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ABORTO DO PONTO DE VISTA BIOÉTICO

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ABORTO, ANENCEFALIA E 
ANTECIPAÇÃO TERAPÊUTICA 
DO PARTO
O que é aborto?
■ Nascimento do feto com menos de 500g ou antes de 20 semanas completas;
■ Não possui nenhuma possibilidade de vida;
■ Problema de saúde pública no Brasil;
■ Crime (art. 124, 125, 126, 127 do CP;
■ Principal causa de morte materna.
Tipos de aborto 
Aborto Espontâneo
■ Síndrome hemorrágica da 1ª metade da gravidez
■ Eliminação do produto concebido;
■ Causa imediata: degradação total ou parcial do embrião;
■ Funlça da placenta cessa e as contrações uterina se iniciam
– Inicio do processo de abortamento
■ Ocorre antes de 8 semanas: embrião incompleto expelido
■ Completo: produto completamente expelido
■ Incompleto: partes do produto da concepção permanecem no útero
■ 1/5s gravidezes acaba em aborto espontâneo 
Tipos de aborto 
Aborto Induzido
1) Interrupção eugênica da gestação (IEG): 
São os casos de aborto ocorridos em nome de 
práticas eugênicas, isto é, situações em que se 
interrompe a gestação por valores racistas, 
sexistas, étnicos, etc.
Comumente, sugere-se o praticado pela medicina 
nazista como exemplo de IEG quando mulheres 
foram obrigadas a abortar por serem judias, 
ciganas ou negras. Regra geral, a IEG processa-se 
contra a vontade da gestante, sendo esta 
obrigada a abortar;
Tipos de aborto 
Aborto Induzido
2) Interrupção terapêutica da gestação (ITG): 
são os casos de aborto ocorridos em nome da saúde 
materna, isto é, situações em que se interrompe a 
gestação para salvar a vida da gestante. 
Hoje em dia, em face do avanço científico e tecnológico 
ocorrido na medicina, os casos de ITG são cada vez em 
menor número, sendo raras as situações terapêuticas 
que exigem tal procedimento;
Tipos de aborto 
Aborto Induzido
3) Interrupção seletiva da gestação (ISG):
são os casos de aborto ocorridos em nome de
anomalias fetais, isto é, situações em que se interrompe
a gestação pela constatação de lesões fetais.
Em geral, os casos que justificam as solicitações de ISG
são de patologias incompatíveis com a vida extra-
uterina, sendo o exemplo clássico o da anencefalia;
Tipos de aborto 
Aborto Induzido
4) Interrupção voluntária da gestação (IVG):
São os casos de aborto ocorridos em nome da
autonomia reprodutiva da gestante ou do casal,
isto é, situações em que se interrompe a gestação
porque a mulher ou o casal não mais deseja a
gravidez, seja ela fruto de um estupro ou de uma
relação consensual.
Muitas vezes, as legislações que permitem a IVG
impõem limites gestacionais à prática;
Quando começa a 
vida humana?
■ Platão- livro “República”: A 
alma só entra no corpo após 
o nascimento
■ Aristóteles: o Feto tinha sim 
vida(primeiro movimento no 
útero materno).
Quando começa a vida humana?
Visão GenéticaVisão Genética Visão Embriológica;
Visão 
Embriológica;
Visão 
Neurológica;
Visão 
Neurológica;
Visão 
Ecológica 
EUA
Visão 
Ecológica 
EUA
Visão 
Metabólica;
Visão 
Metabólica;
Respostas da ciência
Catolicismo Judaísmo Islamismo Budismo Hinduísmo
Respostas da Religião
Quando 
começa a 
vida 
humana?
Resolução 196/96;
Declaração Universal sobre o 
Genoma Humano e os Direitos 
Humanos - Unesco(1997);
• Declaração Universal dos Direitos 
Humanos(1948)
Antecipação terapêutica 
do parto
■ É a interrupção da gravidez de fetos com ma formação 
fetal grave, incompatível com a vida extrauterina.
■ CASO : ANENCEFALIA
– Conhecida vulgarmente como “ausência de cérebro’’
– A anencefalia causada por um defeito no 
fechamento do tubo neural (estrutura que dá origem 
ao
– cérebro e à medula espinhal)
– Diagnostico realizado na 12 semana através de um 
exame ultrassonográfico.
– Não há cura ou tratamento para anencefalia.
25%
50%
25%
Criança 
anencéfalas
Vivem até o fim da gravidez;
Tem a expectativa de vida de poucos
minutos a 1 dia;
Vivem além de 10 dias;
Complicações maternas durante a 
gestação de fetos anencefálos
■ Sua associação com polihidrâminio
(aumento do volume no líquido 
amniótico) é muito frequente.
– Aumento do volume uterino 
– Perda da capacidade de 
contração após o parto;
– Risco de hemorragia
■ Parto prematuro;
DILEMA:
O abortamento e a antecipação terapêutica do parto são éticos?
Argumentos favoráveis
■ Bem da promoção humana da mulher ;
■ Anencefalia e casos de enfermidade letal intra
uterina;
■ Ausência de Personalidade do feto;
■ Delimitação dos casos em eventual legalização;
■ Má formação ou doença hereditária que prive a 
vida normal
ARGUMENTOS
ANTI-ABORTO
Aspecto 
Religioso
■ O aborto é condenado por 
grande parte das religiões, 
mas com diferentes 
opiniões
– Cristianismo
– Judaísmo
– Islã
– Budismo
– Nativas norte-
americanas
– Taoísmo e 
Confucionismo
– Espiritismo
ASPECTO BIOLÓGICO:
Quando começa a vida?
Aspecto antropológico/filosófico
■ Fases da vida
■ Anencefalia
■ Estupro
■ Outras ponderações
Amigos e Estranhos morais 
■ As sociedades ocidentais contemporâneas são seculares e
pluralistas, abrangendo as comunidades com uma diversidade de
crenças morais, é bom lembrar que está diversidade sempre esteve
presente, embora oculta.
■ Os amigos morais são aqueles que compartilham uma moralidade
essencial (orientação do que é certo/errado, bom/mau, além da
exigência de que não se usem pessoas sem sua autorização),
buscando resolver as controvérsias morais por meio de um
argumento moral sadio;
■ Quando se trata de aborto, o argumento principal dos defensores
da legalização ou descriminalização do aborto é o do respeito á
autonomia reprodutiva da mulher e/ou do casal,baseado no
princípio da liberdade individual de Thomson.
Estranhos morais
■ A diferenciação entre amigos morais e estranhos morais pode ser
encontrada na distinção entre comunidades e sociedades.
■ Os estranhos morais são pessoas que têm visões e posturas morais
diferentes e não utilizam a argumentação racional, pois não tem um
compromisso comum com os indivíduos ou instituições datadas de
autoridade para resolvê-las, outrossim, não compartilham premissas ou
regras morais de evidência e inferência suficientes para resolver as
controvérsias morais.
■ Tratando disso, os oponentes morais da legislação do aborto se baseiam
no princípio da heteronomia, ou seja, a ideia de que se deve agir de
acordo com determinações exteriores.
■ Assim, a tolerância e o respeito aparecem, na teoria de Engelhardt, como
virtude para a convivência pacífica entre estranhos morais em uma
sociedade que se pretende democrática.
Quem exerce a autonomia na decisão?
Autonomia reprodutiva e heteronomia
■ Autonomia: o indivíduo realiza uma ação 
baseada na sua liberdade de escolha e no seu 
poder de decisão.
■ Fundamentos: 
– Direito sobre o próprio corpo;
– Liberdade de planejamento familiar.
Quem exerce a autonomia na decisão?
Autonomia reprodutiva e heteronomia
Heteronomia é uma palavra 
de origem grega por meio 
da junção de dois termos 
(heteros, “diversos”; e 
nomos, “regras”;) e que, 
portanto, significa 
dependência, submissão, 
assim como obediência.
Prisma Kantiano: trata-se 
da sujeição à qual as 
pessoas se submetem à 
vontade de outrem. No 
âmbito normativo-estatal, 
refere-se ao dever dos 
cidadãos de estarem 
sujeitos às leis que regem a 
sociedade. 
É nessa submissão, 
afirmada no princípio da 
Heteronomia, que se 
utilizam fundamentos para 
argumentar-se contra o 
aborto, podendo relacionar-
se com os seguintes artigos 
da constituição brasileira:
•Art 1º, III – A dignidade da 
pessoa humana
•Caput Art. 5º - Todos são iguais 
perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentesno País a 
inviolabilidade do direito à vida, 
à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade.
O QUE DIZEM AS LEIS 
SOBRE A PRÁTICA DE 
ABORTAMENTO E 
ANTECIPAÇÃO 
TERAPÊUTICA DO 
PARTO?
Código Penal Brasileiro 
■ Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento
– Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: Pena - detenção, de um a três anos.
■ Aborto provocado por terceiros
– Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de três a dez anos.
– Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de um a quatro anos.
– Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou debil
mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência
■ Forma qualificada
– Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou 
dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por 
qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
– Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:
– Aborto necessário
■ I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
– Aborto Humanitário
■ II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante 
legal.
Juramento de Hipócrates
“Não dar veneno a ninguém, embora solicitado a assim fazer, nem aconselhar 
tal procedimento. 
Da mesma maneira não aplicar pessário em mulher para provocar aborto”
CEM - Responsabilidade Profissional 
■ Capitulo III -Responsabilidade Profissional
É vedado ao médico:
– Art. 14. Praticar ou indicar atos médicos 
desnecessários ou proibidos pela legislação vigente 
no País.
– Art. 15. Descumprir legislação específica nos casos 
de transplantes de órgãos ou de tecidos, 
esterilização, fecundação artificial, abortamento, 
manipulação ou terapia genética. 
Estatuto do Nascituro –
PL 478/97 
■ Art. 2º Nascituro é o ser humano concebido, mas ainda não nascido.
– Parágrafo único. O conceito de nascituro inclui os seres humanos 
concebidos “in vitro”, os produzidos através de clonagem ou por outro 
meio científica e eticamente aceito.
■ Art. 3º O nascituro adquire personalidade jurídica ao nascer com vida, mas sua 
natureza humana é reconhecida desde a concepção, conferindo-lhe proteção 
jurídica através deste estatuto e da lei civil e penal. 
– Parágrafo único. O nascituro goza da expectativa do direito à vida, à 
integridade física, à honra, à imagem e de todos os demais direitos da 
personalidade.
■ Art. 4º É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar ao nascituro, 
com absoluta prioridade, a expectativa do direito à vida, a saúde, à alimentação, 
à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar, além de colocá-lo 
a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, 
crueldade e opressão.
Res. CFM 1989/12
Diagnóstico e antecipação terapêutica 
do parto em caso de anencefalia 
■ É a interrupção da gravidez em casos de má formação fetal grave, em que 
não há tratamento, cura ou qualquer possibilidade de sobrevida do feto.
– Anencefalia
■ O diagnóstico é feito a partir da 12° semana de gestação, por meio de um 
exame ultrassonográfico e o laudo deve ser assinado por dois médicos 
capacitados para tal diagnóstico;
■ Em mais da metade dos casos, os fetos não resistem à gestação, e os 
poucos que alcançam o momento do parto sobrevivem minutos ou horas 
fora do útero.
■ STF: É constitucional o direito de escolha da mulher de interromper a 
gravidez caso o feto seja diagnosticado com anencefalia.
QUEM SÃO AS 
MULHERES
QUE 
ABORTAM NO 
BRASIL?
■ Uma em cada 5 mulheres de 40 anos já 
cometeu pelo menos um aborto no Brasil
■ 20 a 24 anos (27.88%)
■ Pretas, pardas e indígenas 
(aproximadamente 15%)
■ 15% têm filhos
■ Separadas ou viúvas(23%) 
■ Não são cristãs nem ateias (16%)
■ Concluíram a 4 série (22%)
■ Ganham até um salário mínimo(16%)
■ Moram em capital (16%) 
■ Mais de 100.000 habitantes (13%)
Por que as 
mulheres 
abortam?
■ Premissas:
– O aborto é comum no Brasil
– ½ Milhão de abortos em 2015
■ ~1370 abortos por dia no BR.
– Feito fora das condições plenas de 
atenção à saúde;
– Contrário aos estereótipos, a 
mulher que aborta é uma mulher 
comum.
(Diniz, 2016)
Por que as mulheres abortam?
■ Fatores econômicos:
– Acesso a métodos contraceptivos;
– Ausência de educação
■ Geral;
■ Sexual;
– Ausência de planejamento familiar;
■ Machismo 
– Manutenção de uma estrutura familiar tradicional;
– Filhos de relações extraconjugais;
DISCUSSÃO
Referências bibliográficas
■ BARCHIFONTAINE, Christian de Paul de; PESSINI, Leo. Problemas atuais de Bioética. 6. ed. São Paulo: Centro 
Universitário São Camilo; Edições Loyola, 2002.
■ Beauchamps T, Childress J. The principles of biomedical ethics. 4 ed. New York: Oxford University Press, 1994. 
Disponivel em: <http://www.portalmedico.org.br/biblioteca_virtual/bioetica/parteiiiaborto.html/> Acesso em: 04 nov.
2018.
■ Conselho Federal de Medicina. Resolução nº 1.989. Brasília, 2012. 
■ DINIZ, Débora; MEDEIROS, Marcelo; MADEIRO, Alberto. Pesquisa Nacional de Aborto 2016. Rio de Janeiro: Ciência e 
Saúde Coletiva, 2016. 653 p. v. 22. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csc/v22n2/1413-8123-csc-22-02-
0653.pdf>. Acesso em: 08 nov. 2018.
■ Diniz D. O aborto seletivo no Brasil e os alvarás judiciais. Bioética 1997;5:19- 24. Disponíve
<http://www.portalmedico.org.br/biblioteca_virtual/bioetica/parteiiiaborto.html/> Acesso em: 04 nov. 2018.
■ ARANHA, Maria Lúcia de Arruda, MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 
1986.p. 307/308.
■ MALPHIGUI, Caio. O aborto e a filosofia do direito. Jusbrasil. Disponível em: 
https://caiomalpighi.jusbrasil.com.br/artigos/412002240/o- aborto-e-a-filosofia-do-direito Acesso em 4 de nov. 2108

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