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Como a empresa Schin cresceu

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Como a empresa Schin cresceu
 O grupo Schincariol, dono de uma receita líquida de R$ 1,3 bilhões e com as operações no azul, teve um crescimento acelerado com o lançamento da Nova Schin, em agosto de 2003.
 A empresa concorria com a AmBev e o Grupo Petrópolis, além de outras microcervejarias brasileiras.
 O crescimento da Schin, foi uma guerra de preços antes rara no setor e atiçou uma batalha de acusações de sonegação com a líder do mercado, a AmBev, que foi parar na Justiça. Com cerca de 7.000 funcionários, seis fábricas e administração familiar, a empresa saiu do prejuízo e começou a roubar o mercado de rivais na esteira do rápido sucesso da Nova Schin. 
 A Primo Schincariol amargava uma alta rejeição ao produto e à marca e manteve, por anos, a quarta colocação no ranking geral do setor. No comando de José Nelson Schincariol, pai de Adriano Schincariol (preso em 15 de junho de 2005), foi lançada, em 1989, a primeira cerveja do grupo, com o nome da família.
 Com a Nova Schin, o grupo pulou de uma participação de mercado de 10,3% na época do lançamento para 15,2% em dezembro de 2003, três meses após a chegada do novo produto.
 A Antarctica perdeu posição, assim como a Kaiser. Foi nessa época que a Polícia Federal intensificou as investigações em cima da Schincariol. E no mesmo período, começaram rumores no mercado de que a Schincariol estaria crescendo graças a ganhos com a sonegação de impostos, informação que foi negada várias vezes pelo superintendente do grupo, Adriano Schincariol. 
 Em 2004 a direção da AmBev chegou a afirmar publicamente na revista "Veja", que a Schin crescia porque não pagava os impostos devidamente. Com isso, no mês de fevereiro de 2004, um grupo de deputados encaminhou um pedido de investigação à Justiça solicitando instauração de inquérito para apurar sonegação fiscal no mercado de cerveja. A AmBev, em briga com a Nova Schin, apoiou a medida. Em junho de 2005 a Schincariol foi alvo da Operação Cevada, promovida por Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público Federal. Na época, foram presas 72 pessoas ligadas à Schincariol e entre os presos, estavam os cinco proprietários do grupo Gilberto Schincariol, seus filhos Gilberto Júnior e José Augusto e seus sobrinhos Adriano e Alexandre (diretores, distribuidores e funcionários). Os executivos e empresários acabaram sendo soltos logo depois.
 A Nova Schin, teve seu portfólio composto por marcas como Devassa Bem Loura, Glacial, Baden Baden e Eisenbahn boa parte delas adquiridas desde 2007. Atua também no segmento de refrigerantes, sucos e água mineral (Schin e Skinka)
 Em 2011, O grupo japonês Kirin anunciou a aquisição do controle da cervejaria brasileira Schincariol por R$ 3,95 bilhões. A Kirin comprou a Aleadri-Schinni Participações e Representações, de Alexandre e Adriano Schincariol. A holding detém o controle do Grupo Schincariol, com 50,45% das ações. A Schincariol queria um parceiro que não viesse desagregar e que pudesse manter o DNA da família. Os japoneses, que não conhecem o mercado brasileiro, aceitaram imediatamente essa proposta. Foi um casamento perfeito, pois eles disseram que não viriam para o Brasil sem conhecer o mercado.
 A companhia tinha sido posta à venda há cinco meses pela família, e as conversas também envolviam a holandesa Heineken, a sul-africana SAB Miller e a inglesa Diageo. Entre os motivos colocados pelo mercado para a oferta, estavam desde a perda de participação no mercado até a briga entre os acionistas. 
 A Kirin afirmou na época que a operação fortalecia sua estratégia de internacionalização no segmento de bebidas, consolidando sua base no crescente mercado brasileiro. 
 Em 2012 até outubro, a Brasil Kirin apurou crescimento de 9,9% no volume de vendas de cerveja, enquanto o setor como um todo teve alta de 3,3%. Em faturamento, as vendas subiram 12% no ano.
 O foco do novo posicionamento, conforme o executivo, era ganhar mais espaço nas regiões mais desafiadoras e reforçar as operações naquelas onde a empresa já tem uma posição mais confortável. 
 "Estamos deixando de ser uma empresa essencialmente industrial e passando a olhar o mercado e os consumidores... O foco está principalmente em distribuição", disse.
 A estratégia de mudança da marca institucional, contou com uma série de ações de divulgação, foi parte do investimento de R$ 480 milhões programado pela empresa para o ano.
 De janeiro a outubro de 2012, a Brasil Kirin cresceu 12% em faturamento e 9,9% em volume no segmento de cervejas, segundo Sicobe. A Brasil Kirin tem uma participação de 16,6% em volume de cerveja vendido no país. 
 Em 2011, quando a japonesa Kirin desembolsou quase R$ 4 bilhões pelo controle da cervejaria familiar Schincariol, na época vice-líder do mercado nacional, o Brasil havia crescido 7,5% no ano anterior e a cervejaria se apresentava como uma concorrente capaz de incomodar a gigante Ambev. Cinco anos depois, a situação se inverteu completamente: a economia brasileira entrou numa espiral recessiva em 2015, o PIB recuou 4% e a Brasil Kirin viu sua relevância se esvaziar, perdendo 25% de sua participação de mercado e amargando o quarto lugar em vendas no País. A situação chegou a um ponto tão crítico que, o presidente da Brasil Kirin, André Salles, apresentou um plano de recuperação da operação local à matriz japonesa. As mudanças, que incluem a reorganização do portfólio de marcas e a promessa de corte de custos de R$ 200 milhões são uma resposta aos resultados cada vez piores que a companhia vem apresentando: em 2015, o grupo japonês registrou o primeiro prejuízo de sua história, basicamente por causa dos problemas no Brasil.
 A Kirin global teve de desembolsar mais de US$ 1 bilhão para cobrir previsões de resultados que não se concretizaram em todo o mundo, 90% das reservas, no entanto, se referiam ao mercado brasileiro. No primeiro trimestre, a queda nas vendas no País foi estancada, segundo a companhia, mas a operação continuou no vermelho a geração de caixa, medida pelo Ebitda foi negativa em R$ 62 milhões. 
 Na apresentação que fez aos acionistas em 7 de junho 2016, o presidente da operação brasileira revelou a meta de reduzir custos corporativos, renegociar contratos de matéria-prima e embalagem e otimizar ativos.
 Fontes de mercado afirmavam que a empresa estava disposta a passar adiante outras duas unidades das 13 que ainda mantinham no País. Para as concorrentes em 2016 que precisavam ampliar sua produção, a vantagem era comprar uma fábrica antiga que podia reduzir pela metade o valor do investimento, em relação à construção de uma planta nova.
 A Heineken esteve muito próxima de comprar a cervejaria Schincariol em 2011, com uma oferta de R$ 2,8 bilhões, mas os japoneses da Kirin atropelaram a negociação.
 Em 2017 os holandeses mostraram apetite pelo negócio e desembolsaram R$ 2,2 bilhões por todos os ativos, valor que sobe para R$ 3,3 bilhões caso as dívidas Brasil Kirin fossem incluídas no preço. Em pouco mais de cinco anos, os japoneses aceitaram receber metade do valor que pagaram para a família Schincariol. A Heineken tomou todos os cuidados para não se frustrar com essa negociação, como aconteceu em 2011.
 Desde novembro de 2016, livre do acordo de não-competição, Gilberto Schincariol foi ao mercado tentar levantar os bilhões necessários para recuperar a marca da família. Ele não conseguiu o dinheiro, mas fez uma última tentativa: ofereceu cerca de R$ 200 milhões pela área de refrigerantes e sucos, parte do negócio que não interessava aos holandeses. Num primeiro momento, a Heineken parecia disposta a aceitar, afinal, a Femsa, maior engarrafadora de Coca-Cola do mundo, tem uma participação acionária de aproximadamente 15% na holding holandesa. 
 Mais importante do que dobrar de tamanho no Brasil, o terceiro maior mercado consumidor do mundo, a compra da Brasil Kirin é uma resposta da Heineken à aquisição da SAB Miller pela AB InBev, a controladora da Ambev, um negócio de US$ 103 bilhões concretizadono final de 2016. Mas, ao contrário da concorrente que privilegia o portfólio de produtos, a companhia holandesa queria fazer da Heineken a primeira marca global de cerveja como a Coca-Cola. E o Brasil é parte importante dessa estratégia.
 Em 13 de fevereiro de 2017 a Heineken anunciou a assinatura de um acordo com a Kirin Holdings Company para adquirir a operação brasileira da Brasil Kirin por 664 milhões de euros (US$ 704 milhões). Com a aquisição, a Heineken pula para o segundo lugar entre as maiores cervejarias do país com uma participação de quase 19%.
 O acordo marca a saída da Kirin do Brasil. O grupo japonês pagou cerca de 3,9 bilhões de dólares em 2011 por 12 cervejarias, mas o negócio depois perdeu fatia de mercado e teve custos elevados pela fraqueza da moeda local.
 Em 1 de Junho de 2017 a Heineken anunciou ao mercado a finalização da compra e o início da integração das duas empresas, início da divulgação dos produtos com a marca, e encerramento das publicações nas mídias sociais.

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