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Zoneamento e conforto Apresentação O conforto ambiental pode ser considerado um dos principais objetivos a se alcançar nas edificações e projetos urbanos da atualidade. Esse conceito pode ser influenciado diretamente pelo zoneamento das cidades, o qual trata da delimitação de áreas por meio de padrões que servem de base para a proposição de estratégias adequadas, a fim de possibilitar conforto ambiental aos usuários. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai entender melhor os conceitos de zoneamento e conforto ambiental, bem como seus respectivos tipos. Além disso, compreenderá a relação entre esses dois termos e de que modo o zoneamento pode interferir na configuração das cidades e conforto ambiental. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Relacionar zoneamento a conforto ambiental.• Reconhecer as formas de interferência da Lei de Zoneamento na configuração espacial das cidades. • Identificar as consequências do zoneamento no conforto ambiental.• Desafio O setor de planejamento urbano de determinada prefeitura elaborou o mapa da cidade, dividindo-a em zonas residenciais, comerciais e industriais, a fim de limitar e privilegiar usos determinados para específicas porções da cidade. No momento de desenhar tal mapa com as zonas corretas, houve um equívoco. Assim, foram colocadas as áreas residencial e industrial uma ao lado da outra. Imagine que essa fosse a proposta correta de zoneamento permitida pelo município ao invés de um engano e responda as seguintes questões: a) Considerando a área residencial ao lado da industrial, a alternativa de zoneamento apresentada seria uma boa ideia? Por quê? b) Como esse zoneamento poderia afetar as residências em relação ao conforto ambiental (térmico, acústico e lumínico)? Infográfico Na arquitetura e urbanismo, surgiram diversos tipos de zoneamentos voltados a áreas e situações específicas ao longo dos anos. Eles foram formulados e vêm sendo usados com o intuito de limitar usos e garantir parâmetros adequados, servindo de base aos projetos. No Infográfico, observe as principais categorias de zoneamento. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Conteúdo do livro Pode-se dizer que zoneamento e conforto ambiental são dois conceitos relacionados entre si. O zoneamento é instrumento de base para a proposição de estratégias de conforto ambiental que alcancem a satisfação das pessoas. Além disso, estabelece parâmetros de construção que garantem o bem-estar de seus futuros usuários, permitindo a ventilação e iluminação natural, dentre outros aspectos. Leia mais no capítulo Zoneamento e conforto, da obra Conforto ambiental, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, sobre o que é o zoneamento e sua relação com o conforto ambiental, a lei de zoneamento e as suas consequências em relação ao conforto ambiental. CONFORTO AMBIENTAL Vanessa Guerini Scopell Zoneamento e conforto Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Relacionar zoneamento a conforto ambiental. Reconhecer as formas de interferência das leis de zoneamento na configuração espacial das cidades. Identificar as consequências do zoneamento no conforto ambiental. Introdução Neste capítulo, você vai estudar sobre os conceitos de zoneamento e conforto ambiental, entendendo o seu significado e a sua importância para a Arquitetura e Urbanismo. Além disso, você vai compreender a relação entre zoneamento e conforto, verificando como um colabora para a obtenção do outro e identificando as suas contribuições para a organização das cidades. Definições de zoneamento e conforto ambiental Zoneamento e conforto ambiental são dois conceitos bastante complexos e abrangentes que requerem um estudo aprofundado para que, juntos, possam contribuir para melhorar a vida dos usuários das edifi cações e dos espaços externos. Conforme Silva (1981), o conceito de zoneamento se originou nas cidades industrializadas a partir da necessidade de se estabelecer áreas com destinações para usos especiais. Assim, para o autor, o zoneamento pode ser compreendido como “[...] um procedimento urbanístico, que tem por objetivo regular o uso da propriedade do solo e dos edifícios em áreas homogêneas no interesse do bem-estar da população” (SILVA, 1981, p. 291). U N I D A D E 3 Segundo Giehl (2007), existem vários tipos de zoneamento, como o zone- amento ambiental urbano, o zoneamento costeiro e o zoneamento agrícola, além das zonas de uso industrial, de uso especial, de uso diversificado, entre outras. Além disso, se relacionado ao conforto ambiental, pode-se citar também o zoneamento bioclimático. Para Antunes (1999, p. 125): [...] existe zoneamento quando são estabelecidos critérios legais e regulamentos para que determinadas parcelas do solo, ou mesmo de cursos d’água doce ou do mar, sejam utilizadas ou não utilizadas, segundo critérios preestabelecidos. Tais critérios, uma vez firmados tornam-se obrigatórios, seja para o particular, seja para a Administração Pública, e assim constituindo-se em limitação administrativa incidente sobre o direito de propriedade. Segundo Barbosa e Carvalho (2010, documento on-line), o zoneamento “[...] é uma forma de planejamento físico territorial, é o dispositivo legal que o planejamento urbano tem para a implantação de planos de uso do solo, assegurando a distribuição adequada dos usos do solo em uma área urbana”. Já Montaño et al. (2007, p. 53) resumem o conceito, afirmando que o zonea- mento “[...] consiste em dividir o território em parcelas nas quais se autorizam determinadas atividades”. Nery Júnior (2005, p. 65), por sua vez, afirma que o zoneamento urbano “[...] melhora as condições de habitação [...] e o uso mais adequado da terra. Por isso é preciso acentuar que o seu papel não é somente restritivo, mas também construtivo”. Já o termo conforto ambiental, segundo Siqueira (2018), diz respeito ao índice de satisfação das pessoas com relação ao local em que vivem, traba- lham e se divertem. Assim, o conforto ambiental tem como objetivo tornar as edificações e os espaços urbanos adequados para a satisfação dos seus usuários. Esse conceito está diretamente ligado ao intuito básico e primordial de proporcionar as condições necessárias de habitabilidade, tendo em vista o uso racional dos recursos disponíveis. Pode-se dizer que o conforto é uma condição mental que expressa satisfação em relação ao ambiente, podendo ser térmico, acústico ou lumínico. É muito difícil alcançar condições que sejam satisfatórias para todos os ocupantes dos espaços; por isso, existem algumas normas técnicas como a norma ANSI/ ASHRAE Standard 55: Thermal Environmental Conditions for Human Oc- cupancy, que fornece critérios para o conforto e aborda aspectos que possi- bilitam que pelo menos 80% dos usuários estejam em condições satisfatórias de conforto ambiental. O Quadro 1 traz alguns exemplos de exigências de conforto ambiental estabelecidas por diferentes normas técnicas. Zoneamento e conforto2 Fonte: Adaptado de Sustentabilidade... (2010). Requisito Critério para bom desempenho ou atendimento de exigência mandatória Documento de referência Conforto térmico Porcentagem máxima de pessoas insatisfeitas com a movimentação de ar: 10% ISO 7730 Assimetria máxima de temperatura radiante na horizontal: < 10 ºC Temperatura operativa interna máxima como uma função da temperatura média mensal externa, para ambientes não climatizados ASHRAE 55/2005 Conforto acústico Nível de ruído máximo no interior de dormitórios: 45 dB (A) ABNT NBR 10152:2017 Tempo de reverberação máximo em salas de aula: entre 0,6 s e 0,7 s, dependendo do volume do recinto ANSI/ASA S12.60 Nível de pressão sonora total, ponderado em A, maior que o nível de interferência na fala ISO 9921:2003 Conforto visual Nível de iluminância mínima de 500 lux no entorno imediato e maiorou igual a 750 lux na tarefa ABNT NBR ISO/ CIE 8995-1:2013 Possibilidade de ter contato visual com o exterior DIN 5034-1 Índice de ofuscamento máximo de 19, causado pelo sistema de iluminação artificial, em salas de espera AS/NZS 1680.2 Qualidade do ar Concentração máxima de CO2 no ar: 1.000 PPM em ambientes de escritório climatizados Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária Valor máximo recomendável para contaminação microbiológica deve ser < 750 ufc/m3 de ar ambiente em ambientes de escritório climatizado Quantidade máxima de aerodispersoides deve ser < 80 µg/m3 de ar em ambientes de escritório climatizados Quadro 1. Exemplos de exigências de conforto ambiental 3Zoneamento e conforto O conforto ambiental térmico abrange condições e alternativas para tornar os espaços equilibrados com relação às temperaturas. A insatisfação com o ambiente térmico pode ser causada pela sensação de desconforto por calor ou frio quando o balanço térmico não é estável, ou seja, quando há diferenças entre o calor produzido pelo corpo e o calor perdido para o ambiente. Conforme Conforto... (2018, documento on-line): É muito comum as pessoas relacionarem o conforto térmico apenas à tempera- tura do ar, porém o número de variáveis que influenciam no conforto térmico é muito maior do que apenas a temperatura. Temos as variáveis ambientais, como a própria temperatura e umidade relativa do ar, a temperatura radiante e a velocidade dos ventos. Também influenciam as variáveis humanas, em que se destacam a vestimenta e o metabolismo. Fatores como idade, sexo, hábitos alimentares, entre outros, também interferem na sensação de conforto. Já o conforto ambiental acústico, segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) Norma Brasileira (NBR) 10152:2017, diz respeito aos níveis de ruídos dos ambientes e do meio urbano (ASSOCIAÇÃO BRA- SILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2017). As normas apresentam índices aceitáveis para cada ambiente, de maneira a preservar o conforto acústico dos espaços e impedir que o nível de ruído atrapalhe a produtividade e a saúde dos usuários. O conforto lumínico, ou visual, segundo Lamberts, Dutra e Pereira (2004), corresponde à existência de um conjunto de condições, em determinado ambiente, nas quais o ser humano pode desenvolver suas tarefas visuais com o máximo de acuidade (medida da habilidade do olho humano em discernir detalhes) e precisão visual. O conforto ambiental dos usuários nas edificações e nos espaços da cidade está diretamente ligado ao zoneamento. Isso porque cada área, com as suas especificidades, influencia em como será tratado o conforto para que os espaços se tornem adequados. Por exemplo, em zonas residenciais, os ruídos serão mais controlados, as áreas de ajardinamento serão maiores, em virtude dos recuos dos lotes, e a altura das edificações e os espaçamentos entre as mesmas facilitarão a entrada de sol e ventilação natural, contribuindo para o bem-estar das pessoas. Assim, no que tange ao conforto ambiental, existem Zoneamento e conforto4 três tipos de zoneamento que estão mais relacionados com esse conceito e que merecem destaque: o zoneamento ambiental; o zoneamento urbano; o zoneamento bioclimático. Andrade (2018, documento on-line), com base na Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), que tem o zoneamento ambiental como um forte instrumento para a proteção do ambiente natural, define o termo como “[...] o conjunto de áreas legalmente estabelecidas pelo poder público as quais são protegidas obtendo-se a preservação do meio e de suas condições naturais em certos espaços territoriais do país”. O Ministério do Meio Ambiente define o zoneamento urbano como um [...] instrumento utilizado nos planos diretores, através do qual a cidade é dividida em áreas sobre as quais incidem diretrizes diferenciadas para o uso e a ocupação do solo, especialmente os índices urbanísticos. O zoneamento urbano atua, principalmente, por meio do controle de dois elementos princi- pais: o uso e o porte (ou tamanho) dos lotes e das edificações. Através disso, supõe-se que o resultado final alcançado através das ações individuais esteja de acordo com os objetivos do município, que incluem a proporcionalidade entre a ocupação e a infraestrutura, a necessidade de proteção de áreas frágeis e/ou de interesse cultural, a harmonia do ponto de vista volumétrico, etc. (BRASIL, documento on-line). O zoneamento bioclimático é outro instrumento que facilita a obtenção de diretrizes de conforto ambiental. Segundo a plataforma Projetee, esse zoneamento diz respeito a um estudo sobre o clima do território brasileiro, realizado entre os anos de 1931 e 1990. A partir desse estudo, foram elenca- das oito zonas principais, que deram origem à carta bioclimática de Givoni, adaptada ao nosso País. Essa relação entre os zoneamentos e o conforto ambiental permite a pro- posição de edificações e espaços adequados tanto no que diz respeito aos usos como em relação às estratégias adequadas de conforto ambiental para cada área e clima. 5Zoneamento e conforto Além dos zoneamentos ambiental, urbano e bioclimático, existem outros tipos de zoneamento elencados pelo Ministério do Meio Ambiente. São eles (BRASIL, 2018, documento on-line): Zoneamento agroecológico (ZAE) — a Política Agrícola, regida pela Lei federal nº. 8.171, de 17 de janeiro de 1991, prevê, no art. 19, III, a realização de zoneamentos agroecológicos, estabelecendo critérios para o disciplinamento e o ordenamento da ocupação espacial pelas diversas atividades produtivas. Até mesmo a aprovação do crédito rural está condicionada às disposições dos zoneamentos agroecológicos elaborados. Entre estes, destaca-se o ZAE da cana-de-açúcar, instituído por meio do Decreto federal nº. 6.961, de 17 de setembro de 2009. Zoneamento agrícola de risco climático — outro instrumento da Política Agrícola, o zoneamento agrícola de risco climático é elaborado com o objetivo de minimizar os riscos relacionados aos fenômenos climáticos, permitindo a identificação da melhor época de plantio das culturas, nos diferentes tipos de solo e ciclos de cultivares. O zoneamento agrícola de risco climático foi usado pela primeira vez na safra de 1996 para a cultura do trigo. Ele recebe revisão anual e é publicado na forma de portarias no Diário Oficial da União e no site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Atualmente, os estudos de zoneamentos agrícolas de risco climático já contemplam 40 culturas, alcançando 24 unidades da federação. Zoneamento industrial — disciplinado pela Lei federal nº. 6.803, de 2 de julho de 1980, trata-se do tipo de zoneamento realizado nas áreas críticas de poluição a que se refere o art. 4º do Decreto-Lei nº. 1.413, de 31 de julho de 1975. Envolve a identificação das zonas destinadas à instalação de indústrias a partir do esquema de zoneamento urbano aprovado por lei, compatibilizando as atividades industriais com a proteção ambiental. As leis de zoneamento e a configuração espacial das cidades A ideia de zoneamento, mais especifi camente, de zoneamento urbano, veio junto com a ideia de urbanismo. Logo após a Revolução Industrial, quando as cidades sofreram forte impacto com a criação das indústrias e a chegada dos trabalhadores vindos do campo para trabalharem nelas, percebeu-se a necessidade de se começar a pensar os centros urbanos de uma maneira mais organizada. O objetivo era melhorar as condições urbanas e evitar problemas, voltando-se, em um primeiro momento, principalmente para a salubridade dos centros urbanos. Segundo Costa (2009, p. 36): Zoneamento e conforto6 Como propulsor ao desenvolvimento da área urbana, a criação de fábricas nas cidades, no período da Revolução Industrial, iniciou um rápido aumento da sua população que deixavam a agricultura para se alojarem nas áreas onde estavam instaladas as fábricas, gerando vários problemas sociais, prejudicando toda a cidade. Iniciou-se,a partir desse desajuste, as reivindicações por reformas sociais, para melhorar as condições precárias de vida das pessoas, sugerindo assim planos voltados ao zoneamento, com casas, jardins e áreas verdes. Em seguida, surgiu a ideia de separação de zonas industriais e residenciais. O rápido crescimento urbano, juntamente com os problemas sociais do final do século XIX, compe- liram os governos de muitos países, como dos Estados Unidos, a participarem com efetividade no planejamento urbano, introduzindo normas ao zoneamento. Nesse momento, surgiram diversas propostas de urbanistas, que elabo- raram ideias e planos com o intuito de resolver os problemas que estavam prejudicando a vida nas cidades. Dentre os planos, os principais propunham a divisão das cidades em zonas industriais, comerciais, industriais e de lazer. Alguns desses planos foram implantados em algumas cidades, como Paris, com o Plano Voisin, e Brasília, que foi construída tendo como base o Plano Piloto de Brasília, o que resultou em seu projeto urbanístico modernista. Assim, pode-se constatar que o zoneamento surgiu junto com o desenvolvimento das cidades, a partir da determinação de espaços e áreas para fins específicos. Segundo Silva (2004), a partir da necessidade de se planejar cidades levando- -se em conta a preservação ambiental, foi promovida no ano de 1972, na cidade de Estocolmo, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, com o objetivo de conscientizar a população global sobre a importância da relação saudável entre homem e meio ambiente. Já no ano de 1981, no Brasil, a partir de pressões de ambientalistas, foi instituída a PNMA, que apresentou o primeiro conceito de zoneamento ambiental e estabeleceu padrões para o desenvolvimento sustentável. Para Silva (2004, p. 72): [...] o desenvolvimento sustentável, possui como o principal objetivo a ser conseguida pela Política Nacional do meio ambiente, a junção ao mesmo tempo do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico. Necessitando assim, de meios e instrumentos que proporcionasse maior proteção ao meio ambiente, entre elas a exigência de licenciamento ambiental, do Cadastro de empreendimentos e atividades poluidoras e do Zoneamento Ecológico Econômico. Do surgimento da noção de zoneamento até o momento em que este passou a ser diretamente aplicado no Brasil, passou-se um longo tempo. Foi somente a partir da Constituição Federal de 1988 que se consagrou a importância do tema. Por meio da formalização do Estatuto da Cidade (Lei nº. 10.257, de 10 7Zoneamento e conforto de julho de 2001), as leis de zoneamento ambiental, juntamente aos requisitos de uso e ocupação do solo, começaram a ser efetivamente implantadas nas cidades, por meio do instrumento denominado plano diretor. O plano diretor é um instrumento básico que tem por intuito orientar a política de desenvolvimento e de ordenamento da expansão urbana dos municípios. Segundo Oliveira, Taveira e Camarotto (2015, documento on-line), trata-se de “[...] uma lei mu- nicipal elaborada com a participação da Câmara Municipal e da sociedade civil que visa sintetizar um conjunto de ações destinadas ao desenvolvimento do espaço físico, atendendo a todas as expectativas destinadas à cidade e a sua população”. Assim, as leis de zoneamento, voltadas para o zoneamento urbano, são normas de caráter municipal que têm por objetivo principal restringir ou permitir os usos apropriados para as diferentes áreas das cidades, levando em conta as funções e o número de ocupantes dos empreendimentos e das edificações, bem como a taxa de ocupação e o coeficiente de aproveitamento de cada construção. Pode-se considerar o zoneamento municipal como um instrumento sociojurídico destinado a condicionar o uso do solo urbano às regras do bom e adequado aproveitamento dos espaços urbanísticos em prol da coletividade, de maneira a expressar a melhoria e a harmonização dos vários recursos naturais e artificiais, sempre voltados ao desenvolvimento local e regional sustentável e em conivência com os interesses socioeconômicos e ambientais de toda a coletividade, conforme lecionam Oliveira, Taveira e Camarotto (2015). As leis de zoneamento, portanto, interferem diretamente na concepção das novas cidades e na expansão dos centros urbanos existentes. Por meio da divisão da área do município conforme o uso do solo permitido, o zoneamento se torna um instrumento de definição da urbanização. Além disso, é a partir de áreas apropriadas zoneadas para determinados fins que se pode garantir aos centros urbanos aspectos como: a convivência harmoniosa entre os setores; a conformação dos fluxos; a implantação de áreas verdes e zonas de preservação ambiental; a determinação do local correto para a implantação de empreendimentos que causem significativo impacto ambiental. Zoneamento e conforto8 Nesse sentido, passamos a tratar o zoneamento como um importante ins- trumento para os planos diretores das cidades, onde a sua implantação garante um controle por parte dos gestores municipais. Além das áreas urbanas delimitadas para usos admitidos ou conformes, os índices de ocupação dos terrenos e os coeficientes de aproveitamento, como integrantes do plano diretor e das leis de zoneamento, possibilitam a implan- tação mais harmoniosa das edificações, garantindo aos espaços das cidades iluminação, ventilação e permeabilidade do solo adequadas, contribuindo não só para a organização espacial das cidades, mas também para o conforto ambiental da população. Ville Radieuse (Cidade Radiante) foi um plano urbano não construído criado pelo arquiteto e urbanista francês Le Corbusier, apresentado pela primeira vez em 1924 e publicado em livro homônimo em 1933. Projetado para conter meios eficientes de transporte, bem como uma abundância de espaços verdes e luz solar, a cidade do futuro almejava não só oferecer uma vida melhor aos residentes, mas também contribuir para criar uma sociedade melhor. Embora radicais, rigorosos e quase totalitários em sua ordem, simetria e padronização, os princípios propostos por Le Corbusier tiveram extensa influência sobre o planejamento urbano moderno, levando ao desenvolvimento de novas tipologias de habitação de alta densidade. De acordo com os ideais modernistas de progresso, a nova cidade conteria arranha-céus pré-fabricados de alta densidade e idênticos, distribuídos por vastas áreas verdes e organizados em uma grade cartesiana, permitindo que a cidade funcionasse como uma “máquina viva”. No cerne do plano de Le Corbusier estava a noção de zoneamento: a divisão estrita da cidade em áreas segregadas comerciais, de negócios, de lazer e residenciais. A área de negócios se localizaria no centro e apresentaria mega-arranha-céus monolíticos, cada um atingindo uma altura de 200 metros e com capacidade para entre cinco e oito mil pessoas. Localizada no centro desse distrito cívico estaria a principal plataforma de transporte, a partir da qual um vasto sistema subterrâneo de trens transportaria cidadãos para os distritos de habitação do entorno. Os bairros habitacionais contariam com edifícios de apartamentos pré-fabricados conhecidos como unités. Atingindo uma altura de cinquenta metros, uma única unité poderia acomodar 2.700 habitantes e funcionar como uma vila vertical. Instalações de restaurantes e lavanderias ficariam no piso térreo; jardim de infância e piscina ficariam na cobertura. Entre os blocos existiriam parques, proporcionando aos residentes um máximo de luz natural, um mínimo de ruído e instalações de lazer logo à porta (MERIN, 2016). 9Zoneamento e conforto Consequências do zoneamento no conforto ambiental Tendo como base as defi nições de zoneamento e seus tipos, pode-se dizer que tanto os zoneamentos ambiental e urbano como o zoneamento bioclimático têm papel fundamental na proposição de estratégias de conforto ambiental, infl uenciando diretamenteo mesmo. Segundo Oliveira (2012, documento on-line), [...] a delimitação de áreas estabelecidas para uso e ocupação do solo tem como propósito evitar possíveis problemas urbanos tais como: construção de edifica- ções acima do gabarito permitido pelo terreno, ocupações em áreas de riscos ambientais, realização de atividades industriais, comerciais e turísticas em luga- res inapropriados que influenciam para a qualidade do ar, do solo, dos recursos hídricos, da fauna e flora afetando consequentemente a saúde do ser humano. Os parâmetros urbanísticos, juntamente com o zoneamento, são impor- tantes ferramentas para regular a densidade urbana e sua volumetria, tendo, assim, efeitos na paisagem urbana e no conforto ambiental, dependendo do uso que se faz deles. Como instrumentos para regular a densidade e a volumetria, podemos citar o índice de aproveitamento e a taxa de ocupação dos terrenos, que dizem respeito à área máxima a ser construída total e por pavimento (Figura 1). Esses parâmetros garantem os afastamentos do lote e condicionam a construção de novas edificações para que respeitem esses limites. Figura 1. Parâmetros urbanísticos. Fonte: Setor... (2011). Zoneamento e conforto10 O zoneamento ambiental, que delimita áreas verdes e de preservação, garantindo espaços abertos e saudáveis para os centros urbanos, colabora diretamente para a sensação de conforto térmico nas cidades. Isso se dá pelo fato de que a presença de áreas verdes e vegetações melhora as variações de temperatura, amenizando ilhas de calor e contribuindo para a conversão da poluição em ar limpo, melhorando também a saúde da população. Já o zoneamento urbano permite que, por meio da delimitação de usos e funções nas diferentes áreas das cidades, seja possível elaborar estratégias adequadas de conforto térmico, acústico e lumínico para cada situação, evi- tando-se, por exemplo, que residências fiquem próximas a indústrias de grande porte, que geralmente geram mais barulho e poluição. Além disso, as taxas de ocupação e aproveitamento do solo urbano garantem recuos nas edificações, que facilitam a iluminação e a ventilação natural, influenciando diretamente no conforto ambiental dos usuários. Ainda, nesse tipo de zoneamento, existem as áreas de proteção permanente de córregos, matas e florestas que, apesar de estarem relacionadas ao zoneamento ambiental, vinculam-se ao zoneamento urbano se fizerem parte da área urbana e rural do município. O zoneamento bioclimático, que diz respeito às zonas e climas do território brasileiro, também se comporta como uma referência importante na busca pelo conforto ambiental das pessoas. É por meio desse zoneamento que se pode constatar com mais clareza quais são as estratégias bioclimáticas necessárias para atingir a satisfação dos usuários nas diferentes zonas. Conforme destaca a arquiteta Monica Dolce (CONFORTO..., 2018, documento on-line): A especificação de soluções de projeto para obtenção de conforto térmico depende do contexto climático, materiais aplicados na construção e ocupa- ção do local, sistemas e equipamentos utilizados. A análise de diagnósticos climáticos permite afirmar que a ventilação natural é uma boa estratégia para grande parte das cidades brasileiras. Esse recurso tem capacidade de retirar muito da carga térmica absorvida e/ou gerada dentro de um ambiente. Para sua aplicação, é necessário que o projeto tenha fluidez nos espaços permitindo que os ventos circulem por diferenças de pressão ou efeito chaminé. Assim, com base nessas explanações, pode-se perceber que a relação entre os conceitos de zoneamento e conforto ambiental é de grande importância para a vida nas cidades. Como vimos, o zoneamento é um estudo de limitações de áreas, vegetações, climas, entre outros aspectos, que serve como referência e base para novos projetos urbanos. Os parâmetros urbanísticos empregados no desenvolvimento desses estudos contribuem para a adoção de melhores estraté- gias de conforto ambiental (sendo este um requisito imposto por lei), resultando em espaços mais confortáveis do ponto de vista térmico, lumínico e acústico. 11Zoneamento e conforto A divisão do território brasileiro em oito zonas foi resultado da análise de dados climáticos obtidos entre 1931 e 1990. Esses dados foram classificados por meio da carta bioclimática de Givoni adaptada ao Brasil. O zoneamento brasileiro apresenta uma relação de 330 cidades cujos climas foram classificados segundo os parâmetros e as condições de conforto para tamanho e proteção de aberturas (janelas), vedações externas (paredes e coberturas) e estratégias de condicionamento térmico passivo. 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Disponível em: <http://bioclimatismo.com.br/bioclimatismo/zoneamento- -bioclimatico-brasileiro/>. Acesso em: 29 ago. 2018. 13Zoneamento e conforto Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Dica do professor A política do zoneamento, tendo em vista suas definições de áreas específicas e apropriadas para determinados usos, colabora com foco na obtenção do conforto ambiental, facilitando a adoção de estratégias adequadas voltadas às porções das cidades. Assista ao vídeo da Dica do Professor e compreenda mais sobre o que é zoneamento e conforto ambiental e suas principais características. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/b1254cf4d2bad4a001a7230fc84f49ea Exercícios 1) Zoneamento é conceito bastante complexo e tornou-se medida que contribui diretamente para o controle, organização e preservação de variados aspectos. Sobre ele, é correto afirmar que: A) tem como um dos objetivos principais regular o uso do solo e delimitar áreas das cidades. B) são normatizados critérios que devem ser obedecidos exclusivamente por particulares. C) consiste em estudo de pouca aplicação do âmbito do urbanismo, apesar de ser instrumento urbano. D) tem como um de seus intuitos depreciar os critérios para uso e ocupação do solo nas cidades. E) garante o uso adequado da terra e das propriedades, tendo papel inteiramente restritivo. 2) Conforto ambiental é conceito usado para alcançar níveis satisfatórios dos usuários das edificações ou cidades. Nesse sentido, é correto afirmar que: A) todos os usuários do espaço ou edifício devem estar satisfeitos em relação à temperatura, ruídos e iluminação, a fim de que o conforto ambiental seja alcançado. B) o conforto ambiental tem por objetivo melhorar as condições de habitabilidade, desconsiderando o uso racional dos recursos. C) o conforto ambiental abrange a satisfação do usuário acerca da térmica, acústica e iluminação. D) a garantia do conforto térmico está relacionada à necessidade de conter os níveis de ruídos dos ambientes e meio urbano. E) fatores como hábitos alimentares, sexo, idade, metabolismo e vestimenta não influenciam no conforto ambiental. 3) O zoneamento é instrumento que abrange diferentes áreas e aspectos, sendo especificado por meio de variadas nomenclaturas. Sobre os tipos de zoneamento, assinale a alternativa correta. A) O zoneamento agrícola é instrumento voltado à proteção do ambiente natural. B) O zoneamento agroecológico é voltado à identificação de zonas de caráter industrial principalmente. C) O zoneamento bioclimático tem como função minimizar os ricos relacionados aos fenômenos climáticos. D) O zoneamento urbano atua, especialmente, no controle de uso e porte das edificações e terrenos. E) O zoneamento ambiental é voltado ao ordenamento da ocupação espacial por várias atividades produtivas. 4) A ideia de zoneamento está vinculada à do urbanismo e organização das cidades pelo fato de ser dispositivo legal que regula o uso do solo urbano. Sobre a evolução dessa prática, é correto afirmar que: A) as normas de zoneamento começaram a surgir após a Revolução Industrial por meio de planos elaborados por urbanistas. B) A Conferência de Estocolmo apresentou um dos primeiros conceitos relacionados ao zoneamento ambiental. C) O Estatuto da Cidade trouxe o conceito de zoneamento ecológico e econômico e a exigência de proteção ao meio ambiente. D) O plano diretor orienta a expansão urbana estadual, surgindo por meio da política nacional do meio ambiente. E) O Estatuto da Cidade institui o licenciamento ambiental e o cadastro de atividades poluidoras, entre outros parâmetros. 5) As leis de zoneamento foram se desenvolvendo ao longo dos anos e influenciando os espaços das cidades, além de definir densidades e delimitar volumetrias. Sobre as leis de zoneamento, é correto afirmar que: A) são regulamentos de caráter estadual que restringem usos para determinadas porções das cidades. B) consistem em leis elaboradas e aprovadas exclusivamente pelas câmaras municipais, que devem fiscalizar sua aplicação. C) podem ser consideradas instrumento jurídico e social que visa a condicionar o uso do solo da maneira mais adequada e em prol da coletividade. D) devem ser pensadas, tendo em vista a utilização dos recursos artificiais e o desenvolvimento federal. E) influenciam indiretamente na organização das cidades, servindo de incentivo e não obrigação. Na prática As leis de zoneamento são importantes influenciadoras na formação espacial dos centros urbanos, pois é por meio dessas normas que se limita o quanto cada proprietário pode construir em seu terreno, garantindo índices mínimos de permeabilidade do solo, recuos e densidade. O zoneamento é instrumento amplamente utilizado nos planos diretores. Estes indicam que a cidade é dividida em áreas sobre as quais incidem diretrizes diferenciadas voltadas ao uso e ocupação do solo, especialmente os índices urbanísticos. Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Você sabe o que é lei de zoneamento? Neste vídeo, entenda melhor o que são as leis de zoneamento e como elas influenciam na formação das cidades. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Conforto ambiental na arquitetura Nesta matéria, saiba mais sobre a importância do conforto ambiental para o dia a dia das pessoas. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Como calcular taxa de ocupação e coeficiente de aproveitamento: realize seus projetos dentro das normas Neste link, saiba mais como calcular a taxa de ocupação e o coeficiente de aproveitamento das edificações. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/74zo18JDuBY https://www.ofitexto.com.br/comunitexto/conforto-ambiental-na-arquitetura/ https://www.vivadecora.com.br/pro/curiosidades/taxa-de-ocupacao/
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