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normas de conforto termico ABNT

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS E CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: 
REQUISITOS ARQUITETÔNICOS, LUMÍNICOS, 
TÉRMICOS E ACÚSTICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
 
 
 
 
 
Fernanda Saidelles Bataglin 
 
 
 
Santa Maria, RS, Brasil 
2014 
 
 
 
 2 
 
 
 
NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: 
REQUISITOS ARQUITETÔNICOS, LUMÍNICOS, TÉRMICOS 
E ACÚSTICOS 
 
 
 
 
 
 
por 
 
 
 
 
Fernanda Saidelles Bataglin 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Engenharia Civil, 
da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), 
como requisito parcial para obtenção do grau de 
Engenheiro Civil. 
 
 
 
 
 
 
Orientador: Prof. Dr. Antônio L. Guerra Gastaldini 
 
 
 
 
 
 
 
Santa Maria, RS, Brasil 
 
2014 
 3 
 
 
 
Universidade Federal de Santa Maria 
Centro de Tecnologia 
Departamento de Estruturas e Construção Civil 
 
 
 
A comissão examinadora, abaixo assinada, 
aprova o Trabalho de Conclusão de Curso 
 
 
 
NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: REQUISITOS 
ARQUITETÔNICOS, LUMÍNICOS, TÉRMICOS E ACÚSTICOS 
 
 
elaborado por 
Fernanda Saidelles Bataglin 
 
 
 
como requisito parcial para obtenção do grau de 
Engenheiro Civil 
 
 
COMISSÃO EXAMINADORA: 
 
_______________________________ 
Antônio L. Guerra Gastaldini, Dr. 
(Presidente/Orientador) 
 
______________________________ 
Joaquim Pizzutti dos Santos, Dr. (UFSM) 
(1º membro) 
 
______________________________ 
Larissa Kirchhof, Dr. (UFSM) 
(2º membro) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santa Maria, 11 de julho de 2014 
 4 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 Agradecer é um gesto muito importante. De alguma maneira tudo o que se é 
conquistado depende de todo o esforço e dedicação, ora de nós mesmos e outras vezes de 
pessoas que cruzam o nosso caminho para nos auxiliar. 
 Agradeço a minha família por sempre me incentivarem com todo carinho e apoio 
incondicional. Em especial a minha Avó Leda, que durante toda a vida sempre me amparou e 
participou da minha caminhada até aqui. Ao meu namorado Macklini, que desde o início da 
minha faculdade me acompanhou e me auxiliou sempre. 
 Agradeço ao professor Antônio Gastaldini, meu orientador, que com sua experiência e 
seu conhecimento participou deste trabalho. 
 A todos os demais professores do Curso que de alguma maneira transmitiram seu 
conhecimento e contribuíram para a minha formação. 
 Aos colegas e amigos que fizeram e com certeza farão parte da minha vida por longos 
anos. 
 Agradecer ao Alexandre Reis, membro da Gerencia de Desenvolvimento Urbano de 
Santa Maria (GIDUR/SM) pelo auxílio prestado ao colaborar com informações a respeito dos 
programas da Caixa Econômica Federal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
 
 
 
RESUMO 
 
Trabalho de conclusão de curso 
Departamento de Estruturas e Construção Civil 
Universidade Federal de Santa Maria 
 
NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: 
REQUISITOS ARQUITETÔNICOS, LUMÍNICOS, TÉRMICOS 
E ACÚSTICOS 
AUTORA: Fernanda Saidelles Bataglin 
ORIENTADOR: Prof. Dr. Antônio L. Guerra Gastaldini 
DATA E LOCAL DA DEFESA: Santa Maria, 11 de julho de 2014. 
 
 A abordagem do desempenho na construção civil é o início de uma mudança que 
orienta para o desenvolvimento de tecnologias e práticas construtivas inovadoras. A situação 
corrente do Brasil, com incentivos ao crédito imobiliário para a parcela da população menos 
favorecida através de programas como o “Minha Casa, Minha Vida (PMCMV)” 
desenvolvidos pelo Governo Federal, fazendo crescer a demanda no setor da construção civil, 
faz necessária a existência de padrões de exigências para um desempenho mínimo nas 
edificações. O conjunto normativo NBR 15.575 – Edificações Habitacionais – Desempenho 
(2013) surge com este desafio e traz o conceito de comportamento em uso de componentes e 
sistemas das edificações, sendo que a construção habitacional deve atender e cumprir 
exigências dos usuários ao longo dos anos, promovendo uma melhoria na qualidade da 
produção das edificações. O objetivo principal deste trabalho consiste de um estudo 
comparativo entre as especificações exigidas pela norma de Desempenho (2013), pelo 
PMCMV e pelo Código de Obras e Edificações da cidade de Santa Maria (COESM). A 
análise das características se deu com o estudo da NBR 15.575 (2013) e os mais importantes 
tópicos abordados nesta com relação a requisitos arquitetônicos, lumínicos, térmicos e 
acústicos juntamente com a análise das características do PMCMV e do COESM voltadas 
para o desempenho das unidades habitacionais. Concluído o estudo comparativo é 
perceptível que a Norma de desempenho (2013) surge para representar um grande avanço na 
construção civil tratando de questões importantes, que muitas vezes são esquecidas na 
idealização de um projeto. O PMCMV e suas especificações percebe-se uma grande 
semelhança com a norma. Já o COESM necessita de uma atualização de suas informações 
para que possa exigir suas especificações. 
Palavras-chave: desempenho; NBR 15.575; usuários. 
 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
TABELA 1 – Requisitos de usuários ISO 6241 .............................................................19 
TABELA 2 – Vida útil de projeto mínima e superior ....................................................21 
TABELA 3 – Critério de avaliação de desempenho térmico para condições de verão ..23 
TABELA 4 – Critério de avaliação de desempenho mínimo para condições de inverno 
.........................................................................................................................................23 
TABELA 5 – Níveis de iluminamento natural ...............................................................24 
TABELA 6 – Fator de luz diurna para os diferentes ambientes da habitação ................24 
TABELA 7 – Níveis de iluminamento geral para iluminamento artificial ....................24 
TABELA 8 – Valores máximos do nível de pressão sonora contínuo equivalente, 
LAeq,nT, medido em dormitórios ......................................................................................25 
TABELA 9 – Valores máximos do nível de pressão sonora máximo, LASmáx.,nT, medido 
em dormitórios ................................................................................................................26 
TABELA 10 – Móveis e equipamentos-padrão a serem acomodados nos diferentes 
ambientes ........................................................................................................................26 
TABELA 11 – Dimensões mínimas de mobiliário e circulação ....................................27 
TABELA 12 – Deslocamentos-limites para cargas permanentes e cargas acidentais em 
geral ................................................................................................................................30 
TABELA 13 – Flechas máximas para vigas e lajes (cargas gravitacionais permanentes e 
acidentais) .......................................................................................................................31 
TABELA 14 – Critério e nível de pressão sonora de impacto-padrão ponderado, L’nT,w 
.........................................................................................................................................33TABELA 15 – Critérios de diferença padronizada de nível ponderada, DnT,w ...............33 
TABELA 16 – Transmitância térmica de paredes externas ...........................................35 
TABELA 17 – Capacidade térmica de paredes externas ...............................................35 
TABELA 18 – Área mínima de ventilação em dormitórios e sala de estar ...................36 
 
 7 
 
 
 
TABELA 19 – Valores mínimos da diferença padronizada de nível ponderada, D2m, nT,w, 
da vedação externa de dormitório ...................................................................................37 
TABELA 20 – Valores mínimos da diferença padronizada de nível ponderada, DnT,w, 
entre ambientes ...............................................................................................................37 
TABELA 21 – Índice de redução sonora ponderado, Rw, de componentes construtivos 
utilizados nas vedações entre ambientes ........................................................................38 
TABELA 22 – Critérios de coberturas quanto a transmitância térmica – M .................39 
TABELA 23 – Especificações mínimas Apartamento* / Casa sobreposta* / Village* / 
Sobrado ** para item 7.1 do Anexo I da Portaria 465 de 03 de outubro de 2011 ..........44 
TABELA 24 – Especificações mínimas Casa * para item 7.1 do Anexo I da Portaria 465 
de 03 de outubro de 2011 ...............................................................................................46 
TABELA 25 – Especificações mínimas Apartamento* / Casa sobreposta* / Village* / 
Sobrado ** para item 7.2.1 do Anexo I da Portaria 465 de 03 de outubro de 2011 
.........................................................................................................................................49 
TABELA 26 – Especificações mínimas Casa * para item 7.2.1 do Anexo I da Portaria 
465 de 03 de outubro de 2011 ........................................................................................51 
TABELA 27 – Exigências do COESM ..........................................................................53 
TABELA 28 – Resultados de Rw para paredes e divisórias pesadas usuais ...................63 
TABELA 29 – Resultados de Rw para paredes e divisórias leves usuais com material 
absorvente .......................................................................................................................64 
TABELA 30 – Valores do nível de pressão sonora de impacto padrão ponderado, L’nT,w, 
para diferentes composições ...........................................................................................65 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LISTA DE FIGURAS 
 
FIGURA 1 – Estrutura da Norma de Desempenho ........................................................17 
FIGURA 2 – Desempenho ao longo do tempo ...............................................................21 
FIGURA 3 – Zoneamento bioclimático brasileiro ........................................................22 
FIGURA 4 – Fluxo operacional de aprovação de projetos ............................................41 
FIGURA 5 – Modelo da planilha de medições ..............................................................43 
FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM ....................................57 
FIGURA 7 – Áreas de dormitórios e salas de estar conforme as especificações mínimas 
.........................................................................................................................................59 
FIGURA 8 – Métodos alternativos de avaliação do desempenho térmico .....................61 
FIGURA 9 – Layout apartamento de dois dormitórios ..................................................67 
FIGURA 10 – Layout apartamento de três dormitórios .................................................68 
FIGURA 11 – Disposição estrutural da edificação ........................................................68 
FIGURA 12 – Vedações verticais ..................................................................................69 
FIGURA 13 – Elevações da alvenaria esttrutural ..........................................................69 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS 
 
PMCMV – Programa Minha Casa, Minha Vida 
COESM – Código de obras e edificações de Santa Maria 
GIDUR – Gerência de Filial de Desenvolvimento Urbano e Rural 
FINEP – Fundo de Financiamento de Estudos de Projetos e Programas 
CEF – Caixa Econômica Federal 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas 
COBRACON – Comitê Brasileiro de Construção Civil 
SINDUSCON – Sindicato da Indústria da Construção Civil 
SECOVI – Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de 
Imóveis Residenciais e Comerciais 
IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas 
ISO – International Organization for Standardization 
VU – Vida útil 
VUP – Vida útil de projeto 
LAeq,nT – Nível de pressão sonora contínuo equivalente 
LASmáx.,nT – Nível de pressão sonora máximo 
Sgk – Flecha característica para carga gravitacional 
Sqk – Flecha característica para carga permanente 
SVVIE – Sistemas de vedações verticais internas e externas 
ELU – Estado limite último 
ELS – Estado limite de serviço 
L’nT,w – Nível de pressão sonora de impacto-padrão ponderado 
U – Transmitância térmica 
CT – Capacidade térmica 
 
 10 
 
 
 
D2m, nT,w – Diferença padronizada de nível ponderada da vedação externa de dormitório 
DnT,w – Diferença padronizada de nível ponderada entre ambientes 
Rw – Índice de redução sonora ponderada 
CEF – Caixa Econômica Federal 
PNHU – Programa Nacional de Habitação Urbana 
PNHR – Programa Nacional de Habitação Rural 
FAR – Fundo de Arrendamento Residencial 
CBIC – Comitê Brasileiro da Indústria da Construção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO .....................................................................................................13 
1.1 Justificativa para escolha do tema ............................................................................14 
1.2 Objetivos .....................................................................................................................14 
1.2.1 Objetivo geral .............................................................................................................. .14 
1.2.2 Objetivo específico .......................................................................................................14 
1.3 Metodologia .................................................................................................................15 
1.4 Estrutura do trabalho ................................................................................................15 
2. A NORMA ABNT NBR 15.575 ........................................................................16 
2.1 Histórico da NBR 15.575 “Edificações habitacionais – Desempenho” ..................17 
2.2 Parte 1 – Requisitos Gerais .......................................................................................18 
2.3 Parte 2 – Requisitos para os sistemas estruturais ...................................................29 
2.4 Parte 3 – Requisitos para os sistemas de piso ..........................................................32 
2.5 Parte 4 – Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas..34 
2.6 Parte 5 – Requisitos para os sistemas de coberturas ...............................................382.7 Parte 6 – Requisitos para os sistemas hidrossanitários ..........................................39 
3. PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA ...........................................40 
3.1 Histórico ......................................................................................................................40 
3.2 Particularidades do PMCMV ...................................................................................41 
3.3 Especificações mínimas do PMCMV ........................................................................44 
4. CÓDIGO DE OBRAS E EDIFICAÇÕES ....................................................53 
4.1 Exigências do Código de Obras e Edificações de Santa Maria ..............................53 
5. RELAÇÃO ENTRE A NORMA, O PMCMV E O COESM ................55 
 
 12 
 
 
 
5.1 Especificações mínimas quanto ao projeto arquitetônico ......................................55 
5.2 Especificações mínimas quanto ao desempenho lumínico ......................................57 
5.3 Especificações mínimas quanto ao desempenho térmico ........................................58 
5.4 Especificações mínimas quanto ao desempenho acústico .......................................61 
6. ACOMPANHAMENTO DAS VISTORIAS REALIZADAS POR 
TÉCNICOS REPRESENTANTES DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL 
...................................................................................................................................................65 
6.1 Características do empreendimento: Edifício Residencial Solar Solamanca .......65 
6.2 Etapa da obra analisada ............................................................................................65 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................69 
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................71 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 13 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
A construção civil brasileira passa por um período de grande desenvolvimento 
deixando os profissionais desta área animados. Com isso grandes desafios para o ramo 
começam a surgir e a maior demanda por atividades do setor faz com que as construtoras e 
incorporadoras tenham que se adaptarem as exigências do mercado atual. 
A política desenvolvida pelo governo federal, através de projetos como o Minha Casa 
Minha Vida, em parceria com estados, municípios e empresas tornou possível que famílias 
brasileiras sem condições de adquirir a casa própria, pudessem, através da Caixa Econômica 
Federal, financiar seu imóvel. Essa estratégia governamental faz com que a parcela emergente 
da classe C aqueça o mercado imobiliário nacional. Grandes incorporadoras e construtoras 
brasileiras e até mesmo estrangeiras começam um processo para adquirir grandes áreas para a 
construção de habitações populares, e assim é relevante a expectativa de uma larga escala de 
produção de habitações populares. 
Tendo em vista que esse desenvolvimento da construção civil voltado para habitações 
populares é necessário a existência de padrões mínimos técnicos para esses empreendimentos 
e que devem obrigatoriamente ser atendidos pelas construtoras. Diversas questões como: qual 
a vida útil para essa habitação, qual o desempenho acústico mínimo para um determinado 
ambiente, quais as dimensões mínimas de cada compartimento; precisam ser estudadas e 
respondidas. Uma construção pode ser considerada como um produto, devendo apresentar 
determinadas características que o capacitem cumprir objetivos e funções, para os quais foi 
projetado, no momento que submetido a determinadas condições de exposição e de uso. 
 O conceito de desempenho de edifícios e seus sistemas vêm sendo estudados há mais 
de 40 anos no mundo todo, e hoje o tema está consolidado no meio acadêmico na maioria dos 
países desenvolvidos e em desenvolvimento. A busca pela racionalização e industrialização 
dos sistemas construtivos, pela redução de custos e inovação tecnológica, associadas à 
necessidade de muitos países de construir em larga escala para suprir déficits habitacionais 
crescentes, passa pela discussão de qual desempenho se pretende obter para as edificações ao 
longo de uma vida útil desejada (BORGES, 2008). O desempenho de uma edificação pode ser 
entendido como o seu comportamento ao longo de sua vida útil (BLACHERE, 1974 apud 
BORGES, 2008). 
 Baseado no conceito de desempenho voltado para as necessidades dos usuários e para 
o uso e operação das edificações é que o conjunto normativo ABNT NBR 15.575 
“Edificações Habitacionais – Desempenho” surge para auxiliar no controle de diversos 
 14 
 
 
 
requisitos das unidades habitacionais. Através da determinação de responsabilidades e da 
exigência de regras que são fundamentais para a garantia da qualidade de vida da população e 
da segurança estrutural do imóvel é que a Norma institui critérios de qualidade para a 
construção de um empreendimento. 
 
1.1 Justificativa para escolha do tema 
 A existência de uma norma que avalie o desempenho de uma edificação e trate a 
edificação como um produto depois de pronta é vantajosa tanto para as construtoras e 
incorporadoras como para os usuários. A exigência de padrões mínimos de qualidade para 
fatores como acústico, térmico, de segurança contra incêndio entre outros, trará maior 
confiança para os ocupantes da habitação. A situação atual do nosso país, com a criação de 
programas de incentivo ao crédito imobiliário para a parcela da população menos favorecida, 
também faz com que existam critérios de qualidade para estas habitações e, assim, o 
atendimento ao desempenho mínimo obrigatório que é exigido pela Norma. Por isso, o 
conhecimento dos requisitos e critérios da Norma de Desempenho e suas principais 
características são de suma importância para quem atua na área de construção civil. Neste 
contexto é que este trabalho se torna oportuno, tendo como foco principal a Norma de 
Desempenho de Edificações (2013). 
 
1.2 Objetivos 
 
1.2.1 Objetivo geral 
 
 O objetivo geral deste trabalho consiste na análise dos mais importantes tópicos 
abordados na Norma de Desempenho (2013). Uma análise das características do Programa 
“Minha Casa, Minha Vida” voltadas para o desempenho das unidades habitacionais foi feita. 
O Código de Obras e Edificações da Cidade de Santa Maria também foi analisado no que diz 
respeito a especificações mínimas garantidas pela Norma. 
 
1.2.2 Objetivo específico 
 
 O objetivo específico deste trabalho consiste de um estudo comparativo entre as 
especificações exigidas pela norma de Desempenho (2013), pelo Programa Minha Casa 
 15 
 
 
 
Minha Vida (PMCMV) e pelo Código de Obras e Edificações da cidade de Santa Maria 
(COESM). 
 
1.3 Metodologia 
 Inicialmente, a leitura da NBR ABNT 15575 “Edificações habitacionais – 
Desempenho” e pesquisas bibliográficas em dissertações, teses, reportagens, entre outros para 
um aprofundamento na questão da história do desempenho e suas principais ações na 
construção civil. 
 No que diz respeito ao Programa Minha Casa, Minha Vida, foi buscado um 
embasamento teórico através de pesquisas no site do Ministério das Cidades, da Caixa 
Econômica Federal e alguns trabalhos relacionados a esse assunto. Foi realizado um contato 
com a Gerência de Filial de Desenvolvimento Urbano e Rural (GIDUR) da Caixa Econômica 
Federal de Santa Maria para maiores esclarecimentos sobre o programa, aprovação de 
projetos e a utilização da Norma de Desempenho. Após, foi feita uma análise das principais 
especificações exigidas pelo programa e aspectos da Norma de Desempenho. 
 O Código deObras e Edificações de Santa Maria também foi estudado para obtenção 
de informações com relação as suas particularidades e a relação do mesmo com a Norma de 
Desempenho NBR 15.575 (2013). 
 
1.4 Estrutura do trabalho 
 O trabalho se divide em sete capítulos. O primeiro capítulo faz-se uma breve 
introdução a respeito do assunto que será discutido neste trabalho. 
 No segundo capítulo são apresentados aspectos em relação à norma de desempenho 
(2013) com um resumo de cada uma das partes constituintes desta. 
 O terceiro capítulo trata de informações relacionadas ao Programa Minha Casa Minha 
Vida e sua forma de estruturação. 
 O quarto capítulo discorre sobre as especificações do Código de Obras e Edificações 
de Santa Maria relacionados a projetos de edificações. 
 No quinto capítulo tem-se o estudo comparativo entre a Norma de Desempenho 
(2013), o Programa Minha Casa Minha Vida e o Código de Obras e Edificações da cidade de 
Santa Maria abrangendo questões relacionadas ao projeto arquitetônico e aos desempenhos 
lumínico, térmico e acústico. 
 
 16 
 
 
 
2. A NORMA ABNT NBR 15.575 
 O objetivo da nova Norma de Desempenho (2013) é o cumprimento de requisitos de 
qualidade e a instituição de um nível mínimo de desempenho ao longo da vida útil dos 
principais elementos que compõem uma edificação habitacional. Ela não tem função de 
orientar a escolha do sistema construtivo por parte do projetista, mas ele deverá atender a 
condições pré-estabelecidas independentemente do método adotado. O estabelecimento de 
padrões mínimos de qualidade, baseando-se no desempenho e na durabilidade dos sistemas, 
convém para balizar o mercado da construção civil, que atua tornando o mercado mais 
regulado e dá segurança jurídica para os consumidores. 
 Todas as normas brasileiras em vigor até o momento são denominadas prescritivas, ou 
seja, é uma série de requisitos e critérios exigidos para um produto ou procedimento 
específico, estabelecidos pelo seu uso consagrado ao longo do tempo, buscando atender aos 
requisitos dos usuários de maneira indireta. As normas prescritivas são quantitativas e 
referentes aos produtos. A norma de desempenho (2013), ao contrário das demais, determina 
as necessidades dos usuários que a construção como um todo deve atender, sendo um 
complemento às normas prescritivas, sem claro substituí-las. A norma de desempenho (2013) 
é tanto quantitativa como qualitativa e diz respeito ao funcionamento de sistemas inteiros. 
Segundo o Engenheiro Ércio Thomaz, pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do 
Estado de São Paulo (IPT), em entrevista a Revista Techne (NAKAMURA, 2013), essa 
norma não é de entrada, que trata de como o produto deve ser quando vai à obra, mas de 
saída, regulamentando a forma como a edificação deve se comportar depois de entregue. 
 A norma NBR 15575 (2013) segue uma estrutura que para cada necessidade do 
usuário e condição de exposição da edificação aparece uma sequência de requisitos de 
desempenho (qualitativos), critérios de desempenho (quantitativos) e respectivos métodos de 
avaliação. A figura 1 representa um esquema desta estrutura. Para o melhor entendimento, 
definem-se requisitos de desempenho como condições que expressam qualitativamente os 
atributos que a edificação habitacional e seus sistemas devem possuir, a fim de que possam 
atender aos requisitos do usuário. E critérios de desempenho podem ser entendidos como 
especificações quantitativas dos requisitos de desempenho, expressos em termos de 
quantidades mensuráveis, a fim de que possam ser objetivamente determinados. 
 
 
 17 
 
 
 
 
Figura 1 – Estrutura da Norma de Desempenho 
 
 
2.1 Histórico da NBR 15.575 (2013) “Edificações habitacionais – Desempenho” 
No ano de 1999, através do Fundo de Financiamento de Estudos de Projetos e 
Programas (FINEP), a Caixa Econômica Federal (CEF) patrocinou a Associação Brasileira de 
Normas Técnicas (ABNT) e o Comitê Brasileiro de Construção Civil (COBRACON) para o 
início dos estudos de formulação de uma norma que avaliasse a edificação como um produto 
final independentemente do sistema construtivo e materiais empregados, ou seja, avaliação do 
comportamento da edificação depois de entregue ao usuário. Especialistas foram contratados 
para redigir os textos-base em cada área. Neste momento inicia-se uma longa trajetória para a 
concepção final da então denominada Norma de Desempenho. 
Em 2004, o Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo (SINDUSCON-
SP), o Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis 
Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP) e especialistas atuantes no mercado da 
construção tomaram conhecimento da norma, em fase de preparação, e começaram a 
participar das comissões e grupos de trabalho. 
Em 2008, foi realizada a primeira publicação da norma que teria previsão de até 12 de 
maio de 2010 para entrar em vigor e um prazo de seis meses a partir desta data para ser 
exigida. Entretanto, muitos setores da construção não tinham tomado conhecimento a respeito 
da aplicabilidade desta norma e esta apresentava algumas exigências aquém das expectativas 
da sociedade, sendo assim motivo de muitas contestações. Diante disso, a norma entrou em 
 18 
 
 
 
vigor em 2008, mas sua exigibilidade foi postergada pela ABNT de modo que ainda não se 
aplicava aos empreendimentos residenciais que estavam sendo projetados e construídos neste 
período e então a comissão de estudos retomou os trabalhos com uma revisão do texto já 
publicado. 
Assim sendo, os trabalhos foram concluídos em março de 2012 e em novembro foi 
encerrada a análise da consulta nacional sobre os textos. Finalmente a norma ABNT NBR 
15575:2013 “Edificações Habitacionais – Desempenho” entrou oficialmente em vigor a partir 
de julho de 2013, sendo um conjunto normativo que constitui um importante marco para a 
modernização tecnológica das construções brasileiras e trará uma melhoria na qualidade das 
habitações. Então, tem-se o grande desafio no momento da abordagem de desempenho na 
construção civil, que é a tradução das necessidades dos usuários em requisitos e critérios que 
possam ser mensurados de maneira objetiva, dentro de determinadas condições de exposição e 
uso, e que sejam viável técnica e economicamente dentro da realidade de cada região. 
A Norma de Desempenho é composta de seis partes: requisitos gerais, requisitos para 
os sistemas estruturais, requisitos para os sistemas de pisos, requisitos para os sistemas de 
vedações verticais internas e externas, requisitos para os sistemas de coberturas e por último, 
requisitos para os sistemas hidrossanitários, que assim como qualquer novidade traz muitas 
dúvidas e críticas por parte de construtores e consumidores. 
 
2.2 Parte 1 – Requisitos Gerais 
 A parte 1 da ABNT NBR 15575 (2013), denominada Requisitos Gerais, estabelece os 
requisitos e critérios de desempenho aplicáveis às edificações habitacionais, como um todo 
integrado, bem como a serem avaliados de forma isolada para um ou mais sistemas 
específicos. Os sistemas foram analisados em termos de desempenho mínimo obrigatório para 
os requisitos citados abaixo, seguindo as diretrizes da Norma ISO 6241 (BORGES, 2010) que 
são mencionados na tabela 1: 
 Segurança estrutural; 
 Segurança contra fogo; 
 Segurança no uso e operação; 
 Estanqueidade; 
 Desempenho térmico; 
 Desempenho acústico; 
 Desempenho lumínico; 
 19 
 
 
 
 Saúde, higiene e qualidade do ar; 
 Funcionalidade e acessibilidade; 
 Conforto tátil e antropodinâmico; 
 Durabilidade; 
 Manutenibilidade; 
 Impacto ambiental. 
 
 
Tabela1 – Requisitos de usuários ISO 6241 
CATEGORIA EXEMPLOS 
1. Requisitos de 
estabilidade. 
Resistência mecânica a ações estáticas e dinâmicas, tanto individualmente quanto em 
combinação. Resistência a impactos, ações abusivas intencionais ou não, ações 
acidentais, efeitos cíclicos. 
2. Requisitos de 
segurança contra 
incêndio. 
Riscos de propagação de incêndio. Efeitos psicológicos de fumaça e calor. Tempo de 
acionamento de alarme (sistemas de detecção e de alarme). Tempo de evacuação da 
edificação (rotas de saída). Tempo de sobrevivência (compartimentalização do fogo). 
3. Requisitos de 
segurança em uso. 
Segurança relativa a agentes agressivos (proteção contra explosões, queimaduras, 
pontos e bordas cortantes, mecanismos móveis, descargas elétricas, radioatividade, 
contato ou inalação de substâncias venenosas, infecção). Segurança durante 
movimentação e circulação (limitação de escorregamentos nos pisos, vias não 
obstruídas, corrimões, etc.). Segurança contra a entrada indevida de pessoas e/ou 
animais. 
4. Requisitos de 
vedação. 
Vedação contra a água (de chuva, de subsolo, de água potável, de águas servidas, 
etc.). Vedação de água e de gás. Vedação de poeira e de neve. 
5. Requisitos 
térmicos e de 
umidade. 
Controle da temperatura do ar, da radiação térmica, da velocidade do ar e da umidade 
relativa (limitação de variação em tempo e no espaço, resposta de controles). 
Controles de condensação. 
6. Requisitos de 
pureza do ar. 
Ventilação. Controle de odores 
7. Requisitos 
acústicos. 
Controle de ruídos internos e externos (contínuos e /ou intermitentes). Inteligibilidade 
sonora. Tempo de reverberação. 
8. Requisitos 
visuais. 
Iluminação natural e artificial (iluminação necessária, estabilidade, contraste 
luminoso e proteção contra luz muito forte). Luz solar (insolação). Possibilidade de 
escuridão. Aspectos de espaço e de superfícies (cor, textura, regularidade, 
nivelamento, verticalidade, horizontalidade, perpendicularidade, etc.). Contato visual, 
internamente e com o mundo exterior (encadeamentos e barreiras referentes à 
privacidade, proteção contra distorção ótica). 
9. Requisitos 
táteis. 
Propriedades das superfícies, aspereza, secura, calor, elasticidade. Proteção contra 
descargas de elasticidade estática. 
10. Requisitos 
dinâmicos. 
Limitação de vibrações e acelerações de todo o conjunto (transientes e contínuas). 
Comodidade dos pedestres nas áreas expostas ao vento. Facilidades de movimentação 
(inclinação das rampas, disposição dos degraus de escadas). Margem de manobras 
(manipulação de portas, janelas, controle sobre equipamentos, etc.). 
11. Requisitos de 
higiene. 
Instalação para cuidados e higiene do corpo humano. Suprimento de água. Condições 
de feitura de limpeza. Liberação de águas servidas, materiais servidos e fumaça. 
Limitação de emissão de contaminantes. 
12. Requisitos para 
a conveniência de 
Quantidade, tamanho, geometria, subdivisão e inter-relação de espaços. Serviços e 
equipamentos. Condições (capacidade) de mobiliamento e flexibilidade. 
 20 
 
 
 
espaços destinados a 
usos específicos. 
13. Requisitos de 
durabilidade. 
Conservação (permanência) de desempenho em relação à necessária vida útil de 
serviços sujeitos a manutenção regular. 
14. Requisitos 
econômicos. 
Custos de manutenção, operacionais e de capital. Custos de demolição. 
Fonte: BORGES, 2010 
 
 
 Termos como vida útil (VU), vida útil de projeto (VUP), prazo de garantia contratual e 
prazo de garantia legal devem ser conceituados e esclarecidos, de modo que, geralmente, são 
motivos de confusão e causam atrito entre construtores e usuários. Pela Norma de 
desempenho, construtor, incorporador e projetista, indubitavelmente, responsabilizam-se pelo 
prazo de garantia oferecido, já que a norma indica o tempo de vida útil para cada elemento, 
desde que o programa de manutenção seja seguido. A vida útil de projeto é definida pelo 
incorporador e projetista e segundo a Norma pode ser entendida como uma definição prévia 
da opção do usuário pela melhor relação custo global versus tempo de usufruto do bem (o 
benefício). 
 
 Vida útil: período de tempo em que um edifício e/ou seus sistemas se prestam 
às atividades para os quais foram projetados e construídos, com atendimento dos 
níveis de desempenho previstos pela Norma, considerando a periodicidade e a 
correta execução dos processos de manutenção especificados no respectivo manual 
de uso, operação e manutenção (NBR 15.575 – Requisitos Gerais, 2013 p. 10). 
 
 Vida útil de projeto: período estimado de tempo para o qual um sistema é 
projetado, a fim de atender aos requisitos de desempenho estabelecidos pela Norma, 
considerando o atendimento aos requisitos das normas aplicáveis, o estágio de 
conhecimento no momento do projeto e supondo o atendimento da periodicidade e 
correta execução dos processos de manutenção especificados no respectivo manual 
de uso, operação e manutenção (NBR 15.575 – Requisitos Gerais, 2013 p. 10). 
 
 Prazo de garantia contratual: período de tempo, igual ou superior ao prazo de 
garantia legal, oferecido voluntariamente pelo fornecedor (incorporador, construtor 
ou fabricante) na forma de certificado ou termo de garantia ou contrato, para que o 
consumidor possa reclamar dos vícios aparentes ou defeitos verificados na entrega 
de seu produto. Este prazo pode ser diferenciado para cada um dos componentes do 
produto, a critério do fornecedor (NBR 15.575 – Requisitos Gerais, 2013 p. 9). 
 
 Prazo de garantia legal: período de tempo previsto em lei que o comprador 
dispõe para reclamar dos vícios (defeitos) verificados na compra de produtos 
duráveis (NBR 15.575 – Requisitos Gerais, 2013 p. 9). 
 
 A figura 2, extraída do anexo C, parte 1, da Norma Brasileira de Desempenho de 
Edificações, mostra que a vida útil pode ser prolongada se realizadas ações de manutenção 
corretamente. Dessa maneira, há garantia de atingir a vida útil de projeto. 
 21 
 
 
 
 
Figura 2 – Desempenho ao longo do tempo 
 
 
 Para cada sistema da edificação foi definida uma vida útil que deve ser adotada 
visando o padrão construtivo da edificação. A tabela 2 extraída do Anexo C, parte 1, da 
Norma mostra a vida útil de projeto mínima e superior (VUP) para estes sistemas. 
 
 
Tabela 2 – Vida útil de projeto mínima e superior (VUP) 
Sistemas 
VUP (anos) 
Mínimo Intermediário Superior 
Estrutura ≥50 ≥63 ≥75 
Pisos internos ≥13 ≥17 ≥20 
Vedação vertical externa ≥40 ≥50 ≥60 
Vedação vertical interna ≥20 ≥25 ≥30 
Cobertura ≥20 ≥25 ≥30 
Hidrossanitário ≥20 ≥25 ≥30 
 
 
 No Anexo E (informativo) da Norma são estabelecidos níveis de desempenho 
intermediário (I) e superior (S) para o desempenho térmico, lumínico e acústico. Os níveis 
mínimos (M) que são esclarecidos nas partes 1 a 6 da NBR 15575 são repetidos para cada 
requisito para uma melhor análise comparativa. 
 22 
 
 
 
a) Desempenho térmico: Para a verificação nas tabelas para a avaliação do 
desempenho térmico das edificações é necessário o conhecimento da zona 
bioclimática em que se localiza a mesma, sendo que o Brasil, por ter uma grande 
extensão territorial, foi dividido em 8 zonas, conforme figura 3. 
 
 
 
Figura 3 – Zoneamento bioclimático brasileiro (fonte: Guia CBIC, p.137) 
 
 
 Os valores máximos de temperatura que representam condição de verão são 
apresentados na tabela 3 e os valores mínimos que representam condições de inverno são 
demonstrados na tabela 4. 
 
 
 
 23 
 
 
 
Tabela 3 – Critériode avaliação de desempenho térmico para condições de verão 
Nível de 
desempenho 
Critério 
Zonas 1 a 7 Zona 8 
M Ti,máx. ≤ Te,máx. Ti,máx. ≤ Te,máx. 
I Ti,máx. ≤ Te,máx. – 2 C Ti,máx. ≤ Te,máx. – 1 C 
S Ti,máx. ≤ Te,máx. – 4 C Ti,máx. ≤ Te,máx. – 2 C 
Ti,máx. é o valor máximo diário da temperatura do ar no interior da edificação. Em graus Celsius. 
Te,máx. é o valor máximo diário da temperatura do ar exterior à edificação. Em graus Celsius. 
Ti,mín. é o valor mínimo diário da temperatura do ar no interior da edificação. Em graus Celsius. 
Te,mín. é o valor mínimo diário da temperatura do ar interior à edificação. Em graus Celsius. 
Fonte: NBR 15575-1, 2013, p.62 
 
 
Tabela 4 – Critério de avaliação de desempenho térmico para condições de inverno 
Nível de 
desempenho 
Critério 
Zonas 1 a 5 Zona 6,7 e 8 
M Ti,m n. ≥ Te,m n. 3 C 
Nestas zonas, este critério não precisa ser verificado. I Ti,m n. ≥ Te,m n. 5 C 
S Ti,m n. ≥ Te,m n. 7 C 
Ti,mín. é o valor mínimo diário da temperatura do ar no interior da edificação. Em graus Celsius. 
Te,mín. é o valor mínimo diário da temperatura do ar interior à edificação. Em graus Celsius. 
Fonte: NBR 15575-1, 2013, p.63 
 
 
b) Desempenho lumínico: existe uma subdivisão entre iluminação natural e artificial. 
Contando apenas com a iluminação natural, os níveis de iluminamento nas 
diferentes dependências da habitação são apresentados na tabela 5. Na tabela 6 são 
especificados fatores de luz diurna para os diferentes ambientes da habitação. Esse 
fator é a parcela da luz difusa proveniente do exterior que atinge o ponto interno de 
medida, é a razão percentual entre a iluminância interna no ponto de referência 
(centro do cômodo, a 0,75m de altura) e a iluminância externa disponível, sem 
incidência da radiação direta do sol. Para a iluminação artificial a tabela 7 
determina os níveis de iluminamento geral para iluminação artificial. 
 24 
 
 
 
Tabela 5 – Níveis de iluminamento natural 
Dependência 
Iluminamento geral para os níveis de 
desempenho 
lux 
M
 
I S 
Sala de estar, dormitório, copa/cozinha e área de serviço. ≥ 60 ≥ 90 ≥ 120 
Banheiro, corredor ou escada interna à unidade, corredor 
de uso comum (prédios), escadaria de uso comum 
(prédios), garagens/estacionamentos. 
Não requerido ≥ 30 ≥ 45 
NOTA 1 Para os edifícios multipiso, são permitidos, para as dependências situadas no pavimento térreo ou em 
pavimentos abaixo da cota da rua, níveis de iluminância ligeiramente inferiores aos valores especificados nesta 
Tabela (diferença máxima de 20% em qualquer dependência). 
NOTA 2 Os critérios desta Tabela não se aplicam às áreas confinadas ou que não tenham iluminação natural. 
NOTA 3 Deve-se verificar e atender às condições mínimas requeridas pela legislação local. 
Fonte: NBR 15575-1, 2013, p.63 
 
 
Tabela 6 – Fator de luz diurna para os diferentes ambientes da habitação 
Dependência 
FLD (%) para os níveis de desempenho 
M
 
I S 
Sala de estar, dormitório, copa/cozinha e área de serviço. ≥ 0,50 % ≥ 0,65 % ≥ 0,75% 
Banheiro, corredor ou escada interna à unidade, corredor 
de uso comum (prédios), escadaria de uso comum 
(prédios), garagens/estacionamentos. 
Não requerido ≥ 0,25 % ≥ 0,35 % 
NOTA 1 Para os edifícios multipiso, são permitidos, para as dependências situadas no pavimento térreo ou 
em pavimentos abaixo da cota da rua, níveis de iluminância ligeiramente inferiores aos valores especificados 
nesta Tabela (diferença máxima de 20% em qualquer dependência). 
NOTA 2 Os critérios desta Tabela não se aplicam às áreas confinadas ou que não tenham iluminação natural. 
Fonte: NBR 15575-1, 2013, p.64 
 
 
Tabela 7 – Níveis de iluminamento geral para iluminação artificial 
Dependência 
Iluminamento geral para os níveis de 
desempenho 
lux 
M
 
I S 
Sala de estar, dormitório, banheiro, área de serviço, 
≥ 100 ≥ 150 ≥ 200 
 25 
 
 
 
garagens/estacionamentos internos e cobertos. 
Copa/cozinha ≥ 200 ≥ 300 ≥ 400 
Corredor ou escada interna à unidade, corredor de uso 
comum (prédios), escadaria de uso comum (prédios). 
≥ 100 ≥ 150 ≥ 200 
Garagens/estacionamentos descobertos ≥ 20 ≥ 30 ≥ 40 
Fonte: NBR 15575-1, 2013, p.64 
 
 
c) Desempenho acústico: a medição do desempenho acústico é realizada nos 
dormitórios das unidades habitacionais autônomas ao lado, acima ou abaixo do 
local onde o equipamento em estudo instalado (ruído percebido) quando há o 
acionamento do equipamento (ruído emitido), sendo que as portas e janela devem 
estar fechadas durante as medições. Os métodos utilizados podem ser Método de 
Engenharia, descrito pela ISO 16032 (2004), que determina em campo, de forma 
rigorosa, os níveis de pressão sonora de equipamento predial em operação, e o 
Método Simplificado de campo, descrito pela ISO 10052 (2004), que permite a 
obtenção de uma estimativa dos níveis de pressão sonora de equipamento predial 
em operação, onde não se dispõe de instrumentação necessária para medir o tempo 
de reverberação (é o tempo em que o som se apresenta audível em um determinado 
local) no ambiente de medição ou quando as condições de ruído ambiente não 
permitem obter este parâmetro. 
 
 Na tabela 8 são apresentados os níveis de pressão sonora contínuo equivalente 
padronizado (LAeq,nT) de um ciclo de operação do equipamento predial e na tabela 9 os níveis 
de pressão sonora máximo (LASmáx.,nT) do ruído gerado pela operação do equipamento. 
 
 
Tabela 8 – Valores máximos do nível de pressão sonora contínuo equivalente, LAeq,nT, 
medido em dormitórios 
LAeq,nT 
dB(A) 
Nível de 
desempenho 
≤ 30 S 
≤ 34 I 
≤ 37 M 
Fonte: Tabela E.7, p. 66 da NBR 15575 – parte 1 
 26 
 
 
 
Tabela 9 – Valores máximos do nível de pressão sonora máximo, LASmáx.,nT, medido em 
dormitórios 
LASmáx.,nT 
dB(A) 
Nível de 
desempenho 
≤ 36 S 
≤ 39 I 
≤ 42 M 
Fonte: Tabela E.8, p. 66 da NBR 15575 – parte 1 
 
 
d) Desempenho arquitetônico: O anexo F (informativo) apresenta recomendações 
para que os projetos de arquitetura das unidades habitacionais mantenham 
dimensões compatíveis com as necessidades humanas e a disponibilidade de 
espaço suficiente para colocação de móveis e equipamentos-padrão. Seguem na 
tabela 10 quais os móveis e equipamentos que cada cômodo deve conter para a 
realização das atividades essenciais do mesmo e na tabela 11 as dimensões 
mínimas de mobiliário e circulação. 
 
 
Tabela 10 – Móveis e equipamentos-padrão 
Atividades essenciais/Cômodo Móveis e equipamentos-padrão 
Dormir/Dormitório de casal Cama de casal + guarda-roupa + criado-mudo (mínimo 1) 
Dormir/Dormitório para duas pessoas 
(2º dormitório) 
Duas camas de solteiro + guarda-roupa + criado-mudo ou mesa de 
estudo 
Dormir/Dormitório para uma pessoa 
(3º dormitório) 
Cama de solteiro + guarda-roupa + criado-mudo 
Estar Sofá de dois ou três lugares + armário/estante + poltrona 
Cozinhar Fogão + geladeira + pia de cozinha + armário sobre a pia + gabinete 
+ apoio para refeição (2 pessoas) 
Alimentar/tomar refeições Mesa + quatro cadeiras 
Fazer higiene pessoal Lavatório + chuveiro (box) + vaso sanitário 
NOTA: no caso de lavabos, não é necessário o chuveiro 
Lavar, secar e passar roupas Tanque (externo para unidades habitacionais térreas) + máquina de 
lavar roupa 
Estudar, ler, escrever, costurar, 
reparar e guardar objetos diversos 
Escrivaninha ou mesa + cadeira 
Fonte: NBR 15575-1, 2013, p.67 
 
 27 
 
 
 
 
Tabela 11 – Dimensões mínimas de mobiliário e circulação 
Ambiente 
Mobiliário 
Circulação 
M 
Observações 
Móvel ou equipamentoDimensões 
M 
L p 
Sala de estar 
Sofá de três lugares com 
braço 
1,70 0,70 Prever espaço 
de 0,50m na 
frente do 
assento, para 
sentar, 
levantar e 
circular. 
A largura mínima da sala de 
estar deve ser de 2,40 m. 
Número mínimo de assentos 
determinado pela quantidade 
de habitantes da unidade, 
considerando o número de 
leitos. 
Sofá de dois lugares com 
braço 
1,20 0,70 
Poltrona com braço 0,80 0,70 
Sofá de três lugares sem 
braço 
1,50 0,70 
 Sofá de dois lugares sem 
braço 
1,00 0,70 
Poltrona sem braço 0,50 0,70 
Estante/armário para TV 0,80 0,50 0,50 m 
Espaço para o móvel 
obrigatório. 
Mesinha de centro ou 
cadeira 
- - - 
Espaço para o móvel 
opcional. 
Sala de 
estar/jantar 
Sala de 
jantar/copa 
Copa/cozinha 
Mesa redonda para 
quatro lugares 
D=0,95 - 
Circulação 
mínima de 
0,75 m a partir 
da borda da 
mesa (espaço 
para afastar a 
cadeira e 
levantar) 
A largura mínima da sala de 
estar/jantar e da sala de 
jantar isolada deve ser de 
2,40. 
Mínimo: uma mesa para 
quatro pessoas. 
É permitido leiaute com o 
lado menor da mesa 
encostado na parede, desde 
que haja espaço para seu 
afastamento, quando da 
utilização. 
Mesa redonda para seis 
lugares 
D=1,20 - 
Mesa quadrada para 
quatro lugares 
1,00 1,00 
Mesa quadrada para seis 
lugares 
1,20 1,20 
Mesa retangular para 
quatro lugares 
1,20 0,80 
Mesa retangular para seis 
lugares 
1,50 0,80 
Cozinha 
Pia 1,20 0,50 Circulação 
mínima de 
0,85 m frontal 
à pia, fogão e 
geladeira 
Largura mínima da cozinha: 
1,50 m 
Mínimo: pia, fogão e 
geladeira e armário. 
Fogão 0,55 0,60 
Geladeira 0,70 0,70 
Armário sob a pia e 
gabinete 
- - - 
Espaço obrigatório para 
móvel. 
 28 
 
 
 
Ambiente 
Mobiliário 
Circulação 
M 
Observações 
Móvel ou equipamento 
Dimensões 
M 
L p 
 
Apoio para refeição 
(duas pessoas) 
- - - Espaço opcional para móvel. 
Dormitório 
casal 
(dormitório 
principal) 
Cama de casal 1,40 1,90 
Circulação 
mínima entre 
o mobiliário 
e/ou paredes 
de 0,50 m 
Mínimo: uma cama, dois 
criados-mudos e um guarda-
roupa. 
É permitido somente um 
criado-mudo quando o 2º 
interferir na abertura de 
portas do guarda-roupa 
Criado-mudo 0,50 0,50 
Guarda-roupa 1,60 0,50 
Dormitório para 
duas pessoas 
(2º dormitório) 
Camas de solteiro 0,80 1,90 Circulação 
mínima entre 
as camas de 
0,60 m. 
Demais 
circulações 
mínimo de 
0,50 m 
Mínimo: duas camas, um 
criado-mudo e um guarda-
roupa. 
Criado-mudo 0,50 0,50 
Guarda-roupa 1,50 0,50 
Mesa de estudo 0,80 0,60 - 
Espaço para o móvel 
opcional 
Dormitório para 
uma pessoa 
(3º dormitório) 
Camas de solteiro 0,80 1,90 Circulação 
mínima entre 
o mobiliário 
e/ou paredes 
de 0,50 m 
Mínimo: uma cama, um 
guarda-roupa e um criado-
mudo. 
Criado-mudo 0,50 0,50 
Armário 1,20 0,50 
Mesa de estudo 0,80 0,60 - 
Espaço para o móvel 
opcional 
Banheiro 
Lavatório 0,39 0,29 
Circulação 
mínima de 
0,40 m frontal 
ao lavatório, 
vaso e bidê. 
Largura mínima do 
banheiro: 1,10 m, exceto no 
box. 
Mínimo: um lavatório, um 
vaso e um box. 
Lavatório com bancada 0,80 0,55 
Vaso sanitário (caixa 
acoplada) 
0,60 0,70 
Vaso sanitário 0,60 0,60 
Box quadrado 0,80 0,80 
Box retangular 0,70 0,90 
Bidê 0,60 0,60 - Peça opcional 
Área de serviço 
Tanque 0,52 0,53 Circulação 
mínima de 
0,50 m frontal 
ao tanque e a 
máquina de 
Mínimo: um tanque e uma 
máquina (tanque de no 
mínimo 20 L). Máquina de lavar roupa 0,60 0,65 
 29 
 
 
 
Ambiente 
Mobiliário 
Circulação 
M 
Observações 
Móvel ou equipamento 
Dimensões 
M 
L p 
lavar 
NOTA 1 Esta norma não estabelece dimensões mínimas de cômodos, deixando aos projetistas a competência de 
formatar os ambientes da habitação segundo o mobiliário previsto, evitando conflitos com legislações estaduais 
ou municipais que versem sobre dimensões mínimas dos ambientes. 
NOTA 2 Em caso de adoção em projeto de móveis opcionais, as dimensões mínimas devem ser obedecidas. 
Fonte: NBR 15575-1, 2013, p. 68 
 
 
2.3 Parte 2 – Requisitos para os sistemas estruturais 
 
 Na parte 2 da ABNT NBR 15575 (2013), denominada Requisitos para os sistemas 
estruturais, são estabelecidos limites de estabilidade, resistência, deformações e fissuração do 
sistema estrutural das edificações habitacionais bem como são indicados métodos para 
mensurar os impactos que a estrutura deve suportar. A forma de projetar e construir 
convencional continuará seguindo as prescrições das normas específicas já existentes, porém 
para novos materiais e sistemas construtivos a norma permitirá que sejam adotados critérios 
de estabilidade e segurança estrutural por meio dos métodos indicados na mesma. Em 
entrevista a Revista Techne (NAKAMURA, 2013) o engenheiro Jorge Batlouni Neto, relator 
dessa parte da norma afirma que isso facilitará a entrada de novas tecnologias, desde que 
sejam implantadas com critérios rigorosos e para construções de pequeno porte. Ele destaca 
também que requisitos como os de estabilidade e resistência do sistema estrutural 
relacionados ao estado limite último (ELU), e os de deformações ou estados de fissuração do 
sistema estrutural relacionados ao estado limite de serviço (ELS) são os mais importantes. 
 O estado limite último envolve a paralisação do uso da construção por ruína, 
deformação plástica excessiva, instabilização ou transformação da estrutura, no todo ou em 
parte, em sistema hipostático. Enquanto que os estados limites de serviço implicam o prejuízo 
ou comprometimento da utilização da obra por fissuração ou deformações excessivas, 
comprometimento da durabilidade da estrutura ou ocorrência de falhas localizadas que 
possam prejudicar os níveis de desempenho previstos para a estrutura e os demais elementos e 
 30 
 
 
 
componentes da edificação, incluindo as instalações hidrossanitárias e demais sistemas 
prediais. 
 Sob a ação de cargas gravitacionais, de temperatura, de vento (NBR 6123), recalques 
diferenciais das fundações (NBR 6122) ou quaisquer outras solicitações passíveis de atuarem 
sobre a construção, conforme NBR 8681, os componentes estruturais não podem apresentar: 
 Deslocamentos maiores que os estabelecidos nas Normas de projeto estrutural (NBR 
6118 (2007), NBR 7190 (1997), NBR 8800 (2008), NBR 9062 (2006), NBR 15961 
(2011) e NBR 14762 (2010)), ou na falta de Norma Brasileira específica podem ser 
usados as tabelas 12 e 13. 
 Fissuras com aberturas maiores que os limites indicados nas NBR 6110 (1993) e NBR 
9062 (2006), ou outra norma específica para o método construtivo adotado ou abertura 
superior a 0,6 mm em qualquer situação. 
 
 
Tabela 12 – Deslocamentos-limites para cargas permanentes e cargas acidentais em 
geral 
Razão da limitação Elemento 
Deslocamento-
limite 
Tipo de deslocamento 
Visual/insegurança 
psicológica 
Pilares, paredes, vigas, 
lajes (componentes 
visíveis) 
L/250 ou 
H/300a 
Deslocamento final incluindo 
fluência (carga total) 
Destacamentos, fissuras 
em vedações ou 
acabamentos, falhas na 
operação de caixilhos e 
instalações 
Caixilhos, instalações, 
vedações e acabamentos 
rígidos (pisos, forros, 
etc.) 
L/800 
Parcela da flecha ocorrida após a 
instalação da carga correspondente 
ao elemento em analise (parede, 
piso, etc.) Divisórias leves, 
acabamentos flexíveis 
(pisos, forros, etc.) 
L/600Destacamentos e 
fissuras em vedações 
Paredes e/ou acabamentos 
rígidos 
L/500 ou 
H/500a 
Distorção horizontal ou vertical 
provocada por variações de 
temperatura ou ação do vento, 
distorção angular devida ao 
recalque de fundações 
(deslocamentos totais) 
Paredes e acabamentos 
flexíveis 
L/400 ou 
H/400a 
H – é a altura do elemento estrutural e L – é o vão teórico do elemento estrutural. 
a Para qualquer tipo de solicitação, o deslocamento horizontal máximo no topo do edifício deve ser limitado a 
Htotal/500 ou 3 cm, respeitando-se o menor dos dois limites. 
NOTA. Não podem ser aceitas falhas, a menos aquelas que estejam dentro dos limites previstos nas normas 
prescritivas específicas. 
Fonte: NBR 15575-2, 2013, p. 7 
 31 
 
 
 
Tabela 13 – Flechas máximas para vigas e lajes (cargas gravitacionais permanentes e 
acidentais) 
Parcela de carga permanente sobre vigas e 
lajes 
Flecha imediata a Flecha final (total)c 
Sgk Sqk Sgk + 0,7 Sqk Sgk + 0,7 Sqk 
Paredes monolíticas, em 
alvenaria ou painéis 
unidos ou rejuntados com 
material rígido 
Com 
aberturas b 
L/1000 L/2800 L/800 L/400 
Sem 
aberturas 
L/750 L/2100 L/600 L/340 
Paredes em painéis com 
juntas flexíveis, divisórias 
leves, gesso acartonado 
Com 
aberturas b 
L/1050 L/1700 L/730 L/330 
Sem 
aberturas 
L/850 L/1400 L/600 L/300 
Pisos 
Constituídos 
e/ou 
revestidos 
com material 
rígido 
L/700 L/1500 L/530 L/320 
Constituídos 
e/ou 
revestidos 
com material 
flexível 
L/750 L/1200 L/520 L/280 
Forros 
Constituídos 
e/ou 
revestidos 
com material 
rígido 
L/600 L/1700 L/480 L/300 
Forros falsos 
e/ou 
revestidos 
com material 
flexível 
L/560 L/1600 L/450 L/260 
Laje de cobertura impermeabilizada, com 
inclinação i ≥ 2 % 
L/850 L/1400 L/600 L/320 
Vigas calha com inclinação i ≥ 2 % L/750 - - L/300 
L é o vão teórico 
a Para vigas e lajes em balanço, são permitidos deslocamentos correspondentes a 1,5 vez os respectivos valores 
indicados. 
b No caso do emprego de dispositivos e detalhes construtivos que absorvam as tensões concentradas no 
contorno das aberturas das portas e janelas, as paredes podem ser consideradas “sem aberturas”. 
c Para a verificação dos deslocamentos na flecha final, reduzir a rigidez dos elementos analisados pela metade. 
Fonte: NBR 15575-2, 2013, p.8 
 
 32 
 
 
 
2.4 Parte 3 – Requisitos para os sistemas de piso 
 
 Na parte 3 da ABNT NBR 15575 (2013), denominada Requisitos para os sistemas de 
pisos, são estabelecidos requisitos técnicos de segurança para o usuário, resistência ao fogo, 
estanqueidade e durabilidade para os sistemas de pisos, estando eles em ambientes internos ou 
externos. 
 Sistema de piso: sistema horizontal ou inclinado composto por um conjunto 
parcial ou total de camadas (por exemplo, camada estrutural, camada de contrapiso, 
camada de fixação, camada de acabamento) destinado a atender à função de 
estrutura, vedação e tráfego (NBR 15.575 – parte 3, p. 4). 
 
 O escorregamento é definido pela Norma como sendo um decréscimo intenso no valor 
do coeficiente de atrito entre o corpo em movimento e a superfície de apoio, ocorrido de 
maneira bastante rápida. A resistência ao escorregamento não é uma característica intrínseca 
do material da superfície, além de não ser uma constante em todas as condições de utilização, 
uma vez que depende de uma série de fatores relacionados entre si, como: o material 
empregado, tipo de solado que caminha sobre ele, meio físico entre o solado e a superfície do 
produto e a forma como o usuário interage com a superfície durante seu uso. 
 Em entrevista a Revista Techne (NAKAMURA, 2013), Ana Paula Menegazzo, 
superintendente do comitê cerâmico brasileiro e relatora do grupo de trabalho 3 da NBR 
15575 (2013), afirma não existir camada de acabamento antiderrapante, mas sim uma 
condição de uso com menor risco de escorregamento. Sendo assim, utilizar apenas o 
coeficiente de atrito da camada de acabamento como parâmetro para especificar um produto 
para as áreas críticas, tais como áreas molhadas, rampas, escadas em áreas de uso comum e 
terraços, pode não garantir a resistência ao escorregamento almejada. O projetista e o usuário 
devem levar em consideração outros recursos para diminuir o risco de escorregamentos tais 
como barras de apoio em boxe de banheiro, uso de tapetes de borracha e com “sistema 
antiderrapante”, etc. 
 O desempenho quanto à estanqueidade também é um fator de extrema importância 
para o sistema de pisos e também é tema abordado nesta parte na Norma. Áreas molhadas, 
áreas molháveis e áreas secas devem ter suas definições bem claras, pois os três requisitos 
abrangem essas áreas. 
 
Áreas molhadas: áreas da edificação cuja condição de uso e de exposição pode 
resultar na formação de lamina d’água pelo uso normal a que o ambiente se destina, 
por exemplo, banheiro com chuveiro, área de serviço e áreas descobertas (NBR 
15.575 – parte 3, p. 3). 
 
 33 
 
 
 
Áreas molháveis: áreas da edificação que recebem respingos de agua decorrentes da 
sua condição de uso e exposição e que não resulte na formação de lâmina d’água 
pelo uso normal a que o ambiente se destina por exemplo, banheiro sem chuveiro, 
lavabo, cozinha e sacada coberta (NBR 15.575 – parte 3, p. 4). 
 
Áreas secas: áreas onde, em condições normais de uso e exposição, a utilização 
direta de água, por exemplo, lavagem com mangueiras, baldes de água, etc., não está 
prevista nem mesmo durante a operação de limpeza (NBR 15.575 – parte 3, p. 4). 
 
 Conforme a norma de Desempenho (2013) o adequado controle da umidade na 
edificação é a chave para o controle de muitas manifestações patológicas que podem abreviar 
a vida útil do mesmo. Os sistemas de pisos de áreas molhadas não podem permitir o 
surgimento de umidade, permanecendo a superfície inferior e os encontros de paredes e pisos 
adjacentes que os delimitam secos, quando submetidos a uma lâmina d’água de no m nimo 10 
mm em seu ponto mais alto, durante 72 h. 
 Quanto ao desempenho acústico a Norma estabelece níveis de desempenho mínimos 
para os pisos com relação ao isolamento de ruídos na habitação. É feita a avaliação do som 
resultante de ruídos de impacto (caminhamento, queda de objetos e outros) entre as unidades 
habitacionais resultando em valores de desempenho mínimo para o nível de pressão sonora de 
impacto-padrão ponderado L’nT,w), apresentados na tabela 14. Também é realizada a 
avaliação do isolamento de som aéreo de ruídos de uso normal (fala, TV, conversas, música) e 
uso eventual (áreas comuns, áreas de uso coletivo) que resultam valores de diferença 
padronizada de nível ponderada (DnT,w) e são apresentados na tabela 15. 
 
Tabela 14 – Critério do nível de pressão sonora de impacto-padrão ponderado, L’nT,w 
Elemento 
L’nT,w 
dB 
Sistema de piso separando unidades habitacionais autônomas posicionadas em pavimentos 
distintos. 
≤ 80 
Sistema de piso de áreas de uso coletivo (atividades de lazer e esportivas, como home theater, 
salas de ginástica, salão de festas, salão de jogos, banheiros e vestiários coletivos, cozinhas e 
lavanderias coletivas) sobre unidades habitacionais autônomas. 
≤ 55 
Fonte: NBR 15575-3, 2013, p.21 
 
Tabela 15 – Critérios de diferença padronizada de nível ponderada, DnT,w 
Elemento 
DnT,w 
dB 
Sistema de piso entre unidades habitacionais autônomas, no caso de pelo menos um dos 
≥ 45 
 34 
 
 
 
Elemento 
DnT,w 
dB 
ambientes ser dormitório. 
Sistema de piso separando unidades habitacionais autônomas de áreas comuns de trânsito 
eventual, como corredores e escadariasnos pavimentos, bem como em pavimentos distintos. 
Sistema de piso entre unidades habitacionais autônomas, nas situações onde não haja ambiente 
dormitório. 
≥ 40 
Sistema de piso separando unidades habitacionais autônomas de áreas comuns de uso coletivo, 
para atividades de lazer e esportivas, tais como home theater, salas de ginastica, salão de festas, 
salão de jogos, banheiros e vestiários coletivos, cozinhas e lavanderias coletivas. 
≥ 45 
Fonte: NBR 15575-3, 2013, p.21 
 
 
2.5 Parte 4 – Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas 
 
 A parte 4 da ABNT NBR 15575 (2013), denominada Requisitos para os sistemas de 
vedações verticais internas e externas (SVVIE) abrange os SVVIE das edificações 
habitacionais que podem assumir funções estruturais ou outras funções como estanqueidade a 
água, isolação térmica e acústica, capacidade de fixação de peças suspensas, etc., mas 
integram-se de maneira muito estreita aos demais elementos da construção, recebendo 
influências e influenciando o desempenho da edificação. 
 No desempenho estrutural, critérios relativos ao estado limite último (ELU) e ao 
estado limite de serviço (ELS) são evidenciados. O ELU é o estado crítico em que o sistema 
de vedação não atende mais aos critérios de desempenho relativos à segurança, ou seja, é o 
momento em que ocorre rebaixamento perigoso dos níveis de segurança, com risco de colapso 
ou ruína. A ruína do SVVIE pode ser caracterizada pela ruptura, pela perda de estabilidade, 
por deformações ou fissuras excessivas. O ELS é o estado de solicitação a partir do qual a 
funcionalidade, a utilização e/ou durabilidade do sistema começam a ser prejudicados, em 
geral, pela presença de deslocamentos acima de limites preestabelecidos, aparecimento de 
fissuras e outras falhas. 
 Em relação à segurança contra incêndio há critérios relacionados à resistência e a 
reação ao fogo dos materiais. É definido que as paredes estruturais apresentam resistência ao 
fogo por um período mínimo de 30 minutos, garantindo condições de estabilidade, 
estanqueidade e isolação térmica neste período. 
 35 
 
 
 
 Com relação aos critérios à estanqueidade à água, a Norma de desempenho (2013) 
considera cinco diferentes regiões de exposição ao vento, de acordo com a localização 
geográfica do edifício e dessa maneira, quando incidir água da chuva ou de outras fontes, os 
sistemas de vedação vertical externa da edificação, incluindo a junção entre a janela e a 
parede, devem permanecer estanques e não apresentar infiltrações que proporcionem 
borrifamentos, escorrimentos ou formação de gotas de água aderentes na face interna. 
 As paredes externas devem apresentar transmitância térmica (U) e capacidade térmica 
(CT) que proporcionem pelo menos o desempenho térmico mínimo para cada zona 
bioclimática. Os valores máximos de transmitância térmica das paredes externas são 
apresentados na tabela 16 e os valores mínimos admissíveis para a capacidade térmica das 
paredes externas são apresentados na tabela 17. 
 
 
Tabela 16 – Transmitância térmica de paredes externas 
 
Transmitância térmica U 
W/m
2
.K 
Zonas 1 e 2 Zonas 3, 4, 5, 6, 7 e 8 
U ≤ 2,5 
αa ≤ 0,6 αa > 0,6 
U ≤ 3,7 U ≤ 2,5 
a α é absortância à radiação solar da superf cie externa da parede 
Fonte: NBR 15575-4, 2013, p.27 
 
 
Tabela 17 – Capacidade térmica de paredes externas 
 
Capacidade térmica (CT) 
kJ/m
2
.K 
Zonas 1, 2 , 3 , 4 , 5 , 6 e 7 Zona 8 
≥ 130 Sem requisito 
Fonte: NBR 15575-4, 2013, p.27 
 
 36 
 
 
 
 As fachadas das habitações devem ter aberturas com dimensões adequadas para 
proporcionar a ventilação interna dos ambientes, sendo este requisito aplicado em ambientes 
de longa permanência como salas e dormitórios e estes devem ter aberturas para ventilação 
com áreas que atendam a legislação especifica do local da obra, incluindo código de obras, 
códigos sanitários e outros. Quando não houver requisitos de ordem legal para o local de 
implantação da obra devem ser adotados os valores apresentados na tabela 18. 
 
 
Tabela 18 – Área mínima de ventilação em dormitórios e salas de estar 
 
Nível de 
desempenho 
Aberturas para ventilação (A) 
Zonas 1 a 7 
Aberturas médias 
Zona 8 
Aberturas grandes 
Mínimo A ≥ 7% da área do piso 
A ≥ 12% da área do piso – região norte do Brasil 
A ≥ 8% da área do piso – região nordeste e 
sudeste do Brasil 
Fonte: Tabela 15, p. 28 da NBR 15575 – parte 4 
 
 
 Para o desempenho acústico são apresentados dois critérios de suma importância. O 
primeiro é a diferença padronizada de nível ponderada (D2m, nT,w), onde são avaliados os 
dormitórios da unidade habitacional, promovida pela vedação externa (fachada e cobertura, no 
caso de casas térreas e sobrados, e somente fachada, nos edifícios multipiso), que através de 
ensaio de campo determina-se o nível de desempenho os quais são comparados com os 
valores mínimos e indicados na tabela 19. O segundo critério é denominado diferença 
padronizada de nível ponderada (DnT,w), promovida pela vedação entre ambientes, sendo 
também, através de ensaio de campo, determinados valores de desempenho comparados com 
os valores mínimos indicados na tabela 20. 
 
 
 
 
 
 
 37 
 
 
 
Tabela 19 – Valores mínimos da diferença padronizada de nível ponderada, D2m, nT,w, da 
vedação externa de dormitório. 
Classe de ruído Localização da habitação 
D2m,nT,w 
dB 
I 
Habitação localizada distante de fontes 
de ruído intenso de quaisquer naturezas 
≥ 20 
II 
Habitação localizada em áreas sujeitas 
a situações de ruído não enquadráveis 
nas classes I e III 
≥ 25 
III 
Habitação sujeita a ruído intenso de 
meios de transporte e de outras 
naturezas, desde que esteja de acordo 
com a legislação. 
≥ 30 
Fonte: NBR 15575-4, 2013, p.30 
 
 
Tabela 20 – Valores mínimos da diferença padronizada de nível ponderada, DnT,w, entre 
ambientes 
Elemento 
DnT,w 
dB 
Paredes entre unidades habitacionais autônomas (parede geminação), nas situações onde não haja 
ambiente dormitório. 
≥ 40 
Parede entre unidades habitacionais autônomas (parede geminação), no caso de pelo menos um dos 
ambientes ser dormitórios. 
≥ 45 
Parede cega de dormitórios entre uma unidade habitacional e áreas comuns de trânsito eventual, 
como corredores e escadaria nos pavimentos. 
≥ 40 
Parede cega de salas e cozinhas entre uma unidade habitacional e áreas comuns de trânsito eventual, 
como corredores e escadaria dos pavimentos. 
≥ 30 
Parede cega entre uma unidade habitacional e áreas comuns de permanência de pessoas, atividades 
de lazer e atividades esportivas, como home theater, salas de ginástica, salão de festas, salão de 
jogos, banheiros e vestiários coletivos, cozinhas e lavanderias coletivas. 
≥ 45 
Conjunto de paredes e portas de unidades distintas separadas pelo hall (DnT,w obtida entre as 
unidades). 
≥ 40 
Fonte: NBR 15575-4, 2013, p.31 
 
 
 Nos ensaios realizados em laboratório são obtidos valores para o índice de redução 
sonora ponderado (Rw) para os componentes construtivos utilizados nas vedações entre 
ambientes. Na tabela 21 são apresentados os valores indicativos para este índice. 
 38 
 
 
 
Tabela 21 – Índice de redução sonora ponderado, Rw, de componentes construtivos 
utilizados nas vedações entre ambientes. 
Elemento 
Rw 
dB 
Paredes entre unidades habitacionais autônomas (parede geminação), nas situações onde não haja 
ambiente dormitório. 
≥ 45 
Parede entre unidades habitacionais autônomas (parede geminação), no caso de pelo menos um dos 
ambientes ser dormitório. 
≥ 50 
Paredecega de dormitórios entre uma unidade habitacional e áreas comuns de trânsito eventual, 
como corredores e escadaria nos pavimentos. 
≥ 45 
Parede cega de salas e cozinhas entre uma unidade habitacional e áreas comuns de trânsito eventual, 
como corredores e escadaria dos pavimentos. 
≥ 35 
Parede cega entre uma unidade habitacional e áreas comuns de permanência de pessoas, atividades 
de lazer e atividades esportivas, como home theater, salas de ginástica, salão de festas, salão de 
jogos, banheiros e vestiários coletivos, cozinhas e lavanderias coletivas. 
≥ 50 
Conjunto de paredes e portas de unidades distintas separadas pelo hall (DnT,w obtida entre as 
unidades). 
≥ 45 
Fonte: NBR 15575-4, 2013, p.59 
 
 
2.6 Parte 5 – Requisitos para os sistemas de coberturas 
 
 A parte 5 da ABNT NBR 15575 (2013), denominada Requisitos para os sistemas de 
coberturas abrange critérios de uma das partes mais essencial para a edificação, desde a 
contribuição para a preservação da saúde dos usuários até a própria proteção do corpo da 
construção, o que interfere diretamente na durabilidade dos demais elementos que compõem a 
edificação. 
 Segundo a Norma, quando falamos em desempenho estrutural, o sistema de cobertura 
deve apresentar um nível satisfatório de segurança à ruína e não apresentar avarias ou 
deformações que prejudiquem sua funcionalidade. Deve também suportar cargas transmitidas 
por pessoas ou objetos nas fases de montagem ou de manutenção assim como não podem 
sofrer danos sob a ação de granizo e de outras pequenas cargas acidentais. No entanto, são 
toleradas falhas superficiais, como fissuras e lascamentos, desde que não impliquem perda de 
estanqueidade. Quando se fala em estanqueidade considera-se que ao longo da vida útil de 
projeto do sistema de cobertura, devem ser evitados a penetração ou infiltração de água que 
possa acarretar escorrimento ou gotejamento. 
 39 
 
 
 
 O sistema de coberturas é a parte da edificação mais sujeita a exposição da radiação 
direta do sol, exercendo influência predominante na carga térmica transmitida aos ambientes 
(casas térreas e último pavimento de sobrados e prédios), influenciando diretamente no 
conforto térmico dos usuários e no consumo de energia para acionamento de equipamentos de 
ventilação forçada e/ou condicionamento artificial do ar. Por isso que o sistema de coberturas 
deve apresentar transmitância térmica (U) e absortância à radiação solar (α) que proporcionem 
um desempenho térmico apropriado para cada zona bioclimática. Na tabela 22 são indicados 
os valores máximos admissíveis para estes índices. 
 
Tabela 22 – Critérios de coberturas quanto à transmitância térmica – M 
Transmitância térmica (U) 
W/m2K 
Zonas 1 e 2 Zonas 3 a 6 Zonas 7 e 8 
U ≤ 2,30 
α ≤ 0,6 α > 0,6 α ≤ 0,4 α > 0,4 
U ≤ 2,30 U ≤ 1,5 U ≤ 2,30 FT U ≤ 1,5 FT 
Fonte: NBR 15575-5, 2013, p.27 
 
2.7 Parte 6 – Requisitos para os sistemas hidrossanitários 
 
 A parte 6 da ABNT NBR 15575 (2013), denominada Requisitos para os sistemas 
hidrossanitários, compreende os sistemas prediais de água fria e de água quente, de esgoto 
sanitário e ventilação e ainda os sistemas prediais de águas pluviais. Em entrevista a Revista 
Techne (NAKAMURA, 2013), a Engenheira Vera Fernandes Hachich, relatora desta parte da 
norma, afirma que o texto explora conceitos incomuns em normas prescritivas específicas, 
como a durabilidade dos sistemas, a previsão e antecipação de critérios para a manutenção da 
edificação e suas partes, bem como o funcionamento dos sistemas hidrossanitários. 
 Os sistemas hidrossanitários devem resistir às solicitações mecânicas, dinâmicas e não 
devem provocar golpes e vibrações que impliquem risco à sua estabilidade estrutural. As 
instalações devem fornecer água na pressão, na vazão e no volume compatíveis com o uso, 
associado a cada ponto de utilização, considerando a possibilidade de uso simultâneo. Elas 
devem apresentar estanqueidade quando submetidas às pressões de projeto e devem manter a 
capacidade funcional durante a vida útil de projeto, desde que o sistema seja submetido à 
manutenção periódica. 
 40 
 
 
 
3. PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA 
 O principal objetivo da política social da habitação no Brasil é proporcionar a todas as 
famílias o poder de usufruir de uma moradia digna. Visando a redução do déficit habitacional 
é que foi lançado pelo Governo Federal o Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) em 
parceria com a Caixa Econômica Federal (CEF). 
 Numa conjuntura de elevado déficit habitacional, como se verifica no Brasil, é 
expectável que a resposta às carências quantitativas assuma uma grande relevância. A 
abordagem quantitativa tem vantagens imediatas para a economia e para a sociedade. 
Usualmente, após serem superadas essas necessidades quantitativas, surge maior interesse e 
disponibilidade por parte da sociedade para apostar numa melhoria da qualidade. Porém, 
segundo este processo, podem ser sacrificadas famílias que durante uma ou mais gerações 
ficam constrangidas a viver em áreas residenciais e habitações de baixa qualidade. É assim 
um desafio do PMCMV promover a construção de habitação em quantidade e garantir a sua 
qualidade, mantendo um custo reduzido (Pedro, 2013). 
 
3.1 Histórico 
 
Criado pela Medida Provisória nº 459 de 25 de março de 2009, regulamentado pelo 
Decreto nº 6.819 de 13 de abril de 2009 e transformado na Lei nº 11.977 de 7 de julho de 
2009, que sofreu alterações posteriores pela lei 12.424 de 16 de junho de 2011, o Programa 
Minha Casa, Minha Vida (PMCMV) tem por finalidade criar mecanismos de incentivo à 
produção e aquisição de novas unidades habitacionais permitindo assim o acesso a moradia a 
milhares de famílias, gerando mais emprego e renda por meio do aumento dos investimentos 
na construção civil. 
 O PMCMV parte da premissa que o acesso à moradia regular é condição básica para 
que as famílias de baixa renda possam superar suas vulnerabilidades sociais e alcançar sua 
efetiva inclusão na sociedade brasileira, e que o acesso ao financiamento habitacional para 
estas famílias que não tem capacidade de poupança exige condições especiais e subsidiadas 
(Shimizu, 2010). 
 Os indicadores socioeconômicos do Ministério das cidades mostram que o PMCMV 
gerou emprego, renda e tributos nos últimos cinco anos, por meio do desenvolvimento da 
cadeia produtiva do setor da construção civil. Os números apontam que a cada R$ 1 milhão 
investido no PMCMV, o governo federal mantém ativos 32 postos de trabalho. Esse 
 41 
 
 
 
investimento gera uma renda adicional de R$ 774 mil, de forma direta e indireta, na 
construção civil e nos demais setores, como agricultura, pesca, entre outros. Com 
investimento de R$ 193 bilhões, o PMCMV sustentou cerca de 1,3 milhão de postos de 
trabalho em 2013, o que representa 2,6% da força de trabalho formal da economia brasileira. 
 
3.2 Particularidades do PMCMV 
 
A figura 4 representa o fluxo operacional de aprovação de projetos que parte desde a 
instância dos municípios até chegar finalmente à empresa construtora contratada para a 
execução do projeto já aprovado. 
 
 
Figura 4 – Fluxo operacional da aprovação de projetos 
 
 
 42 
 
 
 
 De maneira geral, para a aprovação de um projeto os critérios a serem considerados 
são: 
a. A viabilidade e adequabilidade do terreno proposto para o empreendimento (vocação, 
localização, características topográficas, socioeconômicas e ambientais, valor, etc.); 
b. A disponibilidade de infraestrutura e equipamentos públicos existentes no entorno; 
c. Os custos de produção, tendo como referência os índices da construção civil 
divulgados pelo

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