos; participa-
ção direta dos cidadãos no governo por comparecimento à assembleia ou por sorteio, caso se tratasse da escolha 
do ocupante de algum cargo. No entanto, despossuídos de cidadania, os estrangeiros (metecos), as mulheres e os 
escravos foram proibidos de participar do regime democrático. A reforma de Clístenes trouxe um período de esta-
bilidade a Atenas e permitiu a formação de um sistema coeso, capaz de enfrentar com sucesso um longo período 
de perturbações externas, como as guerras pérsicas, que auxiliaram a consolidação das instituições atenienses.
Competências 1, 2 e 3
Habilidades 1, 2, 3, 4, 5,11, 12, 13, 14 e 15
Aulas 1 e 2 
8
 
“A morte de Sócrates”, de Jacques-Louis David, 1787
Helenismo
Alexandre, o Grande, recebeu poderosa influência de Aristóteles, escolhido por Filipe para seu preceptor. O filósofo 
incutiu-lhe o gosto pela cultura grega, pela Ilíada e a Odisseia, por Ésquilo e Eurípedes; e aversão pelos persas – 
Aristóteles os vira torturar um amigo até a morte, na Ásia Menor.
Alexandre assumiu o trono com uma Macedônia organizada e bem armada pelo exército. Restavam dois 
problemas: a revolta das cidades gregas após a morte de Filipe e os numerosos herdeiros deixados pelo pai. Ale-
xandre usou de violência. Arrasou as cidades gregas, exceto Atenas.
 
Ruínas da Biblioteca de Alexandria
9
Precedido por Parmênion, que havia partido antes de Filipe morrer, Alexandre rumou para a Ásia com 40 
mil homens, 12 mil dos quais na infantaria, o forte de seu exército. Como líder supremo do helenismo, deveria 
libertar as cidades da Ásia e levar os gregos à vingança contra os persas.
Recusando o acordo de paz oferecido por Dário III, derrotou-o em pleno centro do Império Persa em 331 a.C. 
Proclamado imperador persa, avançou para a Índia, percorreu a região do rio Indo e só não chegou ao Ganges, 
porque os soldados recusaram-se a segui-lo.
Morreu na Babilônia aos 33 anos, em 323 a.C, deixando um dos mais vastos impérios já criados até então, 
ao qual imprimiu um caráter universal, de acordo com a concepção divina que tinha de si, contra o que egípcios e 
persas não se opuseram, uma vez que também encaravam o poder político como divino.
Alexandre abriu o caminho para a integração cultural do mundo persa e egípcio. Como resultado da polí-
tica de integração cultural, criou-se a cultura helenística, fruto da fusão da cultura grega (helênica) com a cultura 
oriental (egípcia e da persa).
Queda da república e ascensão do império romano
A vitória de Otávio sobre Marco Antônio na batalha de Ácio, em 31 a.C., representou a passagem da República 
para o Império Romano, cuja evolução histórica se dividiu em duas fases: o Alto Império e o Baixo Império. A pri-
meira fase assinalou o apogeu do Império Romano. Durante seu governo, Otávio Augusto assumiu o controle das 
principais magistraturas, concentrando ainda mais poderes em suas mãos. Foi reconhecido como Princips Senatus, 
ou seja, o líder do Senado (razão pela qual seu governo também ficou conhecido como principado).
Augusto apaziguou a plebe romana com a célebre política do “pão e circo”, que consistia na distribuição 
gratuita de alimentos e na realização de monumentais espetáculos públicos para a plebe romana. Essa política 
contribuiu para pôr fim às agitações sociais que marcaram a fase final da República.
Auge do Império Romano
O período de Otávio Augusto inaugurou o que os romanos chamavam de pax romana, período no qual as 
províncias romanas foram pacificadas (as tropas imperiais impediam as guerras civis), estradas foram construídas, 
portos foram reformados e pântanos foram drenados. Os aquedutos levavam água fresca para grandes parcelas da 
população romana e o sistema de esgoto eficaz melhorou a qualidade de vida deles. Na política externa, as guerras 
de conquista foram substituídas pela política de consolidação das fronteiras.
10
o sistema feudal
O feudalismo foi um sistema econômico, político e social que se desenvolveu na Europa durante a Idade Média. 
Esse sistema começou a se estruturar ao final do Império Romano do Ocidente, no século V, atingiu seu apogeu 
no século X e praticamente desapareceu ao final do século XV. Desde o final do século IV, o Império Romano já 
demonstrava sinais de decadência e desagregação, mas a penetração e os seguidos ataques dos povos germânicos, 
a partir do século V, desorganizaram a vida do Império, acelerando a crise econômica. Formalmente, costuma-se 
considerar o ano de 476, data em que os hérulos invadiram Roma, como o fim do Império Romano do Ocidente e o 
início da chamada Idade Média. Da mesma forma, é aceito o ano de 1453, quando os turcos otomanos conquistam 
Constantinopla, pondo fim ao Império Bizantino, como o término da Idade Média. 
A Idade Média, na Europa, caracterizou-se pelo aparecimento de um sistema econômico, político e social 
denominado feudalismo. Esse sistema foi fruto de uma lenta integração entre algumas características de duas 
estruturas sociais: a romana e a germânica. Esse processo de integração, que resultou na formação do feudalismo, 
ocorreu no período histórico compreendido entre os séculos V e IX. Próximo ao fim do Império Romano do Ociden-
te, os grandes senhores romanos começaram a abandonar as cidades, fugindo da crise econômica e das invasões 
germânicas. Iam para seus latifúndios no campo, onde passavam a desenvolver uma economia agrária voltada para 
a subsistência. Uma população de romanos de menos posses, por sua vez, começou a buscar proteção e trabalho 
nas terras desses grandes senhores. Para utilizar as terras, eram obrigados a ceder ao proprietário parte do que 
produziam. Essa relação entre o senhor das terras e os que produziam ficou conhecida por colonato. O grande nú-
mero de escravos da época também foi utilizado nas vilas romanas. Com o tempo, tornou-se mais rentável libertar 
os escravos e aproveitá-los sob regime de colonato. Assim, nesses centros rurais conhecidos por vilas romanas, 
começava a ter origem os feudos medievais. Com algumas alterações futuras, esse sistema de trabalho resultou 
nas relações servis de produção, um dos traços fundamentais do feudalismo. Com a ininterrupta ruralização do 
Império Romano, o poder central foi perdendo controle sobre os grandes senhores agrários. Aos poucos, as vilas 
romanas tornaram-se cada vez mais autônomas, à medida que o poder político descentralizava-se, permitindo ao 
proprietário de terras administrar de forma independente sua vila.
A sociedade feudal era estamental,isto é, os indivíduos nasciam num determinado estamento e dificilmente 
poderiam ascender a outro; tendiam a permanecer sob a própria condição de nascimento, pois a mobilidade social 
vertical era quase impossível; mais fácil seria a mobilidade no interior do próprio estamento. A sociedade medieval, 
segundo a divisão clássica, compunha-se dos seguintes estamentos: clero, nobreza e servos. No entanto, cada uma 
dessas categorias comportava uma série de diferenciações e gradações. De modo geral, o acesso ou não à proprie-
dade ou posse da terra dividia a sociedade feudal em dois estamentos: os senhores e os dependentes.
iGreja católica no medievo
A Igreja católica foi a grande catalisadora dos acontecimentos e da vida medieval; ao mesmo tempo, durante esse 
período, sua trajetória foi marcada pelo crescimento e desenvolvimento e pelo grande poder que conquistou. A 
Igreja passou a exercer importante papel em diversos setores da vida medieval, servindo como instrumento de 
unidade, em virtude das invasões germânicas e da destruição do Império Romano e, mais tarde, diante da fragmen-
tação político-administrativa da sociedade feudal.
O crescente poder da Igreja católica na Europa ocidental durante a Idade Média pode ser explicado pelo 
acúmulo dos poderes espiritual e temporal. O poder espiritual corresponde ao controle sobre a religião e o mo-
nopólio da interpretação das Escrituras Sagradas, permitindo o controle ideológico e a interpretação da realidade 
vigente.
11
Catedral de Notre Dame, Paris, França.
O poder temporal era exercido politicamente como resultado do controle da Igreja sobre um número cres-
cente de populações que a alimentavam mediante pagamento dos dízimos, de doações e outras ações de fiéis que 
acreditavam poder obter a salvação abrindo mão de recursos materiais. A Igreja concentrava, ainda, uma grande 
quantidade de terras em suas mãos, resultando na acumulação de um montante significativo de riquezas materiais. 
Detinha, também, o controle da vida dos homens, regulando casamentos, normatizando as obrigações 
matrimoniais; os divórcios, os casos de bigamia, adultério, incesto, entre outros; arbitrava os casos de divisão de 
heranças; monopolizava os registros paroquiais de batismo, casamentos, falecimentos, enfim, a vida social era 
normatizada e regrada pela Igreja.
Sua atuação dava-se, também, mediante uma série de ações filantrópicas, como a construção e a manuten-
ção de asilos, hospitais, orfanatos e leprosários.
A Igreja era responsável pela educação, mantendo uma série de escolas nos mosteiros, conventos e, mais 
tarde, nas paróquias. No século XIII, começou a organizar as universidades. Enfim, o poder da Igreja sobre os fiéis 
era incontestável.
declínio da sociedade feudal
Na Baixa Idade Média, paralelamente à crise do feudalismo e à decadência da nobreza senhorial, ocorreu o renas-
cimento do comércio urbano e a formação da burguesia nos países do Ocidente europeu. As cidades, entretanto, 
eram controladas pelos feudos; os burgueses, dominados pelos nobres; e o comércio à longa distância, prejudicado 
pela estreiteza dos mercados locais.
12
O particularismo feudal e os privilégios da nobreza tornavam-se um entrave ao crescimento das cidades, à 
expansão dos negócios e ao enriquecimento da burguesia. Só a força e a autoridade de uma monarquia centrali-
zada poderiam, suprimindo a independência dos feudos e submetendo a nobreza, promover a unificação territorial 
do país, impor a obediência à sua população e dar proteção à burguesia.
 
No final da Idade Média, essa situação levou à formação de uma aliança entre a burguesia e a realeza, 
que, em vários países da Europa ocidental, substituiu a descentralização feudal pelo centralismo monárquico. Na 
transição da Idade Média para a Idade Moderna, ocorreu o processo de formação dos Estados modernos, em 
contraposição aos estados feudais, marcados pelo predomínio político do poder local e diretamente ligado à posse 
da terra. Os Estados modernos mantiveram as velhas estruturas feudais, como o predomínio político e social da 
nobreza e do clero, que obtiveram privilégios fiscais e jurídicos, associadas a novos elementos, como a centralização 
do poder político e práticas econômicas intervencionistas, que revelam o fortalecimento das monarquias nacionais.
A montagem da estrutura burocrática dos Estados modernos exigia vultosas quantias financeiras, o que 
incentivava uma crescente necessidade de tributos diretamente arrecadados e administrados pelo governo central, 
que controlava as atividades comercias mediante práticas intervencionistas, fundamentais para impulsionar o de-
senvolvimento da acumulação primitiva do capital por meio do comércio e das atividades artesanais.
Eram características do Estado moderno: território definido, moeda nacional, idioma comum, centralização 
política, organização da burocracia estatal e exército nacional.
renascimento comercial e urbano
As transformações culturais que caracterizam o Renascimento foram causadas por vários fatores, notadamente as 
transformações econômicas e sociais, resultado do Renascimento comercial e urbano desencadeado pelas Cru-
zadas. O desenvolvimento das atividades comerciais permitiu a abertura e a consolidação de rotas comerciais e 
feiras. Com elas, a distribuição de produtos na Europa foi dinamizada e estimularam-se a fundação e a evolução de 
centros comerciais que se tornaram grandes e importantes cidades.
Especificamente, o café foi introduzido na Europa, no século XVII, primeiramente na Itália e na Inglaterra. O 
café era consumido por diversas classes sociais, inclusive por intelectuais. Logo depois, passou a ser consumido em 
vários outros países europeus, chegando à França, Alemanha, Suíça, Dinamarca e Holanda.
13
Os maiores consumidores de café do mundo
País Consumo individual por ano em quilos
Fínlândia 11,6
Suécia 11,1
Dinamarca 10,6
Noruega 10,3
Áustria 10,0
Países Baixos 9,9
Suiça 8,4
Alemanha 7,8
França 5,9
Estados Unidos 4,5
Seguindo sua marcha de expansão pelo mundo, o café chegou às Américas e nos Estados Unidos, atualmente o 
maior consumidor e importador mundial de café. Foram os holandeses que disseminaram o café pelo mundo. Ini-
cialmente, transformaram suas colônias nas Índias Orientais em grandes plantações de café e junto com franceses 
e portugueses transportaram o café para a América.
renascimento cultural
“A escola de Atenas”, de Rafael, 1511
O Renascimento é uma verdadeira revolução cultural que marcou e definiu o final da Idade Média e os primeiros 
séculos da Idade Moderna. Expressa os ideais e a visão de mundo da nova sociedade emergente com o desenvol-
vimento da economia mercantil e do capitalismo.
Em vários aspectos, no entanto, esse movimento cultural representou mais uma continuidade do que uma 
ruptura em relação ao mundo da Baixa Idade Média.
Sua origem data do século XIV e sua máxima plenitude, dos séculos XV e XVI.
As atividades bancárias e financeiras foram estimuladas e a burguesia enriqueceu, ocupando posição de 
prestígio e destaque na sociedade europeia.
14
“O Nascimento de Vênus”, de Sandro Botticelli, 1483
Os homens do Renascimento, ao contrário do que se pensa, não nutriam desprezo pelas ideias ou pelo 
período medieval nem eram desligados da religiosidade, apenas separaram o mundo da religião do centro das suas 
preocupações a ponto de abraçarem o humanismo sem abandonar a crença em Deus.
transição ao modo de produção capitalista
As características do sistema feudal não se mantiveram iguais durante toda a Idade Média. Aos poucos, o que 
era próprio do feudalismo foi sofrendo modificações e criando um novo sistema, novos modos de vida. Estava 
sendo gerada uma nova sociedade diferente da feudal. Os conflitos entre a Igreja e o poder temporal cresceram. 
Ocorreram as Cruzadas. As cidades e o comércio renasceram. O poder político foi gradualmente sendo centraliza-
do na pessoa dos reis, constituindo-se as monarquiasnacionais. No século XIV, fome, pestes, guerras e rebeliões 
camponesas abalaram ainda mais as já combalidas instituições feudais profundas transformações, tais como as 
revoluções na economia, na política e nos costumes, inauguraram um período que viria a ser chamado de Idade 
Moderna (séculos XV, XVI, XVII e XVIII), marcada pelo capitalismo comercial, que, de fato, foi inaugurada pelo 
que se denominou de Revolução Comercial. Fatores que levaram as Cruzadas ao fracasso: caráter superficial da 
conquista; falta de enraizamento dos conquistadores no seio da população local; disputas entre cruzados; rivali-
dades nacionais; e incapacidade da Igreja em superá-las. As Cruzadas não cumpriram seus objetivos, uma vez que 
a Europa ocidental continuou superpovoada e sem condições de absorver essa mão de obra; os salários que não 
baixaram ficaram estagnados enquanto os preços dos cereais entraram em alta. Sob o ponto de vista econômico, 
a maior conquista das Cruzadas foi a reabertura do Mediterrâneo à navegação e ao comércio da Europa, que per-
mitiu o reatamento das relações entre Ocidente e Oriente, interrompidas pela expansão muçulmana, e contribuiu 
para acelerar o Renascimento comercial no ocidente da Europa. Houve enfraquecimento da aristocracia feudal e 
da servidão como forma de trabalho, de um lado, e fortalecimento da burguesia comercial, de outro, bem como o 
reaparecimento do comércio que se intensificou com a reabertura do Mediterrâneo, propiciou o renascimento das 
cidades e com ela o crescimento da burguesia mercantil.
Em síntese, o Renascimento comercial e urbano do ocidente da Europa, a decadência do feudalismo, o 
declínio do poder da nobreza e o fortalecimento da burguesia foram, direta ou indiretamente, consequências 
das Cruzadas. A reativação da atividade mercantil na Europa ocidental a partir do século XI ficou conhecida por 
Renascimento Comercial. Esse processo não foi linear, sofreu avanços e recuos, mas sua tendência foi a expansão 
mercantil até a crise geral da sociedade feudal nos séculos XIV e XV. Ao propiciarem as condições para o desenvol-
vimento incipiente da atividade mercantil, as Cruzadas, conjugadas às condições intrínsecas ao modo de produção 
feudal, impulsionaram o que se transformou em Renascimento.
A abertura do mar Mediterrâneo pelos cruzados aos mercados da Europa ocidental restabeleceu as relações 
entre Ocidente e Oriente e dinamizou as atividades comerciais.
15
Essas mudanças, ocorridas desde o final da Baixa Idade Média, proporcionaram o Renascimento urbano, 
cujo elemento propulsor foi o comércio, que trouxe consigo o aparecimento e o crescimento de uma nova classe 
social: a burguesia mercantil. Coube a ela o importante papel de, na política, consolidar os territórios e as monar-
quias nacionais modernas e financiar a técnica, a ciência e a arte.
Ludistas destruindo uma máquina de tear em 1812.
nicolau maQuiavel e o absolutismo
Nicolau Maquiavel é autor de O príncipe e considerado precursor do pensamento político moderno. O príncipe é 
uma espécie de manual de política destinado a ensinar aos príncipes a forma de conquistar o poder e mantê-lo, 
mesmo contra todos os preceitos da moral cristã. Maquiavel não pretendeu retratar um ideal que levasse em con-
sideração as ideias de justiça e perfeição; apenas determinou os meios pelos quais os homens de Estado de sua 
época alcançariam os fins a que se propunham.
Homenagem a Nicolau Maquiavel
A citação a seguir exemplifica o modo de pensar político de Maquiavel e como ele aconselhou os soberanos 
a agir com seus súditos:
“Daí se origina esta questão discutida: se melhor é [ao príncipe] ser amado que temido, e vice-versa. Res-
ponder-se-á que se queria ser uma e outra coisa; como, entretanto, é difícil reunir, ao mesmo tempo, as qualidades 
que levam àqueles resultados, muito mais seguro é ser temido que amado, quando seja obrigado a falhar numa das 
duas. Porque os homens são, em geral, ingratos, volúveis, dissimulados, covardes e ambiciosos de dinheiro, e, en-
quanto lhes fizeres benefícios, estão todos contigo, oferecem-te sangue, bens, vida, filhos, como antes disse, desde 
que estejas longe de necessitares de tudo isto. Quando, porém, a necessidade se aproxima, voltam-se para outra 
parte. E o príncipe, se apenas confiou inteiramente em palavras e não tomou outras precauções, está arruinado. 
16
Porque as amizades que se conseguem por interesse e não por nobreza ou grandeza de caráter são compra-
das, não se podendo contar com as mesmas no momento preciso. E os homens hesitam menos em ofender aos que 
se fazem amar, do que àqueles que se tornam temidos, por ser o amor conservado por laço de obrigação, o qual é 
rompido por serem os homens pérfidos sempre que lhes aprouver, enquanto o medo que se infunde é alimentado 
pelo temor do castigo, que é sentimento que jamais se deixa. Deve, pois, o príncipe fazer-se temido de modo que, 
se não for amado, ao menos evite o ódio...”
( MAQUIAVEL, N. “O Príncipe.” Disponível em: <http://www.fae.edu/pdf/biblioteca/O%20Principe.pdf>.)
formação dos estados nacionais
Havia uma conhecida frase, criada por um militar prusso, que dizia que “a guerra é a continuação da política por 
outros meios”. Michel Foucault inverte a perspectiva e afirma que “a política é a continuação da guerra por outros 
meios”. Sendo a Constituição o conjunto de regras políticas e civis de um povo, ela expressaria, segundo o autor, 
a opressão e o poder de seus heróis de terror.
Ao se colocar em perspectiva histórica, os Estados nacionais modernos surgiram a partir da formação das 
monarquias nacionais, que teve no processo de centralização do poder político nas mãos do rei o seu elemento 
fundamental. 
De início, os soberanos estabeleceram a delimitação do território, no qual exerceriam sua autoridade e in-
fluência. Os poderes locais da nobreza seriam submetidos à autoridade do monarca, que passou a impor tributos 
e regras nacionais.
Outro instrumento de consolidação dos Estados modernos foi a imposição de um idioma nacional, que de-
veria ser usado nos limites do território, onde o monarca mantinha sua autoridade, associado a origens, tradições 
e costumes comuns.
Os monarcas impuseram ainda moedas nacionais, fundamentais nas trocas comerciais e na arrecadação 
tributária. Para garantir a manutenção da autoridade real, foram constituídos os exércitos nacionais, que simboli-
zavam o poder dos reis expresso no monopólio da força pelos Estados nacionais. Esses exércitos nacionais eram 
disciplinados, remunerados e diretamente controlados pelos reis, que os usavam para impor sua autoridade e 
garantir o respeito às suas ordens em todo o país, além de garantir a defesa do território contra inimigos externos.
o império inca
A região ocupada pelos incas se estendia ao longo da cordilheira dos Andes e ocupava partes dos atuais territórios 
da Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Chile e Argentina. Originariamente nômades, os incas faziam parte do grupo 
quéchua.
Entre os incas, a propriedade era divida em terras do Estado, terras dos sacerdotes e terras comunitárias, na qual 
cada família possuía um lote para cultivo próprio depois de cultivar as terras do imperador e dos sacerdotes. Havia ainda 
o ayllu, organização social formada por laços de parentesco entre os membros da comunidade e liderada pelo curaca, cujo 
poder era transmitido hereditariamente.
À medida que líderes locais e sacerdotes se fortaleceram, essa sociedade experimentou a formação de clas-
ses sociais, rigidamente estratificadas, tornando-se estamental. Abaixo do imperador, havia uma elite de sacerdotes 
e militares (nobreza); artífices do Estado, médicos e contabilistas compunham o grupo intermediário; e, na base da 
pirâmide social, havia uma grande massa de camponeses e escravos responsáveis pela produção de excedentes, 
que se concentravam nas mãos da elite.
Quanto às relações de trabalho, havia entre os incas uma forma de trabalho compulsório chamada mita. 
Tratava-se da exploraçãoobrigatória da mão de obra camponesa pelo Estado, empregada em obras públicas e nas 
minas. 
A principal atividade econômica inca era a agricultura, da qual o milho, a batata, o feijão, o algodão e a 
pimenta eram os principais produtos. Também criavam animais, lhamas e alpacas, que forneciam leite, lã e carne e 
serviam como meio de locomoção. Para melhor aproveitamento das terras em relevo montanhoso, os incas desen-
volveram terraços para conter a erosão e ampliar a área de plantio.
 
Extensão do império inca
Os incas desenvolveram um império centralizado e teocrático, do qual o imperador era considerado um 
deus (sapa inca), descendente direto do Sol, supremo legislador e comandante do exército com poder vitalício e 
hereditário, suplantando a antiga unidade social. Para facilitar o domínio das áreas afastadas da capital Cuzco 
e integrar as diversas regiões do império, os incas construíram várias estradas que permitiam tanto o serviço de 
correios quanto o deslocamento do exército para o controle de áreas rebeladas.
A religiosidade caracterizava-se pela crença em vários deuses vinculados a elementos da natureza: Sol (Inti), 
chuva, fertilidade, que influenciavam suas manifestações artísticas, notadamente a construção de grandes templos. 
Faziam também sacrifícios humanos e de lhamas.
absolutismo francês
Com a morte de Luís XIII, em 1643, subiu ao trono Luís XIV, sob a regência da rainha-mãe Ana d’Áustria e do carde-
al Mazzarino, que governou até 1661. Os aumentos dos impostos decretados pela regência revoltaram a burguesia 
e a nobreza, que se uniram nas chamadas frondas.
A morte de Mazzarino precipitou o governo de Luís XIV (1661-1715), que se caracterizaria o mais emble-
mático governo absolutista, o que levou ao extremo a ideia de completa identificação entre o soberano e o Estado. 
Preparado desde a infância por Mazzarino para o exercício do poder real, Luís XIV sintetizou suas convições abso-
lutistas na frase: L’État c’est moi (O Estado sou eu).
Logo que assumiu o governo, afastou os ministros permanentes, esvaziou o Conselho – base do governo no 
período anterior – e acumulou as funções deles. Nas províncias foram confirmadas as intendências, ligadas direta-
mente ao poder central, que também exerciam sua autoridade em matéria de justiça, finanças e política, além de 
fiscalizar os oficiais detentores dos cargos públicos locais e supervisionar a arrecadação tributária.
17
18
 
 
“Luís XIV” (1701), de Hyacinthe Rigaud
No plano social, Luís XIV acabou por atrair a burguesia, da qual recrutou alguns de seus ministros, como 
Colbert, das finanças. Para controlar a nobreza, atraiu-a para a corte e ofereceu-lhe luxo, festas e pensões. O Palá-
cio de Versalhes, residência do rei, era cercado de 10 mil pessoas, entre cortesãos, soldados, lacaios etc. Tornou-se 
símbolo do absolutismo francês, cujo grande ideólogo foi Jacques Bossuet.
revoluções inGlesas no século Xvii
Sem derramamento de sangue e representando um compromisso de classe entre os grandes proprietários rurais e 
a burguesia, a Revolução Gloriosa, na Inglaterra, marginalizava o povo, além de mostrar que, para acabar com o 
absolutismo, não era necessária a eliminação da figura do rei, desde que ele aceitasse submeter-se às decisões do 
Parlamento.
Representando uma monarquia, cujo poder real ficaria submetido ao Parlamento. A partir de então, passou 
a prevalecer na Inglaterra o princípio de que “o rei reina, mas não governa”.
Parlamento britânico
Preocupado com qualquer possibilidade de ser restaurada a autoridade absoluta do rei, o Parlamento bri-
tânico promulgou, em 1689, a Declaração de Direitos (Bill of Rights), que foi aceita pelo rei, em 1689, e marcou o 
fim do choque entre rei e Parlamento. Essa declaração eliminava a censura política e reafirmava o direito exclusivo 
do Parlamento de estabelecer impostos e de apresentar livremente petições.
revolução francesa
No final do século XVIII, as restrições e regulamentações mercantilistas eram sentidas pela burguesia enriquecida 
e ávida pelo estabelecimento das condições para o desenvolvimento do capitalismo na França. Mas para isso era 
necessário derrubar o absolutismo e as restrições mercantilistas, criando condições para uma igualdade social 
jurídica. Uma parte da nobreza, desejosa de reaver seus antigos direitos feudais em plenitude, e outra parte, par-
ticularmente parentes, próxima ao rei como seu primo, o duque de Orleans, pleiteavam seu direito ao trono com 
base em questões de linhagem familiar, além de outros nobres que estavam descontentes por considerarem seus 
privilégios insuficientes ou desejarem cargos palacianos. Essa nobreza conspirava secreta ou abertamente contra o 
rei, utilizando-se, muitas vezes com demagogia, de legítimos direitos e necessidades burguesas ou populares. En-
tres esses burgueses, havia membros de classe média urbana, profissionais liberais e intelectuais, ressentidos com 
o absolutismo, por haverem tentado fazer parte da estrutura de poder e terem tidos frustradas suas pretensões. 
Esse foi o caso, por exemplo, do advogado Maxime Robespierre, do aventureiro Georges Danton ou do médico 
Jean Paul Marat. Mais tarde, eles e muitos outros desses ressentidos se tornariam os participantes e líderes mais 
radicais do processo revolucionário.
A arma ideológica da Revolução Francesa, mediante a qual a burguesia conseguiu a hegemonia de pensa-
mento e garantiu o apoio do terceiro estado, foi a filosofia iluminista.
O contato direto com os filósofos da ilustração e com suas ideias permitiu à classe burguesa transformar seus 
interesses particulares em interesses gerais de toda a sociedade francesa. A luta contra o absolutismo, o mercantilismo 
e os privilégios sociais do clero e da nobreza também interessavam aos camponeses, artesãos e outras camadas sociais.
A guerra da França liberal contra a Áustria e a Prússia defensoras do absolutismo, a tentativa de fuga do 
rei Luis XVI, a indefinição do governo burguês e a vitória do exército popular dos sans-culottes sobre as forças 
do antigo regime provocaram a radicalização popular capitaneada pelos jacobinos. Nesse ambiente de extremos 
foi realizada uma eleição nacional em que as forças de esquerda venceram com o voto universal masculino. Con-
sequência: propagação das ideias de Rousseau, disseminação da agitação popular em todo território francês, o 
que tornou peculiar a história das revoluções europeias burguesas, uma vez que as revoluções inglesas, Puritana 
e Gloriosa, não foram populares. De maioria jacobina, o novo parlamento implantou na França a República, em 
22 de setembro de 1792, cujos novos mandatários foram os radicais Danton, Marat, Saint-Just, sob a liderança de 
Robespierre, o “incorruptível”.
Nem de longe, a radicalização que caracterizou a Revolução Francesa assemelhou-se à Revolução Gloriosa 
de 1688, na Inglaterra, e à Independência dos EUA. A participação popular dos sans-culottes, nas ruas de Paris, e 
a luta dos camponeses no Grande Medo, no campo, criaram situações em que as propostas da esquerda jacobina 
puseram em risco tanto a continuidade do antigo regime quanto a vitória da burguesia. Ela serviu sim de inspiração 
para que os ideais democráticos, na concepção liberal ou popular e adequados aos avanços e à continuidade ex-
pansionista do capitalismo, fossem desejados e reivindicados pelas populações dos países como uma possibilidade. 
Em termos políticos e sociais, a Revolução Francesa vai criar um paradoxo que vai se repetir em outros movimen-
tos diretamente por ela inspirados, como as Revoluções Liberais de 1830 e 1848, a Comuna de Paris de 1871, a 
Revolução Russa de 1917. Esse paradoxo está ligado aos próprios ideias de democracia, liberdade e participação 
19
20
social popular. Quando setores da sociedade concordam plenamente com o “grupo revolucionário” que assume o 
poder desse processo de mudança e se submetem a ele irrestritamente, são duramente reprimidos e massacradosem nome da mesma liberdade que estão tentando utilizar.
“A queda de Robespierre”, de Max Adamo, 1870
a formação dos estados unidos
Tocqueville, em sua obra Democracia na América, percebe o caráter moralmente rígido da sociedade estaduniden-
se, que se fundou nas bases conservadoras do calvinismo puritano. Teria contribuído para a formação política do 
povo dos EUA, o passado de agitação inglesa, no qual as lutas entre partidos e facções forjaram as relações de 
conhecimento das leis, a educação política, as noções dos direitos, os princípios do conceito de liberdade, de uma 
forma superior à maioria das nações europeias. Além desses elementos, o governo comunal, importante prática 
para o desenho de instituições livres, à medida que permite introduzir o “dogma da soberania do povo”, já estaria 
arraigado aos hábitos ingleses à época das primeiras imigrações.
Apesar da contribuição da “formação inglesa” para a gênese da sociedade democrática estadunidense, 
Tocqueville reconhece que o restante da imigração europeia também contribuiu para a determinação do caráter 
democrático desta sociedade. E isto por dois motivos: a ausência de sentimento de superioridade do imigrante e 
as características de ocupação e desbravamento do solo dos EUA. A primeira causa do “germe da democracia”, ou 
seja, a ausência de sentimento de superioridade se deu pelas características de imigração. A massa que emigrava 
era, via de regra, composta de indivíduos que não tinham grandes recursos econômicos pois não são os felizes e os 
poderosos que se exilam, e a pobreza, assim como a infelicidade, são as melhores garantias de igualdade que se 
conhecem entre os homens. Mesmo no caso da transferência de grandes senhores para o solo estadunidense (por 
motivos políticos ou religiosos), ainda assim não se instituiu a aristocracia territorial, mesmo com as tentativas de 
estabelecimento de leis que procuravam criar graduações hierárquicas. Isto foi devido à segunda causa ou motivo 
exposto por Tocqueville, ou seja, as características de ocupação e desbravamento do território dos EUA.
Tocqueville na Comissão de revisão da Constituição na Assembleia Nacional de 1851
neocolonialismo e revoluções industriais
No século XIX, ocorreu na Europa a Segunda Revolução Industrial, de início na Inglaterra, França, Bélgica e Holan-
da; em seguida, expandiu-se por outros países da Europa, Estados Unidos e Japão. Em virtude das inovações e do 
incremento da produção dos produtos industrializados, ocorreu uma superprodução, e as burguesias monopolistas 
passaram a buscar novos mercados consumidores na África e na Ásia, mediante um novo movimento expansionista 
europeu denominado neocolonialismo. Paralelamente, havia a necessidade de encontrar novas fontes de matéria-
-prima e de energia, como carvão mineral, minério de ferro, petróleo e algodão. Como os lucros eram vultosos e havia 
excedente de capital, o capitalismo passou a investir capitais em novas regiões conquistadas na África e na Ásia, 
processo denominado imperialismo. 
A partir da Segunda Revolução Industrial, o capitalismo industrial foi gradualmente cedendo lugar ao capitalismo 
financeiro e passando para os grandes bancos o controle das empresas industriais e comerciais. As finanças conquistaram 
a supremacia sobre a produção e a circulação de mercadorias. Nessa etapa, os grandes bancos investiram na compra de 
ações e foram assumindo o controle acionário das empresas. Por outro lado, os empréstimos e financiamentos também 
contribuíram para submeter as empresas à inteira dependência das instituições financeiras.
Na Primeira Revolução Industrial, ocorreu o desenvolvimento do liberalismo econômico, que se baseava na livre 
concorrência, sistema esse que criou condições para que as grandes empresas eliminassem ou absorvessem as pe-
quenas mediante processo cujo resultado foi a substituição da livre concorrência pelo monopolismo. Com a Segunda 
Revolução Industrial no final do século XIX, surgiram grandes conglomerados econômicos e subprodutos típicos desse 
novo sistema: trustes, cartéis e holdings. As mercadorias passaram a ser produzidas uniforme e padronizadamente e 
em quantidades até então desconhecidas, o que causou o fenômeno da superprodução. Outra consequência impor-
tante da Segunda Revolução Industrial e da era do capitalismo financeiro ou monopolista foi o desenvolvimento do 
imperialismo. O processo de industrialização criou para os países capitalistas uma série de problemas, de cuja solução 
dependia a manutenção do ritmo de desenvolvimento industrial. As potências capitalistas necessitavam de mercados 
externos que servissem de escoadouro para o excedente de mercadorias. Precisavam também de minérios e matérias-
-primas, essenciais à produção dos produtos industriais, que muitas vezes não existiam em seu próprio território e 
necessitavam de mão de obra barata e áreas favoráveis ao investimento seguro e lucrativo de seus capitais. 
A Revolução Industrial introduziu o conceito de progresso, inúmeros benefícios materiais e conforto às pessoas. 
A máquina diminuiu o esforço físico dos homens, bem como lhes provocou novos transtornos físicos. No século XIX, a 
burguesia inglesa já contava com iluminação a gás, cortinas e tapetes adquiridos nos grandes magazines que surgiram 
em Londres e em Paris a partir de 1840. As percepções e os hábitos da vida cotidiana foram afetados pela máquina 
fotográfica, o gramofone, a máquina de escrever, as porcelanas inglesas, entre outros. 
21
22
Mas os benefícios do progresso não eram para todos. As cidades do século XIX, como Londres e Paris, cres-
ceram sem planejamento. Operários e burgueses já não dividiam a mesma vizinhança; aqueles moravam perto das 
fábricas, enquanto os patrões, nos subúrbios mais distantes e arborizados. As cidades foram surgindo em torno das 
fábricas com ruas estreitas e labirintos; as casas dos operários eram pequenas e miseráveis, grudadas umas às outras, 
cujos cômodos nem sempre tinham janelas. O ar era impregnado dos gases das chaminés. Não havia serviços públicos 
básicos, como água limpa e rede de esgotos. Essas cidades industriais eram feias, sujas e tristes; os rios, imundos. Essa 
situação favorecia a disseminação de epidemias e doenças; cólera, varíola, escarlatina e tifo eram frequentes entre 
os trabalhadores. O trabalho nas fábricas consumia cerca de 15 horas por dia. Os salários eram baixíssimos e não 
permitiam aos trabalhadores usufruírem as maravilhas da sociedade industrial. 
As aldeias transformaram-se em grandes cidades e parte da população rural foi obrigada a se deslocar para 
os centros urbanos em busca de trabalho nas fábricas. Aliado ao aumento da produção e da produtividade, houve 
sensível aumento populacional, entre 1750 e 1850. Na Inglaterra, a população urbana quase triplicou. 
Graças ao progresso nos métodos agrícolas – caso da máquina semeadora –, o preço dos alimentos foi re-
duzido, e graças também às importações de mercadorias estadunidenses e ao barateamento nos transportes pelas 
estradas de ferro. A invenção da comida enlatada mudou hábitos alimentares. Se até o século XIX o alimento sempre 
vinha das hortas e plantações locais, passou a vir também de qualquer canto do mundo. 
Com a introdução das máquinas, a força muscular deixou de ser necessária ao trabalhador das indústrias 
têxteis. Aproveitou-se com isso o trabalho de mulheres e crianças, cujos salários não chegavam à metade do que 
se pagava a um homem adulto. Os dedos finos das crianças eram úteis na manutenção das máquinas e seu porte 
físico adequado ao espaço apertado entre as instalações. A disciplina era rigorosa e os acidentes de trabalho, muito 
frequente eram reflexos de má alimentação e da fadiga. Crianças trabalhavam sobre pernas de pau para alcançarem 
os teares. Se adormecessem, podiam ter seus dedos quebrados nas engrenagens. 
A literatura dessa época registra personagens pálidos, quase sem vida. A partir de meados do século XIX, 
houve melhoras nas condições de trabalho graças às reaçõese pressões dos próprios trabalhadores organizados em 
associações e sindicatos.
a doutrina monroe estadunidense e o imperialismo japonês
A política isolacionista norte-americana tinha por objetivo evitar o envolvimento e a participação dos Estados 
Unidos nas guerras e conflitos travados na Europa. O suporte teórico desse isolacionismo foi a Doutrina Monroe, 
formulada, em 1823, pelo presidente James Monroe, cujo princípio básico era a oposição dos Estados Unidos a 
qualquer intervenção política ou militar dos países europeus nos assuntos internos do continente americano, sinte-
tizado no lema “a América para os americanos”.
Já na Ásia, a industrialização mais importante foi a do Japão, cujo ponto de partida foi com a Revolução 
Meiji (luzes), em 1868. A necessidade de matérias-primas e de mercados externos levou o Japão a praticar uma 
política de expansão imperialista na região, que provocou, em 1894, a Guerra Sino-japonesa, assim como a Guerra 
Russo-japonesa, em 1904, ambas vencidas pelo Japão, o que o transformou na grande potência do Extremo Oriente.
o neocolonialismo
A segunda metade do século XIX foi marcada por um novo e vigoroso movimento do capitalismo, caracterizado 
pelo imperialismo, que submeteu a maior parte dos territórios da África e da Ásia à condição de colônia das potên-
cias europeias, notadamente as que passaram pela transformação industrial. Deram início a uma verdadeira corrida 
colonial: Inglaterra, Bélgica, França, Alemanha e Itália. O neocolonialismo pode ser entendido como filho da política 
industrialista e da expansão do capital financeiro, sem desprezar, contudo, as rivalidades políticas europeias, que 
aguçaram o nacionalismo e transformaram a conquista colonial em prestígio político.
As nações industrializadas precisavam encontrar uma fonte de matéria-prima industrial – carvão, ferro, 
petróleo – e produtos alimentícios de que não dispunham. Precisavam também de mercados consumidores para 
os excedentes industriais, além de novas regiões onde pudessem investir com lucros significativos seus capitais 
disponíveis, como a construção de ferrovias e a exploração de minas, por exemplo.
 
Divisão do território africano pelos países europeus
Esse mecanismo era indispensável para aliviar a Europa dos capitais excedentes, capitais esses que, se 
fossem investidos na Europa, agravariam a Grande Depressão e intensificariam a tendência de os países industria-
lizados na Europa continental adotarem medidas protecionistas, fechando seus mercados e tornando a situação 
ainda pior. 
Outro fator tornava a política colonialista atraente para os governos europeus: a possibilidade de transferir 
um número significativo de sua população como colonos para as novas regiões conquistadas, resolvendo, assim, o 
problema do excedente populacional europeu, que crescia em ritmo acelerado. Além disso, o operariado europeu, 
insatisfeito com suas precárias condições de vida e de trabalho, agitava a Europa, comandando inúmeros movimen-
tos sociais. Os governos europeus perceberam que a exploração colonial poderia possibilitar melhoria no padrão de 
vida da classe operária do velho continente, enfraquecendo, assim, os levantes populares.
No plano político, os Estados europeus estavam preocupados em aumentar seus contingentes militares, a 
fim de fortalecerem suas respectivas posições frente às demais potências. Com as colônias, contariam com maior 
disponibilidade de recursos e aumento dos contingentes militares.
23
24
aplicação dos 
conHecimentos - sala
 1. 
 
A figura apresentada é de um mosaico, pro-
duzido por volta do ano 300 d.C., encontra-
do na cidade de Lod, atual Estado de Israel. 
Nela, encontram-se elementos que represen-
tam uma característica política dos romanos 
no período, indicada em:
a) Cruzadismo – conquista da terra santa.
b) Patriotismo – exaltação da cultura local.
c) Helenismo – apropriação da estética grega.
d) Imperialismo – selvageria dos povos dominados.
e) Expansionismo – diversidade dos territórios 
conquistados.
 2. Alexandria começou a ser construída em 
332 a.C., por Alexandre, o Grande, e, em 
poucos anos, tornou-se gregas. Meio século 
mais tarde, Ptolomeu II ergueu uma enor-
me biblioteca e um museu – que funcionou 
como centro de pesquisa. A biblioteca reuniu 
entre 200 mil e 500 mil papiros e, com o mu-
seu, transformou a cidade no maior núcleo 
intelectual da época, especialmente entre os 
anos 290 e 88 a.C. A partir de então, sofreu 
sucessivos ataques de romanos, cristãos e 
árabes, o que resultou na destruição ou per-
da de quase todo o seu acervo.
RIBEIRO, F. “Filósofa e mártir”. Aventuras na história. 
São Paulo: Abril. ed. 81, abr. 2010 (adaptado).
A biblioteca de Alexandria exerceu durante 
certo tempo um papel fundamental para a 
produção do conhecimento e memória das 
civilizações antigas, porque:
a) eternizou o nome de Alexandre, o Grande, e 
zelou pelas narrativas dos seus grandes feitos.
b) funcionou como um centro de pesquisa aca-
dêmica e deu origem às universidades mo-
dernas.
c) preservou o legado da cultura grega em dife-
rentes áreas do conhecimento e permitiu sua 
transmissão a outros povos.
d) transformou a cidade de Alexandria no cen-
tro urbano mais importante da Antiguidade.
e) reuniu os principais registros arqueológicos 
até então existentes e fez avançar a museo-
logia antiga.
 3. 
 
Na França, o rei Luís XIV teve sua imagem 
fabricada por um conjunto de estratégias 
que visavam sedimentar uma determinada 
noção de soberania. Neste sentido, a charge 
apresentada demonstra:
a) a humanidade do rei, pois retrata um ho-
mem comum, sem os adornos próprios à ves-
timenta real.
b) a unidade entre o público e o privado, pois 
a figura do rei com a vestimenta real repre-
senta o público e sem a vestimenta real, o 
privado.
c) o vínculo entre monarquia e povo, pois leva 
ao conhecimento do público a figura de um rei 
despretensioso e distante do poder político.
d) o gosto estético refinado do rei, pois eviden-
cia a elegância dos trajes reais em relação 
aos de outros membros da corte.
e) a importância da vestimenta para a constitui-
ção simbólica do rei, pois o corpo político ador-
nado esconde os defeitos do corpo pessoal.
 4. O ataque japonês a Pearl Harbor e a conse-
quente guerra entre americanos e japoneses 
no Pacífico foi resultado de um processo de 
desgaste das relações entre ambos. Depois 
de 1934, os japoneses passaram a falar mais 
desinibidamente da “Esfera de coprosperi-
dade da Grande Ásia Oriental”, considerada 
como a “Doutrina Monroe Japonesa”.
A expansão japonesa havia começado em 
1895, quando venceu a China, impôs-lhe o 
Tratado de Shimonoseki passando a exercer 
tutela sobre a Coreia. Definida sua área de 
projeção, o Japão passou a ter atritos cons-
tantes com a China e a Rússia. A área de atri-
to passou a incluir os Estados Unidos quan-
do os japoneses ocuparam a Manchúria, em 
1931, e a seguir, a China,
em 1937.
REIS FILHO, D. A. (Org.). O século XX, o tempo das 
crises. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.
25
Sobre a expansão japonesa, infere-se que:
a) o Japão tinha uma política expansionista, 
na Ásia, de natureza bélica, diferente da 
doutrina Monroe.
b) o Japão buscou promover a prosperidade da 
Coreia, tutelando-a à semelhança do que os 
EUA faziam.
c) o povo japonês propôs cooperação aos Esta-
dos Unidos ao copiarem a Doutrina Monroe e 
proporem o desenvolvimento da Ásia.
d) a China aliou-se à Rússia contra o Japão, 
sendo que a doutrina Monroe previa a parce-
ria entre os dois.
e) a Manchúria era território norte-americano e 
foi ocupado pelo Japão, originando a guerra 
entre os dois países.
raio X
 1. O período destacado foi marcado pelo apogeu 
do expansionismo romano, época do Impé-
rio, quando Roma dominava todos os terri-
tórios ao redor do Mediterrâneo, incluindo a 
Palestina. O mosaico de animais demonstra a 
quantidade e diversidade desses territórios.
 2. Apesar de situada no Egito, não teve a fun-
ção de preservar acervo arqueológico,mas 
principalmente documentos escritos. Mesmo 
após a morte de Alexandre e a fragmentação 
do Império Macedônico, os sucessores da di-
nastia ptolomaica preservaram a influência 
que a cultura grega havia produzida nos po-
vos dominados pelos macedônicos.
 3. Questão mais abstrata e que exige maior co-
nhecimento geral, pois a imagem individu-
almente é de difícil interpretação. A ideia de 
“construir uma imagem” implica em perceber 
que a imagem natural não serve para que se 
estabeleça uma relação entre governantes e 
governados. O governante deve ser apresenta-
do como superior e mais capacitado, diferen-
ciando-se dos governados. Segundo a lingua-
gem usada na questão, a figura do rei como 
indivíduo (privada) deve ser substituída pela 
figura do rei como símbolo de poder (pública).
 4. A Doutrina Monroe, proferida pelo presiden-
te James Monroe em 1823, estabelecia que 
o continente americano não devesse aceitar 
nenhum tipo de intromissão europeia sobre 
quaisquer aspectos, caracterizando-se como 
uma reação à proposta de recolonização da 
América por parte da Santa Aliança forma-
da por países europeus como Áustria, Rús-
sia, e França durante o Congresso de Viena 
de 1815. Tinha por lema “A América para os 
americanos” e evidenciava pretensões impe-
rialistas dos Estados Unidos em relação ao 
continente americano.
Já a defesa da “Esfera de coprosperidade da 
Grande Ásia Oriental” por parte do Japão ca-
racterizou-se como uma política imperialista 
apoiada na expansão militar sobre territó-
rios vizinhos na Ásia Oriental.
Gabarito
 1. E 2. C 3. E 4. A
26
Prescrição: Para resolver as questões abaixo, atente-se aos principais tópicos da Antiguidade 
Ocidental greco-romana. Há a necessidade de compreender as principais características econômicas 
e políticas do período feudal, além da transição desse modo de produção rumo à modernidade 
capitalista.
prática dos 
conHecimentos - e.o.
 1. (ENEM) Segundo Aristóteles, “na cidade com 
o melhor conjunto de normas e naquela do-
tada de homens absolutamente justos, os 
cidadãos não devem viver uma vida de tra-
balho trivial ou de negócios – esses tipos de 
vida são desprezíveis e incompatíveis com 
as qualidades morais –, tampouco devem ser 
agricultores os aspirantes à cidadania, pois 
o lazer é indispensável ao desenvolvimento 
das qualidades morais e à prática das ativi-
dades políticas”.
VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na 
cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994.
O trecho, retirado da obra Política, de Aristó-
teles, permite compreender que a cidadania:
a) possui uma dimensão histórica que deve ser 
criticada, pois é condenável que os políticos 
de qualquer época fiquem entregues à ocio-
sidade, enquanto o resto dos cidadãos tem 
de trabalhar.
b) era entendida como uma dignidade própria 
dos grupos sociais superiores, fruto de uma 
concepção política profundamente hierar-
quizada da sociedade.
c) estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma 
percepção política democrática, que levava 
todos os habitantes da pólis a participarem 
da vida cívica.
d) tinha profundas conexões com a justiça, ra-
zão pela qual o tempo livre dos cidadãos de-
veria ser dedicado às atividades vinculadas 
aos tribunais.
e) vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àque-
les que se dedicavam à política e que tinham tem-
po para resolver os problemas da cidade.
 2. (ENEM) O que implica o sistema da pólis é 
uma extraordinária preeminência da palavra 
sobre todos os outros instrumentos do poder. 
A palavra constitui o debate contraditório, 
a discussão, a argumentação e a polêmica. 
Torna-se a regra do jogo intelectual, assim 
como do jogo político.
VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. 
Rio de Janeiro: Bertrand, 1992 (adaptado).
Na configuração política da democracia gre-
ga, em especial a ateniense, a ágora tinha 
por função:
a) agregar os cidadãos em torno de reis que go-
vernavam em prol da cidade.
b) permitir aos homens livres o acesso às deci-
sões do Estado expostas por seus magistrados.
c) constituir o lugar onde o corpo de cidadãos 
se reunia para deliberar sobre as questões da 
comunidade.
d) reunir os exercícios para decidir em assem-
bleias fechadas os rumos a serem tomados 
em caso de guerra.
e) congregar a comunidade para eleger repre-
sentantes com direito a pronunciar-se em 
assembleias.
 3. (ENEM)
Os calendários são fontes históricas im-
portantes, na medida em que expressam a 
concepção de tempo das sociedades. Essas 
imagens compõem um calendário medieval 
(1460-1475) e cada uma delas representa 
um mês, de janeiro a dezembro. Com base 
na análise do calendário, apreende-se uma 
concepção de tempo:
a) cíclica, marcada pelo mito arcaico do eterno 
retorno.
b) humanista, identificada pelo controle das 
horas de atividade por parte do trabalhador.
27
c) escatológica, associada a uma visão religiosa 
sobre o trabalho.
d) natural, expressa pelo trabalho realizado de 
acordo com as estações do ano.
e) romântica, definida por uma visão bucólica 
da sociedade.
 4. (ENEM) Se a mania de fechar, verdadeiro ha-
bitus da mentalidade medieval nascido talvez 
de um profundo sentimento de insegurança, 
estava difundida no mundo rural, estava do 
mesmo modo no meio urbano, pois que uma 
das características da cidade era de ser limi-
tada por portas e por uma muralha.
DUBY, G. et al. “Séculos XIV-XV”. In: ARIÈS, P.; DUBY, G. 
História da vida privada da Europa Feudal à Renascença. 
São Paulo: Cia. das Letras, 1990 (adaptado).
As práticas e os usos das muralhas sofreram 
importantes mudanças no final da Idade 
Média, quando elas assumiram a função de 
pontos de passagem ou pórticos. Este proces-
so está diretamente relacionado com:
a) o crescimento das atividades comerciais e urbanas.
b) a migração de camponeses e artesãos.
c) a expansão dos parques industriais e fabris.
d) o aumento do número de castelos e feudos.
e) a contenção das epidemias e doenças.
 5. Sou uma pobre e velha mulher,
Muito ignorante, que nem sabe ler.
Mostraram-me na igreja da minha terra
Um Paraíso com harpas pintado
E o Inferno onde fervem almas danadas,
Um enche-me de júbilo, o outro me aterra.
VILLON. F. In: GOMBRICH, E. História 
da arte. Lisboa: LTC. 1999.
Os versos do poeta francês François Villon 
fazem referência às imagens presentes nos 
templos católicos medievais. Nesse contexto, 
as imagens eram usadas com o objetivo de:
a) refinar o gosto dos cristãos. 
b) incorporar ideais heréticos. 
c) educar os fiéis através do olhar. 
d) divulgar a genialidade dos artistas católicos. 
e) valorizar esteticamente os templos religiosos. 
 6. O café tem origem na região onde hoje se 
encontra a Etiópia, mas seu cultivo e consu-
mo se disseminaram a partir da Península 
Árabe. Aportou à Europa por Constantinopla 
e, finalmente, em 1615, ganhou a cidade de 
Veneza. Quando o café chegou à região euro-
peia, alguns clérigos sugeriram que o produ-
to deveria ser excomungado, por ser obra do 
diabo. O papa Clemente VIII (1592-1605), 
contudo, resolveu provar a bebida. Tendo 
gostado do sabor, decidiu que ela deveria ser 
batizada para que se tornasse uma “bebida 
verdadeiramente cristã”.
THORN, J. Guia do café. Lisboa: Livros 
e livros, 1998 (adaptado).
A postura dos clérigos e do papa Clemente 
VIII diante da introdução do café na Europa
Ocidental pode ser explicada pela associação 
dessa bebida ao:
a) ateísmo.
b) judaísmo.
c) hinduísmo.
d) islamismo.
e) protestantismo.
 7. Para uns, a Idade Média foi uma época de 
trevas, pestes, fome, guerras sanguinárias, 
superstições, crueldade. Para outros, uma 
época de bons cavaleiros, damas corteses, 
fadas, guerras honradas, torneios, grandes 
ideais. Ou seja, uma Idade Média “má” e 
uma Idade Média “boa”.
Tal disparidade de apreciações com relação a 
esse período da História se deve:
a) ao Renascimento, que começou a valorizar 
a comprovação documental do passado, for-
mando acervos documentais que mostram 
tanto a realidade “boa” quanto a “má”.
b) à tradição iluminista, que usou a Idade Mé-
diacomo contraponto a seus valores racio-
nalistas, e ao Romantismo, que pretendia 
ressaltar as “boas” origens das nações.
c) à indústria de videojogos e cinema, que 
encontrou uma fonte de inspiração nessa 
mistura de fantasia e realidade, construindo 
uma visão falseada do real.
d) ao Positivismo, que realçou os aspectos po-
sitivos da Idade Média, e ao marxismo, que 
denunciou o lado negativo do modo de pro-
dução feudal.
e) à religião, que com sua visão dualista e ma-
niqueísta do mundo, alimentou tais inter-
pretações sobre a Idade Média.
 8. A Praça da Concórdia, antiga Praça Luís XV, 
é a maior praça pública de Paris. Inaugurada 
em 1763, tinha em seu centro uma estátua 
do rei. Situada ao longo do Sena, ela é a in-
tersecção de dois eixos monumentais. Bem 
nesse cruzamento está o Obelisco de Luxor, 
decorado com hieróglifos que contam os rei-
nados dos faraós Ramsés II e Ramsés III. Em 
1829, foi oferecido pelo vice-rei do Egito ao 
povo francês e, em 1836, instalado na praça 
diante de mais de 200 mil espectadores e da 
família real.
NOBLAT, R. Disponível em: www.oglobo.
com Acesso em: 12 dez. 2012.
A constituição do espaço público da Praça da 
Concórdia ao longo dos anos manifesta o(a): 
a) lugar da memória na história nacional.
b) caráter espontâneo das festas populares.
c) lembrança da antiguidade da cultura local.
d) triunfo da nação sobre os países africanos.
e) declínio do regime de monarquia absolutista.
28
 9. Durante a realeza, e nos primeiros anos repu-
blicanos, as leis eram transmitidas oralmen-
te de uma geração para outra. A ausência de 
uma legislação escrita permitia aos patrícios 
manipular a justiça conforme seus interes-
ses. Em 451 a.C., porém, os plebeus conse-
guiram eleger uma comissão de dez pessoas 
– os decênviros – para escrever as leis. Dois 
deles viajaram a Atenas, na Grécia, para es-
tudar a legislação de Sólon.
COULANGES, F. A cidade antiga. São 
Paulo: Martins Fontes, 2000.
A superação da tradição jurídica oral no 
mundo antigo, descrita no texto, esteve re-
lacionada à:
a) adoção do sufrágio universal masculino.
b) extensão da cidadania aos homens livres.
c) afirmação de instituições democráticas.
d) implantação de direitos sociais.
e) tripartição dos poderes políticos.
 10. Texto I
Olhamos o homem alheio às atividades pú-
blicas não como alguém que cuida apenas de 
seus próprios interesses, mas como um inú-
til; nós, cidadãos atenienses, decidimos as 
questões públicas por nós mesmos na cren-
ça de que não é o debate que é empecilho à 
ação, e sim o fato de não se estar esclarecido 
pelo debate antes de chegar a hora da ação.
TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. 
Brasília: UnB, 1987 (adaptado).
Texto II
Um cidadão integral pode ser definido por 
nada mais nada menos que pelo direito de 
administrar justiça e exercer funções públi-
cas; algumas destas, todavia, são limitadas 
quanto ao tempo de exercício, de tal modo 
que não podem de forma alguma ser exer-
cidas duas vezes pela mesma pessoa, ou so-
mente podem sê-lo depois de certos interva-
los de tempo prefixados.
ARISTÓTELES. Política. Brasília: UnB, 1985.
Comparando os textos I e II, tanto para Tu-
cídides (no século V a.C.) quanto para Aris-
tóteles (no século IV a.C.), a cidadania era 
definida pelo(a):
a) prestígio social.
b) acúmulo de riqueza.
c) participação política.
d) local de nascimento.
e) grupo de parentesco.
 11. No início foram as cidades. O intelectual da 
Idade Média – no Ocidente – nasceu com elas. 
Foi com o desenvolvimento urbano ligado 
às funções comercial e industrial – digamos 
modestamente artesanal – que ele apareceu, 
como um desses homens de ofício que se 
instalavam nas cidades nas quais se impôs a 
divisão do trabalho. Um homem cujo ofício é 
escrever ou ensinar, e de preferência as duas 
coisas a um só tempo, um homem que, profis-
sionalmente, tem uma atividade de professor 
e erudito, em resumo, um intelectual – esse 
homem só aparecerá com as cidades.
LE GOFF, J. Os intelectuais na Idade Média. 
Rio de Janeiro: José Olympio, 2010
O surgimento da categoria mencionada no 
período em destaque no texto evidencia o(a):
a) apoio dado pela Igreja ao trabalho abstrato. 
b) relação entre desenvolvimento urbano e di-
visão de trabalho. 
c) importância organizacional das corporações 
de ofício. 
d) progressiva expansão da educação escolar. 
e) acúmulo de trabalho dos professores e eruditos.
 12. A casa de Deus, que acreditam una, está, 
portanto, dividida em três: uns oram, outros 
combatem, outros, enfim, trabalham. Essas 
três partes que coexistem não suportam ser 
separadas; os serviços prestados por uma são 
a condição das obras das outras duas; cada 
uma por sua vez encarrega-se de aliviar o 
conjunto... Assim a lei pode triunfar e o 
mundo gozar da paz.
ALDALBERON DE LAON. In: SPINOSA, F. Antologia de 
textos históricos medievais. Lisboa: Sá da Costa, 1981.
A ideologia apresentada por Aldalberon de 
Laon foi produzida durante a Idade Média. 
Um objetivo de tal ideologia e um processo 
que a ela se opôs estão indicados, respecti-
vamente, em:
a) justificar a dominação estamental / revoltas 
camponesas.
b) subverter a hierarquia social / centralização 
monárquica.
c) impedir a igualdade jurídica / revoluções 
burguesas.
d) controlar a exploração econômica / unifica-
ção monetária.
e) questionar a ordem divina / Reforma católica
 13. (ENEM) O canto triste dos conquistados: os 
últimos dias de Tenochtitlán
Nos caminhos jazem dardos quebrados;
os cabelos estão espalhados.
Destelhadas estão as casas,
Vermelhas estão as águas, os rios, como se 
alguém
as tivesse tingido,
Nos escudos esteve nosso resguardo,
mas os escudos não detêm a desolação…
PINSKY, J. et al. História da América através de 
textos. São Paulo: Contexto, 2007 (fragmento).
29
O texto é um registro asteca, cujo sentido 
está relacionado ao(à):
a) tragédia causada pela destruição da cultura 
desse povo.
b) tentativa frustrada de resistência a um po-
der considerado superior.
c) extermínio das populações indígenas pelo 
Exército espanhol.
d) dissolução da memória sobre os feitos de 
seus antepassados.
e) profetização das consequências da coloniza-
ção da América.
 14. (ENEM) Na antiga Grécia, o teatro tratou 
de questões como destino, castigo e justiça. 
Muitos gregos sabiam de cor inúmeros ver-
sos das peças dos seus grandes autores.
Na Inglaterra dos séculos XVI e XVII, Shakes-
peare produziu peças nas quais temas como 
o amor, o poder, o bem e o mal foram trata-
dos. Nessas peças, os grandes personagens 
falavam em verso e os demais em prosa.
No Brasil colonial, os índios aprenderam 
com os jesuítas a representar peças de cará-
ter religioso.
Esses fatos são exemplos de que, em diferen-
tes tempos e situações, o teatro é uma forma:
a) de manipulação do povo pelo poder, que 
controla o teatro.
b) de diversão e de expressão dos valores e pro-
blemas da sociedade.
c) de entretenimento popular, que se esgota na 
sua função de distrair.
d) de manipulação do povo pelos intelectuais 
que compõem as peças.
e) de entretenimento, que foi superada e hoje 
é substituída pela televisão.
 15. (ENEM) Acompanhando a intenção da bur-
guesia renascentista de ampliar seu domínio 
sobre a natureza e sobre o espaço geográfico, 
através da pesquisa científica e da invenção 
tecnológica, os cientistas também iriam se 
atirar nessa aventura, tentando conquistar a 
forma, o movimento, o espaço, a luz, a cor e 
mesmo a expressão e o sentimento.
SEVCENKO, N. O Renascimento. Campinas: Unicamp, 1984.
O texto apresenta um espírito de época que 
afetou também a produção artística, marca-
da pela constante relação entre:
a) fé e misticismo.
b) ciência e arte.
c) cultura e comércio.
d) política e economia.
e) astronomia e religião.
 16. (ENEM) Quem construiu a Tebas de sete portas?
Nos livros estão nomes de reis.
Arrastaram eles os blocos de pedra?
E a Babilônia várias vezes destruída. Quem a 
reconstruiu tantas vezes?
Em que casas da Lima dourada moravam os 
construtores?
Para onde foramos pedreiros, na noite em 
que a Muralha da China ficou pronta?
A grande Roma está cheia de arcos do triunfo.
Quem os ergueu? Sobre quem triunfaram os 
césares?
BRECHT, B. Perguntas de um trabalhador que 
lê. Disponível em: http://recantodasletras.
uol.com.br. Acesso em: 28 abr. 2010.
Partindo das reflexões de um trabalhador 
que lê um livro de História, o autor censura 
a memória construída sobre determinados 
monumentos e acontecimentos históricos.
A crítica refere-se ao fato de que:
a) os agentes históricos de uma determinada 
sociedade deveriam ser aqueles que reali-
zaram feitos heroicos ou grandiosos e, por 
isso, ficaram na memória.
b) a História deveria se preocupar em memori-
zar os nomes de reis ou dos governantes das 
civilizações que se desenvolveram ao longo 
do tempo.
c) grandes monumentos históricos foram cons-
truídos por trabalhadores, mas sua memória 
está vinculada aos governantes das socieda-
des que os construíram.
d) os trabalhadores consideram que a História 
é uma ciência de difícil compreensão, pois 
trata de sociedades antigas e distantes no 
tempo.
e) as civilizações citadas no texto, embora mui-
to importantes, permanecem sem terem sido 
alvos de pesquisas históricas.
 17. Três décadas – de 1884 a 1914 – separam o 
século XIX – que terminou com a corrida dos 
países europeus para a África e com o surgi-
mento dos movimentos de unificação nacio-
nal na Europa – do século XX, que começou 
com a Primeira Guerra Mundial. É o período 
do Imperialismo, da quietude estagnante na 
Europa e dos acontecimentos empolgantes 
na Ásia e na África.
ARENDT, H. As origens do totalitarismo. 
São Paulo: Cia. das Letras, 2012.
O processo histórico citado contribuiu para 
a eclosão da Primeira Grande Guerra na me-
dida em que:
a) difundiu as teorias socialistas. 
b) acirrou as disputas territoriais. 
c) superou as crises econômicas. 
d) multiplicou os conflitos religiosos. 
e) conteve os sentimentos xenófobos.
30
 18. Que é ilegal a faculdade que se atribui à au-
toridade real para suspender as leis ou seu 
cumprimento.
Que é ilegal toda cobrança de impostos para a 
Coroa sem o concurso do Parlamento, sob pre-
texto de prerrogativa, ou em época e modo 
diferentes dos designados por ele próprio.
Que é indispensável convocar com frequên-
cia os Parlamentos para satisfazer os agra-
vos, assim como para corrigir, afirmar e con-
servar as leis.
Declaração dos Direitos. Disponível em http://disciplinas 
stoa.usp.br. Acesso em: 20 dez. 2011 (adaptado).
No documento de 1689, identifica-se uma 
particularidade da Inglaterra diante dos de-
mais Estados europeus na Época Moderna. A 
peculiaridade inglesa e o regime político que 
predominavam na Europa continental estão 
indicados, respectivamente, em:
a) Redução da influência do papa — Teocracia.
b) Limitação do poder do soberano — Absolutismo.
c) Ampliação da dominação da nobreza — Re-
pública.
d) Expansão da força do presidente — Parla-
mentarismo.
e) Restrição da competência do congresso — 
Presidencialismo.
 19. O Império Inca, que corresponde principal-
mente aos territórios da Bolívia e do Peru, 
chegou a englobar enorme contingente po-
pulacional. Cuzco, a cidade sagrada, era o 
centro administrativo, com uma sociedade 
fortemente estratificada e composta por im-
peradores, nobres, sacerdotes, funcionários 
do governo, artesãos, camponeses, escravos e 
soldados. A religião contava com vários deu-
ses, e a base da economia era a agricultura. 
Principalmente o cultivo da batata e do milho.
A principal característica da sociedade inca 
era a:
a) ditadura teocrática, que igualava a todos.
b) existência da igualdade social e da coletivi-
zação da terra.
c) estrutura social desigual compensada pela 
coletivização de todos os bens.
d) existência de mobilidade social, o que levou 
à composição da elite pelo mérito.
e) impossibilidade de se mudar de extrato social 
e a existência de uma aristocracia hereditária.
 20. A lei não nasce da natureza, junto das fon-
tes frequentadas pelos primeiros pastores: 
a lei nasce das batalhas reais, das vitórias, 
dos massacres, das conquistas que têm sua 
data e seus heróis de horror: a lei nasce das 
cidades incendiadas, das terras devastadas; 
ela nasce com os famosos inocentes que ago-
nizam no dia que está amanhecendo.
FOUCAULT. M. Aula de 14 de janeiro de 1976. In. Em 
defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes. 1999
O filósofo Michel Foucault (séc. XX) inova ao 
pensar a política e a lei em relação ao poder 
e à organização social.
Com base na reflexão de Foucault, a finali-
dade das leis na organização das sociedades 
modernas é:
a) combater ações violentas na guerra entre as 
nações.
b) coagir e servir para refrear a agressividade 
humana.
c) criar limites entre a guerra e a paz praticadas 
entre os indivíduos de uma mesma nação.
d) estabelecer princípios éticos que regulamen-
tam as ações bélicas entre países inimigos.
e) organizar as relações de poder na sociedade 
e entre os Estados.
 21. O príncipe, portanto, não deve se incomodar 
com a reputação de cruel, se seu propósito 
é manter o povo unido e leal. De fato, com 
uns poucos exemplos duros poderá ser mais 
clemente do que outros que, por muita pie-
dade, permitem os distúrbios que levem ao 
assassínio e ao roubo.
MAQUIAVEL, N. O Príncipe, São Paulo: Martin Claret, 2009.
No século XVI, Maquiavel escreveu O Prínci-
pe, reflexão sobre a Monarquia e a função do 
governante.
A manutenção da ordem social, segundo esse 
autor, baseava-se na:
a) inércia do julgamento de crimes polêmicos.
b) bondade em relação ao comportamento dos 
mercenários.
c) compaixão quanto à condenação de trans-
gressões religiosas.
d) neutralidade diante da condenação dos servos.
e) conveniência entre o poder tirânico e a mo-
ral do príncipe.
 22. Em nosso país queremos substituir o egoís-
mo pela moral, a honra pela probidade, os 
usos pelos princípios, as conveniências pelos 
deveres, a tirania da moda pelo império da 
razão, o desprezo à desgraça pelo desprezo 
ao vício, a insolência pelo orgulho, a vaidade 
pela grandeza de alma, o amor ao dinheiro 
pelo amor à glória, a boa companhia pelas 
boas pessoas, a intriga pelo mérito, o espi-
rituoso pelo gênio, o brilho pela verdade, o 
tédio da volúpia pelo encanto da felicidade, 
a mesquinharia dos grandes pela grandeza 
do homem.
HUNT, L. Revolução Francesa e Vida Privada. In: 
PERROT, M. (Org.) História da Vida Privada: da 
Revolução Francesa à Primeira Guerra. Vol. 4. São 
Paulo: Companhia das Letras, 1991 (adaptado).
O discurso de Robespierre, de 5 de fevereiro 
de 1794, do qual o trecho transcrito é parte, 
31
relaciona-se a qual dos grupos político-so-
ciais envolvidos na Revolução Francesa?
a) À alta burguesia, que desejava participar do 
poder legislativo francês como força política 
dominante.
b) Ao clero francês, que desejava justiça social 
e era ligado à alta burguesia.
c) A militares oriundos da pequena e média 
burguesia, que derrotaram as potências ri-
vais e queriam reorganizar a França interna-
mente.
d) À nobreza esclarecida, que, em função do 
seu contato, com os intelectuais iluministas, 
desejava extinguir o absolutismo francês.
e) Aos representantes da pequena e média bur-
guesia e das camadas populares, que deseja-
vam justiça social e direitos políticos.
 23. O movimento operário ofereceu uma nova 
resposta ao grito do homem miserável no 
princípio do século XIX. A resposta foi a 
consciência de classe e a ambição de clas-
se. Os pobres então se organizavam em uma 
classe específica, a classe operária, diferente 
da classe dos patrões (ou capitalistas). A Re-
volução Francesa lhes deu confiança: a Re-
volução Industrial trouxe a necessidade da 
mobilização permanente.
HOBSBAWN, E. J. A era das revoluções. 
São Paulo: Paz e Terra, 1977.
No texto, analisa-se o impacto das Revoluções 
Francesa e Industrial para a organização da 
classe operária. Enquanto a “confiança” dada 
pela Revolução Francesa era originária do 
significado da vitória revolucionária

Continue navegando

Outros materiais